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Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea do Porto

Manual de

PATRIMÓNIO CULTURAL E PAISAGÍSTICO PORTUGUÊS II As Serras de Portugal

Professor Doutor

Artur Filipe dos Santos


Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea do Porto

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EDIÇÕES UNIVERSIDADE SÉNIOR CONTEMPORÂNEA E ARTUR FILIPE DOS SANTOS

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Edições Universidade Sénior Contemporânea http://edicoes-uscontemporanea.webnode.pt

Ilustrações do próprio autor

Impressão e Acabamento Nativartes, Vila Nova de Gaia ISBN: 978-989-99005-0-9 Fevereiro de 2014

PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS

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Caracterização das Serras de Portugal Apesar de Portugal não ser um país especialmente acidentado, o certo é que planícies só no Alentejo. Por todo o país existem serras com belezas naturais de tirar a respiração e que caracterizam a paisagem de muitas regiões. Apesar de as serras se concentrarem maioritariamente no norte e centro de Portugal, podese verificar que se encontram distribuídas um pouco por todo o país. Com origens distintas, cada uma delas é detentora de grande beleza, albergando no seu interior uma grande biodiversidade e por isso vale a pena serem exploradas e valorizadas. O relevo de Portugal apresenta uma grande diversidade de formas. A norte do rio Tejo, apresenta-se muito acidentado, com exceção das planícies litorais, e com uma altitude média superior a 400 metros, recortado por vales encaixados e rios com caudais significativos. Por sua vez, a sul do Tejo o relevo é suavemente ondulado, com altitudes fracas, onde predominam as planícies. As serras com maior altitude estão situadas a norte do Tejo, destacando-se as serras da Estrela (1991 m), Gerês (1508 m), Marão (1416 m), Montemuro (1381 m) e Caramulo (1075 m). A sul do Tejo, salientam-se as serras de S. Mamede (1025 m), Monchique (902 m) e Caldeirão (577 m). O relevo português completa-se com uma franja de planícies litorais, realçando-se três grandes conjuntos: a planície da Beira Litoral formada pelas planícies aluviais PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS

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do Vouga e Mondego, a planície do Algarve e as planícies aluviais do Tejo e do Sado. Os arquipélagos dos Açores e Madeira têm origem vulcânica e contam com um relevo acidentado. Nos Açores as costas marítimas são abruptas e rochosas, ao passo que a região interior é extremamente montanhosa, atingindo-se aqui a altitude máxima de Portugal no Pico, com 2351 metros. A Madeira caracteriza-se por ter uma elevada cadeia montanhosa na parte central da ilha. A forma de relevo de Portugal e Continental e das ilhas, a riqueza hidrográfica do nosso país, assim como a sua localização geográfica, na parte ocidental sul do continente europeu, transformam o clima sentido nas diversas regiões. Portugal continental apresenta um clima temperado mediterrânico. À medida que se progride para o Norte do País, o clima apresentase mais húmido, as temperaturas mais baixas no inverno e mais suaves no verão, tornando-se assim mais evidente a influência marítima. As diferenças entre o Litoral e o Interior traduzem-se num progressivo aumento da secura com o maior afastamento do mar e, ao mesmo tempo, num maior contraste entre as temperaturas do verão e do inverno. A influência do relevo nas variações climáticas corresponde a um acréscimo da precipitação, mesmo no Interior, devido ao efeito de barreira que acentua PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS

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as diferenças térmicas e de precipitação e ainda à moderação das temperaturas no verão e ao seu maior rigor no inverno. Nas áreas insulares, a ilha da Madeira apresenta na vertente norte um clima oceânico (bastante pluviosidade, sem período seco) e na vertente sul um clima subtropical (mais quente e menos chuvoso). O mesmo acontece com a ilha de Porto Santo. Os Açores registam nas ilhas todas do arquipélago características do clima temperado marítimo (temperaturas amenas e precipitação elevada e relativamente distribuída ao longo do ano). Nestas áreas insulares o relevo tem um papel fundamental, pois são as áreas de maior pluviosidade.

Distribuição das Serras por região

Região Norte Serra do Gerês Serra do Larouco Serra de Montesinho Serra da Peneda Serra do Marão Serra do Soajo Serra de Montemuro Serra Amarela Serra da Nogueira Serra da Cabreira Serra do Alvão PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS

Serra do Barroso Serra da Coroa Serra de Bornes Serra da Padrela Serra da Falperra Serra da Freita Serra de Mairos Serra de Santa Comba Serra de Mogadouro Serra do Reboredo

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Serra de Oural Serra da Agrela Serra de São Tiago Serra de Valongo

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Serra de Corno de Bico Serra de Arga

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Montanha do Pico, Açores

A Montanha do Pico é um estratovulcão que, com 2351 m de altitude, constitui a mais alta montanha de Portugal. A sua altitude é mais do dobro da de qualquer outra montanha dos Açores. É também o ponto mais alto da dorsal meso-atlântica, embora existam pontos mais altos em ilhas atlânticas, mas fora da dorsal. Medido a partir da zona abissal contígua, o edifício vulcânico tem quase 5000 m de altura, quase metade submersa sob as águas do oceano Atlântico. No cimo da montanha que constitui a parte ocidental da ilha do Pico, localiza-se a cratera do vulcão propriamente dito e dentro dessa cratera, numa PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS

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erupção recente do ponto de vista geológico surgiu outra elevação de menor dimensão a que foi dado o nome de Pico Pequeno ou Piquinho, com cerca de 70 metros de altura. Na base desta segunda elevação emanam fumarolas vulcânicas com forte teor de enxofre. A cratera apresenta-se sensivelmente arredondada, tendo cerca de 700 m de perímetro por uma profundidade medida a partir dos bordos de cerca de 30 metros. A Montanha do Pico foi primeiramente classificada como reserva em março de 1972 para e por diploma datado de 12 de Maio de 1982 lhe ser atribuído o estatuto de Reserva Natural da Montanha do Pico pelo Decreto Regional 15/82/A que abarca uma área de aproximadamente 1500 hectares integrando a parte superior do vulcão e desenvolvendo-se a partir dos 1200 m até ao ponto mais alto da ilha. O Vulcão do Pico é muito recente (aproximadamente 750 mil anos de idade), entrando em atividade pela última vez no seu flanco sueste (São João) no século XVIII. É escalável por trilhos marcados ou por serviço de um guia. Foi considerado passeio pedestre apesar de ser algo difícil devido às diversas condições meteorológicas que podem causar com que pessoas "novas" à montanha se percam do trilho marcado. PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS

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Na parte mais baixa das suas encostas encontra-se a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, classificada pela UNESCO como património mundial. O nome é originário do grego (μακάρων = feliz, afortunado; e νῆσοι = ilhas) para "ilhas abençoadas" ou "ilhas afortunadas", termo utilizado pelos antigos geógrafos para as ilhas a oeste do estreito de Gibraltar. A Macaronésia é composta por quatro arquipélagos: Açores, (República Portuguesa) Madeira, incluindo as Ilhas Selvagens (República Portuguesa) Canárias, (Reino de Espanha) Cabo Verde, (República de Cabo Verde)

Estas ilhas isoladas têm biogeografias únicas no mundo. A maioria dos seres vivos endémicos estão em risco de extinção ou extintos. A paisagem que circunda a montanha é muito variada e estratificada em altitude. Desde o ponto mais alto que no Inverno fica coberto de neve e onde a vegetação é muito escassa, resumindose a líquenes e outras entidades do mesmo nível trófico. O nível trófico é o nível de nutrição a que pertence um indivíduo ou uma espécie, que indica a passagem de energia entre os seres vivos num ecossistema. Existem três níveis tróficos principais: Produtores (autotrofia); Consumidores; Decompositores

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