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No capítulo ‘O Homem – Sua Origem, Natureza e Destino na Morte’, pág. 5 a 12 – O Dr. Balbach procura provar que o termo ‘espírito’ significa ‘fôlego’ e que tanto homem como animal tem ‘espírito’ e conclui que ‘se o fôlego ou espírito que o homem exala na morte é uma entidade consciente e imortal, então temos que chegar à espantosa conclusão de que os animais, ao morrer, também desprendem uma entidade consciente e imortal, porque ambos, o homem e os animais, têm o ‘mesmo fôlego’ (pág. 10). Porém no capítulo ‘Definições de ‚Espírito‛ e ‚Alma‛, pág. 46 a 49 – O Dr. Balbach reconhece que o termo ‘espírito’ também significa ‘o conjunto das faculdades morais e intelectuais, como sejam, índole, caráter, entendimento, pensamento, etc (pág. 46). Todavia, isso não significa que os animais possuem faculdades morais e intelectuais. Isso por si só prova que o espírito humano é diferente do espírito do animal. Ainda no capítulo ‘O Homem – Sua origem, Natureza e Destino na Morte’, pág. 5 a 12 – O Dr. Balbach afirma que a doutrina da ‘imortalidade da alma’ é de origem satânica (pág. 14), porém, no capítulo ‘A Parábola do Rico e Lázaro’, págs. 88 a 91, o Dr. Balbach diz que ‘o motivo por que Cristo usou as referidas cenas para ilustrar Sua lição objetiva, reside, evidentemente, no fato de que, nos Seus dias, já predominavam em muitas mentes, por influência do paganismo, idéias sobre o estado consciente dos mortos...’ (pág. 90). Isso significa que Cristo perpetuou uma mentira satânica? Como Jesus Cristo usa uma doutrina diabólica para fundamentar seu ensinamento, se a Bíblia diz que Jesus ‘se manifestou: para destruir as obras do Diabo’ (1 João 3.8). Uma mentira não pode provar uma ver2
dade! Jesus falou categoricamente: ‘Chegou o dia em que o mendigo morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão’ (Lucas 16.22). Se isso aqui, além de ser uma ilustração ainda se constitui um ensinamento inspirado por agentes satânicos, não só leva-nos a supor que Jesus deu crédito à Satanás como também se deixou se envolver por um ensinamento maligno. Por outro lado, a interpretação da ‘parábola satânica’ (Deus me perdoe por esse sarcasmo) dada por Balbach não se aplica na lição principal da parábola, por exemplo, Jesus disse: ‘...entre vocês e nós há um grande abismo, de forma que os que desejam passar do nosso lado para o seu, ou do seu lado para o nosso, não consegue’ (Lc 16.26), note que Jesus fala de algo intransponível, Balbach interpreta que ‘o que... separa (os judeus) das bênçãos do seio de Abraão, é o abismo da desobediência e incredulidade’ (pág. 90). Porém, esse abismo não é instransponível, pois qualquer judeu pode, se assim o desejar, passar do lado do desobediente ao lado de Lázaro. Outra coisa, se ‘os judeus’ estão ‘em tormento’ apenas figuramente por ter permanecido na velha dispensação, isso não é verdade no caso dos irmãos do rico, que são também judeus, pois está escrito acerca deles: ‘pois tenho cinco irmãos. Deixa que ele (Lázaro) os avise, a fim de que eles não venham também para este lugar de tormento’ (Lc 16.27,28). O Dr. Balbach diz que ‘a errônea crença na imortalidade da alma não se baseia em nenhuma declaração bíblica’ (pág. 13). Porém, se Jesus Cristo se apoiou nas ‘mentiras satânicas’ (pág.51) para ilustrar as condições espirituais entre os judeus e os gentios na transição da velha dispensação, porque os imortalistas não podem utilizase desta parábola para basear sua crença na condição dos mortos pós-túmulos. O Dr. Balbach não é honesto quando diz: ‘Se os protestantes crêem na imortalidade da alma, não é porque tenham encon3
trado, na Escritura, fundamento para essa crença, mas simplesmente porque a herdaram inadvertidamente da igreja católica...’ (pág. 13). Porém, antes de surgir a igreja católica, Jesus Cristo insere em sua parábola a crença na imortalidade da alma, se ele não crê nisso porque disse que Lázaro ao morrer ‘...os anjos o levaram para junto de Abraão’ (Lucas 16.22). Jesus não só mostra que o rico, após sua morte foi para um lugar de tormento, como também estava em um estado de consciência! (Lc 16.23-2). Parece-me que a parábola tem mais um tom moralista do que alegórico, pois Jesus falou essa parábola dentro do contexto de que ‘os fariseus...amavam o dinheiro...e se justificavam a si mesmo’ (Lucas 16.14,15). Se esse ensinamento de Cristo ‘é simples quimera’(pág.49), que advertência traz para os ricos avarentos e materialistas, que despreza os pobres e rejeita a Lei de Deus! Dr. Balbach, os protestastes não precisam lançar mãos ‘das abominações de Babilônia’ (pág.38), nem da ‘filosofia dos povos pagãos’ (pág.13), e nem abraçar ‘o conjunto de mentiras satânicas’(pág.51), para se crê em uma entidade consciente que se desprende do corpo na ocasião da morte e entra em um estado intermediário de beatitude ou de tormento, basta lê a parábola do rico e de lázaro. Ao acusar que os ‘ministros de Cristo...tenham proclamado (esta heresia) do púlpito sagrado’ (pág.38), Balbach esquece que antes deles, Jesus proclamou ‘essa heresia’ aos seus ouvintes e o Espírito Santo quase 30 anos após, inspirou Lucas registrar tal ‘heresia’ na Bíblia sagrada! Assim em vez de Jesus desmascarar ‘a influência do paganismo’(pág.90) acaba incentivando os cristãos a crêem na imortalidade e consciência de uma entidade pessoal pós-tumulo! E entre Balbach e Cristo, eu prefiro ficar com Cristo. Eu não me admiro o fato de Satanás citar textos deturpados da Bíblia para apoiar uma doutrina falsa (pág.114), pois ele é mentiroso e pai da mentira (Jo4
ão 8.44), o que me admira e me dá repugnância e não admito é o fato de Cristo usar ‘as abominações da Babilônia’ e ‘idéias pagãs’ para apoiar seus argumentos! Porém, Balbach admite, pois escreveu: ‘o motivo por que Cristo usou as referidas cenas...reside, evidentemente, no fato de que, nos Seus dias, já predominavam em muitas mentes, por influência do paganismo, idéias sobre o estado consciente dos mortos, inferno,etc.’ (pág.90). Todavia Balbach não percebe que isso autoriza os protestantes usar ‘as abominações da Babilônia’ e ‘idéias pagãs’ sem recorrer em heresia! Pois Cristo segundo Balbach fez isso. E chama isso de ‘princípio’. Isso é muito sério, no capítulo, A Doutrina do Tormento Eterno – Uma Heresia, pág. 36 a 39 – O Dr. Balbach escreveu: ‘Depois da queda de nossos primeiros pais, Satanás ordenou a seus anjos que fizessem um esforço especial a fim de inculcar a crença da imortalidade inerente do homem’ (pág.36). Será que Jesus Cristo sabendo disso endossaria tal crença de Satanás, pois a história do rico e lázaro tem sido usado nos círculos dos imortalistas como texto básico da doutrina da imortalidade. Será que Jesus Cristo não poderia utilizar outra ilustração para descrever ‘as condições desfavoráveis *dos+ judeus...na nova dispensação’ (pág.90), em vez de usar como ilustração uma ordem de Satanás a seus anjos?! Isso é inadmissível!!! Será que Balbach tinha coragem de usar positivamente a ilustração do livro ‘a Cena do Inferno’(pág.38), sem fazer objeções, nas suas pregações a fim de extrair alguma lição. Acredito que não, pois ele sabe que isso cooperaria com Satanás, contudo, acusa Cristo de tê-lo feito! No capítulo, ‘Os Seres-Espíritos’ págs. 50 a 57, O Dr. Balbach a fim de provar que o termo ‘espírito’ não pode ser 5
usado como algo imaterial, afirma que ‘os anjos são seres físicos’(pág. 51). Ele diz que ‘um anjo...não se materializa, pois não necessita tornar-se o que já é’ (pág. 52) e diz mais: ‘*é+ impróprio alguém pensar que um anjo é literalmente espírito’ (pág. 55). Balbach vai mais longe a ponto de dizer que ‘Deus Pai..é...um ser...físico’ (pág. 56). A mente de Balbach não consegue abarcar ‘espírito’ como algo concreto, mas sempre como algo abstrato, pois dizer que os anjos ou Deus são espíritos é a mesma coisa que dizer que não existem. Pois para ele espírito é algo que se evapora, ou uma influência ou apenas uma linguagem figurada. Isso coloca Balbach dentro do grupo dos saduceus, pois esses acreditavam que não há espíritos (Atos 23.8). Parece-me que para Balbach alguém para ser pessoal precisa possuir um ser físico. Quero salientar que os anjos são seres pessoais, mas não são físicos e nem materiais, e sim espirituais e invisíveis. Jesus Cristo disse: ‘um espírito não tem carne e nem ossos’ (Lucas 24.39). Isto é, um espírito é incorpóreo, contudo possui personalidade. Quando Balbach diz que ‘os justos, quando remidos, serão iguais aos anjos’(pág.51), isso supõem que os anjos possuem carne e ossos, pois escreveu que quando os justos ressuscitarem ‘terão ossos, nervos e carne’ (pág. 99). Se para ser um ser pessoal concreto precisa ter um corpo material, então isso significa que Deus e o Espírito Santo possui forma humana! Paulo escreveu: ‘trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal’ (Rm 1.23). Isso mostra que o homem tem a imagem de Deus, mas Deus não tem a imagem do homem. De fato, o homem possui faculdades intelectuais e morais como Deus, mas Deus não tem a forma humana. Assim está escrito: ‘O Senhor falou a vocês do meio do fogo. Vocês ouviram as palavras, mas não viram forma alguma...No dia em que o Senhor lhes falou do meio do 6
fogo em Horebe, vocês não viram forma alguma. Portanto, tenham muito cuidado, para que não se corrompam fazendo para si um ídolo, uma imagem de alguma forma semelhante ao homem ou mulher’ (Dt 4.12,15). A Bíblia diz que Cristo pré-existia em ‘forma de Deus’, isto é, em espírito, pois ‘Deus é espírito’, não possui físico (João 4.24), mas na encarnação Cristo assumiu a ‘forma humana isto é, a parte física’ (Filipenses 2.5-8). Portanto, para ser pessoal e concreto não precisa ser material e físico, assim podemos dizer, que os anjos são seres concretos e pessoais, mas não são físicos nem materiais, e contudo ‘são...espíritos ministradores’ (Hebreus 1.14). Isso implica que o termo ‘espírito’ é muito mais amplo do que ‘fôlego’ ou ‘sentimentos abstratos’, esse termo é também usado para identificar seres celestiais incorpóreos. Na pág. 99, Balbach diz que o vento é uma coisa abstrata, contudo na Bíblia o termo ‘vento’ vem do grego ‘pneuma’, a mesma palavra usada para referi-se a coisas concretas, como o Espírito Santo por exemplo. O Espírito Santo é pneuma, isto é, essencialmente espírito, mas não é abstrato, já o vento é pneuma, mas é abstrato. As Escrituras dizem que Deus ‘faz dos seus anjos ventos’ (Hebreus 1.7; Salmos 104.4). Assim se o termo ‘pneuma’ (espírito) pode ser aplicado a coisas abstratas e coisas concretas, assim o espírito humano tanto pode ser uma entidade abstrata como concreta. O Dr. Balbach também admite que o termo ‘espírito’ também é usado como algo abstrato como ‘pensamentos e sentimentos’ por Paulo em 1 Co 5.3 e Cl 2.5, apesar de afirmar que o corpo espiritual citado em 1 Co 15 é um corpo concreto (pág. 99). Balbach até mesmo escreveu: ‘Somos mesmo classificados como ‚espírito‛ (João 3.6). No entanto...somos tão concretos como antes’ (pág. 98). O próprio Balbach faz-se entender que o termo ‘espírito’ tem vasto significado. 7
Quando Balbach ironiza dizendo: ‘Esse ‚fôlego‛ ou ‚espírito‛ não é, porém, uma entidade consciente, pois se fosse, a consciência do homem estaria no nariz’ (pág.9), se contradiz ao afirmar que ‘os demônios, ou anjos caídos, possuem espírito’ (pág.54). Será que isso significa que os demônios ou anjos inspiram pelo nariz? Então eles não podem viver acima da atmosfera, pois ali não existe oxigênio! Por outro lado, Balbach também admite que ‘espírito’ em 1 Ts 5.23 é ‘o eu consciente, pensante, etc’, nesse caso é o próprio Balbach que acredita que a consciência do homem está no nariz. Balbach fica perdido, pois, a Bíblia diz que animais e homens possuem espírito, mas também usa esse mesmo termo para entidades celestiais como anjos e demônios; e para o Ser divino, como Deus e o Espírito Santo. Então para não aceitar que o espírito humano seja uma entidade consciente, reveste os anjos, os demônios e Deus de corpo físico e material. Quer dizer, ele compara os homens com os animais, mas não compara o homem com o seu Criador. Ora, se Deus criou seres espirituais sem corpo, não é impossível que revista de carne o espírito humano. Balbach procura provar a todo custo que um anjo não ‘é literalmente espírito’ (pág. 55), antes são dotados de espírito. Ele acha que se o anjo for literalmente um espírito, têm natureza abstrata, logo não existe (pág.51). Mas o vento é abstrato e contudo existe. Porém, vendo um anjo como Balbach descreve conclui-se que os anjos possuem dois elementos: corpo e espírito. Por isso presume que ‘os justos...se tornarão iguais aos anjos’ (pág.25). Por que Balbach entra por esse caminho? Porque ele quer provar a todo custo que ‘não existe...entidade imaterial,
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consciente e imortal a sobreviver ao corpo’ (pág.8). Ele acha que se o anjo é espírito sem ter corpo material contradiz sua tese. Porém uma vez que a Bíblia chama os anjos de ‘espíritos’ (Hb 1.14), Balbach procura mostrar que essa expressão é apenas uma ‘figura retórica chamada sinédoque’ (pág.55), na verdade o anjo é um ser físico, pois se alimenta com pão (pág.51). A fim de provar que os anjos e os demônios não são seres imateriais, Balbach começa a citar alguns textos bíblicos que fala da manifestação dos anjos em forma humana (págs. 52 a 54). Por causa disso Balbach acaba dando uma forma concreta e tangíveis ao que ele chama de ‘seres-espíritos’, porém, em vez dele achar que com isso está puxando o tapete da ‘alma abstrata’, como ele supõe que os imortalistas crêem, acaba dando margem para se crê em uma possível substância espiritual. Assim que se os anjos são seres-espíritos com forma concreta, assim também quando João foi transportado por um anjo ‘em espírito, até a uma grande e elevada montanha’ e lhe ‘mostrou a santa cidade’ (Ap 21.9,10), João estava em uma forma concreta e não em uma alma abstrata. Ora para provar que os anjos são espíritos concretos, Balbach cita as ações dos anjos , como removendo pedra, sentando, comendo, sendo visto, etc e conclui: ‘Essas descrições seriam inteiramente descabidas se os anjos fossem seres abstratos’ (pág.53). Porém, João quando escreveu: ‘eu me achei em espírito...no céu’ (Ap 4.2), teve no céu ações concretas, por exemplo: se relacionou pessoalmente com os seresespíritos (Ap 5.5; 7.13,14), tinha boca, estômago, mão por isso tanto podia pegar como comer alguma coisa (Ap 10.9,10), trabalhou (Ap 11.1), se prostrou (Ap 19.10; 22.8), etc. Se João estava no céu apenas de modo abstrato, então todas as coisas
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que ele viu, pegou e se relacionou são coisas abstratas, e uma dessas coisas são os próprios anjos. E além do mais, se as descrições da Bíblia acerca dos anjos são provas de que eles são seres físicos e materiais e não puramente espírito, então os anjos são do sexo masculino, pois são descritos como varões. Nesse caso se Deus criou anjos machos, também criou anjos fêmeas ou melhor ‘anjas’. Mais é isso que é descabido e até aberração, pois os anjos são seres assexuados (Mt 22.30). Portanto, essas teofanias revelam que os anjos embora espíritos podem assumir momentaneamente forma humana. Ainda no capítulo ‘Os Seres-Espíritos’ – págs. 50 a 57, O Dr. Balbach diz que o termo ‘inferno’ de 2 Pedro 2.4, em que os anjos que pecaram ‘foram lançados é sua reclusão nesta Terra...’ (pág.54). Essa interpretação não faz sentido, pois encontramos em Jó 1.6-12, Satanás no céu na presença de Deus. Ora se Satanás está aprisionado na Terra desde a sua queda, como ele agora se acha na presença do Senhor (v.12). O próprio exemplo citado por Balbach na pág. 55, em que cita 1 Rs 22.19-22, mostra que os demônios tem acesso às regiões extraterrena, isto é, até mesmo ao trono de Deus. Em Efésios 6.12, Paulo fala sobre ‘forças espirituais do mal nas regiões celestiais’. Isso significa que os demônios têm tanto acesso as regiões celestes como as regiões terrenas, logo eles não estão reclusos aqui na terra. Outra coisa, se esse ‘inferno’ ou ‘cadeias da escuridão’ ou ainda ‘prisões eternas’ é na Terra, então Satanás e seus anjos quando se rebelaram, Deus já tinha criado a Terra. E se a rebelião de Satanás foi antes da criação de Adão, por que Deus es10
colheu logo ‘o inferno’ onde Satanás ‘foi precipitado’ para plantar Seu belo jardim e colocar o perfeito casal que criara. E mais uma coisa, se o ‘abismo tenebroso’(2 Pe 2.4 NVI) , onde Satanás está reservado é ‘sua reclusão nesta Terra’, por que os demônios imploraram a Jesus ‘que não os mandasse para o Abismo’(Lc 8.31), se eles já estão nesse abismo desde que se rebelaram? Não! O ‘inferno’ de 2 Pe 2.4 não é a Terra! Então o que significa ‘inferno’ em 2 Pe 2.4? Pedro não usou o termo grego hades e nem geena, mas ‘tártaro’. O que é tártaro? Não é a Terra! O próprio Pedro chama esse lugar de ‘abismos tenebrosos’ e Judas 6, mostra que os anjos caídos estão nesses abismos ‘presos com correntes eternas’. Se esses anjos estão acorrentados e guardados em trevas que perigo eles representam para os humanos na terra? Essa pergunta contradiz a tese de Balbach. Porém, devemos saber que há duas classes de anjos caídos. Aqueles que seguiram a Satanás em sua rebelião, talvez antes da criação de Adão e Eva (Ap 12.3,4), esses são os que habitam nas regiões celestiais e acusa os cristãos dia e noite diante de Deus (Zc 3.1,2; Jó 2.1-7; Lc 10.18; 22.31; Ap 12.10), a terra para eles não representa uma prisão, mas o seu domínio (Lc 4.5,6;Ef 2.2; 2 Co 4.4; 1 Jo 5.19). A outra classe de anjos caídos é a que Pedro e Judas se referem. Vejamos, Judas fala de anjos que ‘não guardaram o seu estado original’ (v.6), no versículo 7, Judas explica: ‘De modo semelhante a estes (isto é, os anjos caídos), Sodoma e Gomorra...se entregaram à imoralidade e foram após outra carne’. Isso mostra que Judas ensina que os anjos não permaneceram em seu estado original quando se entregaram à imoralidade. De fato, antes do Dilúvio, nos dias de Noé, lemos em Gênesis 6.1,4: ‘Os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas, e... possuíram as filhas dos homens, e elas lhes deram filhos *gigantes+’, alguns in11
térpretes acham que esses ‘filhos de Deus’ são os semitas, mas no Antigo Testamento esse termo é aplicado apenas a anjos (veja Jó 1.6; 2.1). Por causa disso Deus destruiu aquela geração, e aprisionou esses anjos rebeldes no tártaro (2 Pe 2.4,5). Pedro fala de ‘espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes’, isto é, ‘nos dias de Noé’ (1 Pe 3.19,20). O Dr. Balbach diz que esses ‘espíritos...são os próprios antediluvianos...’ e que Jesus pregou à eles através de Noé (pág.93). Porém, se o leitor lê essa passagem de Pedro com muita atenção verá que Pedro fala da morte de Cristo, da Sua ressurreição e da Sua ascensão (1 Pe 3.18-22). Então quando Pedro diz que Cristo ‘vivificado pelo Espírito’ isto é, ressuscitado pelo Espírito (Rm 8.11), ‘foi e pregou aos espíritos em prisão’, bruscamente não pode está se referindo as pregações de Noé, pois isso quebra a linha de raciocínio de Pedro. E além do mais Cristo só pode ter sido ‘vivificado pelo Espírito’ se ter sido morto, por isso Pedro disse: ‘Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito’, não precisamos dizer que na época de Noé, Cristo não tinha nem morrido e muito menos ressuscitado. Então Pedro, fala de algo que aconteceu com Cristo após sua vivificação pelo Espírito de Deus: ‘foi e pregou a espíritos em prisão’. Então Pedro começa a dizer que esses ‘espíritos em prisão’ são os que se rebelaram contra Deus nos dias de Noé, isso nos leva novamente a Gênesis 6.1-4. Em seguida Pedro conclui: ‘subiu aos céus e está à direita de Deus; a ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes’ (v.22). Em outras palavras, após sua ressurreição, Jesus Cristo foi ao Tártaro e proclamou a essa classe de anjos rebeldes e cativos em correntes eternas a sua vitória na cruz (Cl 2.15). Paulo escreveu: ‘Quando (Jesus) subiu em triunfo às alturas, levou cativo o cativeiro’ (Ef 4.8).
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No Capítulo, ‘Moisés e Elias no Monte da Transfiguração’, págs. 72 a 75 – O Dr. Balbach afirmou: ‘O arcanjo Miguel...é Cristo’ (pág.73). Eu não sei se o Dr. Balbach percebe, mas essa sua afirmação nega a doutrina da Trindade, se é que ele crê na Trindade, uma vez que essa doutrina foi formulada nos concílios católicos de onde vieram ‘a imortalidade da alma’ e o ‘falso sábado’(pág.38). Existem três naturezas: a divina, a angelical e a humana. Se Cristo é um arcanjo ele não possui natureza divina, se é Deus não possui natureza angelical. O termo ‘arcanjo’ descreve a categoria de um ser angelical de posição superior à anjo, mas não deixa de ser um anjo, assim como um patriarca não deixa de ser humano. Sabemos que os milhares e milhares de anjos estão divididos em classes: anjos, querubins, serafins, arcanjos, etc. E estão também divididos em hierarquias, assim existe ‘tronos, soberanias, principados e potestades’ (Cl 2.16). Miguel não é o único arcanjo, em Daniel 10.13, lemos: ‘Miguel, um dos príncipes supremos’. Se Cristo é um arcanjo e ao mesmo tempo Deus, isso supõe que esses outros ‘príncipes supremos’ são também Deus. Caso contrário, se Miguel e esses outros príncipes supremos são apenas uma hierarquia angelical, como arcanjos, então são anjos de posição elevada, mas subordinados à Cristo e por Ele criados (Colossenses 1.16; 1 Pedro 3.22). Em Hebreus 1.5, lemos: ‘Pois a qual dos anjos Deus alguma vez disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei’. No texto de Judas 9, em que narra a disputa do arcanjo Miguel com o Diabo, Miguel disse: ‘O Senhor o repreenda!’, porém no versículo 4, Judas identifica ‘Jesus Cristo’ como ‘nosso 13
único Soberano e Senhor’, então Miguel não pode ser esse ‘único Soberano e Senhor’, pois ele é descrito como ‘um dos príncipes supremos’ (Dn 10.13), e além disso Miguel recorre ao ‘único Senhor’ para repreender o diabo. Já Jesus Cristo que não é o arcanjo Miguel disse ao diabo: ‘Retire-se, Satanás!’ (Mt 4.10), sem precisar recorrer algum outro ser superior a Si mesmo. Será que Balbach já invocou dizendo: ‘Eu te adoro Miguel’, ou será que ele já orou: ‘Em nome de Miguel, Pai me abençoa’. Isso soa estranhamente! No pequeno capítulo, ‘Matam o Corpo Mas não Podem Matar a Alma’, págs.76 e 77 – O Dr. Balbach não é feliz em seus argumentos. Primeiramente ele afirma que os imortalistas (isto é, aqueles que crêem na doutrina da imortalidade da alma), dizem ‘que somente a alma é...lançada *na Geena+’ (pág.76). Mas os imortalistas não dizem isso. Os imortalistas ensinam na verdade que a alma do injusto após a morte vai para o Hades, o que é diferente de Geena; os imortalistas acreditam que a alma está em tormento no Hades, por causa do texto que diz: ‘No Hades, onde estava sendo atormentado...estou sofrendo muito neste fogo...a fim de que eles não venham, também para este lugar de tormento’ de Lucas 16.23,24,28, quando Jesus advertia os fariseus do perigo de amar o dinheiro (Lc 16.14,19-21). Pelo contrário, os imortalistas acreditam que é após a ressurreição que a alma é lançada na Geena juntamente com o corpo, pois para eles Hades e Geena não são o mesmo lugar (Ap 20.14). Um é o estado intermediário o outro é a condenação eterna. Agora o fato dos imortalistas chamarem o Hades de ‘inferno’ e também a Geena de ‘inferno’é devido as traduções anti14
gas da Bíblia, pois nossos tradutores não encontrando em nossa língua portuguesa um equivalente exato para esses termos gregos traduziram ‘hades’, ‘geena’ e também ‘tártaro’ por ‘inferno’. Infelizmente isso deu margem para a crença pagã que os demônios atormentam no fogo do inferno as almas dos falecidos descrentes e que Cristo tenha indo a esse lugar pregar o evangelho a essas almas, e depois tomou as chaves do inferno de Satanás (veja Lc 16.23; 2 Pe 2.4; At 2.31; Ap 1.18 na versão ‘Almeida Corrigida’). Mas graças a Deus, algumas traduções mais modernas, transliteraram os termos gregos ‘hades’ e ‘tártaro’ e apenas traduziram ‘geena’ por inferno; outras traduções indicam no rodapé o termo grego. Assim na afirmação de Balbach de que ‘a teoria popular da sobrevivência da alma’ coloca os imortalistas ‘em dois grandes embaraços’, não é verdade, pois os imortalistas não afirmam que ‘somente a alma é ali (na Geena) lançada’. No seu segundo argumento, que ele considera como o segundo ‘grande embaraço’ dos imortalistas, Balbach diz: ‘não só o corpo perece na Geena, mas também a alma. A alma é portanto perecível’ (pág.76). Mas o fato da alma perecer na Geena, isto é, ser destruída na segunda morte, não nega o fato da alma sobrevier a morte física, pois os anjos são seres imortais (Lc 20.36), contudo segundo o próprio Balbach, Satanás e seus anjos serão destruídos na Geena (págs. 106 a 111). Ora, se o diabo que é um ser espiritual e não pode morrer vai ser destruído na geena, quanto mais, a humana alma imortal. No seu terceiro argumento sobre Mt 10.28, contra a crença de que Jesus tenha insinuado que a alma é imortal neste texto, Balbach diz: ‘Na passagem em estudo (isto é Mt 10.28), ‚alma‛ tem o significado de ‚vida‛. Nós temos a promessa da vida eterna, a qual os ímpios não nos podem tirar, ainda que nos matem, pois, 15
desde que permaneçamos fiéis até a morte, ser-nos-á dado participar da ‚ressurreição da vida‛ (João 5.29). Neste sentido é que os ímpios não podem matar-nos a alma’ (pág.77). Ora se esse é o sentido das palavras de Cristo sobre ‘não podem matar a alma’, então os ímpios também não podem matar-nos o corpo, pois o nosso corpo também participa da ‘ressurreição da vida’. O próprio Balbach escreveu: ‘Na vinda de Cristo, não será dissolvido o nosso corpo. Será, isso sim, mudado...de mortal para imortal’ (pág.98). Ora, se a nossa ‘alma é mortal’ (pág.16), mas os ímpios não a matam porque iremos ressuscitar, assim também eles não matam o nosso corpo. Quer dizer, em sua intenção de negar o sentido real de ‘não podem matar a alma’, Balbach acaba dando um sentido oco as palavras de Jesus. Pois se Jesus contrasta Deus com os homens, dizendo que ao contrário dos homens Deus faz ‘perecer’ alma e corpo na geena, e ‘perecer’ significa ‘deixar de existir’, e essas palavras deve ser tomadas de modo literal, e segundo o próprio Balbach esse texto é uma prova que a ‘alma é mortal’ (págs. 16,17), então, o fato dos homens não poder fazer a alma perecer é também literal, se não for assim a antítese de Cristo não faz nenhum sentido, pois no fundo no fundo, para todos os efeitos, os homens também fazem a alma perecer na morte. No Capítulo, ‘Definições de ‚Espírito‛ e ‚Alma‛, págs. 46 a 49 – O Dr, Balbach dá quatro definições do termo alma usado na Bíblia: ‘pessoa física’, ‘vida biológica, ‘o centro dos sentimentos, emoções, afetos, vontade, etc’ e ‘eu’. Então que sentido Jesus usou o termo alma?. Ora na morte a pessoa física, a vida biológica e os sentimentos morrem, então nesse sentido os homens 16
matam a alma. Então Cristo está se referindo a alma em outro sentido, com certeza no sentido de ‘eu’. Nesse caso o ‘eu’ não perece na morte, unicamente Deus pode destruí-lo. Mas o que é esse ‘eu’? Balbach diz que em certos sentidos alma é equivalente de ‘espírito’ (págs. 56,57), e o ‘espírito’, segundo Balbach significa ‘faculdades morais e intelectuais’, ‘energia física’,’ fôlego’, vida biologia’ (págs. 46,47), e também o ‘eu consciente’, pensante’(pág.57). Nesse caso, nas palavras de Jesus alma só pode significar espírito no sentido do ‘eu consciente’, pois, energia física, fôlego, vida biologia perecem na morte, então somente uma coisa sobrevive que os homens não podem matar é o ‘eu consciente’. Agora se os homens também matam o ‘eu consciente’, então não há nada que Deus faça perecer na geena, que o torna digno do temor dos homens. Pois é para isso que Jesus está chamando a atenção dos discípulos: os homens só dão fim ao corpo, mas Deus dá fim ao corpo e a alma! E se isso não é imortalidade da alma, eu não sei mais o que é! Balbach diz que é a esperança da ressurreição. Mas será que somente a alma vai ressuscitar? Se o corpo também ressuscita, então essa interpretação não faz sentido algum. No capítulo, ‘A Ressurreição e o Aniquilamento dos Ímpios no Fim do Milênio’, págs. 104 a 111 – O Dr. Balbach interpreta que ‘o lago de fogo que deverá arder sobre esta Terra pelos séculos dos séculos, finalmente se extinguirá, pois esta Terra, depois de purificada pelo fogo, se tornará a eterna morada dos santos’ (pág.106), em outras palavras, Balbach afirma que ‘esta Terra se transformará’ no lago de fogo (pág.105). Todavia, isso contradiz o próprio Balbach. Vejamos, ele diz que ‘Durante o Milênio, a Terra ficará vazia...Assim, durante esse perío17
do, Satanás estará amarrado por uma cadeia de circunstâncias...porque a ninguém poderá tentar’ (pág.104). Porém, na pág. 113, Balbach escreveu: ‘João apóstolo, descrevendo a visão profética que lhe foi concedida sobre o futuro castigo da besta e do falso profeta, diz: Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre (Apocalipse 19.20)’. O Sr. Balbach tem que convir comigo que a besta e o falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo antes do milênio. Isso mostra que o lago de fogo não é na Terra, pois, ‘durante o Milênio, a Terra ficará vazia’ (pág.104). Segundo Balbach a Terra vazia é a prisão de Satanás, mas se o lago de fogo arde sobre esta Terra, então durante o Milênio Satanás também estará no lago de fogo, isso porém contradiz Apocalipse 20.10, que mostra que Satanás será lançado no lago de fogo, ‘onde já se encontra não só a besta como também o falso profeta’, no final do Milênio. Logo o fogo que desceu do Céu no final do Milênio não transforma essa Terra num lago de fogo, pois esse já existia antes disso acontecer e a besta e o falso profeta já estava ali em tormentos (Ap 20.14 e 19.20). E além do mais Apocalipse diz que os ímpios serão ‘lançados no lago de fogo’ (20.15), e não que o ‘lago de fogo’ descerá sobre eles. Isso a priori derruba a tese de Balbach de que o lago de fogo se extinguirá para que a Terra se torne a eterna morada dos santos porque o lago de fogo não será nesta Terra. Isso também requer que as ‘nações que estão nos quatro cantos da terra’, não sejam os ímpios ressuscitados, como ensina Balbach (pág.105), e sim sobreviventes da ‘batalha do grande dia do Deus todo-poderoso’ (Ap 16.14). Como está escrito em Zacarias 14.16,17: ‘Então, os sobreviventes de todas as nações que atacaram Jerusalém (a Igreja) subirão ano após ano para adorar o rei..Se algum dentre os povos da terra não subir...não virá para ele a chuva’ (ver também Zc 12.2-5); em Isaías 24.6: ‘os habitantes da terra são con18
sumidos pelo fogo ao ponto de sobrarem (sobreviverem) pouquíssimos’; em Ezequiel 36.36: ‘Então, as nações que tiverem restado ao redor de vós saberão que eu, o Senhor, reedifiquei as cidades destruídas’ e em Jeremias 4.27: ‘Pois assim diz o Senhor: Toda a terra será assolada; porém não a consumirei de todo’. Sobre essas nações sobreviventes, Cristo e a Igreja governará com cetro de ferro (Ap 2.26,27; 5.10; 12.5; 19.15; 20.6). Ap 20.1-3 mostra que o objetivo de acorrentar Satanás no Abismo é para ‘impedi-lo de enganar as nações’, isso prova que haverá nações vivas no milênio (esses são os vivos que serão julgados por Cristo – 2 Tm 4.1; 1 Pe 4.5); e prova também que o Abismo não é a Terra, e sim o ‘abismo tenebroso’ de que fala 2 Pedro 2.4 ou as ‘trevas’ de Judas 6, onde se encontra aquela classe de anjos que co-habitaram com ‘as filhas dos homens’ (Gn 6.1-4), (conforme eu já expliquei nas páginas 5 e 6). Os demônios temiam ir para esse lugar pois lemos em Lucas 8.30 que os ‘demônios...imploravam *a Jesus] que não os mandassem para o Abismo’. Depois dos mil anos essas nações seduzidas por Satanás se revoltam contra o governo dos santos, mas são destruídas pelo ‘um fogo’ que ‘desceu do céu’ (Ap 20.7-9). Porém, na segunda ressurreição, elas ressuscitarão juntamente com os demais descrentes desde Adão para serem ‘lançados no lago de fogo’ (Ap 20.13-15). Sobre o fato se o tormento dos ímpios no lago de fogo terá fim conforme ensina Balbach (pág.106), não se pode chegar a essa conclusão pelos termos gregos ‘eis tous aionas ton aion’ (traduzido por ‘para todo sempre’ ou ‘pelos séculos dos séculos - pág.106) e ‘aion’ (eterno – pág.41), já que tais termos são também usados em relação a vida eterna, Jesus Cristo e Deus
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(Mt 25.46; Rm 6.23; 16.27; Gl 1.5; Ef 3.21; Hb 13.8,21; 1 Pe 5.11; Jd 25). A melhor tradução para ‘aion’ seria ‘tempo indefinido’. Outrossim, os textos citados por Balbach que falam que ‘os ímpios serão destruídos...exterminados...consumidos...e deixarão de existir’ (pág.108), refere-se a vinda de Jesus antes do milênio, que segundo o próprio Balbach ‘todos os ímpios vivos serão destruídos quando Cristo vier’ (págs. 102 e 104), e não o tormento no lago de fogo em que os ímpios serão lançados depois do milênio. Infelizmente, isso levou Balbach colocar o dia do Senhor em que ‘todas as nações...serão como se nunca tivessem existido’ (Ob 15,16), ‘...e a Terra, e as obras que nela há, se queimarão’ (2 Pe 3.10), ‘e lhes não deixará nem raiz e nem ramo’ (Ml 4.1-5) depois do milênio, mas na verdade o dia do Senhor que é a vinda de Jesus Cristo ocorrerá antes do milênio (1 Ts 4.16-5.4; 2 Ts 2.18), sim Jesus Cristo vem em ‘chamas flamejantes’ (2 Ts 1.6-10), e muitas nações vivas serão destruídas (Is 66.15,16; Jr 25.33; Jl 1.15), mas ainda não é o lago de fogo. Os profetas usaram uma hipérbole muito forte para descrever a destruição total do sistema de Satanás e das nações, todavia, haverá nações sobreviventes conforme exposto acima (ver Jl 3.31-32; Ap 1.7). Agora compare Joel 3.13-15; Sofonias 1.14; 3.8 c/ Mt 24.29-31; Ap 16.14-16; 19.11-21, e verá que o dia do Senhor será na vinda de Jesus Cristo, antes do milênio (Mt 24.42; 2 Co 1.14). Balbach também a fim de provar que o tormento eterno dos ímpios terá fim cita textos bíblicos sobre a destruição de Sodoma, Gomorra, Edom e Jerusalém, que fala sobre ‘fogo eterno’(Jd 7), ‘não se apaga de dia e nem de noite; sua fumaça subirá para sempre’ (Is 34.9,10), ‘acenderei fogo...e não se apagará’ (Jr 17.27); ‘entretanto, se apagou ao terminar de consumir a matéria ao seu alcance’, diz Balbach (págs. 41 a 45). Balbach, porém, tem que vê, que esses ‘casos’ serviram apenas como exemplo (2 Pe 2.6; Jd 20
7), assim, como ‘o vale de Hinon, ao sul de Jerusalém o qual Jesus aludiu...para ilustrar a futura Geena, o lago de fogo’ (pág.107). Balbach tem que levar em consideração que os habitantes dessas cidades não ficaram sendo atormentados por um longo tempo. Sobre a destruição de Edom, Balbach escreveu: ‘As palavras ‘de século em século’ significam em ambos os casos (sto é, o fogo de Edom e o fogo do inferno) um longo período, mas não um tempo sem fim’ (pág. 42). Segundo Balbach ‘de século em século’ ‘é o ‚aion‛ desdobrado ou multiplicado. É como se disséssemos ‚milhares de milhares‛ (Daniel 7.10) para desdobrar mil...pode significar um período de tempo bem prolongado’, mas finito’ (pág.41). Isso significa que os habitantes de Edom ficaram queimando mais de 100 anos? Ora, se ‘de século em século’ é o ‘aion’ multiplicado por mil, e o mínimo que ‚aion‛ equivale é um ‘século’, isto é 100 anos, então 100 x 1.000 é igual a 100.000 anos. Ora, como os habitantes de Edom ficaram em tormentos por 100.000 anos se a própria Terra, isto é a humanidade, tem apenas 6.000 anos? Isso significa que se esse termo de ‘século em século’ aplicado em Ap 20.10 não pode significar ‘sem fim’ por causa do acaso de Edom, também não pode significar um ‘tempo bem prolongado’. Então veja que o exemplo de Edom é apenas tomado como um símbolo e não ‘um fato’ (pág.41), aquilo que Balbach chama de ‘tropo retórico pelo qual se descreve uma coisa por alusão a outra que lhe serve de figura’ (pág. 109). Balbach não pode esquecer que segundo ele: ‘A Bíblia fala simultaneamente de duas pessoas, coisas, acontecimentos, etc, sendo que as mesmas palavras podem referi-se a ambos, ou, quando não, certas palavras se referem de preferência ou exclusivamente ao primeiro, ao passo que outras se referem de preferência ou exclusivamente ao segundo’ (pág.110). Ele cita Edom como exemplo. Porém, esses termos são inadequa21
dos para Edom, pois as aquelas pessoas não ficaram nem sequer 100 anos em tormentos, muito menos ‘um longo período’. Pois uma alma humana não suporta tanto tempo queimando! Por isso que a hipérbole de Isaias 34.9,10, só pode ser aplicada de ‘preferência e exclusivamente’ ao segundo caso – o lago de fogo. E além do mais, se os edomitas já sofreram o seu literal lago de fogo, não precisam mais ser ressuscitados para serem lançados no lago de fogo depois do Milênio, pois já foram destruídos para sempre! Mas se por causa desses exemplos, Balbach crê que o tormento eterno não será infindável, deverá crê também que não será prolongado, como ele contraditoriamente ensina que será! Por outro lado, se o tormento no inferno será ‘um longo período’, poderá ser também ‘sem fim’, pois o termo ‘pelos séculos dos séculos também significa ‘sem fim’ como se vê em Ap 22.5: ‘e reinarão pelos séculos dos séculos’ e Daniel 7.18: ‘Os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para sempre; sim, para todo o sempre’ e Ap 11.15: ‘o reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos’. De fato, Balbach não nega o tormento do ímpio no fogo eterno, mas sim o ‘tormento sem fim’. Ele não nega a realidade do fogo eterno, como faz os russelitas, por isso eu vejo que ele não deveria considerar o tormento no fogo eterno como ‘superstição, e revestida de terror...e opiniões aterrorizadoras’ (pág.38), pois existe, só não será sem fim (págs. 40 a 45). Balbach disse: ‘esse fogo será eterno nos seus efeitos, isto é, que os resultados serão eternos, pois em realidade, os ímpios serão aniquilados’ (pág.42), porém antes dessa aniquilação, Balbach tem que convir que os ímpios serão atormentados um ‘bom’ tempo! Ele escreveu: ‘Uns ficarão a arder por mais tempo que outros’ (pág.106). Balbach acredita que ‘Satanás, seus anjos, a besta e o falso profeta terão que 22
sofrer muito tempo...*pois+ a expressão ‚pelos séculos dos séculos‛ pode biblicamente designar um espaço de tempo prolongado’ (pág. 106) – Ap 20.10. Balbach porém tem que vê que a mesma expressão é usada em relação aos adoradores da besta em Ap 14.8-11: ‘se alguém adora a besta...será atormentado com fogo e enxofre... a fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite’. Segundo a Bíblia: ‘todos os habitantes da terra’ adora a besta (Ap 13.8), com exceção dos santos é claro! Logo todas essas pessoas terão um prolongado sofrimento no fogo do inferno (geena). Nesse caso Balbach não pode acusar os protestantes de ensinar uma doutrina ‘falsa...herética e pagânica’ quando em seus ‘púlpito sagrado’ pregam um ‘tormento eterno dos ímpios’ (pág.38 e 107). Pois a própria Bíblia usa ‘terminantes expressões’ (pág.37), mesmo que segundo Balbach a Bíblia ensine que o tormento eterno tenha fim! Mas mesmo assim em suas páginas está escrito: ‘estes irão para o castigo eterno’ ‘onde haverá choro e ranger de dentes’ (Mt 25.30,46) Parece um paradoxo. Mas se o próprio Jesus Cristo que conhece todas as coisas não poupou palavras para usar tais termos, porque seus ministros não podem também ser enfáticos em suas pregações! Pois queira ou não queira Balbach admite que o ‘fogo será eterno nos seus efeitos’ (pág.42). Assim Balbach usa de sofisma quando procura mostrar que a doutrina do fogo eterno foi extraída do paganismo e é uma heresia, pois a própria Bíblia diz que ‘o fogo não se apaga’ e o ‘tormento de tais pessoas’ será ‘dia e noite para todo o sempre’ (Mc 8.48; Ap 14.11; 20.10). Ainda que Balbach explique: ‘É muito freqüente, na Escritura, o emprego de ‚eterno‛ e ‚para sempre‛ com referência a coisas temporárias’. Contudo isso não proíbe os ministros de Cristo fazer uso de tal emprego! E nem 23
o uso de tal emprego transforma a doutrina do ‘castigo eterno’ (Mt 24.46) em uma ‘mentira satânica’ (pág.51). Balbach diz que a expressão ‘pelos séculos dos séculos’ ‘é como se disséssemos milhares de milhares’(pág.41), mas isso é tempo pra chuchu em que os ímpios sofrerão no ‘fogo do inferno’ (Mt 5.22). Note que Balbach não nega que os descrentes queimarão no fogo do inferno por longo período! Ora depois de mil anos a besta e o falso profeta ainda estavam lá sendo atormentados no fogo e continuarão depois que Satanás é lançado ali ‘pelos séculos dos séculos’ (Ap 19.20; 20.10). Balbach não diz que esse fogo a atormentar os ímpios é simbólico, pois nos seus escritos vê-se que será literal, ele mesmo escreveu: ‘pessoas concretas’ serão lançadas no fogo (pág.43). Assim, Balbach crê que pessoas serão atormentadas no fogo, então ele não está sendo honesto consigo mesmo quando escreve: ‘Agora o príncipe das trevas, operando por meio de seus agentes, representa Deus como tirano vingativo, declarando que ele mergulha no inferno todos os que lhe não agradam’(pág.36). Ele se coloca entre esses agentes, pois escreveu: ‘...a besta e o falso profeta terão que sofrer muito tempo, pois está escrito ‘de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre’(pág.106). Balbach não pode zombar do ensino que diz que os ímpios ‘contorcem nas chamas eternas’ (pág.36), pois crê que os ímpios se contorcerão no lago de fogo até serem consumidos (pág.105). Balbach não pode taxar o tormento eterno de ‘mentira satânica’ (pág.51), de ‘falsa doutrina’ (pág.38), ‘herética e pagânica’ (pág.107), e que é ‘repugnante ...ao nosso sendo de justiça ‘(pág.36) e ‘antibíblica’ (pág.38), pois ao seu próprio modo crê que os ímpios serão atormentados no fogo, ele disse: ‘poderíamos entender que esse fogo será eterno nos seus efeitos, isto é, que os resultados serão eternos, pois, em realidade, os ímpios serão aniquilados’ 24
(pág.42), mas até lá, Balbach acredita que os ímpios arderão no fogo por ‘um espaço de tempo prolongado’ ou ‘um tempo bem longo’. Não precisa ser interminável, só isso é terrível! E pra quem está sofrendo é um tormento eterno! (Hb 10.31; 12.29). Balbach diz que ‘as palavras ‚de século em século‛ significam... um longo período’ (pág.42), essa expressão aparece também em Ap 14.10,11. Ora, só um ano queimando no fogo é terrível, quanto mais ser queimado até ‘está tudo reduzido a cinzas’ (pág.45), ‘segundo a culpabilidade de cada um’ (pág.106). Na verdade Balbach acredita que os remidos durante o Milênio estará nas ‘mansões celestiais’ (pág.99), julgando os ímpios’ (pág.103). Depois desse julgamento, isto é, no ‘final do Milênio’, acontece a ‘ressurreição...dos injustos’ (pág.105), então ‘o fogo eterno’ (Mt 25.41), isto é, ‘um fogo que não se extingue antes de concluir sua obra destruidora’ (pág.44), desce do Céu sobre esses ímpios ressuscitados transformando a Terra ‘num lago de fogo’ (pág.105), onde os ímpios ‘serão atormentados...pelos séculos dos séculos’(pág.106), isto é, por ‘um longo período’ (pág.42). Assim, enquanto os santos estão nas ‘mansões celestiais’ louvando a Deus, abaixo de seus pés, os ímpios estão torrando em agonia até serem reduzido a cinzas, ‘porquanto esta Terra será a morada eterna dos santos’ (pág.42). Mas esse ensinamento pouco difere do que as igrejas ensinam a não ser em dois detalhes: o tempo do fogo e o local onde queima (pág.37). Porém, se Balbach refletir bem em seu ensinamento sobre o castigo dos ímpios, verá que o corpo humano não pode resistir ‘milhares de milhares’ de anos queimando no fogo (pág.41), pois em 48 horas um cadáver entra em decomposição. Balbach disse: ‘A ‚alma‛, que é a vida, extinguir-se-á primeiro; depois o corpo’ (pág.44), mas ele sabe que pelas expressões que a Bíblia emprega ‘pelos séculos dos séculos’, até a alma ex25
tinguir-se haverá um longo período. Como essas pessoas ‘que são da mesma natureza e nascidos sob as mesmas circunstâncias’ (pág.37) comparadas ‘a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa’ (Tg 4.14), isto é, como uma alma humana e mortal poderá sobreviver por tanto tempo no fogo? Ora um fogo de grande proporção destrói uma vida rapidamente! ‘como a cera que se derrete na presença do fogo (Sl 68.2)’ pág.107. Por exemplo aqui no Brasil existem alguns aviões cujo calor da turbina é de 600 graus, se uma pessoa for atingido por esse calor instantaneamente tal pessoa é dissolvida. Acredito que o fogo da geena será mais quente do que isso! E tem mais, Balbach diz que ‘uns ficarão a arder por mais tempo que outros’ (pág.106). O que fará com que essas pessoas que são comparadas ‘a gordura dos cordeiros (ao fogo) ‘(pág.107), dure por tanto tempo no tormento da geena? Será que Balbach não acaba despercebidamente acreditando na imortalidade da alma, pois se uma pessoa pode durar um longo tempo ardendo no fogo até pagar por todos os seus pecados, não pode também durar interminavelmente’(pág.44)? Sem falar que há pecado imperdoável, sobre isso Jesus disse: ‘mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão; é culpado de pecado eterno’ (Mc 3.29), em outros textos diz: ‘não será perdoado, nem nesta era nem na que há de vir’ (Mt 12.32). Nesse caso esses blasfemadores arderão no fogo ‘sem fim’, pois sua ‘culpabilidade’ não tem grau (pág.106). Ou então, Balbach acredita que os ímpios ressuscitarão com um corpo transformado e adaptado para suportar por tanto tempo no fogo? Pois se seu corpo hoje não suporta nem por milímetro de segundo um calor de 600 graus, como suportará por um longo tempo o fogo da geena? Porque se o justo que vai viver na mansão celestial junto com o Autor da vida com ‘corpo concreto...físicos, 26
visíveis...ossos, nervos e carne’ precisam ser transformados em uma ‘matéria incorruptível’ (pág.99), como os corpos dos ímpios sobreviverão por um longo tempo em um fogo incalculável e ‘banidos da presença do Senhor (2 Ts 1.9)? As Testemunhas de Jeová, que consideram também a ‘imortalidade inerente da alma humana’ e o ‘tormento eterno num inferno de fogo’ como ‘doutrinas não bíblicas’ (brochura ‚Qual é o objetivo da vida?‛, pág.17), não admitem que o lago de fogo e a tortura dos ímpios sejam literais e dizem que a expressão pelos séculos dos séculos tem um sentido simbólico, e não infindável ou um longo tempo (livro ‚Revelação – seu grandioso clímax está próximo‛, págs. 210, 293 e 295). Eles dizem que tais idéias são ‘desarrazoadas’ e ‘repugnantes’ ‘e que tal ensino nem subira ao coração do Deus Altíssimo – Jeremias 7.31; 19.5; 32.35’ (brochura ‚Qual é o objetivo da vida?‛pág.17). Ora eles ensinam isso porque crêem que um homem tem alma mortal assim como mortal é o seu corpo e sabem que tal homem não pode arder literalmente no fogo do inferno nem por um longo tempo e nem por um tempo sem fim. Eles dizem que a doutrina da imortalidade da alma e tormento no fogo são irmãs gêmeas. Crêem na destruição dos ímpios, mas instantaneamente! Então fica essa questão para Balbach e seus partidários resolver: Como uma pessoa arderá no lago de fogo por um longo período até que pague seu último pecado, se nada em sua natureza humana é imortal? Será que lhe será acrescentado alguma substância de que não é possuir hoje? Caso, contrário, o homem só pode possuir uma alma imortal que permita que o seu corpo seja atormentado no lago de fogo pelos séculos dos séculos, isto é, ‘um tempo bem prolongado’ ou seja 100x1.000=100.000 anos (pág. 41). 100 mil anos é muito mais tempo do que o tempo decorrido até hoje, em que 27
a primeira alma ímpia que foi lançada no fogo do Hades após sua morte, conforme crêem os imortalistas, pois a própria vida humana na Terra só tem uns 6.000 mil anos! E acreditamos que o mundo dos homens não chegue a esse longo tempo. Balbach conclui que os protestantes ao ensinarem um tormento eterno sem fim estão apresentando um Deus sem misericórdia (págs. 36 a 39). Ora, a misericórdia é um ato da graça de Deus e significa ‘pena causada pela miséria alheia; comiseração; graça ou perdão; compaixão; ajudar o que sofre’, conforme o dicionário. Com isso Balbach, dá a entender, que um tormento limitado ou seja o ímpio arder no fogo até deixar de existir é uma demonstração da misericórdia de Deus, assim de alguma maneira essas pessoas são agraciadas por Deus. Todavia isso é uma contradição! Pois as Escrituras mostra a aniquilação dos ímpios como um ato da ira de Deus e não da sua misericórdia. Vejamos os textos que Balbach cita: ‘O Senhor guarda todos os que O amam, mas todos os ímpios serão destruídos’ (Salmos 145.20). Note que a destruição é um ato do ódio de Deus, e não do amor. Em todo esse capítulo o salmista exalta a misericórdia de Deus, mas quando chega no ímpio o desampara da misericórdia de Deus. ‘...o ímpio...é inteiramente exterminado’ (Naum 1.15), veja que segundo o profeta Naum isso não é um ato da bondade de Deus, mas ‘o despertar da sua ira’ (vv.5-8). ‘...o Senhor os devorará na Sua indignação, e o fogo os consumirá’ (Salmos 21.9)’. Veja que o ímpio ser consumado na geena não é uma demonstração de misericórdia, mas de indignação de Deus. ‘...ardor de fogo... há de devorar os adversários’ (Hebreus 10.27), nos versos seguintes, mostra que esse ‘devorar’ é ‘sem misericórdia’ ‘a vingança’ do Senhor ‘coisa terrível’(vv.28 a 31). ‘...o fogo consumirá os teus adversários’ (Isaías 26.11), o contexto desse versículo mostra que a ‘compaixão’ para com o ‘ímpio’ é 28
deixa-lo vivo ‘na terra da retidão’, mas consumi-lo no fogo é a não compaixão. ‘...serão como se junca tivessem sido’ (Obadias 16), esse versículo lido por completo, mostra que esses ímpios são alvos do castigo de Deus, e tal como um cálice eles tinha que beber esse castigo ‘sem parar...até o fim’, em outras palavras, o castigo será sem misericórdia, pois os edomitas não tiveram misericórdia dos judeus no ‘dia da sua calamidade’ (vv.10-14) – pág. 108. Assim que se os protestantes são acusados de apresentar um Deus sem misericórdia, sem amor e cruel por ensinam que o tormento será sem fim, então os que crêem que na aniquilação dos ímpios ‘como se nunca tivesse existido’, também está apresentando um Deus vingativo e sem misericórdia! Pois a aniquilação do ímpio é apresentada na Bíblia como um ato do ódio de Deus. Agora o fato de que os ímpios serão aniquilados e não atormentados sem fim é porque Deus tem misericórdia de suas criaturas, então Ele também terá misericórdia de Satanás, pois Balbach defende a todo custo que ‘no fim do Milênio, também Satanás será aniquilado...reduzido a cinzas’ (págs.109,110). Balbach se glória: ‘Estas passagens (isto é Ezequiel 28) que falam da destruição de Satanás, colocam os imortalistas em grandes apuros, pois põem por terra o edifício da abominação doutrinal da Babilônia’ (pág.110). Mas o que é esse ‘edifício da abominação doutrinal da Babilônia? Segundo Balbach é ‘a teoria do tormento eterno’; segundo ele essa teoria é incompatível com ‘a religião da Bíblia repleta de amor e bondade, e abundante de misericórdia’ (pág.38). Pra ele essa doutrina ‘representa a Deus como um tirano’ (pág.36) e critica o ‘ensino desses teólogos’ imortalistas da ‘continua tortura sem esperança de misericórdia’ (pág.37,28). Uma vez que Balbach crê que os ímpios serão atormentados, mas de modo findável – 29
então o tormento em si não faz de Deus um Deus sem misericórdia, mas sim o fato dos protestantes dizerem que esse tormento será por toda eternidade sem fim. A fim de vindicar a misericórdia de Deus, e demonstrar que não bebe do ‘vinho das abominações de Babilônia’(pág.38), Balbach ensina esse tormento terá fim. Porém, isso o coloca também em grandes apuros, pois dá a entender que a cessação do tormento é um ato da misericórdia de Deus. Nesse caso Deus terá misericórdia de Satanás, pois em vez de deixa-lo ‘atormentado com fogo e enxofre num inferno eternamente a arder’ coisa essa ‘repugnante a todo sentimento de amor e misericórdia’ (pág.36), o ‘reduzi a cinzas’, dando fim ao seu tormento. Porém, Tiago diz: ‘Será exercido juízo sem misericórdia sobre quem não foi misericordioso’ (Tg 2.13). E esse é um atributo que Satanás não possui, como Balbach demonstrou muito bem no capítulo, ‘Necromancia Antiga e Moderna’ págs. 58 a 68. Todavia, o ensino do tormento eterno não prova que os protestantes estão pintando o caráter do ‘nosso misericordioso Criador’ ‘de terror’, incentivando ‘opiniões aterrorizadoras acerca de Deus’ (pág.38), pois, como já foi dito a aniquilação é um ato da ira e do ódio de Deus contra o pecado e seus praticantes e não uma demonstração de misericórdia. Pois misericórdia nesse caso seria Deus resgatar o ímpio com vida do seu tormento no fogo do inferno, um tipo de purgatória, como Balbach ensina que acontecerá com a Terra, pois o fogo da geena não reduzirá a Terra em cinzas, mas a purificará transformando-a na ‘eterna morada dos santos’ (pág.106), mas deixar o ímpio queimar, sem piedade, até ser reduzido em cinza não é misericórdia, mas ódio! O próprio Balbach em outra ocasião reconhece isso, pois assim escreveu: ‘...serão todos destruídos, pois Deus abomina estas coisas...Eis que serão como a pragana, o fogo os queima30
rá; não poderão salvar a sua vida do poder da labareda’ (pág.67,68), segundo Balbach os ímpios ‘jamais poderão libertar-se desse estado’ (pág.42). Será que agora vamos dizer que Balbach reveste ao ‘Criador e Benfeitor da humanidade’ dos atributos de Satanás (pág.36)!? Quando Balbach diz que Satanás e os ímpios serão exterminados com fogo no ‘fim do Milênio’ (págs.106,107), tem que esclarecer para seus leitores que não está se referindo a um extermínio instantâneo, mas sim, depois de séculos e séculos de tormentos é que Satanás e os ímpios serão completamente reduzidos a cinzas. Como podemos imaginar por quanto tempo Balbach acha que os ímpios serão atormentados no fogo do inferno? Ele já deixou bem claro que crê que não será sem fim, mas será de modo limitado e findável. Podemos calcular esse tempo limitado pelas pistas que Balbach nos fornece. Por exemplo, ele disse que a ‘expressão...pelos séculos dos séculos... é uma duração mais extensa que ‚aion‛; é o ‚aion‛ desdobrado’, isto é multiplicado’(pág.106). O que é ‚aion‛? Segundo Balbach esse termo grego é traduzido por ‘eterno’, ele diz que ‘não significa necessariamente sem fim’ (págs.40,41). Ele nos dá um exemplo de quanto tempo dura um ‚aion‛. Ele cita: ‘E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisão eternas (aion) até o juízo daquele grande dia’ (Judas 6)’ e então explica: ‘as prisões eternas têm limite e estendem-se até o juízo daquele grande dia (Ver 1 Coríntios 6.3)’ (pág.41). Para calcular o limite dessas ‘prisões eternas (aion)’, temos que saber quando iniciou, isto é, quando esses anjos pecaram. Na pág. 54, Balbach ensina que esses anjos pecaram quando se rebelaram contra Deus junto com Satanás. Não sei se para Balbach, Satanás se rebelou antes da criação da Terra e 31
também não sei se Balbach considera os 7 dias da Criação como literal ou como períodos. Então fica difícil ter um ponto inicial exato. Mas com certeza Satanás e seus anjos se rebelaram antes da criação ou da queda de Adão. Então vamos iniciar a rebelião desse anjos a partir de Adão. Talvez Adão tenha vivido uns 6 mil anos atrás. Isso significa que esses anjos estão nessas ‚prisões eternas‛ uns 6 mil anos. Porém, Balbach diz que se estenderá ‘até o dia do juízo’, isto é, da vinda de Jesus. Bem, não sabemos quando Jesus voltará, pode ser hoje ou daqui a mil anos. Pedro disse que ‘para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia’ (2 Pedro 3.8). Então vamos considerar que Jesus venha daqui a mil anos, isso leva ‘as prisões eternas’ dos anjos caídos a 7 mil anos. Sabendo, por via Balbach, que depois da vinda de Jesus, Satanás e seus anjos ainda permaneceram presos por mil anos até concluir o julgamento, então, temos aí, 8 mil anos de prisões eternas. Isso é apenas um ‚aion‛. Balbach disse que o tormento dos ímpios no lago de fogo é ‘pelos séculos dos séculos’, isto é, o ‘aion desdobrado’ ou seja ‘multiplicado’. Se um ‚aion‛, segundo o nosso calculo é uns 8 mil anos. O que seria esse valor multiplicado? Mas multiplicado por quanto? Na pág. 41, Balbach diz que o termo ‘pelos séculos dos séculos’ é o ‘aion‛ multiplicado por ‘mil’. Ora se o nosso aion é 8 mil, então 8.000 x 1.000 é igual 8 milhões de anos. Meu Deus!!! Satanás e os ímpios serão atormentados no fogo do inferno, até serem reduzidos em cinzas, 8 milhões de anos! E isso não é um exagero, pois ‘pelos séculos dos séculos’ também é usado na Bíblia para se referir a eternidade sem fim (Ap 22.5). Nesse caso Balbach não pode em hipótese alguma taxar de diabólico a doutrina do tormento eterno, pois ele também a ensina! Porém, o seu ensinamento é uma grande contradição, 32
pois ao passo que ele defende que a alma do homem é mortal, contudo ensina que essa alma vai ser atormentada por um longo período no fogo do inferno, que como já foi calculado: uns 8 milhões de anos. Quer dizer ele é um meio-imortalista! Conclusão Aqui eu termino meu analise. Esperava que o Dr. Balbach comentasse o que considero o texto mais convincente dos imortalistas: Filipenses 1.20-24: ‘Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida, quer pela morte; porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. Caso continue vivendo no corpo, terei fruto para do meu trabalho. E já não sei o que escolher! Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor; contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo’. Se Paulo podia nutrir tal pensamento que ao morrer partiria para estar com Cristo, eu acredito que qualquer cristão pode também pensar assim, e se isso é ‘um modo espúrio ensinado popularmente, segundo o qual os justos vão ter com Cristo pela morte’(pág.27), então Paulo foi o primeiro a ensinar isso. Espero que nas próximas edições do seu livro, ‘...e a vida continua?’, o Dr. Balbach possa reservar um capítulo para tecer comentários sobre esse texto paulino.
Edinaldo Nogueira, Setembro de 2006
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