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COLETÂNEA DE MENSAGENS E PALESTRAS DE EDINALDO NOGUEIRA 3ª PARTE
Edinaldo Nogueira E-mail: nogueira.edinaldo@gmail.com (caso queira fazer alguma refutação por escrito pode enviar para e-mail) 2
Dedicatória
Dedico este livro a Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que me concedeu graça. A Ele seja a glória para todo sempre em Cristo Jesus no poder do Espírito Santo! À minha digníssima e amada esposa, Claudete Nogueira, por sua compreensão e amor e aos nossos filhos Letícia e Renan e a sua esposa Aline. Aos meus pais, Paulo e Marleide e meus queridos irmãos e irmãs: Edileuza, Fátima, Ednardo, Edvaldo, Eduardo e Paula. À todos os amados irmãos em Cristo que amam as Doutrinas Cristãs. A todos os leitores dedico este livro.
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PREFÁCIO
Este livro é o terceiro de uma série de livros que trazem minhas mensagens e palestras desde 2009 em diante. Todas estão gravadas em áudio, e agora pretendo compilá-las. Quero deixar um legado para meus descendentes: filhos(as), netos(as) e bisnetos(as). E a todos os membros, presentes e futuros, da congregação da AD/Salém-Palmeiras. Letícia, leia meus livros, e incentive seus filhos a lê-os também, e peça que eles incentivem os filhos deles a lerem. Conheçam minhas crenças e meus valores. Esses são minha herança e meu legado que eu deixo para vocês.
Edinaldo Nogueira
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ÍNDICES DAS MENSAGENS E PALESTRAS Sobre a Conversão de Paulo .......................................................... 006 Sobre as Viagens Missionárias de Paulo ....................................... 012 Sobre Como Evangelizar ................................................................ 028 Sobre Subi ao Monte ....................................................................... 040 Sobre a Doutrina da Trindade ........................................................ 047 Sobre as Três Coisas ....................................................................... 058 Sobre os Nomes e Símbolos do Espírito Santo ............................... 061 Sobre o Espírito Santo - Agente Capacitador da Obra de Deus ... 070 Sobre os Dons que Manifestam a Sabedoria de Deus..................... 079 Sobre Qual é o Estilo Musical de Deus .......................................... 088 Sobre Levantai! Ó Portas as Vossas Cabeças ................................ 099 Sobre o Genuíno Culto Pentecostal ................................................ 103 Sobre a Assembleia de Deus - 100 Anos de Pentecostes ................ 112 Sobre o Tribunal de Cristo ............................................................. 138 Sobre Uma Igreja Autenticamente Pentecostal .............................. 149 Sobre Conservando a Pureza da Doutrina Pentecostal ................. 158 Sobre Aviva, ó Senhor, a Tua Obra ................................................ 174 Sobre A Nova Criação em Cristo ................................................... 186 Sobre A Comissão Cultural e a Grande Comissão ........................ 195 Sobre O Evangelho Objetivo e o Evangelho Subjetivo ................... 205 Sobre A Eficácia do Testemunho Cristão........................................ 209 AUTOBIOGRAFIA (1) .................................................................... 219 Sobre A Justificação do Ímpio........................................................ 223 AUTOBIOGRAFIA (2) ..................................................................
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Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 27 de Fevereiro de 2011 Sobre a Conversão de Paulo
Quem era Saulo de Tarso? Saulo pertencia a uma das tribos de Israel, a tribo de Benjamim. A mesma tribo do primeiro rei de Israel, Saul. Então, não é à toa que ele se chamava Saulo, pois, Saulo é um equivalente grego do nome Saul em hebraico. Seus pais lhe colocaram esse nome em homenagem ao rei Saul. Vamos ler dois textos bíblicos: Rm 11.1: „Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim‟. Fp 3.5: „Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu‟. O que significa „hebreu de hebreus‟? Havia dois tipos de judeus. Um judeu hebreu, e um judeu helenista. O que é um judeu helenista? São aqueles cujo um dos pais não era judeu, nasceram fora da terra de Israel e falavam o grego. E um judeu hebreu? Aquele cujos pais eram hebreus, quer dizer, judeus sem misturas com outras raças e falava o hebraico. Paulo se considerava hebreu de hebreus, isto é, ele considerava que seu sangue hebreu não tinha mistura, era um judeu nato. Muito embora, Paulo tenha nascido em Tarso, ele se considerava hebreu de hebreus porque o seu pai e a sua mãe eram hebreus. Não eram, por exemplo, um judeu e grego ou um judeu e um romano. Portanto, Paulo se considerava um judeu puro. Ele nasceu de uma mãe judia e de um pai judeu. É bom sabermos fazer essa distinção porque os escolhidos 144 mil remanescentes israelitas eleitos e predestinados são dentre os judeus puros, por isso está escrito: „Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens (puros)‟ (Ap 14.4). Ou seja, não são contaminados com nações gentílicas. Esses se constituem o novo Israel, o povo eleito do Messias na nova aliança. Enquanto, que os judeus que não são puros são considerados como gentios, cuja salvação será incluída entre a grande multidão de gentios que aparece em Ap 7.9: „Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas‟. Os pais de Paulo eram tão religiosos que o conduziram dentro da religião judaica conforme a lei de Moisés. De modo, que no oitavo dia, ele foi circuncidado. Nesse dia ele recebeu o nome de Saulo. Deixa-me dar uma nota explicativa. Quando Israel foi levado cativo para Babilônia, na época de Nabucodonosor, os judeus deixaram de falar a língua hebraica, pois a considerava um idioma tão sagrada que não era digno de ser pronunciado em terra estrangeira. Então, começaram a falar o 6
aramaico. Quando eles retornaram de Babilônia, não sabiam mais falar o hebraico, apenas os sacerdotes e escribas conservaram o idioma. Assim, o hebraico era falado apenas nas cerimônias religiosas e o aramaico era falado no dia-a-dia, no comércio e em casa. Mas todo judeu aplicado às Escrituras sabiam falar tanto o aramaico como o hebraico. Paulo era um judeu aplicado, ele era um fariseu. O judaísmo era dividido em várias seitas. Havia os saduceus, os fariseus, os essênios, os zelotes e o grupo dos escribas. Havia, também, o Sinédrio formado por 71 rabinos entre os quais estavam saduceus e fariseus. E os fariseus e os saduceus eram divididos em várias classes lideradas por rabinos. Quando um judeu iria se formar, escolhia uma dessas classes, digamos assim, universidades rabínicas. Essas universidades religiosas viviam em conflitos umas com as outras. Tanto fariseus como saduceus tinham interpretações conflitantes. Até mesmo entre os próprios fariseus havia divergência nas interpretações das Escrituras. Paulo, por sua vez, foi formado na universidade dos fariseus. Podemos, também dizer que, Paulo era um poliglota, pois falava quatro idiomas. Ele falava o hebraico, o grego e o aramaico e possivelmente também o latim. Saulo nasceu em Tarso, cidade da Cilícia. Leiamos alguns textos bíblicos. Atos 21.39: „Mas Paulo lhe disse: Na verdade que sou um homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém, que me permitas falar ao povo‟. Atos 22.3: „Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois‟. Tarso não era uma cidade muito importante como Antioquia na Síria, Atenas na Grécia e Alexandria no Egito. Porém, era uma cidade importante. Era uma metrópole, onde havia universidades e ginásios. Era uma cidade portuária e comercial. Não se sabe quais os motivos que levaram a família de Saulo sair da Palestina para ir morar em Tarso. Acredita-se que foi por razões comerciais, haja visto que o pai de Saulo trabalhava em fazer tendas e em Tarso esse comércio de fazer tendas era muito lucrativo naquela cidade. A cidade de Tarso era uma das províncias do império Romano. Quando Roma dominou os países, estendeu em cada região, digamos assim, uma capital de onde governava aquela localidade, essa capital se chamava província. Por exemplo, a província da Palestina era a Cesaréia, ali o império delegava um governador. Portanto, Saulo nasceu em uma cidade importante, onde morava o governador e dominava toda a região da Cilícia. Vamos agora ver a formação religiosa de Saulo. Toda criança hebreia tem como objetivo na vida se tornar um conhecedor da sua cultura e religião judaica. Seguindo os preceitos da Torá, os pais tinham por 7
mandamentos de Deus inculcar na cabeça dos filhos as leis de Deus. Então, como Saulo nasceu e cresceu em uma família de judeus natos foi instruído na religião judaica. Como os judeus ensinavam seus filhos? Até aos cinco anos de idade, a educação religiosa estava sob a responsabilidade da mãe. Ela contava aos filhos as histórias dos hebreus e alfabetizava as crianças. De modo que com cinco anos a criança hebreia já sabia ler e conhecia a história do seu povo. Aos seis anos de idade, a educação desse menino é transferida para o seu pai. Seu pai, agora, é seu principal professor, que vai lhe ensinar a memorizar textos da Torá e os cânticos da Sinagoga. Nessa idade a criança era matriculada na Sinagoga. Como havia uma Sinagoga em Tarso, Saulo estudou ali com um mestre, até os seus 13 anos de idade. Quando o jovem judeu conclui, digamos assim, o seu curso médio, é levado a Sinagoga para ser diplomado, nesse dia ele passa a ser considerado como filho da lei. Agora ele teria o direito de ler as Escrituras hebraicas na Sinagoga. Nessa idade o jovem judeu sai do local onde ficavam as mulheres com seus filhos para participar diretamente da vida ativa na Sinagoga. Pois as mulheres e crianças ficavam como que por atrás das cortinas apenas ouvindo as reuniões nas Sinagogas. Nessa cerimônia, o rabino coloca no braço do jovem judeu uma porção das Escrituras chamada de filactérias, uma caixinha onde continha 30 versículos da Torá escritos em tiras de pergaminho. E todas as vezes que ele entrava na Sinagoga tinha que portar essa caixinha arramado em seu braço. E era sua obrigação conhecer de cor todos os textos da caixinha. Quando Saulo concluiu seus estudos em Tarso foi levado por seu pai à Jerusalém para cursar agora, digamos assim, sua faculdade. Em Jerusalém havia vários rabinos, dentre eles, seu pai escolheu Gamaliel para instruir Saulo. Gamaliel era considerado de uma grande autoridade nas Escrituras e no Sinédrio, tinha um grande destaque em Israel por ter sido neto de um grande rabino, chamado Hiel. Então, Saulo foi ensinado e criado aos pés de Gamaliel em Jerusalém. Talvez nessa época, Saulo tinha seus 16 anos de idade, e estudou uns 10 anos com Gamaliel. Concluiu sua faculdade, talvez no ano 26 D.C, provavelmente, com seus 24 ou 26 anos de idade. Ao terminar seus estudos em Jerusalém, Saulo retorna à Tarso. E, permanece ali, esperando, uma oportunidade para ser chamado para ministrar aulas como rabino. E enquanto isso trabalha com seu pai, fazendo tendas e vendendo-as. Pois esse era seu ofício que tinha aprendido de seu pai desde garoto. Vamos estudar um pouco sobre a formação cívica de Saulo. Segundo Claudionor de Andrade „Paulo tornara-se, por nascimento, cidadão de Roma, pois a cidade era província romana (At 22.25-29). Naquele tempo, a nacionalidade romana era adquirida de três maneiras: por direito de 8
nascença, por concessão imperial e por aquisição pecuniária (At 22.28; 23.27; 24.7,22)‟[Lição09-1ºTm/2011]. Quer dizer, ou a pessoa nasce romano ou adquiri isso por concessão do imperador, como por exemplo, o imperador chama alguém para servir ao governo romano como funcionário público, como soldado. Roma dá a essa pessoa o direito de cidadania romana. Ou através da aquisição pecuniária, quer dizer, através de uma grande soma de dinheiro, a pessoa podia comprar a nacionalidade romana. Paulo se tornou um cidadão romano por direito de nascimento. Leiamos um texto da Palavra de Deus. Atos 22.27,28: „E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu romano? E ele disse: Sim. E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento‟. Por isso que ele se chamava tanto de Saulo como de Paulo. Pois todo judeu que tinha duas nacionalidades, recebia dois nomes. Um nome gentio e um nome hebreu. O nome Paulo em latim é Paulus e em grego Paulo. Isso trouxe muitas vantagens para ele em sua obra missionária. Um cidadão romano não podia ser crucificado; um cidadão romano tinha o direito de apelar para o Supremo Tribunal e se julgado lá em Roma; um cidadão romano não podia ser açoitado sem que primeiro seja levado a julgamento; um cidadão romano não podia levar 40 chibatadas, apenas 39. Paulo era um cidadão romano de fato porque nasceu em uma província romana. É como, por exemplo, um casal de brasileiros que vão morar nos Estados Unidos, lá eles tem um filho. Esse menino nasce americano. Mas, também, é um brasileiro, pois seus pais são brasileiros. Assim aconteceu com Saulo de Tarso. Paulo, possivelmente, se tornou membro do Sinédrio em Jerusalém. Pois em Atos 26.10 supõe que ele pertencia ao Sinédrio. Sinédrio é a Suprema Coorte Judaica, aonde todos os casos religiosos eram julgados pelos sacerdotes e pelos rabinos. Atos 26.10: „O que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido autorização dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e quando os matavam eu dava o meu voto contra eles‟. Pela expressão „...eu dava o meu voto...‟ se supõe que ele pertencia ao Sinédrio. Pois a decisão no Sinédrio para réu de morte era feita mediante votação. Como se fosse um júri. Veja que o Sinédrio era formado por 71 anciãos. Um número ímpar para que as decisões nunca dê empate. Agora o Sinédrio não poderia executar ninguém. Pois Roma cassou de Israel o direito de aplicar a pena de morte. Eles julgavam as pessoas à pena de morte, mas era Roma que aplicava a pena de morte. Porém, no caso de Estevão, foi um fanatismo religioso. Estevão, não foi levado ao julgamento, mas a turba furiosa o apedrejou, e o poder de Roma fez vista grossa. Possivelmente Roma não iria condenada Estevão por questões religiosas. O 9
que leva Roma sentenciar uma pessoa à pena de morte é quando está em jogo a paz do império, isto é, quando a pessoa se torna uma ameaça ao império romano. Então, o Sinédrio tenta convencer o governador romano que tal pessoa é um rebelde como fizeram com Cristo. Quando Saulo estava em Tarso, em Jerusalém acontecia a história de Jesus, e lá ele ouvia notícias acerca dessa nova seita. E por ser criado em uma religião muito rigorosa e fanática, Saulo tornou-se um religiosos fanático, ou em suas palavras, „extremamente zeloso‟ (Gl 1.14). „Extremamente zeloso‟ era uma pessoa, que assim como Finéias, era capaz de transpassar um inimigo por amor à religião (Nm 25.7,8). Saulo tinha esse pensamento judaico: os rebeldes e blasfemadores tinham que serem mortos. Possivelmente, Saulo retornou a Jerusalém com 30 anos de idade para tentar conter o avanço do que eles chamavam „a seita dos nazarenos‟. É, aí, então que começa a perseguição contra os cristãos. Como aconteceu a conversão de Saulo? Saulo teve um encontro com Jesus no caminho de Damasco. Esse encontro foi registrado em três textos de Atos dos Apóstolos. Em Atos 9.1-9, escrito por Lucas; Atos 22.6-11, também escrito por Lucas, mas usando as palavras de Paulo; e Atos 26.13-18. Leiamos Atos 9.3-9: „E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu‟. Vamos analisar duas questões nesse texto: a primeira questão é uma suposta contradição. Leiamos Atos 9.7 e Atos 22.9. Atos 9.7: „E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém‟. Atos 22.9: „E os que estavam comigo viram, em verdade, a luz, e se atemorizaram muito, mas não ouviram a voz daquele que falava comigo‟. O primeiro texto diz que os homens „ouviram a voz‟, e o segundo texto diz que „não ouviram a voz‟. Isso não é erro de tradução. O Dr. Claudionor de Andrade disse: „Os que o acompanhavam não viram a ninguém. Aturdidos, ouviram, sim, a voz, mas não entenderam a mensagem (At 9.7; 22.9; cf. Jo 12.28-30)‟ [Lição 09-1ºTrim/2011]. 10
Portanto, quando o texto diz que eles não ouviram a voz significa que eles não entenderam a mensagem. Nas línguas originais, o termo grego para „ouvir‟ tanto significar „escutar‟ como também „entender‟. Assim, eles ouviram a voz, mas não entenderam o conteúdo da mensagem. Se alguém falar comigo de longe, eu posso até ouvir a voz, mas às vezes, não entendo o conteúdo da fala. Isso aconteceu com os companheiros de Saulo quando iam no caminho de Damasco. Sabiam que alguém falou com Saulo, mas não sabiam o que aquela voz disse. A segunda questão é a crítica textual. Leiamos Atos 9.5,6 na Bíblia Corrigida e depois na Bíblia Atualizada. Bíblia Corrigida: Atos 9.5,6: „E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer‟. Bíblia Atualizada: Atos 9.5,6: „Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te cumpre fazer‟. Há alguma diferença nesses textos? Cadê a parte do texto que diz „...Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor...‟. Por que na Bíblia Atualizada não consta essa parte do texto que se encontra na Bíblia Corrigida? As traduções da Bíblia Sagrada são baseadas em dois tipos de manuscritos. Uma classe de manuscritos chamados de „os mais originais‟ e outra classe considerada de „manuscritos contaminados‟. A primeira Bíblia traduzida do grego foi a Vulgata Latina. Quem fez essa tradução foi um monge chamado Jeronimo. Ele afirma que fez a sua tradução baseado nos melhores manuscritos hebraicos e gregos. Quando surgiu a máquina Prensa Móvel do inventor Gutenberg (1398-1468)... antes disso, tudo era escrito a mão, depois dele, surgiu as letras impressas. Pois bem, quando Erasmo de Rodertã produz o Novo Testamento em grego impresso, fez baseado nos manuscritos gregos. Porém, ele não encontrou essa parte do texto nos manuscritos gregos. Todavia, ao examinar a Vulgata constava o texto. Então, ele concluiu que Jeronimo fez essa tradução de um manuscrito que existia na sua época, mas que se perdeu. E resolveu colocar em sua tradução grega impressa. A tradução da nossa Bíblia Corrigida foi baseada no texto grego de Erasmo. Por isso que essa tradução é considerada um texto contaminado porque além de ser baseada nos manuscritos gregos, também, foi baseada nos manuscritos latinos. Por isso que encontramos alguns textos que não consta nos manuscritos gregos, mas nos manuscritos latinos. No decorrer dos anos, devido a descobertas de outros manuscritos, fizeram outra tradução em português baseada unicamente nos manuscritos 11
gregos considerados mais originais. Assim, a Bíblia Atualizada é baseada em manuscritos diferentes da Bíblia Corrigida. E, alguns textos que não foi encontrado nesses manuscritos originais, a Bíblia Atualizada os colocou entre colchete. Outros, porém, ela tirou totalmente. Como nesse caso de Atos 9.5,6. Porém, essas diferenças nas traduções não alteram e nem afetam a doutrina e a história, apenas enriquece o texto bíblico. O texto mais combatido é 1ª João 5.7: „Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um‟. Conta alguns críticos textuais, que quando Erasmo chegou nesse versículo, ele não o encontrou nos manuscritos gregos. Ele se dirigiu para o papa que inspecionava a tradução e disse: „Esse texto não consta nos manuscritos gregos, apenas nos manuscritos latinos‟. Então o papa lhe disse: „Crie um manuscrito grego que traga esse versículo‟. Dizem que Erasmo, talvez no século XVI, produziu esse manuscrito grego. Outros, porém, dizem que foi apresentado a Erasmo um manuscrito que continha esse texto. Tal manuscrito foi produzido nessa ocasião por erudito. Há outras estórias sobre a origem desse texto. De modo que esse texto é considerado por alguns críticos textuais como um texto não inspirado, mas um acréscimo ao texto das Escrituras. Todavia, há outros teólogos que contam outras estórias e afirmam que esse texto é original.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 27 de Março de 2011 Sobre as Viagens Missionárias de Paulo
Hoje é o nosso encerramento de um trimestre maravilhoso em que tivemos o privilégio de estudarmos o livro dos Atos dos Apóstolos, que é quase a história das Assembleias de Deus, porque nossos pioneiros basearam suas vidas e suas doutrinas nesse maravilhoso livro, que não é Atos dos Apóstolos, mas Atos do Espírito Santo. Esse livro tem inspirado a vida de muitas igrejas. Irei falar sobre as viagens missionárias de Paulo. Na verdade, para falar desse assunto seria necessário um trimestre inteiro, pois os eventos narrados nesse assunto abrangem muitos conteúdos para serem lecionados em uma simples palestra. Porém irei tentar fazer um „milagre‟. É claro que não entrarei em muitos detalhes, mas certamente, iremos ter uma visão geral dessas viagens missionárias e como Paulo implantou igrejas em terras ainda virgens para o Evangelho. 12
Todavia, antes de entrarmos em nosso assunto, é necessário fazer uma introdução acerca das províncias romanas. Os imperadores quando começaram a agregar territórios ao Império Romano, dividiram esses territórios em várias províncias romanas. Assim como o Brasil na época imperial era dividido em províncias (foram essas províncias que se tornaram nos Estados da Federação Brasileira), assim também, nos impérios antigos, como a Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, suas terras eram divididas em várias províncias. Iremos conhecer algumas dessas províncias. Havia províncias próximas ao litoral do Mar Negro, províncias próximas ao litoral do Mar Egeu, províncias próximas ao litoral do Mar Mediterrâneo e províncias internas. Quais são essas províncias? Temos as províncias da Ásia no litoral do Mar Egeu: Mísia, cidade: Trôade (At 16.7,8); Lídia, cidades: Filadélfia, Tiatira e Éfeso; Cária, Mapa 01 cidades: Mileto e Cnido (At 20.15; 27.7) e Frígia, cidades: Laodicêia, Hierápolis e Colossos (At 16.6). Temos as províncias do Litoral do Mediterrâneo: Lícia, cidades: Pátara e Mira (At 27.5); Panfília, cidade: Perge (At 14.13) e Cilícia, cidade: Tarso. Temos as províncias do Litoral do Mar Negro: Ponto (At 18.2), Paflagônia (não é mencionada na Bíblia) e Bitínia (At 16.6; 1ª Pe 1.1), cidades: Nicéia e Calcedônia. Temos as Províncias no Interior da Ásia Menor: Galácia, distrito: Licaônia e cidades: Icônio, Listra e Derbe; distrito: Pisídia, cidade: Antioquia; Frígia (uma parte dessa província ficava na Ásia e outra na Galácia), cidades: Antioquia e Icônio; e Capadócia [a maior província da Ásia Menor] (At 2.9; 1ª Pe 1.1). Lembram-se dos Pais Capadócios: Basílio, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo que deram uma grande contribuição para o desenvolvimento da doutrina da Trindade. E por último, temos na Palestina as províncias da Judéia e da Síria. Essas províncias eram divididas em duas categorias: as províncias imperiais, que são aquelas governadas diretamente pelo Império Romano, onde havia procuradores colocados pelos imperadores, algumas são: Cilícia, Galácia, Síria e Judéia. Na época da crucificação de Jesus, o procurador da Judéia era Pôncio Pilatos (26-36 d.C.). E havia, também, as províncias senatoriais, governadas por senadores de Roma, onde eles colocavam governadores chamados de procônsulos, algumas eram: Chipre, Macedônia, Acaia e Ásia. Os procônsulos prestavam contas aos senadores de Roma, e esses, por sua vez, prestavam contas ao Imperador de Roma. 13
Dentro das províncias havia os distritos, que eram grandes regiões que ficavam dentro de uma província, por exemplo: Pisídia (At 13.14 BLH), Licaônia (At 14.6 BLH), Mísia (At 16.7) e Frígia (At 18.23). E havia também as colônias, que eram cidades destinadas pelo Senado de Roma para a habitação de cidadãos romanos, como: Filipos (At 16.12), Corinto, Siracusa, Trôade, Antioquia da Pisídia, Listra, Ptolemaida e Icônio. Essas colônias gozavam de certos privilégios, como por exemplo: não pagar impostos ao imperador romano. Temos nessa foto o mapa de uma parte do continente asiático (ver Mapa 02). É nesse continente que está localizada a janela 10/40, onde se encontra os países que seguem a religião budista, hinduísta e islâmica. Esses países são fechados para o Evangelho. Eles se constituem uma cortina de resistência à pregação do Evangelho. Eu mostro esse mapa para que vocês não confundam Mapa 02 o continente da Ásia com a Ásia Menor. A Ásia Menor é uma região dentro do continente da Ásia, onde hoje, se encontra a Turquia. Note que acima da Turquia se encontra o Mar Negro, após esse Mar, ficam os países da antiga União Soviética, que se encontram ao Norte de Israel, chamados na Bíblia de Gogue e Magogue. Foi na Turquia (Ásia Menor) que Paulo desenvolveu a maior parte de seu ministério. E na atualidade os povos menos evangelizados se encontram nessa região. Entenda! Dentro do continente da Ásia ficava a Ásia Menor e dentro da Ásia Menor se encontra a província da Ásia. Quando o livro de Atos dos Apóstolos fala da Ásia, se refere apenas a província da Ásia (At 2.9; 6.9; 16.6; 19.10,22,26; 20.4). Tendo feito essa introdução, vamos prosseguir lendo Romanos 15.19,20: „Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo. E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio‟. 14
Paulo começou pregar o Evangelho desde Jerusalém até alcançar uma província chamada Ilírico (ou Ilíria em algumas Bíblias) que ficava na Europa que correspondia aproximadamente ao que é hoje a Iugoslávia ocidental e parte da Albânia, junto ao mar Adriático. Considerando que Paulo escreveu a sua carta aos romanos na sua terceira viagem missionária. Isso significa que de Ilírico, ele estendeu o Evangelho ainda para Roma, que a visitou depois de sua terceira viagem missionária. Depois de Roma, ele se dirigiu à Espanha (Rm 15.24). Paulo era um desbravador do Evangelho! Um missionário guiado pelo Espírito de Deus! Que fez com que o Evangelho, que nasceu em uma cidade desprezada da Galiléia, chegasse até os confins da Terra. Paulo é considerado o maior personagem depois de Jesus Cristo. Os céticos o consideram como aquele que deu um novo rumo ao cristianismo e fundou uma religião em nome de Jesus Cristo. Mas isso é apenas uma crítica, pois na verdade, Paulo estava à serviço da igreja de Jerusalém e à serviço de Jesus Cristo. Paulo se encontra na província da Síria, onde trabalhava com Barnabé na obra do Senhor. Ele passou ali um ano e alguns meses. E, um dia a igreja estava em oração, buscando uma direção de Deus, que rumo deveria tomar. Pois Paulo sabia que a sua missão era levar o Evangelho além dos judeus. Desde a sua chamada na estrada de Damasco, Deus lhe tinha dito que ele iria anunciar o Seu nome entre os gentios. Então, a igreja estava em oração, e ali se encontrava os profetas e os mestres. Deus toma um profeta em profecia e diz: „Apartai-vos para mim, Paulo e Barnabé, para a obra que vos tenho chamado‟. Desse modo, eles, conforme diz a Escritura, foram „enviados pelo Espírito Santo‟. Paulo e Barnabé estavam em Antioquia, e se dirigiram a Selêucia, uma cidade pontuaria de Antioquia. Quando os sírios governavam essa região, um homem chamado Seleuco I Nicator (358 - 281 a.C.) edificou várias cidades chamadas de Antioquia em homenagem a Antíoco, seu pai (mas não era Antíoco Epifânio, pois havia vários Antíocos). A cidade de Selêucia, também, Mapa 03 foi fundada por ele em sua homenagem. Havia talvez 15
26 cidades chamadas de Antioquia. E essa aqui, é chamada de Antioquia da Síria. Veja no mapa 2 que aparece outra Antioquia, conhecida como Antioquia da Pisídia, localizada na Galácia. Então, os missionários Paulo e Barnabé, e também João Marcos, que levaram consigo, como ajudante, navegaram de Selêucia até a Ilha de Chipre. Barnabé era natural da Ilha de Chipre (At 4.36), com certeza aproveitou a ocasião para visitar seus parentes e apresenta-los João Marcos, que era seu sobrinho (Cl 4.10). Percorreram toda a Ilha de Chipre, evangelizando, num espaço de 145 km, e dirigiram à uma cidade chamada de Pafos. Pafos era a capital de Chipre, onde havia um templo dedicada a deusa Afrodite. A deusa Afrodite era padroeira da Ilha de Chipre, pois acreditava os cipriotas que ao sair das águas do Mar Mediterrâneo, ela veio para a Ilha de Chipre. Nessa cidade, Paulo se confronta com um mágico e feiticeiro, um judeu desviado, chamado de Barjesus. „Barjesus‟ é uma palavra hebraica que significa „filho de jesus‟, e, também, era chamado de Elimas. E enquanto Paulo pregava o evangelho para Sérgio Paulo, governador da Ilha de Chipre, esse mágico, chamado de falso profeta, fazia oposição às palavras do apóstolo Paulo. Então, Paulo, diz a Escritura, „cheio do Espírito Santo‟ falou para aquele mágico: „Ó filho do diabo...‟ é por isso que Paulo o chama de filho do diabo, pois, seu nome contraditoriamente, era „filho de jesus‟. Paulo disse: „Ó filho do diabo não cessarás de perturbar o reto caminho do Senhor? Eis sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego por algum tempo sem ver a luz do céu‟. Diz a Bíblia que de repente caiu uma nuvem escura sobre aquele homem, e ele ficou tateando na escuridão à procura de alguém para leva-lo ao seu aposento. Nesse momento, o governador Sérgio Paulo, ficou tão admirado dos feitos do Senhor Jesus, da sua manifestação poderosa e da sua doutrina que se converteu ao evangelho. Talvez seja a primeira pessoa convertida na Ilha de Chipre. Aproveitando a ocasião, Lucas passar a chamar „Saulo‟ de „Paulo‟, quer dizer, é a partir dessa Ilha que ele deixa de ser chamado de „Saulo‟ para ser chamado, agora, de „Paulo‟. „Saulo‟ era o nome que ele utilizava em sua cultura judaica, mas „Paulo‟, é um nome romano, que ele passou a usar nas terras estrangeiras. De Pafos, eles seguiram viagem até a cidade de Perge, capital da Panfília, a 200 km de Chipre (veja o mapa 03). Para atingir essa cidade, eles deveriam atravessar o Mar Mediterrâneo. Vocês sabem que a palavra „mediterrâneo‟ é formada por duas palavras gregas, „medi‟ que significa „meio‟ e „terrâneo‟ que significa „terra‟, significando que esse mar está localizado no meio da terra. Realmente esse mar ficava entre os continentes Europeu, Asiático e Africano. 16
Ao travessarem o Mar Mediterrânea chegaram em uma cidade chamada Perge. Diz que Paulo adoeceu, isso se encontra em Gálatas 4.13, possivelmente de malária. Dali seguiram caminho até Antioquia da Pisídia. Esse caminho era muito perigoso, devido as montanhas que eles deveriam escalar por estreitas pontes de madeiras que ficavam debaixo de cachoeiras, e além disso, havia nessa região muitos piratas, que ao serem expulsos do Mar Mediterrâneo pelo imperador romano, se alojaram nas montanhas. Passagem muito perigosa, de modo que supõe que João Marcos tenha desistindo dessa viagem por medo e falta de experiência. Então, João Marcos volta para Jerusalém, deixando apenas, Paulo e Barnabé seguir viagem para Antioquia. Paulo chegou a Antioquia, ainda enfermo, após uma viagem de 160 quilômetros. Nessa cidade se dirigiu, num dia sábado, a uma sinagoga onde pregou um sermão registrado por Lucas de uma maneira detalhada, dandonos a atender que essa era a mensagem principal de Paulo, que ele pregava, também, nas demais cidades. Após essa pregação, eles alcançaram grande sucesso, pois, os judeus, dessa localidade, ficaram admirados com a mensagem que Paulo trazia. Porque era uma mensagem diferente das mensagens que os rabinos ensinavam nas sinagogas. Haja visto que os rabinos ensinavam a vinda de um messias que iria destruir o império romano e estabelecer o governo em Jerusalém. Porém, Paulo ensinava que o Messias já havia chegado, e que os judeus de Jerusalém não O reconheceram como Messias, pelo que O crucificaram, mas Deus O ressuscitou. Então, essas palavras encheram alguns judeus de esperança, e também aos gentios, pois pediram para que Paulo e Barnabé voltassem no próximo sábado. Decorrendo um sábado, Paulo voltou novamente à sinagoga. Durante a semana, a mensagem de Paulo havia percorrido toda aquela cidade, de modo que no próximo sábado toda a cidade afluiu à sinagoga a fim de ouvir a mensagem do apóstolo Paulo. A sinagoga ficou hiperlotada de judeus, e fora havia também uma multidão de gentios. Isso causou inveja nos judeus que começaram a blasfemar do apóstolo Paulo e o expulsaram da sinagoga. Paulo, então, lhes disse: „Já que vocês não querem ouvir o evangelho, mesmo sendo vocês privilegiados para ouvi-lo primeiro, sacudo o pó dos meus pés contra vós, e passo, agora, para os gentios‟. Esse gesto de Paulo de sacudir o pó de seus pés significava que ele estava considerando aqueles judeus como uma raça de pessoas malditas. Por que quando os judeus vinham de outras cidades para Jerusalém, especialmente na época da Páscoa, Pentecostes e Festa dos Tabernáculos, eles, ao chegarem próximo às portas de Jerusalém, sacudiam o pó de seus pés para que Jerusalém não fosse contaminada pelas nações gentílicas. Agora, Paulo usa esse mesmo gesto contra eles como indignos da vida 17
eterna, enquanto os gentios, benditos, pois iriam receber o evangelho da graça de Deus. Expulsos de Antioquia da Pisídia, eles foram para Icônio que ficava à 96 km. Nessa cidade, Paulo desenvolveu um ministério excelente, porque ali, Deus o usou poderosamente para realizar prodígios e sinais. A Escritura diz que o Senhor „dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios‟ (At 14.3). Porém, depois que os judeus de Antioquia, souberam que Paulo estava tendo um ministério abençoado em Icônio, se dirigiram àquela cidade, para incitar os judeus de Icônio contra os apóstolos. E diz a Escritura que toda a cidade se dividiu: uns apoiava os apóstolos e outros eram contra os apóstolos. Paulo e Barnabé para não serem apedrejados, fugiram para Listra, que ficava no distrito de Licaônica, à 32 km ao sul. Aqui Paulo começou a pregar o evangelho, e na porta da cidade, havia um paralitico que mendigava. Enquanto Paulo ministrava, olhou para aquele homem, e viu que ele tinha fé para ser curado, então lhe „disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés‟ (At 14.10). E aquele homem saltou e andou. Os cidadãos daquela cidade pensaram que Paulo e Barnabé eram deuses transfigurados em seres humanos, e chamaram Barnabé de Júpiter (Zeus), e Paulo de Mercúrio (ou Hermes). Nomes dos deuses da mitologia grecoromana. Por que eles chamaram Barnabé de Zeus e Paulo de Hermes? Vocês sabem que Zeus é considerado na mitologia grega como o maioral entre os deuses, ele governa sobre o Monte Olimpo e mandava nos outros deuses. Mas para eles, Barnabé era Zeus, e Paulo, Hermes. Porque Hermes era um tipo de intérprete dos deuses, ele transmitia as mensagens dos deuses. Como era Paulo que falava, eles pensavam que Paulo estava transmitindo as palavras de Barnabé, que era Zeus. É exatamente de Hermes que vem a nossa palavra teológica „hermenêutica‟. A situação foi piorando, aponto de eles quererem oferecer sacrifícios de animais à Barnabé e a Paulo. Porém os apóstolos não estavam entendendo nada, pois, eles estavam falando em sua língua nativa, licaônica. Deram-se conta quando o sacerdote já se aproximava com os touros e aquelas parafernálias que usavam para sacrificar aos deuses. Foi quando Paulo e Barnabé saltaram, rascaram suas vestes e disseram: „Não façam isso! Porque somos homens iguais a vocês! Estamos aqui para dizer exatamente que vocês têm que deixarem esses ídolos mortos, e adorar o Deus vivo‟. Nessa ocasião chega os judeus de Antioquia e Icônio, que vinham nos encalços do apóstolo Paulo e Barnabé para tentar atrapalhar a missão deles. De repente, esses judeus conseguem influenciar àqueles homens, que estavam tentando adorar os apóstolos, à mudarem de mentalidade, e agora, arrastaram Paulo e o apedrejaram. Esse foi o primeiro e único 18
apedrejamento que Paulo sofrera em sua vida. Ele fala isso em 2ª Coríntios 11.25, quando disse: „uma vez fui apedrejado‟. Isso aconteceu em Listra. Era proibido um cidadão romano ser apedrejado. Todavia, Paulo foi apedrejado, mas não reivindicou seus direitos de cidadania. Ele calou-se, para se submeter ao vitupério por amor a Cristo, quer dizer, abriu mão de seu direito para sofrer por amor a Cristo. E muitas vezes, nós não queremos abrir mão de nossos direitos e privilégios para sofrer alguma injúria, calúnia e fofoca por amor de Jesus Cristo. Mas Paulo não sofreu uma injúria, uma calúnia e uma fofoca, mas um apedrejamento, e foi esse mesmo tipo de sofrimento que levou Estêvão ao martírio. Alguns comentaristas pensam que Paulo morreu nessa ocasião, e ressuscitou. Mas na verdade, ele desmaiou, e seus algozes achando que ele tinha morrido, deixaram de apedreja-lo. Ao voltar a si, entra na cidade novamente, e, talvez se hospedou na casa de Eunice, e logo após, ao se recuperar, saiu com Barnabé para cidade de Derbe em uma viagem de 96km. Na cidade de Derbe, eles pregam o evangelho. Então, Paulo disse à Barnabé: „Vamos voltar as cidades que evangelizarmos, para visitar os irmãos‟. Veja no mapa 03 onde se localiza a cidade de Derbe. Daqui Paulo poderia seguir viagem para Antioquia da Síria e concluir sua primeira viagem missionária. Mas resolveu voltar à onde anteriormente havia sido apedrejado. Porque ele não temia. Ele dizia que em sua vida não tinha nada de valor quando comparada com o valor do evangelho. E se fosse para morrer pregando o evangelho, ele estaria disposto. Então, eles voltaram às mesmas cidades onde Mapa 03 haviam sido perseguidos, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Mas, agora, para fortalecer os irmãos e estabelecer presbíteros em cada cidade. Após visitar essa região, eles se dirigem ao porto de Panfília, que ficava em Atália, lá encontraram um navio com destino a Selêucia, o porto de Antioquia na Síria. Assim terminaram a primeira viagem missionária em 47 e 48 AD. Quando Paulo e Barnabé chegaram a Antioquia, viajaram até Jerusalém a fim de participar de um concílio. Nesse período, Paulo escreveu 19
cartas às igrejas da Galácia que abrangiam as igrejas de Listra, Icônio e Derbe. Talvez seja a primeira epístola do Novo Testamento, escrita em 49 AD. Paulo convida Barnabé para fazerem uma revisita os irmãos da Galácia, para ver como eles estão. Barnabé quis levar João Marcos novamente. Então, por causa disso, há uma grande contenda entre Paulo e Barnabé. Pois, diga de passagem, que Paulo não é um sujeito fácil. Ele não abre mãos, com facilidade, de seus princípios. Por outro lado, Barnabé, também, não estava disposto a ceder. E assim os dois grandes missionários se dividem. Barnabé toma João Marcos e parte novamente para a Ilha de Chipre; nunca mais Barnabé vai aparecer em Atos dos Apóstolos, pois, o foco de Lucas é Paulo. Então, Paulo junto com Silas partem para a segunda viagem missionária. Silas era uma pessoa ideal para ir com Paulo, pois, Silas, assim como Paulo, era um cidadão romano, e um judeu helenista. E por ser um judeu helenista, tinha dois nomes: Silas e Silvano. Eles são as mesmas pessoas. Paulo e Silas saíram de Antioquia e foram para a província da Cilícia (Mapa 04). Itinerário feito por terra, e não por mar, talvez a pé ou de caravana. Não se sabe. Paulo ao passar pela Cilícia visita a sua cidade natal. Não se sabe quando o evangelho chegou a Cilícia, mas se Mapa 04 supõem que foi durante o tempo que Paulo esteve ali, logo após sua conversão e antes de subir a Jerusalém. Esse tempo é conhecido como os dez anos de silêncio na vida de Paulo. Pensa-se que durante esses dez anos, Paulo estudou nas faculdades gregas, trabalhava em fazer tendas e implantou o evangelho nessa região. Paulo, agora, se dirige a Cilícia com o objetivo de entregar as cartas trazidas de Jerusalém que dava aos gentios a liberdade de servir a Deus sem se preocuparem com os costumes judaicos. Depois, eles se dirigem a algumas cidades da província da Galácia, que são Derbe, Listra e Icônio. Em Listra, Paulo conhece um rapaz chamado Timóteo. Talvez com seus 17 anos de idade. E muita gente fala bem de Timóteo; dava bom testemunho dele. Paulo sente um afeto muito grande por Timóteo, e desejou levar Timóteo consigo. Era um jovem inexperiente e novo convertido, mas Paulo estava disposto a investir nesse rapaz. 20
Porém, tinha um problema. Timóteo era misto. Ele era um judeu e um grego. Porque sua mãe, Eunice, era judia e seu pai era um grego, e por causa disso, Timóteo não era circuncidado. Então, Paulo, por razões de conveniência, resolve circuncidar Timóteo, para que ele pudesse ter livre curso entre os judeus ao andar com Paulo, poder ter acesso à sinagoga e ao templo de Jerusalém. Essa atitude não tinha nada a ver com salvação. Pois Paulo já tinha superado essa obsessão dos judeus de que as pessoas tinham que primeiro se circuncidar para então se tornar um cristão. Estando, pois, Paulo na região da Galácia, pretende seguir viagem para Éfeso. Seu desejo era introduzir o evangelho em Éfeso, e, talvez, transformá-la em centro missionário, devido ao fato, da cidade de Éfeso ser a capital da província da Ásia. Todavia, diz a Escritura que ao tentar Paulo ir à Éfeso, na Ásia, o Espírito de Deus o impediu. De modo que ele resolve ir para Bitínia. Mas aqui, também, o Espírito diz: „Não! Aí não!‟. Alguns dizem que Paulo foi impedido de pregar em Bitínia porque o apóstolo Pedro estava pregando nessa região. Então Paulo fica entre Bitínia e Ásia, na Mísia, e se dirige para Trôade (veja Mapa 01). E, fica nessa cidade esperando as coordenadas do Espírito Santo. E enquanto Paulo esteve em Trôade, diz a Escritura que ele teve um sonho. E nesse sonho alguém falava, de modo desesperado: „Passa a Macedônia, e ajuda-nos‟. Ao acordar de amanhã, atordoado, Paulo compartilhou o sonho com Silas. Eles entenderam que o Senhor lhes estava chamando a pregar na Macedônia (veja no Mapa 04 onde se localiza a Macedônia). Leiamos At 16.9,10: „E Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos. E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho‟. Irmãos! Prestem bem atenção no versículo 10. Esse versículo é considerado como uma das passagens em plural de Atos dos Apóstolos. Porque o escritor de Atos se coloca na narração. Isso significa que Paulo conheceu Lucas em Trôade, talvez sua cidade natal. É uma leitura conhecida como leitura nas entrelinhas, são coisas que não aparecem nas letras, mas que estão por debaixo das letras, por assim dizer. Às vezes, o leitor passa despercebido, não enxergando o que está nas entrelinhas das Escrituras. Pois não devemos entender apenas o que está escrito, mas, também, o que está dito. E aqui (Atos 16.10) está dito que Lucas passa a compor, agora, a equipe missionária. Muito embora, não esteja escrito, mas está dito. E a partir daqui, Lucas se torna uma testemunha ocular do ministério paulino. De modo que muitas coisas que ele vai escrever em Atos, não foram apenas 21
baseadas em informações de terceiros, mas ele mesmo presenciou aqueles fatos. Com a participação de Lucas, agora temos quatro missionários: Paulo, Silas, Timóteo e Lucas. Eles partem de Trôade no continente da Ásia e entram no continente da Europa ao atravessar, de navio, o Mar Egeu, passam por Samotrácia e, no dia seguinte, por Neápolis, e chegam a Filipos (ver Mpa 04). Em Filipos acontece a primeira conversão em terras europeias, que segundo o Dr. Claudionor de Andrade foi a primeira europeia que se converteu. Quem foi ela? Lídia. Em Filipos, eles ganham Lídia para Jesus, na beira do rio onde havia um lugar de oração, e ficam hospedados em sua casa, passam, então, a pregar o evangelho nesse local de oração, pois não havia sinagogas em Filipos. Havia uma moça que tinha um espírito de adivinhação que dava grandes lucros para seus senhores. E todos os dias quando Paulo passava por ali, aquela moça dizia aos berros, com aquela voz estridente: „Eis aí os servos do Deus Altíssimo que nos anunciam o caminho da salvação‟. E isso aconteceu por vários dias. Até que Paulo ficou inculcado com aquilo, e talvez dissesse para Silas: „Há alguma coisa estranha nessa menina‟. Porém, um dia, quando Paulo estava cheio do Espírito Santo, essa moça veio com a mesma conversa, ele não pensou duas vezes, mas disse: „Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela‟. Naquele instante, aquela moça caiu no chão se debatendo e espumando. Paulo expeliu o demônio dela. Porém, os comerciantes que explorava aquela moça para obter lucros através da adivinhação se revoltaram contra Paulo e Silas; e os conduziram aos magistrados, ambos foram açoitados com varas, e levados para o cárcere. Vocês conhecem muito bem nessa história. A meia-noite, eles cantavam e oravam, e Deus visitou aquele local com um terremoto, e eles foram libertos daquelas cadeias. Então, o carcereiro ficou desesperado, achando que os presos haviam fugidos, e quis se matar. Porém, Paulo lhe disse: „Não faça tal coisa! E ele, então, perguntou: „O que devo fazer para me salvar?‟. Paulo respondeu: „Crer no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa‟. Aquele homem se converteu, e juntamente com ele toda a sua família. Diz que esse homem era exatamente aquele homem, que em sonho, dizia à Paulo: „Passa à Macedônia e ajuda-nos‟. Logo após implantarem o evangelho em Filipos vão para a cidade de Tessalônica passando por Anfípolis e Apolônia. Em Tessalônica, Paulo e sua equipe se hospedam na casa de Jasom, possivelmente parente de Paulo (At 17.7; Rm 16.21). Se dirigem à uma sinagoga onde pregam o evangelho, mas não são bem aceitos pelos judeus 22
daquela localidade. Todavia, muitas pessoas se convertem, dentre eles Aristarco (At 17.2-4; 19.29; 27.2). Nesse ínterim, a igreja de Filipos envia recursos financeiros para Paulo por intermédio de Epafrodito (Fl 4.15-18). Devido a perseguição e o alvoroço causado pelos judeus movidos por inveja, Paulo e Silas, e também, Timóteo, a noite, são enviados à cidade de Beréia (ver Mapa 04). Na cidade de Beréia, criou-se aquele jargão chamado de „crentes bereanos‟. O que é um crente bereano? É o crente que não come na mão de ninguém! Ele come na mão das Escrituras. Tudo quando lhe diz, primeiramente, ele examina as Escrituras para ver se condiz com elas. É um crente que estuda as Escrituras. Então, Paulo e Silas pregavam, mas os irmãos de Beréia não se acomodavam pelo fato de ser o grande missionário que estava falando. Paulo tinha que falar e comprovar para que aqueles irmãos pudessem acreditar. Aqueles irmãos não eram o crente „maria-vai-com-as-outras‟, e nem o crente Urias. Você conhece o crente Urias? Que vai com a carta debaixo do braço, mas não sabe o que está escrito nela. Assim, também, acontece com muitos crentes. Dizem o que as pessoas dizem; pregam o que as pessoas pregam, mas ele mesmo não examina se o que está dizendo é correto; se o que está pregando é o que as Escrituras dizem. É por falta desses crentes bereanos que surgem as heresias e as dissenções. Eu conheci um irmão que sempre dizia em seus sermões: „A Bíblia diz: Aí daquele que faz do seu nariz uma chaminé‟. Alguns irmãos me procuravam pergunto onde estava escrito esse versículo na Bíblia. Eu dizia: „Em lugar nenhum!‟. Então, resolveram perguntar ao irmão. Ele respondeu: „Eu não sei onde está escrito! Mas eu ouvi o Billy Graham disser isso em uma pregação, e eu estou dizendo também‟. Com certeza, Billy Graham nunca disse isso! Mas esse irmão baseou isso na cantiga do Bezerra da Silva que diz: „Nariz de malandro não é chaminé‟. O crente bereano ouve a pregação e o ensino, e examina nas Escrituras para ver se é compatível com elas. Porque a Escritura é a nossa regra de fé e de prática, não os dogmas denominacionais. Por isso está escrito: „Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim‟ (At 17.11). E lembrando que naquela época as Escrituras não era um livro como o nosso dividido em capítulos e versículos, fácil de encontrar uma referência, basta dizer: „no livro tal, no capítulo tal e no tal versículo‟. Paulo citava as palavras dos profetas, como por exemplo, está escrito em Jeremias. E aqueles irmãos encontravam o texto em Jeremias, que era um rolo. Porque eles conheciam as Escrituras. E você pensa que eles tinham as 23
Escrituras em casa, eles tinham que ir à sinagoga para ler e examinar as Escrituras. Por isso que a Bíblia diz: „A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce‟ (Pv 27.7). Se nós não tivéssemos Bíblias, o que tinha de crente correndo trás de Bíblias para ler ninguém contava. Mas como temos Bíblias de todo jeito e de todo tipo, até mesmo Bíblia para crente que não gosta de andar com Bíblia, que é a Bíblia de bolso, mas, simplesmente, poucas pessoas leem as Escrituras. Alguns pensam que quem tem que ler as Escrituras é apenas o pregador ou uma pessoa que ensina – „eu sou cantor, por que, então, vou ler as Escrituras?‟ – „meu trabalho é de limpar a igreja, por que eu vou ler as Escrituras, minha missão não de pregar nem de ensinar‟. A Bíblia não é para ser lida simplesmente para fazer sermões e ensinamentos, mas para moldar nosso entendimento e nosso caráter. De Beréia, Paulo parte para Grécia, mas Silas e Timóteo ficam em Beréia, na Macedônia, pois Paulo havia solicitado a Timóteo que fosse visitar os irmãos de Tessalônica (1ª Ts 3.1-5). Grécia aparece com o nome de Acaia (ver mapa 04), porque Acaia era como os romanos chamavam a Grécia. Paulo se dirige a cidade de Atenas. Em Atenas, Paulo prega em um local chamado Areópago. O que é um Areópago? (veja a foto ao lado). Não é um templo e nem um teatro, mas uma colina. Por que era chamada de Areópago? Essa palavra é formada por dois termos gregos: „areo‟ e „pago‟. „pago‟ significa „colina‟ e „areo‟ ou „Ares‟ era um deus grego, um deus da guerra. Filho de Zeus e irmão de Atena. Diz a mitologia que esse deus foi julgado nessa colina por um assassinato, mas foi absolvido, por isso ficou conhecida como colina de Ares, que os romanos chama de colina de Marte, que é o mesmo deus mítico. Nessa colina se reunia o tribunal ou o conselho mais ilustre de Atenas. Foi nessa colina que Paulo pregou o famoso sermão „AO DEUS DESCONHECIDO‟, e citou alguns filósofos gregos. Porém, ao falar da ressurreição de Jesus, foi zombado e escarnecido, porém, algumas pessoas acreditaram em sua mensagem, entre elas, Dionísio e Dâmares. Segundo Eusébio de Cesaréia, Dionísio foi o primeiro bispo de Atenas (História Eclesiástica, pág. 53,92). 24
„E depois disto partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto‟ (At 18.1). Ali ele conheceu Áquila e Priscila, um casal de judeus que se tornaram grandes amigos de Paulo. Em Corinto, Paulo escreve as duas cartas à Tessalônica. Paulo teve um ministério abençoado em Corinto, mas, também, foi perseguido. Silas e Timóteo chegam a Corinto, talvez trazendo ofertas das igrejas da Macedônia para Paulo (At 18.5; 1ª Ts 3.6; 2ª Co 11.9). „Foi Paulo impulsionado no espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo‟ e ganha muitas almas para o Senhor (At 18.5-11). Alguns deles são Estéfanas e sua família (1ª Co 1.16; 16.15); Crispo e Gaio (1ª Co 1.14); Tício, Sóstenes, Erasto (tesoureiro), Febe, Quarto, Tércio (amanuense) e etc. Por ter sido proibido de pregar na sinagoga, ele, então novamente, diz aos judeus: „O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios‟ (At 18.6). E estabelece um ponto de pregação ao lado da sinagoga, na casa de um irmão chamado Tício. E isso causou mais raiva e inveja nos judeus, pois não conseguiram amordaçar a boca do apóstolo. Mas a pressão era tão grande encima de Paulo, que ele diz: „Senhor, irei partir para outras cidades‟. Mas o Senhor aparece a ele em visão e lhe diz: „Não temas, mas fala, e não te cales; porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade‟ (At 18.9,10). Paulo, então, cria coragem e estende o seu ministério por um ano e seis meses em Corinto. Depois Paulo resolve viajar para a Palestina, por isso se dirige a cidade de Cencréia, que era um porto de Corinto, levando consigo Priscila e Áquila. Em Cencréia raspou a cabeça devido a um voto que havia feito em Corinto. Talvez o voto de nazireu, de se consagrar inteiramente a pregação do evangelho. Porém, se de fato era um voto de nazireu, seu cabelo tinha que ser ofertado em Jerusalém. Chega a Éfeso, e ali deixa Áquila e Priscila, e então, toma rumo para Cesaréia (ver mapa 04). „E, chegando a Cesaréia, subiu a Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia‟ (At 18.22). E conclui a sua segunda viagem missionária em 49 a 52 AD. Rapidamente, Paulo resolve partir para a sua terceira viagem missionária. Talvez a viagem mais longa. Como de costume, Paulo parte de Antioquia, e visita as igrejas da Galácias, e vai direto para Éfeso. Não se sabe quem acompanhou Paulo nessa viagem. Mas com certeza, ia com uma caravana de irmãos.
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Em Éfeso, Paulo se estabelece, e ficou lá três anos. É aqui onde Paulo atinge o ponto culminante do seu ministério. Diz que ele pregou três meses na sinagoga, mas depois foi expulso, e se estabeleceu em uma escola de um filósofo chamado Tirano. Esse filósofo dava aulas de manhã, e Paulo ministrava à tarde, e durante a noite fazia visitas. Mapa 05 Paulo se entregou plenamente ao ministério, sendo sustentado, talvez, por ofertas de igrejas como a de Filipos, mas, também, trabalhava com suas próprias mãos. E, diz a Bíblia que no período de dois anos, toda a província da Ásia foi atingida com a pregação da palavra de Deus. Muito embora, Paulo não tinha ido pessoalmente a todas as cidades, mas enviava, de Éfeso, missionários para pregarem nas várias cidades da Ásia, entre elas, Colossos, Laodicéia e Hierápolis (Cl 4.12,13). Durante esse tempo, diz a Escrituras, que Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários. Milagres que não aconteciam no contexto comum da igreja. Eram milagres nunca vistos, de modo que até os aventais e os lenços de Paulo eram levados para curar enfermidades e expulsar demônios. Todavia, Paulo não incentiva aquelas práticas, porém, as pessoas pegavam esses objetos, e levavam com fé, e aconteciam os milagres. Através da mensagem do apóstolo Paulo, Deus começou destruir o paganismo em Éfeso. De modo que o comercio pagão começou a entrar em decadência. As pessoas não queriam mais comprar as imagens dos deuses, coisas que movimentava o comércio religioso, como o Canindé e o Juazeiro no Ceará. Não só os deuses estavam caindo em descredito, como também a bruxaria e a feitiçaria estavam sendo abandonadas. E assim as pessoas estavam queimando os seus livros de magias. A cidade de Éfeso foi impactada! Paulo envia Timóteo e Apolo a Corinto, pois havia recebido algumas reclamações de algumas pessoas da família de Cloé acerca das divisões e 26
desordens na igreja de Corinto (1ª Co 1.11). Timóteo e Apolo chegam de Corinto. As coisas não iam muito bem em Corinto. Paulo resolve fazer uma rápida visita a Corinto, mas sente-se humilhado ali e volta para Éfeso. Então, Paulo envia Tito à Corinto, conduzindo talvez uma carta que se perdeu (1ª Co 5.9). Paulo recebe uma delegação de Corinto formado por Estéfanas, Fortunato e Acaico que traziam uma carta da igreja (1ª Co 16.17). Então, Paulo envia Timóteo e Erasmo para Macedônia e Acaia. Apolo recusa ir agora. A missão de Timóteo era levantar fundos junto as igrejas para ajudar os santos da Judéia. Ele conduzia uma epístola de Paulo aos coríntios e prometendo-lhes fazer uma terceira visita (At 19.22; 1ª Co 1.1; 4.17; 16.5-7,12; Rm 15.26,27). Timóteo também ia com a missão de reunir uma comissão de irmãos para se encontrar com Paulo em Éfeso (1ª Co 16.10,11). Paulo poderia ter demorado mais tempo em Éfeso, até a festa de Pentecostes (1ª Co 16.8), mas a pressão foi muito grande encima dele. Havia um sujeito chamado Demétrio que se levantou contra Paulo, outro também, chamado de Alexandre. Esse Demétrio causou um grande alvoroço na cidade de Éfeso contra Paulo por causa da deusa Diana. Paulo, então, determina, ir para Jerusalém, para a festa de Pentecostes, pretendia passar por Macedônia e Acaia, por isso enviara Timóteo e Erasmo em sua frente. Depois, de Éfeso, Paulo, passa rapidamente por Trôade, esperando se encontrar com Tito que retornava de Corinto, estava ansioso por notícias daquela igreja (2ª Co 2.12,13). Porém, vai para Filipos, na Macedônia. Ali, Paulo visita várias igrejas fortalecendo a fé dos irmãos (At 20.1,2). É possível que nessa ocasião, Paulo tenha pregado em Ilírico, província próxima ao mar Adriático (Rm 15.20). Tito chega de Corinto trazendo boas notícias para Paulo (2ª Co 7.5-7). Paulo escreve a segunda epístola aos coríntios e a envia por intermédio de Tito e Lucas, que retornam trazendo à Paulo as ofertas de Corinto (2ª Co 8.16-20; 2ª Co 12.18). Depois, Paulo faz uma terceira visita a cidade de Corinto na Acaia (Grécia) conforme tinha prometido a fim de colher uma oferta para custear sua viagem a Judéia (2ª Co 1.15,16; 13.1; 1ª Co 16.5,6), e fica ali três meses. Durante esse tempo, Paulo escreve uma epístola aos Romanos prometendo visitá-los e depois prosseguir para a Espanha (Rm 15.2224,28,29). Timóteo chega a Corinto, tendo terminado sua campanha de arrecadação de uma coleta para os santos da Judéia, trazendo uma comissão diaconal de várias igrejas: Sópatro da igreja de Beréia, Aristarco e Segundo da igreja de Tessalônica, Gaio da igreja de Derbe e Tíquico e Trófimo das igrejas da Ásia. Esses obreiros traziam ofertas para os santos da Judéia (At 20.4; 1ª Co 16.1-4). 27
Tendo concluindo essa campanha de arrecadação de ofertas, Paulo resolve ir para Cencréia a fim de fretar um navio para Jerusalém, porém descobre que havia alguns judeus conspirando contra a sua vida, então, ele retorna novamente para a Macedônia (Rm 15.25,26; At 200.3). Estes obreiros, indo adiante, esperaram Paulo em Trôade, na Ásia. Em Filipos, na Macedônia, Paulo se encontra com Lucas, depois dos dias dos pães asmos (uma semana), ambos navegam para Trôade. Em Trôade, na Páscoa, Paulo celebra a ceia do Senhor em um cenáculo no 3º andar de uma casa (At 20.7). Durante o seu longo discurso, o jovem Êutico caí da janela, morre, mas é ressuscitado por Paulo (At 20.8-12). Paulo ordena que sua equipe navegue para a cidade de Assôs, devendo ele ir a pé (At 20.13). Assôs ficava 32 km de Trôade. Paulo se encontra com seus companheiros e juntos navegam a Mitilene, capital da ilha Lesbos. Passam um dia nessa cidade, depois seguem viagem para Mileto passando por Quios (ilha) e Samos (ilha) – ver Mapa 05. Na cidade de Mileto, Paulo convoca os presbíteros de Éfeso para uma reunião ministerial. Paulo discursa e se despede, em meio aos choros parte para Cesaréia, fazendo o seguinte trajeto: Cós, Rodes, Pátara, Tiro e Ptolemaida (ver Mapa 05). Chegando a Cesaréia, se hospeda na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete diáconos, e recebe a vista do profeta Ágabo que prediz a sua prisão em Jerusalém. Dessa cidade viaja para Jerusalém, sem temer o que o futuro lhe reversa. E, bruscamente em Jerusalém concluí a sua terceira viagem missionária em 53 a 57 AD.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 30 de Março de 2011 Sobre Como Evangelizar
Vamos fazer uso da Palavra de Deus na segunda carta de Paulo a Timóteo 4.1-7 (pela quantidade de irmãos presentes, temos uma ideia o quanto a nossa igreja dar prioridade a evangelização, mas Jesus Cristo precisou de apenas 12 homens para colocar o mundo romano de cabeça para baixo. Então, se têm pessoas dispostas a serem usadas por Deus, são com essas pessoas que Deus irá trabalhar para o engrandecimento do Seu Reino). 2ª Timóteo 4.1-7: „Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos 28
ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé‟. Sinto-me privilegiado em ter sido chamado para falar acerca de um assunto de sumo importância para igreja, que diz respeito ao trabalho prioritário da Igreja do Senhor. A igreja que não tem esse trabalho de evangelização deixa de ser uma agência de Deus na Terra para se tornar apenas em uma aglomeração de pessoas, um clube de santos, uma sociedade e comunidade de pessoas comuns. Mas o que nos diferencia de todas as outras religiões e de todo tipo de confraria e agrupamento é, exatamente, porque sobre nós pesa o grande privilégio de poder divulgar a todas as pessoas O ÚNICO caminho que conduz as pessoas à salvação. Vamos começar definindo: O que é evangelizar. Evangelizar é anunciar o evangelho. Mas, o que é o evangelho? Evangelho é um termo grego formado por duas palavras: „eu‟ e „angellos‟; „eu‟, no grego, significa „boa‟ e „angellos‟ significa „mensagem‟; „angellos‟ é de onde vem a nossa palavra „anjo‟, que é „mensageiro‟. Então, o evangelho é a boa mensagem; boa notícia; as boas-novas. E qual é o conteúdo dessas boas-novas? O conteúdo do evangelho é a vida, a obra e a doutrina de Jesus Cristo, o nosso Senhor. De modo que só podemos anunciar o evangelho de duas maneiras: na pregação e na doutrinação. Os apóstolos chamavam de „kerigma‟ e „didaquê‟. Encontramos esses termos aqui no texto que lemos, quando Paulo disse: „pregues a palavra‟, ele usa o termo grego „kerigma‟ e quando ele diz: „...com toda doutrina‟, ele usa o termo grego „didaquê‟. Kerigma (pregar) é a proclamação da vida e da obra de Jesus Cristo; e didaquê é a doutrinação e instrução acerca da doutrina da Jesus Cristo, o nosso Senhor. Em Atos 5.42 nos fala sobre essas duas grandes obras da igreja: a pregação ou proclamação e a instrução ou doutrinação daquilo que Jesus Cristo ensinou aos seus apóstolos, e seus apóstolos transmitiram. Leiamos Atos 5.42: „E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo‟. A pregação é o evangelismo e a doutrinação é o discipulado. São dois pilares da igreja, fundamental para a divulgação e expansão do nome de Jesus Cristo e do Seu Reino que há de vir. Há dois tipos de evangelismo: o evangelismo formal e o evangelismo informal. Paulo fala acerca disso quando exorta a Timóteo – 29
„pregues a palavra a tempo‟ – evangelismo formal – „e fora de tempo – evangelismo informal. O evangelismo formal é quando a igreja encabeça um grupo de evangelização seguindo métodos e padrões de evangelismo, seja através de pregações de casa em casa, pregações nas praças, campanhas nos lares, discipulados nas casas, etc. Esse é o evangelismo formal da igreja quando o crente comparece com sua Bíblia e seus folhetos, vêm preparados para evangelizar. O evangelismo informal é quando o crente fala de Cristo, independentemente, se esteja vestido de crente, às vezes, a pessoa está vestindo com o uniforme do seu trabalho ou com a farda do seu colégio; independentemente se esteja conduzindo a Bíblia ou não, pode estar conduzindo os instrumentos de seu trabalho ou da sua escola; independentemente do local, pode estar no ônibus, na fila do banco, no supermercado, o crente fala de Cristo. Esse é o tipo de evangelismo informal. E através desse tipo de evangelismo em que a palavra de Deus é mais divulgada. Inclusive a igreja primitiva cresceu de uma maneira vertiginosa, porque os cristãos pregavam a palavra de Deus de modo informal, e até clandestina, nas praças, no comércio, no mercado, a onde eles estavam, falavam de Jesus Cristo. Não precisavam vestir a batina, estarem com a Bíblia; não precisavam ouvir o pastor ordenar: „olha, irmãos, amanhã vai ter evangelismo!‟. Não! Eles falavam a palavra de Deus de uma maneira informal. Como evangelizar? No texto que lemos, Paulo disse a Timóteo, no versículo 5: „Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério‟. Como devemos cumprir, com eficiência, o nosso ministério de evangelista? Na verdade, não há uma pessoa mais ideal para nos instruir nesse assunto do que o próprio apóstolo Paulo. Lamentamos não tê-lo aqui conosco para ouvir seus ensinamentos e instruções tocantes e profundos, mas temos nas Escrituras os seus ensinamentos e o seu exemplo de vida. Então, vamos colher dele, de seus ensinamentos e de sua experiência registrada na Bíblia Sagrada, aquilo que ele nos diz sobre como evangelizar. Antes, porém, iremos ver como o apóstolo considerava para si: O que era evangelizar. Por que ele consagrou toda a sua vida a essa obra da evangelização? Em Romano 15.16, Paulo considera a pregação do evangelho como um serviço sacerdotal. Leiamos o texto: „Sou ministro de Jesus Cristo para os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus‟. Quando Paulo considera a evangelização como um serviço sacerdotal está considerando o evangelismo como uma obra altamente sagrada, de alto valor diante de Deus. Aqueles serviços que os sacerdotes 30
realizam no templo, no tabernáculo em que tinham a maior reverência diante de Deus, seguindo regras de santidade rigorosas, assim, Paulo considerava, também, o serviço de pregação do evangelho. Assim como o sacerdote, o crente oferece sacrifícios a Deus quando proclama o evangelho de Jesus Cristo. Em Hebreus 13.15 está escrito: „Ofereçamos sempre a Deus por meio de Jesus Cristo sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome‟. Nesse texto, que pode muito bem ter sido Paulo, não está considerando apenas o louvor congregacional ou a confissão que se faz na conversão. Mas como diz „oferecer sempre a Deus‟, isto é, de forma constante na vida do crente, refere-se, também, na questão de publicar, expor, tornar notório, declarar o nome do Senhor Jesus Cristo. Confessar é tornar público o nome dEle. Então, quando o crente, na evangelização, torna público o nome de Jesus Cristo, como um sacerdote está oferecendo um sacrifício a Deus. Como esse sacerdote cristão oferece sacrifício a Deus? Quando ganha uma alma para Jesus. Aquelas almas que ganhamos para o Senhor são como ofertas que estamos consagrando diante do altar de Deus. Assim como frutos das primícias, que se apresentavam no templo, assim, também, essas almas representam esses frutos das primícias. No mesmo texto de Romanos 15.16, Paulo diz: „...o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus para que os gentios se tornem uma oferta aceitável a Deus e santificada pelo Espírito Santo‟. Por isso, Paulo considerava a evangelização como serviço sacerdotal. Quantos aqui são sacerdotes de Deus? Então, um dos nossos sacrifícios que devemos ofertar a Deus como sacerdote é falar de Cristo; é confessá-lO diante dos homens e ganhar almas para o seu Reino. Paulo, também, considerava que pregar o evangelho era uma dívida para com todas as pessoas. Ele diz isso em Romanos 1.14,15: „Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho‟, falando para os irmãos de Roma. Então, irmãos, Paulo considerava como uma dívida que ele deveria quitar. Mas não é apenas uma dívida para Paulo! Também é uma dívida para todos nós. Porque desde o momento que Jesus Cristo ordenou, dizendo: „Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura‟ e também disse: „De graça recebestes, e de graça dai‟, Ele contraiu uma dívida para todos nós. De modo que se Ele disser ao ímpio: „Ó ímpio certamente morrerás!‟. E se nós não avisarmos ao ímpio, o ímpio vai morrer na sua iniquidade, mas o seu sangue, Deus vai demandar das nossas mãos (Ez 33.8). O sangue do ímpio, Deus irá cobrar de nós! Cada crente é responsável, diante de Deus, pelas almas que estão debaixo de condenação. É por isso que Provérbio diz: „Apressa-te (correr 31
com urgência) para salvar aqueles que estão caminhando para perdição‟ (Pv 24.11 ARA). Mas, Paulo vai muito mais além do que uma dívida, e diz que para ele pregar o evangelho é uma obrigação. Isso está em 1ª Coríntios 9.16,17: „Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada‟. De boa vontade (ou boa mente ou boa disposição) ou de má vontade, o crente tem essa obrigação de falar a palavra de Deus para as pessoas. Paulo considerava pregar o evangelho como a coisa mais importante do que a sua própria vida. Em Atos 20.24, Paulo diz aos anciãos de Éfeso: „Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus‟. Paulo diz que recebeu uma carreira de Deus, quer dizer, uma profissão do Senhor, um ministério de Deus, e que ele deveria cumprir esse ministério até o fim, nem que seja com a sua própria vida. E, no texto que lemos no início, Paulo diz que acabou a carreira. Ele concluiu a sua carreira de uma maneira fiel, pois ele disse: „guardei a fé‟. E estava de fato pronto para ser sacrificado, pois disse: „Desde agora estou pronto para ser aspergido como sacrifício diante de Deus‟. Irmãos! Deus tem uma carreira para cada um de nós. E a nossa carreira e ministério prioritário é falar a palavra de Deus; é divulgar o evangelho do Senhor Jesus Cristo. Gostaria de citar algumas coisas que Paulo não deixava impedir a sua carreira; dele cumprir a missão de pregar o evangelho. Ele sabia que pregar o evangelho era um combate, mas ele estava disposto a enfrentar esse combate; a guerrear essa guerra do Senhor; a militar essa milícia de Deus. E nesse combate, ele não deixava que coisa alguma lhe impedisse de falar à alguém a palavra de Deus. E entre essas coisas estava a doença. Paulo não deixava a doença lhe impedir de pregar o evangelho. Em Gálatas 4.13: „E vós sabeis que primeiro vos anunciei o evangelho estando em fraqueza da carne‟. Paulo chegou, naquela região, debilitado e fraco na sua carne, mas isso não impediu dele divulgar em toda a região da Galácia. Não se sabe qual tipo de enfermidade Paulo sofria. Alguém dizia que ele sofreu de uma sequela em seus olhos que ele contraiu quando ia à caminho de Damasco, e avistou uma grande luz, ficando três dias cego. Outros comentaristas vão ao absurdo, e dizem que Paulo sofria de epilepsia quando ele disse que o demônio lhe esbofeteava. Mas seja qual for o tipo de enfermidade que o apóstolo Paulo sofria e as dores cruciantes que sentia, essas coisas não impediam de divulgar a palavra de Deus. 32
Paulo, também, não deixava que as perseguições lhe impedissem de proclamar a palavra de Deus. Ele não deixava o trabalho e nem a fatiga lhe atrapalhar. Paulo trabalhava dia e noite, como ele mesmo afirmou, mas mesmo ele trabalhando de dia e de noite, não deixava que o trabalho material tirasse todo o seu tempo de divulgar a palavra de Deus. Trabalhava nos dias semanais, mas nos finais de semanas Paulo se entregava totalmente a pregação do evangelho. Paulo não tinha essa desculpa de que estava cansado, afadigado e estressado. Pois mesmo afadigado, esgotado e exaurido, Paulo ia pregar o evangelho. Porque ele sabia que essa era a sua missão; essa era a sua vocação que tinha recebido de Deus. Paulo não deixava que os negócios desta vida lhe embaraçasse o seu caminho. Ele também não deixava que o medo, o acovardasse de pregar o evangelho. Então, temos muito que aprender desse missionário e evangelista que estava disposto a superar qualquer obstáculo, a pagar qualquer preço e ir as últimos consequências – como ele disse: „tudo faço‟, „tudo sofro‟ „para tentar salvar alguns‟. Enquanto homens como Paulo se sacrificam, muitos de nós não estamos nem aí para o trabalho da obra de evangelização e estamos na nossa acomodação. Mas se Paulo no princípio dos séculos era urgente e emergente pregar o evangelho, quanto mais para nós que vivemos nos últimos dias em que os sinais estão se cumprindo categoricamente diante de nós. Por isso Paulo diz a Timóteo: „insista [persista] de pregar a palavra‟, quer dizer, „persevere, torne uma pessoa constante, não desista‟. Como evangelizar? O primeiro conselho em Paulo: Devemos pregar o evangelho debaixo de uma vida de oração. Não se pode sair ao campo, pregando o evangelho, se os evangelizadores não estiverem em oração diante de Deus. Porque não podemos falar aos homens, sem antes falarmos com Deus. E qual é a importância da oração na obra da evangelização? É porque através da oração recebemos a orientação do Espírito Santo. Isso está em Atos 13.3,4 que mostra que antes da igreja enviar os apóstolos para a evangelização, oraram e jejuaram, buscando a orientação de Deus, e no versículo 4 diz que eles foram „enviados pelo Espírito Santo‟. Então para sabermos onde devemos pregar, devemos buscar a orientação do Espírito de Deus. Através da oração, também, recebemos a inspiração do Espírito Santo. Está em Efésios 6.18,19: „Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos, e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho‟. 33
É o Espírito que tem que colocar a palavra de Deus em nossa boca para que possamos divulga-la. Recebemos essa inspiração do Espírito Santo quando estamos em oração diante de Deus. A importância da oração na evangelização é porque através da oração recebemos a ousadia do Espírito Santo conforme está escrito em Atos 4.31: „E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus‟. O que é ousadia? É a coragem de falar a palavra de Deus seja a quem quer for. E ser cheio do Espírito Santo não estar restrito a ser batizado com o Espírito Santo, mas em receber o poder e a graça do Espírito, e isso acontece quando o crente está em oração diante de Deus. Outra importância da oração é porque através da oração nos é dada a oportunidade pelo Espírito Santo de Deus. Isso Paulo vai falar em Colossenses 4.3: „Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo‟. A oportunidade é Deus que lhe dar. Agora, quando Deus lhe der essa oportunidade, não a deixe passar, mas aproveite. Quando Paulo disse: „remindo o tempo porque os dias são maus‟ (Ef 5.16), algumas traduções dizem: „aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm‟ (NTHL)‟ ou „aproveitando ao máximo cada oportunidade (NVI)‟. Permita-me parafrasear esse texto assim: „aproveite a oportunidade porque você não sabe quando a terá outra vez‟. Quando Deus abre uma porta para você falar a palavra de Deus à alguém, essa pode ser a última oportunidade para aquela pessoa de ouvir o evangelho, então não deixe de falar a palavra de Deus. Esse é o primeiro requisito para se pregar o evangelho: a oração. Não se pode formar um bom evangelista senão através da oração. O segundo requisito que Paulo nos ensina é que devemos pregar o evangelho debaixo duma vida de testemunho. Ele fala acerca disso na 2ª Coríntios 6.3: „Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado‟, e em 1ª Coríntios 10.32: „Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gentios, nem à igreja de Deus‟. O nosso testemunho é a nossa segunda pregação! As pessoas só irão dar valor as nossas palavras se estiverem conferidas com as nossas ações. Porque a nossa pregação é apenas uma voz! Cessa-se a voz, esquece-se o conteúdo da pregação, mas o pregador continua vivendo depois do púlpito. Portanto a vida dele é que vai fazer a diferença na sua pregação e no seu testemunho do evangelho. E falando de testemunho de vida isso inclui o nosso jeito de falar com as pessoas acerca do Cristo. Paulo vai dar vários conselhos de como devemos falar. O primeiro conselho está em Colossenses 4.6: „A vossa 34
palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um‟. Devemos falar de modo agradável! Quando o crente saí para evangelizar, ele tem que usar de gentileza, ele tem que falar a palavra de Deus de uma maneira delicada às pessoas, com cortesia, com educação. Ele tem que ser educado para não abusar do tempo que ele gasta na casa da pessoa. Pois a sua palavra em vez de ser uma palavra agradável, acaba se tornando uma palavra irritada por causa do longo tempo. Porque as pessoas têm seus afazeres, às vezes está com alguma coisa no fogo, preparando a comido, e larga tudo para lhe atender. E aí você começa um blá-blá-blá, falando sem parar, e a mente da pessoa começava a pensar nos seus afazeres e se desligar totalmente do que você está tratando, e então, como diz Paulo, você estará „como que falando ao ar‟ (1ª Co 14.9). Por isso devemos ser conciso em nossa fala para ela ser agradável às pessoas. Sempre trazendo aquele tempero. Não exagerando demasiadamente e sem domínio. Mas falar de uma maneira equilibrada. Outro conselho que encontramos sobre o modo de falar está na carta de Pedro que devemos falar de modo amável - „estai sempre preparados para responder com mansidão e temor (respeito) a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós‟ (1ª Pe 3.15) – O crente tem que pregar o evangelho com mansidão, respeitando as pessoas. Ele não pode ofender, ser uma pessoa grosseira. Ele não pode ir para a casa da pessoa para contender. Paulo diz que „ao servo do Senhor não convém contender, mas ser manso‟ (2ª Tm 2.24). Ele tem que aprender suportar a afronta, pois sabe que estar em um terreno que não é dele, e sabe, também, que pode se deparar com qualquer tipo de pessoa, com aqueles que ouvem com gratidão a palavra de Deus, mas, também, com aqueles que se irritam e detesta os crentes. Por isso o crente tem que ser afável, amoroso e manso para falar a palavra de Deus. Sem preconceitos, sem palavras ásperas, sem mandar as pessoas irem para o inferno, sem chamar as pessoas de demônios, mas saber conduzir a palavra com mansidão e de maneira amorosa. Paulo, também, aconselha em Tito 2.8 que devemos falar de modo sadio – „Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós‟ (Tt 2.8) – o crente está falando de coisas celestiais, de coisas preciosas, então, ele tem que escolher a melhor palavra, usar o melhor vocabulário, para transmitir essas preciosidades da palavra de Deus. Ele tem que deixar de lado as gírias. O crente não pode chegar na casa de um cidadão, dizendo: „Ó cara! É o seguinte macho! Jesus é a melhor dose‟. Não! Ele tem que usar palavras salutares. Não devemos destratar ninguém. Se estivermos falando com uma pessoa adulta ou idosa, devemos chama-la de „senhor‟ ou de „senhora‟, com uma moça de „senhorita‟. 35
Devemos ter bons tratos com as pessoas. Chegue a uma casa, se apresente, diga o seu nome, informe qual é a igreja que você se congrega, e então, fale a palavra de Deus. Não se esqueça de pergunta o nome da pessoa, e se dirija à ela pelo nome. Isso irá causar-lhe boa impressão. E com certeza quando você passar ali outra vez será bem recebido. Não grite na casa das pessoas! Há alguns irmãos que fala tão alto que cospe as pessoas. Às vezes o indivíduo tem mau hálito, e sabe que tem mau hálito e fala encima das pessoas. Tome cuidado com a higiene bocal, irmão! Em Efésios 4.29 Paulo fala de outro modo como devemos conduzirnos diante da palavra de Deus, de uma maneira sábia – „Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem‟ (Ef 4.29). Você está indo pregar a palavra de Deus é para promover graça nas pessoas; para fazer com que as pessoas se interessem pela palavra de Deus. Você não está indo para falar mal das outras igrejas, para falar mal dos pastores, para falar mal dos crentes, para difamar alguém. Não! Você está ali para falar a palavra de Deus. Acerca do nosso testemunho, Paulo, também, inclui o nosso jeito de se comportar. Em Efésios 5.15, ele diz: „Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios (pessoas tolas, idiotas, imbecis), mas como sábios‟. Quando você chegar na casa de alguém, chegue com sabedoria. Não vá invadindo, sem a pessoa lhe convidar. Não chegue sentando, sem a pessoa lhe permitir. Não mexa em nada, a não ser se a pessoa deixar. Devese pedir água sim, mas com educação. Aprenda se comportar com educação na casa alheia. Deve-se saber calar para ouvir a outra falar. Às vezes uma pessoa fala, fala e fala e não deixa a outra se defender. O nosso testemunho também inclui o nosso jeito de se vestir. Filipenses 1.27: „Deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo‟. Não devemos sair evangelizando vestido de qualquer maneira. As mulheres devem evitar roupas extravagantes e sexuais, e os homens devem evitar roupas relaxadas e inconvenientes. Às vezes a pessoa vai fazer visita de discipulado de chinelo; evangelizar com a blusa do lá de fora, com a camisa de time de futebol, de deputado, de propaganda. Não! Meu irmão! Você tem que ir bem vestido! Porque você tem que refletir a luz de Cristo também nas suas vestes. Você é um soldado de Cristo, por isso deve estar bem arrumado para causar boa impressão nas pessoas. Vá limpo, não vá com cabelo assanhado, não vá sujo e nem fedorento pregar a palavra do Senhor. Você está falando de algo precioso e de grande valor, que é a pregação do evangelho. Olhe como estão suas 36
mãos, suas unhas, sua Bíblia. Tome cuidado com a sua aparência, pois ela, também, conta. Às vezes, a irmã vem com a saia tão curta, que a pessoa não olha para palavra de Deus, mas para as coxas da irmã. Igualmente com roupas decotadas. Em vez de você conduzir a glória de Deus, está induzindo à tentação. Portanto, tome cuidado com as suas vestes, isso, também, é importante. Devemos evangelizar baseando nossa pregação nas Escrituras Sagradas. Em Atos 17.2,3, deparamos com Paulo evangelizando. E assim está escrito: „[Paulo] discutiu com eles com base nas Escrituras, explicando e provando que o Cristo deveria sofrer e ressuscitar dentre os mortos‟ (NVI). À Timóteo, ele disse: „Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade‟ (2ª Tm 2.15). A „Palavra da Verdade‟, as „Escrituras Sagradas‟, a „Bíblia‟ é a nossa ferramenta de evangelização. É o nosso instrumento de trabalho. E como ferramenta e instrumento, devemos saber manuseá-los bem. Devemos conduzir às pessoas para Palavra de Deus como fazia Paulo. Provando nas Escrituras tudo quanto dizermos às pessoas. Sim, temos que mostrar o texto da palavra de Deus. Pois como crentes vão à casa de pessoas descrentes, e falam e falam, mas não mostram nenhum texto bíblico!? A Escritura diz que a fé vem pelo ouvir, mas não é ouvir as nossas palavras, é ouvir a palavra de Cristo. Se a pessoa fizer perguntas, responda indicando na Palavra de Deus. A pessoa questionou uma doutrina, prove-a baseada na Palavra de Deus. Não devemos basear a nossa pregação em fábulas, invenções, contos e hinos, mas na Palavra de Deus. Abra a Escritura, mostre o texto, e se possível peça a pessoa para ler. O evangelismo não é simplesmente entregar literatura nas casas ou panfletar, evangelizar é falar com as pessoas; é discutir, em bom sentido, baseando-se nas Escrituras. Portanto, aquele se se dispõe a evangelizar, tem que conhecer a sua ferramenta. Você pode se deparar com uma testemunha de jeová, um carismático, um mórmon, um adventista; e, todas essas pessoas leem a Bíblia. Então, procure ler também a Palavra de Deus; procure aprender as doutrinas bíblicas. Se prepare para a batalha! Se apronte para a guerra! Pois é isso que a evangelização é. Uma guerra, uma batalha, um combate, uma milícia! E você vai todo desajeitado, e não sabe nem se quer conduzir a sua arma. Aprenda conduzir a sua arma, para você dar um tiro certo. Outro conselho de Paulo acerca do evangelismo é que devemos pregar o evangelho dentro de uma esfera de ação. Leiamos 2ª Coríntios 10.13-16: „Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos 37
o limite da esfera de ação que Deus nos demarcou e que se estende até vós. Porque não ultrapassamos os nossos limites como se não devêssemos chegar até vós, posto que já chegamos até vós com o evangelho de Cristo; não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação, a fim de anunciar o evangelho para além das vossas fronteiras, sem com isto nos gloriarmos de coisas já realizadas em campo alheio‟. A igreja local tem uma esfera de ação, um limite em que ela prega o evangelho sem interferir no campo de outra igreja local. Isso aqui no Palmeiras é importante, haja visto que há várias congregações do mesmo ministério. Então cada congregação dessas tem que ter a sua esfera de ação, o seu território, o seu campo de evangelismo, para que ali ela possa semear a palavra, colher e avaliar o resultado. A nossa esfera de ação, por exemplo, abarca o Jagatá, algumas ruas a nossa frente e a nossa retaguarda, respeitando o limite da congregação da Rua Ângela Diniz, da Maysa, da Valparaiso e da Salmão. Devemos trabalhar dentro do limite que Deus nos colocou. Estamos aqui, no Palmeiras, desde 1981. Será que todas as pessoas dentro do nosso campo de ação já ouviram o evangelho? Será que já fomos a cada de cada uma dessas pessoas? Temos que cobrir a área que Deus nos deu. Somos responsáveis, dentro dessa área, por cada casa, por cada pessoa. As pessoas que morrem dentro dessa esfera de ação, sem ter o privilégio de ouvir a palavra de Deus, serão cobradas da igreja da Codó [Salém], pois é o limite que Deus nos deu. É aquilo que Deus disse para Josué: „Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado‟ (Js 1.3). Então, o Senhor nos deu essa região. Não precisamos nos preocupar com Jangurussu, Sítio São João, Santa Maria, Caucaia, os Interiores, pois, Deus nos colocou aqui, para evangelizar aqui. Devemos cobrir essa área por completo, seja nos comércios, nas casas, nas instituições, nas firmas. O que estiver construído dentro dessa área, devemos alcançar e atingir. Quem deve estabelecer os limites são os presbíteros das congregações locais. Eles devem se reunir e estabelecer o limite de cada congregação. Outro conselho de Paulo acerca da evangelização é que devemos pregar o evangelho com um grupo de cooperadores fiéis. Deve haver grupos dedicados exclusivamente a evangelização. Paulo tinha esse grupo. Quando ele escreve a sua carta à Filemon, ele diz: „Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores‟ (Fm 24). Em Filipenses 4.3: „E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida‟. 38
Então, devem-se estabelecer grupos de evangelismo na igreja. Cooperadores fiéis que cumpram com o horário de modo pontual e que tomem sobre si a responsabilidade, sem negligenciar, e cumprir a sua tarefa com eficiência. Esse grupo tem que se reunir para orar e buscar a direção de Deus. Tem que meditar na palavra de Deus. Precisamos de cooperadores! Não devemos evangelizar simplesmente quando der vontade de evangelizar, temos que seguir regras, métodos, padrões, para fazermos uma coisa bem feita – „Domingo, evangelizamos a Rua Cabo Verde, já falarmos com todas aquelas pessoas e fomos a todas aquelas casas, então, vamos agora a tal rua‟. Temos que nos organizar e fazer o trabalho organizado. Não é sair pelo mundo desorientando e decidindo no caminho a aonde ir. Não! Temos que mapear a nossa área e dividir o grupo de dois em dois. Não tem esse negócio de: „Eu não vou porque não tenho experiência, não sei falar, eu só vou se for com o irmão fulano de tal‟. Você tem que se preparar, meu irmão, para o evangelismo. Requer-se preparação! Senão você vai passar vergonha e vai ficar intimidado. Estamos aqui para nos preparar para evangelizar. Chegando a uma casa um fala, e o outro fica orando. Não se meta! Não atrapalhe! Deixe seu irmão falar. Noutra casa, você fala. Vamos nos organizar. Penúltimo conselho de Paulo, devemos pregar o evangelho cônscio de que haverá opositores. Em 1ª Coríntios 16.9: „Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários‟. Não pense que Satanás está satisfeito com a obra de evangelismo da igreja. De modo nenhum! Ele é aquela ave de rapina que rouba a semente que é lançada. Em 1ª Tessalonicense 2.18 está escrito: „Por isso bem quisemos uma e outra vez ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu‟. Satanás é astuto para impedir a obra de evangelização; para trazer embaraço. Quando se levanta um grupo na igreja com o objetivo de evangelizar, Satanás coloca aquele grupo na sua mira. É por isso que Paulo disse: „No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais‟ (Ef 6.10-12). Uma dessas armaduras é calcar os pés na preparação do evangelho da paz! Devemos pregar o evangelho preparados, sabendo que teremos opositores, perseguidores, blasfemadores, zombadores, caluniadores. Pessoas que até tentarão bater em sua cara; colocar o dentro em seu nariz e mandar você se calar. Você tem que contar com isso! Não pense que vai ser sombra e água fresca. Você vai encontrar opositores. Homens ateus e 39
céticos, que tem ódio de crente, ódio da palavra de Deus. Mas essas pessoas têm que ouvir o evangelho. E último conselho de Paulo, devemos pregar o evangelho debaixo da autoridade da igreja local. Paulo fez muitas viagens, ele pregou o evangelho a muitas pessoas, mas todas essas viagens que ele fez, estava debaixo da igreja de Antioquia. A igreja lhe enviava, e depois ele retornava para a igreja. Em Romanos 10.14,15 está dito: „... e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados‟. É debaixo da autoridade do pastor que o ministério local realiza a evangelização no seu bairro. O crente não junta um grupinho separado, depois sai ao léu, evangeliza e não dar satisfação a ninguém. Não! Ele tem que evangelizar, mas comunicando a sua igreja, e depois prestando conta e trazendo o relatório. Foi isso que Paulo fez em Atos 14.26,27: „E dali navegaram para Antioquia, de onde tinham sido encomendados à graça de Deus para a obra que já haviam cumprido. E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira aos gentios a porta da fé‟. Então, evangelize debaixo da autoridade da igreja e depois apresente a essa igreja o relatório do seu evangelismo. Se você pretende evangelizar além da sua esfera de ação, se dirija ao supervisor daquela área. Ou se você pretende ir a outro bairro, cidade ou município, solicite uma carta de recomendação a sua igreja local. Você tem que está debaixo da autoridade da igreja local.
Palestra Ministrada no Culto das Primícias na AD-São Bernardo Em 03 de Abril de 2011 Sobre Subi ao Monte Leiamos Ageu 1.8: „Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e serei glorificado, diz o Senhor‟. Eu quero dizer que a segunda etapa na vida do cristão, após ele ter sido liberto de seus pecados, é subi o monte. Quando Moisés se encontrou com Deus naquela grande visão da sarça ardente, Deus lhe disse que após tirar o povo do Egito, com mão poderosa e braço estendido, Moisés deveria conduzir o povo ao monte. E de fato, quando Moisés libertou o povo do Egito, com todas aquelas maravilhas, prodígios e sinais, que Deus fez por intermédio dele e de Arão, ele conduziu o povo pelo deserto e o levou ao monte. Enquanto o povo estava congregando ao pé do monte, diz a Escritura, que Deus desceu 40
no monte em chama de fogo, e o monte fumegava, a fumaça subia como a fumaça de uma fornalha. Todo o monte tremia grandemente! E diz que havia nuvem escura, trovões, relâmpagos e um grande sonido de trombeta. Diz a Escritura que Moisés e o povo ficaram assombrados, e tremiam muito diante daquela manifestação do Todo-poderoso. Então Deus se dirige ao povo e diz a Moisés: „Moisés, subi ao monte‟. Entretanto, quando o povo viu aquele espetáculo, isto é, a visão da manifestação poderosa de Deus, Israel se retirou, e fugiu para longe da presença de Deus. Moisés, porém, subiu ao monte, e o povo ficou longe do monte. Conto essa história para dizer que Deus requer de cada um de nós que subamos ao monte de Deus, e que não fiquemos ao pé do monte. Deus, após nos libertar de nossos pecados, Ele quer ter uma relação mais profunda, mais íntima conosco; uma comunhão mais estreita com a gente. De uma maneira muito especial, Ele pretende que tenhamos uma experiência mais profunda com Ele. E para isso é necessário subimos o monte de Deus, e não ficarmos, apenas, como meros expectadores ao pé do monte. Porque é no monte da presença de Deus que o fogo queima mais intensamente. Quando Moisés se encontrou com Deus, a primeira vez, no monte, ele viu apenas viu um fogo queimando a sarça, mas, agora na segunda vez, ele ver todo o monte fumegando, todo monte em fogo. Porque a presença de Deus se manifestou mais intensa, mais poderosa, na vida de Moisés. Deus não queria que o povo ficasse conformado de estar, apenas, ao pé do monte, se esquentando longe com a chama. Eles queria, de fato, que o povo experimentasse o fogo mais poderosamente, que enchesse a sua alma da presença dEle. Pois assim diz o escritor aos Hebreus: „O nosso Deus é um fogo consumidor‟. E esse Fogo Consumidor que se revelou aquele povo, quer, também, se revelar a nós, pois estamos em Sua presença. Isso me faz lembrar-se daquele memorável Dia de Pentecoste, quando 120 discípulos estavam na presença de Deus, buscando uma experiência impar que Deus havia prometido; algo que os discípulos ainda não tinham experimentados, apenas tinham ouvido falar. E depois de dez dias de busca em oração, em perseverança na presença de Deus, diz a Escritura que cumprindo-se o dia de pentecoste estavam todos reunidos no mesmo lugar, e de repente veio um vento forte e veemente que encheu toda a casa, e viu-se um fogo em forma de língua que foi repartida sobre cada um deles, e todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia. É essa experiência poderosa com Deus que Ele quer que cada um de nós experimentemos, uma vida cheia do Espírito Santo para sermos queimados por Ele, salpicados nEle, na presença dEle. 41
Quantos cristãos estão acomodados no pé do monte, mas, nessa noite, o Senhor nos exorta a subir o monte e experimentar esse fogo que queima mais intensamente; essas labaredas de Deus que não consome a sarça, mas consome a nossas impurezas e enche os nossos corações de santidade e justiça de Deus. Deus nos convida a subir o monte porque é no monte da presença de Deus que vermos Deus face a face. Moisés é conhecido como o homem que viu Deus face a face, porque ele esteve com Deus no monte de Deus. E todas as vezes que Ele saía da presença de Deus, o seu rosto brilhava como a luz do sol. Ver Deus face a face é ser transformado por Ele. Porque não há ninguém que tenha se encontrado com Deus face a face, sem ter a sua vida transformada ou ter passado por um processo de renovação. Existe um homem, que assim como Moisés, teve um encontro com Deus e viu a face de Deus. E quando ele viu a face de Deus em sua vida, foi transformado totalmente. Até então, ele era conhecido como enganador e usurpador, mas depois desse encontro que ele teve com Deus, sua vida foi transformada. Ele chama-se Jacó. Quando Jacó lutou com o anjo na presença de Deus; ele agarrou o anjo e disse que só o soltaria, se o anjo lhe abençoasse. Então, o anjo lhe perguntou: „Qual é o seu nome?‟ Ele respondeu: „Meu nome é enganador e usurpador. Toda a minha vida tem sido de dar golpe nas pessoas, de enganação e mentiras. Dei golpe no meu irmão, no meu pai e no meu sogro‟. Esse é o significado do nome Jacó. Mas o anjo lhe disse: „De agora em diante, não te chamarás mais enganador, mas te chamarás Israel, aquele que luta com Deus. Você agora vai ter que lutar para conseguir as coisas‟. O homem que era enganador e usurpador se transformou em um homem de Deus porque teve um encontro com Deus. E aquele local, ele chamou de Peniel que significa aquele que viu „Deus face a face‟, e não morreu. Se tivermos um encontro com Deus face a face a nossa vida nunca mais será a mesma, porque Ele irá nos transformar, lapidar e retirar de nossa caráter tortuoso tudo aquilo que foi maculado pelo pecado. Mas quantas pessoas vêm à igreja, contemplam as maravilhas de Deus, estão na presença de Deus, contudo, não tem um encontro pessoal com Deus. Porque muitas vezes, estão reparando na vida ou nas roupas de outras pessoas, mas não olham para Deus a fim de experimentarem a Sua presença. O apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios disse: „Todos nós com o rosto descobertos contemplando a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor‟.
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Moisés teve que contemplar a face de Deus através de um véu, mas, hoje, podemos contemplar a face de Deus sem véu, sem cortina, nada nos impede de penetrar em sua presença. Como disse o autor aos Hebreus: „Tende, irmãos, ousadia para entrar no Santo dos santos pelo sangue de Jesus Cristo‟. É purificado no sangue; é lavado no sangue que nós entramos na presença de Deus e contemplamos a Sua face. Deus nos convida a subir ao monte da Sua presença porque é no monte da presença de Deus que ouvimos a voz do Senhor. Foi exatamente ali, no monte Horebe, onde Moisés esteve 40 dias, e recebeu a revelação dos dez mandamentos, e ouvi a voz de Deus lhe declarando as ordenanças e os estatutos. Porque na presença de Deus, ouve-se a voz de Deus. Deus quer falar intimamente ao nosso coração; Ele quer ter uma conversa individual com cada um de nós pela ministração da Sua Palavra. A palavra de Deus nos revigora e nos desperta da inércia, fortalece o nosso ser, alimenta a nossa alma, nos faz enfrentar as lutas, as dificuldades, as tribulações e as doenças. É a Palavra de Deus que nos dá ânimo. Havia um profeta que estava muito desanimado; estava em uma tristeza profunda em seu coração. A tristeza era tão profunda que se transformou em uma depressão. Ele estava deprimido porque não tinha tingido os seus objetivos; estava desanimado para tocar a vida, não tinha vontade de comer. Deus, então, se revelou para esse profeta, o profeta Elias, e lhe disse: „Elias, levanta e come, porque mui grande te será o caminho‟. O anjo de Deus lhe queria lhe conduzir para o monte de Deus. Porque era exatamente, ali, no monte de Deus, que o Senhor iria falar com o profeta; que Deus iria se revelar a ele. Elias estava tão desanimado, tão abatido, que disse: „Senhor, destruíram todos os teus profetas, derrubaram os teus altares, e somente eu fiquei, e agora, procuram tirar a minha vida. Desse jeito não ainda mais viver. Mata-me! Porque é melhor morrer do que viver‟. Eram essas palavras amargas e deprimentes que saíam da boca daquele homem de Deus. A pessoa pode ser um homem de Deus, pode ter realizado grandes coisas para o Senhor, pode ter um rastro de experiência, mas ela não está imune de sofrer uma decepção na sua vida. Qualquer um que se desligar do Senhor, torna-se vulnerável aos ataques satânicos. Então, Elias, depois que se alimentou, muito desanimado, cabisbaixo, caminhou quarenta dias até o monte de Deus. Não importa por quanto tempo, você vai andar por essa vida, quantos vezes irá bater com a cara, irá tropeçar, mas Deus estará no monte, lhe esperando, para falar com você.
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Porque somente Aquele que penetra o coração e no interior das pessoas, conhece o que de fato, elas precisam ouvir para criar ânimo e prosseguir em sua jornada. Quando Elias chegou ao monte de Deus, ele entrou em uma caverna, e ficou ali, enrolado em sua capa. E diz que após passar um forte vento, um terremoto e um raio de fogo, ouviu-se uma voz suave que lhe dizia: Elias, que fazes aqui?‟. E ele foi com a mesma conversa: „Senhor, mataram os teus profetas, destruíram o teus altares, e apenas eu escapei e agora procuram tirar a minha vida...‟. Deus, então, dar a Elias uma injeção de ânimo, uma fortificação através da Sua palavra, reavivando a esperança, a fé e a confiança do profeta em Deus. Deus lhe disse: „De modo nenhum Elias! Ainda restam sete mil justos que não se prostraram diante de Baal e nem o beijaram. Levanta e segue o teu caminho, porque você ainda tem muita obra para realizar para mim‟. Você que está, nesta noite aqui, na presença de Deus, no monte de Deus, exatamente para ouvir uma palavra de ânimo, fortaleza e esperança que diz que você tem que prosseguir firme e não desistir. É na presença de Deus que ouvimos essa voz suave e meiga de Deus, não para nos condenar e nem nos desanimar, mas para nos revigorar e nos fortalecer. E quando estamos fortalecidos por essa palavra, não existem adversários, obstáculos, tribulações que nos separe de Deus. Sua palavra é como uma água para saciar o sedento; é como pão para alimentar aquele que está faminto; é como uma luz para orientar aqueles que estão desorientados na vida. Como disse o salmista: „Lâmpada para os meus pés é a tua palavra; e luz para o meu caminho‟. Deus quer que a gente se aprofunde em sua palavra; ele não quer que fiquemos no pé do monte, apenas conduzindo a Bíblia, mas ele quer que o cristão penetre nas Escrituras a fim de conhecer as suas riquezas insondáveis de Cristo Jesus reveladas na Palavra. Teve um profeta que foi visitar o templo de Deus, em uma visão, o Senhor lhe revelou algo tremendo e maravilhoso. Ele viu saindo do templo uma correnteza de águas vivas. Então, o anjo lhe disse: „Penetre nessas águas‟. E ele penetrou nas águas. E as águas lhe batiam no tornozelo. E o anjo lhe dizia: „Vá mais fundo‟. Ele foi penetrando, e as águas deram em sua cintura. E o anjo o ordenava a penetrar mais, e as águas lhe batiam nos ombros. E o anjo o mandou ir mais, e ele foi, e as águas lhe cobriram. Então, ele começou a nadar naquele imenso oceano. Isso aconteceu com o profeta Ezequiel. Mas essa mesma experiência que ele teve com Deus nas águas do Espírito e da Palavra, o Senhor, também, quer que tenhamos essa mesma experiência. Não devemos ficar acomodados com a água em nosso tornozelo, apenas conformados com o ouvir falar, mas, de fato, devemos 44
experimentar a palavra de Deus e mergulharmos nessas águas profundas do Espírito de Deus. Irmãos! Se deixem ser conduzidos e guiados pela palavra de Deus; deixem a palavra de Deus moldar vosso caráter e se firmar em vosso coração. Porque essa Palavra que é água do Espírito, também, é a espada do Espírito, e com ela você pode vencer todas as hostes e todas as tentações, aquela voz maligna que perturba seu coração e sua mente. Você pode vencer pela palavra de Deus, quando você diz: „Satanás, assim está escrito!‟. Então, você recebe a vitória através da palavra de Deus. É monte da presença de Deus que essa palavra é ministrada aos nossos corações, e também, é no monte da presença de Deus que recebemos as revelações do Senhor. Porque foi no monte que Moisés recebeu as revelações de Deus acerca do tabernáculo e de todo sistema sacerdotal. Foi ali que Deus lhe disse: „Faça segundo o modelo que você recebeu no monte‟. Deus quer se revelar a nós de uma maneira pessoal! Ele tem muita coisa para nos dizer acerca da nossa vida, do nosso futuro e da nossa profissão. E é na presença dEle que Ele vai nos revelar muito dessas coisas. Mas muitas pessoas proferem ficar no pé do monte, apenas contemplando, porém, não querem se dispor a ir mais fundo na presença de Deus para receber dEle as suas revelações. Lembro-me do profeta Jeremias. Jeremias enfrentou muitas situações amarguradas em sua vida. Ele não só foi desprezado pelos seus patrícios como também foi desprezado pelos seus próprios familiares. Os seus amigos mais íntimos não queriam saber dele. E a pressão era tão forte na vida daquele profeta a ponto dos líderes, sacerdotes, e até o rei de Israel lhe perseguirem. Um dia ele foi preso, e depois lançado no calabouço para morrer e ficar esquecido para sempre. Colocaram-lhe ali para amordaçarem a sua boca e não mais profetizar em o nome do Senhor. Jeremias estava no calabouço, atolado na lama, barbudo, fedorento e magro. Naquele calabouço frio, ele recebeu a revelação de Deus. E a revelação de Deus lhe dizia: „Jeremias, Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes‟. Esteja a onde você estiver, não importa as circunstâncias e as situações que apertam você e sua família, você pode subir na presença de Deus através do clamor e da oração, e receberás revelações profundas e marcantes, coisas que o Senhor ainda não disse a ninguém, ele irá dizer a você. Nós devemos subir ao monte da presença de Deus para buscarmos madeira, recursos financeiros, para construir o novo templo do Senhor. Foi essa a mensagem que Deus deu ao profeta Ageu: „Diga ao povo que não fique desanimado, mas suba ao monte, e lá adquirirá recursos para construir o novo templo‟. 45
O contexto histórico do profeta Ageu era que o povo de Israel tinha saído do cativeiro babilônico, onde passaram setenta anos presos, e agora, de volta a sua terra e as suas casas, eles encontram Jerusalém em uma grande desolação. Então, os judeus começaram a construir suas próprias casas sem se preocuparem com o templo de Deus que estava em ruínas. E o Senhor disse através do profeta Ageu: „enquanto vocês moram em casas feitas de cedro, madeira boa, em casas bem calhadas, o meu templo está em ruína. Mas para que vocês sejam abençoados, primeiramente terão que construir a minha casa. Pois a glória da segunda casa será maior do que da primeira. Enquanto vocês não empenharem o coração para edificar o meu templo, não verão a minha bênção. Porém, irei soprar sobre os vossos produtos, e o salário que vocês recebem, irão receber num saco furado‟. Então, o povo começou a questionar: „Como iremos construir um templo tão majestoso e suntuoso do que o templo de Salomão?‟. Deus lhes disse: „Não se preocupem com isso! Porque assim diz o Senhor: Minha é a prata e meu é o ouro‟. A semelhança deles, nós, também, estamos em um lindo projeto de construir um segundo templo para a nossa sede, e os recursos que iremos buscar é na presença de Deus, no monte da presença do Senhor. E esse monte é exatamente nossos cultos de primícias, onde estamos na presença de Deus, para abrir nossos corações e nossas mãos a fim de abençoar e colher madeira boa para a casa de Deus. E podemos contribuir de várias maneiras: temos o nossos carnês, nossas blusas e podemos, também, depositar notas ficais, há a oferta das primícias, que se trata do melhor para Deus, na garantia de que Ele há de abençoar nossas vidas. Devemos nos dedicar a essa obra, e não fazermos como os judeus que desprezaram a construção da casa de Deus, preocupados apenas com seus afazeres e suas vidas individuais. Mas devemos abrir as mãos para ver a obra de Deus sendo abençoada, e com certeza a manifestação da glória de Deus, em nosso segundo templo, será maior do que a manifestação que Deus está realizando em nosso templo atualmente. Pois a Sede está abrindo as mãos para as congregações, e agora, chegou a vez das congregações estenderem as suas mãos e abençoar a Sede. E com certeza cada um de nós será abençoado pelo Senhor. Gostaria de concluir essa mensagem dizendo: Que subir ao monte de Deus é algo maravilhoso, porque é ali que temos intimidade com Deus, e contemplamos a Cristo face a face, onde Deus fala conosco por intermédio da Sua Palavra, e Se revela através de Seus dons e maravilhas mediante o Seu Espírito Santo e onde nos dar recursos para abençoamos a Sua obra. Muito embora seja algo maravilhoso está no monte de Deus, subir ao monte não é uma tarefa fácil. Porque para subir no monte, iremos encontrar muitos obstáculos, muitas dificuldades, muito disse-me-disse, muitas 46
fofocas e calúnias, mas não olhe para essas coisas e nem para a altura do monte, mas olhe para Aquele que está no cume do monte lhe aguardando. Muitas vezes teremos que renunciar a nossa própria vontade, rasgar os nossos corações, engolir muitos sapos nessa vida e tolerar muitas chateações, mas não desista de subir no monte de Deus. Se você encontrar uma rocha na sua frente, passe de lado, se for uma pedra, pule por cima, se cair, levante-se, mas mantenha um objetivo fixo, como disse o apóstolo Paulo: „Esquecendo-me das coisas que para trás ficam, avanço para as que estão diante de mim com a finalidade de alcançar o prêmio soberano que Deus me prometeu‟. Não olhe para trás, mas permaneça subindo o monte de Deus, porque do Seu monte, Deus vai ordenar a bênção e a vida para sempre.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus- AD-Sítio S. João Em 05 de Abril de 2011 Sobre a Doutrina da Trindade
Sinto-me bastante grato em poder estar aqui com os irmãos, e agradeço ao Pb. Eduardo Nogueira, supervisor dessa amada congregação, pelo convite. Irei discorrer nas Escrituras acerca de um assunto de sumo importância para a igreja cristã, e que é, digamos assim, o fundamento da doutrina cristã, que é a doutrina da trindade. Essa doutrina é a pedra fundamental que nos caracteriza e nos torna diferentes de todas as religiões e agrupamentos heréticos, que denominamos como seitas. Gostaria de iniciar lendo um texto das Escrituras que se encontra em Mateus 28.19: „Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizandoos em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém‟. Quero enunciar o nosso credo, o credo da Assembleia de Deus, que diz: „Cremos em um só Deus subsistente eternamente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo‟. Estaremos desenvolvendo esse tema em três tópicos. Primeiro tópico é: A Trindade no Antigo e no Novo Testamentos; segundo tópico é: A Formulação do Dogma da Trindade; e, o terceiro tópico é: Compreendendo a Doutrina da Trindade. Muito embora não encontramos nas Escrituras Sagradas a doutrina da trindade formulada de uma maneira sistemática e dogmática, mas 47
encontramos alusões fragmentadas dessa doutrina nas duas partes das Escrituras, tanto do Antigo Testamento como no Novo Testamento. Sendo que o Antigo Testamento nos traz muita das verdades bíblicas cridas pelos judeus e repassadas para nós, cristãos, como uma herança. E muitas dessas verdades não foram plenamente reveladas à eles, mas quando surgiu o Novo Testamento, as verdades ali, ainda que ocultas, foram plenamente reveladas na luz e nos ensinamentos dos apóstolos. Então aquilo que os profetas ensinaram e profetizaram, os apóstolos interpretaram e ensinaram. Por isso que o Antigo Testamento tem uma dependência do Novo Testamento. Os cristãos não compreendem o Antigo Testamento se ele não lê-lo com a lente do Novo Testamento. Digamos que o Antigo Testamento seja uma sala mobiliada, mas com a iluminação apagada. Os móveis estão todos em seu devido lugares, mas por causa da luz apagada não conseguimos enxergá-los. Mas quando a luz é refletida nessa sala, a luz do Novo Testamento, então, tudo é clareado, e é trazido ao nosso entendimento a compreensão das Escrituras. Portanto, podemos dizer que no Antigo Testamento encontramos a doutrina da trindade, ainda que de uma maneira oculta. Isto posto, iremos citar algumas alusões que nos mostra essa doutrina no Antigo Testamento, e depois iremos vê-la de uma maneira patente e manifestada no Novo Testamento. Por exemplo, o texto de Gênesis 1.1: „No princípio criou Deus os céus e a terra‟. Esse nome „Deus‟ no hebraico é „Eloim‟ está escrito no plural. Isso significa que se fossemos traduzir esse texto de forma literal ficaria: „No princípio criou Deuses os céus e a terra‟. Porém, essa tradução iria ferir o texto bíblico, pois a palavra „criar‟ está no singular. Se o termo „criar‟ estivesse também no plural, então seria: „No princípio criaram Deuses os céus e a terra‟. Mas porque o verbo „criar‟ está no singular, a tradução exige que a palavra „Eloim‟, ainda que escrita em plural, seja traduzida em singular. Consequentemente, nessa palavra „Deus‟, escrita por Moisés, que ensinou o monoteísmo bíblico, nos revela que em Deus há uma pluralidade de pessoas. Isso também nos permite interpretar desse modo Gênesis 1.26, quando a Escritura diz no plural: „Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança‟. Encontramos nesse texto o emprego de vocabulários de pronomes em plural em referência a Deus. Quando se diz „Nós‟ subtende-se que há mais de uma pessoa ao criar o homem e todas as coisas. Alguns para abafar a doutrina da trindade dizem que Deus esteja falando com os anjos. Porém, isso seria um absurdo, porque é a mesma coisa que dizer que o homem foi criado à imagem dos anjos, mas somente uma pessoa que seja Deus, poderia nos criar à imagem de Deus. 48
Vimos, também, no Antigo Testamento, algumas repetições de Deus que parecem distingui entre Deus e Deus; Senhor e Senhor. Leiamos Gênesis 19.24: „Então o Senhor fez chover enxofre e fogo, do Senhor desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra‟. Sutilmente notamos dois Senhores: Um Senhor que fez chover enxofre e fogo da parte do outro Senhor. Isso é interessante porque antes da destruição de Sodoma, três homens se encontram com Abraão, e um desses três homens, era o Senhor. Percebemos isso claramente no texto. Além do mais o texto diz que dois desses homens vão a Sodoma, e o texto os chama de anjos, porém, um fica com Abraão, e a Bíblia o chama de Senhor. Esse Senhor visível à Abraão, em forma humana, é exatamente o Senhor que fez chover enxofre e fogo. Leiamos Salmos 45.6,7: „O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade. Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros‟. Encontramos nesse texto duas definições de Deus, um Deus que unge esse outro Deus com óleo de alegria. Por que é coerente chegarmos a essa interpretação? Porque o texto diz claramente que o „Tu‟ que „amas a justiça‟ é o „Deus‟ cujo „trono‟ „é eterno‟. E acerca desse Deus se diz „por isso Deus, o teu Deus te ungiu‟. Isso se torna mais claro ainda quando lemos Hebreus 1.8,9, onde o texto é aplicado ao Filho. Temos, também, o texto messiânico do Salmo 110.1, que diz: „Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés‟. Temos aqui dois Senhores. Convém salientar que o texto hebraico traz na primeira referência o nome de Deus, Yhwh. Então, o texto fica assim: „Disse Yhwh ao meu Senhor‟. Porém, tanto a Septuaginta como o Novo Testamento traduz o termo „Yhwh‟ por „Senhor‟ nesse texto. E esse segundo Senhor é Cristo conforme Mateus 22.42-45. Portanto, esses textos que distingui entre Deus e Deus; Senhor e Senhor; também é uma alusão a trindade oculta no Antigo Testamento que ficou velada por algum tempo, até tornar-se manifesta no Novo Testamento. Encontramos, também, no Antigo Testamento as formas litúrgicas tríplices da bênção sacerdotal. Lendo Número 6.24-26 iremos ver que a benção sacerdotal invoca por três vezes o nome do Senhor – „O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz‟. Por que três vezes, e não quatro ou cinco? Não! Três vezes! Dandonos base para que mais tarde pudéssemos compreender que no Ser único de Deus há três pessoas distintas e que operam a bênção sobre o seu povo. No cântico dos Serafins, em Isaías 6.3, vermo-los clamando „uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra 49
está cheia da sua glória‟. Por que eles não cantam quatro vezes?! Mas três! Porque isso iria possibilitar, que no futuro, os apóstolos pudessem compreender que podem ser invocados como „Santo, Santo e Santo‟, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Temos outra alusão a trindade, no Antigo Testamento, quando o texto de Provérbios 8.22-27 personifica o conceito da Sabedoria. A Sabedoria nesse texto não aparece como um termo filosófico, nem como uma palavra abstrata, mas como uma pessoa. Assim diz o texto: „O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras. Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra. Quando ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas de águas. Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu fui gerada. Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu, quando traçava o horizonte sobre a face do abismo‟. Essa personificação da Sabedoria nos aponta para alguém que estava com Deus antes de todas as coisas. Então é uma revelação oculta no Antigo Testamento que, nós, cristãos, só iremos compreender quando entendemos que essa Sabedoria se refere ao Filho de Deus. Paulo, por exemplo, em 1ª Coríntios 1.24 diz que Cristo é a „Sabedoria de Deus‟. Não se pode usar esse texto de Provérbio para tentar provar a criação da Sabedoria, pois, Deus, nunca esteve sem Sabedoria. Pelo contrário, o texto prova a eternidade da Sabedoria e que ela foi gerada da própria essência de Deus, pois Deus é sábio. Encontramos, também, a manifestação da trindade, no Antigo Testamento, quando deparamos com as estranhas aparições do Anjo do Senhor. Essa designação singular, que aparece em nossa Escritura – „Anjo do Senhor‟ – aponta para um ser que não é um anjo comum. A palavra hebraica tanto pode ser traduzida como „anjo‟ (que é uma transliteração em grego) ou „mensageiro‟ (nossa palavra portuguesa). Esse mensageiro não é um anjo comum, pois, ele fala como se fosse Deus; aqueles que recebem a sua manifestação, muitas vezes, se prostram diante dos seus pés, e o adoram. Sabemos que um anjo comum não aceita e nem permite que alguém o adore, e nem que lhe atribui algum atributo divino; a não ser que esse Ser seja divino, assim como Deus é divino. Confira isso em Êxodo 3.2,4,6, quando o Anjo se revela à Moisés, e o próprio texto diz que Moisés viu o Senhor. O termo „Senhor‟ aparece em algumas versões em versalete – SENHOR – representando o nome divino de Deus. O nome impronunciável que nossos tradutores apenas o traduzem por „SENHOR‟. Encontramos, ainda, a doutrina da trindade, oculta no Antigo Testamento, quando textos das Escrituras apresentam Deus, Sua Palavra e 50
Seu Espírito em conjunto como Causa comum de atos criadores. Por exemplo, Salmo 33.6: „Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca‟. Vamos compreender mais tarde que essa Palavra é o Seu Filho, diz que „no princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus‟ (Jo 1.1). Em Apocalipse 19, quando se manifesta o Guerreiro Jesus Cristo, ele é chamado de a „Palavra de Deus‟ (Ap 19.13). Então, a Palavra de Deus juntamente com o Espírito de Deus, que vivifica todas as coisas, são uma alusão a doutrina da trindade. E, para terminarmos a revelação oculta do Antigo Testamento acerca da doutrina da trindade, encontramos, nos textos bíblicos, citações da divindade do Messias. Sabemos que desde Gênesis 3.15, Deus prometeu à raça humana um Descendente que iria pisar a cabeça da serpente e curar as pessoas de todas as consequências terríveis da queda. E, a partir dali esse Descendente vem sendo falado e se tornado o centro das profecias, de modo que toda a Escritura hebraica aponta para ele como o Mediador, Messias, Servo do SENHOR, a Luz da salvação. E a esse Messias, o profeta o qualifica com atributos divinos. Vejamos dois textos. Isaías 7.14: „Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel‟. „Emanuel‟ significa „Deus conosco‟. Então, aquele menino seria a manifestação de Deus entre nós, isto é, a encarnação de Deus entre os homens. O outro texto é Isaías 9.6, que falando do mesmo personagem e lhe atribuindo nomes que o qualifica como Deus, quando o chama de „Deus Forte‟ e „Pai da Eternidade‟. Portanto, aí está, irmãos, que no Antigo Testamento, encontramos alusões a doutrina da trindade. Podemos dizer que essa doutrina está ali o tempo todo, em forma de semente, mas que irá ser germinada, frutificada e produzida no Novo Testamento. Então, vamos ao Novo Testamento, e veremos que aquilo que estava latente no Antigo Testamento, é agora, patente, no Novo Testamento. Porém, não vamos nos deparar, no Novo Testamento, com uma formulação do dogma da trindade; iremos, por exemplo, encontrar os apóstolos escrevendo um tratado teológico para as igrejas dando uma definição da natureza trinitarista de Deus; não vamos vê-los ensinando de uma maneira clara o dogma da trindade. Não iremos ver a trindade em formação, mas já a veremos completa. Eles já falam do Pai, e do Filho e do Espírito Santo como se todos aqueles leitores que leem o Novo Testamento compreendem que ali, há uma unidade e pluralidade em Deus. É a doutrina da trindade manifestada em ato e de fato, como diz o ditado: „contra fato, não há argumento‟. 51
Então, os apóstolos não vêm com argumentos teológicos, nem se preocupam com definições filosóficas, para provar a trindade, mas ela aparece ali de uma maneira explícita aos nossos corações. A revelação da trindade se manifesta no Novo Testamento com a encarnação do Verbo e com o derramamento do Espírito Santo. O Novo Testamento traz a vinda do Messias e também a vinda do Espírito. E desde o momento em que entram essas duas personagens no contexto das Escrituras Sagradas, nos colocam diante de três Pessoas que operam juntas na Criação, Redenção e Restauração dos homens. No Antigo Testamento, deparamos com o Deus único, com um Ser misterioso [o Messias] e com o Espírito que aparentemente é impessoal, pois é apenas associado ao poder de Deus, mas, no Novo Testamento, é que compreendermos que esse Messias é Deus, que tem uma natureza divina e que o Espírito, não é apenas o poder de Deus, mas um ser pessoal. Digamos que „Jesus Cristo e o Espírito Santo são a prova fundamental da doutrina da trindade‟ (Benjamin B. Warfield). Você não vai encontrar nos apóstolos o conceito, que conhecermos hoje, mas verá o que eles dizem acerca do Filho e do Espírito Santo, que supõem um conceito trinitarista. Porque se não for compreendido dentro da revelação da trindade, o que eles dizem acerca de Jesus e do Espírito Santo, aparentemente irá entrar em choque com o Deus único que é revelado no Antigo Testamento. A definição que nos é repassada com a revelação apostólica é que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm os mesmos atributos divinos, e por possuírem os mesmos atributos divinos, só podemos chegar a conclusão de que Eles se constituem em um Único Deus. Então, vamos encontrar todo pensamento da doutrina da trindade nos ensinamentos acerca de Jesus Cristo. Por exemplo, alguns textos da palavra de Deus que se encontram nos Evangelhos, reivindicam à Jesus Cristo a filiação de Deus; eles o apresentam como o único Filho de Deus. Considerando-se que os anjos são filhos de Deus, e que as criaturas humanas também são filhos de Deus, desse modo quando, eles colocam Jesus como o único Filho de Deus, eles estão reivindicando para Cristo uma posição ímpar em relação aos anjos e aos homens. Ele é Filho de Deus de um modo que nós não somos, por isso que os textos bíblicos lhe atribuem a filiação de o „Filho Unigênito‟ de Deus. Deus tem um único Filho, e esse é Jesus Cristo. Encontramos nos sinóticos que há entre Jesus e o Pai uma comunhão intrínseca de conhecimento. De modo que o conhecimento que há no Pai, há, também, no Filho. Virmos isso em Mateus 11.27: „... ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho‟ (veja também Lucas 10.22). Com essas palavras, Jesus mostra um conhecimento perfeito e mútuo entre o Pai e o Filho. Porque se fôssemos conceber que o Filho seja 52
um ser criado por Deus, o conhecimento dele estaria muito longe de penetrar no conhecimento de Deus. Porque Deus está absolutamente acima de todas as suas criaturas, tanto as angelicais como as humanas. Mas quando o Filho diz: „Somente eu conheço o Pai‟ e „Tudo quanto o Pai tem é meu‟ (Jo 16.15), ele está se colocando numa posição singular que mostra, revela e manifesta que ele compartilha com Deus da Sua deidade, da Sua natureza divina. Encontramos também nos Evangelhos, Jesus falando de dar o Espírito de Deus para realizar suas obras como se o Espírito do Deus Todopoderoso estivesse subordinado também ao Filho de Deus (Jo 15.26; 16.14,15; 20.22). Para que o Espírito de Deus pudesse estar subordinado ao Filho, ele tem que ser colocado em justa posição de igualdade com o Pai. Do mesmo modo, chamar o Espírito Santo de Espírito de Deus e Espírito de Cristo, mostra que há uma relação muito íntima e profunda entre o Pai e o Filho. Essa relação só é possível se for dentro da interpretação, do entendimento e da compreensão da doutrina da trindade. O que eu acho maravilhoso da doutrina da trindade, e que me deixa impressionado, é porque é a única definição teológica que interpreta de uma maneira coerente Deus sem ferir a natureza de Deus. A doutrina da trindade é a única que pode chamar o Pai de Deus, o Filho de Deus e o Espírito Santo de Deus sem quebrar o monoteísmo judaico que diz que há um único Deus. Vamos encontrar mais nitidamente a doutrina trinitarista no Evangelho de João, porque João escreveu exatamente para provar a divindade do Verbo. Enquanto que os três primeiros evangelistas escreveram para provar Cristo como Messias, Cristo como Servo do Senhor, Filho do Homem e Cristo como Rei prometido à Davi, João, por sua vez, quer provar que Jesus Cristo é Deus para rebater as definições heréticas que já estavam surgindo na época da formação da igreja cristã, uma seita perniciosa, macabra e diabólica chamada de gnosticismo. João, que escreveu no final da era apostólica, nos anos 90/100, já entrando no segundo século, procura provar que Cristo é Deus em oposição ao que os gnósticos diziam. Vamos encontrar no Evangelho de João uma unidade de interpenetração entre o Pai e o Filho. Quando Cristo diz „o Pai está em mim e eu nele‟ (Jo 10.38) e „eu estou no Pai, e o Pai está em mim‟ (Jo 14.10). Isso fala da inerência e da interpenetração do Pai no Filho e do Filho no Pai. Isso significa que se quiséssemos ver o Pai, conforme pediu Filipe – „Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta‟ (Jo 14.8) – não há necessidade disso, pois o Pai está no Filho. Assim Jesus respondeu: „Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim?‟ (Jo 14.9). 53
Isso nos revela que onde o Filho está, o Pai, também, está, e a onde o Pai está, aí, também, está o Filho. Então, para podermos conceber essa inerência entre os dois, temos que simplesmente conceder ao Filho a onipresença. Pois sabemos que Deus está em todo lugar, e Ele preenche o tempo e o espaço, porque Ele é onipresente. E para que o Filho possa estar junto com Ele, o Filho, também, é onipresente. E ao atribuir ao Filho esse atributo da onipresença, estamos-lhe chamando de Deus. Em João 8.58, Jesus prova a sua eternidade – „Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, EU SOU‟. Essa é uma prova da eternidade do Verbo. Mas, alguém pode questionar: „Mas antes de Abraão existir, os anjos também já existiam, e nem por isso os anjos são eternos ou compartilham da natureza indivisível de Deus‟. Isso é verdade! Mas a questão do texto de João 8.58 não é simplesmente o fato de Jesus dizer que existia antes de Abraão, mas é o fato dele ter usado esse termo „Eu Sou‟. E sabemos que esse termo é uma expressão aplicada a Deus em Êxodo 3.14, quando Moisés lhe perguntara: „Qual é o seu nome?‟. O Senhor lhe disse: „EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós‟. Esse mesmo termo é reivindicado por Jesus Cristo quando disse: „antes que Abraão existisse, EU SOU‟. Isso coloca o Filho de Deus dentro da Divindade que é do Pai, isto é, o coloca como substancial em única essência do Pai Celestial. No Evangelho de João, vermos, também, Jesus reafirmando sua eterna participação na glória divina. Leiamos João 17.5: „E agora glorificame tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse‟. Também encontramos Cristo falando de Sua procedência divina, em textos como João 8.42; 10.36; 17.3. Jesus é apresentado, não só como aquele que é enviado de Deus, mas, também, aquele que saiu do Pai. Esse „sair‟ do Pai revela exatamente essa participação de Cristo no seio de Seu Pai que se refere uma comparticipação da natureza divina. O texto de João 1.18 diz: „Deus nunca foi visto por alguém. O Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou‟. Isso mostra a participação de Cristo no Ser divino. Talvez algumas versões tragam a expressão „Filho unigênito‟, mas a tradução correta, vinda dos originais, é o „Deus unigênito‟. É, também, no Evangelho de João que virmos a manifestação da personalidade do Espírito Santo, quando, por exemplo, Jesus disse que o Pai enviará „outro Consolador, para que fique convosco para sempre‟ (Jo 14.16). Isso distingue o Espírito Santo como uma Pessoa, distinta do Pai e distinta do Filho. Vamos prosseguir! A doutrina da trindade encontra-se de uma maneira patente na fórmula batismal, quando Cristo disse „batizando-os em 54
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo‟ (Mt 28.19). Note a palavra „nome‟ no singular. Não está escrito „em nomes‟, mas „em nome‟. Esse detalhe deve chamar a nossa atenção! Nem também está dito: „em nome do Pai, Filho e Espírito Santo‟, como se Pai, Filho e Espírito Santo fosse uma manifestação de Deus. Isso deixa muitos cristãos confundidos. Pois a definição equivocada que geralmente se tem de Deus, nas igrejas evangélicas, é que Pai, Filho e Espírito Santo são a mesma Pessoa. Eles são, irmãos, a mesma e única Pessoa? Sim ou não?! Não! Quem ensina que eles são uma única Pessoa? O modalismo, doutrina defendida pela Voz da Verdade e por algumas outras dissertações evangélicas, e também pelo unitarismo. Então, é o unitarismo que acredita que o Pai, Filho e Espírito Santo são a mesma Pessoa. Como, também, não acreditamos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três Deuses. Não é essa a definição da trindade. Isso é a definição do triteísmo. Portanto, quando Jesus disse „batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo‟, coerentemente ele deveria dizer „batizando-os em nome de Yhwh (Javé ou Jeová)‟. Porque é esse o Nome de Deus revelado nas Escrituras hebraicas. Mas, agora, Jesus Cristo vem e substitui o Nome „Yhwh‟, o nome divino de Deus, por „em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo‟. Digamos que, a partir dali, iremos adorar o Pai, não mais como o nome de Yhwh (Yavé), mas no Nome tríplice do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E o artigo definido „do‟ requer que eles sejam três pessoas distintas e coexistentes, mas unidas num único Nome, que também, significa o único Ser. Pretendia falar sobre a formulação da doutrina da trindade no decorrer da história da igreja, mas não é possível devido ao tempo. Vamos, apenas, tentar entender um pouco a doutrina da trindade. Primeira, Deus é três Pessoas. Chegamos a essa compreensão que há em Deus mais de uma Pessoa pelo fato Dele ter dito: „Façamos o homem a nossa imagem‟ (Gn 1.26). Em Deuteronômio 6.4 quando diz: „Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor‟. O termo hebraico para „único‟ (echad) permite uma unidade composta, não uma unidade absoluta. Em Deus pode se interpretar que há mais de uma Pessoa. Em hipótese alguma o trinitarismo quebra o monoteísmo bíblico. Pois o shema hebraico diz claramente que o Deus de Israel é o único Yhwh (Iavé). De fato, não há dois Iavé! O Pai é um só, e seu nome é Yhwh. Outrossim, o Deus de Israel é o único Deus, indubitavelmente, não há dois ou três Deuses, todavia, há três Pessoas subsistentes em Deus. E quando chegamos no Novo Testamento compreendemos que essas três Pessoas são o Pai, o Filho e o Espírito Santo, porque são Deles que vem a criação de todas as coisas e a salvação dos homens. São Eles que distribui 55
os dons espirituais na igreja; são eles que aparecem no batismo de Jesus Cristo, vimos ali a manifestação dos três. Encontramo-los, também, na benção apostólica quando diz que graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, nosso Pai, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Vermos também aqui três Pessoas. Portanto, Deus é três Pessoas. A segunda verdade é que cada uma das três Pessoas são plenamente Deus. Encontramos isso no Novo Testamento. O Novo Testamento chama, claramente, Jesus de Deus em vários textos bíblicos. João 1.1 é o mais citado, mas há outros textos bíblicos. E se tentarmos preservar o monoteísmo bíblico, alegado que Jesus é um deus, aí é que quebraremos a unidade indivisível de Deus. Também há textos bíblicos que chamam o Espírito Santo de Deus, o mais citado é Atos 5.3,4, mas todas às vezes, que o Espírito Santo é chamado Espírito de Deus, aí subtende que Ele é Deus. Assim como o espírito humano é humano, o Espírito de Deus é divino. Pois como Deus poder ter um Espírito que foi criado!? Ele é chamado de „Espírito eterno‟ (Hb 9.14). E, se tentarmos negar a personalidade do Espírito para desfazer a trindade, surge a questão: como pode o Espírito se relacionar com Deus se Ele não é uma Pessoa? Pois, Romanos 8.27, diz: „[Deus] que examina os corações sabe qual é a intenção [mente] do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos‟. Do mesmo modo, seria impossível o Espírito Santo se relacionar com Jesus Cristo e com os humanos (João 16.13-15). Portanto, essas atribuições de „Espírito de Deus‟ ou „Espírito do Senhor‟ reconhece que o Espírito Santo é plenamente Deus. E o Deus Pai é plenamente Deus. E, sendo o Pai, Ele é a fonte da Divindade, por isso que o termo „Deus‟, isoladamente, se refere ao Pai. E, a terceira verdade, é que há um só Deus! Então, como pode ser isso? O Filho é chamado de Deus, o Espírito Santo é chamado de Deus e o Pai é chamado de Deus. E, agora, como podemos acreditar que há um só Deus? É porque os três participam da mesma natureza; os três participam da mesma essência; isto é, os três participam da mesma Divindade. Pois a crença no único Deus nos proíbe de acreditarmos em três Deuses, então, nós só temos uma definição, é que esses três são chamados de Deus porque participam da mesma natureza divina. Assim como nós, somos humanos e muitas pessoas, todavia, todos nós compartilhamos de uma única natureza humana. Então, podemos dizer que nós somos um. Que nós somos pecadores, mortais, temporais e finitos. O fato de sermos pessoas distintas não nos impede de participamos de uma única natureza. E assim, falamos em relação ao Pai, o Filho e o Espírito Santo. São três Pessoas, mas os três são imortais, eternos, onipresentes, oniscientes e onipotentes. Então, os três, embora, Pessoas distintas, são um só Deus. 56
Se os três são Deus, então, as orações podem ser dirigidas a qualquer uma das três Pessoas da trindade? A trindade segue uma ordem, chamada de economia da trindade. Isso significa que o Pai é o primeiro, o Filho é o segundo e o Espírito Santo é o terceiro. Mas isso não interfere na natureza dEles, pois, trata-se, apenas, da função e posição de cada um dentro da economia da trindade. Por isso que as orações, comumentemente, têm que ser dirigidas ao Pai no nome de Jesus Cristo e na direção do Espírito Santo. É claro que o crente tem plena liberdade de falar diretamente ao Pai, falar diretamente ao Filho e falar diretamente ao Espírito Santo. Agora, o que ele não pode é confundir as Pessoas. Ele não pode, por exemplo, chamar „Jesus‟ de „Pai‟. Como algumas pessoas, em suas orações, se dirigem ao Pai como se ele fosse Jesus. A doutrina da trindade tem que se tornar prática em nossas vidas. E nas orações devemos expressar a doutrina da trindade na prática. Ao se dirigir ao Pai, devemos realmente estar cônscios que estamos nos dirigindo ao Pai, e não a um Deus hibrido que possui um tronco e três cabeças. E, se pretende se dirigir ao Filho, em oração, então, expresse isso na sua oração, dizendo: „Ó Filho, intercede por mim junto ao Pai‟; „Filho, me ajuda obedecer ao Pai‟. Sempre fazendo essas distinções de Pessoas. Pois sobre a trindade ensina-se que não dividimos a substância (a natureza divina), mas também não confundimos as Pessoas. Você não pode, por exemplo, chamar „Jesus‟ de „Espírito Santo‟. Você não pode dizer que o Pai morreu na cruz. Você não pode citar alguma passagem do Antigo Testamento se referindo a „Jeová‟ e dizer „Jesus‟. Quando estiver lendo algum texto no Novo Testamento onde aparece o termo „Senhor‟, tem que saber distinguir quem é esse „Senhor‟ ao que o texto se refere. Por exemplo, o texto de Atos 2.34: „Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita‟. O primeiro Senhor é o Pai, e o segundo Senhor é o Filho. É claro que, como já dizermos, que o termo „Senhor‟ é a tradução do tetragrama divino, que em alguns versos da Bíblia, no Antigo Testamento, aparece em versalete – SENHOR -, porém, os textos citados do Antigo Testamento, pelos apóstolos, proveniente da Septuaginta, em que aparece o nome de Deus, é apenas traduzido por „Kurios‟, e o mesmo termo é aplicado à Cristo. Então, isso tende a causar alguma confusão ao leitor desatento. Todavia, é claro que propositalmente os apóstolos aplicam o tetragrama divino „Yhwh‟ à Jesus Cristo, como por exemplo Romanos 10.13 e Hebreus 1.10, mas isso não significa que eles estão confundindo a Pessoa do Pai com a Pessoa do Filho, e sim, reconhecendo que Jesus como Filho de Deus é herdeiro do Nome divino, que agora, é invocado através do nome de Jesus Cristo (compare por exemplo Atos 15.17 com 1ª Coríntios 1.2). 57
Portanto, o cristão tem liberdade de se dirigir ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo em suas orações, conquanto que não se confunda como se fossem uma única Pessoa.
Mensagem Ministrada Numa Campanha no Palmeiras Em 06 de Abril de 2011 Sobre as Três Coisas
A Paz do Senhor Jesus! Nessa noite estamos gratos a Deus por essa campanha maravilhosa, e com certeza muitas pessoas estão sendo abençoadas com a palavra de Deus. Minha mensagem não é diferente de nenhuma outra mensagem pregada aqui, nessa noite. Podemos mudar alguns termos e algumas colocações, mas o conteúdo é mesmo. Anunciamos a mensagem de Jesus Cristo! Gostaria de fazer uma citação da palavra de Deus que se encontra em Efésios 2.8,9: „Porque pela graça de Deus somos salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, mas é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie‟. Meus queridos amigos e ouvintes, quero falar de três coisas que está no meu coração. A primeira coisa é o nosso problema; a segunda é a solução; e a terceira é a nossa resposta. O nosso problema! O nosso problema é um só! É o pecado! Meus amigos, o pecado é o problema de todos nós! Seja um recémnascido, seja um infanto-juvenil, seja um jovem, seja um adulto, um ancião. Todos nós estamos no mesmo barco. Temos que conviver, todos os dias, com esse problema chamado pecado. O pecado está dentro de nós, e fora de nós. De modo que tentarmos fugir dele, ele nos persegue. Porque reside em nós. O homem que encarou essa realidade de uma maneira bem patente, disse: „Miserável homem que eu sou!‟. Se nós, homens, quisermos encarar esse nosso problema, também, iremos concordar com ele, e dizer: „Que miseráveis pessoas nós somos‟. Mas qual é a gravidade do pecado? A gravidade do pecado é tão cruel e terrível, que primeiramente, quebra a nossa relação com Deus. Aquele que nos criou para sermos as suas criaturas, seus filhos, seus servos e os seus adoradores. Todavia, o pecado nos impede de sermos o que Ele escolheu que sejamos. O pecado nos distância de Deus. A Escritura diz que é como uma barreira que faz separação entre nós e o nosso Deus. E por causa dessa separação, levamos uma vida como de um vagabundo, sem destino e sem orientação; sem saber para onde ir e como ir. 58
É um vazio existencial profundo dentro de nós. De modo que procuramos preenche-lo com tantas coisas inúteis e vãs, mas o vazio continua em nós. Porque o elo da vida do homem foi quebrado; porque aquilo deveria nos satisfazer plenamente foi rompido devido nesse problema, que é o nosso pecado. Mas o pecado não só quebra nossa relação com o nosso Pai celestial, como também, ele rompe e danifica a nossa relação com as demais pessoas. De modo que o nosso egoísmo, orgulho e jactância nos impede de nos relacionar bem uns com os outros. Pois pensamos apenas em satisfazer nossas vontades, e estarmos por cima e sempre em vantagens sobre os outros, sem se importar como e qual caminho seguiremos para atingir nossos objetivos. Muitas vezes matando o próximo ou entristecendo aqueles que amamos. Quantos lares estão destruídos por causa desse problema chamado pecado; quantos pais de família abandonaram seus próprios filhos. O pecado sempre danifica e prejudica a relação das pessoas. É por isso que vivemos num mundo tão cruel, perverso e desumano que podemos qualifica-lo como pandemônio. Estamos como que envolvido em um demonismo tão cruel e perverso que, muitas vezes, nos desconhecermos. É grande a brutalidade e a ignorância que habita nos corações das pessoas. É um absurdo, irmãos, temos presídios para manter seres humanos aprisionados, pois tais pessoas não podem conviver entre a sociedade, são casos irreparáveis. Mas o pecado não só quebra a nossa relação com Deus, a nossa relação com o próximo, como, também, prejudica a nós mesmo. Ele nos mata a cada dia que se passa, nos destrói. Quantas doenças terríveis atacam a raça humana por causa de uma vida desenfreada, de glutonaria, bebedeira e sexo ilícito. Essas coisas prejudicam a própria pessoa. As Escrituras nos ensinam regras para disciplinar nosso comportamento, porém, Deus não nos dar essas regras por ser um deus carrasco e perverso, mas porque Ele quer o nosso bem e sabe que ao quebrarmos essas regras, seremos os prejudicados em primeiro lugar. Por último, os nossos pecados são tão terríveis que a única coisa que receberemos como recompensa, pagamento e salário é a morte eterna. Depois de você vive toda a sua vida, pecando, pecando e pecando; satisfazendo os seus desejos pecaminosos; a única coisa que você irá receber como recompensa por isso é a morte eterna. Porque o salário do pecado é a morte! Isso é inevitável! Todos os dias as pessoas morrem; todos os segundos, todos os minutos. O pecador há de se encontrar com a morte eterna, com aquela que há de dispensá-lo para sempre da vida. 59
Porém! Há uma solução! A graça de Deus! Esse favor imerecido pela raça pecadora e decaída. Mas como podemos descrever a graça de Deus? Um texto bíblico, que sintetiza a graça de Deus de uma maneira resumida, mas profunda, se encontra em João 3.16, que diz: „Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna‟. A graça é mostrada nesse ato amoroso de Deus de que Ele deu o seu Filho por nós; ninguém o obrigou, nem o constrangeu, Ele o deu por livre vontade. Podemos exemplificar isso com a história de um homem que foi condenado à morte por juiz. Ele sabe que era culpado pelo crime que cometera, e que o castigo que estava levando era justo. O juiz que lhe aplicou a sentença sabia que o pagamento pelo crime cometido era a pena de morte. Então não tinha como esse homem escapar daquela situação. A não ser, pelo fato, de que o juiz, que lhe condenara, também, era o seu pai. E aquele juiz sendo o pai do criminoso e condenado, digno da penalidade da morte, levanta-se do tribunal, deixa de lado a sua toga, aproxima-se do réu e diz: „Eu vou tomar o seu lugar, e irei morte por você. Eu sei que você merece a morte, mas o meu amor paternal por você é maior do que tudo‟. Meus amigos! Do mesmo modo, também, foi o que Deus fez por nós! Éramos pecadores, e como pecadores a nossa justa penalidade é a morte, mas o amor de Deus falou mais alto do que a sua justiça. De modo que Ele não deixou a raça humana entregue ao seu próprio precipício e condenação, mas Ele desceu do seu trono, deixou de lado a sua toga divina, por assim dizer, e veio morrer por nós; ser o nosso Salvador e nos libertar do problema terrível do pecado que estava destruindo a todos nós. Por isso que a Escritura diz, no texto que lemos que Deus é „riquíssimo em misericórdia pelo seu amor com que muito os amou‟. Quando nós entender o amor de Deus na sua profundidade, iremos entender, também, que Deus não é o culpado pelas coisas ruins e perversas que acontecem no mundo, pelo contrário, Ele é a solução. E essa solução nos foi oferecida gratuitamente na cruz de Cristo, que morreu por todos nós. A Escritura diz que aquele que não conhecia pecado, Deus o fez pecado por nós, para que agora, nós sejamos justiça de Deus. Ele sendo justo morreu pelos injustos; sendo santo, morreu pelos profanos; sendo puro, morreu pelos impuros, para que todos nós possamos romper a barreira que nos separava de Deus, e gozarmos aquela vida plena que Adão perdeu, e Cristo, agora, restaurou. A terceira coisa que gostaria de falar é sobre a nossa resposta. Qual é a nossa resposta diante da graça de Deus? É a nossa confiança em Cristo! Se quisermos realmente escapar da morte eterna, e gozar da vida com Deus, temos que tomar esse passo de confiar nEle, representado em três atos simples. 60
Primeiro, reconhecer que somos pecadores! Esse é o primeiro passo. Quando reconhecemos que somos pecadores, estamos dizendo diante de Deus que não temos condições de produzir a nossa própria salvação, que não existe em nós nenhum mérito e nenhum merecimento pelo qual Deus possa nos conceder algum benefício. Se não partir dEle, não sai de nós. Porque somos pecadores! Tem que ser dito isso com o peito aberto e rasgado, com toda sinceridade possível, diante de Deus – „Senhor, eu sou um pecador!‟ ou dizer como o apóstolo Paulo disse: „eu sou o pior dos pecadores‟. O segundo passo de confiança é reconhecer que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação diante de Deus. Deus não salva homens pecadores de uma maneira leviana, pelo contrário, isso custou um alto preço a divindade – o Criador da raça humana – a morte de Seu próprio Filho. Não temos nem sequer a coragem de sacrificar um animal nosso, criado e domesticado pela gente, para morrer em favor de algum ser humano, quanto mais, sacrificar a vida de algum parente, e nem pensar de um filho. Mas Deus! Deu o Seu Filho por nós! Temos que reconhecer isso: Jesus veio e morreu por mim. E o terceiro passo de confiança para receber de Deus a solução é receber o Filho de Deus no seu coração. A Escritura diz que todos quantos o receberem, Deus lhes deu o direito e o privilégio de serem chamados de filhos de Deus. Então, para fazer parte da família de Deus, da humanidade que há de herdar a eternidade com Deus, você tem que receber o Filho de Deus. E você recebe o Filho de Deus quando O confessa como seu Senhor. Agora é um momento propício para você receber o Filho de Deus, pois Ele está vivo e de braços abertos lhe chamando para dar-lhe a vida eterna.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 10 de Abril de 2011 Sobre os Nomes e Símbolos do Espírito Santo
Já vimos na palestra anterior, ministrada pelo Pb. Nilton Paulo, que o Espírito Santo não é uma força ativa que emana de Deus, mas uma Pessoa. Isso está bastante explícito nas Escrituras Sagradas. Agora, veremos alguns nomes do Espírito Santo que revela a Sua divindade, pois Ele é não é apenas uma Pessoa, mas uma Pessoa divina. Primeiro nome ou título, „Espírito‟. Leiamos At 8.29: „E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro‟. Encontraremos esse 61
termo „Espírito‟ em várias ocorrências, tanto no nosso Antigo Testamento como no nosso Novo Testamento. Para diferenciar o Espírito de Deus de outros espíritos, as nossas Escrituras sempre usa o „E‟ de „Espírito‟ sempre em maiúsculo. Haja visto que também os anjos e demônios são chamados de „espíritos‟, e o homem, também tem um espírito dentro de si. Então, o termo „Espírito‟ fala-nos daquilo que o Espírito Santo é. Ele é Espírito. Isso significa que, muito embora, Ele tenha personalidade, não tem forma física, isto é, ele não tem corpo físico. Significando que o Espírito Santo pode assumir qualquer forma que Ele quiser. Como aconteceu no batismo de Cristo que Ele assumiu a forma corpórea de uma bomba, e em Pentecostes, Ele assumiu a forma de fogo – „línguas como que de fogo‟ – portanto, o Espírito pode assumir qualquer forma que Ele quiser. Por ser „Espirito‟, Ele pode estar em qualquer lugar sem está preso ao tempo e ao espaço. Ele não está restrito a nenhum local geográfico. Em João 4.24 está escrito: „Deus é Espírito‟. Esse texto não está dizendo que Deus é o Espírito Santo. Em algumas traduções da Bíblia, nesse texto, a palavra „Espírito‟ aparece em maiúscula ou minúscula. Esse versículo, realmente, está falando da natureza de Deus. Então, Deus, não tem forma, Ele é espírito. Inclusive os três membros da trindade não tinham nenhuma forma humana ou física, até que Jesus, que se encarnou, assumiu a forma humana, e com essa forma permanece a destra de Deus. O texto de Gênesis 1.26 que fala sobre a imagem de Deus no homem, não se refere uma imagem física, mas a personalidade, isto é, que o homem seria uma pessoa, assim como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são Pessoas. Quer dizer, o homem teria os mesmos atributos de uma personalidade que inclui a vontade, os sentimentos (emoções) e a inteligência. O Espírito, também, é chamado de „Espírito Santo‟. Esse título aparece em vários textos das Escrituras, e é um dos nomes, pelo qual o Espírito Santo é mais conhecido e citado. Esse termo aparece pela primeira vez em Salmos 51.11: „Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo‟. O termo „Espírito Santo‟ revela sua natureza moral, Ele é Santo. Assim como Deus, Ele é Santíssimo. Ele não recebe santidade, Ele é a própria santidade. Quer dizer, Ele não passa por um processo de santificação, Ele é Santo por Sua própria natureza e essência. Igual ao Pai e ao Filho. Outro título, „Espírito Eterno‟. Esse é outro termo que define a natureza e a divindade do Espírito Santo. Leiamos Hebreus 9.14: „Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo 62
imaculado a Deus‟. Isso revela um dos atributos da divindade do Espírito Santo, que é a eternidade. Há uma diferença entre eternidade e imortalidade. Eterno é um ser que não teve princípio e nem terá fim, e imortalidade descreve seres que teve princípios, mas não terá fim. Os anjos são seres imortais, mas não são eternos. O Espírito Santo é eterno, não foi criado. Como acreditava Ário, um presbítero de Alexandria, que viveu no século III, que definiu a natureza de Deus como o Pai, a origem de todas as coisas, e o Filho como a criação de Deus, e o Espírito Santo como a criação do Filho. Para Ário, muito embora, o Filho tivesse uma categoria superior as demais criaturas de Deus, todavia, Ele era Filho primogênito de Deus, pois Deus o criara antes de todas as coisas. Porém, a fé na doutrina da trindade nos ensina que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são Eterno. Outro texto chama o Espírito de „Senhor‟. Está em 2ª Coríntios 3.17: „Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade‟. Esse texto nos autoriza chamar o Espírito Santo de „Senhor‟, de Criador de todas as coisas. Pois a criação é produto e obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O Pai planejou e o Filho executou através do poder do Espírito Santo. Por isso que Gênesis 1.2, diz que „o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas‟. Pelo fato do Espírito ser Criador dos céus e da terra e dos homens [conforme disse Eliú, um dos amigos de Jó: „O Espírito de Deus me fez‟ (Jó 33.4)], isso dá ao Espírito, o direito de ser Senhor de todas as coisas. Esses são alguns dos nomes que descrevem a natureza do Espírito Santo. Ele é Espírito, é Santo, é Eterno, é Senhor e Criador. Agora vamos ver alguns nomes que irá relacionar o Espírito Santo com Deus Pai, e nos provará a consubstanciação do Espírito com o Pai, isto é, esses títulos nos mostrará que Eles pertence a mesma essência. Definimos o Pai, o Filho e o Espírito Santo como três subsistências, isto é, três Pessoas que existem dentro do único Ser divino ou divindade. „Espírito de Deus‟. Encontramos esse título logo no início das Escrituras, em Gênesis 1.2: „... o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas‟. Todas as vezes que as Escrituras chama o Espírito Santo de „Espírito de Deus‟ está provando a Sua divindade. Assim como o espírito do homem é humano, pois o homem é humano, assim, também, o Espírito de Deus não pode ser descrito „Espírito de Deus‟, se Ele não for divino, pois Deus é divino. Por certo o termo „Espírito de Deus‟ mostra que o Espírito Santo participa do Ser de Deus. E isso prova a Sua divindade, logo o Espírito é Deus. Então, não precisamos nos debater atrás de algum texto dizendo que o Espírito Santo é Deus. Em nossos estudos acerca da trindade, o único texto que é citado que chama o Espírito Santo de Deus, de uma maneira indireta, é Atos 5, quando Pedro diz: „por que encheu Satanás o teu 63
coração, para que mentisses ao Espírito Santo... Não mentiste aos homens, mas a Deus‟ (vv.3,4). Esse é realmente o único texto que citamos para provar que o Espírito Santo é Deus, porém, todos os textos que chamam o Espírito Santo de „Espírito de Deus‟, ali está provando que o Espírito Santo é Deus. Pois Deus não pode ter um Espirito que é uma criatura. „Espírito do Senhor‟. Leiamos Isaías 61.1: „O Espírito do SENHOR está sobre mim, pois me ungiu‟. Nós sabemos que esse termo SENHOR que aparece na grafia versalete é a tradução do tetragrama divino, pois ali consta o nome impronunciável de Deus, que passamos a chamar de „Jeová‟ a partir do século XVI. Portanto, o Espírito Santo é o Espírito de Jeová. Era por meio dEle que Jeová inspirava os profetas, usava os juízes, ungia os reis, consagrava os sacerdotes, realizava prodígios e que ungiu o Messias, e o próprio Messias operava por meio dEle. Ele é o Espírito de Jeová. E para Ele ser o Espírito de Jeová, Ele tem que ser onipresente, onisciente e onipotente. Pois não se pode imaginar Deus que tenha um espírito que não compartilha da Sua divindade e do Seu eterno poder. Como é relação entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo? É uma hierarquia? O Espírito Santo recebe ordem de Deus? Os três membros da trindade não agem sem estarem em pleno acordo. Eles são iguais em natureza, mas em função há uma subordinação do Filho e do Espírito Santo ao Pai. Quando falamos que o Espírito Santo é Deus, não estamos dizendo que Ele é a Pessoa do Pai. Ele é distinto do Pai como Pessoa. Porém, por usufruir dos mesmos atributos metafísicos do Pai, nós o chamamos de Deus, e como somos proibidos, pelas Escrituras, em cremos em mais de um Deus, temos apenas uma conclusão é afirmar que Ele é Um Deus com o Pai. Agora, de fato, o Espírito age debaixo, digamos assim, das ordens do Pai. Por quê? Porque a trindade, na eternidade, em um conselho, projetou um plano de criação e redenção para a humanidade. E, dentro desse plano, foi definido os papéis de um dos membros da trindade. Então, o Pai é a fonte de todas as coisas, o Filho é o canal por onde vem todas as coisas e o Espírito é o líquido que corre por esse canal vindo da fonte. Assim, o Pai ordena ao Filho e o Filho age pelo Espírito. Há o que chamamos de economia (ou dispensação) da trindade que nos ensina que o Filho está submetido à obediência do Pai, e o Espírito Santo está submetido às ordenanças do Filho. Há essas funções ou dispensas dentro da trindade que não altera a natureza divina dos três. É claro que existe a interpenetração, a onde o Espírito está dentro do Pai e o Pai dentro do Espírito Santo. De modo que o Espírito conhece tudo que está no Pai. De igual modo, o Pai está dentro do Filho, e o Filho dentro do Pai. Assim também o Filho está dentro do Espírito Santo e o Espírito Santo está dentro do Filho. 64
E assim não precisa o Pai comunicar ao Espirito Santo seus pensamentos, pois o Espírito Santo já sabe (1ª Co 2.10.11), como também o Pai conhece a mente do Espírito (Rm 8.27). Portanto a trindade segue certa ordem, de modo que dizermos o Pai não foi gerado, nem criado e nem procede de nada, o Filho não foi criado, mas foi gerado pelo Pai e o Espírito Santo não foi criado e nem gerado, mas procede do Pai e do Filho. Outro termo usado para o Espírito Santo é „meu Espírito‟, „teu Espírito‟ e „seu Espírito‟ que fala da possessão do Pai em relação ao Espírito Santo (Gn 6.3; Sl 104.30; Jó 26.13). O Espírito procede de Deus, por isso que às vezes, Ele é descrito de uma maneira impessoal nas Escrituras hebraicas, como se fosse uma força ou um poder que emana de Deus e que Deus age por meio dele. Teremos apenas uma definição da sua personalidade quando chegamos nas Escrituras apostólicas. Temos também „Espírito do Deus vivo‟, o „Espírito do nosso Deus‟ e o „Espírito de vosso Pai‟ (2ª Co 3.3; 1ª Co 6.11; Mt 10.20). Todos esses termos descreve a relação íntima que há entre o Pai e o Espírito Santo provando as suas consubstancia ou co-natureza. Que Eles, embora distintos como Pessoas são unidos na mesma natureza divina. Vamos agora ver outros termos que vai mostrar a relação do Espírito Santo com o Filho. Temos o „Espírito de Cristo‟, o „Espírito de Jesus Cristo‟ e o „Espírito de Seu Filho‟ (1ª Pe 1.11; Fp 1.19; Gl 4.6). Leiamos Efésios 4.4,6: „Há um só corpo e um só Espírito... Um só Senhor... Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e age por meio de todos e está em todos vós‟. (Essa última parte do texto descreve a ação da trindade: o Pai é sobre todos, o Filho age por meio de todos e o Espírito Santo está em todos). Há um só Espírito! Como podemos entender que há um só Espírito, se a Escritura fala do Espírito de Deus e do Espírito de Cristo (Rm 8.9)? Há porventura dois Espíritos?! Quando a Escritura cita o „Espírito do Pai‟ e „o Espírito do Filho‟ (Mt 10.20; Gl 4.6), esse Espírito é o Espírito Santo. O Espírito aparece como uma ligação entre o Pai e o Filho, e isso se constitui uma das provas da divindade do Pai e do Filho. Porque o Espírito deles é o mesmo. Alguns textos que falam do „Espírito de Jesus‟ é o Espírito Santo, mas quando nos Evangelhos encontramos expressões dizendo que Jesus se comoveu em espírito, ali se refere ao espírito humano de Jesus. Quando diz que Jesus entregou o espírito, ali não é o Espírito Santo, mas o espírito humano de Jesus. Por que Apocalipse fala de „sete espíritos‟ de Deus (Ap 1.4; 3.1; 4.5; 5.6)? Esse simbolismo representa a plenitude do Espírito Santo que habita no Messias. Em Isaías 11.2 aparece o nome de cada um deles a que se refere. Isso significa que Cristo é o único que manifesta todas as obras e ministérios do Espírito Santo. Entenderam irmãos! „Espírito do Pai‟ e „Espírito do Filho‟ é o mesmo Espírito Santo comprovando que o Pai e o Filho compartilham da mesma divindade, da mesma natureza e da mesma essência em Sua completude. 65
Vamos compreender uma coisa, irmãos. Quando o apóstolo Pedro diz que nós iremos participar da natureza divina (2ª Pe 1.4). Pedro não está se referindo que nós iremos nos tornar deuses, quer dizer, não haverá uma deificação em nós. Na verdade, nós nunca nos tornaremos deuses, nem mesmo em estado de glória. Estando nós glorificados, nunca seremos onipresentes, oniscientes e onipotentes. O que Pedro, então, quer dizer com „participantes da natureza divina‟? Sabemos que a natureza divina é composta de atributos morais e atributos amorais, quer dizer, atributos comunicáveis e atributos incomunicáveis. Há em Deus atributos incomunicáveis que jamais serão comunicados às suas criaturas humanas e angelicais. Iremos participar da natureza divina naqueles atributos comunicáveis de Deus que são: santidade, justiça, bondade, amor e etc., seremos perfeitos nesses atributos morais. Seremos perfeitamente santos, justos, bondosos e amorosos. Mas jamais teremos os atributos amorais, incomunicáveis e intrasferíveis de Deus. Jamais seremos eternos, mas sempre imortais. Como também não seremos anjos, teremos a natureza glorificada de Cristo. Os anjos são seres sem corpos, e nós teremos corpos. Diz o Dr. Antônio Gilberto que o corpo glorificado será constituído de carne e osso, mas não de sangue, pois, a nossa alma biológica será substituída pelo espírito vivificante (1ª Co 15.45-49). A nossa semelhança com os anjos diz respeito apenas a assexualidade e a imortalidade. Porém, é verdade que embora os anjos sejam puramente espíritos incorpóreos, eles podem, por permissão de Deus, se materializarem (Hb 13.2). Porém, segundo o professor de teologia, Francisco Maia, os anjos caídos desde Gênesis 6.2 foram proibidos por Deus de se materializarem (Jd 6). Portanto, vimos a relação íntima do Espírito Santo com o Filho. O mesmo Espírito que é do Pai é, também, do Filho. Significando que eles compartilham o mesmo Espírito, logo, compartilham dos mesmos atributos. Iremos ver agora os nomes do Espírito Santo relacionados a Sua obra e Seu caráter. O Espírito Santo é chamado de „Consolador‟ (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7). Esse nome está muito ligado a missão do Espírito Santo na igreja que veio para traze alívio, conforto e ajuda aos santos nas suas aflições e dificuldades. O termo grego para „consolador‟ é „parakletos‟, e pode ser traduzido também por ajudador ou advogado. O Espírito Santo veio para desempenhar aquelas funções que o Filho de Deus desempenha em nosso favor junto ao Pai, quer dizer, ao lado do Pai, nós temos um Consolador, Advogado e Ajudador, e ao nosso lado, temos outro Consolador, Advogado e Ajudador. É interessante notar que o apóstolo João diz que nós „temos um Advogado para com o Pai‟ (1ª Jo 2.1), e não „para com o juiz‟. O que significa um Advogado junto ao Pai? Que o Pai contratou um Advogado para nos defender contra os promotores. Assim, o Advogado não é para nos defender do Pai, mas para nos defender contra o promotor da injustiça, que é o Diabo. 66
Irmãos! O Espírito Santo como Consolador quer consolar cada um de nós através dos instrumentos que Ele se dispõe na igreja, e assim nós consolamos uns aos outros (1ª Ts 4.18; 2ª Co 1.3-7). „Espírito da verdade‟ (Jo 14.17; 15.26; 16.13). Ele tem como missão revelar a verdade de Deus em Cristo. Aqui Ele desempenha o papel de ensinador. É o Espirito que nos ensina. Leiamos 1ª João 2.20,21,27: „E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo. Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis‟. Aí, irmãos!? O que vamos fazer com os nossos estudos!? Já que o texto diz que o Espírito nos ensina e que não há necessidade que alguém nos ensine. Como entender esse texto, pois em outras partes das Escrituras fala-nos do ensino bíblico ministrado pelos pastores e mestres? João está se referindo aos falsos profetas e falsos mestres, e que a igreja não precisa receber ensinamento deles, pois o Espírito já ensina a igreja através dos seus instrumentos. A verdade não precisa ser buscada em novas revelações introduzidas pelas seitas. A verdade está conosco, e nos é transmitida pelo Espírito Santo através dos homens que Ele escolheu e capacitou para a função do ensino. É isso que João está dizendo. Pois algumas pessoas requerendo combater o ensino ou considera-lo desnecessário cita equivocadamente esse texto de João. Todas as verdades necessárias para a nossa salvação já foram reveladas, e Deus não irá revela-las novamente, temos que agora procurar entende-las, buscando a iluminação do Espírito Santo. „Espírito da graça‟. Está em Hb 10.29 que mostra que ai daquele que „fizer agravo ao Espírito da graça‟. É o Espírito da graça que aplica em nossos corações a justificação, a regeneração, a adoção, a santificação e a glorificação. Por isso que o crente somente será salvo, se ele tiver o Espírito dentro dele. É o Espírito que faz a diferença entre os salvos e os perdidos. Os salvos são aqueles que têm o Espírito, e os perdidos são aqueles que não têm o Espírito. Porque o Espírito é as primícias da salvação que produzirá em nós a concretização dessa salvação. E assim fomos justificados agora, temos o Espírito de justiça dentro de nós, todavia, essa justificação ainda vai se tornar completa em nós quando estivermos diante do tribunal de Deus, onde receberemos a confirmação da nossa justificação ou total absolvição. Por isso diz Paulo que pela fé somos salvos e em esperança esperamos. Porque a salvação ainda está em concretização, e a garantia de que ela irá se concretizar é o Espírito que habita em nós. O Espírito dentro de nós, nos garante de que seremos libertos da penalidade do pecado na justificação, do poder do pecado através da santificação e por último da presença do pecado, o que ocorrerá na glorificação. Qual é a diferença entre ter o Espírito Santo e ser cheio do Espírito Santo? Usando um copo d‟água vamos representar o Espírito Santo dentro do 67
crente, e agora, vamos mergulhar esse copo d‟água dentro de uma vasilha cheia de água para representar o crente cheio do Espírito Santo. Na habitação, o Espírito é colocado dentro do crente, no enchimento, o crente é colocado dentro do Espírito. Na habitação, o Espírito opera no crente os elementos da salvação, e no enchimento, Ele opera os dons espirituais. „Espírito de súplica‟ em Zacarias 12.10. Aqui o Espírito ora nos santos e pelos santos. O Espírito Santo não apenas intercede por nós, como ele, mesmo ora em nós. É Ele que produz em nós o espírito de oração. Se Ele não produzir em nós esse espírito de oração, nós não oramos. A nossa oração é guiada e direcionada pelo Espírito Santo. Paulo disse: „Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito‟ (Ef 6.18). E Judas, também, disse: „...orando no Espírito Santo‟ (Jd 20). Nesse caso, espírito de oração, significa a disposição para orar. Nem sempre o termo „espírito‟ significa uma entidade pessoal, mas também se refere a disposição. Assim como também „espírito de fé‟ que aparece em 2ª Coríntios 4.13, é uma disposição produzida pelo Espírito Santo, e não uma entidade espiritual chamada „Fé‟. Alguns falam de „espírito de prostituição‟, „espírito de dúvida‟, e etc. Não é um demônio! Mas a disposição inata para se prostituir, uma inclinação ou tendência na sua natureza humana para aquele tipo de pecado. Porque se fosse um demônio, primeiramente, a pessoa seria liberta da prostituição ao sair o demônio, e segundo a pessoa não seria condenada por prostituição, pois não seria a pessoa que praticara, mas o demônio. Mas não é assim, de modo que as pessoas serão condenadas por suas prostituições. De modo que esse termo „espírito‟ é muito abrangente tanto é usado para disposição como para sentimentos, para anjos, para espírito propriamente dito, para fôlego (respiração) que nesse caso até os animais têm espírito. Evidentemente que existem espíritos malignos que operam dentro da área da prostituição com a finalidade de ativar nas pessoas desejos imorais. Essa é a mesma questão da homossexualidade, porém, essa disposição para homossexualismo é mais complexa. Pois pode ter vários fatores. Há o comportamental, por exemplo, que a pessoa aceita a Cristo, mas ainda continua com todo o trejeito de gay, que com o tempo vai abandonando. Há, também, um fator psicológico, que esse é bem mais arraigado, como se fosse uma patologia, que é o homossexualismo. Não confunda! A homossexualidade descreve a orientação sexual, mas o homossexualismo é uma patologia, e precisa também ser vencida, pois afeta a moralidade da pessoa. Às vezes, esse tipo de pessoa somente será totalmente liberta no dia do Senhor, até lá, deverá lutar com seus desejos homossexuais. Agora, há, também, os causados por influências malignas. Portanto, voltando ao „espírito de oração‟ é uma disposição que o crente recebe do Espírito Santo que desperta nele o desejo e a vontade para orar. Outro nome do Espírito Santo é o „Espírito de poder‟, parece que esse termo não parece no texto bíblico, mas o poder está muito associado ao Espírito Santo (1ª Co 2.4), o crente recebe poder quando recebe o Espírito (Lc 24.49 c/ 68
At 1.8; 8.18,19). Descreve a missão do Espírito de manifestar os dons na igreja, de dar virtude e ousadia aos pregadores e de operar milagres e prodígios. E por último „Espírito de Vida‟ (Rm 8.2) que mortifica a nossa natureza carnal e produzi em nós o fruto do Espírito (Rm 8.13; Gl 5.16,22). Vamos rapidamente ver alguns símbolos do Espírito Santo. O que é um símbolo bíblico? „É uma figura que a função é revela uma verdade moral ou religiosa; através do símbolo a verdade bíblica é ensinada de modo objetivo‟. Entenderam! Símbolo é utilizar um objeto material para representar algo imaterial. Por exemplo, você diz que um irmão tem a força de um leão. Veja que você está pegando um objeto material, o leão, para representar algo abstrato, que é a força. Quando Jesus disse: „sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas‟ (Mt 10.16), Ele estava aplicando um símbolo. O simbolismo bíblico é uma doutrina vasta nas Escrituras, onde se usa várias figuras de linguagens. Como compreender os símbolos bíblicos? O Dr. Elienai Cabral disse que para se interpretar os símbolos bíblicos precisamos da hermenêutica e da exegese para termos uma compreensão real e correta do texto bíblico. Não podemos interpretar os símbolos bíblicos de qualquer jeito; não podemos aplicar a analogia que quisermos. Temos que seguir regras e princípios de interpretação. O Dr. Elienai Cabral oferece apenas um princípio de interpretação que diz: „para se entender os símbolos é necessários interpretalos dentro do seu contexto de origem‟. Por exemplo, qual é o símbolo da serpente? Vem logo à nossa mente que simboliza Satanás. Mas será que todas as ocorrências em que se usa a serpente como símbolo sempre representa coisa negativa? Não! O texto de Mateus 10.16: „sede prudentes como as serpentes‟. A serpente está sendo usada para representar a prudência. Em João 3.14, a serpente está representando Jesus, mas a serpente de bronze, sem veneno. Preste atenção no contexto! O leão de Apocalipse 5.5 é símbolo de Cristo, mas o leão de 1ª Pedro 5.8 é símbolo do Diabo. Portanto, temos que interpretar o símbolo dentro do seu contexto. Primeiro símbolo do Espírito: fogo. Leiamos Lucas 3.16: „Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo‟. Alguns interpretam que o fogo nesse texto é o fogo da condenação no juízo, já que João Batista logo depois diz: „mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga‟ (v.17). Porém, eu sigo a interpretação apresentada pelo Dr. Elienai Cabral que diz que esse fogo é o fogo do Espírito. Por quê? Por causa do sujeito da frase – „vos batizará com o Espírito Santo e com fogo‟. Isso significa que as mesmas pessoas que serão batizadas com o Espírito Santo serão, também, batizadas com fogo. Esse fogo é distinto do fogo da condenação. Na verdade, a humanidade será batizada em um dos dois tipos de fogo: o fogo do Espírito, o trigo que será salvo; e o fogo da condenação, a palha que será queimada. Nós cremos e entendermos que o batismo com o Espírito Santo é aquela manifestação das línguas, e o batismo com fogo é a experiência constante na 69
vida do crente que não pode deixar o fogo se apagar. O crente tem que ser constantemente batizado nesse fogo. Paulo disse: „Não apagais o Espírito‟ (1ª Ts 5.19), quer dizer, não apagueis o fogo. O fogo tem que queimar constantemente, irmãos! O batismo é um só, mas o fogo é constante. Temos que ser mergulhado diariamente naquele rio de fogo que Daniel viu emanando do trono de Deus (Dn 7.9,10). Quando eu fui batizado, depois de sete dias de convertido, alguém me disse: „Quase que você foi batizado, chegou bem pertinho, mas foi só queimado‟. Eu pensei: „Eu fui foi batizado!‟. E agarrei a benção. A igreja pentecostal não só tem que ser batizada com o Espírito Santo, mas tem que estar incendiada no fogo do Espírito!
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 24 de Abril de 2011 Sobre o Espírito Santo - Agente Capacitador da Obra de Deus
O Espírito Santo opera em nossas faculdades mentais. Veremos, em alguns textos bíblicos, o estado intelectual do homem caído. Se dependermos apenas de nosso próprio raciocínio, ninguém tem a capacidade de compreender as coisas do Espírito de Deus porque parece loucura. Àqueles que têm a mente voltada para as coisas do mundo não compreende. A Escritura diz que a pregação da cruz, para os que não são crentes, é loucura, mas, para nós, que somos salvos, é poder de Deus. Então para que as pessoas possam compreender a mensagem da cruz, é necessário a operação do Espírito Santo. Leiamos nas Escrituras o estado caótico da mente e do raciocínio do homem caído. Efésios 4.17,18: „E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração‟. Colossenses 1.21: „A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou‟. Colossenses 2.8,18: „Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão‟. Na „vaidade da mente‟, „entenebrecidos no entendimento‟ e vivendo na „ignorância‟, „inimigos no entendimento‟ e „carnal compreensão‟. Desse 70
modo, não tínhamos condições de compreendermos a mensagem do Evangelho. Fomos criados com uma mente inteligente, mas essa mente foi obscurecida na queda pelo pecado. De modo que a pessoa sem Deus só consegue pensar em filosofias humanas. Com o desejo de servir a Deus, a pessoa cria para si as suas próprias crenças e filosofias, mas que as Escrituras as classificam como raciocínio errado. Até mesmo em nossa Ciência, onde os cientistas atingem, digamos assim, o máximo do conhecimento humano, eles não conseguem enxergar Deus na Ciência. Muito embora a própria Ciência revele as maravilhas do Universo e a complexidade da vida, muitos cientistas preferem voltar-se para as teorias ateístas. O primeiro homem que chegou à Lua, um soviético, ao pisar seus pés na Lua, ele disse: „Não estou vendo nem o céu e nem Deus‟. Pudendo se maravilhar com a grandeza do Universo e a incapacidade do homem, e atribuir a Deus a criação de todas as coisas, ele preferiu dizer que não estar vendo Deus. Porque o raciocínio humano está entenebrecido e escurecido. Para que os gentios pudessem ter a mente clareada foi necessário que o Espírito Santo os fizesse entender a palavra de Deus. É necessário temos essa humildade para reconhecermos que se não fosse a ação do Espírito Santo, ainda estávamos em nossa ignorância, caminhando em nossa religião falsa e pensando que estávamos servindo a Deus com entendimento. Leiamos alguns textos que fala dessa operação do Espírito que nos faz compreender e entender a Palavra. Mateus 13.19,23: „Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho. Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta‟. Efésios 1.17,18: „Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos‟. Para que o Evangelho possa fazer efeito em nossa vida e salvar a nossa alma da perdição, precisamos entender com a nossa mente a mensagem. Preste atenção! Os „olhos do vosso entendimento‟. Isso significa que temos olhos espirituais, por isso que há a cegueira espiritual, que é não compreender a mensagem do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Conforme escreveu o Pr. Elienai Cabral: „O Espírito Santo trabalha no coração e na mente do homem para que este se renda a Cristo, pois é da vontade de Deus que todos, sem exceção, sejam salvos (1ª Tm 2.1-4). O Senhor Jesus Cristo ensinou que um dos trabalhos do Espírito Santo é 71
justamente convencer o pecador dos seus erros (Jo 16.8-11), dando-lhe o entendimento necessário para que creia e se arrependa, sendo assim vivificado espiritualmente (Rm 8.1,2)‟ [Lição 04-2ºTrim/2011]. Portanto, um dos trabalhos do Espírito Santo é exatamente este: convencer o pecador da justiça, do juízo e do pecado. O Pr. Elienai Cabral fala da vontade de Deus de salvar a todos. Já estudarmos em nossas palestras anteriores sobre a vontade geral e revelada de Deus e a vontade particular e secreta de Deus. Na sua vontade geral, Deus deseja e quer salvar a todos, mas na sua vontade particular e secreta, ele salvará apenas aqueles, que pelo seu livre-arbítrio, cedem a obra do Espírito. Isso é uma coisa que não devemos questionar com Deus! Pois se Deus quiser salvar todo mundo, ele salva. – „operando eu! Quem impedirá?!‟. Se a pessoa está morta no seu entendimento e não pode compreender o Evangelho a não ser que o Espírito Santo clareie a sua mente, então, isso significa que a pessoa só vai entender o Evangelho se o Espírito clarear a sua mente. Então por que o Espírito não ilumina a mente de todos? Ele ilumina! Todos quantos ouvem o Evangelho recebem a iluminação do Espírito Santo! E por que todos não se convertem? Porque a vontade particular de Deus é baseada no livre-arbítrio das suas criaturas humanas, isto é, na Sua presciência, Deus conhece de antemão a decisão da pessoa ao ouvir o Evangelho. Assim, a morte de Cristo é suficiente para salvar a todos, e eficiente para salvar os que ouvem e creem no Evangelho. Romanos 9.15,16,18: „Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer‟. Se Deus não se compadecer e nem ter misericórdia do pecador, esse não pode se converter. O texto que diz „endurece a quem quer‟ não se refere aos gentios, pois, esses já tem o coração endurecido, por isso necessitam da compaixão de Deus. O texto se refere aqueles israelitas que não farão parte do remanescente salvo no novo Israel, a esses Deus endureceu o coração. Leiamos Romanos 11.5,7,8: „Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos. Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje‟. E, Romanos 9.27: „Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo‟. Leiamos, também, João 6.37,44,45: „Todo o que o Pai me dá virá a mim... Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer... 72
Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim‟. Essas palavras de Cristo foram dirigidas diretamente aos israelitas e que mostram que virão à Cristo apenas aqueles israelitas que foram eleitos para comporem o Israel da nova aliança. Note que o versículo 45 é uma citação dos profetas acerca da nova aliança feita com a comunidade de Israel (Jr 31.31-36; Hb 8.10,11). O Espírito Santo opera em nossos sentimentos e vontade. Veremos baseado em alguns textos bíblicos, o estado emocional do homem caído. Efésios 4.19: „Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza‟. Romanos 8.5-8 „Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus‟. Efésios 2.3: „Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também‟. A pessoa sem Deus é insensível para as coisas de Deus, uma pessoa que perdeu todo o seu sentido, de modo que ele pode praticar os piores atos desumanos, cometer dissoluções, devassidões e coisas abomináveis diante de Deus, sem o coração sentir algum tipo de arrependimento. O desejo dos gentios era inclinado somente para carne a fim de satisfazerem os apetites e as paixões da alma. Se tivéssemos algum sentimento religioso era voltado para a idolatria e sacrifícios dos cultos das religiões orientais e afrobrasileiras. Enquanto, que um coração temente e reverente a Deus estava longe de nós. Mas o Espírito Santo faz o pecador desejar receber a Cristo. Quando a pessoa diz que só vai se converter ao Evangelho quando sentir no coração, ela por ela mesmo, nunca vai sentir o desejo, nunca sua emoção vai pender para o lado das coisas espirituais, a não ser que o Espírito Santo incline seu coração para o desejo se receber a Cristo. Paulo fala da tristeza segundo Deus. A tristeza segundo Deus opera em nós o arrependimento para a vida eterna, mas a tristeza segundo o mundo opera em nós o remorso que leva as pessoas cometerem suicídio. Então, a tristeza segundo Deus é o pesar do coração que produz arrependimento. Temos que ser sempre gratos a Deus, pois Ele tocou em nossos corações. Alguns de nós tinha um coração fechado e trancado, eram pessoas ruins e perversas que tinham até ódio dos crentes e da religião cristã. Então, o que fez esse coração se transformar? O Espírito Santo. Porque em nós não 73
havia forças espirituais que pudesse levar os nossos próprios impulsos ao Evangelho. Contudo, esse impulso do Espírito Santo, também, pode ser resistido (At 7.51). Veremos que o Espírito Santo opera o arrependimento e a fé. Dois elementos básicos para que as pessoas possam adentrar na porta da salvação. Leiamos Romanos 2.4: „Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?‟. O que nos levou ao arrependimento foi a bondade de Deus! Foi Deus que moveu o nosso íntimo! Vejamos a fé. Em Atos 3.16 fala que a fé vem por meio de Jesus Cristo. Romanos 2.3 diz que a fé é repartida por Deus a cada um conforme a Sua graça. E Apocalipse 2.13, Cristo a chama de „minha fé‟. Em Romanos 10.17 está escrito: „De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus‟. A fé é produzida em nosso coração pela pregação do Evangelho, porém, nem todos que ouvem se convertem. Isso pode ocorrer por algumas razões: O diabo cegou a mente do ouvinte para que ele não entendesse a pregação (2ª Co 4.4) ou a própria pessoa, pelo seu livre arbítrio resistiu a voz do Espírito ou Deus não quis, por razões que desconhecermos, que aquela pessoa entendesse a mensagem do Evangelho naquela ocasião. Isso, porém, não significa que ela não poderá se converter em outra ocasião. O Pr. Elienai Cabral disse: „que “esse trabalho do Espírito Santo é chamado de „a doutrina da vocação‟ ou do „chamamento‟”. Estejamos certos de algo muito importante: é Deus, mediante o Espírito Santo, quem dá o primeiro passo em direção ao pecador. Todavia, é bom lembrar que Ele não restringe a liberdade do indivíduo e respeita o nosso livre arbítrio (Jo 12.47,48)‟ [Lição 04-2ºTrim/2011]. Quer dizer, nós somente nos convertermos quando recebermos essa chamada do Espírito Santo. Algumas pessoas se convertem hoje, outras depois, muito embora, essas pessoas ouviram a mesma pregação. Já falamos que isso acontece porque uns resistem ao Espírito, outros não foram iluminados naquela ocasião e ainda outros são iluminados e obedecem a voz do chamamento do Espírito. O Espírito chamou aquela pessoa naquele dia, a outra ele chamará depois. O Espírito quando entra em uma casa para salvar seus membros, uns ouvem primeiro e compreendem. Esses são os primeiro a recebem a chamada, os outros membros da família recebem a chamada depois, porém, há outros, que mesmo recebendo a chamada, nunca e jamais se converterão. Os irmãos calvinistas acreditam em duas chamadas: a chamada geral feita a todos os pecadores, e a chamada especial e irresistível feita somente aos eleitos. Porém, o que os calvinistas não entendem é que esses eleitos são aqueles 144 mil israelitas da nova aliança. De fato, a chamada deles é 74
especial e irresistível. Não serão 143 mil e nem 145 mil, mas 144 mil eleitos. Enquanto que a chamada geral é estendida a todos os gentios, e aqueles que atendem essa chamada tornam-se eleitos de Deus dentre os gentios. Isso significa que a salvação dos gentios é baseada no livre arbítrio? Não! Nós vimos que intelectualmente o homem está caído, não tem como entender a palavra de Deus; que emocionalmente, o homem, também, está caído, não tem como responder a bondade de Deus. E, agora iremos ver se a vontade do homem, também, foi atingida pela queda. Vejamos o que as Escrituras dizem acerca do livre arbítrio do homem. Leiamos João 8.34: „Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado‟. O homem é escravo do pecado. Isso significa que o seu intelecto, suas emoções e sua vontade estão presos pelo pecado. Ele pode decidir tudo que ele quiser: onde quer morar, com quem quer se casar, que vestir, etc. Ele pode tomar qualquer decisão em sua vida. Ele tem o livre arbítrio. Mas chegou para o lado da salvação, ele não tem condições, pela sua própria vontade, de decidir para Cristo. Pois essa sua vontade está aprisionada pelo pecado. Lemos em Romanos 8 que a mente do homem caído é sempre inclinada para o pecado. Essa mente nunca vai se voltar para Deus, pois está escrito que aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus, são inimigos de Deus. O pecador entregue a sim mesmo, jamais terá, por livre vontade e escolha, poder de decidir por Cristo. A não ser que um poder superior venha em seu auxilio e incline a sua vontade para o Evangelho. Prestem atenção, irmãos! Falando desse modo, eu estou me referindo a chamada inicial do Espírito Santo. O pecador só se desperta para a salvação se o Espírito Santo vir sobre ele. Leiamos Filipenses 2.13: „Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade‟. Ninguém aceita a Jesus obrigado. Todos aceitam por seu livre arbítrio, mas esse livre arbítrio foi tocado pelo Espírito Santo. Se o Espirito Santo não tocar, o pecador continua com o seu coração endurecido. Porém, essa operação do Espírito Santo no pecador não transforma o seu ser, não lhe produz a regeneração como crer os calvinistas, mas isso só acontecerá quando a pessoa crer em Cristo. Quer dizer, a fé vem antes da regeneração. Por isso que mesmo recebendo essa influência poderosa do Espírito Santo, o pecador pode resistir. É Deus que produz no coração não apenas o desejo de querer aceitar a Cristo, mas também, o poder para efetuar essa decisão. Por isso que está escrito que foi Deus quem resplandeceu em nossos corações a luz do evangelho de Cristo (2ª Co 4.6). Sem isso o nosso livre arbítrio está entregue a escravidão, e também a Satanás, pois é dito que „o deus deste 75
século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo‟ (2ª Co 4.4). Veja que além da pessoa está presa em si mesmo pelo pecado, ainda vem Satanás para atrapalhar, e isso agrava ainda mais a impossibilidade da pessoa entender o Evangelho. Portanto, é Deus que diz: „Das trevas resplandecesse a luz!‟ ou „Desperta!‟ (Ef 5.14), então, nós acordamos e enxergamos a luz. De modo que a nossa salvação ou a nossa condenação não depende do nosso livre arbítrio. Os únicos homens que tiveram livre arbítrio, no verdadeiro sentido da palavra, foram Adão e Cristo, eles tinham o poder de decidir se queriam ou não servir a Deus. Os demais são todos escravos. Ou somos escravos de Adão ou somos escravos de Cristo. De modo que somos condenados por causa da decisão rebelde que Adão tomou ou seremos salvos pela decisão que Cristo tomou de permanecer obediente a Deus. Essas coisas não dependem de nós! Ou somos salvos em Cristo ou condenados em Adão. Os nossos pecados são apenas agravantes do pecado de Adão que nos condena ou as nossas justiças são apenas frutos da justiça de Cristo que nos salva. Já vimos que a nossa mente, as nossas emoções e a nossa vontade estão presas ao pecado, agora, veremos a questão da filiação, isto é, de quem nós éramos filhos. E, adianto dizendo que foi o Espírito Santo que operou em nós a adoção, senão não seríamos filhos de Deus. Qual era o estado filial do homem caído? Colossenses 3.6: „Pelas quais coisas vêm a ira de Deus sobre os filhos da desobediência‟. Efésios 2.2,3: „Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também‟. João 8.44: „Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira‟. Éramos „filhos da desobediência‟, „filhos da ira‟ e tendo „por pai diabo‟. O pecador é semelhante a uma pessoa, que após uma implosão, fica soterrada por entulhos e escombros. De modo que a sua vontade está soterrada por seus desejos pecaminosos. Se o bombeiro não vier e remover tudo e arrastar a pessoa dali, ela sozinha não conseguirá. Estávamos debaixo do pecado e do domínio do diabo. Não tínhamos condições de nos libertar, a não ser que o Espírito Santo venha e nos tire desse estado. Como foi que nós sendo filhos da desobediência, filhos da ira e tendo por pai o diabo nos tornamos filhos de Deus? Através da adoção. A 76
adoção acontece a partir da regeneração produzida pelo Espírito Santo. A única coisa que pode tornar os pecadores em pessoas novas, renascidas e regeneradas é a operação do Espírito Santo em seus corações. Isso significa que se a pessoa, mesmo tendo ouvido a mensagem do Evangelho e aceitado a Jesus, mas não tomou essa decisão com arrependimento genuíno e fé verdadeira, nessa pessoa não é operada a regeneração, pois, ela se convenceu, mas não se converteu ao Evangelho de Cristo. Essa pessoa vem para frente por qualquer outro motivo, mas nessa pessoa não se opera a regeneração de Deus. Para se operar a regeneração de Deus no coração da pessoa, não será pelo simples ato de dizer: „eu quero aceitar Jesus‟. Mas é se que de fato o nosso coração esteja arrependido e brote ali uma fé sincera. Só então acontece a operação da regeneração pelo Espírito Santo. Isso significa que existem muitas pessoas que estão na igreja, mas não foram regeneradas e continuam mortas. Judas disse que esses não têm o Espírito, e são controlados por suas próprias sensualidades. A adoção se confirma através do recebimento do Espírito Santo no coração. É o Espírito Santo que irá confirmar que você é filho de Deus. Em Romanos 8.16 está dito: „O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus‟. Mas também diz que não recebemos o „espírito de escravidão, para outra vez estardes atemorizado...‟ “Ah! Vou perder minha salvação”, „... mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai‟ (Rm 8.15). Você diz com convicção: „Eu sou salvo porque o Senhor está intercedendo por mim junto ao Pai‟; „Eu estou salvo por ele segura a minha salvação‟. Temos que atribuir tudo ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo que opera em nós a nossa salvação. A adoção se desenvolve através do andar no Espírito Santo em novidade de vida. Requer, agora, práticas cristãs, fruto do Espírito, renúncia, abnegação e praticar obras dignas de arrependimento. Vimos o ministério do Espírito Santo no coração do pecador, agora, veremos o ministério do Espírito no pecador convertido. O Espírito Santo aperfeiçoa o caráter do crente. Temos um padrão do caráter cristão. Esse padrão e modelo é Cristo. Para que todos cheguem a unidade da fé e a estatura completa de Cristo, a varão perfeito e também diz para sejam conformados à imagem do Filho primogênito de Deus. Nosso padrão de santidade é Cristo! O nosso padrão de caráter é Cristo! E quais são algumas qualidades do caráter de Cristo? Amor, humilde, manso, paciente, pacífico, justo; essas qualidades e outras constituem o padrão do caráter de Cristo que o Espírito Santo implanta em nosso caráter. Quer dizer, até para produzimos obras boas ou frutos precisamos da obra do Espírito em nós. Por isso é chamado de fruto do Espírito. Pois é o Espírito que irá produzir em nós esse fruto. 77
Antes, tínhamos um mau caráter. Éramos pessoas mentirosas, trapaceiras, cruéis, caloteiras, injustas, etc. Esse é o nosso caráter caído. Esse caráter é transformado pelo Espírito Santo. Porém, irmãos, eu preciso falar da graça comum de Deus. Essa graça é derramada sobre justos e ímpios. E é por causa dessa graça comum que mesmo que a pessoa não seja crente, ela é capaz realizar o bem na sociedade, que há pessoas descrentes, mas honestas em seus negócios. É por causa dessa graça comum de Deus, que a sociedade ainda consegue mantese organizada. Portanto, as pessoas em seu estado de depravação total, ainda, são amparadas pela graça comum de Deus. Porém, para receberem um lampejo do Evangelho necessitam da graça especial de Deus que opera nelas através do Espírito Santo ao ouvirem a pregação do Evangelho. O Espírito Santo controla o temperamento do crente. Há quatro tipos de temperamentos que são natos: fleumático, melancólico, sanguíneo e colérico. Esses temperamentos não são erradicados do coração, não são transformados pelo Espírito, mas podem ser controlados pelo Espírito. Veremos, rapidamente, algumas características desses temperamentos. Pois é necessários nos conhecermos a nós mesmo para podermos saber nossos pontos fortes e nossos pontos fracos; conhecermos nossas virtudes e nossos defeitos, para que o Espírito Santo controle nossos defeitos, e desenvolva nossas virtudes. Cada pessoa tem um ou mais temperamentos. Um temperamento é mais pulsante na pessoa, outro menos. Uma pessoa fleumática tende a ser uma pessoa calma, tranquila, cumpridor de suas obrigações, eficiente, conservador, prático, líder e bem humorado. Essa pessoa é desse tipo, tanto fazer se ela é crente ou não é. É o seu jeito. Citarei os defeitos do fleumático: calculista, temerosa, indecisa, contemplativa, desconfiada, capciosa, introvertida e desmotivada. Geralmente essa pessoa pode ser: um diplomata, um administrador, um professor ou um técnico. Uma pessoa melancólica tende a ter as seguintes virtudes: habilidosa, minuciosa, sensível, perfeccionista, estética, idealista, leal e dedicada. Seus defeitos: egoísta, aborrecida, pessimista, teórica, confusa, antissocial, crítica, vingativa e inflexível. Sua vocação: artista, músico, inventor, filosofo e mestre. Uma pessoa sanguínea tende a ter as seguintes virtudes: comunicativa, destacada, afável, simpática, companheira, compreensível e crédula. Seus defeitos: indecisa, inconstante, indisciplinada, impulsiva, insegura, egocêntrica, barulhenta, exagerada e medrosa. Sua vocação: orador, ator ou vendedor. Uma pessoa colérica tende a ter as seguintes virtudes: energética, resoluta, independente, otimista, prática, eficiente, decidida, líder e audaciosa. Seus defeitos: iracunda, sarcástica, impaciente, prepotente, 78
intolerante, vaidosa, autossuficiente, insensível e astuciosa. Sua vocação: produtor, construtor ou líder. São esses os nossos temperamentos que precisam ser moldados pelo Espírito Santo que irá inibir nossos defeitos e equilibrar as nossas virtudes. Por último, o Espírito Santo mortifica a natureza carnal do crente. O cristão tem duas naturezas: a natureza carnal e a natureza espiritual. A natureza carnal não é aproveitada, ela tem que ser mortificada e despida. Essa natureza carnal operava em nosso caráter e em nossos temperamentos. Mas, agora, a natureza espiritual tem que operar em nosso caráter e personalidade.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 08 de Maio de 2011 Sobre os Dons que Manifestam a Sabedoria de Deus
Antes de falar sobre os dons de revelação, gostaria de fazer uma introdução sobre os dons. A Escritura em 1ª Coríntios 12 traz três palavras gregas que traduzimos por dons. A primeira palavra grega está em 1ª Coríntios 12.1; 14.1 e é „pneumática‟ que significa „coisas espirituais‟, isso significa que os dons concedidos por Deus têm sua origem no céu e que são concedidos de uma maneira sobrenatural. Os dons não são algo que nascemos com eles, mas algo que Deus nos concede. Chamamos de dons espirituais ou dons do Espírito ou também é chamado, em um texto bíblico, de apenas „pneumata‟, isto é, „espíritos‟. Por isso definimos os dons como a pluralidade do Espírito Santo. Muito embora, o Espírito Santo se manifeste de uma maneira diversificada, ele é apenas um Espírito. A sua operação são variadas. Essa pluralidade do Espírito Santo é revelada por „sete espíritos de Deus‟ que aparece em Apocalipse 1.4; 4.5. É uma maneira de falar dessa pluralidade do Espírito e que é perfeito em sua plenitude. E esse Espírito se manifesta para as sete igrejas do Apocalipse. A segunda palavra grega é „carismata‟ que significa „graças ou favores‟. Pode ser traduzida como „dons graciosos‟. Esse termo aparece em 1ª Coríntios 12.4,31. É desse termo „carismata‟ que vem a nossa palavra „carisma‟ ou „carismático‟ que tem a sua raiz no termo grego „charis‟ ou „caris‟ que significa „graça‟. Então, os dons espirituais são concedidos pela graça de Deus, são favores de Deus que o Senhor nos concede sem merecermos, mas ele nos dar gratuitamente pelo seu amor e graça. Portanto, essas palavras „dom‟, „dádiva‟ e „presente‟ vem da raiz grega „caris‟ ou „charis‟ que significa graça. 79
A terceira palavra é „fanerose‟ que se encontra em 1ª Coríntios 12.7 que se traduz por „manifestação‟ ou „demonstração‟. Os dons espirituais são não algo produzido por nós, mas são manifestações de Deus no meio do Seu povo. Quero fazer algumas citações de comentaristas de como eles definem os dons do Espírito Santo. Esses comentaristas são os autores dos comentários de nossas revistas, que são mestres consagrados da Assembleia de Deus. Dr. Antonio Gilberto: „Dons espirituais são dotações ou concessões especiais e sobrenaturais de capacidade divina para o serviço especial na execução do propósito divino através da Igreja‟. Dons espirituais estão em contraste com dons naturais. Dons naturais fazem parte da nossa natureza. Cada um de nós, somos bons em alguma coisa. Mas os dons espirituais são uma dotação sobrenatural de Deus que nos capacita sobrenaturalmente. Dr. Raimundo de Oliveira: „Dons espirituais são presentes de poder e de vitória à habilitar a Igreja para o cumprimento da sua missão no mundo‟. Dr. Estêvam Ângelo (que já dorme no Senhor): „Os dons do Espírito Santo são meios pelos quais os membros do Corpo de Cristo são habilitados e equipados para realização da obra de Deus‟. Dr. Elienai Cabral: „Os dons são concessões do Espírito Santo objetivando expandir, edificar, consolar e exortar a igreja de Cristo para que ela cumpra eficaz e plenamente a missão que Deus lhe confiou‟. Isso significa que se não fosse os dons de Deus capacitando e dando poder e vitória a igreja, ela não tinha condições de realizar a obra de Deus. Ela seria, apenas, uma aglomeração de pessoas, um clube social ou um grupo religioso como qualquer outro que não tinha esse elemento espiritual que dá a igreja um impulso para adentrar e saquear o império das trevas. A igreja é dotada deste poder porque ela tem que lutar, não contra a carne nem o sangue, mas contra os poderes espirituais das trevas. Nosso último comentarista é o Pr. Valdir Nunes, que me parece que também faleceu, foi assassinado em frente a sua casa, ele disse o seguinte: „Os dons são dádivas concedidas por Deus a Igreja como ferramentas que precisamos para o êxito total da nossa tarefa no serviço cristão‟. Entendemos que os dons são distribuídos pelo Espírito Santo segundo a sua soberana vontade, isso significa que o Espírito não é obrigado, por nós, de nos conceder seus dons, mas ele concede os dons a quem ele quiser e na hora que ele quiser, independentemente, do cargo eclesiástico que a pessoa ocupa na igreja, seja ele pastor ou um simples membro. O Espírito Sato vem e manifesta os seus dons a qualquer um deles. O propósito dos dons é trazer utilidade à igreja e também edificação e crescimento do Corpo de Cristo. Os dons não têm como finalidade 80
promover ninguém, nem para causar um show no meio da igreja ou para mostrar que a pessoa é espiritual e cheia do poder de Deus. Nem tampouco para resolver os nossos problemas pessoais. Os dons são manifestados na igreja para trazer a sua edificação espiritual. Não consultamos profetas para descobrimos onde temos que trabalhar, com quem devemos nos casar e onde temos que morar. Não são para essas questões pessoais ou materiais que servem os dons. Mas para que a igreja possa ser equipada e capacitada para realização da obra de Deus. Porém, não nego que pode ocorrer casos em que os dons ajudam pessoas a tomarem decisões em questões pessoais ligadas a suas vidas espirituais ou ministeriais. Irmãos, é uma tolice afirmar a cessação dos dons na atualidade, pois a batalha espiritual em que a igreja primitiva estava envolvida no primeiro século, é a mesma que nós estamos envolvidos hoje. E, a mesma necessidade em que os cristãos primitivos precisavam deste revestimento e dessas manifestações, nós, também, precisamos. Na verdade, acredito que precisamos mais do que eles, pois vivemos no fim dos tempos onde o poder das trevas está aumentado cada vez mais para restringir a marcha da igreja. Portanto, nos dias atuais, nós precisamos muito mais dos dons espirituais do que no princípio. Paulo escrevendo para os irmãos da Galácia, disse: „tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?‟ (Gl 3.3). Então, a igreja não pode começar pelo poder da capacitação do Espírito Santo e terminar, apenas, contando com a capacidade, erudição e conhecimento humanos. A Igreja precisa tanto no princípio com hoje da mesma capacitação do Espírito Santo. Todavia, em muitas igrejas os dons espirituais estão sendo substituídos por técnicas de autoajuda, inovações do G12 baseados na psicologia, heresias da confissão positiva que ensina uma fé esotérica baseada no poder da mente e o evangelho da prosperidade que baseia o poder da igreja na riqueza material e na capacitação do homem. Assim, a pregação do Evangelho é mais baseado no poder do marketing do que no poder do Espírito Santo. De modo que o Evangelho é oferecido como se fosse uma mercadoria, um produto, e não pregado para produzir no povo o arrependimento e a fé. O Evangelho tornou-se um meio das pessoas se darem bem na vida e terem sucesso – „Se o seu casamento está falido ou se a sua empresa quebrou venha pra igreja!‟. Essa é uma deturpação do Evangelho! Encontramos em muitas igrejas verdadeiras manipulação da fé! Pessoas são forçadas a falarem em línguas, outras receberem curas apenas psicológicas, ainda outras terem reações frenéticas para simular a manifestação do Espirito Santo e sem falar daquelas que são obrigadas a contribuírem com uma exorbitante quantia de dinheiro para receberem a bênção de Deus. 81
Por que as verdadeiras manifestações do Espírito Santo estão escassas no meio do povo de Deus e há mais imitações e falsificações? Por causa da falta de fé, de reverência, de temor a Deus, de santidade e de consagração. Essas coisas não só impede a manifestação dos dons espirituais como também deturpam as manifestações do Espírito. Deparamos com um caso em Atos 5, quando Ananias tentou ludibriar o apóstolo Pedro, mas este manifestando o dom do Espírito desmascarou aquele casal mentiroso. Logo após esse episódio, diz o texto bíblico: „E houve um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas‟ (At 5.11). O texto prossegue: „E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. Dos outros, porém, ninguém ousava ajuntar-se a eles; mas o povo tinha-os em grande estima‟ (At 5.12,13). As manifestações do Espírito Santo na vida dos apóstolos e na igreja primitiva causava impacto na sociedade, de modo que as pessoas sentiam temor em se ajuntar a eles. Isso evitava a camuflagem. Por que existem tantas camuflagens e dissimulações em nossas igrejas? Porque nos falta uma vida de piedade para receber os verdadeiros dons. Por que se levantam falsos profetas nas igrejas e não são desmascarados? As pessoas não tem um pingo de temor de falar em nome de Deus, sendo que a mensagem não são delas; de contar uma visão sem está vendo nada, sendo um produto dos seus sentimentos e visagens; essas pessoas não tem medo de cair ali mesmo fumegada na presença de Deus. Porque está faltando essa consagração, santidade e piedade que havia na vida dos apóstolos. Vejamos, agora, a classificação dos dons. Os dons são divididos em quatro grupos: dons fraternais, dons de serviços, dons ministeriais ou vocacionais e dons carismáticos ou espirituais. Os dons carismáticos são divididos em três categorias: dons de revelação, dons de poder e dons de elocução. Vamos apenas nos deter nos dons de revelação. Antes, porém, veremos algumas coisas acerca dos dons em geral. Os dons fraternais são concedidos pelo Pai: Jesus Cristo, o dom inefável de Deus; o Espírito Santo, o dom prometido de Deus; e a salvação ou vida eterna, o dom gratuito de Deus. Esses três dons são dádivas do Pai. Há também os dons ministeriais ou vocacionais chamados, também, de dons de ofícios ou ministérios oficiais e há os dons de serviços ou também chamados de ministérios práticos. Quais são os dons ministeriais? Está em Efésios 4.11, uns ele deu na igreja para apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Esses dons são concedidos pelo Filho, Dons de Cristo dados à Igreja. Na verdade, esses dons de Cristo são homens que Ele chama ou vocaciona para o desempenho da igreja. Quem são os 82
apóstolos hoje? Apóstolo é um termo grego que significa enviado, então os enviados pela igreja são apóstolos que são os missionários. A igreja Assembleia de Deus reconhece apenas dois ofícios: pastores e evangelistas. Esses dois ministros da igreja desempenham os demais ofícios, como apóstolos (pastores enviados como missionários), profetas (que não são aqueles que receberam o dom de profecia, mas o pregador, quer dizer, o pastor que tem um ministério voltado para a pregação profética) e os mestres (que são os pastores teólogos). Portanto, apóstolos, profetas e mestres são apenas funções, e não mais ofícios, funções essas desempenhadas pelos dois ofícios: pastores e evangelistas. Quem são os enviados? São os pastores ou evangelistas; quem são os mestres? São os pastores ou evangelistas? Quem são os pregadores (profetas)? São os pastores ou evangelistas. Então, a Assembleia de Deus tem apenas esses dois ofícios que desempenham essas cinco funções. Vejam bem, os presbíteros, na época dos apóstolos, eram os pastores. Mas hoje, eles não são mais oficiais, mas apenas ministério prático. O presbítero na Assembleia de Deus não é um oficial da igreja, isto é, ele não compõe os ofícios da igreja, ele faz parte dos dons de serviços ou ministérios práticos. Quais são esses ministérios práticos? São dons de serviços exercidos pelos crentes em geral. São serviços distribuídos na igreja, mas que não devem ser confundidos com os dons carismáticos. Então, os dons de serviços são diferentes dos dons carismáticos. Porque nos dons de serviços, o crente desempenha um determinado trabalho na igreja, enquanto que os dons carismáticos só podem ser desempenhados se o Espírito Santo vir sobre o crente naquele momento. E, às vezes, o crente manifesta o dom naquele momento, e não manifesta mais em sua vida. Mas os dons de serviços são constantemente servidos na igreja. Quais são os dons de serviços? Encontramos esses dons em Romanos 12.7,8, 1ª Coríntios 12.28 e 1ª Pedro 4.10. Irei citar alguns: diaconia (os diáconos) é um dom de serviço, pois ninguém recebe sobrenaturalmente o serviço de diácono. Ninguém se levanta e diz: „Irmãos, hoje eu vou operar na diaconia‟ ou „o Espírito Santo está me impulsionando a servir como diácono‟. A pessoa é chamada para servir como diácono, doravante, não precisa esperar uma manifestação do Espírito – „aquela cadeira está fora do lugar, mas eu vou esperar aqui a manifestação do Espírito para ele me dar o dom diaconato para eu endireitar a cadeira‟ – „Ixi! Aquela viúva está necessitada, mas eu vou esperar aqui a manifestação do Espírito que me impulsionará a ajuda a viúva‟. Não! Não há necessidade dessa manifestação. Do mesmo modo é o dom do ensino. Esse dom é diferente do oficio de mestre. O mestre ou teólogo são homens que Deus capacitou para interpretar as doutrinas bíblicas, enquanto que o dom de ensino é realizado 83
na igreja debaixo da autoridade de um mestre. Por exemplo, eu estou ensinando, mas debaixo da autoridade do Dr. Elienai Cabral, é ele o mestre da igreja, é ele que está trazendo nesse trimestre a doutrina acerca do movimento pentecostal. Os professores da EBD recebem de Deus esse dom do ensino, mas é um ministério prático e não oficial. Todavia, quem tem esse dom de ensinar não precisa esperar uma manifestação do Espírito Santo – „Não! Irmãos, hoje o Espírito Santo não está me capacitando a ensinar‟. Não há necessidade de buscar essa manifestação sobrenatural. O que é que precisa? Aquilo que o apóstolo Paulo disse: „aquele que tem o ministério de ensinar, então se dedique a ensino‟. Portanto, a pessoa tem que se dedicar ao ensino através da leitura, do estudo e da pesquisa, independentemente que se manifeste o dom da palavra da sabedoria. Esse dom não tem nada a ver com o ministério do ensino – „Oh! Aquele irmão ensina porque tem o dom da palavra da sabedoria ou o dom da palavra da ciência. Eu, também, vou buscar esses dons para ensinar na Escola Dominical‟. Do mesmo modo, também, a pregação, ela não tem nada a ver com esses dons sobrenaturais do Espírito. Se você recebeu de Deus o ministério da pregação, então, desenvolva esse dom, adquira habilidade. Um dirigente de igreja, que é um presbítero, aquele que administra. Ele foi chamado para servir na igreja como presbítero, esse é seu cargo, sua função. Mas isso não significa que todas as decisões que ele precisa tomar na igreja necessita receber revelações e visões. Como certo dirigente que colocou uma cadeira no púlpito que ninguém sentava, era a cadeira do Espírito Santo, e toda vez que ele dirigia o culto, inclinava os ouvidos para cadeira e dizia: „Ah! Tá certo! Hum! Tá bom! É isso, nê! Claro que em determinados casos, ele precisa esperar uma orientação especial de Deus, mas não há essa necessidade constante. O presbítero precisa desempenhar sua carreira, além de outras coisas, lendo livro de aconselhamento pastoral, livro de administração de igrejas e etc. Ele tem que buscar e desempenhar, pois o presbitério não é um dom que se recebe de uma maneira sobrenatural. O Espírito usa outros meios para treinar alguém para o presbitério, que não seja uma manifestação espiritual. Sim, ele necessitada da orientação do Espírito, mas não precisa se levantar de manhã e dizer: „Hoje estou sendo impulsionando pelo Espírito Santo para atuar como presbítero‟. Veremos agora, os dons carismáticos. Esses, sim, são sobrenaturais. A pessoa só pode profetizar quando o Espírito vir sobre ela; a pessoa só pode falar em línguas, se o Espírito vir sobre ela; a pessoa só pode manifestar a palavra da sabedoria, se o Espírito vir sobre ela. E o Espírito só vem, se ele quiser vir. 84
Os dons carismáticos são divididos em três grupos: dons de revelação, que é o saber sobrenatural; dons de poder, que é o agir sobrenatural que inclui o dom da fé, dons de curar e operação de maravilhas; e os dons de elocução, também chamado de dons de inspiração ou dons verbais, que é o falar de maneira sobrenatural, que são a profecia, o dom de línguas e a interpretação das línguas. Iremos falar um pouco sobre os dons de revelação que são o dom da palavra de sabedoria, dom da palavra de ciência ou conhecimento e dom de discernimento de espíritos. Talvez esses sejam os dons mais necessários para a Igreja nos últimos dias. Esses são os dons mais escassos e que menos se manifestam no meio do povo de Deus. O dom da palavra de sabedoria, esse dom é diferente da sabedoria de Deus. Tanto os dons naturais como sobrenaturais são concedidos por Deus. O dom da palavra de sabedoria se manifeste de modo sobrenatural no crente, por isso que ele não manifestará esse dom toda vez quiser; por isso que não adianta as pessoas dizerem: „Vamos à casa daquele irmão, pois ele tem o dom da palavra de sabedoria e nos dirá como devemos agir‟. Mas o dom não é obrigado se manifestar naquele momento. Pois o Espírito manifesta o dom quando quiser e não quando nós queremos. Tratando-se da sabedoria de Deus, todos nós temos que buscar essa sabedoria e crescer na sabedoria e no conhecimento de Deus. É chamada de sabedoria espiritual. Temos que buscar do Espírito Santo essa sabedoria através da leitura da Palavra de Deus. Há também a sabedoria natural, que da mesma forma é uma dádiva de Deus, mas não é dada de modo sobrenatural. Seja uma pessoa crente ou descrente tem a sabedoria natural para operar nesse mundo. Os nossos avanços do conhecimento, da ciência e todos os fatores das atividades humanas são desenvolvida por essa sabedoria natural. Muito embora, ela seja uma sabedoria de Deus, os homens não conseguem encontrar Deus através dela, pois Deus dotou os homens de sabedoria natural apenas para operar nesse mundo humano. Agora quando você se converte ao Evangelho tem que colocar a sua sabedoria humana à disposição da sabedoria espiritual de Deus. Quer dizer a mesma capacidade intelectual que você usava para operar no mundo deve usá-lo, agora, nas coisas espirituais. Pois às vezes, acontece o contrário, a pessoa no mundo é inteligente, e quando vem para a igreja, se torna uma pessoa néscia. Abandona os estudos, não quer mais saber de ler e muito menos de estudar. Pensa que tudo agora é só espiritual, até o conhecimento tem que receber misticamente. O seu conhecimento humano, isto é, as suas faculdades intelectuais tem que ser usada para aprender a sabedoria espiritual de Deus. Por exemplo, um pregador tem que pregar a palavra de Deus utilizando o seu conhecimento e raciocínio humanos baseados na sabedoria de Deus. Ele não pode esperar pregar quando receber sobrenaturalmente o dom da palavra. É 85
como alguém que disse: „Não, irmãos! Não precisa ler, nem estudar e nem pesquisar, pois o Espírito Santo dá a palavra‟. Mas o Espírito Santo não vai dar o sermão! Ele concede os dons da palavra da sabedoria e da palavra da ciência que não é a pregação. Porém, o sermão, o pregador tem que desenvolvê-lo. O anjo não vai lhe entregar o sermão de bandeja, tem que buscar. Como o Senhor disse para Ezequiel: „Tem que comer o rolo, meu filho‟. A pregação tem que ser com nosso raciocínio humano baseado no conhecimento de Deus com a ajuda do Espírito Santo. O problema é que nossas igrejas passaram muito tempo dando encima do conhecimento intelectual, da teologia, dizendo que a teologia é coisa dos homens, é carnal. E agora, nós estamos comendo na mão da teologia! Pois o que são as lições da Escola Dominical senão teologia? Por que hoje temos a Bíblia Sagrada em português? Se o tradutor não tivesse estudo as línguas hebraicas, gregas e aramaicas (idiomas trabalhosos) para verter as palavras originais em português, muitas delas em desuso. Aí vem o crente e diz: „A teologia é do diabo!‟, e ler a Bíblia que foi traduzida por um teólogo que estudou e pesquisou. Se alguém não tivesse estudado, o Espírito Santo não tinha lhe dado a tradução da Bíblia. Ele teve que buscar o conhecimento e o entendimento, que são de Deus, para traduzir a Bíblia para o nosso idioma. Conhecimento espiritual e conhecimento humano tem que operar em nossa vida todos os dias. Mas o dom da palavra da sabedoria se manifesta se Deus quiser. A pessoa pode ser indouta, não saber nem o alfabeto, se Deus quiser dar-lhe a palavra da sabedoria, ele dá. Porém, isso não significa que a pessoa vai falar de modo sábio toda vez que quiser. Deus deu naquele dia, para você usar o dom naquele dia. Agora se você quiser se tornar um crente sábio na Palavra de Deus, não há outro caminho. A não ser o caminho do estudo, da pesquisa, da leitura e da oração. Esse é o caminho. Não pense que você vai dormir indouto e acordar sábio. Você tem que cavar o poço, se esforçar. Não pense que o tempo de crente vai lhe dá sabedoria. Segundo o Dr. Elienai Cabral, o dom da palavra da sabedoria, „tratase de uma operação sobrenatural do Espírito Santo sobre a mente humana, tornando-a capaz de resolver problemas tidos como insolúveis‟ (Lição 062ºTrim/2011). Se a igreja está enfrentando um problema insolúvel e se esgotaram os recursos humanos para resolvê-lo, o Espírito pode vir sobre a igreja e usar quem ele quiser. Pode ser uma irmã que varre a igreja chegar para o pastor e dizer: „O Espírito está me dizendo que é assim, assim e assim‟. Salomão recebeu o dom da palavra da sabedoria? Evidentemente que a sabedoria de Salomão era diferente do dom da palavra da sabedoria, porém, em alguns casos esse dom se manifestou. Salomão teve que estudar 86
muito para se tornar um homem sábio. Ele tinha inclinação e recebeu de a capacidade para adquirir sabedoria e conhecimento. Desde criança, Davi disse a Salomão: „Meu filho busque a sabedoria; busque o conhecimento‟ (veja Provérbios 4). Aí quando Salomão se encontrou com Deus, o que veio mente dele foi isso: „Senhor, eu quero sabedoria‟. A partir daí, ele começou a estudar, examinar e pesquisar. Ele disse que estudou tudo que estava debaixo do céu. Se você ler Eclesiastes vai ver que Salomão se tornou um filosofo. E além de filosofo, ele era um pregador. Portanto, ele tanto buscou a sabedoria, como também, ele recebeu de Deus entendimento sobrenatural para resolver alguns casos. Jesus Cristo muito embora fosse a Sabedoria de Deus, como homem, ele teve que crescer no conhecimento, conforme escreveu Lucas: „E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens‟ (Lc 2.52). Jesus estudou até aos seus 13 anos de idade, como qualquer menino judeu, na sinagoga, e depois estudou pessoalmente com Deus as Escrituras. O dom da palavra da sabedoria é muito útil ao pastor, para alguém que administra pessoas que tem que lidar com questões difíceis constantemente. E, também na vida de qualquer crente. Eu me lembro que certa ocasião, estava evangelizando no Conjunto Esperança, então, entrei na casa de um „diácono‟ das testemunhas de Jeová, e lhe disse: „Vocês dizem que apenas 144 mil vão para o céu, mas, aqui em Apocalipse 7.9, João está vendo um multidão incontável de pessoas no céu, diante do trono de Deus‟. Aí a testemunha de Jeová me perguntou: „Meu filho, no céu tem dia e noite?‟. Eu respondi: „Não!‟. Ele disse: „Então leia o versículo 15: „Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo‟. Então, eu me calei e ele continuou: „Essa multidão não está no céu, mas está na terra diante do trono de trono, semelhante a nós que estamos diante do sol. Pois no céu não tem nem dia e nem noite‟. Com essa, coloquei a Bíblia em baixo do braço, e fui embora. Quando cheguei em casa, não fui pesquisar e nem ler e estudar, apenas orar: „Senhor, senti-me envergonhado, mas gostaria que me deste a interpretação desse versículo‟. Então, desceu como um azeite bem fresquinho. Disse para o meu amigo, Paulo Santana: „Vamos ao Conjunto Esperança de novo‟. Lá nos dirigimos à casa da testemunha de Jeová, que nos recebeu muito bem. Aí eu fui na mesma conversa - Vocês dizem que apenas 144 mil vão para o céu, mas, em Apocalipse 7.9, uma multidão está no céu‟. Logo, ele me respondeu: „Meu filho, no céu não tem nem dia e nem noite, então essa grande multidão não está no céu, mas terra‟.
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Eu respondi: „Ah! Então essa grande multidão está na terra? Digame uma coisa esses quatro animais que aparece no versículo 11 estão no céu? Ele respondeu: „Esses aí estão!‟. Eu disse: „Então essa multidão não está no céu porque lá não há nem dia e nem noite, mas esses animais estão! Vamos ler Apocalipse 4.8: „E os quatro animais... não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.‟. Aí eu prossegui: „Ora, se esses quatros animais estão no céu e o texto diz que eles clamavam de dia e de noite, então essa grande multidão também está no céu‟. Dessa vez quem se calou foi a testemunha de jeová!
Palestra Ministrada Para os Jovens da AD-Codó[Salém] Em 21 de Maio de 2011 Sobre Qual é o Estilo Musical de Deus
A Paz do Senhor Jesus! Vamos começar lendo um texto da Palavra de Deus que fica na primeira carta de Paulo aos Coríntios 12.1,2,7: „Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil‟. Esse assunto é de sumo importância para os jovens cristãos, e também, para os demais crentes de modo geral, porque a música se constitui um dos elementos fundamentais para a adoração a Deus. O cristão adora a Deus de vários modos e maneiras, durante toda a sua vida, mas é na música que ele vai expressar seus sentimentos internos. Iremos falar sobre qual é o estilo musical de Deus, e abordaremos esse assunto em quatro tópicos: primeiro, podemos confundir as manifestações do Espírito Santo com as manifestações emotivas; segundo, os princípios da adoração na religião judaica devem infundir ou influenciar em nossa adoração cristã; terceiro, qual é o estilo musical de Deus e quarto, o estilo musical rock serve para evangelizar. Vamos, então, ao primeiro assunto que iremos falar sobre a manifestação do Espírito Santo e as emoções humanas. Faz parte da nossa fé, e também, está escrito no salmo que Deus habita no meio dos louvores (Sl 22.3). Assim, espera-se que nos momentos de louvores da igreja aconteça a manifestação de Deus. Então, devemos discernir onde está essa manifestação e onde entra as nossas emoções humanas. 88
Convém salientar que as nossas emoções podem ser provocadas por nossas reações humanas ou por ações demoníacas ou também por ações do poder do Espírito Santo. Quando há uma manifestação emotiva em uma reunião cristã, o crente precisa estar atento porque essa manifestação pode vir de uma dessas três fontes: humana, satânica e divina. Nós lemos o texto de 1ª Coríntios 12 porque Paulo trata da manifestação do Espírito Santo nesse capítulo, e a igreja de Corinto corria o perigo de confundir a manifestação do Espírito Santo com apenas uma reação emotiva. Pois a maneira como eles adoravam em seus templos pagãos estava-lhes influenciando, de modo que algumas dessas manifestações que ali aconteciam, eles estavam introduzindo na comunidade cristã. O culto em Corinto estava se transformando em uma verdadeira desordem e falta de decência pelo fato deles associarem que aquela reunião fosse parecida com a reunião que tinham quando visitavam os templos dos deuses pagãos. Temos, também, um texto em Efésios 5.18, que Paulo exorta os irmãos de Éfeso para não confundirem serem cheios do Espírito Santo com serem cheios com vinho onde há devassidão. Porque naquela época, na adoração dos deuses, havia vários tipos de movimentos entre eles, principalmente a orgia. Onde associavam a adoração aos deuses com beber vinho para poderem entrar em estado de transe e ficar entoados com os deuses. Então, Paulo exorta os irmãos dizendo que uma pessoa cheia do Espírito Santo tem manifestações diferentes daquelas que aconteciam nos templos pagãos onde se adorava os deuses falsos de uma maneira carnal. Por isso que em 1ª Coríntios 14, Paulo exorta a igreja para que os irmãos dessem mais prioridade aos dons que trazem edificação espiritual do que aqueles produzem apenas emoções. Assim, ele dar mais valor ao dom da profecia, ao ensino, a doutrina e ao dom de interpretação do que os dons de línguas. Pois os dons de línguas causam mais emoções nas pessoas. E se os crentes não aprenderem a controlar-se, o culto irá se transformar em uma confusão, pois, várias pessoas falando em línguas sem ninguém entender nada. A função da reunião cristã é para trazer uma edificação no entendimento para produzir o crescimento espiritual do que apenas as pessoas terem manifestações das suas emoções. Nesse mesmo capítulo, Paulo fala acerca de instrumentos musicais. Leiamos 1ª Coríntios 14.7,8: „Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara? Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?‟. 89
Quer dizer, os instrumentos tem que produzir sons harmoniosos, em que as pessoas possam ser elevadas espiritualmente, em vez de produzir barulhos estridentes com alto nível de decibéis. Esses tipos de barulhos não elevam as pessoas espiritualmente, mas as influenciam fisicamente em seu corpo. O culto pagão era realizado com muita dança e músicas ritmadas para ajudar os adeptos a entrarem em transe, uns pulavam e outros rolavam. Essas músicas ritmadas aconteciam tanto na adoração a Baal como também nos cultos de mistérios na Grécia em Corinto na época de Paulo. Assim como acontece entre os negros afro-americanos e afro-brasileiros. Esse tipo de música tem suas origens nesses movimentos, com a intenção e o objetivo de elevar as pessoas a um clímax espiritualista, a um transe e uma situação extática para poderem manifestar em seus corpos os demônios. Era um ambiente pesado causado pela batida forte dos tambores, considerados tambores sagrados, proporcionando as pessoas um momento para entrarem em transe. Assim as pessoas de uma maneira frenética saem fora de si e extravasam emoções incontroladas. Em Romanos 12.1 diz que o culto que nós devemos ofertar a Deus é um culto racional que traga edificação, entendimento e conhecimento espiritual. A música na igreja tem como propósito, em primeiro lugar, glorificar a Deus e em segundo, trazer edificação para a igreja e em terceiro lugar manifestar a nossa gratidão diante de Deus com cânticos alegres. A música sacra não tem como objetivo provocar danças, gritos, uivos e quedas na igreja. Isso significa que a música cristã tem que conter mais letras do que ritmos. O ritmo vem em terceiro lugar em uma música sacra, porque em primeiro lugar, vem a melodia e em segundo, a harmonia. Porém, as músicas cantadas no paganismo, no candomblé, tem a função, de primeiramente, trazer o ritmo, depois vem a harmonia e então a melodia. A letra é o que menos importa. Enquanto que a melodia fala ao nosso espírito e a harmonia fala à nossa alma, o ritmo fala ao nosso corpo. Por isso que o objetivo da nossa música é elevar o espírito e trazer o entendimento em vez de sermos estimulados a mexer nosso corpo para dança ou fazer qualquer outro movimento corporal. Alguns estilos de músicas gospel como rock, funk, pagode, reggae, forró e hip hop visam mais as emoções humanas (que são confundidas com as manifestações do Espírito), do que a edificação encontrada nas músicas sacras. Esses ritmos estimulam mais o físico, os movimentos corporais e as emoções das pessoas do que a edificação do espírito no entendimento. As pessoas que frequentam um show de rock, ainda que seja um rock gospel, não são estimuladas a um entendimento espiritual das coisas de 90
Deus, mas são estimuladas a mexer seus corpos com danças. Não é esse o objetivo de se louvor e adorar a Deus. O show gospel e abalada gospel com aquela encenação de luz e fumaça são mais parecidos com os antigos cultos aos deuses pagãos do que com os cultos realizados na igreja primitiva que tinha como objetivo trazer entendimento. Todo esse cenário de fumaça e jogo de luz tem como objetivo, simplesmente, fazer as pessoas se extravasarem em suas emoções e reações, transformando a adoração a Deus em desordem e indecência, tais comportamentos são totalmente incompatíveis com a manifestação do Espírito Santo. Pois o Espírito Santo quando se manifesta é para trazer a edificação e o crescimento espiritual. O pentecostalismo tem uma tendência de se voltar para esses ritmos devido sua origem. O pentecostalismo se originou entre os afro-americanos que cantavam as músicas da África, o blues e o jazz. Em virtudes das manifestações que aconteciam no movimento pentecostal como gritos, danças, pulos, quedas, tudo visto como êxtase espiritual, tornou-se fácil adotar músicas ritmadas como blues, jazz e rock nos Estados Unidos e pagode, forró, samba no Brasil. Porém, a maioria dessas músicas ritmadas, que são tocadas principalmente nos movimentos neopentecostais, estão recheadas de heresias e as pessoas, que participam desses shows, estão assimilando um monte de heresias e mensagens, às vezes, subliminares sem perceberem porque estão sendo hipnotizadas pela batida forte do ritmo. Iremos ver, no decorrer da nossa palestra, que as músicas ritmadas provocam hipnose na mente das pessoas. Algumas músicas cantadas no neopentecostalismo estão recheadas de doutrinas falsas como o panteísmo, antropocentrismo e secularismo. Essas doutrinas estão sendo injetadas nas mentes das pessoas sem perceberem. O que são músicas panteístas? Panteísmo é uma doutrina esotérica que acredita que Deus é tudo e tudo é Deus, isto é, Deus, que é uma energia cósmica, está imantado em todos os elementos da natureza, e que sendo o próprio homem elemento da natureza e, portanto faz parte dessa divindade cósmica, deve expandir em si essa energia cósmica que permeia todo globo terrestre. O panteísmo crer num deus impessoal. As músicas que enfatizam o panteísmo são músicas que invocam os anjos. Os anjos tem uma figura central nessas músicas panteístas. No panteísmo os anjos são elos intermediários que nos ligam diretamente ao mundo espiritual. Crenças semelhantes já se encontravam também no gnosticismo, heresia que tentou transformar o cristianismo em esoterismo. As músicas antropocêntricas (esse termo vem de duas palavras gregas „antropo‟ e „kentron‟ ou seja, o homem no centro) são músicas que enfatizam o triunfalismo e o dominionismo, dando ao homem um destaque mais do que a Deus. Deus é apenas o meio que conduz o homem ao triunfo 91
ou vitória. Suas melodias são recheadas de letras de autoajuda. Essas músicas induzem as pessoas às crenças do positivismo exacerbado em que o crente é um vencedor na vida, porém, essa vitória é definida pelos ensinamentos da teologia da prosperidade. Essas crenças são adotadas pelo grupo G12 ou M12 que acredita entre outras coisas em quebra de maldição hereditária, regressão psicológica e batalha „espiritual‟. São temas que estão fora da doutrina ortodoxa, mas que são aceitas, facilmente, pelos crentes porque estão sendo cantadas, e assim, recebem um tom mais acessível. É semelhante a crentes que não apreciam músicas mundanas, mas assistem programas televisivos onde essas músicas são cantadas, e assim, sem perceber, acabam ouvindo essas músicas mundanas. E músicas secularistas são as que lançam mãos dos ritmos do pagode, do funk, do rock, e etc., maquiadas com letras gospel com o objetivo de utiliza-las como louvor a Deus. Portanto, temos visto que há certa semelhança entre as manifestações do paganismo com as manifestações no cristianismo, principalmente no ramo pentecostal. Por exemplo, em alguns cultos pentecostais as pessoas manifestam certos movimentos que até parece que estamos em um terreiro de macumba, pois ali, as pessoas entoadas por espíritos rodam, pulam, dançam e caem, outras emitis sons esquisitos, gritam e chiam. Então, por causa dessas similaridades nos tornamos abertos para adotar outros tipos de manifestações na igreja. A Igreja Assembleia de Deus tem lutado para preservar o pentecostalismo clássico que enfatizam mais os dons do Espírito Santo e a edificação espiritual do que essas manifestações corporais que não trazem nenhum tipo de edificação espiritual. Vamos agora ver que os princípios da adoração dos judeus devem influenciar a adoração cristã. Quer dizer, o cristão não deve buscar influências em músicas profanas e movimentos profanos, ele tem nas Escrituras dos hebreus o paradigma, o padrão e o modelo onde pode basear a sua adoração a Deus. Primeira coisa, a adoração no Antigo Testamento era realizada no templo, e a igreja cristã é um templo espiritual. O que faz com que uma reunião de pessoas se torne a igreja de Jesus Cristo? Hei irmãos! Quando falo em templo não estou me referindo a uma construção física de tijolos e cimentos, mas estou me refiro a pessoas, pois as pessoas, é que, são realmente a igreja. Leiamos Mateus 18.20: „Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles‟. O que faz com que uma reunião de pessoas se torne a igreja de Jesus Cristo, sem importar o espaço físico, é se elas estão reunidas em o Nome de Jesus Cristo. Agora, se nós nos reunimos em torno de um cantor famoso ou em torno de uma banda ou conjunto musical famoso, ou ainda, em torno de um pregador famoso, ali pode existir 92
tudo, menos a igreja de Jesus Cristo. Pois a igreja de Jesus Cristo se reúne em torno do Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. O cristão precisa ter muito cuidado! Pois ele tem que apreciar as músicas, e não ter uma preferência fanática por um cantor específico. Quer dizer, não podemos nos tornar um fã de um cantor evangélico. O cristão é um adorador de Jesus Cristo. Ele canta as músicas daquele cantor, simplesmente, porque essas músicas estão trazendo louvor a Jesus Cristo. Ele não tem nenhuma ligação de adoração que os fãs do mundo têm com seus ídolos cantores. Note que quando esses fã ver seus ídolos entram em um surto frenético em que há gritos desesperados até desmaios e outros fazem de tudo para adquirir um autógrafo. Mas um cristão não imitam essas práticas, porque, na verdade, ele adora um único Deus por Jesus Cristo. O pastor Pedro Cavalcante da AD do Templo Central, em um artigo, fala sobre as inovações no meio do povo de Deus e diz que as danças e chiados, que não edificam, são inovações que estão penetrando na igreja, como também, sons de forró e de rock querendo substituir a música sacra. Muitas vezes esses ritmos não têm como objetivo exaltar o Senhor Jesus Cristo, mas de promover os cantores e empresários com intuito de aumentar as vendas dos Cds. Por isso que as gravadoras, baseadas na lei da oferta e da procura, e levando em conta o gosto do consumidor, pesquisa os ritmos que mais agradam o público, então, lançam mãos desses ritmos. Porém, o cristão não segue a multidão (Êx 23.2), mas procura selecionar as músicas que produzem edificação. Essas músicas ritmadas e essas danças tiram a essência da adoração cristã que é a edificação através do ensino, da melodia e dos dons. Por isso que um cantor ou um pregador não pode ter como objetivo provocar reações emotivas nas pessoas, mas sim, trazer a edificação aos corações. Há muitos que querem provocar aquele movimento de gritaria na igreja, porque pensam que essas coisas são as manifestações do Espírito Santo. Alguns até pensam que ao dançar, ao cair, ao rolar e ao pular estão manifestando o Espírito Santo, mas que, na verdade, eles estão sendo induzidos por influências mundanas que estão penetrando em nossas igrejas. Em 1ª Coríntios 3.17, Paulo diz o seguinte: „Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo‟. Músicas com ritmos mundanos e letras heréticas não promovem a santidade do templo de Deus. Os salmos falam em adorar o Senhor na beleza da Sua santidade (Sl 29.2; 96.9). Essas músicas que provocam a vontade de dançar e de se requebrar – por exemplo, música gospel no ritmo de forró, as pessoas dançam forró, no ritmo de rock, as pessoas se agitam e gritam – estão trazendo prejuízos para a igreja do Senhor Jesus Cristo, e o Espírito de Deus, que é Santo, não habitará nesses tipos de reuniões. Talvez alguém pergunte: „Você afirmou que a adoração cristã deve ter como modelo a adoração do antigo Testamento, mas ali, encontramos 93
Mirian e Davi dançando?‟. É verdade! Porém, as danças em Israel não tinham associações com adoração no templo, eles dançavam nas festividades, assim, como acontece nas festas populares do Brasil. Um católico, por exemplo, dança no carnaval, depois vai para a igreja adorar a Deus. Os judeus, também, tinham esses costumes em suas festividades, se deixavam levar por suas emoções. Davi dançou, em um momento único de grande júbilo, porém, quando ele organizou a adoração no templo com músicos e instrumentos, não colocou entre eles as mulheres. Pois as mulheres eram usadas para tocar, cantar e dançar nessas festas religiosas, porém, no templo, onde não havia danças, as mulheres não foram selecionadas para participarem dos cânticos e nem dos instrumentos. Em contrapartida, no paganismo, as mulheres, chamadas de sacerdotisas „sagradas‟, eram usadas para cantar e dançar de modo sensual em ritmo de adoração aos deuses pagãos nos cultos da fertilidade. O carnaval tem origem nessas festividades pagãs. Toda essa cultura de cantar e dançar em homenagem aos deuses foi agregada ao carnaval, pois é no carnaval que temos todas as misturas de ritmos musicais como forró, samba, pagode com danças sensuais e sensoriais em adoração aos deuses afrobrasileiros. Tais práticas não podem ser associadas à adoração pura a Deus na igreja, pois o nosso Deus não é uma divindade pagã. Ora se esses ritmos musicais fazem parte da cultura de cada povo, e o evangelho é transcultural, por que, então, cada povo não pode louvar a Deus com seus próprios ritmos? Na verdade, não há pecado em louvar a Deus com os ritmos multiculturais, pois em si esses ritmos não são prejudiciais! Todavia, é errado cantar esses ritmos visando produzir os mesmos efeitos que os shows mundanos e os festivais pagãos produzem, como danças sensuais, prazeres carnais, comportamentos esquisitos e transes ou experiências místicas. Porém, tratando-se do rock pesado, mesmo que seja gospel é um ritmo prejudicial. A própria origem do rock vem de um passado pecaminoso, pois tinha como objetivo incentivar o satanismo, as drogas e a sensualidade. Por causa disso esse ritmo mundano tem que ser rejeitado pelos cristãos. No rock gospel, com exceção do satanismo, drogas e sensualidades, apenas a letra é adaptada, porém, o estereótipo dos roqueiros gospel como trejeitos, estilos, roupas, cabelos e gírias são os mesmos dos roqueiros mundanos. E se optamos por rock gospel leve? Segundo alguns o rock é como uma droga que causa dependência, de modo que a pessoa que inicia ouvindo um rock mais leve, se a vicia, e passa a ouvir rock mais pesado. De fato, esses ritmos já penetraram no pentecostalismo. Em uma igreja pentecostal se canta corinhos ritmados, chamados de corinhos de 94
fogo, esses têm ritmos de pagode, forró, samba, porém, esses ritmos não podem ser usados como meio de provocar transes espirituais como se fossem manifestações espirituais, além do mais, não é o ritmo que eleva o espírito a Deus, mas a melodia. Portanto, muito embora temos variados ritmos em nossas igrejas, não podemos nos deixar ser levados por esses ritmos, porque, às vezes, o ritmo abafa as letras, e muitas dessas letras trazem distorções bíblicas. Cada cristão deve ser criterioso quanto a cultura de seu país, pois ele não é guiado pelos costumes culturais, e sim pelos princípios bíblicos. Se em sua adoração pagã, ele usava a dança como parte do culto que prestava aos orixás, tal prática não deve ser trazidas para o culto a Deus, pois, a igreja primitiva não associara a dança na adoração a Deus, muito embora, na cultura judaica as danças faziam parte de suas festividades religiosas. E as igrejas que estão inseridas nessas culturas, devem moldar a sua forma de adoração nas Escrituras, e não nas culturas populares. E sabemos que a dança nunca fez parte da adoração no templo e nem na igreja primitiva, então esse, deve ser o padrão para todos os cristãos. Na adoração do Antigo Testamento apenas o sacerdote ministrava no templo, todos os cristãos são sacerdotes do Senhor. Porém, na antiga aliança, os sacerdotes que tinham algum defeito físico eram proibidos de ministrar no templo de Deus, assim também, o cristão que não tem uma vida santa está inapropriado para ministrar ao Senhor. A importância da adoração não está apenas na oferta, mas também, no ofertante. Deus quando recebe de nós algum ato de adoração, Ele olha para a santidade daqueles que lhe prestam adoração. Uma das coisas que está tirando a santidade do meio do povo de Deus, principalmente entre os jovens cristãos, é a secularização, isto é, as pessoas adotarem uma mentalidade mundana como se fosse algo normal. A mídia através de seus filmes, novelas e programas têm como objetivo moldar a mentalidade das pessoas. O cristão que diz: „Ah! Isso é besteiro‟‟, „para mim tanto faz‟. Está entrando nessa secularização. Se ele não é um cristão que combate e preza pelos seus princípios morais, mas assimila com facilidade, sem se importar, por exemplo, com o filme que está assistindo, e nem faz seleção nas músicas que ouve, torna-se presa fácil do secularismo. Se o cristão não sente nenhum temor aos assistir filmes de violências, pornográficos, satânicos e programas de músicas mundanas, ele se tornará flexível demais, de modo, que se ele estiver em um culto e ouvir heresias, não irá nem seque se preocupar ou se incomodar com isso, porque sua mente está cauterizada. Porém, qual é o conselho de Paulo em Romanos 12.2?: „Não vos conformeis (moldeis) com este mundo...‟. Esses estilos músicas que nos fazer moldar ao estilo do mundo. Um cristão que se a vicia em rock gospel 95
para apreciar um rock mundano é rápido, pois, abatida e o ritmo são os mesmos. A televisão procura inculcar em nós práticas imorais como a liberação do homossexualismo, a infidelidade conjugal e o sexo fora do casamento. Essas práticas vão se tornando normal e comum, de modo que as futuras gerações de crentes, dirão: „Mas o que é que tem os homossexuais se casarem na igreja? Não há problema nenhum nisso!‟; „O que é que tem as moças andarem de minissaias ou de vestidos decotados‟. Assim a influência do mundo vai moldando a nossa mentalidade de modo que abrimos mão da radicalidade do evangelho, e deixamos de protestar as práticas mundanas. O secularismo prejudica a nossa santidade. A Bíblia diz: „não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as‟ (Ef 5:11). A nossa luz tem que brilhar fortemente no meio da escuridão. O cristão é chamado para viver de um modo diferente do mundo. Mas se um crente tem o mesmo estilo de um roqueiro mundano, isto é, o mesmo modelo de cabelo, tem tatuagens, usa brincos ou piercings e vesti roupas pretas com desenhos de monstros, ele não vai se diferenciar da moda que impera no mundo. Porém, não é esse um estilo de um servo de Deus. Na adoração no templo os sacerdotes ofereciam sacrifícios, os sacrifícios dos cristãos são espirituais. E um desses sacrifícios espirituais que oferecemos a Deus é o louvor. E uma das maneiras de louvar a Deus é através da música. Então, a música é um dos sacrifícios espirituais que ofertamos a Deus. Assim como o sacerdote era proibido de ofertar a Deus animais impuros, como porco, cachorro, gato, cavalo e camelo assim também, os cristãos são, terminantemente, proibidos ofertar a Deus músicas mundanas. Isso significa que um cristão não deve cantar, ouvir e apreciar músicas mundanas, porque ele é um sacerdote do Senhor. O sacerdote não só era proibido de oferecer a Deus animais impuros como também, eram proibidos de oferecer animais puros com defeitos. Por exemplo, a ovelha era um animal puro que ofereciam no altar de Deus, mas essa ovelha não poderia ter defeitos. Assim, também, as nossas músicas não podem conter defeitos, ou seja, misturas de letras evangélicas com ritmos mundanos. O ritmo de pagode tem outra função: é fazer as pessoas dançarem pagode. Então, não se pode colocar em uma letra evangélica o ritmo de pagode! Pois esse tipo de música gospel irá provocar nas pessoas o desejo de dançarem pagode em um culto na igreja. E mais irá levar as mentes das pessoas que apreciavam e dançavam pagode para pensar nos seus antigos momentos em que dançavam pagode. A música gospel não pode provocar em nós esses sentimentos mundanos, mas tem que produzir em nós o desejo de servir e adorar a Deus. 96
Como o nosso tempo estourou, vamos pular para o tópico: qual o estilo musical de Deus? Leiamos dois textos bíblicos que mostram que tipos de músicas devem ser utilizados para louvar a Deus. Efésios 5.19: „Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração‟. E Colossenses 3.16: „A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração‟. São salmos, hinos e cânticos espirituais, isto é, músicas sacras que valorizam primeiramente a melodia, depois a harmonia e então o ritmo. O ritmo não deve abafar a voz da melodia, pois Deus recebe a melodia juntamente com a letra, enquanto que o ritmo é mais para a satisfação das pessoas. Veremos o que alguns teólogos da Assembleia de Deus dizem acerca dos ritmos cantados nas igrejas evangélicas. O Dr. Elienai Cabral diz o seguinte: „os cânticos têm que ser inspirados em músicas e letras com conteúdo suficiente para elevar o povo á presença de Deus‟. Quer dizer, não só a forma, mas o conteúdo das músicas evangélicas tem que ser de teor espiritual que incentive as pessoas a adorar a Deus e não dar lugar as suas reações humanas. O Dr. Elinaldo Renovato diz o seguinte: „Se determinado cântico só contém poesia secular, folclore regional, sentimentalismo individual, ritmo da cidade e do interior, canção popular ou coisa semelhante, então, que não se diga que isso é hino ao Senhor‟. Quer dizer, Deus não aceita o misticismo, isto é, as misturas de costumes. Ele quer que seu povo lhe adore com os costumes santos e com bons costumes. A adoração é levada tão a sério pelo Senhor que, no Antigo Testamento, Ele estabeleceu até mesmo o modelo do altar em que devia oferecer-lhe sacrifícios. Quando os judeus adotavam locais de adoração, iguais aos dos povos pagãos, como debaixo de uma árvore frondoso ou encima do outeiro de um monte, Deus rejeitava aquela adoração. Pois ele estabeleceu uma adoração para o povo de Israel na antiga aliança, do mesmo modo também, Ele estabeleceu uma adoração para o povo da nova aliança: salmos, hinos e cânticos espirituais. E se entra outro tipo de ritmo contendo outras conotações e estilos de letras esquisitas, Ele não receberá, pois é uma adoração misturada. O Pr. Ciro Sanches diz o seguinte: „Assim como não devemos usar drogas como cocaína e maconha para o bem, também não convém usarmos músicas má, erotizante, entorpecedora, criadas para prejudicar as pessoas, leva-las para o delírio, [usarmos] para o bem‟. 97
Dr. Claudionor de Andrade: „A música sacra enaltece a Deus através da melodia, harmonia e ritmo... a música sacra não deve ser substituída por enredos de ritmos com letras de heresias. É urgente voltarmos à música sacra!‟. Está havendo uma decadência espiritual no meio da juventude, da adolescência e dos adultos por adotarem estilos de músicas mundanas em vez de músicas sacras que louvam a Deus. Alguns crentes não têm mais prazer em ouvir músicas espirituais, as apenas aquelas que causam agitação. Por que a música ritmada como o rock, ainda que seja o rock gospel, não pode ser o estilo musical que agrada a Deus? Por duas razões: Primeiro, por causa da origem do rock. O rock teve origem na rejeição ao cristianismo, glorifica a perversão sexual, profana os valores cristãos, incentiva a adoração ao cantor, promove as drogas, o satanismo, a violência, o comportamento esquisito e entorpece a mente. Então, por causa dessa origem diabólica e macabra do rock, o cristão não deve apreciar esse tipo de música e nem tampouco canta-la na igreja. Mas se mudarmos a letra do rock será que há algum problema? Mudar a letra não minimiza a batida do rock porque seu impacto é físico e ultrapassa as funções superiores do cérebro. Então, o problema do rock não é apenas a sua letra, mas também o seu ritmo. O seu ritmo ultrapassa o limite do cérebro. Mudando-se as palavras não se altera o efeito do rock na mente, nos músculos, nas produções do hormônio. Esses fatos são comprovados por numerosos estudos científicos. As palavras não neutralizam os efeitos prejudiciais da música rock. Além desses efeitos no corpo, o rock, também, causa hipnose. Portanto, do mesmo modo que as pessoas que frequentam shows de rock mundano são prejudicadas, assim também, os cristãos que frequentam shows de rock gospel são prejudicados. O rock gospel é igual um lobo em pele de ovelha, irá trazer prejuízo do mesmo modo. Não devemos aceitar um falso profeta só porque está vestido como um cristão. A capacidade do rock, em qualquer versão, pode alterar a mente humana com a sua batida hipnótica sem levar em conta a letra. Os cristãos devem evitar qualquer coisa que altere suas mentes, pois é através da mente que servimos a Deus e somos renovados a imagem de Deus. Portanto, o rock como também os demais ritmos, forró, pagode, axé, etc. não devem influenciar os cristãos, que são levitas do Senhor e pretendem servir a Deus com suas vozes e corações e seus instrumentos. Para terminar gostaria de ler um texto que está em Mateus 15.7-9: „Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens‟. 98
A nossa adoração e o nosso cântico tem que estar em sintonia com nossa vida. Assim como o pregador deve pregar aquilo que vive, assim também, o cantor deve cantar aquilo que vive. O cantor deve meditar nas letras das músicas cristãs que canta para ver se a sua vida está em harmonia com aquelas palavras. Pois não adianta dizermos que queremos adorar ao Senhor, servir o Senhor e se consagrar ao Senhor, expressando isso através dos nossos cânticos, se a nossa vida pessoal não condiz com esses sentimentos e nem com essas letras. Então para Deus receber os nossos louvores sacros, as nossas vidas devem estar em concordâncias com as nossas músicas.
Mensagem Ministrada no Culto de Crianças na AD-Codó[Salém] Em 21 de Maio de 2011 Sobre Levantai! Ó Portas as Vossas Cabeças
A Paz do Senhor Jesus, crianças! Vamos ler um texto da palavra de Deus! No livro dos Salmos. Onde fica o livro dos Salmos? No Velho Testamento. Salmo 24.7-10: „Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas...‟ Vamos dar uma paradinha aqui! Vocês podem sentar, e depois a gente dar uma continuada na leitura. Vocês pararam para prestarem atenção na ordem que está sendo dada às portas: „Levantai as vossas cabeças‟. Mas que portas são essas? As portas do céu. Pois são chamadas da „entradas eternas‟, então, está se referindo as entradas nas mansões celestiais. Mas portas têm cabeças? Sim ou não? Não! Então, quando a Bíblia diz: „Levantai, ó portas, as vossas cabeças‟, ela quer dizer: „Abram-se‟. Ora, se a ordem está mandando as portas se abrirem, então, o que isso significa? Que as portas estavam fechadas. Será que as portas do céu se fecham? Já que Deus ouve as nossas orações todos os dias, e todos os dias os anjos sobem e descem, levando as nossas orações, trazendo as bênçãos de Deus, então, as portas de Deus não se fecham. Porém, se o texto está mandando as portas se abrirem, então, isso significa que as portas se fecharam. Quer dizer, as atividades no céu cessaram. Vocês sabem que o céu é um lugar muito maravilhoso, onde os anjos cantam noite e dia na presença do Senhor. Mas, quando as portas se fecharam, as atividades do céu cessaram. Os querubins deixarem de reger o 99
coral, os 24 anciãos deixaram de tocar as suas harpas e os anjos se calaram. O Pai celestial se recolheu ao seu quarto, e as portas se fecharam. Aconteceu uma tristeza muito grande que levou Deus encerrar as atividades no céu, dos anjos se calarem e dos santos cessarem. Quer dizer, o céu entrou em luto. Porque aconteceu isso? Alguém pode me responder: por que os céus deixarem de festejar? Por que os anjos deixaram de cantar? Por que aqueles querubins que diziam, noite e dia: „Santo, santo, santo é o Senhor Deus todo-poderoso‟, pararam de dizer isso? Alguém pode me responde o por quê? Por que o céu silenciou-se e entrou em luto e deixou de festejar os cânticos celestiais? Vocês não sabem!? Aconteceu uma coisa muito triste! Tão triste que o céu escureceu, houve trevas, a terra tremeu... há... olha aí! O Filho de Deus morreu! O Filho de Deus foi crucificado. Quando o Filho de Deus foi crucificado, o que aconteceu no céu? Os anjos pararam de cantar. Os querubins pararam de reger o coral. Deus se recolheu no seu quarto, e o céu entrou em luto. Mas será que era necessário o Filho de Deus morrer? Por que razão o Filho de Deus teve que morrer? Para salvar os pecadores. Mas não havia outro meio que Deus poderia criar para salvar os pecadores? Por que é que o Pai permitiu que o Seu Filho morresse nas mãos de homens cruéis? Por que Ele permitiu que pessoas injustas crucificassem um homem tal justo? Por que Ele permitiu que homens violentos causasse um sofrimento tão grande ao Seu próprio Filho? Porque Deus amou os pecadores! A Bíblia diz que „Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós‟ (Rm 8.32). Quando olhamos para a cruz de Cristo, o que vem aos nossos corações? Que o amor de Deus é muito grande. Mas me respondam uma coisa: Será que não tinha outro meio de Deus salvar os pecadores? Não! Ele teve que enviar o Seu próprio Filho. Vocês já pararam para pensar: Por que o Filho de Deus teve que ter uma morte tão cruel e perversa? Ele poderia ter morrido em sua casa, tranquilo, deitado na sua cama. Por que Ele teve que ter uma morte sacrificial e não uma morte natural? Para entendermos isso temos que retroceder alguns anos na história, e falar sobre... quem? Hum! Temos que falar sobre o primeiro homem que foi criado. E quem foi o primeiro homem que foi criado? Adão. Adão foi criado para nos representar diante de Deus. E o Senhor quando criou Adão, tinha muitas bênçãos para entregar a Adão para que ele pudesse transferir a nós, seus descendentes. Porém, ele tinha que primeiramente provar a sua fidelidade a Deus para poder receber as bênçãos de Deus. O que Deus disse à Adão no dia em que ele foi criado? Adão vivia no paraíso, rodeado de árvores maravilhosas. Tinha maça! Quem gosta de 100
amaça? Tinha manga, pera. O quê que tinha mais? Banana. Quem gosta de banana? Tem que comer banana. Banana tem vitaminas para fortalecer o corpo. O que mais? Goiaba! Mas tinha só frutas ou tinha, também, verduras? Quem gosta de verduras diga amém. Quais eram as verduras que tinha no jardim do Éden? Cenoura, bom para os olhos; Alface, serve para acalmar os nervos; cebola, arde, mas é um antibiótico natural; tinha tomate para tonificar o sangue. Então, Adão tinha frutas e verduras e podia comê-las à vontade. Mas, Deus lhe deu uma ordem. Qual foi a ordem que Deus deu a Adão? „De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás‟ (Gn 2.16,17). Vamos dizer que essa árvore representava o chiclete, o bombom, o sorvete, o pastel... Deus disse: „Você pode comer de todas as frutas, pode saborear todas as verduras, mas você não vai mascar chiclete‟. Quem é que prefere mascar chiclete do quê comer uma banana? Quem prefere comer um pastel de queijo bem recheado com um copão de refrigerante no lugar de uma maça? Diga amém. Então, a tentação foi muito grande para Adão. Ele olhava para aquela árvore e imaginava aquele pastel com refrigerante, e Deus lhe dizia: „Pis, isso você não pode comer! Porque se você comer vai estragar os seus dentes, pode causar diabete, deixar você obeso sem disposição para correr e brincar‟. Deus disse uma coisa mais severa. O que foi? Adão! Se você comer, você vai... morrer. Então, o que a morte representa? Uma pagamento à Adão por sua desobediência. Ou seja, a morte é a penalidade do pecado; a morte é a consequência do pecado; a morte é o pagamento da dívida da desobediência de Adão. Ora, se a morte é o resultado da culpa de Adão, então, para que Deus pudesse nos salvar alguém tinha que pagar a dívida do pecado. Qual é a dívida do pecado? A morte. Novamente, para que Deus pudesse nos salvar alguém tinha que pagar a dívida do pecado. E qual é a dívida do pecado? A morte. Então, para Deus nos salvar, alguém tinha que morrer. Mas, por que é que tinha que ser o Filho de Deus!? Por que não podia ser Abel, Abraão, Moisés, Davi, Paulo, Pedro? Por que é que tinha que ser o Filho de Deus? Porque Jesus é o único santo e justo. Isso significa que todas as pessoas que nasceram, depois do pecado de Adão, nasceram pecadoras. Vocês nasceram pecadoras ou tornaram-se pecadoras quando cresceram? As crianças já nascem pecadoras. Então, pelo fato de todas as pessoas serem pecadoras, ninguém estava habilitado para pagar a dívida. Por isso que Deus fez com que Seu 101
Filho fosse concebido no ventre de uma mulher, Maria, depois ele nasceu, cresceu, e tornou-se uma criança. Será que Jesus era uma criança desobediente? Não! Vamos imaginar assim: se Jesus Cristo vivesse em nossos dias, como criança, será que ele iria passar o dia todinho no vídeo game? Se Jesus Cristo fosse uma criança em nosso tempo será que ele iria passar o dia todinho assistindo televisão? Será que ele teria prazer de vir para a casa de Deus? Será que ele iria ler a Bíblia? De fato, Jesus lia a Bíblia, orava, temia a Deus e obedecia a seus mandamentos. Quando Jesus Cristo completou 33 anos de idade foi preso. Mas será que Jesus foi preso por uma causa justa? Não! Ele foi preso injustamente. E qual foi o motivo? Porque Ele afirmava que era o Filho de Deus. Ele é ou não é o Filho de Deus? É Filho de Deus. Mas aqueles religiosos eram tão maus que achavam que Jesus estava blasfemando por dizer que era Filho de Deus. Quantos aqui são filhos de Deus? Um filho tem que obedecer ao seu pai. Jesus foi obediente ao Seu Pai até o final da sua vida. Entretanto, os homens o condenaram a morte. Ele foi crucificado. Pregaram suas mãos e pés com pregos muito grandes, e colocaram na sua cabeça uma coroa de espinhos. Isso causou muito sofrimento no Filho de Deus. Ele, também, foi furado por uma lança muito grande, e seu sangue se derramou. O Filho de Deus não aguentou tanta agonia e morreu. Mas antes dele morrer, ele deu um brado muito alto: „Pai, está consumado!‟. O que ele quis dizer com isso? „Pai já está pago!‟. O que significa isso? Que os nossos pecados já foram pagos, porque ele tomou sobre si o pagamento da dívida. A dívida que Adão e todos os seus descendentes teriam que pagar com a morte, Jesus pagou por todos. Prestem bem atenção! Quantos dias o Filho de Deus ficou morto? Três dias! Então, durante esses três dias, o que foi que aconteceu no céu? As portas se fecharam, os anjos deixaram de cantar, os querubins deixaram de reger o coral e os 24 anciãos deixaram de tocar os seus instrumentos; Deus se recolheu no seu quarto para chorar, e as portas dos céus se fecharam. Mas depois dos três dias, Jesus Cristo ressuscitou! Quando Ele ressuscitou o que aconteceu no céu? Vamos, agora, voltar para o nosso Salmo. O Salmo 24, e vamos continuar a nossa leitura a partir do versículo 7: „... Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória‟. Então, quando o Senhor dos Exércitos, Jesus, ressuscitou, Deus ordenou que as portas se abrissem, que os anjos voltassem a cantar, que os querubins voltassem reger o coral e que os 24 anciãos apanhassem as suas 102
harpas e as tocassem novamente. O céu voltou a festejar com a entrada do Filho de Deus. E agora o céu está aberto para nós, porque Jesus nos abriu um novo e vivo caminho que nos leva até o céu que está com as portas escancaradas. Preserve andando nesse Caminho, pois nos conduz a vida eterna; e na mesma porta que Jesus entrou, nós, também, entraremos.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 22 de Maio de 2011 Sobre o Genuíno Culto Pentecostal
Dividirei essa palestra em apenas dois tópicos: primeiro, o nosso conceito acerca de Deus influência a nossa maneira de adora-lo; segundo, composição do culto ao Deus pessoal e composição do culto ao deus panteísta. Irmãos, a maneira como prestamos culto a Deus é influenciada pela nossa definição de Deus. Não me refiro, nem tanto, a questão do entendimento, isto é, o crente saber que o seu Deus não é um deus panteísta, porém, é a maneira como ele presta o seu culto a Deus que demonstrará, com sua atitude de adoração, que ele estar adorando outro deus que não é o Deus Todo-poderoso. Deus estabeleceu o modo, o padrão e a maneira correta de adora-lo, de modo, que se adorarmos com a nossa própria maneira, com o nosso próprio modo, com os nossos próprios padrões, estaremos adorando quem quer que seja, menos o Deus Todo-poderoso. Vamos descrever esses dois tipos de Deus: o Deus criador e pessoal e o deus panteísta e impessoal de onde fluí poderes cósmicos. A palavra „panteísta‟ vem do grego, e é formado por duas palavras gregas: „pan‟ que significa „tudo ou todo‟ e „teísta‟, que vem de „theo‟, e significa „deus‟. Portanto, a definição de panteísta é „deus é tudo, e tudo é deus‟. Quer dizer, a natureza e o universo são deus, como também o homem é uma fagulha de deus. Iremos fazer algumas comparações entre o Deus pessoal e o deus panteísta. Se Deus é criador e pessoal, ele exige de nós adoração do Seu modo. A Escritura é nosso padrão de prática e de fé. A maneira como devemos adorar a Deus está nas Escrituras Sagradas. O Deus pessoal é adorado pelo cristianismo e judaísmo, enquanto que o deus panteísta é adorado pelas religiões orientais, tais como: hinduísmo, budismo, confucionismo e as religiões africanas. 103
Quando adoramos a Deus, adotando o mesmo estilo de culto que esses pagãos adoram seus deuses, estamos, na verdade, adorando o deus panteísta em vez do Deus pessoal e criador de todas as coisas. Porém, vimos a primeira exigência de Deus, ele quer que O adoremos conforme estar nas Escrituras Sagradas. Se deus é panteísta e impessoal, ele não faz nenhuma exigência na adoração. Essa falsa adoração se mostra quando a pessoa vem a igreja, cultua, mas não do modo como Deus ordena. Para essa pessoa o culto é apenas um „ponto de encontro‟, que se refere não apenas um encontro social para entretenimento, mas também, se refere um encontro esotérico em que a pessoa procura ter contato com poderes cósmicos ou energia espiritual que produz uma paz psicológica e sorte na vida. Essa energia cósmica é buscada com o objetivo de satisfação pessoal, mas que não lhe impõe nenhuma exigência moral. As pessoas participam do culto apenas para sentir a presença de Deus, mas não estão interessadas nos preceitos morais de Deus. Se Deus é criador e pessoal, Ele se compraz com uma adoração verdadeira. Conforme disse o Dr. Elienai Cabral: „Deus se compraz naqueles que o buscam com um coração puro e sincero, e alegra-se naqueles que o adoram “em espírito e em verdade‟ (Lição 8, 2ºTm/2011). A adoração, quando está dentro dos ditames de Deus, traz alegria ao Senhor. E em contrapartida, se o Deus que nós adoramos é um deus panteísta, um deus da sorte, um deus que traz fartura, que apenas está interessado na abundância dos homens, nas coisas materiais, então, a única coisa que vai nos interessar nessa adoração são as bênçãos, os favores, os direitos e as posses que queremos adquiri desse deus panteísta. O Dr. Elienai Cabral disse: „Por conseguinte, não devemos prestar-lhe culto como se estivéssemos a barganhar-lhe as bênçãos e os favores. Há muitos que, desprezando a soberania divina, passam a determinar seus “direitos” e a decretar suas “posses” como se o Senhor lhes fosse um mero empregado. Isso é falta de reverência e temor diante dAquele a quem devemos adorar pelo que é e pelo que já fez por nós‟ (Lição 8, 2ºTm/2011). Com essas definições conseguimos identificar as igrejas que estão adorando o deus panteísta, quer dizer, eles estão adorando o Deus TodoPoderoso na forma como se adora o deus panteísta. Da mesma maneira que os hinduístas e os budistas adoram seus deuses falsos, alguns „cristãos‟ estão tentando empregar em Deus esse mesmo modo de adoração. Mas como Deus não recebe esse tipo de adoração, eles estão adorando e servindo o deus panteísta. Quando eles vêm a presença de Deus é para barganhar com Ele no único intuito de receber favores ou bênçãos materiais, achando-se no direito de ter alguma posse, já que segundo a crença panteísta, o homem, também é um deus. Ora, se ele é um deus, então ele se acha merecedor de reivindicar sua participação nesse pode cósmico. 104
Se Deus é criador e pessoal, então, Ele é soberano, e o homem é pó. O Deus pessoal é soberano, e não precisa ser servido pelos homens, pois, é Ele quem dá a todos a respiração, a vida e a movimentação (At 17.24,25). Deus não precisa do homem para nada! Deus quando criou o homem, não o criou porque precisava ser adorado, como se tivesse alguma necessidade de alguém para adorá-lo. Não! Pois o Filho já O adorava desde toda a eternidade. Deus criou o homem por Sua livre vontade. Disse certo pregador que Deus criou o homem para substituir Satanás, pois Satanás, que era o cantor do céu, caiu. Por isso Satanás tem tanta raiva dos humanos. Não disso! Nada disso! Deus não nos criou para substituir diabo, demônio nenhum. Deus nos criou por Sua livre vontade, e o homem como criatura de Deus deve-Lhe prestar culto e adoração. A criação é um ato livre da vontade de Deus, e não da necessidade de Deus. Deus é soberano! E quanto mais os homens se aproximam de Deus, mais sentem suas misérias, como disse o patriarca Jó: „Com os ouvidos eu ouvi falar de ti; mas agora os meus olhos te vêem. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza‟ (Jó 42.5,6). Enquanto isso, o deus panteísta é uma energia irracional. Ora se ele é irracional, então, o único ser racional que existe é o homem. Logo, o homem é o centro do universo. Essa doutrina se chama antropocentrismo. Se esse homem está no centro e é racional, então, ele deve criar meios e modos de entrar em contato com essa energia cósmica. Ele tem que descobrir o segredo e o mistério que abre a porta de acesso à essa energia a fim de ser beneficiado. O verdadeiro culto não se baseia na adoção de modismo litúrgico. Porém, as igrejas que adoram o deus panteísta estão procurando descobrir os segredos que são chamados de leis espirituais que coloca esse poder cósmico na disposição dos homens. Se alguém quiser conhecer esses segredos leia o livro a „Quarta Dimensão‟ do Pr. David Yonggi Cho, e depois desse livro para você se desintoxicar leia o livro a „Sedução do Cristianismo‟ do Pr. Dave Hunt. Essas leis espirituais ensinadas pelos profetas da prosperidade são as fórmulas da fé que coloca deus na palma da sua mão, e você o manobrará do que jeito que quiser. Porém, esse deus é um deus panteísta. Segundo o Dr. David Yonggi Cho os monges budistas exploram sua „fé espiritual na esfera da quarta dimensão, por meio de visões, imaginações e sonhos, podem influenciar a terceira dimensão (o nosso mundo material), produzindo nela mudança (milagres)‟, então ele diz que os cristãos podem „ligar a quarta dimensão de nosso espírito à quarta dimensão do Pai Celeste – o criador do universo – podemos ter mais domínio sobre as circunstâncias... Podemos‟, segundo ele, „tomar-nos 105
fantasticamente criativos, e podemos exercitar grande controle sobre a terceira dimensão‟ (Quarta Dimensão, pag. 23). Cho tenta convencer os cristãos que os monges budistas realizam milagres porque descobriram como atuar no mundo espiritual, e se os cristãos aplicarem a mesma técnica realizarão os mesmos milagres. David Yonggi Cho ensina os cristãos a praticar o que ele chama de lei de incubação, uma lei da fé. Ele diz que o Espírito Santo usou essa lei em Gênesis 1.2, pois „o Espírito Santo estava incubando sobre as águas, chocando-as‟, e assim, „foi criada a terra‟ (pag.23). Então, para que o crente receba alguma coisa de Deus, ele tem que incubar. Por exemplo, se o crente quer receber de Deus um carro, antes de ele adquirir o carro, deve, primeiramente, incubar o carro na sua mente através de sonhos e imaginações, e depois falar para tudo mundo que você tem o carro. Essa é a outra lei espiritual da fé – o poder criador da palavra falada (pág. 34). E assim, forçadamente Deus tem que lhe dar o carro. Se Deus é criador e pessoal, então ele é o Senhor de tudo, e deve ser adorado por meio de Jesus Cristo. Deus é o Senhor e não há ninguém semelhante a Ele em todo o universo. Como Todo-Poderoso, Ele pode até recolher alguns poderes subordinados, como o poder de Satanás e o poder dos homens, mas como Onipotente, Ele é o único poder, e não há nenhum outro. Entretanto, em relação ao deus panteísta, conforme ensina seus adeptos, as suas emanações, isto é, aquilo que flui dele ou seja, os poderes cósmicos criaram os céus e a terra – o universo – e criaram, também, seres espirituais. Utilizando uma linguagem cristã, esses seres espirituais podem ser chamados de anjos e demônios. E o adepto que adora esse deus panteísta tem que invocar os seres espirituais bons e exorcizar (expulsar) os seres espirituais maus. Por isso que o adepto precisa descobrir mandigas, meios e modos para manter afastado da sua vida os seres espirituais maus (os demônios), e criar modos de atrair para próximo de si os seres espirituais bons. Pois esses seres espirituais bons lhe trará felicidade, sorte e sucesso na vida e os seres espirituais maus lhe traz azar, má sorte, olho grande. Então sua vida é uma penalidade de invocar anjos e expulsar demônios, ou seja, expulsar o azar e invocar a sorte. Assim, também, muitas crentes que adotam esse tipo de culto, pensam que o demônio vai ter influência na sua vida se ele não praticar certos ritos religiosos. O Deus pessoal é santo, de modo que a adoração não se constitui só no culto, mas também nos atos piedosos da vida diária. O verdadeiro adorador é aquele não só adora a Deus no culto, mas também a onde ele estiver; o seu trabalho, ele consagra a Deus, pois não estar apenas prestando serviços ao seu padrão, mas também ao seu Senhor Jesus. 106
Enquanto isso o adorador do deus panteísta, a sua adoração se constitui no templo, fora do templo a sua vida é secular. Aqui no templo, ele veste suas roupas sacerdotais; aqui no templo, ele queima o seu incenso, ele usa suas palavras mágicas, seus gestos mágicos; no templo, ele pratica toda aquela liturgia formal, porém, fora do templo, ele é outra pessoa. Veremos, agora, a composição do culto ao Deus pessoal e a composição do culto ao deus panteísta. Vamos começar definindo o culto pentecostal e o culto neopentecostal. O culto pentecostal genuíno adora o Deus pessoal e criador de todas as coisas, mas o culto neopentecostal, que é o leite falsificado, adora o deus panteísta. Entenda irmãos, quando uso o termo culto pentecostal e neopentecostal estou me voltando para as igrejas assembleias de Deus. É aqui nas nossas assembleias de Deus que estão sendo prestado o culto ao Deus pessoal ou ao deus impessoal, isso depende de cada congregação e suas lideranças. O culto pentecostal pratica a liturgia espiritual, enquanto que o culto neopentecostal pratica a liturgia ritualística, isto é, baseado em ritos. Vamos tomar como exemplo o culto mais importante da igreja, o culto da santa ceia. O culto da ceia não é um sacramento, num sentido em que a Igreja Católica utiliza essa palavra, na verdade é um sacramento por que é uma ordenança sagrada, mas não no sentido que aquele rito contenha algum poder mágico ou divino. Quando se ora pelo pão, o pão continua sendo pão, quando se ora pelo vinho, o vinho continua sendo vinho. A única diferença é na mente do cristão, que ele está tomando o pão e o vinho como símbolo, mas fisicamente o pão e o vinho não têm substância espiritual sobre eles após a oração. Então, o pão e vinho não trazem cura, nem perdão de pecado, e nem prosperidade e poder. O pão não tem o poder de curar o corpo e nem o vinho tem o poder de expiar os pecados. O cristão recebe a cura e o perdão através da fé em Jesus Cristo. As igrejas ritualísticas celebram a ceia como meio das pessoas receberem a graça de Deus, e essa graça ou é a cura do seu corpo ou o perdão de seus pecados. A ceia é a memória do sacrifício de Jesus Cristo e a renovação e a confirmação da aliança que Cristo fez com o crente na ocasião do seu batismo. Tomamos como exemplo o culto da ceia, mas há outros cultos ritualísticos: o culto das sete sextas-feiras, o culto das sete unções com óleo, e muitos outros meio e modos que se utilizam como ritual. O culto pentecostal se baseia na revelação e o culto neopentecostal se baseia nos mistérios. Um dos objetivos do culto é revelar e expor a palavra de Deus; é trazer às claras para que possamos receber a edificação. Porém, em alguns cultos as pessoas valorizam os mistérios. Se as pessoas não entrarem no mistério, fazendo algum movimento como se 107
estivesse em transe como, por exemplo, dançar, pular, marchar, cair, rodopiar, Deus não se manifestou no culto. A pessoa se levanta e começa a rodar na igreja, e coloca a mão na cabeça de um, e alisa o corpo do outro, ninguém não entende nada. Aí você pergunta: „O que é aquilo ali?‟. Alguém responde: „É mistério!‟. Do mesmo modo o pregador, ele não lê e nem estuda a palavra de Deus para receber a mensagem, ele tem que receber a mensagem é encima do púlpito, de supetão. É mistério de Deus! E quanto mais o pregador gemer, gesticular a face e falar em línguas, melhor. Causa mais impressão de que estar recebendo o negócio do alto, e está chegando quentinho. Vocês conhecem a estória da irmã que se levantou na oração, chiando e batendo palmas, e andou a sala toda, depois foi para cozinha e entrou no banheiro e deu a descarta no sanitário. Diz que foi para expulsar todo mal do ambiente. Se alguém colocar a mão na sua cabeça, e falar em línguas, e depois dizer: „recebe que é mistério!‟. Eu quero dizer que falar em línguas é mistério entre o que fala e Deus. Para o outro não faz nenhum sentido, a não ser que aja quem a interprete. O culto pentecostal visa a edificação no entendimento, o culto neopentecostal visa a experiência emocional. Prestem atenção! O movimento pentecostal produz emoções no crente, mas as emoções não produzem o movimento pentecostal. Por isso que o culto pentecostal não deve estar apenas interessado em provocar emoções nas pessoas, mas também, trazer edificação no entendimento. Se ao ouvir uma mensagem pentecostal, você apenas se emocionou, mas, depois, não sabe nem qual foi o texto lido e nem tampouco entendeu a mensagem, então, aquele culto não foi genuinamente pentecostal. Porque o culto pentecostal traz primeiramente o entendimento da palavra. Se o pregador falou mais: „receba, receba, receba‟, do que expor a palavra de Deus, então, isso não é um culto pentecostal. Isso é um culto neopentecostal. O objetivo desse pregador, não é trazer a edificação no entendimento, mas fazer as pessoas sentirem emoções e terem reações humanas. Porém, há diferenças entre as reações humanas e as manifestações do Espírito Santo. É evidente que o crente na casa de Deus se emociona, ele glorifica, levanta as mãos, fala em línguas, sente aquele gozo na presença de Deus. Porém, quando ele extravasa essa emoção e se torna em algumas coisas que irei citar, então, vocês irão entender do que eu estou falando. Enquanto que o culto pentecostal é com decência e ordem, e não confunde a manifestação do Espírito com reações emotivas, pelo contrário, os distingui. O culto neopentecostal é extravagante, exótico, cheio de modismo e confunde a manifestação do Espírito com reações emotivas, neuroses e psicóticas. 108
Vocês já ouviram falar da bênção de Toronto? Toronto é cidade em Canadá que foi visitada pelo poder do Espírito Santo em 1994. E muitos pastores foram à Toronto para trazer de lá as experiências para suas igrejas. Foi lá que teve origem os chamados fenômenos espirituais: cair e rolar no espírito, rir copiosamente, berrar, rugir, grunhir, latir, vomitar no espírito. Essas reações emotivas e neuróticas se espalharam nas igrejas por intermédio da bênção de Toronto. Se alguém perguntasse: „Por que rugir no culto?‟. A pessoa respondia: É porque o Leão da Tribo de Judá está no nosso meio‟. „Por que você lati no culto‟? „É mistério de jeová‟. „E aquele vômito?‟. „É o Espírito Santo colocando para fora tudo que é ruim‟. Esses movimentos e reações não são a manifestação do Espírito, são reações humanas. Qual é a manifestação do Espírito? É o que está alistado em 1ª Coríntios 12.7-11, onde Paulo disse: „a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil‟, e então, cita os dons do Espírito. Vamos ver, agora, adoção de movimentos estranhos pelos pentecostais. Irei cita apenas alguns: movimento da confissão positiva. Esse movimento baseou os ensinamentos no esoterismo. Kenneth Hagin foi um dos grandes apóstolos da confissão positiva. Confissão positiva inclui a fórmula da fé, onde se ensina todos os passos para dominar o mundo espiritual ao seu dispor. Os profetas da confissão positiva ensinam que a fé é uma lei que até o próprio Deus se submete. Quer dizer, a fé está acima de Deus. Quando Deus criou todas as coisas, utilizou a fé para cria-las. Se você descobrir o segredo da fé, aprenderá a dominar o próprio Deus, e como Ele você irá criar todas as coisas. E onde está essa fórmula da fé? Eles ensinam que está na boca do crente, baseado em Romanos 10.8: „A palavra está... na tua boca‟. Por que muitos crentes não recebem as bênçãos de Deus? Porque tem uma confissão negativa. Se o crente tiver uma confissão positiva, o que ele diz é uma semente que ele está lançando. E segundo a lei da semeadura, a semente é obrigada a produzir. Eles ensinam que as palavras são semente, e quando o crente mistura essas palavras com a fé, então, irá adquiri aquilo que quer, independentemente que seja a vontade de Deus ou não. É isso que o pr. Kenneth Hagin ensina, que o Benny Hinn ensina, e que R.R. Soares, Edir Macedo e Valnice Milhomens ensinam. E muitos de nossos pastores estão buscando neles esse ensinamento. Outro movimento estranho, G12. Esse movimento ensina a quebra de maldição hereditária: se você não estiver tendo sucesso na vida, então, há algum espírito aí; aquilo que você tenta fazer, quebra, você não tem sucesso, você está passando uma crise financeira grande, então, há alguma coisa aí. É uma maldição hereditária, e você tem que quebrar esse vínculo. Porque você aceitou Jesus, se batizou nas águas, recebeu o batismo com o Espírito Santo 109
e foi chamado para ser obreiro, mas você não fez a oração de quebra de maldição, é por isso que essa maldição continua lhe perseguido. É isso que eles ensinam. E tem mais, para que você quebre essa maldição tem que participar de um encontro secreto do G12, porque somente eles têm o segredo e o poder de quebra essa maldição hereditária. Outro ensinamento do G12, regressão psicológica: se você tem fobia de alguma coisa que não consegue superar ou algum trauma ou sofre de depressão, você pode ter contraído essas coisas ainda no ventre materno. Você precisa participar de uma sessão de regresso, lá no G12! Você tem que deitar no divã ao lado do seu líder espiritual, e confessar os seus pecados, durante essa sessão você entrará em um transe psicótico que o levará até o ventre materno. Durante essa viagem, você descobrirá as origens de suas fobias e seus traumas, e então, receberá a cura interior. O povo de Deus, hoje, é muito vulnerável a depressão. Os crentes primitivos eram açoitados, maltratados, caluniados, expulsos da sociedade e não sofriam de depressão, e hoje, o crente não pode sofrer uma calúnia que diz: „Aí! Tô deprimido, irmãos! Tô deprimido! Tô deprimido!‟. Outro movimento: ato profético, louvor profético. É tudo profético. Eles dizem: „eu vou profetizar, agora!‟; „estenda a mão pra cá, que eu vou profetizar‟. Isso está virando uma moda. O homem não tem autoridade para profetizar, ele tem que receber a mensagem de Deus. Outros dizem: „Eu sou profeta do Senhor, o que eu digo tem peso‟. E não estou me referindo ao dom de profecia, mas me refiro ao pregador que pregando, diz: „eu vou profetizar‟. Eu já ouvi um dizer: „Eu vou profetizar agora: você vai ser batizado com o Espirito Santo! E se Deus não batizar, eu rasgo a minha Bíblia! Se Deus não batizar, o que eu preguei aqui, não é a verdade‟. Pensam que com isso irão colocar Deus na parede. Mas Deus não batiza, porque não é Ele que está falando, mas o homem! E é interessante que eles nunca rasgam a Bíblia. Outro movimento: batalha espiritual e mapeamento espiritual. Realmente existe uma batalha espiritual que devemos compreender, mas, também, existe uma batalha espiritual falsa que vai nos ensinar a amarrar o demônio: o demônio do divórcio, o demônio da falência, o demônio da doença, etc. O crente se transforma num verdadeiro bruxo procurando demônio em tudo que é lugar. Outro movimento: unicista cujos hinos cantamos em nossas igrejas. Quem são os maiores representantes dos unicistas pentecostais: É a Voz da Verdade, um grupo musical muito famoso. Vocês já pararam para perguntar: qual é a verdade da Voz da Verdade? É essa: Jesus Cristo é o mesmo Pai, Filho e Espírito Santo. Essa é a „Voz da Verdade‟. E a Voz da Verdade está negando qual doutrina? A doutrina da Trindade. 110
Pois na doutrina da Trindade, ensinamos que o Filho não é o Pai, o Pai não é o Filho, o Espírito Santo não é o Pai, o Pai não é o Espirito Santo, o Espírito Santo não é o Filho, e o Filho não é o Espírito Santo. O que eles ensinam acerca da Trindade? „A Trindade é uma doutrina satânica‟. E nós cantamos seus hinos! Quando cantamos a música de um cantor, estamos promovendo aquele cantor. Então, nós estamos promovendo uma seita herética. Outro movimento estranho: culto exótico e músicas ritmadas. Quais sãos as músicas ritmadas, cantadas nas igrejas? Forró, pagode, samba, axé, funk, punk, hip hop e rock. As músicas ritmadas e as danças faziam parte do culto a Baal, aos deuses da Grécia, as entidades africanas, as entidades afroamericanas e as entidades afro-brasileiras. No início do movimento pentecostal a maioria das pessoas eram constituídas de negros e afro-americanos que introduziram os ritmos que anteriormente eram cantados para adoração dos exus. Havia um culto chamado culto vodu, que significa, mistério, e durante esse culto os adeptos entravam em transe através das músicas ritmadas e em transe eles caem, pulam, rolam, estremecem e „rodam baiana‟. Todos esses estilos musicais estão penetrando no pentecostalismo, e muitos desses estilos vêm do candomblé, da umbanda e estão sendo introduzidos dentro das igrejas evangélicas com roupagem de músicas gospel. Essas músicas trazem conteúdo auto sugestivo, mensagens subliminares, hipnoses e controle psicológico. Muitos pregadores e cantores estão hipnotizando o povo de Deus, e as pessoas entram em um transe frenético. Essas músicas, principalmente o rock gospel pesado, estão destruindo a mocidade evangélica, e mudando seu estilo de vida: no corte de cabelo, nas roupas, na maneira de falar; os cantores estão se transformando em ídolos, os crentes em fã clube; os shows gospel, as baladas gospel e o rock gospel estão trazendo uma verdadeira extravagância; igrejas estão dançando ao show de pagode gospel; os jovens cristãos se beijam em ritmos de músicas românticas gospel. As pessoas dizem: „a gente pega apenas o ritmo, mas coloca as letras evangélicas‟. Mas é a mesma coisa de pegar um lobo e vesti-lo de ovelha. É falso! Porque o ritmo não irá produzir efeito nas letras. Nessas músicas ritmadas, o ritmo abafa as letras. E assim para que o culto pentecostal pegue fogo, basta cantar corinhos com ritmos de forró; para houver o movimento do espírito, basta cantar um pagode gospel. Mas isso não é o movimento do Espírito Santo, mas é uma reação do homem sendo hipnotizado pelo ritmo, e isso não produz nenhuma elevação espiritual e piedosa.
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Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 05 de Junho de 2011 Sobre a Assembleia de Deus - 100 Anos de Pentecostes
Para mim é um privilégio muito grande poder falar da história da Assembleia de Deus nessa manhã. Eu quero dizer que esse momento é histórico na vida de cada um de nós que estamos aqui. Tanto para a Assembleia de Deus de modo geral como também para a nossa congregação aqui na Rua Codó. Esse é um evento histórico e, também, um evento único na vida de alguns de nós, para não dizer de todos, que estamos aqui. Pois outra aula que teremos contando a história da Assembleia de Deus talvez seja daqui a 100 anos. Por isso todos nós somos privilégios de podermos participar tanto de um evento histórico como de conhecer a nossa história. Para começar a nossa palestra quero apresentar o emblema de 100 anos da Assembleia de Deus no Brasil. Depois eu irei explica-lo para os irmãos. O assunto da nossa palestra é „Assembleia de Deus - 100 Anos de Pentecostes‟. Iremos dividir o nosso assunto em três tópicos. Primeiro tópico: O chamado missionário dos pioneiros; segundo tópico: a fundação da assembleia de Deus no Brasil e o terceiro tópico: Do Norte para todo o Brasil. Na verdade o nosso tempo é resumido para abordamos a história de uma maneira detalhada, mas iremos tentar falar nos pontos principais da nossa história, principalmente aquilo que realmente marcou. No nosso primeiro tópico: O chamado missionário dos pioneiros, queremos dividi-lo em três pontos: primeiro ponto: A experiência pentecostal de Daniel Berg; segundo ponto: A experiência pentecostal de Gunnar Vingren e o terceiro ponto: O encontro em Chicago e a visão do Pará. Sabemos que Daniel Berg (1884-1963) nasceu na Suécia e era um crente batista. Nasceu em 1884 e quando tinha 15 anos de idade, em 1899, se converteu em uma igreja batista, onde foi batizado nas águas. Em 1902, com 18 anos, Daniel Berg desembarcou em Boston, nos Estados Unidos, com a finalidade de trabalhar. Ele não foi a Boston para pregar o Evangelho; ele não era um pastor nem um teólogo. Era apenas um crente e por causa da crise financeira na Suécia, muitos jovens imigraram para os Estados Unidos a 112
fim de trabalhar, e Daniel era um desses jovens. Daniel Berg ficou sete anos nos Estados Unidos, e durante esses sete anos, ele trabalhou em uma fazendo e também se profissionalizou em fundidor de metal. Depois desses sete anos, já com 25 anos, em 1909, Berg retorna para Suécia. Foi exatamente nessa viagem à sua terra natal que Berg teve um encontro com seu amigo de infância, Lewis Petrus, ambos da mesma idade. Lewis Petrus falou para Daniel acerca dessa nova doutrina – o batismo com o Espírito Santo – até então, desconhecida das igrejas presbiterianas, batistas e metodistas. Daniel ao ouvir aquele ensinamento, ficou interessado em buscar o batismo com o Espírito Santo. Então, de voltar para os Estados Unidos, no mesmo ano, em 1909, de viagem para Chicago, Berg começou a buscar essa promessa de Deus. E diz a história que antes dele chegar aos Estados Unidos, ainda no navio, ele teve um encontro com Deus e recebeu o batismo com o Espírito Santo em 15 de setembro de 1909. Em Chicago, começou a trabalhar de feirante em uma quitanda vendendo frutas. Aqui está, resumidamente, a experiência de Daniel Berg com o batismo com o Espirito Santo. Iremos conhecer um pouco mais a história do amigo de Daniel Berg, Lewis Petrus (1884-1974). Esse homem tornou-se uma chave fundamental para o pentecostalismo brasileiro. Petrus, que nasceu na fé, era um crente batista, e que também ouviu falar dessa nova doutrina. Os irmãos sabem que nessa época, a partir de 1900, começou a acontecer o movimento pentecostal nos Estados Unidos. Então, todas as pessoas que ouviam falar desse avivamento, iam aos Estados Unidos a fim de buscar a Lewis Petrus benção do batismo com o Espírito Santo. Porém, Lewis Petrus não foi aos Estados Unidos, mas tinha um amigo, chamado Thomas Barrat (1862-1940), que esteve nos Estados Unidos e recebeu o batismo com o Espírito Santo na famosa Rua Azuza, em Los Angeles, Califórnia. Thomas Barrat (foto ao lado) morava na Noruega, e voltou ao seu país de origem, a fim de implantar ali o pentecostalismo. Então, Lewis Petrus, que morava na Suécia, quando ouviu falar que na Noruega estava havendo um movimento pentecostal, se dirigiu aquele país, e onde passou a ouvir as pregações de Thomas Barrat. 113
Assim, o próprio Lewis começou a buscar o batismo com o Espírito Santo, e de fato foi batizado em 1907. Por isso que quando Petrus se encontrou com Berg em 1909, a sua experiência ainda estava muito fresca em seu coração, que imediatamente contou a Daniel sobre o seu batismo com o Espírito Santo. O pastor batista Lewis Petrus foi o pioneiro do pentecostalismo na Suécia. Sendo sido expulso da igreja batista, fundou uma igreja denominada Igreja Filadélfia de Estocolmo, capital da Suécia, e instituiu a Missão Sueca Livre em 1916. E nesse mesmo ano enviou o primeiro casal de missionário ao Brasil, Samuel Nyström e sua esposa. Agora vamos ver a experiência pentecostal de Gunnar Vingren (1879-1933). Gunnar Vingren, também, era um crente batista, sueco, nasceu em 1879. Quando ele morava na Suécia não conhecia Daniel Berg. Vingren nasceu em um lar evangélico. Seu pai era professor da Escola Dominical, e logo cedo, Vingren começou a servir na Escola Dominical junto com seu pai. Diz que aos 12 anos de idade, se afastou Gunnar Vingren do evangelho, mas aos 17 anos retornou. Diz, também, a sua história, que Gunnar fez um curso de evangelismo, tornou-se um evangelista e começou a evangelizar. Vingren trabalha com seu pai de jardineiro. Quando Gunnar Vingren completou 24 anos de idade, em 1903, por causa da crise financeira na Suécia, imigrou para os Estados Unidos, indo para a cidade de Kansas. Em Chicago, nos Estados Unidos, fez um curso teológico por 4 anos. E após esse curso teológico foi ordenado pastor. Então, Gunnar já era pastor batista quando veio para o Brasil. Seu primeiro pastorado foi na Primeira Igreja Batista em Menominee, Michigan (EUA). Nos Estados Unidos, Gunnar Vingren pastoreou algumas igrejas, e ouvia falar do movimento pentecostal, e desejou ser batizado com o Espírito Santo. Esse desejo, o levou a participar de uma conferência realizada na igreja batista sueca, que ficava na cidade de Chicago. Após buscar por 5 dias o batismo, nessa conferência, Gunnar Vingren foi batizado com o Espírito Santo em novembro de 1909. Após essa experiência, o fogo pentecostal incendiou a sua alma, ele leva a mensagem para a sua igreja; a igreja se dividiu. Uma parte crê na sua doutrina, e outra parte se opõe. Essa parte que não aceitou a mensagem de Gunnar Vingren acerca do batismo com o Espírito Santo, o expulsou da igreja. Então, em 1910, Gunnar é convidado pela igreja batista sueca para pastorear uma igreja em South Bend (EUA). 114
Nessa igreja, ele ministra acerca do batismo com o Espírito Santo, e conseguinte, a igreja aceita a sua mensagem e torna-se pentecostal. Veja esse gráfico abaixo que nos mostra a expansão do movimento pentecostal:
O movimento pentecostal teve início em 1901 na cidade de Kansas (EUA) através de Charles Parham (1873-1929) que foi o primeiro a ensinar que a evidência do batismo com Espírito Santo era falar em línguas. Até então, nos movimentos anteriores em que havia manifestações de línguas, ninguém as ligava a evidência do batismo com o Espírito Santo. Charles Parham (ver foto no gráfico) em seu estudo do livro de Atos dos Apóstolos descobriu que todas as vezes que as pessoas recebiam o Espírito Santo falavam em línguas. Então, ele conclui que as línguas era a evidência do batismo com Espírito Santo. Parham fundou uma escola bíblica, na cidade de Topeka, em Kansas, onde começou a ensinar essa doutrina. A primeira pessoa a ser batizada com o Espírito Santo, no ministério de Parham, foi uma mulher chamada Agnes Ozman (1870-1937) que Agnes Ozman ficou três dias falando em línguas. Depois Charles Parham fundou outra escola na cidade de Houston, no Texas, e um dos alunos matriculado nessa escola foi William Seymour. Ao aprender acerca do batismo com o Espírito Santo, ele se dirige a cidade de Los Angeles, na Califórnia, e inicia uma reunião de oração e pregação em um armazém abandonado na Rua Azuza. 115
Ali o fogo pentecostal começou a se manifestar de uma maneira tremenda e poderosa. O movimento pentecostal na Rua Azuza durara apenas três anos (1903-1906), mas foi o suficiente para alavancar o Movimento Pentecostal, pois recebeu a visita de muitos pastores de várias partes do mundo. E um desses pastores que visitou a Rua Azuza foi Thomas Barrat da Noruega, que recebeu o batismo na Rua Azuza, depois levou esse pentecoste para Noruega, então, difundido para a Suécia através Lewis Petrus. Outra pessoa que visitou a Rua Azuza foi William Durham (ver foto no gráfico acima), recebeu o batismo com o Espírito Santo e algumas profecias de William Seymour, então, ele leva o pentecostalismo para a cidade de Chicago. E é exatamente nessa cidade, em uma conferência realizada por William Durham, que Gunnar Vingren e Daniel Berg se conhecem. Um italiano chamado Louis Francescon (ver foto no gráfico acima) visitou a cidade de Chicago, onde teve sua experiência pentecostal e imigrou para o Brasil em 1910 onde fundou a Igreja Cristã no Brasil. No mesmo ano em que os missionários suecos vieram ao Brasil. Porém, o pentecostalismo brasileiro expandiu-se mais através da Assembleia de Deus do que da Igreja Cristã. Veremos agora alguns mapas, onde nos mostrará o itinerário de Daniel Berg e Gunnar Vingren: No mapa ao lado, temos Noruega e Suécia. Esses dois países ficam no continente europeu. Gunnar Vingren e Daniel Berg saíram da Suécia (país chamado de Escandinávia), na mesma época, mas não juntos, e embarcaram para os Estados Unidos onde se conheceram, e depois partiram para o Brasil.
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Irei falar com maiores detalhes acerca do encontro de Daniel Berg e Gunnar Vingren. Eles se encontraram em uma conferência, onde Gunnar Vingren estava buscando o batismo com o Espírito. Santo. Daniel Berg já havia sido batizado anos atrás, e Gunnar Vingren ainda estava buscando a promessa do batismo. Quando eles se encontraram e se conheceram em 1909, na cidade de Chicago, logo se familiarizaram, pois, ambos eram suecos, e conversaram acerca da chamada que ambos tinham no coração para serem missionários. Doravante, se estabeleceu uma amizade. Daniel Berg volta para sua casa, em Chicago, e Gunnar Vingren vai para South Bend pastorear uma igreja batista que com a chegada de Vingren ali, tornou-se pentecostal. E em certa oração, um irmão chamado Adolfo Uldine, que era membro da igreja que Vingren pastoreava, foi usado por Deus em profecia para o irmão Gunnar Vingren. Eu gostaria de mostrar a vocês a foto do irmão Adolfo Uldine (inclusive uma foto muito difícil de ser encontrada), mas agora, teremos o privilégio de ver uma foto desse irmão. Esse irmão profetizou para o irmão Gunnar Vingren, e irei citar alguns conteúdos da sua profecia. Ele disse que Gunnar Vingren iria ser enviado ao campo missionário; e esse local que Gunnar seria enviado como missionário chamava-se Pará. Mas, ele Adolfo Uldine não apenas disse o nome do local, como também, falou do estado social daquele povo, e disse que era um povo muito simples. Porém, além de dizer o estado social e econômico daquele povo, ele então mostrou qual era o idioma que eles falavam no Pará. Durante a profecia, Adolfo Uldine falou um idioma, e esse idioma era o português, então, Adolfo Uldine disse à Gunnar Vingren que essa língua que ele estava falando era o idioma que se falava no Pará. Adolfo Uldine, também, profetizou algumas coisas que diziam respeito a vida particular de Gunnar Vingren. Ele literalmente disse para Gunnar Vingren que ele iria se casar com uma jovem chamada Strandberg, e que no dia do seu casamento essa jovem teria 26 anos de idade. Adolfo lhe profetizou ainda que Gunnar iria partir de Nova Iorque no dia 5 de novembro de 1910 para o Pará. Então, a Assembleia de Deus, irmãos, foi fundada debaixo da orientação divina. Quando Gunnar Vingren ouviu o nome „Pará‟, ele perguntou ao irmão Adolfo Uldine onde se localizava esse lugar. Adolfo disse que nunca tinha ouvido falar desse lugar. Então, eles se dirigiram a uma biblioteca pública para procurar nos Atlas onde ficava esse lugar. E viram que Pará era um Estado no Norte do Brasil. 117
E em certo dia, quando Daniel Berg estava vendendo frutas em sua quitanda, e Gunnar Vingren estava em sua igreja, Deus disse para Daniel Berg: „Vá se encontrar com Gunnar Vingren‟. Então, ele largou tudo e se dirigiu a igreja de Gunnar Vingren que ficava em outra cidade, e chegando lá, ele disse a famosa frase: „Irmão Gunnar, Jesus ordenou-me que eu viesse me encontrar com o irmão para juntos louvarmos o Seu nome‟. E Gunnar respondeu: „Então, está bem‟. E enquanto eles oravam, chegou o profeta Adolfo Uldine e indicou que o companheiro que deveria viajar com Gunnar Vingren para o Brasil seria Daniel Berg. Doravante, os dois começaram a se aprontarem para viajar para o Brasil. Assim escreveu Elienai Cabral em nossa Lição Bíblia acerca desse momento na vida dos nossos missionários: „Decididos a atender ao chamado divino para a obra missionária no Brasil, Vingren deixou em 12 de outubro de 1910, o pastorado da igreja em South Bend e Daniel Berg saiu do seu emprego numa quitanda em Chicago. Após terem experiências marcantes em relação ao dinheiro de que precisariam para viajar, embarcaram em Nova Iorque na terceira classe do navio Clement rumo ao Brasil...‟ Quando eles chegaram no porto para embarcarem para o Brasil, no dia 5 de novembro, foram informados que não havia nenhuma navio rumo ao Brasil naquele dia. Todavia, eles permaneceram ali, esperando pela providência de Deus. Pois, segundo a profecia, eles iriam viajar nesse dia. Após averiguações, lhes informaram que realmente haveria um navio que partiria para o Brasil, porém, havia se atrasado, mas iria chegar. Ao embarcarem no navio Clement, continua Elienai Cabral, „...na viagem de quatorze dias, tiveram de experimentar uma comida nada agradável. Mas, eles ficaram ali, deitados na terceira classe, orando durante todo o tempo. Certo dia, Daniel profetizou que o Senhor estava com eles, e verdadeiramente sentiram isso em seus corações. Durante o período em que estavam no navio, oraram por um companheiro de viagem e evangelizaram um outro que veio a aceitar a Cristo como Salvador‟ (Lição 10, 2ºTrim/2011). No dia 19 de novembro de 1910, eles chegam no Pará, e ali no porto de Belém tiraram uma foto em lembrança dessa viagem. Nessa ocasião Vingren tinha 31 Essa foto foi tirada no porto de Belém, Pará-Brasil.
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anos e Daniel 26 anos. Quando as pessoas da localidade vieram ajuda-los com suas bagagens no desembarque, Gunnar os ouviu falar em português e suponho que tenha dito a Daniel: „Veja, Daniel, foi exatamente nesse idioma que o irmão Adolfo Uldine foi usado por Deus‟. Dali, eles se dirigiram para a praça da república, sentaram em um dos bancos dessa praça e comeram uma manga. Depois foram para um Praça da República
Porto de Belém
hotel, e então, se informaram a onde tinha uma igreja evangélica para entrarem em contato com os irmãos. Alguém lhes indicou o pastor da Igreja Batista chamado de Jerônimo Teixeira de Souza, que sabia falar o inglês. Esse pastor disse para Daniel Berg e Gunnar Vingren que tinha o local para eles morar, já que eles estavam no hotel e a despesa era muito caro, era no porão da igreja, e que pagariam apenas dois dólares de aluguel. E assim, moraram no porão da Igreja Batista por algum tempo. Era um corredor muito apertado, e durante a noite, eles ouviam o zumbir dos mosquitos, era um calor muito grande e tinha apenas duas camas. Nesse local, eles conhecem um irmão chamado Adriano Nobre, que era presbítero da Igreja Batista, sabia, também, falar o inglês. Muito embora, Gunnar Vingren e Daniel Berg fossem suecos, mas o tempos que eles passaram morando nos Estados Unidos, aprenderam a falar o inglês, por isso que quando chegaram no Brasil, trataram de entrar em contato com pessoas que falavam o inglês. E além de conhecerem o pastor Jerônimo Teixeira de Souza, também, conheceram o presbítero Adriano Nobres, e ambos falavam o inglês. O irmão Adriano Nobre levou os missionários suecos para passarem alguns meses em sua casa, nas ilhas do Pará, em Boca do Ipixuna, às margens do rio Tajapuru, e os apresentaram aos seus parentes, e um desses parentes era Raimundo Nobre, evangelista da Igreja Batista e primo de Adriano Nobre. Em sua casa, Adriano Nobre começou a dar as primeiras aulas de português à Gunnar Vingren e Daniel Berg. E foi exatamente nessas ilhas que os missionários cantaram o primeiro hino no idioma português. E depois de alguns meses ali, eles retornaram para o porão da Igreja Batista, na cidade de Belém. Leiamos o que o Pr. Elienai Cabral escreveu sobre isso: „Chegaram em Belém do Pará em 19 de novembro de 1910, e ali moraram no porão da Igreja Batista. „Nos cultos e reuniões de oração da igreja, Vingren e Berg, 119
quando começaram a falar o idioma português, pregavam a respeito do batismo com o Espírito Santo. O objetivo deles era pregar o evangelho de poder aos seus ouvintes. „Celina Martins Albuquerque, membro da Igreja Batista, creu na mensagem pentecostal pregada pelos jovens missionários e recebeu o batismo com o Espírito Santo quando orava de madrugada em sua casa, no dia 2 de junho de 1911, juntamente com outra irmã da sua igreja, Maria de Nazaré‟ (Lição 10, 2ºTrim/2011). Daniel Berg nunca falou o português fluentemente, pois, tendo recebido algumas aulas de Adriano Nobre, não chegou a dominar a língua. Devido o fato de Daniel ter que trabalhar para custear as aulas de Gunnar Vingren. Desse modo, Daniel trabalhava de dia em uma fundição, e Vingren fazia o curso de dia, e a noite, Gunnar Vingren ensinava a Daniel o que tinha aprendia durante o dia. Essa era a razão porque Daniel Berg sempre falou um português mais ruim, e misturado com o inglês. Todavia, quando aprenderam a falar o idioma, começaram a pregar a doutrina pentecostal na Igreja Batista, que era uma igreja tradicional. Na verdade, Gunnar Vingren e Daniel Berg vieram ao Brasil não para fundarem uma igreja, mas para trazerem a mensagem pentecostal para o Brasil. Houve uma rejeição da Igreja Batista com a mensagem dos missionários, principalmente, quando a irmã Celina Albuquerque foi batizada com o Espírito Santo. Essa irmã foi oficialmente a primeira brasileira a receber o batismo com o Espírito Santo. Nessa época, ela tinha 35 anos de idade, reparem que nessa foto a irmã Celina já tinha seus 90 anos de idade, na década de 1960. Nesse dia, no dia primeiro de junho de 1911, os missionários suecos celebraram um culto na casa da irmã Celina Albuquerque. A Igreja Batista tinha muitos pontos de pregação, e um desses pontos era na casa dessa irmã, que tinha uma doença incurável em sua boca que lhe impossibilitava de ir a igreja. Então, Celina Albuquerque Gunnar Vingren fez uma semana de oração (1876-1966) na casa da irmã Celina, e ela foi curada da sua doença. Quando eles terminaram a reunião de oração no dia primeiro, Celina e a irmã Maria de Nazaré permaneceram mais um pouco para orar. E elas começaram a orar, buscando o batismo com o Espírito Santo, pois, essas duas irmãs foram as primeiras a acreditarem na doutrina que Gunnar Vingren e Daniel Berg ministravam na Igreja Batista. 120
E assim, elas começaram a buscar o batismo com o Espirito Santo. Na madrugada, a uma hora da madrugada, no dia 2 de junho de 1911, em uma sexta-feira, a irmã Celina foi batizada com o Espírito Santo, e passou três horas falando em línguas. Na oração à noite de sexta-feira, os irmãos se reuniram para orarem, e então, a irmã Maria de Nazaré, foi batizada com o Espírito Santo. Essas duas irmãs foram batizadas no mesmo dia, a irmã Celina na primeira hora da madrugada, e a irmã Nazaré no culto de oração à noite. A irmã Maria de Nazaré vai ter um papel muito importante para nós aqui do Ceará. Pois, para começo de conversa, ela era uma cearense. Vejam, irmãos! Uma cearense foi a segunda pessoa a ser batizada com o Espírito Santo aqui no Brasil. Permitam-me a dar um pequeno histórico da biografia da irmã Celina Albuquerque. A irmã Celina nasceu em Manaus em 1876. Casou-se aos 25 anos com Henrique Albuquerque. Quando se mudou para o Pará se converteu e foi batizada nas águas em 1909 por Almeida Sobrinho, então pastor da Igreja Batista. Celina Albuquerque foi uma das primeiras pessoas a crer no batismo no Espírito Santo ensinado por Gunnar e Berg em Belém. E recebeu o batismo no Espírito Santo à uma hora da madrugada de sextafeira no dia 2 de junho de 1911. Sua casa tornou-se o primeiro local de reunião dos pentecostais, localizada na Rua Siqueira Mendes, nº 67 – Cidade Velha-Belém, onde funcionava como congregação da igreja batista. Quando a notícia de que essas duas irmãs foram batizadas com o Espírito Santo se espalhou, a Igreja Batista ficou alarmada. Então a liderança da Igreja Batista convocara uma pequena reunião extraordinária para discutirem acerca desse assunto. E nessa reunião, foram excluídos 13 membros da Igreja Batista que estava do lado de Vingren e Berg. Veremos um gráfico onde aparecem os nomes das 13 pessoas que foram excluídas da Igreja Batista, e também, os nomes de mais cinco
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pessoas, que ao todo são 18 pessoas, que juntas com os missionários suecos fundaram, no dia 18 de Junho de 1911, na casa da irmã Celina, uma igreja pentecostal aqui no Brasil. O Dia 18 de Junho de 1911, um dia memorável, considerado como o dia da fundação da Igreja Assembleia de Deus, que agora, no dia 18 de Junho de 2011 iremos fazer 100 anos de história, estavam presentes esses 18 irmãos, além, Gunnar e Daniel. Leiamos seus nomes: José Plácido da Costa, que era moderador da Igreja Batista, juntamente com sua esposa, Maria Piedade da Costa; estava também o ex-secretário da Igreja Batista, Manoel Maria Rodrigues, e sua esposa, Jerusa Dias Rodrigues; estava José Batista de Carvalho, o extesoureiro, Antônio Mendes Garcia, João Domingos, Maria dos Prazeres Costa, Maria Pinto de Carvalho, Manuel Rodrigues Dias, Celina Albuquerque, que a Igreja Batista a taxou de “a profetisa” e Henrique Albuquerque, seu esposo; e também, Maria de Jesus Nazaré, a nossa Nazaré, também taxada de “a profetisa”; estava, também, Emília Dias, e uma família de congregados da Igreja Batista, Joaquim Silva, Tereza Silva de Jesus, Izabel Silva e Bem-vinda Silva. Iremos agora ver um gráfico que nos mostrará a foto de seis desses pioneiros que fundaram a Assembleia de Deus.
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Essa foto foi tirada em 1961 quando a Assembleia de Deus estava comemorando o seu aniversário de 50 anos de fundação no Brasil. Aí, está a irmã Celina Albuquerque, e também, a irmã Maria Nazaré, com a cabecilha chata, que é identificável para nós cearenses. Desses pioneiros, eu quero fazer uma citação de dois. Antes, porém, vejam mais uma foto em que eles comemoraram os 50 anos da Assembleia de Deus, que foi realizada no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, em 1961. O irmão José Plácido da Costa, que foi um moderador da Igreja Batista, era um pioneiro da fundação da Assembleia de Deus, quero destaca-lo porque ele foi o primeiro missionário enviado pela Assembleia de Deus para o Portugal em 1913, quer dizer, depois de dois anos de fundação, a igreja já envia seu primeiro missionário. Antes de vir qualquer outro missionário do exterior para o Brasil, a Assembleia de Deus brasileira, toma a dianteira e envia seu primeiro missionário. José Plácido (1870E a outra pessoa que 1965) e esposa Maria gostaria de destacar é o irmão da Piedade Manoel Maria Rodrigues que foi o primeiro presbítero consagrado pela Assembleia de Deus em 1924. Note que a Assembleia de Deus foi fundada em 1911, mas ordenou seu primeiro presbítero em 1924, até essa época não havia na Assembleia de Deus nem Manoel Maria presbítero e nem diácono. Em 1924, eles instituíram o Rodrigues (1893-1969) presbitério e o diaconato, até, então, só havia pastores e evangelistas. Iremos conhecer o primeiro nome que os missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg deram a igreja que eles fundaram: Missão da Fé Apostólica. Por que eles deram esse nome à igreja? Porque eles se inspiraram na Igreja da Rua Missão da Fé Azuza. As igrejas que recebiam Apostólica o movimento pentecostal na Na Rua Azuza Rua Azuza, a maioria passavam a se Missão da Fé Apostólica, pois, eles consideravam que ali estava sendo restaurado o evangelho completo pregado pelos apóstolos. Então, foi William Seymour
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1º Templo da AD em Belém construído entre 1915/1916
Casa da irmã Celina Albuquerque, localizada na rua Siqueira Mendes, nº 67 – Cidade Velha-Belém, onde foi fundada a AD no dia 18 de Junho de 1911.
baseado nesse movimento que os missionários suecos colocaram o nome da igreja, aqui no Brasil, de Missão da Fé Apostólica. Os primeiros cultos e as orações eram realizados na casa da irmã Celina Albuquerque, e a escola dominical era realizado na casa do irmão João Batista Carvalho, extesoureiro da Igreja Batista. Eles passaram três meses na casa da irmã Celina, depois, se mudaram para outro local que ficava na Rua São Jerônimo, onde se congregaram por quatro anos. E depois, eles alugaram a casa que era apenas realizado a escola dominical, e após aquisição deste local, eles construíram o seu primeiro templo, não se sabe com precisão qual foi o ano, mas supõem que foi entre 1915 e 1916. E já nesse primeiro templo, eles colocaram no nome Assembleia de Deus. Como surgiu esse nome? E por que nossos missionários resolveram colocar esse nome no lugar do nome: Missão da Fé Apostólica? A primeira pessoa a utilizar o nome „Assembleia de Deus‟, foi um pastor chamado Thomas King Leornard para a sua igreja pentecostal em 1912. Entendam bem! Havia várias igrejas pentecostais que eram denominações espalhadas em todos os Estados Unidos, e cada uma delas com nomes diferentes. No dia 12 de abril de 1914, trezentos ministros pentecostais resolveram fazer um concílio para colocarem um único nome em todas essas denominações, e o nome que eles escolheram foi exatamente o mesmo nome que o pastor Leornard utilizou na sua denominação, que também, participou dessa conferência, que foi o nome „Assembleia de Deus‟. Thomas King Leornard, o primeiro pastor a usar a designação Assembleia de Deus em 1912 nos EUA
No Concílio Geral em 1914 nos EUA, trezentos ministros pentecostais fundaram a Assembleia de Deus
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Por isso que a Assembleia de Deus foi fundada nos Estados Unidos no dia 12 de abril de 1914. E esse foi considerado o primeiro concílio da Igreja Assembleia de Deus. Nos Estados Unidos, havia um missionário chamado Otto Nelson, que foi o primeiro missionário enviado para o Brasil. Esse missionário foi batizado com o Espírito Santo nos Estados Unidos, e em 1914, ele veio para o Brasil. E aqui no Brasil, ele disse para Gunnar Vingren que as igrejas nos Estados Unidos adotaram o nome Assembleia de Deus para as denominações pentecostais. Então, a igreja brasileira ficou com essas três alternativas de nomes: Missão da Fé Apostólica, Igreja Pentecostal e Igreja Assembleia de Deus. E em uma reunião, eles decidiram que o nome seria Assembleia de Deus. No dia 11 de janeiro de 1918, quando eles foram registrar a igreja no Cartório, lhe deram o nome de Assembleia de Deus. Falarei, agora, sobre a expansão da Assembleia de Deus em solo brasileiro. Irmãos, a Assembleia de Deus não ficou estagnada. Quando ela foi fundada no Brasil, os missionários começaram a evangelizar, principalmente, nas ilhas do Pará. Especificamente, Daniel Berg, visitou muitas ilhas do Pará, onde pregava o evangelho. Conforme está em nossa lição: „Daniel Berg e Gunnar Vingren, juntamente com os primeiros membros da igreja, começaram a realizar cultos em outros locais em Belém e a evangelizar em lugares distantes dessa cidade, principalmente nas ilhas paraenses‟ (Lição 10, 2ºTrim/2011). Acerca da expansão nacional da Assembleia de Deus, assim se expressou o Pr. Elienai Cabral: „Membros das igrejas, missionários estrangeiros e pregadores nacionais, impelidos pelo ardor evangelístico pentecostal, começaram a visitar outros Estados, principalmente onde tinham parentes. Dessa maneira, apesar das muitas lutas e perseguições, aconteceram os primeiros passos para a fundação de igrejas em todas as regiões do país: Ceará (1914); Alagoas (1914); Paraíba (1914); Roraima (1915); Pernambuco (1916); Rio Grande do Norte (1911, 1918); Maranhão (1921); Espírito Santo (1922); Rondônia (1922); São Paulo (1923); Rio de Janeiro (1924); Rio Grande do Sul (1924); Bahia (1926); Piauí (1927); Minas Gerais (1927); Sergipe (1927); Paraná (1928); Santa Catarina (1920, 1931); Acre (1932); Goiás (1936); Mato Grosso (1936); Mato Grosso do Sul (1944) e Distrito Federal (1956)‟ (Lição 10, 2ºTrim/2011). Os primeiros crentes de Belém começaram a visitar outros Estados do Brasil para levar o evangelho, como eles diziam o evangelho completo: Jesus Cristo salva, cura, batiza com o Espírito Santo, prepara e leva para o céu. Irei citar os primeiros missionários estrangeiros que foram enviados para o Brasil e depois iremos falar sobre a fundação da Assembleia de Deus no Ceará. „Logo, novos companheiros missionários foram chegando. Os 125
primeiros foram Otto e Adina Nelson (1914), Samuel e Lina Nyström (1916), Frida Vingren (1917) e Joel e Signe Carlson (1918). Também, a igreja começou a ordenar seus primeiros pastores: Isidoro Filho (1912); Absalão Piano (1913); Crispiniano de Melo; Pedro Trajano; Adriano Nobre; Clímaco Bueno Aza (1918); José Paulino Estumano de Morais (1919); Bruno Skolimowski (1921)‟ (Lição 10, 2ºTrim/2011)‟. Depois irei falar sobre alguns desses missionários, porém, é importante que se diga que em 1914, Daniel Berg fez uma viagem à Suécia, essa foi a sua primeira viagem após ter chegado ao Brasil. Ele foi à Suécia para se encontrar com o seu amigo, Lewis Petrus, para lhe falar acerca da obra no Brasil e pedir a sua ajuda, porque, até então, Daniel Berg e Gunnar Vingren haviam vindo ao Brasil sem nenhum apoio financeiro de alguma igreja ou agência missionária, vieram, realmente, por conta própria. E assim eles viviam aqui no Brasil sem ninguém para apoiar o seu ministério. Por isso que Daniel Berg foi à Suécia, exatamente, para buscar auxílio, já que o pastor Lewis Petrus tinha uma agência missionária chamada Missão Livre Sueca. Desse modo, Lewis passa a ajudar Daniel Berg e Gunnar Vingren, os coloca no registro de cadastro de missionários e adota o Brasil como campo missionário. Aproveitando essa oportunidade irei explicar agora o símbolo dos cem anos da Assembleia de Deus.
Temos aqui o número 100. Esse número representa os cem anos da Assembleia de Deus no Brasil. O número um está no formato de um fogo e um pombo que representa o batismo com o Espírito Santo: o fogo pentecostal. E os números zeros estão no formato de duas alianças. Uma aliança contendo a cor de amarelo e azul e a outra aliança contendo a cor verde e amarela. Essa primeira aliança representa a Suécia e a segunda aliança representa o Brasil. Que é exatamente a aliança que o Brasil fez com a Suécia para apoiar os missionários difundir o fogo pentecostal em terra brasileira. O número 1911 foi o ano da fundação da Assembleia de Deus e 2011 é o ano do seu centenário. Esse é o significado do símbolo do nosso centenário. 126
Vamos conhecer alguns missionários que foram enviados ao Brasil: o primeiro foi Otto Nelson. Ele veio ao Brasil por conta própria, quando estava nos Estados Unidos, mas como nessa época, em 1914, a Missão Livre Sueca, começou a apoiar os Otto Nelson missionários aqui, também, (1891-1982) inscreveu o irmão Otto Nelson como missionário. Começou seu trabalho de evangelização em Belém. Em seguida evangelizou Maceió (AL) em 1914-1930, Bahia (1930-1936). Viajou para Argentina (1938). Em 1945 assumi o pastorado da AD no Rio de Janeiro (São Cristóvão). Foi pioneiro do pentecostalismo em Montevidéu, Uruguai. Faleceu na Suécia, aos 91 anos de idade em 1982. O segundo missionário e oficialmente o primeiro casal de missionário enviado ao Brasil, Samuel Nyström e sua esposa Lina. Samuel Nyström, eu o considero, o „apóstolo Paulo‟ do movimento pentecostal no Brasil. Daniel Berg e Gunnar Vingren, são „Pedro‟ e „João‟. Mas este aí, é o „apóstolo Paulo‟, porque foi exatamente esse irmão que desenvolveu a doutrinas da Assembleia de Deus no Brasil. Ele era um poliglota, falava o inglês, o português, o francês e o alemão. Conhecia o grego e o hebraico. Tinha um profundo conhecimento das Escrituras e da teologia cristã. Pastoreou por algum tempo a igreja de Belém, e durante esse tempo construiu o segundo templo da Assembleia de Deus em Belém em 1926 (ver foto). Foi presidente da CGADB nove vezes. Na foto abaixo aparece o jornal Boa Semente, fundado por Gunnar Vingren. Nesse jornal, Samuel Nyström começou a escrever as primeiras
2º templo de Belém inaugurado por Samuel Nyström em 1926
127 Samuel Nyström (1891-1960)
lições da Escola Dominical. Samuel Nyström teve um grande desempenho doutrinário para a Assembleia de Deus no Brasil. Irei aproveitar para mostrar a foto do atual templo da Assembleia de Deus em Belém, inaugurado pelo pastor Samuel Câmara em 1988, um majestoso templo que estampa a riqueza da Assembleia de Deus.
1º Templo em 1917 2º Templo em 1926
Atual Templo da AD-Belém inaugurada por Samuel Câmara em 1988
Veremos agora o terceiro missionário enviado ao Brasil, que na verdade é uma missionária, a irmã Frida Strandberg, vocês já ouviram falar desse nome nessa manhã, que aquela que iria casar com Gunnar Vingren, e realmente se casaram m 1927, quando ela foi enviada ao Brasil, e tinha 26 anos de idade. Essa mulher foi uma grande mulher de Deus, pregadora, ensinadora, poetisa, compositora, musicista, enfermeira, redatora e pesquisadora, ela não se tornou a primeira pastora da Assembleia de Deus porque Samuel Nyström se opôs dizendo que mulher não era qualificada para ser pastora, mas se dependesse de Gunnar Vingren, ele teria Frida consagrado sua esposa à pastora. E às razões Strandberg apresentadas por ele, era que quando Gunnar aceitou a (1891-1940) Jesus quem orou por ele foi uma mulher, quando foi batizado com o Espírito Santo foi uma mulher que orou por ele, e que Deus lhe tinha dado como esposa uma grande mulher. Ele queria consagrar sua esposa como pastora, mas a Assembleia não apoia o ministério pastoral feminino. O próximo missionário foi Joel Carlson, sueco, foi Joel Carlson (1889-1942) enviado ao Brasil em 1918 pela Missão Livre Sueca. Pastoreou a igreja de Pernambuco. Foi o 3º presidente da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil) em 1932. 128
Segundo o Dr. Elienai Cabral: „Atuaram entre as Assembleias de Deus [no Brasil], missionários escandinavos (suecos, noruegueses e finlandeses) e norte-americanos. Nas primeiras cinco décadas das Assembleias de Deus, os missionários escandinavos tomaram iniciativas que contribuíram para o desenvolvimento doutrinário da igreja. Eles fundaram jornais (Boa Semente, O Som Alegre, Mensageiro da Paz), criaram as Lições Bíblicas para a Escola Dominical, editaram os primeiros hinários (Cantor Pentecostal e Harpa Cristã), publicaram livros e folhetos evangelísticos, promoveram as primeiras Escolas Bíblicas que duravam um mês, e fundaram a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) em 1940. Em 1936, os primeiros missionários das Assembleias de Deus norteamericanas chegaram oficialmente ao Brasil. Eles passaram a atuar juntamente com a liderança sueca, principalmente no ensino bíblico e, investiram na publicação de livros teológicos, no ensino teológico formal e no estabelecimento gráfico da CPAD. Dentre os missionários pioneiros nessas áreas do desenvolvimento bíblico-doutrinário, estão: Gunnar Vingren, Frida Vingren, Samuel Nyström, Nils Kastberg, Otto Nelson, Nels Nelson, Joel Carlson, Eurico Bergstén, Orlando Boyer, N. Lawrence Olson, John Peter Kolenda, João Kolenda e Ruth Dóris Lemos, Thomas Reginald Hoover e Bernhard Johnson Jr‟ (Lição 10, 2ºTrim/2011). Vamos conhecer os nomes dos primeiros pastores que foram consagrados no Brasil por Gunnar Vingren e Daniel Berg. Temos o pastor Isidoro Filho que se converteu ao evangelho em junho de 1911. E em 1912, aos 33 anos, foi consagrado como primeiro pastor da recém-fundada Assembleia de Deus no Brasil, para pastorear a igreja de Soure, Ilha do Marajó e Capanema. Em 13 de março de 1916 organizou a primeira escola dominical em 4 Isidoro Filho classes. (1879-1947) Absalão Piano, era membro da igreja presbiteriana, tornou-se pentecostal em 1910 quando se encontrou com Vingren e Berg. Em 3 de outubro de 1913, aos 35 anos, foi ordenado como o segundo pastor da Assembleia de Deus. Absalão Piano (1877-1963)
Crispiniano (1885-1975)
Crispiniano de Melo, se converteu em 1912 através de Gunnar e Berg. Foi ordenado 3º pastor da AD em 19 14. Pastoreou a igreja em Jupati-PA, fundada por ele mesmo. Pedro Trajano, era presbiteriano, mas tornouse pentecostal ao entrar em contato com a AD de Belém em 1912-1913. Pouco tempo depois, em 1914, foi consagrado a pastor, o quarto a receber a 129
ordenação nas ADs do Brasil. Pastoreou as igrejas do Pará, Paraíba, Espírito Santo e São Paulo. Adriano Nobre, era presbiteriano, nascido em Pacatuba-CE. Inicialmente serviu de intérprete para Gunnar e Berg. Ministrou aos pioneiros as Pedro Trajano primeiras aulas do idioma português, (?-1939) também foi professor de português de Frida Vingren. Em 1914-1915 foi enviado ao sertão do Ceará para dar prosseguimento ao trabalho iniciado por Maria Nazaré em Itapajé-Ce, foi também pioneiro no Pernambuco e no Rio Grande do Norte. Foi ordenado o quinto pastor pela AD de Belém-Pa em 1916. Em 1933, Adriano Nobre (1883-1938) na quarta CGADB, foi desligado da AD por abraçar doutrinas contrárias. Clímaco Bueno Aza, considerado um dos maiores evangelistas, desbravadores e incansáveis das Assembleias de Deus no Brasil. Nasceu na Colombia em 1874, se converteu em 1913 no Pará. Evangelizou o Pará junto com Daniel e Vingren. Foi consagrado pastor em 1918. Foi fundador das ADs de Macapá (AP) em 1916, São Luís (MA) em 1921 e Belo Horizonte (MG) em 1927. José Paulino Estumano de Clímaco Bueno Aza Morais, nasceu no Pará, se converteu (1874-1950) ao evangelho em 1902 na Igreja Batista. Em 1917 creu na doutrina pentecostal e recebeu o batismo no Espírito Santo. Em 1919 foi consagrado pastor e assumiu a igreja de Natal (RN). José Paulino Bruno Skolimowski, nasceu na Polônia em 1884. Estumano de Em 1909, chegou a Belém do Pará em busca de trabalho. Morais (1881-?) Em 1910 se converteu ao evangelho junto com a sua esposa. Em 1923 foi enviado pela igreja de Belém para substituir Antônio Rego Barros em Fortaleza-Ce. Em Fortaleza, alugou um novo salão na rua D. Isabel. Permaneceu como pastor substituto até o ano de 1929. Veja agora um gráfico que mostra a expansão da Assembleia de Deus no Brasil. Note que de 1914, começando pelo Ceará, até 1956 a Assembleia de Deus Bruno Skolimowski atingiu todos os 27 Estados da Federação Brasileira. (1884-1961) O primeiro Estado a ser alcançado foi o Ceará em 1914 através da irmã Nazaré. Por isso irei me deter um pouco em nosso Estado, e falar da fundação da nossa Igreja em Fortaleza e em Messejana. 130
Aos 35 anos de idade, a irmã Nazaré veio ao Ceará para testificar aos seus parentes na Serra de Uruburetama, onde se localiza o Itapajé-Ce, sobre o evangelho pentecostal, mas eles não aceitaram a sua mensagem, e a expulsaram de suas casas. Porém, uma igreja no Sitio Santana, a igreja presbiteriana, apoiou a irmã Nazaré, e ouviu a sua mensagem, e acreditou naquilo que ela estava falando. E diz que toda a igreja presbiteriana se converteu ao pentecostalismo, tornando-se a primeira igreja pentecostal do Ceará, cujos dirigentes eram Raimundo de Salle Gomes e seu genro Vicente de Salles Bastos.
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Depois a irmão Nazaré vai à Fazenda Lagoinha, onde havia também uma congregação presbiteriana, dirigida por Cordulino Teixeira Bastos e Luiz Gonzaga Bastos, e ali ao falar da mensagem pentecostal, eles aceitaram. No mesmo ano, ela retorna para Belém, e fala do movimento no Ceará, então, Daniel Berg e Gunnar Vingren enviam ao Ceará, o cearense Adriano Nobre. Em 20 de julho de 1914, na Fazenda da Lagoinha, realizou-se um culto, esse dia foi oficializado como a data da fundação da Assembleia de Deus no Ceará. Maria Nazaré (foto tirada na Adriano Nobre ficou dois anos no Ceará, e durante esse década de 60) tempo, diz que o fogo pentecostal se espalhou rapidamente, e 200 pessoas foram batizadas com o Espírito Santo. Adriano Nobre, quando esteve no Ceará, foi preso por pregar a palavra de Deus, mas logo que foi solto, evangelizou outras regiões do Ceará. O primeiro pastor ordenado no Ceará foi o Mais uma foto irmão Vicente de Salles Bastos. de Adriano Alguns missionários que nesse tempo visitaram o Nobre Ceará foram: Gunnar Vingren (1914/1915), Otto Nelson (1919), Paul John Aenis (1922), Samuel Nyström (1923), Virgil Frank Smith (1930) e Orlando Boyer (1930). O trabalho evangelístico no interior estava bem, e alguns municipios foram evanglizados, como: Trairi, Paraipaba, Paracuru, São Gonçalo do Amarante, Pentecostes, São Luiz do Curú, Umirim, etc. Todavia em nossa capital ainda não havia igreja. Então, Gunnar Vingren envia o irmão Antonio Rego Basto para implantar a igreja em Fortaleza em 1922, mas logo, voltou para Belém devido a um problema de saúde. Em 1923 Assembleia de Deus envia o pastor Bruno Skolimonski para substituir o pastor Antonio Rêgo Barros. Pr. Antônio Rêgo Em Fortaleza, o trabalho funcionava em Barros alguns bairros, principalmente em São João Tauapé, que foi uma das primeiras congregações a serem implantadas. Em 1922 um rapaz chamado José Teixeira Rêgo veio visitar o Ceará, ele ainda não era pastor, mas veio para conhecer a obra em Fortaleza. Visitou a congregação de São João do Tauapé, e junto com o pastor Bruno Skolimonski se dedicou a evangelização em nossa capital. Em 1929, Bruno Skolimonski vai para Curitiba, e o pastor Antonio Rego Basto retorna para Fortaleza e oficializa a fundação da Assembleia de Deus em Fortaleza no dia 7 de setembro de 1929, no bairro Arraial Moura 132
Brasil. Em 1931, o pastor Antonio Rego Basto é enviado para Maceió-AL pelo Nels Nelson, então pastor da AD de Belém, que envia o pastor Julião Pereira da Silva, que presidia a igreja em Itapajé, Nels Nelson para Fortaleza, onde fica apenas sete (1895-1963) Julião Pereira meses. da Silva Em 1932, José Teixeira Rêgo (que fora ordenado pastor em 1928) foi enviado para presidir a igreja em Fortaleza. Em 1937, ele juntamente com outros ministros fundaram a Convenção Estadual de Ministros da Assembleia de Deus no Ceará, unindo a Igreja de Fortaleza com as igrejas dos interiores, sendo que agora, ele não só era pastor de Fortaleza, mas, através da Convenção, tornou-se pastor de todo o Estado do Ceará. O pastor José Teixeira Rêgo estabeleceu a igreja na Rua Tereza Cristina, lançando a sua pedra fundamental em 1942, onde construiu um bonito templo e em 1957 ampliou esse templo. Ele teve uma filha adotiva chamada Iracilda Pinheiro da Costa que Pr. José casou com o cearense Luiz Bezerra Teixeira Rêgo da Costa. Esse Luiz Bezerra da Costa é irmão de José Wellington Bezerra da Costa, o Pr. Luiz Bezerra da atual presidente da CGADB, Costa (1927-1993) ininterrupto desde 1995. O pastor Luiz Bezerra da Costa era a segunda pessoa do pastor José Teixeira Rêgo, porém, com a morte de Teixeira em 05 de dezembro de 1960, ele assumiu o cargo por pouco dias, pois em janeiro Pr. José de 1961, o pastor Armando Chaves Wellington Cohen foi empossado, mas por pouco Bezerra da Costa tempo. Em 1962, o pastor Emiliano Ferreira da Costa assumi o pastorado da Assembleia de Deus em Fortaleza, e nessa ocasião, o pastor Luiz Bezerra da Costa rompe Pr. Armando Chaves Cohen com a igreja e funda o ministério da Assembleia de Deus de Bela Vista. O pastor Emiliano, homem de Deus, foi o responsável pela criação da Secretaria de Missão, enviando o primeiro missionário para o exterior, o irmão João Castro e Silva para a Bolívia. Ele, também, fundou o IBADEC e a Sociedade Evangélica Filantrópica. A segunda pessoa do pastor Emiliano era Pr. Emiliano Ferreira da Costa
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o pastor Bastos ou Sebastião Mendes Pereira, e sua terceira pessoa era o pastor Deusdedith. O Pr. Emiliano falece de infarto em 1985, e o pastor Bastos assumiu o Templo Central, como ficou conhecido a Sede em Fortaleza, e pastoreia até 2010, quando, ele, então, falece. Após isso, o Pr. Deusededith Farias fica em Pr. Deusdedith Pr. Bastos seu lugar. Quando o Pr. Deusdedith Farias assume o pastorado da Sede na Tereza Cristina, em janeiro de 2011, ele põe em andamento um projeto, que havia sido assinado pelo Pr. Bastos, de dividir a Sede da Convenção. Pois, até então, os pastores que dirigiram o Templo Central eram pastores de Fortaleza e presidentes da Convenção Estadual. Pórem, com esse projeto a Convenção é desligada da Tereza Cristina, isto é, concede à Convenção autonomia para que tivesse seu próprio pastor-presidente, assim o pastor do Templo Central da AD na Tereza Cristina, no Centro, em Fortaleza é apenas pastor da capital, enquanto que foi colocado outro pastor na Convenção para presidir as igrejas nos municípios do Ceará. E assim a Convenção recebe um novo nome Conadec - Convenção das Assembleias de Deus do Estado do Ceará. O seu primeiro presidente foi o Pr. Pedro Cavalcante Falcão, porém, devido os seus problemas de saúde, ele renúncia o cargo, que é colocado em eleição, e duas pessoas concorrem ao cargo de presidente da Conadec, Pr. João Bezerra da Silva e o Pr. João Gonçalves, ganhando o Pr. João Bezerra da Silva que a presidirá por 4 anos, de 2011 a 2014.
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Com o falecimento do nosso pastor Sede do Deusdedith Farias em maio de 2011, o pastor Ministério da AD Templo Antonio José, que era a Central sua segunda pessoa, assume a igreja como presidente do Templo Central em Fortaleza. Anteriormente, o pastor Antonio José pastoreava a AD da Cidade dos Funcionários. Irei falar um pouco sobre a origem da Pr. Antônio José Assembleia de Deus em Messejana. O evangelho pentecostal chegou em Messejana em 1941 através de um irmão chamado Crispin que evangelizava essa região, como resultado reuniu um pequeno grupo de convertidos. Então a igreja envia o primeiro pastor para pastorear Messejana, José Freire de Alencar.
O pastor Freire em seu primeiro mandato pastoreia a AD de Messejana de 1943 a 1948. Ele terá um segundo mandato em 1976. Em 1949 o Pr. Sérgio Moreira de Sousa é designado para dirigir Messejana, e permanece até 1960. Depois dele, vem o pastor Pr. Pedro Gomes Farias e pasoreia até 1969. Em 1969, Pr. Osmar Lima e Silva assume a direção da igreja, e em 1972 lança a pedra fundamental para a construção do templo sede da Assembleia de Deus em Messejana, inaugurandoa em 1975. Quem esteve presente nessa Pr. José Freire de Alencar Pastoreou a AD em Messejana em dois mandatos. Seu último mandato foi em 1976 a 1982
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inauguração foi o Pr. Emiliano Ferreira da Costa, pastor-presidente do Templo Central. Em 1976, o Pr. José Freire retorna novamente. E dirige a ADMessejana até 1982. Foi durante o seu pastorado que nós inauguremos a nossa congregação na Rua Codó, no bairro do Palmeiras. Quero mostrar para vocês uma foto inédita!
Pb. Bezerra
Primeiro Templo da congregação da Codó inaugurado em 1980. Seu primeiro supervisor foi o Pb. Bezerra em 1980 a 1983
Esse templo foi construido em 1980, e nosso primeiro supervisor foi o presbítero Bezerra. Essa marquise foi colocada posteriomente, em 1997, pelo irmão Fernando Brito para proteger a porta da chuva e do sol. Quando o pastor José Freire de Alencar falece de um acidente automobilistico em 1982, assume o campo de Messejana o nosso querido Pr. José Alves Pinheiro, conhecido por „Pr. Pinheiro‟. Ele assume a igreja em 1982, durante sua gestão essa congregação da Rua Codó é transferida para Rua Salmão, onde surge uma nova congregação, e depois em 1997, a congregação da Codó é novamente reativada em seu antigo templo, cujo dirigente, foi o então diácono Marcelino. Pr. Pinheiro E ainda durante a gestão do Pr. Pinheiro, a congregação da Rua Codó constrói o seu segundo templo na supervisão do Pb. Cristóvão Aragão (que foi supervisor de 1998 a 2003), e inaugurada pelo, então, presbítero Osias Alves em 2004. 136
Pb. Osias
Pb. Cristóvão
Em 2006, o Pr. Pinheiro é jubilado ou seja aposentado, e quem assume o campo de Messejana é o Pr. Moacir Paula, a sua segunda pessoa é o Ev. Wellington Cardoso e o vice, o Ev. João Batista. Ev. João Batista
Pr. Moacir
Ev. Wellington
O Pr. Moacir vem realizando um excelente trabalho no campo de Messejana, construindo e reformado muitas congregações, e exclusive o nosso terceiro templo na Rua Codó está em face de conclusão e em breve iremos inaugura-lo na atual gestão do Pb. Júlio dos Santos.
A Sede em Messejana, mas em breve, estaremos construindo um majestoso templo
3º templo da Codó
Pb. Júlio dos Santos
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Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Semana Escatológica em 08 de Junho de 2011 Sobre o Tribunal de Cristo
A Paz do Senhor Jesus! Leiamos Apocalipse 22.12: „E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra‟. Realmente o poço é profundo, e a minha corda é curta, e eu não trago um balde, mas apenas uma caneca. Que Deus tenha piedade de mim! Se algum irmão quiser fazer alguma pergunta no decorrer da nossa palestra, pode escreve num papel e enviar para cá, e eu irei tentar dar uma resposta, mas se eu não souber responder, aqui está o Pb. Júlio, o Pb. Luciano e o Pb. Nilton para responder por mim. Nessa noite, gostaria de falar sobre o Tribunal de Cristo, e irei dividir esse assuto em três tópicos: primeiro tópico „eis que cedo venho‟; o segundo tópico é: „o meu galardão está comigo‟; e o terceiro tópico: „para dar a cada um segundo a sua obra‟. Sinto-me constrangido nessa noite em fazer uma introdução, haja visto que ontem foi ministrado acerca dos sinais da vinda de Jesus, e pular dos sinais para o tribunal de Cristo haverá uma lacuna. Então para que essa lacuna seja preenchida e os irmãos possam acompanhar o desenvolvimento da semana escatológica e dos assuntos atrelados à ela, eu gostaria de introduzir com algumas pequenas observações. Começando por dizer que quando falo sobre os assuntos escatológicos, tomo por base as doutrinas da Bíblia Sagrada. É verdade que temos o sistema de interpretação da escatologia. Porém, o cristão tem que firmar a sua fé e convicção na doutrina bíblica. As doutrinas bíblicas são fundamentas nas Escrituras Sagradas. Entretanto, a Bíblia Sagrada não é um compêndio teológico, de modo que ela nos transmite a doutrina com algumas lacunas, e os sistemas de interpretação vem para tentar, digamos assim, preencher essas lacunas. Contudo, esses sistemas de interpretações são apenas opiniões de homens que estudaram a escatologia e teceram seus comentários. Então o cristão não tem a obrigação de crer em qualquer um desses sistemas escatológicos; nas opiniões que foram levantadas ao longo da história da igreja. Porém, todo cristão deve acreditar, firmemente, nas doutrinas fundamentais das Escrituras Sagradas. Quando estudamos a escatologia, a Bíblia Sagrada nos dão algumas doutrinas fundamentais, e uma dessas doutrinas é: Jesus Cristo voltará! e 138
outra é: Cristo irá arrebatar a Sua Igreja; e ainda outra: o Messias vai estabelecer o Seu Reino sobre a Terra. Essas são doutrinas fundamentais. Agora, diante dessas doutrinas fundamentais, os homens têm que dançar e se rebolar para poderem entender os tempos, os espaços e os detalhes de como essas coisas irá acontecer. A comunidade cristã em geral conta com alguns sistemas de escatologia, temos, por exemplo, a interpretação pré-tribulacionista, a interpretação pós-tribulacionista e a interpretação meso-tribulacionista. Essas interpretações são os principais pensamentos teológicos que procuram trazer uma definição da escatologia bíblica. E a nossa Igreja Assembleia de Deus tem adotado o sistema de interpretação pré-tribulacionista, porque as denominações, que são organizações, precisam ter um sistema teológico para que os membros possam conhecer os dogmas da sua igreja. Todavia, a igreja precisa ter consciência que o seu dogma doutrinário não se constitui a verdade absoluta da doutrina bíblica. Por isso que como membro da Assembleia de Deus, eu quero falar desse assunto seguindo essa linha e raciocínio de interpretação. A doutrina pré-tribulacionista acredita que a Igreja vai ser arrebatada antes da Grande Tribulação, fazendo uma distinção entre o arrebatamento da Igreja e a vinda de Jesus Cristo. A vinda de Jesus Cristo acontecerá depois da grande tribulação, mas o arrebatamento, que entra como um sinal da vinda gloriosa de Jesus Cristo, irá acontecer antes da vinda de Jesus, e antes da grande tribulação. E uma vez que o arrebatamento da Igreja acontecerá antes da vinda de Jesus, então nesse intervalo, que supõem ser de sete anos, ocorrerá, na terra, a grande tribulação, onde os juízos de Deus serão derramados, enquanto que no céu estará acontecendo o tribunal de Cristo e as bodas do Cordeiro. Primeiro tópico: „eis que cedo venho‟. Quem cedo virá? Jesus Cristo! Se fôssemos responder essa pergunta no Antigo Testamento, nos diríamos: O Senhor Jeová! Mas uma vez que o Filho de Deus se encarnou e sobre si tomou a autoridade de Seu Pai, então, o Dia de Jeová, se tornou, no Novo Testamento, o Dia de Jesus Cristo. A Ele foi dado toda autoridade no céu e na terra para julgar os vivos e os mortos, então, é Ele que virá para julgar e para reinar. Vamos alistar algumas qualidades do Senhor Jesus: Jesus Cristo é fiel, paea cumprir as suas promessas. Àquele que virá é fiel! Isso significa que aquilo que fazemos para Deus, a sua recompensa é garantida. Ele dise para a igreja de Esmirna: „seja fiel até a morte, e dar-teei a coroa da vida‟ (Ap 2.10). Paulo disse para Timóteo: „se o negarmos, também ele nos negará; se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo‟ (2ª Tm 2.12,13). 139
Para que o cristão venha usufruir das promessas e bênçãos de Deus, que hão de vir no retorno de Cristo, ele deverá ser fiel a Cristo, assim como Cristo é fiel ao crente para cumprir as suas promessas. Mas, Ele não só é fiel, como também, Ele é poderoso. O apóstolo Paulo disse: „eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia‟ (2ª Tm 1.12). Isso significa que o que estar com Deus, ninguém pode tomar, roubar, minar e nem ficar enferrujado. Porque está nas mãos do Senhor. E ele é poderoso. É por isso que o apóstolo Pedro disse, com muita certeza, que a nossa herança é incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, e que está sendo guardada pelo poder de Deus (1ª Pe 1.4,5). De modo que o que é do homem, o bicho não come. O diabo não pode ter acesso para tomar aquilo que é nosso, pois está guardado pelo poder do Senhor Jesus Cristo. Jesus Cristo é justo para fazer acontecer todas as suas promessas. A Escritura diz que nós temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo (1ª Jo 2.1). Ele é justo em cumprir as suas promessas. Isso significa que Ele vai nos remunerar de uma maneira honesta e correta. Ele não vai deixar de nos dar aquilo que angariamos ao servir no Seu Reino. Algumas pessoas passam muitos anos trabalhando, e quando vão receber suas contas, seus patrões lhes enrolam, lhes tapeiam, mas com Jesus Cristo não tem isso. Ele vai lhe pagar bem direitinho, com juros e correção monetária. Ele vai deixar passar, nem sequer, as horas extras. Apocalipse 14.13 diz que Ele não vai esquecer nem daqueles que morreram há muitos anos, e por causa disso deixaram de praticar obras, porém, a estes as suas obras, que praticaram em vida, os acompanharão. Ele é justo. „Eis que cedo venho‟. O Senhor Jesus vem julgar o seu povo. Isso está escrito em Hebreus 10.30: „O Senhor julgará o seu povo‟. Não pense que Ele apenas irá julgar os ímpios e os pecadores, Ele, também, vai julgar os santos. O apóstolo Pedro diz algo interessante que já é tempo de começar o julgamento pela casa de Deus e se o justo será salvo com muita dificuldade, o que vai acontecer com aqueles que são pecadores impiedosos (1ª Pe 4.17). Meus irmãos, o julgamento vai começar, primeiramente, por nós. O Senhor vai fazer uma lavagem no mundo, mas, antes, dele lavar o mundo, irá lavar a sua igreja. Ele vai lavar a roupa suja do seu povo, vai resolver as pendências que ficaram. Por isso que Ele irá julgar, primeiramente, os santos do Senhor. O julgamento da Igreja já começa no arrebatamento, porque quando Ele vier para arrebatar os seus, Ele vai fazer uma seleção. São crentes que serão arrebatados dentre outros crentes. O texto sagrado diz: „muitos são chamados, mas poucos escolhidos‟ (Mt 22.14). Isso significa que só irão participar do arrebatamento, os irrepreensíveis. 140
Leiamos 1ª Coríntios 1.7,8: „esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo‟. E 1ª Tessalonicenses 5.23: „E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo‟. Esse é um dos critérios do julgamento para arrebatar os que lhe pertencem. Mas como podemos nós que, desde o ventre materno, herdamos uma natureza pecaminosa, e que permanece conosco mesmo depois de temos recebido a Jesus, e a carregamos conosco até a sepultura, podemos nos encontrar irrepreensíveis naquele dia? Isso é possível porque Deus irá fazer isso por nós. A Escritura diz que Ele não só chama para a santificação, como também vai operar a santificação em nós (1ª Ts 5.23,24). Porém, quando falo em ser irrepreensível, me refiro ao caráter do cristão. Um cristão não pode ter um caráter mau, desformado; o seu caráter tem que ser moldado pelo caráter de Cristo. Recebemos um caráter cristão quando somos transformados por Cristo. Isso significa que um cristão pode deslizar na mentira, mas ele não pode ser um mentiroso; ele pode até cair no adultério, mas ele não pode ser um adúltero. Há uma diferença entre cair, fraquejar, ou ser aquilo. Um cristão pode até ter surtos de agressividade, mas ele não pode ser um agressor; ele pode até cair na desonestidade, e depois ficar com contrição, e sinceramente se arrepender diante de Deus, mas ele não pode ser uma pessoa desonesta. O caráter do cristão tem que ser irrepreensível, contudo, ele tem falhas de personalidade. Entenda o cristão ficará fora do arrebatamento, se ele for um mau caráter, porém, não ficará fora do arrebatamento se ele for surpreendido por suas falhas de personalidade. Vocês sabem que existem quatro tipos de personalidades que fazem parte do ser humano desde o seu nascimento, que é o seu temperamento, seu gênio ou índole. Por exemplo, há pessoas que são sanguíneas, outras são melancólicas, ainda algumas que são fleumáticas ou coléricas. Cada um de nós têm esses tipos de personalidades. A personalidade não é transformada. Se você é uma pessoa sanguínea, você será sanguínea o resto da sua vida. Uma das características de uma pessoa sanguínea é que ela fala pelos cotovelos, e era será assim até o final da sua vida, pois uma personalidade não se muda, porém, deve ser controlada por um caráter amadurecido pelo Espírito de Deus. O arrebatamento vai incluir apenas aqueles que estão vigilantes (1ª Ts 5.4,5; Ap 16.15). A exortação das Escrituras é: Vigiai para que não sejam pegos desprevenidos. Vigiar é exatamente isso: você controlar a sua personalidade para não explodir em ira e raiva; pois se deixar o sol se pôr 141
sobre a sua ira, poderá ser pego desprevenido na vida de Cristo. O cristão tem que estar em constante vigilância. Aqueles que serão arrebatados são os que foram selados com o Espírito Santo da promessa. Como está escrito: „não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção‟ (Ef 4.30). Apenas os crentes que são selados com o Espírito serão arrebatados na vinda de Cristo Jesus, o Senhor. Ser selados não é a mesma coisa de ser batizados com o Espírito Santo, como os antigos pentecostais ensinavam no início do movimento pentecostal. Ser selado é receber o selo da confirmação no momento da sua conversão genuína. Preste bem atenção! Para os crentes que „ficarem‟, os prétribulacionistas prometem uma segunda chance, mas debaixo do fogo cruzado da grande tribulação. Porém, os pós-tribulacionistas dizem que não haverá segunda chance para ninguém; o que subiu, subiu, e o que ficou, ficou. O pregador chinês chamado Watchman Nee, que era prétribulacionista e também ensinava a doutrina „uma vez salvo, salvo para sempre‟, ele faz o seguinte questionamento: Ora, ninguém pode tomar a salvação de um crente, porém, ele pode ficar fora do arrebatamento se não vigiar; que irá acontecer com esse crente? Watchman Nee ensinou que esse cristão será lançado no lago de fogo e enxofre, onde ficará por mil anos „purgando os seus pecados‟ – depois sairá dali para herdar a vida eterna, quer dizer, não receberá galardão, que é o Milênio, mas o tal será salvo como que através do fogo. Meus irmãos, levando em consideração esses ensinamentos, não há boa esperança para quem vai ficar, então, como dizia os antigos pentecostais: „eu quero ir é na primeira‟. O Senhor Jesus vai apresentar a Sua igreja pura diante do tribunal de Deus (Ef 5.26,27). É no tribunal de Deus que haverá o julgamento dos crentes (Rm 14.10-12; 2ª Co 5.10). A primeira coisa que irá acontecer é a confirmação da absolvição dos pecados morais dos santos. Nossos pecados morais são perdoados hoje, porém será no dia do julgamento que esses pecados serão definitivamente justificados diante de Deus. Como diz: „O que vencer será vestido de vestes brancas‟ – a justiça pura – „de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos‟ (Ap 3.5). Nesse dia será aberto o livro da vida, e o seu nome será lido. Nessa primeira sessão do julgamento, todos os crentes têm seus nomes inscritos no livro da vida, porém, aqueles, cujos nomes foram riscados, isto é, os apostatas e também os crentes carnais serão julgados com os ímpios. Por isso que eles não participam da primeira ressurreição. Quando nossos pecados morais forem julgados, se manifestará as nossas falhas de personalidade. Essas falhas de personalidades não lhes 142
impediram de subir aos céus, mas ali, diante do tribunal essas falhas serão expostas (1ª Co 4.4,5). Digamos, por exemplo, que alguns cristãos não tiveram uma boa convivência, por causa de seus temperamentos... É claro que sempre haverá em nosso meio atritos de relacionamentos e que devemos resolver essas questões aqui. Porém, se essas questões não forem resolvidas aqui em particular, serão resolvidas lá publicamente. De modo que aquele irmão que você feriu, por causa do seu temperamento, você terá que se reconciliar com ele diante do tribunal de Cristo. Agora, com a sua mente plena diante de Deus, você irá reconhecer as suas falhas. Lá, meus irmãos, serão resolvidos as nossas pendências. Pois aqui amamos de uma maneira imperfeita, por isso que ali esse amor será corrigido diante de todos. Às vezes as pessoas têm um desentendimento, e não tem tempo de se reconciliarem nessa vida por causa da morte, o outro que fica até se lamenta por não ter se reconciliado. É quando Cristo estiver absolvendo nossas falhas morais no dia do juízo, que você se encontrará com essa pessoa, e lhe pedirá perdão diante do tribunal de Cristo. Não só as falhas de personalidades serão julgadas no tribunal de Cristo como também as obras devocionais de cada cristão. As coisas que ele fez em favor do reino de Deus; o que fez ou deixou de fazer; o modo como fez; com que motivação ele fez; tudo será exposto diante de Deus; será revelada a verdadeira obra. Quando Cristo estiver julgando as obras devocionais dos crentes, ele também julgará e corrigirá nossos erros doutrinários (Mt 5.19). Todos os sistemas de interpretações que há nas igrejas serão corrigidos por Jesus. Ninguém será condenado por causa de interpretações equivocadas das Escrituras, e sim por causa de doutrinas falsas. Mas essas interpretações equivocadas serão corrigidas nesse tribunal. De modo que as questões teológicas entre os pré-tribulacionistas e pós-tribulacionistas serão resolvidas nesse dia. Ou os pré-tribulacionistas terão que reconhecer que os pós-tribulacionistas estavam corretos em sua interpretação ou os pós-tribulacionistas terão que reconhecer que os prétribulacionistas estavam corretos. Tudo será trazido à luz, até mesmo as coisas ocultas no fundo do coração. No tribunal de Cristo também será corrigido os abusos no uso dons espirituais. Nenhum cristão será condenado por, ingenuamente, profetizar equivocadamente, porque nós profetizarmos em parte, mas quando estivermos perfeitos diante de Deus, essas profecias equivocadas serão desmascaradas (1ª Co 13.9,10). Após o tribunal de Cristo, o reino será entregue aos santos do Altíssimo (Dn 7.18,22), e então haverá as bodas do Cordeiro como que uma festa de inauguração do reino, e assim, estaremos prontos para reinar e julgar com Cristo no Milênio. 143
„E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo‟. O que é o galardão? Leiamos 1ª Coríntios 3.11-15, que é o texto que descreve o tribunal de Cristo. O texto diz: „Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá prejuízo; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo‟. Baseado nesse texto das Escrituras Sagradas, afirmo que galardão não é salvação, muito embora, a salvação seja um galardão. Preste atenção! Há o galardão da salvação e o galardão da premiação. Ao falarmos do galardão da salvação e do galardão da premiação, devemos fazer uma distinção entre crentes fiéis e crentes infiéis e também entre crentes fiéis e crentes fiéis. Tratando-se de crentes fiéis e infiéis, os fiéis terão como galardão a salvação, galardão esse que os crentes infiéis não terão. Quando a Bíblia diz: „Muito bem, servo bom e fiel... entra no gozo do teu senhor...‟, – se refere a salvação - porém para o outro servo, o que enterrou o talento, Ele disse: „servo mau e negligente‟ e „lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes‟ (Mt 25.23,26,30). O crente infiel não receberá a salvação como galardão. A Escritura diz que a sua parte da árvore da vida e da cidade santa será tirada (Ap 22.19), e ele será separado e destinado a sua parte com os infiéis (Mt 24.51; Lc 12.46). Esse crente será julgado depois, junto com o mundo, e receberá muitos açoites (1ª Co 11.31,32; Lc 12.47). Esse é o destino do crente infiel. Todos os crentes fiéis serão galardoado com a coroa da vida (Tg 1.12), com a coroa da justiça (2ª Tm 4.8), com a coroa da glória (1ª Pe 5.4) e com a coroa incorruptível (1ª Co 9.25). Isso não é prêmio, isso é salvação. Quando a Bíblia fala da „coroa da vida‟, está falando da „vida eterna‟ quando fala da coroa incorruptível está se referindo a imortalidade, do mesmo coroa da glória é a participação do crente na glória de Deus, e coroa de justiça é aquela justiça em que o crente será vestido diante do tribunal de Deus, a sua salvação consumada. Do mesmo modo são as sete bemaventuranças do Apocalipse, todos os crentes fiéis participarão, enquanto que os crentes infiéis não. Agora tratando-se de crentes fiéis e crentes fiéis, haverá premiações diferenciadas. Entre os crentes galardoados, alguns receberão galardões maiores e outros menores. Esses crentes galardoados serão elogiados pelos seus serviços prestados a Deus, e outros crentes serão criticados ou usando o termo da Escritura serão castigados com poucos açoites (Lc 12.48) ou 144
sofrerá detrimento, isto é, prejuízo (1ª Co 3.15). Isso significa que alguns crentes serão galardoados e outros não. Irmãos, esses crentes que não serão galardoados com prêmios, não se trata dos crentes infiéis, pois „o tal será salvo, todavia como pelo fogo‟ (1ª Co 3.15), porém eles não participam da primeira ressurreição e nem do milênio, pois serão julgados junto com os infiéis, contudo serão salvos como alguém que escapou de um incêndio só com a roupa do corpo. Enfim, o que é galardão? Galardão é a posição e a função que desempenharemos no governo de Cristo. Quando estivermos sendo julgados por nossas obras devocionais serão estabelecido as funções que cada um vai desempenhar no reino de Cristo. Por exemplo, Pedro perguntou ao Senhor Jesus: „Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que recompensa, pois, teremos nós?‟. Jesus disse-lhe: „Em verdade vos digo a vós que me seguistes, que na regeneração [isto é, no Milênio], quando o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, vós também se assentarão sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel‟ (Mt 19.27,28). É esse o galardão dos apóstolos. Eles iriam receber como função a incumbência de julgar, durante o milênio, as tribos de Israel. Assim também, o galardão dos crentes brasileiros será a participação de julgar e reinar com Cristo sobre o Brasil. Isso significa que o Messias vai estabelecer alguns de seus ministros para governar o Brasil. Alguns crentes irão receber esses cargos, mas outros crentes não. Alguns crentes terão funções privilegiadas, e outros irão passar a eternidade sentados em um banco na praça do paraíso, sem desempenhar nenhuma função administrativas, dando apenas glória a Deus e aleluia. Porém, haverá aqueles que irão cuidar dos bens do Senhor (Mt 24.46,47). Em Lucas 19.12-24, que fala sobre a parábola das dez minas que foram distribuídas entre dez servos, diz que um desses servos que granjeou dez minas, o Senhor colocou-o para governar dez cidades, pode ler lá que está escrito, outro que rendeu cinco minas, foi posto para governar cinco cidades. Toda a terra será administrada pelo governo de Cristo. Está escrito que aquele que „guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações. E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro‟ (Ap 2.26,27). Alguns crentes terão autoridade sobre as nações; uns com funções maiores, outros com funções menores. Talvez, encarregados pelos arquivos celestiais, que são aqueles que pegarão os livros das obras e trarão para o trono, para o Senhor julgar. Haverá muitas funções que desconhecemos, pois para que o governo teocrático de Cristo funcione é mister que aja essas funções teocráticas. Porém, só irão receber essas funções teocráticas aqueles cujas obras não serão queimadas no dia do julgamento. 145
Você pode ter construído um arranha-céu de madeira, palha e feno, e fixado nele um prego de prata, quando esse arranha-céu passar pelo fogo do julgamento, cairá, apenas, o preguinho, quicando no piso. E por esse preguinho, você receberá seu galardão. Talvez varrer a rua de jaspe. Mas se não permanecer nem sequer um preguinho, e tudo acabar apenas em pó e cinza, você não terá nenhum galardão, todavia será um súdito no reino de Deus. Alguns intérpretes acreditam que o galardão se refere ao brilho da glória de Deus nos corpos dos cristãos. Isso significa que alguns cristãos irão brilhar com a glória de Deus mais do que outros. Essa interpretação está baseada em 1ª Coríntios 15.41,42: „...uma estrela difere em glória de outra estrela. Assim também a ressurreição dentre os mortos‟. Assim como no espaço sideral existem estrelas que brilham mais fortes que outras estrelas, assim também alguns cristãos terão o brilho da glória de Deus mais do que outros. Em Daniel 12.3 está escrito: „os que a muitos ensinam a justiça, brilharão como as estrelas sempre e eternamente‟ e diz também que os „sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento‟. Alguns cristãos terão um brilho bem pouquinho, quando ele aparecer na esquina de uma das ruas da nova Jerusalém quase não dar para enxergar o brilho. Haverá outros que terão um brilho tão forte que quando eles pousarem, clareia tudo. Aqueles que terão funções maiores, brilharão mais, aqueles que terão funções menores, brilharam menos, e aqueles que não terão nenhuma função, brilharão quase nada. Imagine isso como se fosse, metaforicamente, diamantes em coroas ou decorações militares. Alguém já me perguntou o que os salvos farão na eternidade além de louvar a Deus? Irmãos entendam! Os crentes que participam da primeira ressurreição serão julgados no tribunal de Cristo e receberão funções administrativas que desempenharão durante o governo de Cristo. O governo de Cristo terá um período inicial de mil anos, durante o qual os crentes galardoados com funções administrativas julgarão o mundo e os anjos. Esse julgamento, conhecido como Dia do Juízo, que teve início no tribunal de Cristo com o julgamento dos crentes fiéis, se prolongará durante os mil anos, nos quais os vivos e mortos serão julgados por Cristo e seus santos vencedores. Entre esses vivos e mortos estarão os crentes carnais, os crentes infiéis, os descrentes, e também as crianças, nenhum deles participaram da primeira ressurreição e nem do arrebatamento, porém, serão julgados quanto ao destino deles na eternidade. Ao terminar o julgamento, eles ressuscitarão no final do milênio para receberem suas sentenças decididas por Cristo e os crentes fiéis. Na eternidade, os crentes fiéis continuarão reinando com Cristo para sempre, enquanto que os demais, cuja sentença foi a vida eterna, serão 146
suditos de Cristo e habitarão para sempre na nova terra. E aqueles que receberam como sentença a condenação, serão lançados no lago de fogo. Quero falar da natureza das obras, isto é, tipos de obras. Ouro, prata e pedra preciosa referem-se a obras realizadas para glória de Deus e que buscam a aprovação de Deus, e madeira, feno e palha, refere-se a obras realizadas para glória do homem e que buscam a aprovação dos homens. Quando você realiza a sua obra em favor do reino de Deus para agradar a Deus, indenpendetemente que os homens vejam ou não, essa obra irá resistir o fogo do juizo. Mas se você serve no reino de Deus para agradar os homens, para aparecer e mostrar que faz, essa obra é de madeira, palha e feno e será torrada no fogo do juízo de Deus. Leiamos Mateus 6.1: „Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus‟. Jesus Cristo descreve algumas dessas obras. Ele fala da oração e diz que aqueles que oram apenas para aparecer e ser elogiado, esses já receberam a sua recompensa diante dos homens. Mas aquele que ora ao seu Pai, isto é, tem uma vida secreta de oração, esse será recompensado diante do Pai das luzes. Aqueles que ofertam apenas para serem vistos, que tocam a trombeta diante dos homens, a sua oferta pode ser um montão de dinheiro, mas se busca a aprovação dos homens, é obra de madeira, palha e feno. Mas aquele que oferta, de modo discreto, em secreto, não para ser visto, esse receberá a sua recompensa junto ao Pai. Quanto ao serviço ao próximo, Paulo disse que ainda que desse toda a sua fortuna aos pobres, e ainda que desse o seu corpo para ser queimado, se não fizer essas coisas com amor, são obras de madeira, palha e feno. Você torrou a sua grana e o seu corpo a toa, meu irmão! Pois isso redundará em nada diante de Deus. Paulo disse: „nada disso me aproveitaria‟ (1ª Co 13.3). Mas quando a pessoa faz de coração, a Bíblia diz quem „tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos..., em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão‟ (Mt 10.42). Colocar na balança de Cristo uma fortuna que é dada com segunda intenções e um copo de água fria dado de coração, um copo de água fria vale mais. Porque para Cristo não é quantidade, mas a qualidade; não é o ativismo, mas com que motivação se faz a obra. Quanto a pregação do evangelho, se a pessoa prega obrigada – „eu tenho que evangelizar com o meu grupo, porque se eu não for meu líder vai chamar a minha atenção‟ – meu irmão, você pode evangelizar, nesse dia, o Palmeira todinho, casa por casa, de cabo a rabo, mas essa obra será madeira, palha e feno. Mas se você prega de boa vontade, diz Paulo, esse recebe galardão (1ª Co 9.16,17). 147
No Dia do Juízo não só irão ser julgadas as obras eclesiásticas dos cristãos, mas também, as obras seculares. O modo como o cristão se comporta no seu trabalho, lhe custará o galardão ou a perda de galardão. Se ele serve com prazer ao seu patrão ou se serve com desgosto. Isso também, irmãos, vai ser analisado. Se você serviu na sua empresa de coração, como diz a Escritura, „não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. Servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens... receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre‟ ((Ef 6.6-8). Mas se você faz apenas porque tem que fazer, porque é obrigado fazer, e está visando apenas a remuneração no final do mês, você derramou seu suor a toa, e aquele serviço que você prestou na empresa, não terá nenhum galardão diante do Senhor Jesus Cristo. Quanto as relações familiares nos trará premiação ou castigo naquele dia. Às vezes o cônjuge é muito espiritual, e quer está na igreja 24 horas por dia, mas é negligente em sua casa, nas suas tarefas diárias, poderá perder o seu galardão por causa disso. O texto diz: „a obra de cada um se manifestará; pois aquele dia a demonstrará, porque será revelada no fogo, e o fogo provará qual seja a obra de cada um‟ (1ª Co 3.13). Que fogo é esse que „provará qual seja a obra de cada um‟? É o Espírito Sato. O Espírito Santo é que vai queimar na profundeza do nosso ser para encontrar algo de valor e precioso ou se é apenas dissimulação e conversa fiada. A Escritura diz que Jesus Cristo tem sete olhos que representa o Espírito de Deus, e esses sete olhos são como lâmpadas de fogo (Ap 5.6; 4.5). „Sete olhos ou sete espíritos‟ significam a perfeição e a onisciência no julgamento. São esses sete olhos de fogo que irão penetrar nas profundezas de nossos corações para trazer à luz o que está oculto. Vai revelar se servimos por prazer ou para aparecer. Agora tem uma coisa interessante, o mesmo fogo que queimará (reprovará) as obras de madeira, feno e palha, é o mesmo fogo que salvará. Pois está escrito: „se a obra de alguém se queimar... o tal será salvo, todavia como pelo fogo‟. Isso significa que quando as labaredas de fogo, o Espírito Santo, penetrar no coração para vasculhar, e se nesse processo as obras se queimarem, irá restar apenas uma coisa, a sua fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus. Pois está escrito que a fé, que é muito mais preciosa do que o ouro, quando provada pelo fogo, redundará em glória e exaltação ao Senhor Jesus Cristo naquele grande dia (1ª Pe 1.7). „Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra‟. Sabendo que o nosso galardão será segundo as nossas obras, quer dizer, nossos serviços prestados para Deus, surge a pergunta: Como devemos servir a Deus? É importante ressaltar isso para evitarmos chegar no 148
Dia do julgamento do Cordeiro carregando madeira, palha e feno, mas para chegarmos lá trazendo ouro, prata e pedra preciosa. Devemos servir a Deus com diligência e dedicação (1ª Co 15.58); devemos servir a Deus sem contenda ou vangloria (Fl 2.3); devemos servir a Deus sem murmurar ou sem se queixar (Fl 2.14); devemos servir a Deus sem interesses pessoais (Fl 2.19-22); devemos servir a Deus com amor (Hb 6.10); devemos servir a Deus com denodo e coragem enfrentando as dificuldades (Lc 6.22,23); devemos servir a Deus sem invejas e sem competições; devemos servir a Deus sem hipocrisias e sem fingimentos e devemos servir a Deus cumprindo o nosso dever diário de todo o nosso coração. Se nós assim servimos a Deus, certamente seremos galardoados por Ele naquele Grande Dia.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Valparaiso Em 12 de Junho de 2011 Sobre Uma Igreja Autenticamente Pentecostal
Palestrarei sobre o tema uma igreja autenticamente pentecostal, irei dividir esse assunto em dois tópicos. Primeiro tópico, evangelização, missão da igreja pentecostal; e segundo tópico: a missão educadora da igreja pentecostal. Outros itens que caracterizam uma igreja autenticamente pentecostal é o serviço social aos pobres e a comunhão dos santos, mas deixaremos esses itens para outra oportunidade. Evangelização, missão da igreja pentecostal, irei desenvolver esse primeiro tópico em dois pontos: o imperativo da evangelização e a evangelização como fator de crescimento. O imperativo da evangelização. Por que a evangelização é um imperativo? Porque a ordem começa com „ide e pregai‟, e essa palavra „ide‟ é um verbo que está no imperativo. É uma ordem! Uma ordem que Jesus Cristo deu para a Sua Igreja. Podemos dizer que essa ordem, esse imperativo, se compõe de quatro ações. „O Senhor Jesus, antes de sua ascensão aos céus, instruiu os discípulos a respeito das quatro principais ações da Igreja‟ (Lição 11, 2ªTrim/2011). Quais são essas quatro ações?: primeira ação: „pregar o evangelho – „ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura‟ (Mc 16.15); segunda ação: fazer discípulos – „ide, fazei discípulos de todas as nações (Mt 28.19); terceira ação: batizar nas águas – „batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo‟ (Mt 28.19) e quarta ação: ensinar – „ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado‟ ((Mt 28.20). 149
Essas são as quatro principais ações que compõem o imperativo da evangelização dada à igreja. Agora para a igreja realizar o imperativo do Senhor Jesus, precisar sair das „quatro paredes‟. Pregar o evangelho é, digamos, o estandarte da igreja, é o combate da igreja, uma guerra em que a igreja se envolve, usando um termo grotesco, é uma ação agressiva da igreja para com o império das trevas. Não realizarmos esse imperativo como uma „ação agressiva‟ dentro de nossos templos, mas para que de fato a igreja entre nessa milícia, nessa guerra, nesse combate, os cristãos precisam deixar o seu quartel e partir para a batalha no campo onde acontece a luta das hostes espirituais contra os santos do Senhor. Porém para a igreja sair das „quatro paredes‟ e enfrentar as hostes espirituais, ela precisa estar revestida de poder. Foi a ordem que Jesus Cristo deu aos seus discípulos „ficai na cidade de Jerusalém até que do alto sejais revestidos de poder‟ e „recebereis virtude ao vir sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra‟ (Lc 24.49; At 1.8). Para realizarmos com eficiência a evangelização, precisamos estar cheios do Espírito. Pois o batismo com Espírito Santo não é só para o crente falar em novas línguas na igreja, mas, também, para falar as boas-novas no mundo. Algumas pessoas pensam que o batismo com o Espírito Santo é o fim ou a finalidade, mas o batismo com o Espírito Santo é o meio para se alcançar uma finalidade. Alguns buscam o batismo, e após receberem, se acomodam. Todavia, o batismo com o Espírito Santo é apenas, por assim dizer, o „mobral‟ do crente, isto é, um revestimento inicial, porém, ele deve, de contínuo, buscar o enchimento do Espirito para que possa cumprir com eficiência as quatro principais ações da igreja. Mas talvez alguém pergunte: se um novo convertido recebe o batismo com o Espírito Santo, mesmo que ele não tenha conhecimento bíblico, já está apto a realizar essas quatro ações da igreja? Realmente é o que eu disse que o batismo com o Espírito é apenas o início, a partir daí, ele deve se desenvolver na casa de Deus, através do discipulado e do ensino mais aprofundado da palavra de Deus. Contudo, afirmo que todo crente cheio do Espírito Santo está habilitado por Deus para falar do amor de Cristo às pessoas, principalmente, aos seus parentes e amigos, independentemente, se ele detenha algum conhecimento cabal das Escrituras ou não, e independentemente se ele conhece as doutrinas fundamentais da fé cristã e sabe discorrer acerca delas. Se ele experimentou a salvação, teve uma experiência e um encontro com Jesus Cristo, ele pode testemunhar da sua fé. Porém, não deve se acomodar, mas desenvolver a sua fé. Para realizar o imperativo da evangelização cada crente precisa estar envolvido. Conforme escreveu o Pr. Elienai Cabral: „Consequentemente, 150
todo cristão batizado com o Espírito Santo é impulsionado a pregar a Cristo e a fazer discípulos‟ (Lição 11, 2ªTrim/2011). Pregar o evangelho e fazer discípulo não é uma ação, apenas, da liderança da igreja, como os pastores, evangelistas e do ministério local, mas de todo cristão. Assim, cada cristão precisa estar envolvido na obra e no ministério da pregação e do discipulado. O texto de Atos 4.31 diz que o Espírito concede ousadia. O Espírito dá o impulso para o crente pregar o evangelho. Muito embora o Espírito Santo dê ousadia, a igreja precisa criar métodos de evangelização; muito embora o Espírito dê ousadia, a igreja precisa treinar os seus membros para desempenhar, com eficiência, o ministério da evangelização. O Espírito Santo dá ousadia, mas a igreja precisa buscar recursos financeiros para investir na evangelização. Também o Espírito entra com o poder, virtude, unção e ousadia, mas a igreja entra com os métodos, treinamentos e recursos. Sem métodos, sem treinamentos para os crentes aprenderem a evangelizar e sem recursos para investir na evangelização não dar para fazer o evangelismo, apenas, com o batismo com o Espírito Santo. Irmãos, evangelismo é uma obra constante da igreja. Por isso que as congregações precisam ter grupos voltados exclusivamente para o evangelismo pessoal. O evangelismo não pode ser algo de supetão na igreja – „irmãos, tal domingo haverá evangelismo pessoal‟ – „estamos em uma semana de festa na igreja, então haverá evangelismo à tarde‟ – „haverá uma cruzada, então os irmãos estão convidados para evangelizar (ou melhor, panfletar)‟. Não! A igreja tem que ter uma ação contínua! Crentes treinados exclusivamente para a evangelização. Para realizar o imperativo da evangelização a igreja precisa praticar o processo da multiplicação. O que é processo da multiplicação? É um discípulo gerando outro discípulo. É a pessoa ser treinada e habilitada para ganhar outra pessoa para Cristo, e conduzi-la ao batismo nas águas, e assim, o corpo de Cristo, que é uma célula viva, vai se multiplicando e crescendo. Os discípulos devem ser constrangidos a fazerem outros discípulos. Quatro coisas nos constrangem a envolver-nos com essa obra de fazer outros discípulos: a graça de Deus - Mt 10.8: „... de graça recebestes, de graça daí‟; o temor do Senhor - 2ª Co 5.11: „... sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé‟; a fidelidade - 1ª Co 4.2: „Requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel; e o amor de Cristo 2ª Co 5.14: „... o amor de Cristo nos constrange...‟. A evangelização é um fator de crescimento. Para a igreja crescer, tem que primar pela evangelização. Quero citar como exemplo os nossos pioneiros, Daniel Berg e Gunnar Vingren. Sabemos que a Assembleia de Deus se desenvolveu na parte norte do nosso país, e a parte norte do Brasil é a mais pobre e carente do país, mas foi exatamente nessa parte mais carente 151
e pobre que os missionários de Deus enfrentaram o desafio de difundir o evangelho pentecostal em toda a nação brasileira. Eles começaram com 18 crentes, e em poucos tempos, se expandiram de modo a atingir muitos dos Estados brasileiros. Hoje a Assembleia de Deus é composta, referi-me apenas as igrejas ligadas a Convenção Geral, de 8 milhões de evangélicos. Porém, contando todas as assembleias de Deus, mesmo as que não estão ligadas a CGADB, são 15 milhões de assembleianos (dados de 2011). Para temos uma ideia do crescimento da Assembleia de Deus, as testemunhas de Jeová, que fazem proselitismo incansavelmente, são, no mundo todo, 7 milhões, e nós, só aqui no Brasil, só da CGADB, somos 8 milhões. Agora, contando todos os evangélicos do Brasil, somos, atualmente, mais de 40 milhões em uma população de mais de 190 milhões de habitantes. Esse crescimento vertiginoso da Assembleia de Deus não é resultado de apenas um método de evangelismo, mas tem-se utilizado vários métodos de evangelização: pontos de pregações, cultos campais, campanhas evangelísticas, grandes cruzadas evangelísticas, evangelismo pessoal, evangelismo nos hospitais, nos presídios, e em outros setores. Desse modo a igreja tem crescido e atingido muitas pessoas com o evangelho. Para a igreja crescer, ela tem que priorizar “terra” ainda não conquistada. Existem muitos interiores de Estados brasileiros em que há uma carência muito grande de evangelização, mas não somente isso, como também há classes sociais e grupos religiosos que não são alcançados. Nesse caso, a igreja precisa criar meios para atingir tanto essas classes sociais como esses grupos. Por exemplo, as testemunhas de jeová é um grupo religioso não alcançado pela igreja. Portanto, é um desafio para a igreja evangélica evangelizar as testemunhas de jeová. E assim, a igreja precisa ter grupos de evangelismo para alcançar as seitas que estão crescendo e desafiando a igreja do Senhor Jesus. Como também, a igreja precisa ter grupos de evangelização voltada para os drogados, para os homossexuais, para as crianças e etc. Para a igreja crescer tem que seguir de perto o exemplo de Jesus. Irei citar algumas atitudes de Cristo que servem de modelo para a igreja. Jesus tinha consciência da sua missão - Lc 4.43: „... é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso fui enviado‟. Jesus Cristo foi enviado para morrer pelos pecadores, e também para pregar o evangelho. Isso fazia parte da sua missão. Assim, também, o crente, quando aceita a Jesus, ele não aceita apenas para morar no céu, mas também, para conduzir outras pessoas para o céu. Jesus Cristo tinha objetivo bem definido. Em Mateus 15.24: „Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel‟. Jesus tinha bem definido o público que queria alcançar, a classe que queria atingir, com a mensagem do evangelho. Ele sabia que o pouco que lhe disponha, isto é, 152
três anos e meio, tinha que alcançar o seu objetivo. Se alguma outra pessoa, que não era judeu, foi salva, isso aconteceu de modo „acidental‟ por ter se encontrado com Cristo, pois o seu foco e meta era atingir os judeus. A igreja, também, para realizar a evangelização tem que manter o seu foco e o seu objetivo bem definido. Irmãos! Temos que ter o nosso objetivo definido. Quem queremos alcançar nesse mês de evangelismo? Que metas anual a igreja estabeleceu em relação a evangelização? Qual classe social queremos atingir? Jesus criou meios para atingir seu objetivo - Lucas 10.1: „E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir‟. Quando Jesus foi se aproximando de Jerusalém, e sabendo que estava perto o fim do seu ministério terreno, e viu que havia ainda muitas cidades dos judeus para serem alcançadas, ele designou setenta pessoas para expandir o evangelho por intermédio delas. Esse foi um dos meios que Jesus utilizou para alcançar seu objetivo. Porém além de meios, Jesus, também, criou estratégias para alcançar seu objetivo. E uma dessas estratégias está em Mateus 11.19: „Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores‟. A estratégia que Cristo usou para alcançar a sua meta foi associar-se aos pecadores. Foi indo onde os pecadores estavam. Cristo não pregou só em sinagogas, mas também, na beira-mar, nas praças, nas ruas, nos montes, nos desertos e aonde havia gente. Ele atendia convites para comer com publicanos, mesmo sabendo que ali haveria bebedeira e comilança, mas sabia, também, que surgiriam oportunidades para transmitir o seu evangelho. Enquanto que os fariseus só queriam ficar dentro das sinagogas e no templo, Jesus Cristo saia do templo e da sinagoga para pregar o evangelho. Hoje, temos pregadores leigos, antigamente, não havia pregadores leigos, a igreja só tinha pregadores teólogos, de modo que para alguém pregar, tinha que fazer um curso de teologia. Os púlpitos não eram ocupados por pessoas que não tinham teologia, mas apenas por teólogos. Foi João Wesley o primeiro a chamar pessoas leigas para pregar o evangelho no púlpito das igrejas. E quando ele fez isso, foi motivo de escândalo na comunidade da Inglaterra. Contudo, foi através de João Wesley que se difundiu os pregadores leigos. De modo que a igreja Assembleia de Deus não perdeu tempo, enclausurando seus pregadores em um seminário teológico para depois pregarem o evangelho. O crente que era batizado com o Espírito Santo estava apto para pregar o evangelho. E assim enquanto as igrejas tradicionais foram minguando, as pentecostais foram crescendo e aumentando. Porque enquanto uma igreja batista esperava cinco anos para formar um pregador, na Assembleia de Deus, quando uma pessoa 153
era batizada no Espírito menos de um ano, já estava apta para pregar o evangelho. Em contrapartida, hoje as nossas igrejas sofrem devido a falta de conhecimento teológico na maior parte de seus obreiros leigos, pois no início não dava valor a teologia. A teologia era algo desnecessário para o desenvolvimento da pregação. Hoje as nossas igrejas correm atrás do prejuízo. Porém, não devemos confundir um pregador leigo com um ministro do evangelho. Na Assembleia de Deus um pregador leigo não precisa de teologia para pregar o evangelho, entretanto, para alguém ser um ministro do evangelho, ou seja, um pastor ou um evangelista, precisa ter cursado um seminário teológico. É verdade que há certa teologia, chamada de teologia liberal que nega a inspiração das Escrituras e os milagres da Bíblia. Esse tipo de teologia leva às pessoas ao ceticismo. Porém, há a teologia ortodoxa que ajuda o obreiro desempenhar bem sua obra e se aprofundar nas Escrituras. Para falar de Cristo às pessoas não precisa de teologia, porém, para o obreiro desempenhar bem o seu ministério, precisa fazer teologia. Entendam bem! Irmãos! O que eu estou dizendo! Eu estou dizendo que os séculos XVII e XVIII, as pessoas leigas não pregavam sermões nos púlpitos. Porque para pregar tinha que fazer teologia. Hoje, o leigo, independentemente de fazer teologia, pode pregar nos púlpitos, como acontece aqui em nossas igrejas. Pois poucos de nós temos curso de teologia, e os que têm, é apenas o básico. Todavia, nós pregamos aqui na igreja. Isso foi um avanço para a igreja, porque muito embora esses pregadores leigos não cursassem teologia, mas eles aprendem na congregação a palavra de Deus, e por aprenderem a palavra de Deus na igreja, são chamadas para pregar nos púlpitos. Contudo, não estou discriminando a teologia, pelo contrário, a teologia tem que ser eficiente para o pastor. Por isso para que o pregador leigo se torne um pastor, seja na Assembleia de Deus ou na Batista, precisa fazer teologia. Pois o que é teologia? É o ensino da Palavra de Deus. É verdade que muitos obreiros que fizeram teologia se tornaram orgulhosos. Mas o problema não está na teologia, pois, igualmente muitos crentes, por manifestarem dons espirituais, e se considerarem espirituais, principalmente aqueles profetas que profetizam nos montes e nos jardins de orações são orgulhosos, e muitos deles nem sequer querem se submeter aos pastores. O problema não está nos dons e nem na teologia, mas no coração do homem que é orgulhoso por natureza, por isso que tanto o profeta como o teólogo tem que buscar a humildade. Geralmente, as pessoas afirmam que os apóstolos não tinham teologia, e até citam Atos 4.13: „Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, 154
maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus‟. Porém, esquecem que os apóstolos „haviam estado com Jesus‟ três anos e meio. Por isso que muito embora os apóstolos não se formaram na teologia dos fariseus e saduceus, mas eles se formaram na teologia de Cristo. E depois de três anos, estavam capacitados para transmitir o evangelho. Portanto, os apóstolos são considerados como os grandes teólogos da igreja, e até hoje, grandes academias teológicas estudam e debatem seus escritos. E além dos mais, os judeus estudavam as Escrituras desde criança de modo rígido, e com treze anos eles já sabiam muitos textos das Escrituras decorados, e nessa idade, dependendo das condições dos pais, eles se matriculavam em uma sinagoga para se formarem em rabinos, ou caso contrário, seguiam uma profissão secular, mas mesmo assim, estavam todos os sábados nas sinagogas para aprenderem dos rabinos. E, por último para a igreja crescer, ela tem que buscar a direção e a unção do Espírito Santo. Então não basta apenas ter um diploma teológico, precisa ter unção do Espírito Santo. Os apóstolos não eram rabinos, eles não receberam formação teológica na sinagoga, contudo, receberam instruções com Jesus Cristo, o Mestre dos mestres, durante três anos e meio. Pode-se dizer que eles foram formados na teologia de Cristo. Mas mesmo assim, eles tiveram que buscar constantemente a direção e a virtude do Espírito Santo. Todavia, a unção do Espírito Santo não desabona a teologia. Os apóstolos se tornaram verdadeiros teólogos, é tão certo, que até hoje, seus livros são estudos e examinados nas grandes academias teológicas. A igreja tem uma missão educadora. Realmente a nossa igreja sofreu muitos prejuízos por ter feito resistência ao ensino teológico. De modo que hoje, a Igreja Assembleia de Deus prefere se identificar com os protestantes do que com os neopentecostais e com os abusos que fazem em nome do Espírito Santo em relação aos dons espirituais. A igreja Assembleia de Deus prefere chamar um pastor presbiteriano para pregar em sua igreja, do que chamar um pastor neopentecostal. Porque ela ver que há um perigo maior dos neopentecostais e suas heresias para o corpo de Cristo do que a maneira como os batistas e presbiterianos ensinam acerca do Espírito Santo. Eu nunca vi a CPAD publicar livros de escritores neopentecostais, mas já vi livros publicados de escritores tradicionais. Porém, falando de missão educadora, vamos ver o exemplo de Jesus Cristo. Jesus dedicou grande parte do seu ministério ao ensino. Jesus Cristo não só pregava, curava e expulsava demônios, mas também, se dedicou ao ensino da palavra de Deus. Jesus dedicou grande parte do seu ministério ao ensino. Jesus lia as Escrituras em particular e em público; Jesus exortava as pessoas a lerem as Escrituras; Jesus explicava as Escrituras; Jesus utilizava métodos didáticos em seu ensino das Escrituras; Jesus incentivava as pessoas a buscarem a 155
entender as Escrituras; Jesus censurava o estudo das Escrituras destituído de práticas corretas. O ensino das Escrituras só fará algum mal ao crente quando ele não pratica aquilo que estudo, do mesmo modo, os dons espirituais trará prejuízos às pessoas quando elas não vivem em santidade e temor a Deus. Essas coisas têm valor, porém, seu valor não fará efeito nas pessoas que não têm uma vida correta e honesta. Jesus Cristo disse para seus discípulos que eles deveriam fazer o que os fariseus ensinavam, mas não praticar os que eles praticavam. Por quê? Porque eles ensinavam, mas não praticavam, e isso destruía a confiabilidade desses instrutores. Jesus ensinava com autoridade as Escrituras. Os fariseus baseavam os seus ensinamentos em tradições e costumes humanos, Jesus baseava os seus ensinamentos na autoridade das Escrituras. Os fariseus estavam presos a letra das Escrituras, pois procuravam interpreta-las de maneira rigorosa, ao pé da letra, entretanto, Jesus Cristo dava o verdadeiro sentido às Escrituras. Os fariseus manobravam as Escrituras a seu bel-prazer, fazendo com que as Escrituras dissessem o que eles queriam, e assim, quebravam as Escrituras, enquanto que Jesus Cristo acreditava no que estava escrito e considerava as Escrituras inerrante. Podemos até questionar a interpretação de alguém e suas ideias, mas não podemos questionar a Palavra de Deus. A palavra de Deus está acima de qualquer questão. Os fariseus vedavam as Escrituras ao povão, principalmente aos pobres. Era apenas uma elite sacerdotal que tinha acesso aos pergaminhos que estavam presos em uma caixa dentro da sinagoga, e o povão não tinha acesso a esses pergaminhos. Jesus expunha as Escrituras ao povão, principalmente aos mais excluídos como pobres, publicanos e prostitutas. Os fariseus interpretavam as Escrituras erroneamente, Jesus trazia uma correta interpretação das Escrituras. Jesus deixou bem explícito que o ensino bíblico tem de acompanhar necessariamente a pregação do evangelho, e também, ordenou que a igreja desse continuidade ao ministério de ensino. Para isso o Espírito Santo concede o dom de ensinar à igreja de Cristo, de modo que uma igreja pentecostal deve amar e dá toda a prioridade ao ensino da palavra de Deus. Vejamos o exemplo da igreja em Antioquia. Na Igreja de Antioquia profecia e ensino operavam juntos. Assim lemos em Atos 13.1: „Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores‟. O que é dom de Profecia? É a capacidade sobrenatural de falar inspirado pelo Espírito, mas não de modo verbal, nem plenário. Na profecia o Espírito põe a palavra na boca. O que é o dom de Ensino? É a capacidade natural de falar inspirado pelo Espírito. No ensino o Espírito põe a palavra na mente. 156
O dom de ensinar não é uma mera capacidade humana, nem uma conquista acadêmica, mas um dom ministerial concedido pelo Espírito Santo. Todavia, a capacidade humana e a formação teológica ajudam no desenvolvimento do dom de ensinar. Já o dom de profecia, não há nenhuma capacidade humana, nem curso acadêmico que ajude a desenvolver o dom de profecia. O dom de ensinar vem pela meditação no Espírito, mas o dom de profecia vem pelo impulso do Espírito. Barnabé e Paulo desempenharam, na igreja de Antioquia, o ministério do ensino. Leiamos At 11.25,26: „E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos‟. Qual é a importância do ensino na Igreja? Evita a meninice. Sem o estudo o crente não cresce no entendimento - 1ª Coríntios 14.20 diz: „Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento‟. Sem o estudo o crente é levado por quaisquer novidades – Efésios 4.14 diz: „... não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina...‟. Sem o estudo o crente não atinge a maturidade. Assim está escrito em Hebreus 5.12-14: „Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal‟. Sem o estudo o crente fica fora da faixa etária, e um crente fora da faixa etária é um crente carnal – 1ª Coríntios 3.1,2 diz: „E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis‟. O estudo teológico fortalece a igreja contra as heresias e desenvolve o conhecimento bíblico. Por que muitos crentes não desenvolvem o seu conhecimento bíblico? Por terem impaciência para ouvir; por falta de persistência na leitura; falta de dedicação para estudar; tem preconceitos com a teologia; solicitude pela vida material e desvalorização ao aprendizado. O ensino bíblico qualifica e aperfeiçoa os professores da EBD. Por que muitos professores que participam de treinamentos, simpósios, cursos de aperfeiçoamentos, etc., não desenvolvem o seu conhecimento bíblico? Porque não estudam e nem leem pessoalmente o material didático; porque o 157
seu estudo se limita na sala de aula; porque não fazem pesquisas e pensam que já sabem o suficiente; Qual é a base do ensino bíblico-doutrinário? O ensino bíblicodoutrinário não se baseia em experiências humanas; o ensino bíblicodoutrinário não se baseia em visões e revelações dadas por anjos; o ensino bíblico-doutrinário não se baseia em fábulas, mitos e tradições humanas. O ensino bíblico-doutrinário se baseia nas Escrituras dos profetas de Deus e dos apóstolos de Cristo. Porém essas Escrituras têm que ser interpretadas corretamente. E, por último, devemos nos manter fiéis a sã doutrina.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Valparaiso Em 19 de Junho de 2011 Sobre Conservando a Pureza da Doutrina Pentecostal
Nessa manhã irei discorrer sobre o seguinte assunto: conservando a pureza da doutrina pentecostal. Esse assunto será dividido em três tópicos: primeiro tópico, falsos doutores e falsos profetas; segundo tópico, a sutileza de Satanás nos fins dos tempos e terceiro tópico, a igreja é a guardiã da sã doutrina. Irmãos! Esses assuntos são de máxima urgência tanto para os membros da igreja como para seus ministros, pois, de fato, estamos vivendo em uma época em que um caldo envenenado de heresias e doutrinas deturpados e mentirosas está sendo distribuído em nossas igrejas. E nós que conservamos a sã doutrina temos que introduzir a farinha da palavra de Deus para sanar todo esse envenenamento que estar maculando e contaminando as nossas mentes. Sobre o primeiro tópico: falsos doutores e falsos profetas, iremos vêlo em três pontos: uma avalanche de heresias; conhecendo os falsos doutores e falsos profetas e a falta do estudo bíblico no meio pentecostal. O Pr. Elienai Cabral escreveu: „Lamentavelmente, na atualidade, algumas igrejas pentecostais têm sido invadidas por uma avalanche de heresias e apostasias (1ª Tm 4.1). Não podemos fechar os olhos aos absurdos que, sorrateiramente, têm entrado nas igrejas e chegado aos púlpitos, por intermédio de falsos mestres e pregadores que, literalmente, blasfemam o caminho da verdade com inovações doutrinárias, em nome de uma espiritualidade que não acha base na Bíblia (2 Tm 4.3). Dentre elas podemos mencionar o culto aos anjos, o uso de amuletos que “estimulam a fé”, o triunfalismo, etc. (Cl 2.18)‟ (Lição 12, 2ºTrim/2011). 158
O texto me levar a fazer duas perguntas: por que uma avalanche de heresias tem penetrado em algumas igrejas pentecostais? E quais são essas heresias? As heresias e doutrinas falsas têm encontrado facilidade para penetrar em algumas igrejas é porque os líderes eclesiásticos têm fechado os olhos para os absurdos doutrinários. Nós sabemos que os líderes foram constituídos por Deus como atalaias. O atalaia, conforme Ezequiel 33.1-7, é aquela pessoa que foi designada para ficar em uma torre, chamada sentinela, a fim de ficar alerta e atenta contra os inimigos que pretende penetrar na cidade. O atalaia deve tocar a trombeta para alertar a cidade, para que ela se prepare para o ataque. É essa a posição de um líder. O líder tem que estar atento, de prontidão e vigilante. Ele precisa conhecer as inovações doutrinárias que estão surgindo para poder despertar o povo. Na Bíblia, o líder não é apenas representado pelo atalaia que toca a trombeta, mas também, como um pastor que tem que manter o rebanho livre dos lobos devoradores. Jesus Cristo, em João 10, fala do bom pastor e do mercenário. O bom pastor dá a vida para proteger o rebanho contra o lobo devorador. O lobo vem, mas o pastor não teme, ele enfrenta o lobo. Se possível arranca das garras e dos dentes do lobo a ovelha que está sendo tragada. Mas o mercenário, que não é o verdadeiro pastor, o seu interesse estar apenas na finança da igreja e em prosperar financeiramente. Esse não está nem aí para o rebanho. Jesus Cristo disse: „o mercenário... vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge‟ (Jo 10.12). São por causa desses mercenários, esses falsos pastores, que doutrinas absurdas estão penetrando em nossas igrejas pentecostais (At 20.29-31). Outra coisa que está facilitando a entrada das heresias em nossas igrejas é porque os líderes eclesiásticos têm dado apoio as inovações doutrinárias com o objetivo de atrair mais pessoas e aumentar suas igrejas. Tais pastores estão interessados na moda do momento; naquilo que está atraindo e chamando a atenção da massa evangélica, que às vezes são pregadores e cantores famosos, que têm fama, mas não têm compromisso com a palavra de Deus, contudo atraí multidões. Iriei citar algumas inovações doutrinárias que estão tentando substituir as doutrinas pentecostais, consideradas doutrinas clássicas do início do movimento pentecostal, que os nossos pioneiros mantiveram firme como estandarte da verdade no meio de muitas tribulações, aflições e perseguições. Porém, hoje, essas verdades fundamentais estão sendo deixadas de lado para que inovações e modismos, totalmente destituídos dos princípios da palavra de Deus e sem nenhuma base bíblica, penetrem em nossas igrejas. 159
Sabemos que a doutrina básica do pentecostalismo, que o diferenciou das igrejas tradicionais, como batistas, presbiterianas, metodista, é a doutrina do batismo com o Espírito Santo com a evidência de falar novas línguas. Entretanto, as inovações doutrinárias hoje dizem que a evidência do batismo com o Espírito Santo é apenas falar em línguas, pois as línguas são apenas um dos dons, mas as evidências, também, que provam que o crente foi batizado com o Espírito Santo, são algumas manifestações que estão ocorrendo no seio das igrejas chamadas de fenômenos espirituais. Tais fenômenos espirituais são constituídos de cair no poder, riso santo, berrar, grunhir e latir no Espírito, vomitar no Espírito, dançar, marchar e rolar no Espírito. Tais coisas são chamadas de nova unção ou reteté de Jesus. Essas manifestações estão sendo tomadas como evidência do batismo com o Espírito Santo. Essas coisas estão se transformando em dons e manifestações do Espírito. Sabemos que quando o poder de Deus se manifesta na igreja, realmente há uma alegria no meio do povo de Deus. Algumas pessoas, de fato, não suportam a presença de Deus e caem, porém, isso são apenas reações humanas diante da presença de Deus, não são dons do Espírito. Os dons ou manifestações do Espírito Santo são demonstrados por Paulo de uma maneira clara em 1ª Coríntios 12, quando ele classifica os nove dons do Espírito Santo. Outra inovação que está surgindo em nossas igrejas pentecostais é a substituição das músicas sacras por músicas ritmadas e eletrônicas. Músicas no ritmo de axé, pagode, hip hop, rock, forró, e etc. que causam movimento frenético no corpo. Muitas desses ritmos, principalmente, o rock gospel pesada com a sua batida forte pode causar hipnose, levando as pessoas a êxtase ou transe. Essas manifestações estáticas estão sendo confundidas com a manifestação poderosa do Espírito Santo. Esses shows gospel e baladas gospel estão trazendo prejuízos para nossos jovens, de modo, que em algumas igrejas, a mocidade está mudando seu estilo de comportamento, como homens usando cabelos compridos, brincos e tatuagens. O ambiente das baladas gospel com aquelas fumaças, jogos de luzes, efeitos especiais e cantores totalmente alucinados com suas guitarras estridentes levando os crentes ao delírio é uma fragrante imitação dos shows mundanos, totalmente diferente do ambiente solene do culto. Alguns líderes evangélicos têm deixado penetrar nas igrejas esses ritmos de pagode, axé, forró e rock, destituídos de letras evangélicas. Muitos desses ritmos são cantados no candomblé, na umbanda, onde os demônios são invocados ao som da batida do tambor, e assim também, em muitas igrejas os crentes estão buscando a presença de Deus ao som do „creú‟, da „minha eguinha pocotó‟ e etc. Mudam-se apenas as letras, mas o ritmo são os mesmos. É o lobo disfarçado de ovelha. 160
Outra coisa que está facilitando a entrada das heresias em nossas igrejas é porque os líderes eclesiásticos têm entregado seus púlpitos a falsos mestres e pregadores ou „pseudopregadores‟. Esses líderes eclesiásticos a semelhança de Balaque estão contratando Balaão, que são pregadores apenas interessado no dinheiro, no pagamento e no cachê. Quando esses pregadores são convidados para pregarem em nossas igrejas, eles perguntam logo: „têm uma „oncinha‟ para mim‟. Porque são homens que pregam apenas interessados no dinheiro. E muitas vezes a igreja não tem recursos financeiros, porque é uma igreja pequena constituídas de pessoas pobres, mas tem que tirar do caixa o dinheiro para poder custear a vida e o ministério desses pregadores. Eu acredito que os homens que foram ordenados pastores ou evangelistas, que já são remunerados pela igreja, têm que pregarem nas congregações de boa vontade, seguindo o princípio bíblico: „de graça recebestes, de graça dai‟ (Mt 10.8). Mas infelizmente esses pastores estão apenas interessados em ter sucesso financeiro; pastores que pastoreiam a si mesmos, interessados apenas na lã da ovelha e no leite; são sacerdotes que „ensinam por interesse‟ como diz Miquéias (Mq 3.11); são profetas que profetizam loucura em nome do Senhor; são „apóstolos mais surtados do que os papas mais enlouquecidos‟, como diz Caio Fábio. Tais homens estão subindo em nossos púlpitos devido a facilidade que encontram em nossas igrejas. São verdadeiros „megaman‟ e animadores de auditórios, mas sem nenhum compromisso com a palavra de Deus. Outra coisa que tem facilitado a entrada de doutrinas novas no meio pentecostal é porque os líderes eclesiásticos têm procurado uma espiritualidade que não acha base na Escritura. Essa espiritualidade é baseada em manifestações emotivas humanas que estão substituindo a manifestação do Espírito; são cultos carregados de ritualismos, mas que não trazem a verdadeira edificação no entendimento; cultos em busca de mistérios, e não do racional proveniente da boa interpretação bíblica. Muitas pessoas não estão interessadas no que está sendo dito, mas na maneira como está sendo dito; não estão interessadas no conteúdo da pregação, mas na forma em que a palavra de Deus está sendo pregada. Muitos pregadores sabendo disso, usam de artimanhas para poderem causar emoções nos ouvintes, contando estórias mentirosas, visões e revelações que não estão vendo, falam como se estivessem sentido ou tendo alguma experiência mística, sem de fato, nada estarem lhes acontecendo. Quando esses tais pregadores percebem que a igreja está calada, os irmãos não estão dando „glória a Deus‟, atitude essa que em muitas igrejas pentecostais é sinônimo de pregação fria e pregador sem unção, então utilizam-se de gestos e palavras de efeitos, tais como „eita, Jesus!‟, chiam, imitam o som de vento como se fosse a presença do Espírito Santo 161
penetrando no recinto, usando de tais artifícios para provocar emoções no meio do povo de Deus. Muitos cultos pentecostais estão sendo transformados em barulhos hipnóticos em vez de haver decência e ordem. Pregações apenas alegóricas com palavras de sugestões tentando substituir a exposição das Escrituras. Tais discursos anestesiam as pessoas de tal modo que não têm mais interesse em ouvir mensagens expositivas em que o pregador procura conduzir a igreja a uma reflexão séria das Escrituras. Essas mensagens são taxadas de frias, letra morta sem unção. Porém, são essas pregações que edificam e fortalecem a fé e a doutrina da igreja que infelizmente estão sendo trocadas por pregações alegóricas em que o pregador consegue extrair tantos absurdos de uma história simples da Bíblia. Por exemplo, há pregadores que falam sobre a arca da aliança e dali eles conseguem inventar tantas coisas e enfeitar a mensagem apenas para impressionar as pessoas, e quase sempre a aplicação da mensagem é imediatista com o jargão: „receba, receba e receba‟. Mas falta conteúdo da palavra de Deus. Os cristãos têm que primar por uma espiritualidade que tenha apoio e base bíblica, onde as Escrituras estejam acima das experiências pessoais. Vamos a nossa segunda pergunta: Quais são essas avalanches de heresias que têm penetrado em algumas igrejas pentecostais? Culto aos anjos baseado em práticas ritualísticas. Neuza Itioka escreveu o livro „A Noiva Restaurada‟ onde ensina que „cada igreja possui o seu anjo‟ (pag.51) baseado em Apocalipse 2 e 3, e a igreja precisa saber lidar com esse anjo, pois quando a igreja se envolve em pecados, „o anjo de uma igreja transformar-se numa força demoníaca para matar a alma da igreja‟ (pag.57). Então, para que esse anjo não se transforme em demônio, a igreja precisar saber como conviver com esse anjo. Porém, esse ensinamento não se encontra nas Escrituras, Neuza Itioka se baseou nos ensinamentos de certo Dr. Robert Linthicum via seu livro „Cidade de Deus, Cidade de Satanás‟, conforme ela escreveu: „Linthicum interpreta os anjos das igrejas do livro de Apocalipse não como os pastores ou os encarregados do ministério dessas igrejas, mas como sendo os anjos que cobrem cada uma das igrejas das sete cidades da Ásia Menor. Assim, as cartas às igrejas foram endereçadas aos seus anjos‟ (pag. 49). E pior ainda, mesmo depois desse anjo se transformar em uma „força demoníaca‟ contra a igreja, ele pode „ser restaurado e a igreja ser salva‟. Outra heresia é o uso de amuletos mágicos em vez da fé em Deus. Os crentes estão sendo levados a colocar sua fé em sal grosso, rosa ungida, sabonete consagrado, banho de descarrego, etc., e não em Deus. Eles chamam esses objetos de contato da fé. Entrementes, o crente tem que basear a sua fé em Deus; o cristão lê a palavra de Deus e tem amor pelas Escrituras, mas não idolatra as Escrituras. Ele não coloca o salmo 91, 162
aberto, na cabeceira da cama ou pendurado na porta para lhe proteger. Ele põe a sua fé na infalível palavra de Deus. O crente não considera o azeite como uma porção mágica, mas apenas como um símbolo do Espírito Santo, pois não possuí nenhum poder curativo, a única coisa que tem o poder de curar é o Nome de Jesus Cristo. Tem pessoa gastando seu dinheiro para comprar lenço ungido, para tocar em paletó de pregador que diz possuir uma nova unção. Temo de ter cuidado com isso! Com essa nova unção, com esse reteté de Jesus. Outra heresia é o triunfalismo ou teologia da prosperidade, em vez da pessoa depender de Deus, passa a acreditar em leis espirituais, chamadas de fórmula da fé. Ensinam que se o crente descobrir essas leis espirituais, também chamadas de quarta dimensão, ele conseguir „controlar‟ o próprio Deus. Porque, segundo esses profetas da prosperidade, quando Deus criou os céus e a terra, precisou usar essas leis, significando que essas leis estão acima de Deus, assim ao entrar em contato com essas leis, os crentes irão dominar a dimensão espiritual, de modo que tudo quanto disserem, Deus lhes fará. Dessa forma, Deus se transforma em capacho e gênio da lâmpada. Segunda a essa teoria, também chamada de confissão positiva, os crentes só são pobres ou são doente porque desconhecem essas leis espirituais. O Pr. David Yonggi Cho, em seu livro a „Quarta Dimensão‟, diz que os budistas e hinduístas descobriram essas leis e por isso eles dominam o mundo espiritual, assim também, os crentes precisam entrar em contato com essas leis para terem domínio sobre o mundo espiritual, que é a quarta dimensão. Essas heresias estão sendo pregadas em nossos púlpitos. Quando o pregador diz, por exemplo: „a sua palavra tem poder!‟ ou „profetize!‟, „determine a sua benção!‟. Ele está pregando essa teoria da prosperidade. As nossas palavras não têm poder, quem tem poder é a palavra de Deus; e quem determina as bênçãos é o Deus todo-poderoso. Nós somos apenas servos, e temos que nos submeter a vontade de Deus. Outra heresia é a maldição hereditária que está aprisionando os crentes em uma cadeia de superstições em vez de acreditarem na mensagem da cruz. Todos os nossos benefícios foram conquistados pela cruz de Cristo. Quando nos convertemos a Cristo, recebemos o pacote da salvação completo, e esse pacote se desenvolve em nossa vida cristã a partir do momento que andamos de „fé em fé‟, de „força em força‟ e de „glória em glória‟. Não precisa o crente fazer uma sessão de descarrego na Universal ou participar do encontro do G12 para quebrar as maldições, porque todas as nossas maldições foram quebradas na cruz do Calvário, quando Cristo assumiu o nosso lugar. Outra heresia é a utilização de hipnose e da regressão psicológica em vez de crer no poder de Deus. Pregadores de cura divina estão curando o povo através das técnicas de hipnose. As pessoas entram em um estado de 163
dormência hipnótica para poderem receber a cura. Outras participam de sessões de regressões psicológicas a fim de conhecerem as fobias, os traumas e as depressões que se acumularam no decorrer de suas vidas. Esses líderes espirituais, para não dizer, esotéricos, ensinam que às vezes os traumas se alojaram na infância ou até mesmo no ventre materno. E crentes que participaram desses divãs diabólicos, entram em transe hipnótica e começam agir como se fosse um bebê no ventre materno, alguns chegam a ficar todo encolhido e colocam o dedo na boca, simulando um embrião, a fim de descobrir seus traumas e fobias e encontrar a sua cura espiritual ou cura da alma ou ainda cura interior. Eu me lembro de um episódio que aconteceu em 1999, na Congregação da AD-Codó, em que certo pastor, a convite da irmã que dirigia o círculo da oração, realizou três dias de campanhas de libertação e cura, e no segundo dia de campanha, ele disse: „Irmãos, amanhã tragam uma oferta no envelope, pois, estaremos orando para o Senhor anestesiar alguns crentes aqui como aconteceu com Adão e essas pessoas serão curadas‟. Quando terminou aquele culto, o presbítero Cristóvão juntamente com o presbítero Eutálias arrastaram aquele homem para secretaria e disseram: „Meu filho, aqui não! Aqui não tem esse negócio, aqui tem a palavra de Deus‟. Mas infelizmente, muitos pastores têm recorrido a esse tipo de hipnose para alcançar os benefícios de Deus. Vamos falar mais detidamente sobre esses falsos mestres e falsos profetas para conhecer como eles estão agindo. Irei direto ao ponto, esses falsos mestres e falsos profetas agem de modo orgulhoso e presunçoso como se tivessem autoridade espiritual, corrompem a sã doutrina com ensinos fraudulentos. Logo no início do movimento pentecostal, a primeira heresia que surgiu para dividir os pentecostais, e de fato dividiu, foi o unicismo. Esses pentecostais unicistas se colocaram em oposição aos pentecostais clássicos que criam na doutrina da trindade. A doutrina da trindade é uma doutrina básica da fé cristã. Para que o cristão compreenda todas as demais doutrinas, ele precisa ter um entendimento básico das três Pessoas da trindade. Os unicistas pentecostais ensinam que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são a mesma Pessoa. Esse ensino não tem base nas Escrituras. Os unicistas pentecostais são representados aqui, no Brasil, pelo grupo a Voz da Verdade. Você já parou para pensar que verdade é essa da Voz da Verdade? A verdade da Voz da Verdade, que não é uma verdade, mas uma mentira, é dizer que a doutrina da trindade é satânica, e que não „verdade‟ o Pai, o Filho e o Espírito Santo se manifestam de uma maneira modal, quer dizer, é um só Deus e uma só Pessoa que tem três manifestações diferentes. Lamentavelmente esse grupo tem encontrado apoio nas igrejas assembleias de Deus. Estamos promovendo esse conjunto musical, que nos 164
afrontam, cantando seus hinos. Realmente, os hinos são bonitos, mas alguns trazem uma mensagem subliminar sobre o unicismo. Os falsos mestres e falsos profetas não só agem de uma maneira presunçosa, como também, de modo dissimulados, iludindo muitas pessoas por introduzir de uma maneira encoberta, de modo sorrateiro e astuto as suas heresias de perdição, conforme previu o apóstolo Pedro (2ª Pe 2.1). Citarei duas dessas heresias. A primeira é a dupla morte de Jesus. Esses falsos mestres ensinam que Jesus para resgatar a humanidade da perdição teve que morrer duas vezes: uma morte física e outra morte espiritual. A morte física, Jesus sofreu na cruz, agora, a morte espiritual, ele sofreu no inferno. Deus por três dias entregou Jesus aos demônios para eles fazerem o que quiseram de Jesus. Eles deitaram e rolaram em Jesus. Levaram o Filho de Deus a todo tipo de humilhação. Diz que Jesus ficou bem pequenininho na mão do diabo. Mas essa é uma doutrina perniciosa e diabólica, porque em Colossenses 2.15 está escrito que Jesus triunfou sobre os demônios na cruz. Outra heresia dissimulada é a visão judaica. Muitas igrejas evangélicas e pentecostais estão adotando os costumes judaicos como as festas, roupas e ritos judaicos no culto cristão. Muitas igrejas estão festejando a páscoa, a festa de pentecostes e a festa dos tabernáculos; estão usando as vestimentas judaicas como tzitzit, o kipá e os símbolos judaicos. Evidentemente que não estou criticando os judeus messiânicos, pois, realmente, eles têm que preservar sua cultura, mas refiro-me que tais costumes são desapropriados e desnecessários para as igrejas dos gentios (Cl 2.16,17; Rm 16.4; At 15.19,20). Os falsos mestres e falso profetas também agem de modo interesseiros, agradando as pessoas para delas tirarem vantagens. São pregadores cujas mensagens são ao gosto do consumidor, eles não têm compromisso com a palavra de Deus, mas com as pessoas. Conforme o estilo da igreja, eles moldam a mensagem. São profetas que profetizam apenas para agradar. Não trazem profecias de juízos, ninguém desmascara ninguém. Só pregam bênçãos, bênçãos e mais bênçãos para se promoverem. São cantores que cantam apenas para divertir e entreter o povo de Deus, sem nenhum compromisso com os princípios cristãos. Muitos desses cantores são uns verdadeiros prostitutos, avarentos e idólatras, mas com suas vozes bonitas e talentos musicais estão iludindo o povo de Deus. E por último, esses falsos mestres e falsos profetas agem de modo iníquo, adulterando a palavra de Deus e levando muitos crentes a cometer pecados. As nossas igrejas estão ficando frouxas na doutrina e nos bons costumes. Práticas erradas estão penetrando nas igrejas evangélicas por causa desses pregadores falsos. Tem igrejas que já adotou como prática normal, o homossexualismo; já têm pastores gays e pastoras lésbicas; essas 165
igrejas realizam casamento de gays e lésbicas; são igrejas ditas pentecostais e evangélicas. Enquanto essas igrejas estão apoiando o homossexualismo e o lesbianismo, alguns políticos estão tentando aprovar leis no congresso para amordaçar as nossas bocas e para amordaçar as bocas dos profetas de Deus para não falarem contra essas práticas espúrias e terríveis. Há outras práticas pecaminosas em nossas igrejas, como por exemplo, a pornografia entre casais cristãos, o aborto é uma decisão e direito pessoal, músicas mundanas para entretenimento da igreja e beber vinho, cerveja e champanhe com moderação é sociável. Essas práticas espúrias estão penetrando nas igrejas através desses falsos mestres. Mas como podemos identificar os falsos mestres e falsos profetas? Podemos identifica-los através de duas coisas: pelo conteúdo de suas mensagens e pelo fruto de suas ações. Leiamos 2ª João 9-11: „Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras‟. Conhecemos o falso profeta pelo conteúdo doutrinário que ele traz, não é por sua forma de piedade e nem pela sua aparência de crente. Leiamos também Mateus 7.20: „Portanto, pelos seus frutos os conhecereis‟. O falso profeta é conhecido por suas ações, e não por suas manifestações de poderes sobrenaturais de prodígios e sinais (2ª Ts 2.9-12). São conhecidos pelas práticas contrárias a moralidade cristã. Não devemos nos enganar! A Escritura diz que a vinda do falso profeta será „com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira‟. Esses homens fazem sinais e operam maravilhas, mas mesmo assim, não devemos ser levados por essas coisas, mas observar suas práticas. Muitos desses profetas americanos da confissão positiva operam milagres e prodígios, mas são avarentos, estão servindo apenas para enriquecer e não têm compromissos com a palavra de Deus. Alguém me redarguiu, baseado em 2ª João 10,11, por que cristão não pode receber um falso profeta em sua casa e nem saúda-lo? Na época de João as reuniões cristãs eram realizadas nas casas, então João advertiu os irmãos para não receberem esses falsos profetas nas reuniões cristãs e nem conceder a eles oportunidades para falar. O cristão pode receber um falso profeta em sua casa com o objetivo de refutá-lo e converte-lo, mas não com a intenção de se deixar levar pelo argumento do falso profeta. Se o cristão não tem base suficiente para dialogar com o falso profeta, então, é melhor, não recebe-lo em sua casa. E também na época de João, os falsos profetas eram mestres itinerários que procuravam uma casa como base de apoio, e João, então, adverte os irmãos 166
para não os hospedarem em suas casas e nem sequer os saudarem para evitar algum tipo de contato que possibilite comprometer os irmãos. O que fazer para escapar da avalanche de heresias dos falsos mestres e falsos profetas? Primeiro, preservar a sã doutrina, isto é, conservar a doutrina saudável. Leiamos 2ª Timóteo 1.13,14: „Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós‟. O crente não pode negociar a palavra de Deus, nem mesmo por benefício pessoal, mas deve cumprir o que está escrito no Salmo 15.4: „aquele que jura com dano seu, e contudo não muda‟. Ainda que o nosso compromisso com a palavra de Deus nos prejudique sendo motivo de perseguição e tribulação, temos que permanecer conservando a sã doutrina, pois não podemos negociar a nossa fé. Alguns falsos profetas estão ensinando o crente a ficar irritado com Deus, como se Deus tivesse lhe decepcionado! – „Senhor, eu sou teu servo, eu te sirvo, leio a tua palavra, e que negócio é esse que está acontecendo comigo?! Senhor, eu não aceito!‟. O crente tem que ter a paciência de Jó. Pois Deus não entristece de bom grado os filhos dos homens (Lm 3.33). Esses pregadores não querem ser provados no sofrimento; não querem passar pelo fogo da provação; não querem ser lapidados pelo Senhor. Irmãos! Temos que ser lapidados pelo Senhor! E mesmo no meio da provação, temos que conservar a doutrina pura, sem adultera-la, sem tentar dar aquele „jeitinho brasileiro‟, sem tentar levar Deus na conversa, citando para Ele algum texto como que obrigando-O a cumpri-lo, temos que esperar a vontade de Deus. A palavra é dEle, e Ele cumpre no momento certo e na hora certa. Segundo, priorizar o estudo das Escrituras. Muitos crentes estão priorizando outras coisas. Por exemplo, quanto tem um passeio, a mocidade vem em peso; quanto tem uma festa na igreja, os irmãos comparecem, mas quando se volta para o estudo bíblico – „Irmãos! Nós vamos ter uma tarde de estudo bíblico‟. Aí, poucas pessoas vêm. O crente que não prioriza a palavra de Deus, se torna uma presa fácil dos falsos profetas. Quando o falso profeta vai à casa do crente, ele cita uma referência bíblica, apenas para ver se o crente conhece o que está escrito – „você sabe o que está escrito em João 3.16?‟ – para averiguar o conhecimento bíblico que o crente possui. Se ele perceber que você não conhece nenhum dos textos citados, ele vai atracar ali e persuadi-lo na conversa. Temos que dar prioridades as nossas escolas dominicais, pois é aqui que está sendo distribuído o pão que desce do céu, que está sendo espargindo sobre nós a farinha que cura-nos do veneno das heresias. O crente que não vem a escola dominical de manhã, recebe a visita das 167
testemunhas de jeová em sua casa, mas o crente que está na escola, está livre desses falsos profetas. Terceiro para escaparmos dessa avalanche de heresias temos que estudar, de modo sistemático, a Bíblia. Têm pessoas que não segue aquele estudo metódico e ordenado das Escrituras, mas são bibliomancias que utilizam a Bíblia como se fosse um tarô. Ele segue conforme abre improvisadamente a Bíblia – „Ixi! Eita Jesus! Mateus 27.5: „foi-se enforcar‟. Espera inda, deixa eu abri de novo: Lc 10.37: „Vai, e faze da mesma maneira‟. Não! Deixa eu abri de novo: João 13.27: „O que pretendes fazer, faze-o depressa‟. A Bíblia não é uma cartomancia, nem um tabuleiro de ouija e nem cartas de tarô. A Bíblia tem que ser estudada de modo sistemático. Se começou lendo o livro de Gênesis, então, termine o livro de Gênesis. Procure entender, encontrou uma palavra que não conhece, consulte um dicionário. Leu uma história, e não entendeu nada, embalançou tudo, volte e leia de novo. O crente tem que pelo menos em sua vida, ter lido a Bíblia uma vez, é igual um mulçumano que tem por obrigação de pelo menos uma vez na vida, ir a Meca, a cidade sagrada do islamismo. O crente tem que ler a Bíblia completa, sem pular páginas, tem que enfrentar aquelas genealogias intermináveis, aqueles sacrifícios „chatos‟ de Levítico, mas ali, Deus fala com você. Tem que perseverar na palavra de Cristo. A Bíblia é nosso manual de regra e de fé. Como o piloto vai seguir viagem, sem a bússola? Como o saldado vai para a guerra, sem a espada? E como o trabalhador vai para o trabalho, sem suas ferramentas? Mas não apenas conduzir, ele tem que saber manusear. Outro dia eu fui ministrar uma palavra para os jovens, veja bem, um estudo bíblico, e perguntei: „Irmãos, quantos trouxeram a Bíblia!?‟. Era mais ou menos uns 25 jovens, e apenas uma moça trouxe a Bíblia. Como é que as pessoas vêm para um estudo bíblico e não traz a Bíblia!? Irmãos, precisamos desenvolver esse amor, como disse o salmista: „o quanto amo a tua‟ palavra (Sl 119.97), pois „lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho‟ (Sl 119.105) e „como conservará o jovem puro o seu caminho? Observando a tua palavra‟ (Sl 119.9), e ainda „a exposição da tua palavra, me dá luz‟ (Sl 119.130). Portanto, irmãos, temos que ler a palavra de Deus, aquilo que Paulo disse para Timóteo: „persiste em ler‟, „persevera nessas coisas‟ e o „teu progresso será manifesto a todos‟ (1ª Tm 4.13,15,16). Outra coisa importante, também, para escaparmos das heresias, que estão sendo pregadas nas portas de nossas casas e nos púlpitos de nossas igrejas, é averiguar na Palavra a veracidade daquilo que se ouve. Como disse o pastor Elienai Cabral: „O ouvinte da pregação deve ser também um estudante da Bíblia‟ (Lição 12, 2ºTrim/2011). Lembremo-nos dos crentes 168
bereanos que ao ouvir Paulo e Silas, não se deixaram levar pela eloquência deles, nem pelas suas famas e posições que tinham na igreja, mas eles examinavam, em suas casas, as Escrituras para ver se de fato eles falavam segundo as Escrituras. E levando em consideração que naquele tempo, eles não tinham bíblias, assim, bonitinhas, divididas em capítulos e versículos, era aqueles rolos grandes de pergaminhos ou papiros, que dava trabalho para desenrolar; aqueles textos todo emendados; se era o hebraico era de traz para frente; se era o grego, era manuscritos sem pontos e vírgulas; apenas aquele estirão de textos; e não tinham figuras; mas mesmo assim, eles desenrolavam, liam e examinavam com prazer a palavra de Deus. Agora, nossas Bíblias, bonitinhas, divididas em capítulos e versículos, Bíblias de todo tipo: Bíblia da Mulher, Bíblia do Obreiro, Bíblia dos Jovens, Bíblia da Criança, e mesmo assim, as nossas Bíblias estão empoeiradas e desprezadas em nossas casas; outras têm as páginas do salmo 91 amareladas, enquanto que o resto das páginas ainda contém aquele cheirinho de páginas novas e ainda grudadas, sem rastros, sem marcas e sem nada. Temos que ser crentes bereanos (At 17.10,11). E quais são as vantagens de se estudar a palavra de Deus? Muitas! A palavra de Deus nos torna sábio para a salvação (2ª Tm 3.15). Parafraseando Paulo, ele praticamente disse para Timóteo: „Timóteo, enche o teu coração e a tua mente da Palavra, pois essa palavra te dará ferramentas e subsídios para poderes falar dela, argumentar e articular sobre ela; ter uma resposta certa e argumentar contra aqueles que se contrapõem às Escrituras‟ (2ª Tm 3.16,17). Essa é uma das importâncias de se estudar as Escrituras de tornar o crente entendido nas Escrituras. Tem pessoas que têm dez, cinze e vinte anos de crente, e quando o pastor diz: „Irmãos, vamos abri em Tiago?‟. Ela pergunta: „Irmão, fica no Velho ou no Novo?‟. Não sabe, irmãos! Vamos nos tornar sábios na Palavra de Deus. E um dos meios para nos tornar sábio nas Escrituras, é cursar um seminário teológico. Se alguém tem interesse de fazer teologia, nós temos um núcleo na AD-Codó. Alguns irmãos aqui estão fazendo, Adriano, Geovani, Jordelle e outros. Se você tem dificuldade em entender a Bíblia, o curso de teologia é para nos ajudar nessas dificuldades. A palavra de Deus nos santifica, conforme disse Jesus: „Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade‟ (Jo 17.17). É a palavra de Deus que vai nos limpar de práticas erradas, e nos ensinar práticas corretas que agradam a Deus. É a palavra de Deus que nos leva a conhecer mais profundamente ao Senhor (Os 6.3), pois as Escrituras nos revelam a Sua vontade, Seu modo de agir e Sua personalidade. Disse o profeta Oséias: „O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento‟ (Os 4.6). O conhecimento vem da palavra de Deus. 169
Veremos agora algumas das sutilezas e ardis de Satanás no fim dos tempos. Isso nos leva a entender de uma maneira bastante explícita que quem está por trás dos falsos mestres e falsos profetas é aquela serpente que conduziu Eva ao engano. Satanás aparece em Gênesis apenas como uma cobra, mas no livro das Revelações, onde o véu é puxado, ele se manifesta em seu verdadeiro caráter, um dragão terrível, soltando fogo pelas suas narinas, com o objetivo de devorar a igreja de Cristo. Satanás, diz a Bíblia, „se transfigura em anjo de luz‟ (2ª Co 11.14). Ele faz uso da própria Bíblia para disseminar suas heresias, ele torce as Escrituras, adulterando-as e deturpando-as; ele dá outro sentido às palavras de Deus. Ele tem a artimanha de conduzir a interpretação bíblica por outro caminho. É esse diabo astucioso que está por trás da mente do falso profeta. Todo falso profeta é treinado na sua doutrina falsa, pois ele tem que fazer a Bíblia dizer o que ele diz; ele tem que encontrar na Bíblia base para suas heresias. O falso profeta consegue construir um castelo de interpretações falsas. O seu discurso aparentemente tem um tom da verdade, mas ele está é enfiando a sua garra sem você perceber. Pedro, em sua epístola, disse que esses falsos mestres torcem as Escrituras para sua própria perdição (2ª Pe 3.16,17). No deserto da tentação, o diabo disse a Jesus: „Se tú és Filho de Deus, transforme essas pedras em pães‟. Quando ele viu que Jesus citou a palavra de Deus para refutar aquela tentação, ele então se apropria indevidamente da palavra e a cita também – „Há é Bíblia que ele quer, então espera ainda‟ – aí cita textos bíblicos para tentar pegar Jesus, isto é, enlaçar o próprio Cristo com a palavra de Deus. Então, utilizando as nossas próprias ferramentas e armas, o diabo procura enlaçar muitos crentes. Têm crentes que ouvem tantas heresias sem perceber, simplesmente porque o pregador está citando a Bíblia. Mas é claro, ele tem a artimanha de torcer a Bíblia. Portanto, por trás de um falso profeta está um espírito enganador tentando divulgar suas falsas doutrinas. Quais são os ardis de Satanás? Ardil, segundo o dicionário, significa „estratagema que tem o propósito de enganar ou de iludir, armadilha, cilada‟. Paulo o chama de „dardos inflamados do maligno‟ (Ef 6.16). O maligno tem esses dardos, que são tipos de flechas pequenas, mas carregadas de pólvoras, que causam um grande estrago. Assim, o diabo utiliza de vários disfarces para semear suas heresias, ele não vem como um dragão devorador ou como um leão sedento para devorar suas vítimas, mas vem em peles de cordeiro, disfarçado. São os movimentos carismáticos católicos querendo confundir os pentecostais, são os sincretismos religiosos conhecido como ecumenismo, em que muitas igrejas evangélicas tradicionais já se renderam, pastores já estão comungando com padres, procurando conciliar doutrinas, doutrinas essas que Martinho Lutero foi muito radical em suas teses. 170
O diabo esconde suas verdadeiras intenções. Suas intenções é destruir a nossa fé e acabar com a nossa espiritualidade, e ele, às vezes, faz isso lentamente. Talvez, seja alguém em seu trabalho, que começa colocar coisas em sua mente, e você não faz nenhuma resistência e refutação, mas torna-se passível. Eu conheci um jovem na congregação da AD-Salmão, batizado com o Espírito Santo, muito fervoroso e dedicado a Deus, mas no trabalho, havia uma testemunha de jeová que todos os dias saltava seu veneno, e o jovem crente se deixou ser levado, e em pouco tempo, lá estava ele nas testemunhas de jeová. Sabe o que ele me disse? „Irmão, quando eu era crente, eu não estudava a Bíblia, agora sim, eu estudo a Bíblia‟. Irmãos não se enganem! O diabo prepara ciladas para derrubar o crente. Mesmo com absurdas crenças, as testemunhas de jeová consegue enlaçar as pessoas. As testemunhas de jeová negam a divindade de Jesus, a personalidade do Espírito Santo, a realidade do inferno, eficácia da morte Jesus e a ressurreição corporal de Jesus e etc. E o crente desavisado, desatento, que não estuda a Bíblia, não frequenta a Escola Dominical e não conhece as doutrinas bíblicas engole essas doutrinas com facilidade. Os falsos profetas, principalmente as testemunhas de jeová, os mórmons e os adventistas, são treinados para aprenderem articular com aqueles que tem uma posição contrária a deles. Eles são treinados a terem um bom argumento e a usarem palavras de persuasão? Persuasivas. O que são palavras persuasivas? É convencer alguém a aceitar certas ideias com palavras bonitas e raciocínio capcioso. Essas pessoas empregam certas técnicas como falar mansamente, usar uma boa dicção para articular com facilidade seus argumentos e aplicar a sutiliza. Enquanto que muitos crentes são nervosos e irritados com um tal de – „vamos orar, vamos orar...‟, as testemunhas de jeová vêm as suas casas, e conversam com eles mansamente, com uma boa educação e cortesia se esforçam em serem convincentes em suas palavras. Paulo escreveu: „Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo‟ (Cl 2.8). E também está escrito: „E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas‟ (Cl 2.4). Por que os falsos mestres empregam palavras persuasivas? Porque eles sabem do poder do convencimento que há nas palavras persuasivas para enganar e seduzir os salvos. Quando Satanás veio enganar Eva, não veio ferozmente, mas com suavemente, e ele não procurou Adão, porque ele sabia que com Adão estava a palavra de Deus, mas procurou alguém mais vulnerável e inexperiente. Paulo disse: „Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há 171
em Cristo... pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente‟ (2ª Co 11.3; Ef 4.14). Por exemplo, os adventistas usam suas interpretações do Apocalipse para introduzir no crente gentio a obrigatoriedade da guarda do sábado e adoção de suas leis dietéticas. Ele não vem logo dizendo: „Você tem que guardar o sábado, porque se não guardar o sábado, estará quebrando a lei e você vai para o inferno‟. Eles não vêm com essa conversa. Mas utilizando o livro do Apocalipse, eles dizem: „Deus selou os seus servos, mas veja, também, que a besta vai selar os seus servos. Mas qual é esse selo de Deus?‟, então eles dizem: „na Bíblia os termos “sinal”, “selo” e “marca” são usados como sinônimos. O Senhor expressamente diz que o sábado é um sinal entre Ele e o Seu povo‟ e citam Êxodo 31.13. Se o selo de Deus é o sábado, qual é o selo da besta? O domingo! (veja o livro Daniel e Apocalipse, de Uriah Smith). E assim eles vão lentamente, tentando convencer o cristão gentio à se submeter a cultura judaica, e se tornarem judaizantes e legalistas. Mas o que disse Pedro sobre isso? Porque „tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar‟ (At 15.10). E Tiago, o que disse? „Todavia, quanto aos que crêem dos gentios, já nós havemos escrito, e achado por bem, que nada disto observem; mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado e da prostituição‟ (At 21.25). Paulo nos advertiu: „Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua‟ (Cl 2.8). Como um crente se torna uma presa de Satanás? Dando ouvindo a espíritos enganadores. Leiamos 1ª Timóteo 4.1,2: „Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência‟. É pelo ouvido que o crente se torna uma presa de Satanás, então, se você estiver dialogando com um falso profeta, não seja apenas um ouvinte, mas fale também, questione e argumente para que você não seja conduzido ao engano. Outra maneira de Satanás tornar o crente sua presa é induzi-lo a praticar as coisas erradas. Acerca disso Salomão nos adverte: „Filho meu, se os pecadores procuram te atrair com agrados, não aceites‟ (Pv 1.10). Salomão, também, fala de um jovem inexperiente que foi seduzido por uma prostituta „com palavras muito suaves‟ e persuadido „com as lisonjas dos seus lábios‟ (Pv 7.21). Como um crente pode escapar das garras heréticas de Satanás? Estar alicerçado na palavra de Deus. O crente tem que estabelecer um fundamento firme para seus pés, ele não pode estar vacilante e nem em dúvidas – „rapaz, o pastor ministrou aquela doutrina, mas eu não entendi‟ – então, vá lá e pergunte! – „o pastor interpretou aquele texto bíblico, mas eu fiquei em 172
dúvidas‟ – então, vá lá e tire suas dúvidas. Você tem que se firmar, não pode ser uma pessoa inconstante, senão, diz Paulo, você será levado „em roda por todo o vento de doutrina‟ (Ef 4.14) e por quaisquer novidades. „Rapaz! Tem um evangelista que roda o paletó, e o povo cai, eu quero ir lá e cair também para receber a minha benção‟. Eu conheci um irmão, que num culto de libertação, disse que recebeu de Deus uma nova unção chamada de transferência. Ele ensinava que se alguém tem algum familiar oprimido por alcoolismo, prostituição, droga, etc., é um espírito imundo que está oprimindo essa pessoa. Então, para que essa pessoa seja liberta precisa vir a igreja para receber oração de libertação, porém, se essa pessoa não vir à igreja, um parente crente daquela pessoa pode receber, por transferência, aquele espírito imundo, e quando o espírito é expulso, então, o seu familiar é liberto e aceita a Jesus. Aí tinha um amigo meu, homem de Deus, que hoje é pastor, estava nessa reunião cujo pai morava em Belém do Pará e era oprimido em álcool, ele se apresentou para receber o demônio que oprimia o seu pai. Então esse irmão começou a orar, invocando a manifestação do espírito, e meu amigo começou a manifestar os trejeitos de uma pessoa endemoninhada, e depois que aquele irmão expulsou o demônio, disse que o seu pai estava liberto. Depois, eu soube desse acontecimento por outros irmãos que estavam presente nesse culto de libertação, e perguntei pessoalmente a meu amigo se realmente ele recebeu o demônio. Ele me assegurou que para não envergonhar o irmão, disfarçou que estava endemoninhado. Podendo aproveitar a oportunidade para desmascarar aquele irmão, se deixou ser levado, e isso levou os demais irmãos a darem crédito aquela nova doutrina. Outro meio de escapar das garras heréticas de Satanás é detectar as sutilezas de Satanás; é conhecer seus ardis. Paulo disse que não ignoramos os ardis de Satanás (2ª Co 2.11). Temos que conhecer como ele opera e tenta ludibriar os crentes. Por isso que nossas igrejas precisam fazer seminários contra as heresias e doutrinas falsas para que possamos conhecer as artimanhas do diabo, e não ser novidades quando surgirem. Outro modo de escapar das garras heréticas de Satanás é combater as muitas sutilezas de Satanás. O crente precisa combater! Um pai cristão não pode ver seu filho sendo conduzido por raciocínios errados e ficar calado, ele deve chama-lo e mostrar a verdade na palavra de Deus. Nossos filhos quando vão a faculdade ficam expostos a professores ateus que acreditam na teoria da evolução e procuram induzi-los a crerem nessas mentiras. E às vezes, o jovem cristão não é preparado em casa, o pai não tem diálogo com ele sobre a Bíblia, e o deixou à mercê desses professores universitários. Se você dê ouvido a filosofias ateístas, você nega a sua fé. Foi assim que meu irmão negou a sua fé. Ele era um estudioso das Escrituras, mas ao estudar a teologia liberal, principalmente, Rudolf Bultmann, que ensinava 173
que a Bíblia está cheia de mitos contados pelos judeus, assim como os egípcios, babilônicos, gregos e romanos tinham seus mitos, e que o leitor moderno tem que desmitificar a Bíblia. Então, meu irmão resolveu ler os livros do filósofo ateu Friedrich Nietzsche, fez uma coleção dos seus livros, e perdeu a fé. Hoje ele é um ateu declarado. A igreja é a guardiã da sã doutrina, Paulo disse que a igreja é a coluna e firmeza da verdade (1ª Tm 3.15). É a igreja que mantém a verdade das Escrituras firme. Pois aos cristãos foi confiado a palavra de Deus, assim, como aos judeus foram confiados a transmissão fiel das Escrituras proféticas (Rm 3.2). Contudo, infelizmente, a igreja católica falhou na transmissão fiel do testemunho apostólico, e perseguiu os verdadeiros crentes que eram contrários as suas doutrinas falsas. Daí surgiu os protestantes, aquém Deus confiou as Suas palavras. Temos que preservar as palavras de Deus, mas não é através da perseguição, do massacre e da contenda, mas através da ortodoxia. E o que é ortodoxia? Vem de dois termos gregos: „orto‟, que é „reto, correto, direito‟ e „doxia‟ que é „ensino, doutrina‟, significando „absoluta conformidade com um princípio ou doutrina bíblica‟. Portanto, é mediante o estudo sistemático, metódico, ordenado e sua correta intepretação que a igreja preserva sã as palavras de Deus. Qual é a importância de estudar a sã doutrina? Mantém a igreja dentro das doutrinas bíblicas sem se desviar para opiniões humanas (2ª Tm 4.2-4); evita a meninice e imaturidade cristã (1ª Co 3.1,2); produz crescimento espiritual sadio (2ª Pe 3.18); ensina práticas morais e princípios cristãos (1ª Tm 4.11,12), fortalece a igreja contra as heresias (2ª Tm 4:2-4) e qualifica e capacita os obreiros para o serviço cristão (2ª Tm 3.16,17). E por último, como o crente cresce espiritualmente? Procurando o crescimento espiritual (2ª Pe 1.8), desejando o leite puro e racional (1ª Pe 2.2), consumindo alimento sólido (Hb 5.11-14), se alimentando corretamente (Tt 1.14) e fazendo exercícios espirituais, sobre isso Paulo disse a Timóteo: „exercita-te a ti mesmo em piedade‟.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Horebe [S. S. João] Em 26 de Junho de 2011 Sobre Aviva, ó Senhor, a Tua Obra Habacuque 3.2: „Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia‟. 174
O tema da minha palestra, nessa manhã, é „Aviva, ó Senhor, a Tua Obra‟, já que o texto expressa o desejo do profeta Habacuque, então, o assunto irá circular em torno de como buscar o avivamento, para isso, irei dividir esse assunto em quatro maneiras de avivar a obra de Deus: através da pregação da Palavra de Deus, através da oração, através do ensino bíblico e através das práticas cristãs. Vamos começar com buscando o avivamento através da pregação. Devemos conhecer um pouco sobre o contexto histórico do profeta Habacuque. Habacuque profetizou na época de Josias. E quem era Josias? Josias era da linhagem de Davi e foi o décimo sexto rei do Reino do Sul, chamado de reino de Judá, e reinou no período de 640 a 609 a.C., era filho e sucessor de Amon, um dos piores reis de Judá, pois seguindo a política de seu pai, Manassés, profanou o templo do Senhor com costumes pagãos e induziu o povo de Judá à adoração falsa. Josias tornou-se rei ainda criança, tinha apenas 8 anos de idade, porém, com a idade de 26 anos, em 622 a.C., passar a fazer vários consertos e reparações no templo, devido os estragos causados pela introdução da idolatria pelos reis anteriores, que foram seu avô, chamado Manassés (687642 a.C) e seu pai Amon (642-640 a.C). Estes foram os piores reis de Judá, que introduziram em Judá os piores costumes pagãos, praticando coisas terríveis, que até mesmo os reis de Israel, das dez tribos, do reino do Norte, ainda não tinham praticados. Foi durante o governo desses reis que o paganismo foi introduzido no templo, removeram o altar sagrado, erigiram alguns altares pagãos dentro do templo, fizeram um estrago no santuário de Deus. Então, Josias já assumiu o governo com essa incumbência de fazer uma reforma no templo de Deus. Josias removeu no templo todo altar idólatra e imagens de deuses falsos, de Baal e de Aserá, e fez uma limpeza no templo. Porém uma das coisas que deu o maior ímpeto a reforma de Josias foi um achado preciosos, o livro da lei. O livro da lei era um livro escrito por Moisés que todos os reis de Israel deveriam fazer uma cópia dele para que pudessem sempre ler este livro e aplica-lo durante os seus governos na vida do povo de Deus conforme o mandato de Deus em Deuteronômio 17.18,19. Tanto Manassés como Amon negligenciaram a leitura do livro sagrado. Pelo contrário, o próprio Manassés destruiu as cópias do livro de Moisés. Ele era um rei muito violento, pois executou muitas pessoas inocentes em Jerusalém, inclusive matou os profetas do Senhor. Foi ele que serrou no meio o profeta Isaías com uma serra de madeira. Então, na época de Josias, um sacerdote chamado Hilquias acha esse livro, e para ele foi uma novidade muito grande em que o deixou muito admirado, ele disse: „Achei o livro da lei na casa do Senhor‟ (1º Rs 22.8). Eles desconheciam totalmente o conteúdo da Lei de Deus, possivelmente 175
aquele livro era o livro de Deuteronômio, em que estava registrado as últimas palavras de Moisés, uma pregação que ele fizera ao povo de Israel, advertindo-o a não se esquecer da lei. A lei estava esquecida durante os governos anteriores, e também, no princípio do governo de Josias. Através da leitura desse livro, Josias inicia uma purificação em todas as cidades de Judá, principalmente em Jerusalém, removendo todos os objetos idólatras e destruindo lugares de adoração falsa. Irmãos! Pasmem! Em saber que o livro de Deus estava perdido dentro do templo de Deus! Hoje, vivemos em uma época parecida com os tempos do rei Josias. A igreja, de um modo geral, está precisando, de fato, de uma renovação espiritual, de redescobrir a palavra de Deus e retornar a pregação simples e expositiva das Escrituras e pregar a palavra de Deus de uma maneira genuína. Para que a igreja possa experimentar avivamento genuíno, precisamos, com urgência, voltar à palavra de Deus e descobrir aquilo que Deus pretende falar com a sua igreja nesses últimos dias. Porque em algumas igrejas, a Bíblia Sagrada está perdida dentro das pregações. Veremos alguns tipos de pregações em que a palavra de Deus está perdida, e que são pregadas em nossos púlpitos. A Bíblia Sagrada está perdida na pregação, quando o sermão está baseado em conselhos motivacionais, isto é, quando o objetivo do pregador é apenas causar motivação nas pessoas. É aquela pregação que nos motiva trocar o bife do olhão pelo filé mignon; é aquela pregação que nos diz: „venda dindin, cocada, mas não desista do seu sonho!‟; é aquela pregação que nos ensina cinco passos para a empregada tomar o lugar da sua patroa; é aquela pregação que nos diz: „Se livre do seu fusca! Ele é uma maldição!‟. Esses tipos de pregação apenas causam motivação nas pessoas, mas não trazem o conteúdo genuíno da Palavra de Deus, àquilo que Paulo disse para Tito: „fala o que convém à sã doutrina‟ (Tt 2.1) ou aquilo que disse o apóstolo Pedro: „Se alguém falar, fale segundo os oráculos de Deus‟ (1ª Pe 4.11). A Bíblia está perdida na pregação quando o sermão está baseado em dicas de autoajuda. São aqueles sermões que dizem: „Se você quer ter sucesso na vida, levante de manhã, com o pé direito, e diga: Bom dia, Espírito Santo‟ – „Se você quer adquirir autoestima, vá ao espelho e diga: você é maravilhosa ou você é poderosa... dê uma olhadinha de perfil e diga: tá podendo hein...‟ Essas são pregações de dicas de autoajuda, mas os cristãos têm que buscar a ajuda do Alto. A Bíblia Sagrada está perdida na pregação, quando o sermão está baseado em mensagens alegóricas. São pregações que dizem: „Receba as sete tranças de Sansão para que você seja um vencedor!‟, aí o pregador começa citar: „recebe a primeira trança de Sansão é o fogo no rabo da 176
raposa; então, ele quer o povo sinta o fogo – „receba, irmão, levante a mão, receba, receba, a trança está descendo sobre você aí e agora‟. E, muitos crentes se deixam levar por essas mensagens sem nenhum conteúdo bíblico. Nessas mensagens alegóricas, os pregadores dizem: „Receba o vento do Espírito... receeeeebaaa...‟, e então ele começa, literalmente, no microfone, a imitar o barulho de um vento forte no intuito de provocar reações emocionais nas pessoas, e muitos crentes entram na euforia do pregador. São apenas mensagens alegóricas baseadas apenas na vontade que o pregador tem de produzir um mero avivamento. Porém, o avivamento não vem por essas frases de efeito, por essas sugestões e controle de massa – „diga isso, faça aquilo, aquele que não dê glória a Deus é porque é isso, é aquilo‟ – tentando, por fina força, movimentar as pessoas com esses artifícios, mas quem movimenta o povo de Deus é o Espírito Santo. A missão do mensageiro é pregar a palavra, a obra de avivar é do Espírito de Deus. É o Espírito que tem que movimentar, abrir nosso entendimento, levar o povo a glorificar e servir a Deus, enquanto que o trabalho do mensageiro é pregar a palavra de Deus como está escrito nas Escrituras, conforme Paulo ensinou aos coríntios, „a não ir além do que está escrito‟ (1ª Co 4.6). Quando Josias leu o Livro ficou assustando com que estava escrito na Lei, e tratou, imediatamente, de lê-lo para o povo. As palavras de advertências escritas no livro sagrado era uma novidade para Josias, logo para ele, que deveria ter sido educado e instruído pelas Escrituras segundo as ordens de Deus dadas por Moisés – „ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te‟ (Dt 11.19). Todavia, a leitura do livro produziu avivamento que causou algumas mudanças drásticas no reino de Josias. Quero salientar que o avivamento foi fruto da leitura das Escrituras. Coisa que muitos pregadores não estão fazendo: ler a palavra de Deus para descobrir qual é a mensagem que Deus quer transmitir para o Seu povo. Muitos estão buscando a mensagem de Deus em outro lugar. Vermos que Josias leu, também, a palavra de Deus para o povo de Judá. E depois daquela leitura houve arrependimento e renovação da aliança. Com a renovação da aliança houve maravilhosas mudanças. Eles destruíram a idolatria por completo. Josias fez uma busca de toda idolatria que estava impregnada em Judá; Josias fez uma verdadeira caça para destruir todos os lugares idólatras e altares pagãos nas cidades e ruas de Judá. Como vocês sabem o nome de Josias foi citado uns 300 anos atrás por um profeta enviado a Betel conforme 1º Reis 13. O profeta falara que Deus iria levantar um rei chamado Josias, e que esse rei iria destruir o altar de Betel, que iria queimar os ossos dos falsos profetas e falsos sacerdotes e 177
que iria fazer uma limpeza de toda idolatria e contaminação. De fato, o rei Josias cumpriu na íntegra a palavra do homem de Deus. Outro resultado da renovação da aliança foi que eles aprenderam a celebrar corretamente as festas do Senhor, isto é, aprenderam a maneira certa de se adorar a Deus. Pois a adoração a Deus não é realizada a nosso bel-prazer, nem segundo os nossos próprios conceitos e tampouco da maneira que imaginamos que deve ser. A adoração para ser genuína e verdadeira tem que seguir os ditames da palavra de Deus, o modelo e o padrão que está estabelecido nas Escrituras Sagradas. Em muitas igrejas encontramos adorações falsificadas. Muitos cultos ditos pentecostais têm se transformados em terreiro de macumba e de candomblé; outros cultos transformados em shows com músicas ritmadas totalmente destituídas da música sacra e cristã; muitos cultos perderam a sua ordem e decência; as manifestações do Espírito Santo têm sido substituídas por manifestações de homens e demônios. Muitas igrejas que se dizem ser pentecostais estão com sua adoração contaminada e comprometida com o mundo, e não com o verdadeiro padrão de adoração que Deus estabeleceu. Então, é a pregação genuína da palavra de Deus que irá nos retornar à verdadeira adoração a Deus, pois irá abrir diante de nós o livro sagrado e nos mostrará o verdadeiro modo correto de se adorar a Deus conforme o padrão estabelecido na igreja primitiva que deveria subsistir nas igrejas posteriores. É através da pregação genuína que vai vir o avivamento. Pois a palavra de Deus sendo pregada segundo o Espírito Santo produz movimento espiritual, porém, o movimento espiritual, destituído de uma pregação genuína, não produzirá avivamento espiritual nas igrejas. Portanto, a primeira coisa que aprendemos nessa manhã, e que trará avivamento para as nossas igrejas, é a pregação baseada na Bíblia Sagrada. A segunda coisa que trará avivamento é a oração. O avivamento vem através da oração. Temos o exemplo do profeta Habacuque. O profeta Habacuque orou: „aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos‟ (Hc 3.2). O profeta Habacuque exerceu seu ministério profético no final do reinado do rei Josias. O profeta Habacuque era um homem preocupado com o estado espiritual de seu povo, mas também, era um homem que orava. Sabemos que a nação de Judá estava ameaçada de ser invadida por reis ímpios, e Josias temeu muito aquela invasão. Todavia, por causa da reforma que ele realizou, Deus disse que a invasão não iria acontecer em seus dias, mas em dias posteriores. Porém, com o decorrer do tempo, o avivamento de Josias foi se arrefecendo, pois o povo, paulatinamente, foi negligenciando e esfriando. Por isso que Habacuque orou: „aviva, ó Senhor, a tua obra‟, porque o avivamento já estava esfriando nos últimos anos do rei Josias. Portanto, 178
Habacuque profetizou exatamente nesse período do arrefecimento da reforma avivalista causado por Josias. Lendo o livro do profeta Habacuque, notaremos que ele era um homem de oração. Irmãos, de fato, é a oração que incendeia o fogo do avivamento. O Espírito é a chama desse fogo, a palavra de Deus é o combustível, mas é a oração que é a pólvora que vai incendiar esse fogo. Podemos ter o Espírito em nossa congregação e a pregação genuína da palavra de Deus, mas se os crentes não orarem, não vai incendiar o fogo. Não haverá a combustão do Espírito com a Palavra. Porque é a oração que põem em andamento o movimento do Espírito. Quando a igreja está caindo na mornidão espiritual, o povo tem que seguir o exemplo do profeta Habacuque, e orar a Deus. A Escritura mostra que o profeta tinha muitos questionamentos, mas sempre demonstrou uma fé inabalável na soberania divina. Devemos aprender com o profeta Habacuque alguns princípios importantes para a oração. Porque assim como a pregação, a oração, também, não pode ser feita de qualquer jeito à Deus, mas a oração precisa seguir o seu princípio para que possa, de fato, haver uma resposta da parte de Deus. Primeiro princípio, baseado no livro do profeta Habacuque, a resposta as nossas orações dependem da soberana vontade de Deus. A oração não é um poder que controla a vontade de Deus; a oração não é uma influência sobre Deus que O levará a fazer aquilo que queremos que Ele faça. A oração é o caminho que o crente trilha para descobrir qual é a vontade de Deus na sua vida; a oração é o meio do crente se submeter a vontade de Deus, e não o meio de fazer com que Deus se submeta a vontade, os caprichos e os pedidos do crente. Não existe uma fórmula mágica na oração que obrigue Deus fazer aquilo que pedimos. A oração tem de depender da soberana vontade de Deus. Em Habacuque 1.2 nos ensina que Deus responde a oração quando Ele quiser. Deus não é coagido, e nem pressionado. Assim está escrito: „Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?‟. Então é quando Deus quiser responder, meus irmãos, e não quando quisermos que Ele responda as nossas orações. Portanto para que nossas orações suscitem efeitos temos que esperar esse “quando” de Deus, o tempo dEle agir e a hora certa dEle operar. Em Habacuque 1.5 aprendemos que Deus responde a oração como Ele quiser. Não é como queremos que Ele responda. Deus não é atraído pela oratória das nossas orações em se submeter a nossa vontade. A Bíblia diz que Deus não recebe presente, não aceita suborno e não é levado por uma conversa fácil (Dt 10.17; 2º Cr 19.7; Ec 5.2). Mas ele conhece a verdadeira intenção do coração (1º Cr 28.9; Jr 17.9,10). Deus atende a humildade, a contrição e o quebrantamento, e não a arrogância (Sl 51.17; Tg 4.6; 1ª Pe 5.5,6). 179
Leiamos, agora, Habacuque 1.5: „Vede entre os gentios e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizarei em vossos dias uma obra que vós não crereis, quando for contada‟. O profeta Habacuque estava pedindo uma coisa à Deus, e Deus respondeu, totalmente, diferente do que ele pedia. Ele estava pedindo a Deus que afastasse os inimigos e que acabasse com a violência (Hc 1.2-5). Porém ele responde ao profeta: „Eu vou fazer uma obra misteriosa, eu vou agir de uma maneira misteriosa‟. E qual era essa obra misteriosa? Era a invasão dos babilônicos (Hc 1.6-9). Era exatamente através da violência, da destruição e do massacre que Deus iria fazer com que Israel encontrasse o caminho certo de voltar para Deus. Não era acabar com a violência, mas permitir, exatamente, a violência para que o povo de Deus se despertasse para o avivamento. As igrejas que estão vivendo no aperto e debaixo do fogo cruzado da perseguição são as igrejas mais dedicadas a Deus. As igrejas da Coreia do Norte, da Síria, do Sudão, da Indonésia e do Japão são igrejas muito mais avivadas do que as igrejas brasileiras, das quais muitas delas não têm nenhum compromisso com Deus. Enquanto que as igrejas desses lugares passam por situação muito difícil que nós não enfrentamos no Brasil. Porque, muitas vezes, a dificuldade e o aperto nos leva à presença de Deus, enquanto que a vida fácil, assim como no ocidente, nos leva a um relaxamento na dedicação a Deus. Tem igrejas na Europa que estão totalmente mortas! Templos vazios! Pessoas sem nenhuma motivação para adorar e servir a Deus! Porque são igrejas que vivem bem, vivem na fartura e na abundância. Desprezam a palavra de Deus, desprezam o avivamento e a busca do Espírito Santo. Portanto, quando oramos no centro da vontade de Deus, Ele responde segundo o que pedimos, mas quando estamos fora da vontade de Deus, Ele responde conforme a sua soberana vontade. O segundo princípio da oração é não adianta espernear e nem determinar, temos que esperar com fé e paciência a providência divina. O profeta Habacuque dizia: „Senhor! Que cesse a violência!‟, mas a violência não cessava – „Senhor! Eu determino!‟. Contudo, a determinação não acontece. Alguns pregadores dizem que no monte Carmelo, Elias colocou Deus na parede. Mas ninguém coloca Deus na parede! Na verdade foi Deus quem colocou o profeta Elias na parede. Elias dependia totalmente da providência e da resposta de Deus. Porque se Deus não tivesse respondido a oração do profeta Elias, aqueles quatrocentos profetas de Baal teriam matado Elias. Leiamos Habacuque 2.1: „Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que falará a mim, e o que eu responderei quando eu for arguido‟. O profeta se propõe, então, esperar em silêncio a resposta de Deus. Muitas coisas que nos acontecem, contrário ao que acreditamos, esses 180
contratempos da vida, essas contradições, tem que nos levar a esperar a providência de Deus. Não adianta questionar contra a vontade de Deus, nem reclamar e murmurar contra Ele, mas devemos esperar. Muito embora não entendemos o que nos esteja acontecendo. O profeta Habacuque não entendia nada, mas resolveu esperar, e assim também, muitos homens de Deus passaram por momentos na vida que não entendiam nada. Veja o caso do patriarca Jó, ele não entendia nada do que estava acontecendo em sua vida. Ele examinava e vasculhava o seu coração, as suas ações diziam que tudo estava no seu devido lugar, então, as suas ações se conformavam a vontade de Deus, contudo, uma contradição tão grande se abateu sobre a sua vida. Entrementes, Jó disse: Eu não sei o que está acontecendo comigo, porém, eu sei que o meu Redentor vive, e ainda que ele me mate, nele esperarei (Jó 10.2; 13.15; 19.25). O terceiro princípio da oração que encontramos em Habacuque é esse: muito embora Deus esteja no controle de todas as coisas, Ele se agrada quando oramos inconformados com o estado espiritual da igreja e da nação. Leiamos Habacuque 1.3,4: „Por que razão me mostras a iniquidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida‟. A oração é uma inconformação com as coisas que estão acontecendo que causam esfriamento no povo de Deus. Não questionamos com Deus, mas nos unimos a Deus, em oração, contra as coisas erradas. E assim, na oração não apenas esperamos pela providência divina como também clamamos pela vindicação divina, seguindo o exemplo dos santos do Apocalipse, que oraram: „Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?‟ (Ap 6.10). Então, devemos chegar diante de Deus, em clamor e súplica, contra as injustiças que acontecem no mundo. E esse tipo de clamor agrada a Deus. Assim lemos em Ezequiel 22.29,30: „Ao povo da terra oprimem gravemente, e andam roubando, e fazendo violência ao pobre e necessitado, e ao estrangeiro oprimem sem razão. E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei‟. Os líderes eclesiásticos precisam sentir esse peso e essa preocupação com o estado espiritual da igreja, assim como o profeta Habacuque sentiu a miséria do seu povo. A liderança cristã tem que se colocar na brecha diante do Senhor como intercessores para que Deus avive a sua obra. O profeta Joel que viveu em épocas parecidas com as do profeta Habacuque, disse: 181
„Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar‟ (Jl 2.17). É lamentável quando a liderança da igreja pensa que tudo vai bem. O templo está lotado, então tudo está bem; o caixa de oferta está esborratado, então está tudo bem. Mas não sentem o peso de Habacuque (Hb 1.1). O profeta Habacuque sabia que uma tragédia nacional estava preste a se abater sobre Judá. O povo precisava com urgência orar para que Deus pudesse desviar a fúria do inimigo. Em Habacuque 1.5-10, iremos ver que essa tragédia nacional era a invasão dos caldeus da Babilônia, reino que se localizava ao norte de Israel. Uma superpotência mundial que estava ameaçando todas as nações daquela época, e Israel, também, estava na mira dos babilônicos. Então para que a invasão da Babilônia se desviasse de Israel, os judeus deveriam buscar e orar ao Senhor Deus. Assim como na época do rei Ezequias, Judá estava sendo ameaçado por um império terrível, a Assíria, e Deus lhe deu vitória através da oração que ele fez. Do mesmo modo, a vitória de Josias e de Habacuque aconteceria através da oração. A Babilônia invadiu a terra de Judá em três períodos: em 606, 597 e 587 a.C., e essas três invasões causou um estrago muito grande em Jerusalém, os babilônicos destruíram o templo sagrado, o palácio real, deitaram por terra as casas, derribaram os muros, queimaram suas portas e levaram os judeus cativos para Babilônia. Como Judá poderia ter evitado e escapado dessa tragédia nacional? De fato foi uma tragédia terrível! Antes de penetrar em Jerusalém, os caldeus cercaram a cidade por três anos porque Judá não abria suas portas para o exército babilônico entrar na cidade. Não havia mais suprimento de pão na cidade, o comercio foi bloqueado, o canal que abastecia a cidade com água foi vedado, e assim o povo viveu na penúria, a tal ponto que as próprias mães começaram a consumir seus próprios filhos como se fossem alimentos. O profeta Jeremias, que viveu nessa época, admoestava ao rei Zedequias e ao povo que se rendesse ao rei da Babilônia a fim de preservar a semente de Judá, mas o rei e seus oficiais não lhe davam ouvidos, não se submetiam a vontade de Deus. Judá se esqueceu do conselho que Deus deu ao rei Salomão: „Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra‟ (2º Cr 7.13,14). Mas o profeta Habacuque orou! Então por que mesmo assim os caldeus invadiram Judá? Porque uma andorinha só não faz verão! Não é só o líder orar, mas o povo, também, orar; não é só o líder fazer vigília, mas o povo também está junto na vigília. O profeta Habacuque orou, mas o povo de Judá não orou. 182
É o que está escrito em Ezequiel 14.14: „Ainda que estivessem no meio dessa cidade estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça livrariam apenas as suas almas, diz o Senhor Deus‟. Portanto, o povo de Deus tem que orar se realmente quisermos um avivamento real em nossas igrejas. Se desejamos que o modismo seja sacudido e toda inovação falsa e mentirosa seja removida, temos que buscar o Senhor, e então Deus virá em nosso socorro. E, assim a restauração virá! Meus irmãos! Devemos manter uma firme esperança em Deus, assim como Habacuque nitriu essa esperança, quando disse: „Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação‟ (Hc 3.17,18). Em outras palavras: „Eu sei que a situação está ruim para o povo de Judá, a espiritualidade está decadente, mas eu irei manter a minha esperança firme em Deus, pois Ele irá restaurar novamente o seu povo. Ainda que toda a nação venha perecer, mas eu sei que há um remanescente fiel, e com este Deus vai estabelecer uma aliança‟. A nossa esperança está firme por causa de três coisas: primeira, por causa das Escrituras. Fortalecemos a nossa esperança naquilo que está escrito na Palavra de Deus. Assim lemos em Romanos 15.4: „Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança‟. A segunda coisa é por causa do Deus imutável e eterno, que tem seu propósito secreto, e às vezes, opera de uma maneira que não percebemos, como está escrito: „Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera‟ (Is 64.4). Muitas vezes no silêncio, Ele está falando conosco! Por isso temos que manter a nossa esperança viva nEle. O Deus que esteve com Habacuque, e ouviu as suas orações, o Deus que esteve com Jeremias quando estava preso no calabouço, é o mesmo Deus que trata conosco. O Deus que enviou Daniel Berg e Gunnar Vingren para expandir o movimento pentecostal no Brasil, é o mesmo Deus que vai renovar o seu povo com fogo pentecostal. Ele não muda, e jamais mudará! E a terceira coisa que mantém a nossa esperança firme é por causa da nossa plena certeza e convicção em Deus. O Senhor disse para Habacuque: „o justo viverá pela sua fé‟ e, „se ele retroceder, a minha alma não tem prazer nele (Hc 2.4; Hb 10.38). O justo tem que manter a sua fé firme! E Habacuque manteve tão firme a sua fé, que disse: „Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; 183
todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação‟ (Hc 3.17,18). A nossa fé e esperança tem que está firme em Deus independentemente do que aconteça ao nosso redor. Quando mantemos firme a nossa esperança são produzidos em nós os sentimentos de alegria e ânimo. Esses sentimentos foram produzidos em Habacuque. Não devemos nos deixar consumir pela tristeza e a depressão, mas devemos estar animados, sabendo que o Senhor vai responder as nossas orações, quebrar os ferrolhos e as trancas e agir em nosso favor. Quando o avivamento vem gera mudança de vida. O povo de Judá estava praticando injustiças, cometendo violências e idolatria. Mas será que em nossas igrejas há injustiças, violência e idolatria? Muitas injustiças são praticadas dentro das igrejas evangélicas! Uma das injustiças que Habacuque cita em seu livro são bens mal adquiridos – „Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder do mal! (Hc 2.9). Assim também, muitos pastores são verdadeiros empresários e mercenários que estão enriquecendo a custa dos dízimos e das ofertas, em vez de investirem na obra de Deus, eles estão investimento em seu próprio patrimônio; em vez de administrarem o dinheiro de Deus para trazer benefícios ao povo de Deus, estão administrando-o em sua própria conta bancária; praticam lavagem de dinheiro, e deposita-o em conta na Suíça e nas Ilhas Caimãs. Enquanto o dinheiro da igreja está sendo desviado para os paraísos fiscais, muitos crentes estão padecendo necessidades, viúvas e órfãos desamparados e pobres passando fome. Esses pastores milionários estão levando uma vida luxuosa, gastando dinheiro com coisas banais à custa do povo de Deus. Muitos cantores evangélicos estão enriquecendo a custa de crentes que vão a esses shows gospel para pagar o cachê desses cantores que cobram caríssimo. São muitas injustiças praticadas em nome de Deus. Têm missionários que andam nas igrejas pedindo ofertas para investir na agência missionária, mas que na verdade esses dinheiros estão sendo depositados em contas pessoais. Além dessas injustiças praticadas em nome de Jesus, a idolatria, também, está penetrando no meio do povo de Deus. Há pregadores astros, cantores ídolos e crentes fãs. Tudo isso são marcas de idolatria. Certa vez eu ouvi uma pessoa dize a cerca de certo pregador famoso: „Ele é um anjo de Deus, enviado para trazer o avivamento sobre a terra‟. Porém esse „anjo‟ tornou-se deputado. Crentes estão idolatrando homens! Se prostrando diante de cantores! O avivamento virá quando o povo de Deus buscar a Deus em oração, pois a oração trará o derramamento do Espírito Santo sobre a igreja. No dia de Pentecostes, antes do fogo cair, os discípulos estavam em constante 184
oração à Deus. Então, meus irmãos, a oração vai trazer o fogo do Espírito Santo. A terceira coisa que trará avivamento é o ensino. Depois de setenta anos cativos em Babilônia, os judeus retornam para Jerusalém. Em 537 a.C retorna um grupo de judeus com Zorobabel, depois em 457 a.C, mais outro grupo volta com Esdras e em 445 a.C, o rei Artaxerxes, permite Neemias ir à Jerusalém. Esses dois homens, Esdras e Neemias, desempenharam uma obra excelente em Jerusalém. Neemias proporcionou as condições necessárias para que se ensinasse ao povo a palavra de Deus, e Esdras conduz o povo ao estudo das Escrituras e a obediências as leis de Deus. Esdras, que era sacerdote e escriba, pôs no seu coração a incumbência de ensinar a Lei de Deus. Então, esses dois homens, Esdras e Neemias, o mestre e o pastor, foram responsáveis por avivar o povo através do ensinamento da palavra de Deus. Para que o estudo das Escrituras produza avivamento em nossas igrejas é necessário que o ensinador cristão cumpra algumas condições. Primeira condição, o ensinador cristão precisa ser hábil na palavra de Deus. Ele precisa conhecer bem a ferramenta que usa. Paulo disse: „Procura apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro... que maneja bem a palavra da verdade‟ (2ª Tm 2.15). Acerca de Esdras está dito: „Este Esdras... era escriba hábil na lei de Moisés‟ (Ed 7.6), outra versão traduz: „Esdras era mestre da Lei e conhecia muito bem a Lei de Moises, dada pelo Senhor‟ (BLH). Segunda condição, o ensinador cristão precisa se dedicar a leitura e ao estudo de outras fontes extra bíblicas. Ele não só tem que conhecer a fundo a palavra de Deus, como também, precisa lançar mão de outras ferramentas que o ajude a compreender o que está escrito nas Escrituras. Esdras 7.10 diz que „Esdras havia dedicado a sua vida a estudar‟. Os conselhos para o ensinador cristão são: „persiste em ler‟ (1ª Tm 4.13) e „se [o seu dom] é ensinar, haja dedicação ao ensino‟(Rm 12.7). Provérbio 4.7 diz: „...emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento‟. O ensinador cristão precisa adquirir dicionários bíblicos, comentários bíblicos, enciclopédias e atlas bíblicos para que possa ter bons argumentos ao ministrar suas palestras. Terceira condição, ensinador cristão precisa ser um homem de oração. Ele precisa buscar em Deus a graça, a direção e a unção para poder ministrar o seu ensino. Diz que „...Esdras orava, e fazia confissão, chorando e prostrando-se diante da casa de Deus‟ (Ed 10.1). Quarta condição, o ensinador cristão precisa cumprir o que ensina. Ele tem que viver o que ensina, assim como o pregador deve pregar o que vive e o cantor, cantar o que vive. Acerca de Esdras lemos: „Porque Esdras 185
tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor e para cumprila‟ (Ed 7.10). E, quinta condição, o ensinador cristão precisa ensinar, explicar e interpretar as Escrituras para outros. É a sua missão! Ele não estuda apenas para adquirir conhecimento, mas para aplicar em sua vida e instruir outros. Diz que Esdras dedicou o seu coração „para ensinar em Israel os estatutos e os juízos‟ (Ed 7.10). Em Neemias 8.8, lemos: „E leram no livro, na lei de Deus, e traduzindo, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se estendesse‟. E, por último, devemos buscar o avivamento através das práticas cristãs. Meus irmãos, a pregação, a oração e o estudo só irão suscitar efeitos, se nós estivermos dispostos a praticar aquilo que ouvimos. Tiago diz que não devemos ser ouvintes esquecidos, mas praticante da palavra (Tg 1.25). Então, a palavra só irá fazer algum efeito em nossas vidas se a praticarmos. Essa vida prática, de entrega e consagração ao Senhor inclui algumas coisas, como por exemplo: o foco do cristão não são as riquezas materiais, mas as espirituais, pois os bens materiais não compram os favores divinos; devemos nos santificar e nos consagrar integralmente ao Senhor; não devemos nos conformar ao estilo de vida e o modo de pensar deste mundo, pelo contrário, devemos nos conduzir como sal e luz desta sociedade e sempre confessar e abandonar nossos pecados. Portanto uma igreja avivada é uma igreja que se dedica a evangelização, a ação social, a comunhão dos santos, a busca dos dons do Espírito Santo e ensina seus membros serem cheios do Espírito Santo. E esse avivamento vem por ouvir a genuína pregação da palavra de Deus, por buscar a Deus em constante oração, estudar com perseverança as Escrituras e praticar as verdades aprendidas.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó [Salém] Em 17 de Julho de 2011 Sobre A Nova Criação em Cristo Leiamos Gênesis 1.26,27: „E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou‟. O homem foi criado a imagem de Deus. Em que se constitui essa imagem de Deus? Primeiro: imagem espiritual, segundo: imagem política e terceiro: imagem moral. 186
Na imagem espiritual, o homem é dotado de entendimento, vontade livre e várias afeições; na imagem política, o homem foi constituído como governador da criação, ele deveria dominar toda a terra; e, na imagem moral, o homem foi criado na perfeição de caráter e possuía uma natureza sem pecado. Quando o homem caiu, essa imagem foi prejudicada, denegrida, manchada; o homem deixou de ser um ser livre, e se tornou um escravo do pecado; o homem de ser uma pessoa entendida nas coisas espirituais, para se tornar totalmente bruto e ingnorante em relação as coisas divinas; o homem que foi criado para governar o mundo, cedeu o governo do mundo para o diabo. Por exemplo, quando o diabo disse, no deserto da tentação, ao mostrar todos os reinos do mundo a Jesus: „Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero‟ (Lc 4.6). Realmente, ele se refere a esse momento quando Adão se submete ao domínio de Satanás, e confere para o diabo o domínio deste mundo. É por isso que a Bíblia descreve o diabo como „governante deste mundo‟, „o deus deste século‟, e que „o mundo inteiro jaz no maligno‟ (Jo 12.31;14.30; 16.11; 2ª Co 4.4; 1ª Jo 5.19). Satanás governa as nações do mundo através do poder político, religioso e militar. Satanás é o deus do mundo caído, e não do mundo biológico. Por isso que a partir da Queda, tudo quanto o homem construiu - as cidades, a política, a religião, o poder militar e etc tudo está subjulgado ao poder de Satanás. O homem tornou-se um servo do diabo. Devemos entender que todas as coisas estão debaixo da soberania de Deus, até mesmo o império das trevas, porém, os reinos do mundo ainda serão colocados debaixo do domínio de Jesus Cristo, o cabeça da nova criação (Hb 2.8; 1ª Co 15.25-28). Por isso que Cristo tornou-se homem, para que legalmente ele pudesse tomar posse do reino do mundo que foi transferindo para Satanás através de um homem. Quanto a imagem moral, Adão perdeu a natureza sem pecado. Vocês sabem que no princípio, Deus colocou no meio do Jardim do Éden duas árvores, a árvore do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. O homem não foi proibido de comer da árvore da vida, mas proibido de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Naquelas duas árvores temos a natureza caída, que é a árvore do conhecimento do bem e do mal (a natureza pecaminosa), e temos a natureza espiritual, representada na árvore da vida. Se Adão tivesse comido da árvore da vida, teria transferir para os seus descendentes a natureza espiritual, todavia como ele não comeu da árvore da vida, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, transferiu para seus descendentes a natureza caída e depravada. Adão não foi criado com uma natureza espiritual, mas com uma natureza sem pecado, ele iria adquirir essa natureza espiritual ao comer da árvore da vida, desse modo, 187
Cristo não precisaria vir, pois Adão iria transferir para nós a natureza espiritual. Assim, Adão deveria tomar uma decisão para estabelecer o futura da raça humana. Porém, agora, em Cristo, teremos acesso a árvore da vida após a nossa ressurreição. Afirmamos que Deus não determinou que Adão caísse em transgressão, mas ao criar Adão, Deus sabia, de antemão, que ele caíria, por isso que antes de criar o homem e todas as coisas, Deus estabeleceu em Cristo um plano secreto de redenção (Ef 3.11; 2ª Tm 1.9). Essa plano secreto começou a ser revelado em Gênesis 3.15: „E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar‟. Conforme esse texto, Deus promete que da descendência da mulher iria nascer um que reverteria os efeitos do pecado que o diabo trouxe sobre a raça humana. Encontramos em Gênesis 22 que esse descendente prometido, que reverteria toda maldição na criação, procederia da descendência de Abraão. Leiamos Gênesis 22.16-18: „Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho, que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz‟. Deus escolheu a descendência de Abraão para fazer brotar esse homem, e assim a descendência de Abraão foi escolhida como povo de Deus. A partir de Abraão e sua descendência se estabelece o testemunho de Deus sobre a terra. Para isso Deus faz um pacto com Abraão, e dentre tantas cláusulas desse pacto, está em que „a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos‟ e que „em tua descendência serão benditas todas as nações da terra‟. A circuncisão dada a Abraão como sinal do pacto representava a entrada no povo de Deus. Já disse que Abraão e sua descendência foram escolhidos como povo de Deus e, para que alguém fizesse parte desse povo de Deus deveria praticar a circuncisão. A promulgação do pacto da lei de Moisés transformaria esse povo em uma nação santa e justa e em um reino de sacerdotes que deveriam governar sobre toda a terra. Esse era o objetivo da lei. Leiamos Êxodo 19.5,6: „Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel‟. 188
A nação de Israel foi escolhida para ser o reino do Senhor para governar sobre o mundo a partir da terra de Canaã, a onde estaria a capital desse reino. Prestem atenção, irmãos! Deus fez um pacto com Abraão, um pacto inquebravél e perpétuo; e o povo de Israel iri alcançar, digamos assim, esse pacto que Deus fez com Abraão através da lei de Moisés, que era outro pacto. Quer dizer, Deus estabeleceu um pacto através de Moisés, e se a nação de Israel se submetesse a esse pacto de Deus feito no Monte Sinai, iria, agora, herdar todas as bênçãos de Abraão. E na nação de Israel como reino de Deus, o rei messiânico brotaria da tribo de Judá, da casa de Davi. Portanto, entre as doze tribos de Israel, Deus escolheu uma tribo que iria vir o Rei que deveria governar, junto com Israel, o mundo. Leiamos Isaías 9.6,7: „Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto‟. E Lucas 1.32,33: „Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim‟. Esse texto revela a identidade do rei messiânico, Jesus Cristo. Irmãos! O reino prometido à Israel não é diferente do reino prometido à Igreja; a salvação dada a Israel não é diferente da salvação dada à Igreja. Não existem dois reinos, e nem existem duas salvação. São uma coisa só. O reino de Israel é o reino da Igreja, e salvação de Israel é salvação da Igreja. Porém, Israel anula o pacto da Lei e perde as promessas dadas à Abraão e o reino prometido à Davi. Israel deixa de ser povo de Deus, e é colocado no mesmo nível dos gentios. Leiamos alguns textos bíblicos que falam que se Israel não cumprir a lei de Moisés, quebrará o pacto de Deus e perderão a bênção de Abraão. Deuteronômio 31.16,17: „E disse o Senhor a Moisés: Eis que dormirás com teus pais; e este povo se levantará, e prostituir-se-á indo após os deuses estranhos na terra, para cujo meio vai, e me deixará, e anulará a minha aliança que tenho feito com ele. Assim se acenderá a minha ira naquele dia contra ele, e desampará-lo-ei, e esconderei o meu rosto dele, para que seja devorado; e tantos males e angústias o alcançarão, que dirá naquele dia: Não me alcançaram estes males, porque o meu Deus não está no meio de mim?‟. 189
Oseías 1.9: „E Deus disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus‟. Israel quebrou a aliança de Deus na época dos reis, depois do reinado de Davi e Salomão, quando o reino foi dividido em reino do norte, chamado de Israel e reino do sul, chamado de Judá, e ambos se renderam a adoração a Baal, e então, Israel foi destruída pela Assíria em 722 a.C, e Judá pela Babilônia em 587 a.C. Nessa ocasião foi eliminado o reino de Deus, por assim dizer, pois o reino de Deus deixou de ser representado na terra por Jerusalém, quando essa cidade foi destruída, pois ali estava o trono do reino do Senhor (1º Cr 28.5). Em Jeremias 3.17, está escrito: „...Jerusalém o trono do Senhor, e todas as nações se ajuntarão a ela...‟. o trono de Davi representava o trono de Deus. quando Davi e Salomão sentavam no trono em Jerusalém é dito que eles se assentavam no trono do Senhor (1º Cr 29.23). Então esse trono foi destruído quando Israel pecou, e Jerusalém deixou de representar a capital desse reino, e assim a expressão física que Deus tinha nessa terra, que representava o Seu domínio, pelo qual Ele iria tomar a terra da mão do diabo, foi banida, e o povo de Israel fracassou totalmente no que diz respeito alcançar a bênção de Abraão e estende-la para todas as nações da terra. Porém, através dos profetas, Deus prometeu restaurar a nação de Israel, o reino do Senhor e a bênção de Abraão, não mais através da velha aliança, mas da nova aliança. Então as bênçãos que Deus prometeu a Abraão, a nação de Israel deveria recebe-las não mais através da lei de Moisés, mas da nova aliança em Cristo. Leiamos Jeremias 31.31-34: „Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados‟. Nesse texto encontramos Deus dizendo que fará uma nova aliança, porque Israel quebrou a aliança antiga, e nessa nova aliança, Deus daria as clausulas que a compõem. E, Jeremias 33.14-17: „Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que cumprirei a boa palavra que falei à casa de Israel e à casa de Judá; Naqueles dias e naquele tempo farei brotar a Davi um Renovo de justiça, e ele fará juízo e justiça na terra. Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitará seguramente; e este é o nome com o qual Deus a chamará: O 190
Senhor é a nossa justiça. Porque assim diz o Senhor: Nunca faltará a Davi homem que se assente sobre o trono da casa de Israel‟. Esse rei prometido, que é o mesmo descendente da mulher em Gênesis 3.15 e o descendente de Abraão, é também, o renovo justo, que deveria estabelecer com Israel a nova aliança. Então, com a introdução da nova aliança, houve algumas mudanças. Citarei algumas dessas mudanças. Primeira mudança, a lei seria escrita no coração e na mente, e não mais em tábuas de pedra como na antiga aliança. Agora se o homem tem um coração caído e perverso, quero dizer, se Israel tinha um coração mau; como Deus iria escrever suas leis no coração de Israel? Ora, para que as leis de Deus possa ser escrita no coração de Israel, a nação deverá passar por uma transformação radical. Essa transformação radical foi prevista em Ezequiel 36.25-27: „Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis‟. Para que Israel pudesse, agora, ter as leis de Deus escritas no coração deveria passar por uma transformação radical, isto é, torna-se nova criatura; Israel tinha que nascer de novo. Se Israel não nascesse de novo, não poderia receber as lei de Deus no coração e nem os beneficios da aliança de Deus feita, agora, no Messias, e não mais com Moisés. E isso é de suma necessidade, pois pela antiga aliança, como já foi provado, Israel não consegue entrar no reino e alcançar a salvação. Essa mudança radical no coração é chamada de circuncisão do coração. Israel circuncidava o pênis para representar como sinal que estava em aliança com Deus e a obrigação de guardar as leis de Deus, mas, agora, Israel tinha que circuncidar o coração. Quem poderia circuncidar o coração de Israel? Leiamos Deuterenômio 30.6: „E o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao Senhor teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas‟. Israel obedecia as leis de Deus apenas no exterior como uma obrigação imposta, e não de todo o coração, porque ele tinha o coração pervertido e carnal, e não poderia se submeter as leis de Deus. Para que os israelitas pudessem obedecer as leis de Deus de coração; amar o Senhor mesmo de coração; eles deveriam ter o coração circuncidado. Essa ciruncisão acontecerá através da água e do Espírito – „aspergirei água pura sobre vós... e porei dentro de vós o meu Espírito‟, conforme está escrito em Ezequiel. Irmãos, tanto a água, que é a palavra de Deus como o Espírito são simbolizados pelas águas do batismo. Por isso 191
que, agora, o batismo nas águas é o sinal da nova aliança, substituíndo a circuncisão na carne. O batismo cristão representa a circuncisão do coração. Por isso que João Batista proclamavam a todos os judeus que se batizassem, porque ele estava preparando um povo para o Messias. Referindo-se as mesmas coisas de Ezequiel, Jesus disse: „Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus‟ (Jo 3.5). Jesus Cristo falou essas palavras para Nicodemos. E quem era Nicodemos? Era um fariseu e príncipe dos judeus, pertencente a nação de Israel, porém, para ele pertencer ao reino do Messias deveria nascer de novo. Os fariseus não iriam conseguir o reino de Deus através da lei de Moisé, a antiga aliança – eles guardavam a lei de Moisés à risca – mas através da nova aliança em Cristo, e para fazer parte dessa nova aliança em Cristo, eles deveriam nascer de novo. Com isso o Israel antigo seria o novo Israel, composto por judeus circuncidados no coração e nascidos de novo. Irmãos, quando Cristo veio, ele recriou um novo Israel. É por isso que ele escolheu doze apóstolos representando os doze patriarcas que deram origem as tribos de Israel. Cristo criou um novo Israel chamado de Israel de Deus. Leiamos Gálatas 6.15,16: „Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura. E a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus‟. Esse „Israel de Deus‟ é o novo Israel criado em Cristo Jesus. Irmãos, prestem atenção! Para os gentios fazerem parte do Israel antigo, o que era exigido? A circuncisão. Agora, para que os gentios façam parte do novo Israel de Deus, devem circuncidar o coração, isto é, nascer de novo. Como os judeus e gentios tornariam uma nova criação em Cristo, e teriam acesso aos benefícios da nova aliança? Através da fé no sacrificio de Jesus Cristo. Gostaria de fazer três perguntas para aprofundarmos o nosso assunto. Primeira pergunta: A fé salvífica é resultado da regeneração ou a regeneração é resultado da fé? O que vem primeiro!? Primeiramente, Deus torna o homem uma nova criatura para ele poder crer em Cristo ou o homem crer em Jesus para se tornar uma nova criatura? Segunda pergunta: o que o sacrificio de Cristo tem haver com o novo nascimento? E terceira pergunta: a regneração é um processo ou um ato instantaneo? Vamos a nossa primeira pergunta: Deus regenera para a pessoa crer ou a pessoa crer para ser regenerada? Calvinistas e arminianos! Os arminianos ensinam: „O Espírito Santo não pode regenerar o pecador antes dele crer. A fé precede e torna possível o novo nascimento‟. Os calvinistas ensinam: „os pecadores são, por si mesmos, incapazes de abandonar seus 192
maus caminhos, e se voltar à Cristo para receber misericórdia, conseguentemente o não regenerado não vai responder a chamada do evangelho para se arrepender e crer, o Espírito cria nele um coração novo e uma natureza nova, e isso é realizado através da regeneração. Assim através da regeneração, o Espírito Santo vivifica o pecador e cria nele a fé e o arrependimento‟. E aí, irmãos! A fé vem antes ou vem depois da regeneração? O regenerado torna-se filho de Deus. Leiamos João 1.12,13: „Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus‟. Aqui está a responta! A pessoa não se torna filho de Deus antes de ter fé em Cristo, isto é, o requisito para se tornar filho de Deus é ter fé em Jesus Cristo, e torna-se filho de Deus através da regeneração. Por isso que a regeneração não pode preceder a fé, pois uma pessoa não pode se tornar filho de Deus antes da fé, e tal pessoa para ser filho de Deus precisa ser renascida. Portanto, a fé precede o novo nascimento! É até um absurdo os calvinistas acreditar que a pessoa é regenerada antes de ter fé. Pois isso significa que a pessoa se torna filho de Deus antes de crer em Jesus Cristo. É claro que o pecador morto em seus pecados não pode crer por si só em Jesus, a não ser que opere no coração dele a obra do Espírito Santo, que é a obra de convencimento, mas essa obra não é a regeneração, pois essa só acontece depois que ele deposita sua fé em Cristo. A segunda pergunta: o que o sacrificio de Cristo tem haver com o novo nascimento? Tudo! Pois para que Israel pudesse receber os benefícios da nova aliança, a nova aliança tinha que ser sancionada, e uma aliança é sancionada com sangue. Segundo a lei apenas o sangue pode sancionar uma aliança (Hb 9.18-22). Leiamos Lucas 22.20: „Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós‟. A nova aliança foi sancionada no sangue de Jesus Cristo. E uma das cláusulas da nova aliança é que „perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados‟ (Jr 31.34). Porém, eles só poderiam receber o perdão dos pecados, se Cristo derramar o seu sangue em favor deles. E assim antes deles serem regenerados tinham que ser justificados e perdoados. A justificação vem antes da regeneração. Primeiramente os nossos velhos pecados, os velhos pecados de Adão, são perdoados e expiados no sangue do Cordeiro para depois brotar em nós a nova criatura. Vamos agora à terceira pergunta: a regneração é um processo gradual ou um ato instântaneo? O novo nascimento é um ato instântaneo. A reneração é uma transformação radical, a implantação da nova natureza no crente, porém, a santificação é um processo gradual. A regeneração não 193
elimina a velha natureza, por isso que o crente tem duas naturezas; a velha natureza será elimanada na glorificação do crente. O crente regenerado pelo Espírito Santo pode apostatar da fé e perder a salvação? Será que a pessoa que foi regenerado e recebeu a semente incorruptível dentro dele, é possível essa regeneração ser desfeita? A Bíblia garante que Deus vai concluir a obra da salvação no crente, isto é, a salvação do crente está segurada em Cristo; o crente não é salvo por seu próprio esforço e obra, mas é Deus que opera nele a sua salvação. Paulo disse que nada pode separar o crente do amor de Cristo (Rm 8.28-39; Rm 14.4; Fl 1.6; 2ª Pe 5.10; Jd 24). Porém a Escritura, também, em alguns textos, mostra que é possível o crente apostatar da fé e decair da graça perdendo a sua salvação (1ª Tm 4.1; 2ª Tm 4.3,4; 2ª Pe 2.1-3; 3.3; Jd 17-19). E uma vez que a regeneração é destruída no crente por causa da apostasia, nunca mais a regeneração é produzida nele. Para os apostatas não há mais arrependimento (Hb 6.4-6; 10. 26-31; 2ª Pe 2.20-22). Todavia, convém salientar uma diferença entre o apostata e o desviado. O desviado não deixa de ser um regenerado, ele é um filho pródigo, longe da casa paterna, pois a sua queda foi motivado por alguma fraqueza, e não por negar a veracidade da fé. Mas o apostata destroi dentro dele a regeneração, pois nega terminantemente a fé que uma vez abraçou. O desviado regenerado mais cedo ou mais tarde voltará para o Senhor, porém, se ele não voltar foi porque ele nunca foi regenerado ou se apostatou da fé. Há dois tipos de apostasia: doutrinária e moral. Nesses dois tipos de apostasias, o crente perde a salvação. A apostasia doutrinária é negar as doutrinas bíblicas (Hb 10.28-31; Mc 3.29) e apostasia moral é permancer pecando voluntariamente (Hb 10.26,27; Ez 18.24,26; 33.13,18). Agora, o crente que caiu por fraqueza, quer servir a Deus, mas não tem força, essa pessoa pode ser renovada pelo Espirito Santo novamente (Tg 5.19,20; 1ª Jo 5.16), mas o crente que nega a doutrina e vive na prática do pecado, se apostatou, não volta mais está em Hebreus 6.4-6 e 2ª Pedro 2.2022. Por isso os crentes são exortados a vigilância e a perseverança para não fazer parte desse grupo de apostatas (Lc 21.34-36; Hb 3.12-14), e depender inteiramente da misericórdia de Deus para fazer parte do grupo dos eleitos (2ª Tm 1.9,12,18; Jd 21).
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Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó [Salém] Em 24 de Julho de 2011 Sobre A Comissão Cultural e a Grande Comissão
Na palestra anterior nós aprendemos que tanto os judeus como os gentios que exercem fé em Jesus Cristo tornam-se uma nova criação em Cristo, e juntos formam a igreja, a congregação do povo de Deus, nação santa e reino de sacerdotes. Tendo Jesus como Salvador, Senhor e Rei, por isso que temos que nos submeter totalmente ao senhorio e reinado de Cristo. Isso inclui cada aspecto de nossas vidas e, em particular, de nossa comosvisão, de nossa conduta e de nossas relações. E é exatamente sobre isso que irei ministrar nessa manhã. A responsabilidade da igreja não é apenas com a evangelização, mas também com a ação social, assistência cristã, pois a igreja como agência do reino de Deus tem uma missão integral no mundo. Para entendermos isso temos que rever o conteúdo da pregação do evangelho. O evangelho não é uma mensagem que pregamos com nosso próprio raciocínio humano; o evangelho é a mensagem e a palavra de Deus. Portanto o conteúdo de uma mensagem evangelística deve abordar: Primeiro, a criação, a origem do homem; segundo, a queda do homem por Adão e terceiro a redenção, que é a restauração do homem por Cristo. Esses três temas, criação, queda e redenção deve ser o conteúdo da pregação do evangelho. Não podemos iniciar a pregação do evangelho pela redenção, porque o pecador não irá saber de que o homem precisa ser redimido. E se dizermos que precisa ser redimidos de seus pecados, ele precisa saber de onde se originou o pecado, mas também não podemos iniciar pela queda, porque se falarmos apenas da queda, que o homem é pecador, depravador e incapaz de responder a Deus, estaremos tirando o valor da criatura humana. Então, para que a mensagem do evangelho seja completa precisa iniciar pela criação, quando Deus criou todas as coisas, principalmente a coroa da sua criação, que é o homem. Depois partirmos para a queda, e mostrar como o pecado, o sofrimento e a tirania tomaram conta da criação de Deus, e o governo que deveria está subordinado ao homem para governar debaixo da orientação de Deus, se tornou um governo de Satanás. Para doravante, falar do propósito da redenção, onde explicamos porque Cristo teve que vir e morrer pelos pecados dos homens. Isso é o conteúdo da pregação do evangelho, nossa mensagem é de Gênesis ao Apocalipse. Conhecendo o conteúdo da pregação do evangelho, quero falar do propósito da pregação do evangelho. Irei citar alguns propósitos: contemplar o homem como um todo: corpo, alma e espírito. O Senhor Jesus não veio 195
redimir apenas a alma das pessoas, o espírito das pessoas, ele veio resgatar e restaurar o homem na sua integridade completa: corpo, alma e espírito. A salvação trazida por Cristo é uma salvação completa para todo ser da pessoa humana e restaura-la em toda a sua integridade física, espiritual e emocional. Por causa da influência grega, temos a tendência de espiritualizar demais a salvação, pensando que Deus apenas irá salvar a alma e o espirito. Essa espiritualização da salvação é tão latente em nós que pregamos a salvação após a morte. Meus irmãos, não existe salvação depois da morte, existe salvação depois da ressurreição. As pessoas irão usufruir da sua salvação plenamente em Deus quando ressuscitarem. Mas para os gregos e todas as religiões orientais a salvação é após a morte; para eles a salvação é a libertação do corpo físico e a libertação desse mundo „mau‟. E não é! Temos a impressão que a salvação vai ser usufluída no céu, a onde nossos espíritos desincorporados irão conviver com os anjos. Porém a verdade é que a salvação será usufruída na terra! Com nossos corpos físicos aqui na terra; será em novo mundo, livre de toda maldade, mas esse novo mundo será na terra. Por essa razão, a igreja tem que se preocupar, não apenas com o espírito das pessoas, mas também com seus corpos; não apenas com a salvação espiritual das pessoas, mas também com suas condições sociais. A pregação do evangelho não é apenas para tirar a pessoa do pecado, e colocála na igreja a fim de caminhar para o céu; a salvação pregada pela igreja, também, diz respeito tirar as pessoas das drogas e colocá-la como cidadão para conviver no meio da sociedade como uma pessoa íntegra. Outro propósito da pregação do evangelho é restaurar o homem integralmente. Isso significa que após a pessoa ouvir a pregação do evangelho, e se converter, ela deve ser instruída em todas as áreas da sua vida. Pois a igreja não pode apenas pregar a salvação espiritual, e negligenciar a família, a educação, a sociedade e etc. A igreja tem que ter uma mensagem para o cidadão, o pai de família, o marido, a dona de casa, os filhos, o trabalhador, e etc., enfim a mensagem do evangelho é fazer com que a pessoa conviva bem na comunidade cristã, na sua família, na sociedade, no emprego e na escola ou faculdade. Outro propósito da pregação do evangelho é promover a reconciliação da criatura com o Criador. O homem está separado do seu Criador, e sem a orientação do nosso Criador, estamos desnorteado na vida. Não sabemos como viver em sociedade, criar nossos filhos, relacionarmos com nossos cônjugue, nos relacionar uns com os outros, etc. quando entramos em uma relação pessoal como o nosso Criador, recebemos uma nova comosvisão. Até então, temos uma comosvisão mundana, uma visão mundana de enxergar as coisas. 196
Por causa da nossa cosmovisão mundana, a criação, a queda e a redenção recebem conotações totalmente alheias dos propósitos de Deus. Qual é a cosmovisão do homem em relação a criação? Que a ciração não se originou das mãos de Deus, mas surgiu da matéria eterna. Essa é uma cosmovisão ateísta, negando Deus como autor da criação conforme narrada em Gênesis. Então, o homem moderno começa a desenvolver a sua cosmovisão a partir dessa filosofia ateísta. E quando o homem nega a historicidade de Gênesis, reputando como mitologia, ele deixa de acreditar na doutrina da queda do homem, e isso afeta a questão da ética moral. Porque se não existe o Criador pelo qual você deve prestar contas, também não existe a moralidade. Aí entra o relativismo. A verdade deixa de ser absoluta para ser relativa. Isto é, o que é pecado para você, não é para mim; o que é ética moral para você, não é para mim; a sua verdade é sua, a minha verdade é outra verdade. E assim a vida do homem é estabelecido em princípios relativos, e não em princípios absolutos. E por negar a queda do homem ou a origem do pecado original em Adão, a redenção é, digamos assim, descartada. Porque se o homem não tem nenhuma dívida para com Deus, pois esse Deus não existe, também, ele não precisa ser redimido de nada. E, assim o homem precisa, simplesmente, ser educado para adquirir bons modos para viver em sociedade. Essa é cosmovisão mundana. Mas quando somos reconciliados com o nosso Criador, temos que ter uma comosvisão cristã. E qual é essa comosvisão cristã? É que Deus criou todas as coisas; é que o homem foi constituído como o principal personagem dessa criação; porém, esse homem caiu e tornou-se pecador e se depravou, de modo que tudo quanto o homem constrói, faz e pensa, isto é, todas as suas filosofias, todas as suas ideologias, todas as suas crenças e todos os seus valores, são voltados, unicamente, para uma criatura que usurpou o lugar de Deus no coração do homem. Essa criatura é Satanás. Entretanto, cremos, também, na redenção do homem. Que é Deus resgatando o homem para o seu estado original e para servir a Cristo dentro de uma comosvisão cristã. Outro propósito da pregação do evangelho é proporcionar ao homem condições necessárias para que ele sinta a plena comunhão da família de Deus. Meus irmãos! As pessoas não são apenas salvas para morar com os santos no céu, mas também para morar com os santos na terra. Dessarte, nessa convivência, aqui na terra, temos que aprender a conviver uns com os outros. Temos que ter disponibilidade para ajudar o próximo que está passando por dificuldade e para consolar aqueles que estão chorando. Temos que nos despir do nosso egoísmo, que tínhamos lá no mundo, e que só pensavámos em nos dá bem na vida e o resto que se „lasque‟. Temos que 197
tirar essa mentalidade da cosmovisão mundana, e nos revestir de uma nova visão do reino de Deus para ajudar aqueles que estão carentes. Isso signficia que quando éramos do mundo queríamos ser ricos para ter poder, fama e sucesso; para sairmos com as mulheres mais bonitas, exibirmos as nossas condições financeiras para as pessoas; para poder ter a melhor casa, os mehores móveis e todos os anos poder comprar um automóvel zero km. Essa era a nossa comosvisão mundana. Porém, a comosvisão cristã é que trabalhemos com diligência, e se ficarmos ricos é para ajudar os pobres, trazer benefícios para os que vivem nas favelas e estender as mãos para os desvaforecidos. Quando aquele jovem rico procurou o Senhor Jesus e disse: „Bom Mestre! Que farei para herdar a vida eterna?‟. E Jesus lhe respondeu: „Não sabes os mandamentos: não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe‟. Ele disse: „isto tenho obedecido desde a minha adolescência‟. Porém, Jesus replicou: „ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte com os pobres e então vem e me segue‟. Jesus falou isso porque o coração daquele homem estava preso às riquezas; ele era um religioso, mas a sua riqueza não era religiosa; ele era „cristão‟, mas seus bens não eram „cristãos‟, eram seculares. A sua riqueza não tinha nada a ver com a pobreza, mas para bancar a sua vida rica. Quem tem que cuidar dos pobres eram a sociedade, as associações, as igrejas, seja lá o que for, mas ele não queria ter nenhuma responsabilidades com os pobres, sua responsabilidade era apenas obedecer os mandamentos de Deus. Cristo foi no âmago e no cerne daquele coração onde estava arraigada a idolatria daquele jovem. Assim, o cristão tem que colocar no altar do evangelho de Cristo toda a sua vida para ajudar o próximo. Portanto, os propósitos da pregação do evangelho, alistados à pouco, faz parte da missão integral da igreja. O que é a missão integral? Segundo o Pr. Wagner Gaby é „Proclamar a mensagem da salvação mediante a pregação e as ações que a esta se seguem, tendo sempre a visão total do homem‟ (Lição 04-3ºTrim/2011). A missão da igreja não é apenas pregar o evangelho com um conteúdo espiritual para salvar o espírito do homem, mas esse homem uma vez salvo, precisa ser atendido nas suas necessidades básicas. Por exemplo, muitas pessoas que vêm do mundo para nossas igrejas são analfabetas, porém, essas pessoas não podem continuar em nossas igrejas sem saberem ler. As igrejas têm que criar ferramentas para ensinar essas pessoas a lerem. E não é apenas uma pessoa, são várias pessoas que não sabem ler e continuam sem saberem. Porém, para cumprirmos a nossa missão integral, temos que ensinar essas pessoas a lerem. As igrejas não tem que apenas restaurar a moral das pessoas, mas também, o intelecto das pessoas. Por exemplo, duas pessoas que vivem 198
juntas, quando aceitam a Cristo, ensinamos que devem se casar para poderem ser batizados. E assim, se casam e se batizam, e uma família é estruturada. Porém, se fossem um casal de analfabetos, eles se batizariam analfabetos e permaneciam analfabetos. Porque estamos interessados apenas com a moralidade, e não com a intelectualidade. Mas não só negligenciamos a questão intelectual, mas também a questão social. Muitas pessoas que se convertem estão com suas vidas sociais arrasadas; algumas são pessoas drogadas que vivem na margem da sociedade, rejeitadas pelas famílias, desempregadas e sem perspectivas de arrumar empregos. Então, essas pessoas não tem dinheiro, algumas delas até roubava para custear os seus vícios. Essas pessoas vêm para a igreja desse jeito. Por isso que as igrejas têm que ajudar socialmente essas pessoas, encaminhando-as para fazerem um curso profissional ou a própria igreja ter núcleo de cursos profissionalizantes. A igreja tem que se preocupar em profissionalizar essas pessoas. Não é apenas dá uma sexta básica; não é apenas dá o peixe, mas ensinar a pescar. Pois não iremos resolver a situação social das pessoas, apenas recardando os nossos mantimentozinhos na santa ceia, e depois distribuí-los para quem está passando fome. Não! Claro, irmãos, que isso compõe a nossa missão, mas ainda não se constitui a missão integral. A missão integral é reintegrar essas pessoas em atividades profissionais na sociedade para serem tanto consumidoras como produtoras. E como a igreja faz isso? Incentivando, ensinando e criando meios para as pessoas se profissionalizarem. Não é apenas uma ação paliativa, mas uma missão integral. E já estudamos sobre esse assunto, onde aprendemos que a assistência social é uma ação prioritária da igreja. Será que a igreja primitiva fazia missão integral? O próprio Pr. Wagner Gaby nos responde: „No primeiro século da era cristã, a proclamação do Evangelho e a diaconia (serviço) da igreja eram inseparáveis (At 4.34,35; 6.1-7). Isto fez com que a igreja em Jerusalém caísse na graça do povo (At 2.46,47)‟ [Lição 04-3ºTrim/2011]. A igreja primitiva não tinha apenas apóstolos e pregadores, mas tinha também diáconos para ajudar os pobres, os órfãos e as viúvas. Isso era serviço social. Mas talvez alguém replique dizendo que cuidar dos pobres não é a missão da igreja, mas dos governantes. Digo, porém, que a igreja, também, é uma ação, junto aos governos, para integrar o ser humano na sociedade. O poder público não tem como recuperar um drogado, mas a igreja tem. A igreja tem o poder de tirar essa pessoa das mãos de Satanás, e ensina-la a palavra de Deus e coloca-la na sociedade para ser um trabalhador. A igreja tem o poder de atingir uma pessoa que não quer saber de estudar, instilar na sua alma amo pelo estudo e a leitura. 199
Nós não podemos cruzar os braços! Temos que incentivar as pessoas ao estudo, a voltar às aulas. Não podemos estar de braços cruzados, enquanto as crianças estão fora da escola. A igreja tem que incentivar os pais a colocarem seus filhos na escola. O governo está fazendo a sua parte? Está! O governo está oferecendo bolsa à família que manterem seus filhos na escola. Isso é louvável. Mas a responsabilidade, também, recaí sobre nós como igreja. Infelizmente estamos longe da missão integral. Por exemplo, a comissão diaconal da nossa congregação está com dificuldade de fazer visitas nos lares das pessoas, a fim de saber como elas estão. É só um dia na semana, mas estamos em uma dificuldade grande para levar essa obra avante, quanto mais termos recursos para ajudar as pessoas necessitadas. As nossas congregações aqui no Palmeiras tem mais de 30 anos, e eu nunca ouvi falar de algum culto de formatura. A igreja não incentiva seus jovens a fazerem faculdade. Quando alguém entra na faculdade, surge o boato: „Exi! O irmão vai se desviar; vai encher a cabeça de filosofias e ideologias mundanas, e vai se afastar do evangelho‟. Na verdade a missão integral da igreja faz parte de algo mais abrangente chamado de comissão cultural. Antes de entrarmos nesse assunto, temos que definir o que é cultura. Cultura é um sistema integrado de crenças, de valores, de costumes e de instituições. As instituições expressam estas crenças, valores e costumes que unem a sociedade e lhe proporcionam um sentido de identidade, de dignidade, de segurança e de continuidade. A igreja como instituição faz parte da cultura. E assim temos crenças valores e costumes. Temos crenças sobre Deus, sobre a realidade e sobre o significado da vida; temos valores sobre o que é verdadeiro, bom, bonito e normativo e temos costumes como nos comportar, nos relacionar com os outros, falar, orar, vestir, trabalhar, jogar, fazer comércio, comer, trabalhar, etc. Além das igrejas há outras instituições como governo, tribunais, templos, famílias, escolas, hospitais, fábricas, lojas, sindicatos, clubes e etc. Agora vamos definir o que é comissão cultural? É a missão dada ao homem para criar uma cultura debaixo do senhorio de Deus. Também chamada de mandato cultural ou mandamento cultural. Isso inclui cuidar dos bens naturais e sociais da terra. Leiamos Gênesis 1.28: „E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra‟. A primeira frase „frutificai e multiplicai‟ significa desenvolver o mundo social: formar famílias, igrejas, escolas, cidades, governos e leis; segunda frase: „enchei a terra, e sujeitai-a‟ significa subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes, projetar computadores, compor 200
músicas e etc. Esse texto é chamado de o mandato cultural, porque nos fala que nosso propósito é criar culturas e construir civilizações. Essas coisas não foram ordenadas ao homem para praticarem depois da queda; essas coisas foram ordenadas ao homem no seu estado original. Antes da queda, Adão e Eva tinham a responsabilidade de cumprir a comissão cultural dada por Deus. Diz o Pr. Wagner Gaby: „Deus ordenou a Adão e Eva que administrassem a terra, tornando-a produtiva e habitável (Gn 1.26). Desde então, cada homem faz-se responsável pela criação diante do Criador‟ (Lição 04-3ºTrim/2011). Irmãos, fomos colocados nessa terra como mordomos da criação de Deus, e assim somos responsáveis por tudo quanto acontecesse nessa terra, e iremos colher os resultados sejam bons ou ruins. Porém, logo no inicio o que aconteceu com a comissão cultural? Adão caiu, e com a queda, ele desvirtuou a sua comissão cultural; Adão caiu, e colocou tudo na mão do diabo, de modo que ele construiu uma civilização e uma cultura debaixo do poder do diabo. Lembre-se que o jardim do Éden estava localizado na mesopotâmia, entre os rios Eufrates e Tigre, e foi nesse território que se popularizou as primeiras cidades, e teve início as primeiras civilizações, uma dessas cidades era Babilônia. O governo do diabo iniciou ali. A cultura humana e a civilização humana foram desenvolvidas debaixo do domínio do diabo. E até hoje a civilização humana está debaixo do governo do diabo, de modo que nas escolas em vez de ensinar o criacionismo, ensina-se o evolucionismo. As religiões estão desvirtuadas de Deus, ou seja, em vez de adorarem o Deus único e verdadeiro, adoram deuses falsos e mentirosos. E assim em toda a cultura humana há elementos decaídos do homem, dedicados ao diabo e também ao seu próprio ego. Porém, o evangelho de Cristo traz consigo a comissão cultural. Jesus Cristo, exatamente, para restaurar a terra, e também remover dessa cultura sua influência demoníaca com sua cosmovisão mundana e dá-lhe uma conotação cristã. É aquilo que Paulo escreveu em 2ª Coríntios 10.4,5: „Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os sofismas, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo‟. Então, a igreja não pode se trancafiar dentro do seu templo e deixar o pau torrar lá fora, a igreja tem que arregaçar sua manga e ir para fora e enfrentar a sociedade, penetrar nas câmaras dos vereadores, deputados e senadores e ter voz ativa, pois a igreja foi constituída por Cristo como uma autoridade sobre essa terra. E como autoridade, a sua missão não é apenas pregar o evangelho, mas também, tem a missão cultural. Se os homens estão destruindo a nossa terra, não podemos ficar calados. 201
A nossa pregação não se constitui apenas em dizer que a pessoa é pecadora e tem que aceitar Jesus. O Pr. Wagner Gaby vai dizer que „o Evangelho de Cristo não visa apenas salvar o homem do pecado e do inferno, mas também levá-lo a agir como instrumento transformador da sociedade na qual acha-se inserido‟. Os crentes têm que penetrar na sociedade, meus irmãos, com uma cosmovisão cristã. O que está acontecendo com os cristãos? Estamos dividindo o sagrado do secular. O que é sagrado é com a igreja, o que secular é com o mundo. Não devemos secularizar o sagrado, mas devemos santificar o secular. Não pode haver uma divisão entre o sagrado e o secular na vida do cristão. „Na igreja, eu sou diácono, no meu trabalho, eu sou professor de português, isso não tem nada haver uma coisa com a outra‟; „Na igreja, eu sou presbítero, mas na faculdade, eu sou professor de história. Então, lá eu ensino que o homem veio do macaco, mas aqui, na igreja, eu ensino que o homem veio das mãos de Deus‟. Não pode, irmãos! Temos que influenciar a sociedade com a cosmovisão cristã. Não podemos ter um testemunho cristão apenas dentro da igreja, pois a obra de Deus não se faz apenas dentro da igreja. A obra de Deus, também, se faz quando estamos na sociedade. Era exatamente essa a visão de Lutero e Calvino que revolucionou a reforma. Porque na Igreja Católica havia o clero e leigo. O clero vivia no mosteiro, fazendo pão e fabricando vinho para ceia, lendo a Bíblia, interpretando-a, copiando-a e pregando-a. não tinha nada a ver com a sociedade mundana. Enquanto, o leigo trabalhava, que nem um condenado, sofria e padecia para sustentar essa casta preguiço de clero. O leigo não podia ler a Bíblia e nem servir a Deus, o que tinha que fazer era pagar para poder realizar alguns sacramentos para ser salvo. Essa era a divisão de classe na igreja católica no período medieval. Mas Lutero chegou e, hipoteticamente, disse: „Não existe nem sagrado e nem secular. O pastor está fazendo a obra de Deus quando está pregando, mas também, o padeiro, quando está fazendo o seu pão, está fazendo a obra de Deus‟. Portanto, temos que santificar o secular. Muitos cristãos na igreja são crentes convictos, mas na sociedade são caladinhos e não dizem nada. Por que eu gosto dos protestos do Pr. Silas Malafaia? Porque ele é um pastor que tem uma cosmovisão cristã. Enquanto que um bocado de pastores ficam calados e com a boca amordaçada, o Pr. Silas Malafaia tá lá: „Olha, não pode ter casamento de gay, somos contra o aborto, etc.‟, e dando a cara a bofete, porque o Pr. Silas Malafaia entende que a sua mensagem não só para os crentes e para dentro da igreja, mas para a sociedade, para os governantes e líderes e para quem quer que seja. Na Bíblia, os profetas de Deus não só exortava o povo para obedecer aos dez mandamentos, mas, também, para ajudar os pobres e fazer ação 202
social. Agora por que dizemos: „a ação social é responsabilidade do mundo, a nossa responsabilidade é a pregação do evangelho‟? É porque não temos uma cosmovisão cristã, mas uma cosmovisão mundana. Para nós a igreja é um ambiente espiritual, aqui temos que vestir roupa de crente, falar como crente e ter trejeitos de crente, mas quando chegamos lá fora, ali muda totalmente nosso testemunho e nosso discurso. O cristão tem que aplicar os princípios cristãos na sua vida secular seja profissional, educacional e social. Irmãos, o trabalho secular é obra de Deus, faz parte da comissão cultural. Deus ordenou a pessoa trabalhar, então a pessoa que trabalha, está fazendo a obra de Deus. É um contrassenso a pessoa se dedicar ao seu trabalho, e depois alguém lhe disser: „Irmão, você tem que fazer a obra de Deus!‟. Mas a pessoa está fazendo a obra de Deus, ela está trabalhando. Não foi todo crente que foi chamado para ser pastor, sacerdote ou pregador. Isso é questão de vocação. Se alguém tem vocação para ser pastor, então é a sua missão, mas outro tem a vocação para ser professor, médico, advogado, e qualquer outra coisa, menos pastor. A pessoa não pode dizer: „Oh, eu não faço a obra de Deus. Para eu fazer a obra de Deus, tenho que largar o meu emprego, e me dedicar em um ministério de tempo integral para fazer a obra de Deus‟. Não! Meus irmãos! Estamos fazendo a obra de Deus quando estamos cuidando da terra; quando um irmão está consertando bicicletas, ele está fazendo a obra de Deus. Quando o irmão Jefferson, que trabalha na Sucam, faz visitas nas casas para combater os mosquitos da dengue, ele não está prestando serviços apenas para o Governo, mas, também, para Deus. Porque é Deus que quer que mantemos o meio ambiente livre de proliferação de bactérias, fungos, vírus e isentos, e assim haverá um equilíbrio ambiental no ecossistema. Prestem bastante atenção! Se tivermos preconceitos para estudar a própria teologia, que é uma matéria muito útil para o ministério, como teremos incentivos para cursar filosofia, psicologia, direito, advocacia, e etc. o que ouvimos é: „a letra mata‟. Deus nos mandou desenvolver nosso raciocínio. Foi ele que nos deu conhecimento e entendimento, nos criou com raciocínio. Se Adão não tivesse caído, mesmo assim, ele iria construir computadores, desenvolver a tecnologia, fazer descobertas cientificas. Pois as matérias-primas que possibilitavam esses avanços já estavam na terra, não foram trazidos de outros planetas. É claro que certas coisas seriam desnecessárias, mas mesmo assim Deus já tinha possibilitado os recursos. Por exemplo, quando o homem caiu e ficou sujeitos às doenças, Deus não disse: „Agora vou criar certas plantas para o homem extrair remédios‟. Não! As plantas já foram criadas com esses recursos. Infelizmente a queda 203
trouxe prejuízos para as pessoas, de modo que cumprimos a comissão cultural com muitas dificuldades. Não podemos ter apenas uma visão escatológica e catastrófica do futuro, dobrando os braços e aguardando a destruição desse mundo, e ignorar as questões da sociedade. A nossa missão também envolve o presente aqui e agora, na busca do bem para o ser humano. Dessa maneira, a igreja tem que ter uma voz ativa e participativa na sociedade. Quando afirmamos que o cristão é cidadão do céu e cidadão da terra, não estamos criando uma dicotomia, um dualismo e uma divisão. Estamos dizendo que a pessoa que operar com os princípios do reino dentro da igreja, tem que operar com esses mesmos princípios na sociedade. Por exemplo, um aluno que é crente não deve ouvir passivamente uma aula sobre a evolução, ele deve falar também, manifestar seus princípios e suas crenças. Não podemos separar a nossa vida cristã da nossa vida secular. Não podemos pensar que estamos servindo a Deus apenas quando estamos na igreja, cantando, pregando, orando e ofertando, pois estamos, também, servindo a Deus quando estamos executando na sociedade as coisas que Deus nos ordenou. Será que é pecado um cristão ser político? Não! Porque a política faz parte da comissão cultural de Deus. Pelo contrário, o crente político terá uma ferramenta para demonstrar a sua cosmovisão cristã diante de vários questionamentos. Porém, ele não pode pensar: „Na igreja, eu sou pastor e prego o evangelho, mas na política, eu me envolvo com mensalão, recebo propina e sou corrupto‟. Não! O cristão político tem que manifestar seus princípios cristãos dentro da política também. O evangelho é a verdade absoluta, isso significa que tudo, seja filosofia, psicologia, pedagogia e todos os ramos do conhecimento humano têm que estar subordinados ao evangelho de Cristo. A mentalidade da sociedade é que o evangelho é coisa da religião e deve ficar dentro da igreja, mas a mentalidade cristã é que o evangelho tem que permear todos os setores da sociedade. Um cristão pode ser um policial, um político, um advogado e etc., mas o evangelho tem que ser uma verdade absoluta para ele, e deve levar o evangelho consigo. Não podemos ser crentes no domingo, dando glória a Deus e aleluia na igreja, mas na segunda-feira, acordarmos chateados porque vamos trabalhar. Devemos trabalhar para fazer a obra de Deus. Muitos pais que são cristãos pregam o evangelho, ganham almas para Jesus e participam das orações, mas essas mesmas pessoas que são espirituais na igreja, não educam seus filhos; sentam com as pessoas para falar do evangelho, mas não sentam com seus filhos para ensina-lhes a palavra de Deus. Temos que preparar nossos filhos para enfrentarem o ateísmo nas faculdades, pois tem muitos filhos de crentes que quando chegam na faculdade, se desviam, pois nunca ouviram, em lugar algum, as teorias ateístas acerca da criação. 204
Na igreja só ouvimos exortação para orar, pregar e fazer qualquer outra coisa espiritual, mas não se ouve exortação acerca da vida social, educacional, profissional e familiar das pessoas. Não tem! Para ouvirmos uma palestra sobre família, temos que fazer um seminário da família, e isso uma vez no ano, pois no cotidiano da igreja não se ouve nada. Temos que ampliar nossa visão e atingir todas as áreas da vida humana.
Mensagem Ministrada em Uma Campanha no S.S. João Em 03 de Agosto de 2011 Sobre O Evangelho Objetivo e o Evangelho Subjetivo
Estou muito alegre com a vitória da irmã Fafá (Fátima Santiago). Acredito que Deus vai realizar muitas bênçãos neste lugar através da sua serva, e que não é em vão o seu estabelecimento nesta rua, porque todas as coisas que acontecem conosco, acontecem dentro do propósito eterno de Deus. Gostaria de fazer uso da palavra de Deus e citar um texto bíblico que se encontra no Evangelho segundo Marcos 16.15,16: „Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado‟. Nesta noite, quero falar a todos quantos estão me ouvindo do evangelho objetivo e do evangelho subjetivo. Na verdade não são dois evangelhos, mas um só evangelho com esses dois lados: o lado objetivo e o lado subjetivo. O evangelho objetivo é aquele realizado e executado por Jesus Cristo, e o evangelho subjetivo é aquele realizado pelo Espírito Santo. É aquilo que o Espírito Santo executa, realiza e opera baseado na realização do Senhor Jesus Cristo. O princípio do evangelho objetivo é encarnação do Filho de Deus. Preste atenção! Pois eu não estou dizendo a „reencarnação‟, mas a „encarnação‟. A encarnação é totalmente diferente da reencarnação. A reencarnação é uma doutrina espírita, demoníaca (diabólica) e totalmente contrária a doutrina bíblica. A reencarnação ensina que o homem após a sua morte, torna a viver novamente, e assim entra em uma cadeia sucessiva de reencarnações até que um dia alcance a perfeição e então se salve. Porém, esse ensino, muito crido na atualidade, é totalmente antibíblico, pois se confronta com o ensino bíblico da ressurreição. Ou acreditamos na reencarnação ou na ressurreição. Porque são dois ensinamentos totalmente incompatíveis. E, nós, cristãos, ficamos com a ressurreição, porque é uma doutrina fundamentada nas Escrituras. 205
Então, para que o Filho de Deus desse início ao evangelho objetivo, ele teve que se encarnar. Assim está escrito: „No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... e o Verbo se fez carne, e habitou entre nós‟ (Jo 1.1,14). A doutrina da encarnação é a autenticação do verdadeiro evangelho de Cristo. Pois se o Filho de Deus não se tornou homem não há evangelho. E, também essa doutrina é fundamental para autenticar os verdadeiros cristãos, pois está escrito: „[quem] não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo‟ (1ª Jo 4.3). Quando falo da encarnação do Verbo divino que se tornou homem, eu preciso refutar outra doutrina falsa pregada por uma seita pseudocristã, e muito popular em nossos bairros. Essa seita ensina que o Cristo não era divino, mas uma criatura espiritual poderosa que deixou se ser uma criatura espiritual e se tornou em uma criatura humana na sua encarnação, entretanto, após a ressurreição deixou de ser humano e voltou a ser novamente uma criatura espiritual poderosa. Essa doutrina não encontra base nas Escrituras Sagradas, porque na verdade, o Filho de Deus permaneceu divino na sua encarnação, pois ele não subtraiu a sua divindade para assumir a humanidade, pelo contrário, ele adicionou a humanidade à sua divindade. De modo que Jesus Cristo é Deus e Homem. Talvez você diga: „Mas eu não compreendo isso?‟. Mas não é para compreendermos mesmo! Porque Paulo disse: „Grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne‟ (1ª Tm 3.16). Porém, quando digo que Jesus se tornou homem, não estou tentando criar uma personagem híbrida, como se fosse um semideus e um semihomem. Não! Ele era 100% Deus e 100% Homem. Foi necessário que o Filho de Deus assumisse a humanidade para trazer a salvação à raça humana, sim, foi preciso que o Filho de Deus se tornasse homem, e homem perfeito e sem pecado. Muito embora, ele estivesse rodeado pelas fraquezas dos outros humanos, sujeito as necessidades humanas e limitado no tempo e no espaço, mesmo assim, ele viveu uma vida sem pecado. Porque era necessário que Jesus Cristo tomasse sobre si a sentença original, pois Deus disse à Adão: „...no dia em que dela comeres, certamente morrerás‟ (Gn 2.17). O Filho de Deus teve que assumir sobre si a sentença, sem comer do fruto, para pagar a nossa penalidade. Jesus provou que tinha uma vida sem pecado quando aos trinta anos de idade, após seu batismo nas águas, foi conduzido ao deserto da tentação. E ali, sem fazer uso dos seus atributos divinos, se submeteu como homem a tentação do diabo. Por quarenta dias e quarenta noites, Satanás tentou o Filho de Deus, seduzindo-o à pecar contra Deus. O nosso futuro e a nossa salvação estava ali, nas mãos de Jesus Cristo. Ele não podia falhar e nem errar. E de fato, ele não falhou, nem 206
pecou, mas resistiu a tentação. Ele sofreu a tentação por nós, mas resistiu. E a partir dali, toda a sua vida foi de impecabilidade. Debaixo de acusações humanas, muitas vezes sendo injuriado por pessoas que não entendiam a sua missão, mas mesmo assim, ele conduziu a sua vida imaculada. Porque era necessário que Ele se enquadrasse na qualidade de um sacrifício perfeito. O Cordeiro que tira o pecado do mundo, não podia ter pecado. Ele tinha que se apresentar a Deus como um cordeiro sem defeitos e sem máculas, para que a sua morte tivesse valor vicário e poder expiatório; para que a sentença da morte sobre Ele fosse injusta, e Deus pudesse fazer a indenização ou reparação àqueles que cressem nEle. Então, nessa vida sem pecado, sem defeito, justa, honesta e santa, Jesus foi levado ao tribunal, diante de homens pecadores, cruéis e hipócritas. O Filho de Deus, sendo inocente e justo, foi julgado por esses homens, e o tribunal o sentenciou como culpado, muito embora, ele fosse inocente; o tribunal o acusou de blasfemador, quando Ele disse que era Filho de Deus. O juiz daquele tribunal, rascando suas vestes em sinal de protestos, disse-lhe: „Que mais testemunhas nós queremos, vocês não estão vendo a blasfêmia, Ele está dizendo que é Filho de Deus‟. E porventura, Jesus Cristo não era Filho de Deus!? Por acaso, Ele estava dando algum falso testemunho!? Não!! Ele era, de fato, o Filho de Deus! Irmãos, que mistério há por trás do evangelho objetivo de Deus. Como Deus consegue trabalhar com os homens e criar caminho onde não há caminhos; como Ele consegue abrir vereda onde não há veredas. Deus abriu para nós o caminho da salvação através da justiça do Seu Filho, muito embora Seu Filho tenha sido julgado como culpado. A partir dali o preço foi avaliado por nós, e diz a Escritura „como um cordeiro [mudo] foi levado ao matadouro‟ (Is 53.7), e tomou sobre si aquele madeiro pesado, e conforme diz o hino: „por fora era madeira, mas por dentro estavam os meus pecados‟. Porque ele conduziu aquela cruz como criminoso, mas ele não era criminoso, então, aqueles crimes eram nossos. Eram os meus e teus delitos que Ele estava levando. Naquela cruz, diante de tantas barbaridades, ele foi crucificado. Faltam-me palavras para expressar o sofrimento que o Filho de Deus padeceu na cruz, mas ali foi o preço do nosso resgate. Jesus Cristo morreu, passou três dias na tumba fria, mas no terceiro dia, ele ressuscitou, ascendeu aos céus, está assentado à direita da Majestade nas alturas, e prometeu que iria retornar para estabelecer o Seu reino. É esse o evangelho objetivo realizado por Jesus Cristo. Porém, apenas conhecendo essa história não nos trará salvação. Ficamos emocionados e derramamos lágrimas, mas apenas conhecendo de maneira teórica não nos trará salvação. É preciso que o Espírito Santo aplique o evangelho de Deus em nosso coração; é preciso que o Espírito Santo 207
transforme a história do Filho de Deus em elos de salvação para nós; em elementos que irão nos conduzir para a salvação. O evangelho subjetivo é exatamente isso: a aplicação da morte e da ressurreição de Jesus Cristo na vida do pecador. O pecador é beneficiado quando em crer em Jesus Cristo conforme lemos em Marcos 16.15,16. A primeira coisa que acontece quando alguém tem fé em Jesus, quando ele diz: „Senhor, eu acredito no que foi dito, no que está escrito, eu confio no evangelho, eu creio que Jesus Cristo é o Teu Filho, o Messias enviado; eu acredito que Ele morreu para perdoar os meus pecados e que ressuscitou por mim e que voltará para me salvar‟. Quando nós assim professamos e acreditamos, o Espírito Santo aplica em nosso coração a justificação. Quando Ele nos torna de pecadores impenitentes, obstinados e cruéis em pessoas justas, absolvidas e inocentadas. Porque Ele não faz isso baseado em nossa justiça, pois a nossa justiça são como o trapo de imundícia, mas Ele faz isso no sangue perfeito do Cordeiro que foi vertido na cruz. Então, não adianta você vir com as suas boas obras, com a sua religião e com seus sacramentos – „Eu fui batizado quando era criança, a minha salvação está garantida‟; „no templo, eu pratico meus rituais, faço as minhas rezas e as minhas orações‟ – Não adianta! As nossas boas obras não irão nos salvar. Você tem que se apegar é com Cristo Jesus, e o Espírito Santo lhe justifica diante de Deus, e uma vez justificado, todos os seus pecados são perdoados. E quando Ele perdoa os seus pecados, o Espírito Santo aplica mais um elemento do evangelho subjetivo, a regeneração. Você se torna uma nova criatura, nasce de novo para Deus. Você que estava morto no pecado torna-se vivo para Deus, e entra na relação viva com Deus. De modo que a sua velha vida é passada, e assim, se você é criminoso, deixa de ser criminoso, se você está envolvido com as drogas, o poder do vício perde a eficácia sobre você, porque de uma maneira invisível, que não vemos e nem entendemos, o Espírito Santo quebra todas essas cadeias infernais. Quando você se torna uma nova criatura, ó que coisa maravilhosa, o Espírito Santo aplica mais um elo da salvação, a adoção, e assim você é adotado na família de Deus como filho. Agora você se tornou filho de Deus! Não mais escravo do pecado, mas filho de Deus. E se você é filho de Deus, é também herdeiro de Deus em todas as promessas que Ele nos fez. Que maravilha! Que plano glorioso de Deus para nos salvar! E quando você se torna filho de Deus, o Espírito Santo aplica outro elo da salvação, a santificação. De modo que aqueles desejos que você sentia para o pecado, aquele prazer que você tinha em viver nas orgias deste mundo é mortificado em você pelo poder do Espírito Santo, e você começa a ter afeições celestiais. 208
Coisas que detestava, você passa a amar. Você dizia: „Eu não quero ser crente, esse negócio de ser crente é besteira, eu não tenho coragem de andar coma Bíblia e ir para uma igreja‟. Você, agora, se torna uma pessoa totalmente dedicada a Deus. E se dependesse de você, você estaria na igreja de manhã, de tarde e de noite. De modo que as pessoas no seu colégio ou no seu trabalho, dizem: „Rapaz, você endoidou!‟. Mas você responde: „Eu endoidei, mas endoidei por Jesus‟. Porque você entra no caminho da santificação. As pessoas dizem: „Mas você come arroz com feijão, meu filho, como é que você é santo‟. Você diz: „Eu não sei, eu só sei que a palavra de Deus diz que eu sou santo porque Cristo me santificou‟. Preste bem atenção! Uma vez que você está marcado por Deus, quer dizer, uma vez que Deus colocou em você as suas marcas da justificação, da regeneração, da adoção e da santificação, fique sabendo que o último passo para você ser plenamente salvo está garantido em Deus, que é a glorificação. Quando Deus vai extirpar para sempre a morte da sua vida, e você irá ressuscitar para viver com Deus a vida eterna. Portanto, para receber todos esses benefícios, você tem que simplesmente fazer o que está escrito em Marcos 16.16: „Quem crer... será salvo‟. Nesta noite você está com a oportunidade de crer em Jesus.
Palestrada Ministrada na AD-Codó [Salém] Em 07 de Agosto de 2011 Sobre a Eficácia do Testemunho Cristão Mateus 5.13-16: „Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para ser lançar fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus‟. O testemunho do cristão é representado pelo sal que tempera e pela luz que brilha. O sal fala da nossa moralidade cristã e a luz fala da nossa intelectualidade cristã. Para que o nosso testemunho tenha eficácia na sociedade em que vivemos, o sal não pode perder o seu sabor, nem a luz perder o seu brilho. O sal tem como função preservar e temperar os alimentos, assim também o cristão, como sal da terra, é preservar e temperar os princípios 209
morais. Essa propriedade do sal de preservar os alimentos significa defender e resguardar os alimentos da decomposição para não se estragarem. O sal combate os agentes que querem destruir os nutrientes da carne, chamamos isso de ação negativa do sal, enquanto que a outra propriedade do sal, que é temperar os alimentos, é a ação positiva do sal. Segundo o Pr. Wagner Gaby: „O sal realça o sabor dos alimentos, porém ele deve ser usado com equilíbrio, pois se, por um lado, uma comida sem sal é insípida, por outro, um alimento salgado é insuportável e prejudicial à saúde‟ (Lição 06, 3º Trim/2011). A ação positiva do sal é dá sabor aos alimentos. Ninguém consegue comer, por exemplo, o nosso feijão com arroz de cada dia se não tiver sal. Quando colocamos o sal na medida certa, o sabor do alimento é realçado. Sem falar dos benefícios que o sal proporciona à saúde do nosso corpo físico como, por exemplo, ao bom funcionamento do cérebro na sua memorização. Porém, o sal em excesso, causa hipertensão. O cristão não consume bebidas alcoólicas e nem fuma, contudo, muitos têm hipertensão por causa do excesso do sal na alimentação e por levar uma vida sedentária. Entretanto, deixando de lado essas questões de saúde, iremos analisar as propriedades do sal no que diz respeito ao testemunho do cristão. Tanto no seu lado de preservar como também de temperar. O cristão como sal da terra tem que preservar e temperar. Mas preservar o quê? Para respondermos essa pergunta, temos que dá uma olhada na situação do mundo. Vivemos em „uma sociedade deteriorada pelo pecado‟, em um estado de putrefação, decomposição e corrupção, „onde os padrões morais são cada vez mais baixos‟, produzindo cidadãos „angustiados, deprimidos, desesperados, e que não encontram solução para seus problemas e frustrações‟ (Lição 06, 3º Trim/2011). Esse é o estado moral, social e espiritual do mundo, quer dizer, o mundo é comparado a uma carne que está sendo destruída por agentes malignos da putrefação. Vivemos em uma sociedade em um estado de apodrecimento, quase que irrecuperável. Porém, a eficácia do testemunho cristão é preservar a sociedade desses agentes malignos, isto é, dessa crassa imoralidade. Em outras palavras, o cristão tem a missão de combater a corrupção moral na sociedade. E, os cristãos são os únicos que podem fazer isso, porque são constituídos por Jesus Cristo como o sal da terra. E se nós nos calarmos ou ficarmos trancafiamos em nossa missão, sendo omissos em nossos deveres, o mundo, diz Paulo, irá de „mal para pior, enganando e sendo enganado (2ª Tm 3.13)‟. Lembrando, aos irmãos, que o sal na igreja representa a moralidade cristã, e a podridão do mundo representa a imoralidade mundana. 210
Leiamos um texto bíblico que irá mostrar a situação moral do mundo. Romanos 1.23-32: „E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem‟. Quando a carne entra num estado de apodrecimento, o sal não consegue mais recuperar as suas propriedades, porém, em relação ao mundo, como lemos nesse texto, o apodrecimento já tomou de conta, todavia, através da eficácia do nosso testemunho, temos a capacidade de recuperar a sociedade com atuação do sal em nossa vida. Por isso falaremos da atuação moral da igreja no mundo. Para isso iremos fazer três perguntas: Como o crente combate a corrupção do mundo? Como o crente tempera a sociedade insípida, com sabor salutar e equilibrado? Como o crente deve evitar o seu sal torna-se insípido? Como sal, o cristão deve ter uma atuação preservadora no mundo, isto é, ele deve combater a corrupção que há nos padrões e valores morais. Muito embora, as pessoas reconheçam que há padrões e valores estabelecidos, mas esses padrões e valores estão sendo corrompidos pela nossa sociedade. E nós, como cristãos, devemos combater esse desvio moral, essa degeneração dos valores morais. Como o crente combate a corrupção do mundo? Se conscientizando que o sal precisa atuar fora do saleiro, isto é, o crente precisa atuar na sociedade, ou seja, deixar de atuar apenas na vida privada, dentro da igreja, e agir na vida pública. Jesus disse que nós somos o sal da terra, e não o sal do saleiro. O saleiro é a igreja (isto é, o templo), porém, o sal tem que atuar na carne. 211
Se a dona de casa mantiver o sal apenas no saleiro, ele não terá nenhuma utilidade para a cozinha, para que tenha utilidade, ela precisa tirar o sal de dentro do saleiro e usá-lo em seu alimento. A igreja (usando esse termo para se referir ao templo físico) é o lugar em que nos reunimos para recebermos instrução e o poder de Deus a fim de nos preparar para atuamos em nossa sociedade. Precisamos sair do nosso saleiro, e atuar na nossa sociedade. A impressão que temos é que a vontade de Deus é tirarmos do mundo, e nos trancafiar na „igreja‟, porque na igreja estamos protegidos das tentações e das contaminações. Era esse o pensamento dos monges. Porém isso é um mero engano, pois Jesus disse, em oração: „Pai! Não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal‟. (Jo 17.15). Jesus disse para seus apóstolos: „Ide por todo o mundo‟ (Mc 16.15). Irmãos, a nossa missão não é atuar apenas dentro do nosso saleiro, mas a nossa missão de fato é atuar em uma sociedade que está caminhando para uma destruição iminente, a fim de recuperá-la. O crente precisa atuar na sociedade com uma cosmovisão cristã, isso significa que o cristão não só tem que ser um crente santo, como também ele tem que ser um funcionário santo, um patrão santo, um policial santo, um político santo, um porteiro santo, um faxineiro santo, um advogado santo e etc. O que é a santidade? É a prática moral. Santidade não é se vestir de beato; santidade se constitui de práticas morais. E essas práticas morais, esses princípios cristãos, esses valores espirituais não devem ser praticados apenas dentro do templo, mas também, na sociedade. O cristão é santo no templo ao servir a Deus, mas também é santo no seu comércio. Ele não é um comerciante trapaceiro, nem cobra além do preço justo, pois não tem dois pesos e duas medidas. A santidade regula todas as nossas funções. Não devemos corromper a nossa moralidade diante de uma oportunidade fácil de fraudar a fim de nos beneficiar, no intuito de depois pedir perdão a Jesus. Temos que agir com lealdade e fidelidade, principalmente na sociedade. Desse modo o nosso sal irá produzir efeito em nossa sociedade. O cristão age assim quando tem uma cosmovisão cristã e compreende que tudo que ele faz está debaixo do senhorio de Jesus Cristo. Que esse Reino que esperamos no futuro, temos que vivenciá-lo aqui e agora. A igreja precisa combater a violência, a corrupção, a imoralidade, a idolatria não apenas com um discurso teológico, mas também com um discurso moral e ético. O objetivo de nossa pregação não é apenas levar as pessoas a aceitarem a Jesus, mas também para estabelecer ordem na sociedade. Por isso que o cristão deve pregar contra a violência, independentemente se os violentos aceitem a Jesus, mas eles precisam 212
deixar a violência; se eles estão na igreja ou fora da igreja, eles precisam deixar a violência. Porque se os violentos deixarem a violência, nós teremos um bairro melhor. Meus irmãos, Deus deseja que a comunidade viva em paz e em ordem; Deus quer que tudo vá bem com as nações; Deus não quer a guerra, a desgraça, a miséria e anarquia, Ele quer que tudo vá bem. E porque Deus quer que tudo vá bem, existe uma doutrina chamada de graça comum de Deus. Na verdade, existe a graça especial de Deus e a graça comum de Deus. A graça especial é a salvação em que os santos participam. Essa graça especial, Deus compartilha apenas com alguns, aqueles que atendem o chamado do Evangelho. Porém, a graça comum, Deus compartilha com toda a raça humana. Pode ser um estuprador que está no presídio ou uma criança recém-nascida no berço, Deus compartilha com esses dois seres humano a Sua graça comum. Jesus Cristo disse que o Pai faz chover tanto sobre o justo como sobre o injusto. Isso é a graça comum de Deus. Quer dizer, a chuva não vem apenas sobre a horta do justo, mas também vem sobre a horta do ímpio. Eu ouvi, nessa semana, um pastor dizer que Deus vai tomar a riqueza do ímpio e dá para o justo. Não! O ímpio precisa da riqueza também para poder atuar nesse mundo. É por isso que a riqueza não é um beneficio da graça especial de Deus, mas da Sua graça comum. É tanto verdade, que existe justo pobre, e ímpio rico; existe justo rico, e ímpio pobre. A igreja tem que ter essa cosmovisão cristã para entender que a sua pregação não visa apenas livrar as pessoas do inferno, e colocá-las no céu, mas também, diz respeito em inculcar nas pessoas padrões morais e éticos. Não podemos ficar calados, enquanto nossos adolescentes estão morrendo; enquanto as gangues estão em tiroteio. Não podemos dizer: „Irmãos, o mundo está se esbagaçando lá fora, mas nós aqui estamos protegidos, se eles quiserem se proteger venham aqui para dentro‟. Não! Nós temos que ir é lá fora, e acabar com essa violência através da nossa pregação. A igreja precisa fazer marcha contra a violência e ter uma voz ativa nas associações para criar meios de inibir a violência. Essas coisas também fazem parte da missão da igreja como testemunha do evangelho. Está difícil? Está! Porque o nosso sal está se tornando insípido. Tem mais! A igreja precisa articular junto a opinião pública sobre questões polêmicas com a apologética cristã. Paulo disse: „A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um (Cl 4.6)‟. Essa palavra „responder‟, que aparece em Colossenses 4.6, e que também vai aparecer em 1ª Pedro 3.15, é a tradução da palavra grega „apologia‟. O cristão tem que responder à sua fé com apologia, quer dizer, ele tem que defender os seus princípios diante da sociedade. 213
Isso significa que os nossos legisladores não podem estabelecer leis, e nós ficarmos calados – „Não, irmãos, é porque o mundo está entregue na mão do Anticristo, e tem que acontecer mesmo essas coisas, pois se não acontecer como é que o Anticristo vai se manifestar‟ – ainda que seja assim, temos que combater as leis que são contra os nossos princípios. Temos que nos envolver nas questões polêmicas da sociedade, e mostrar a posição cristã. É por isso que a igreja não pode se calar nas questões da homofobia, da legalização da maconha, das leis a favor do aborto, e etc. Não é porque se liberar a maconha iremos pensar: „os crentes, agora, vão fumar maconha‟. Não é por isso! Mas é porque nós não queremos que a sociedade fume maconha – „Ixi, rapaz! Se aprovarem a legalização do aborto, nossas irmãs vão praticar o aborto‟. Não, não é isso não. É porque nós não queremos que as pessoas do mundo pratiquem aborto. Eu não estou falando que as igrejas e seus pastores devem se envolver com politicagem. A igreja pode atuar, sem precisar se envolver com a política. A igreja já tem autoridade delegada por Deus para atuar na sociedade. Nossos pastores são nossos representantes, eles podem entrar nas câmaras dos vereadores, dos deputados e dos senadores para representar a comunidade cristã sem precisar se candidatar a cargos políticos. A igreja tem que exercer a sua voz da autoridade dada por Deus, que é a mensagem profética da igreja. Vamos prosseguir, como sal a igreja precisa temperar a sociedade com um novo sabor de vida, apresentar ao mundo uma sociedade alternativa, uma cultura cristã e uma civilização espiritual. Temos que ser a válvula de escape deste mundo; temos que estampar ao mundo como se vive bem em uma sociedade e como se vive em união em uma comunidade. Como o crente tempera a sociedade insípida com sabor salutar e equilibrado? Com devoção e piedade. O Pr. Wagner Gaby vai dizer com „crentes autênticos, santos, honrados e que testemunhem ousadamente de Jesus‟ (Lição 06, 3º Trim/2011). A devoção fala da nossa crença, mas a piedade fala da nossa prática; a devoção se refere a nossa vida privada com Deus, mas a piedade refere-se a nossa vida pública com Deus. Porém, temos que quebrar essa linha divisória e invisível entre a vida privada e a vida pública, que faz uma separação entre o espiritual e o secular, e entender que Deus quer que vivamos tanto na igreja como no mundo como pessoas devotas e piedosas. E assim vamos compreender que as coisas que realizamos no mundo também fazem parte da obra de Deus. Quer dizer, não são apenas as pessoas que se tornam pastores que fazem a obra de Deus, mas também, o pai de família faz a obra de Deus, porque ele tem que edificar a sua família no temor de Deus; não é apenas o pregador quando está pregando que faz a 214
obra de Deus, mas também qualquer trabalhador que realiza um serviço secular, um trabalho digno e honesto, está fazendo a obra de Deus. Se um cristão está fazendo a obra de Deus quando está realizando o seu trabalho secular, então ele deve fazê-lo com santidade e justiça. Devoção fala da nossa pregação, e piedade da nossa ação. Não adianta apenas pregar ou ter uma crença ortodoxa, temos também que ter práticas cristãs e coerentes. Porque para temperar a sociedade, o cristão precisa praticar o que prega, e não ser demagogo. Nós não podemos pregar o amor, se os nossos membros estão passando fome. Devemos primar, conforme diz Gaby „pela retidão e pela conduta ilibada no lar, na escola, no trabalho, na vizinhança, na igreja, etc.‟ (Lição 06, 3º Trim/2011). Irei citar algumas indagações que nos fala sobre essa vida de retidão, dessa conduta ilibada, sem mancha e sem mácula, dessa vida honesta e justa no trabalho, no lar, na escola e em todo lugar onde estivermos. O nosso sal tem que temperar. Como iremos exigir da sociedade a inibição do menor infrator, se nós como cristãos formos pais ausentes, negligentes e omissos? Como iremos requerer que o poder público acabe com o menor delinquente, se nós, em nosso lar, não damos educação aos nossos filhos, não lhes ensinamos a ter um bom comportamento e uma boa conduta. Se pensarmos que a educação é no colégio, na igreja ou em qualquer outro lugar, e que a nossa responsabilidade é apenas dar-lhes de comer, beber e vestir. A educação dos filhos é papel dos pais. A família é a primeira agência que deve socializar a criança. Mas como um pai vai educar o seu filho, se ele próprio não tem educação? Foi exatamente isso que Moisés disse aos pais: „guarda a palavra no teu coração para que possa inculcá-la na cabeça da criança‟ (Dt 6.6,7). Se o pai não pratica a palavra de Deus, se ele não é um bom cidadão, realmente não irá influenciar seu filho a ser. O ensinamento, primeiramente, começa com o exemplo para depois vir o discurso e o sermão. Como iremos reivindicar da sociedade uma educação de qualidade, se não educarmos os nossos filhos em casa e na igreja? Se a nossa igreja não tiver meios e instrumentos para promover a educação das nossas crianças, adolescentes e jovens, como iremos exigir isso da sociedade, uma vez que nós como igreja somos uma sociedade e uma comunidade. Por isso que a igreja não deve visar apenas a questão da pregação, mas, também, da educação. E essa educação deve atingir todas as faixas etárias. Como iremos apresentar à sociedade uma família estruturada, se o nosso índice de adultério, divórcio e espancamento for igual ao do mundo? Desse modo não temos como apresentar um sabor salutar, saudável e equilibrado se as pesquisas mostrarem que o adultério, o divórcio e o espancamento entre os crentes são igual entre os descrentes. O cristão não 215
pode ser um espancador! Ele não pode espancar seu filho, sua esposa e nem abusar da sua autoridade paternal. Ele tem que se colocar como um pai exemplar para o mundo, e ter aquela capacidade que tiverem Pedro e João quando disseram para àquele paralítico: „Olha para nós‟. Temos que ter essa mesma autoridade: „Sociedade, olhe para a igreja! Veja como estamos vivendo. Veja como nossas famílias são estruturadas. Como nossos pais têm a cabeça no lugar e no pé no chão‟. Como iremos apresentar esse paradigma, modelo e padrão para a sociedade, se nós também estamos nos corrompendo, se degenerando e destruindo nossos princípios cristãos. Como iremos pregar uma paternidade responsável, se tem crente que não paga pensão alimentícia para o filho que ele teve antes de se converter. O cara é um maluco da vida, e sai embuchando tudo quanto é de mulher, aceita a Jesus, quer casar com uma virgem da igreja, e diz: „Jesus me salvou, o resto ficou para trás‟. Não, senhor! Você tem que arcar com suas responsabilidades que fez no mundo. O rastro que você deixou no mundo, tem que voltar e apagá-lo. O cristão que tem negligenciado a pensão alimentícia de seu filho, seja com uma prostituta ou uma drogada, seja com quem for, ele tem que ir lá e arcar com suas responsabilidades como pai para poder ser um cristão de exemplo. Como iremos dizer que somos uma sociedade justa, se há crente, entre nós, que não paga o crime que ele cometeu antes de se converter. Têm muitas pessoas que aceitam a Jesus que tem uma preventiva contra elas, e assim está servindo a Deus com a prisão decretada. Mas se ele tem uma prisão decretada, deve ir a delegacia e se entregar à polícia. Houve um caso de um irmão que ele cometeu um crime em Brasília, depois voltou para o Ceará e aceitou a Jesus na congregação da AD na Rua Salmão, onde servia a Deus. Arranjaram um emprego para ele, e precisou que tirar a folha corrida, e lá acusou que tinha uma preventiva contra ele em Brasília, teve que ser conduzido àquela cidade para cumprir a pena decretada contra ele. Talvez alguém pense: „Temos que abafar os nossos erros para não escandalizar o mundo‟. Não! Meus irmãos. Nós temos que demonstrar nosso testemunho como cristão denunciando nossa podridão, para que se digam: „Eles cometem erros, mas se corrigem‟. Por exemplo, se há entre nós algum marido que espanca a esposa, a Igreja não só faz seu papel de aplicar a sanção disciplinar, como também deve aconselhar a esposa: „se você quiser pode denunciar seu esposo na lei Maria da Penha‟. Como iremos levantar a bandeira da igualdade social, se na igreja praticarmos racismo e preconceito contra os pobres, os deficientes, os negros e os crentes de outras denominações? Muito embora em nosso bairro existam muitas igrejas evangélicas, elas têm que conviverem bem. Os pastores dessas várias igrejas têm que realizarem uma confraternização de 216
pastores em nosso bairro ou pelo menos um café da manhã que reúnam todos esses líderes evangélicos. Essa liderança eclesiástica tem que se unir para mostrar a esta sociedade que o povo de Deus prega a igualdade e vive a igualdade. Como iremos ser uma voz denúncia contra a politicagem na sociedade, se em nossas igrejas nossos líderes praticarem o nepotismo, a lavagem de dinheiro, a simonia, o desvio de verbas e o escambau. Temos que primeira limpar a nossa corrupção, como diz o ditado: „Quem tem telhado de vidro não joga pedra na casa do vizinho‟. Temos que primeiro conserta nosso telhado. Nossos pastores têm que deixar de lado o nepotismo, em que só quem é chamado para o pastorado são os seus parentes, é o filho, o sobrinho, e o cunhado; em que os cargos maiores são para quem dá o maior dízimo. Isso é simonia! Como iremos falar do trabalho honesto, se na igreja existirem brigas partidárias, competição, picuinhas, bajulação, hipocrisia e etcetera. O Pb. Eduardo me disse que vai fazer um mês de oração na sua congregação porque os departamentos estão se desentendendo. Meus irmãos ainda que sonhar com uma igreja ideal seja só utopia e a gente fique frustrado porque o sonho não se cumpre, mesmo assim não podemos calar a nossa voz. Como iremos dizer aos cidadãos que devem pagar seus impostos, se na igreja sonegarmos o dizimo. E por último, como iremos ter uma conduta ilibada no trabalho, na escola, na sociedade e no lar, se na igreja, muitos de nós, somos irresponsáveis, preguiçosos, desonestos, caluniadores e etc. Temos que fazer a faxina dentro das nossas igrejas, lavar a roupa suja, tirar o lixo de debaixo do tapete para podermos, então, apresentar o sal que tempere. Jesus Cristo disse que se o sal se tornar insípido „para nada mais presta, senão para ser lançar fora e ser pisado pelos homens‟. E, porventura os homens não estão pisando em nossas igrejas?! Outro dia eu fui discutir com uma testemunha de Jeová, ele me disse: „Como é que você discute comigo se na sua igreja tem beberrão que prega no púlpito que uma semana está na igreja e outra semana está bebendo cachaça. Como é que você quer pregar contra mim se na sua igreja tem até crente que faz sexo com animal‟. O que eu respondi para testemunha de Jeová?! Disse-lhe: „É, mais a testemunha de Jeová fulano de tal cometeu adultério‟. Ele me replicou: „É verdade, mas a congregação o expulsou‟. E eu me calei. Esses tipos de crentes têm que ser excomungados da comunhão dos santos para preservar a igreja na pureza. Paulo ordenou: „Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo‟ (1ª Co 5.13). A Igreja tem que lançar fora o fermento velho, conforme mandou Paulo (1ª Co 5.7). A tolerância para o adultério é dois ou três, no quarto: „meu filho vá procurar outra igreja porque aqui você não comunga mais‟. 217
Como o cristão evita seu sal se tornar insípido? Fortalecendo a vida espiritual. O Pr. Wagner Gaby, nos dará receita para fortalecermos a vida espiritual, ele escreveu: „...é necessário que o crente ore, tenha prazer em meditar na Palavra de Deus, participe das reuniões de culto ao Senhor, ame e demonstre esse amor ajudando ao próximo‟ (Lição 06, 3º Trim/2011). Fortalecendo a nossa vida espiritual teremos graça de Deus para resistir a tentação, pois vivemos em uma sociedade rodeada de tentações; somos tentados para fraudar, puxar o tapete de alguém, praticar desonestidade no trabalho, etc. Através do fortalecimento espiritual treinamos a nossa faculdade de raciocínio, conforme está escrito em Hebreus 5.14: „o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal‟. Agora, se o crente negligencia o estudo da palavra de Deus como ele vai extrair esse alimento sólido. Nós que somos varões da casa de Deus, temos que manter um estudo particular das Escrituras. Isso deve ser uma prática devocional nossa. Devemos treinar a nossa mente para quando vir a tentação para praticarmos a injustiça, a nossa mente nos desperte. Outra maneira de evitar o nosso sal se tornar insípido é viver de modo equilibrado na sociedade e na igreja, quer dizer, não devemos nem ser insosso e nem salgado demais, isto é, nem santinho e nem santarrão, mas santo. Não é a pessoa vir do mundo toda desmantelada, e a gente simplesmente ensina-la, dizendo: „Você tira os brincos, não conta o cabelo, não usa minissaia, não usa vestido decotado, você agora é santa‟. É a „santa‟ de Deus. Mas aí, essa santa tem a língua do tamanho da língua do tamanduá, não respeita o marido em casa e é cheia de trambicagem. A mesma coisa é o homem: cabelo baixinho, bigodinho fininho sem barba, calça cumprida e camisa social, mas na moral cristã uma vergonha. A vida cristã não se constitui apenas na aparência da estética, mas também na ética dos princípios cristãos. O cristão para viver equilibrado na sociedade não pode ser consumido pelo espírito do capitalismo e do materialismo, porém, a mesma dedicação que ele serve a Deus no secular, deve servir a Deus no sagrado, e como serve no sagrado deve servir no secular. E assim haverá um equilíbrio entre a vida secular e a vida sagrada. No secular, o crente tem que ter essa visão de que ele está também servindo a Deus. Desse modo, o crente não trabalha apenas porque quer colocar comida na mesa ou por causa do salário, mas também em obediência a comissão cultural que Deus ordenou. É interessante que o crente acorda cinco horas para ir ao trabalho, e diz: „Se eu não cumprir a minha carga horária, eu ganharei meu salário completo no final do mês‟. Mas o mesmo crente não tem essa disposição 218
para realizar seus serviços espirituais. Pois na sua mente o trabalho é uma obrigação imposta pelos homens, mas o sagrado é voluntário. Mas não é assim! Pois no trabalho secular, estamos servindo a Deus. Se acordarmos cinco horas da manhã para irmos ao nosso trabalho, não é para trabalhar apenas para o patrão, mas também para Deus, e Deus, no final do mês, no dar o nosso salário. Portanto, para mantermos o equilíbrio temos que ter a mesma dedicação tanto no serviço secular e como no sagrado. Falamos que o cristão como sal da terra refere-se a sua moralidade cristã, e o cristão como a luz do mundo refere-se a sua intelectualidade cristã. Nós acreditamos em verdades absolutas. Assim os cristãos não só apresenta para a sociedade os princípios morais, mas também, apresenta para as religiões falsas, a verdade absoluta. Temos que acreditar que as doutrinas que professamos são verdades absolutas, e assim não as negociamos, mas se são verdades relativas, então, quebramo-las conforme os nossos caprichos. Por essa razão as nossas igrejas deixaram de chamar os usos e costumes de doutrinas, pois usos e costumes não são verdades absolutas, se fossem as outras igrejas que não seguisse nossos costumes estariam fora do Reino de Deus. Mas se usos e costumes são apenas relativos, então somente nós praticamos e não julgamos quem não os praticam. Por exemplo, se a doutrina da Trindade é uma verdade absoluta não podemos deixar que grupos que neguem a Trindade ensinem em nossas igrejas, mas se a doutrina da Trindade é relativa, então pode vir os unitaristas, os modalistas e até os russelitas.
AUTOBIOGRAFIA (1)
Depois desta palestra ministrada em 07 de Agosto de 2011, eu só voltei a ministrar depois de um ano e cinco meses, isto é, em 12 de Dezembro de 2012, quando preguei sobre „A Justificação do Ímpio‟ na recém-construída congregação do Jagatá, hoje conhecida como AD-Monte Carmelo. Depois dessa pregação passei mais um ano sem ministrar, quando em 01 de Dezembro de 2013 reiniciei minha carreira de pregações e palestras. O que houve para que ocorressem esses longos intervalos? Depois do culto da noite de domingo de 07 de agosto de 2011, eu combinei com o então Dc. Laudenir (hoje presbítero) para fazermos algumas visitas na segunda-feira pela Comissão Diaconal. Porem, na segunda-feira comecei a sentir fortes dores na virilha da minha perna esquerda, liguei para o irmão Laudenir, e disse-lhe que fui atacado por uma 219
seta, e estava sem condições de fazer as visitas. À noite, daquela segundafeira, o irmão Laudenir juntamente com o Paulo Henrique me visitaram e oraram por mim. Na terça-feira fui com minha esposa para a emergência do Hapvida, e lá fiz exames de sangue e urina, o médico me aplicou uma injeção para dor, e disse que eu deveria me internar. Fiquei na enfermaria da emergência esperando um leito no hospital. Lá pela meia-noite, fui internado. No outro dia, minha esposa teve que ir trabalhar, e meu pai ficou comigo. Não estava me sentindo bem, estava agoniado, de repente minha pressão arterial subiu, fui levado imediatamente para UTI, tive um infarto e entrei em coma induzido. Recebi várias visitas, mas esta inconsciente. Depois de uma semana em coma, retornei a consciência, estava no UTI no balão de oxigênio. Não conseguia respirar sozinho. Meu corpo estava todo inchado, e a dor na minha virilha persistia. Não sabia o que tinha acontecido, mas uma alegria tão grande invadiu o meu coração por estar vivo e rever minha esposa, familiares e amigos. Um dia o médico ordenou ao enfermeiro para tirasse um acesso no meu pulso direito, porém, o enfermeiro não conseguiu conter o sangue, ele fazia pressão com seu dedo, mas quando tirava o dedo, o sangue escorria. Chamaram a enfermeira chefe que ao avaliar a situação, resolve ligar para o cirurgião. Porém, o cirurgião estava ocupado na emergência, todavia, aquela enfermeira-chefe permaneceu ali pressionando o sangue. Vi panos e mais panos melado de sangue, e notei os enfermeiros preocupados. Mesmo tendo acabado o expediente daquela equipe de enfermeiros, aquela enfermeira-chefe permaneceu comigo, fazendo ligações tanto para o cirurgião como o diretor da emergência. Depois de um longo tempo de espera, o cirurgião apareceu, e fechou local com seis pontos, deixando-me uma pequena cicatriz no meu pulso direito. Devido o fato de ter perdido muito sangue, tive que receber quatro bolsas de sangue. Os dias foram se passando, e meu quadro clínico foi piorando. Os médicos me submeteram a uma bateria de exames. Minha pressão não baixava, a glicose estava lá encima e o cansaço não parava. Para piorar a situação, contraí uma infecção hospitalar, uma pneumonia. Por causa dessa infecção pulmonar tive confusão mental e alucinações. Pensei que estava ficando doido, não conseguia ficar concentrado em nada. Então resolveram me colocar novamente em coma induzido, e tive que fazer uma cirurgia para ser traqueostomizado, isto é, fizeram algo parecido com um buraco na minha garganta para permitir a passagem de ar, me alimentava por uma sonda, por isso perdi muitos quilos. Fiquei no isolamento dentro do UTI, pois meu caso era muito grave. Durante o coma induzido tive várias alucinações, ouvia vozes, mas não conseguia abrir meus olhos. Pensei que estava morto e num estado intermediário. Por causa disso, entrei em pânico esperando entrar no paraíso 220
ou comparecer diante do trono de Deus ou perder a consciência de vez, mas nada acontecia. Eu olhava e me via a mim mesmo em coma e a minha esposa ao meu lado. De repente um ser se apresentou diante de mim, me dizendo: „Vamos, você agora vai conhecer todos os mistérios‟. E eu perguntei: „Eu não posso voltar para minha esposa‟. Ele disse: „Pode! Mas porque você vai querer isso, se pode continuar sua viagem‟. „Não‟, disse-lhe, „eu quero voltar para minha esposa‟. Então, eu vi o meu espírito voando pelo hospital, procurando um corpo para voltar, entrei no corpo de um idoso que parece que estava morto, pois ouvi o médico dizer para suas duas filhas: „Fizemos de tudo, mas o pai de vocês não resistiu‟. Quando ouvi isso, de repente pulei do corpo do idoso. Claro que tudo isso era apenas alucinações e nada de real. Abri meus olhos, e vi dois homens de brancos um de cada lado do meu leito. Eram dois enfermeiros que diziam: „Calma, seu Edinaldo, vamos tirar um raio X do seu tórax‟. Nesse momento, eu saí do coma. Devido o traqueosto não conseguia falar. Fiquei todo o mês de agosto no UTI, e também a metade do mês de setembro. Fiz aniversário no UTI. Em outubro fui para o leito, e depois voltei para a casa ainda em outubro de 2011. Fiquei na casa da minha mãe, de onde recebia cuidado da minha esposa e familiares. Sou muito grato pela vida de todas as pessoas que me ajudaram e me visitaram. A minha recuperação foi muito difícil, principalmente porque a limpeza do traqueosto tinha que ser feita em casa. Devido o fato de ter ficado muito tempo deitado contraí uma escara profunda na bunda que ardia muito. Às vezes tinha que ir com urgência à emergência, ora no carro do Eduardo, ora no carro do Diassis, e nas consultas normais, a Paula me levava no carro do Dereka. Estava muito magro, e por causa disso a minha platina da perna esquerda descolocava do lugar, enquanto que a platina da perna direita começou a sair um líquido preto. Também fiquei com uma sequela no meu pé esquerdo, uma 221
dormência que até hoje persiste. Dependia da minha esposa para fazer minhas necessidades fisiológicas e tomar banho. Recebia visitas de uma equipe de médicos do Hapvida e também de um terapeuta particular pago pelo meu irmão Dereka, chamado Igor, amigo da Paula. Inclusive devo muito favores ao Dereka e a minha irmã Paula. Em Novembro de 2011, ainda usando o traqueosto voltei para minha casa, comecei a recuperar peso e em fevereiro de 2012, tirei o traqueosto, porém, o buraco não fechou.
Claro que no meio dessas provações recebi muitas bênçãos, uma delas foi o casamento do Renan com a Aline em maio de 2012. Em agosto de 2012, fiz uma cirurgia para tampar o buraco do traqueosto. Enquanto que da minha perna esquerda continuava saindo um líquido preto, o médico disse que eu deveria fazer uma cirurgia, mas somente quando estivesse bem recuperado da pneumonia. Comecei aos poucos andar dentro de casa. Convidaram-me para pregar, e eu fui em 12 de Dezembro de 2012. Essa mensagem eu recebi quando estava no UTI. Agradeço a Deus pela ajuda que recebi da igreja que na época era supervisionada pelo Ev. Júlio dos Santos, ele e sua esposa muito me ajudaram. Bendito seja o Senhor por todas as congregações e irmãos que oraram por mim. Bendito seja o Senhor que remiu a minha alma da sepultura, livrou meus pés da queda e meus olhos das lágrimas.
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Palestrada Ministrada na AD-Jagatá [Monte Carmelo] No dia 12 de Dezembro de 2012 Sobre A Justificação do Ímpio
A Paz do Senhor Jesus, irmãos. Estou muito alegre em poder está com os irmãos na casa de Deus. Quero dizer que a última vez que ministrei foi em agosto de 2011. Não sei se a minha espada está bem afiada. Hoje é 12 de 12 de 2012. Gostaria de ler um texto bíblico, que eu acho muito maravilhoso, está em Romanos 4.5 que diz: „aquele que crer em Deus que justifica o JUSTO‟. Esse texto traz grandes benefícios para o justo, porque „Deus justifica o justo‟. Está escrito: „Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica‟ (Rm 8.33). Não é isso que está escrito em Romanos 4.5, que Deus justifica o justo? Ou o texto diz que Deus „justifica o ímpio‟? Deus justifica o ímpio! Mas isso é quase um contrassenso. Pois como pode um Deus que é santo e justo justificar, inocentar e absolver o ímpio? Isso é contra a própria lei de Deus! Pois está escrito na Lei: „não justificarei o ímpio‟ (Êx 23.7). Para que Deus possa justificar o ímpio, Ele tem que matar o justo, e tomar sobre si a maldição. O profeta Isaias disse: „Ai... dos que justificam ao ímpio‟ (Is 5.22,23). Para que Deus justifique o ímpio, Ele precisa tomar sobre si esse „ai‟. De modo que de Gênesis a Apocalipse, o juízo pesa sobre o ímpio. Não existe em toda a Escritura um versículo sequer que traga algum benefício para o ímpio. Por exemplo, em Gênesis, Abraão indagou: „Porventura, destruirás também o justo com o ímpio?‟ (Gn 18.23). No Pentateuco a ordem é: „extermine o ímpio, castigue o ímpio, apedreje o ímpio e crucifique o ímpio‟. Lendo os livros históricos encontramos que os reis justos atraíam a benção de Deus, mas os reis ímpios traziam sobre si a maldição de Deus. Nos livros proféticos, a desgraça sempre recai encima do ímpio. Ele não tem nenhuma vantagem, está sempre em desvantagem. O salmo primeiro fala da felicidade do justo e do castigo do ímpio; o salmo cinco diz que Deus aborrece o ímpio. Em Provérbio, o ímpio sempre se dá mal. O profeta Isaías disse: „Assim diz o meu Deus: Não há paz para os ímpios‟ (Is 57.21) e „Ai do ímpio!‟ (Is 3.11). Diz o profeta Ezequiel: „Ó ímpio, certamente morrerás‟ (Ez 33.8). O profeta Malaquias disse: „ „...pisareis os ímpios porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés‟ (Ml 4.3). Então, como pode Deus justificar o ímpio sem que Ele seja acusado de cometer injustiça? Só existe uma única razão, está em Romanos 5.6: 223
„Porque Cristo... morreu... pelos ímpios‟. Disse, também, o apóstolo Pedro que o justo padeceu pelos injustos (1ª Pe 3.18). Foi na cruz, a onde os ímpios crucificaram a Cristo, que abriu-se a porta de salvação para os ímpios. Porque foi na cruz que Cristo tomou sobre si a maldição que deveria cair sobre o ímpio. Porque foi na cruz que Cristo tomou sobre si o ai que deveria cair sobre o ímpio. Porque foi na cruz que Cristo tomou o castigo que deveria vir sobre o ímpio. Porque foi na cruz que Cristo suspendeu toda a condenação contra o ímpio. Porque foi na cruz que a lei condenou um justo em lugar de um ímpio. Desse modo, Deus disse ao Seu Filho: „Meu Filho, a minha lei lhe condenou injustamente como se você fosse um ímpio, o que eu devo fazer para lhe indenizar? Qual é a indenização? Qual é a compensação? Qual é a reparação? Qual é a restituição? Pede-me que eu te darei‟. O Filho lhe respondeu: „Meu Pai, que justifique o ímpio que crer em mim‟. Como o ímpio é justificado pela morte de Cristo? Está escrito no texto que lemos: „crendo naquele que justifica o ímpio‟. O Filho lhe disse: „Porque assim como a cruz me condenou, eu quero que a graça de Deus lhes justifiquem. Porque assim como a lei me amaldiçoou, eu quero que a graça de Deus lhes abençoe. Porque assim como a lei me sentenciou a morte, eu quero que a graça de Deus lhes dê vida. Porque assim como a lei me profanou, eu quero que graça de Deus lhes santifiquem. Porque assim como a lei me exclui da filiação de Deus, eu quero que a graça de Deus os adote como filhos de Deus‟. Em Romanos 5.1, está escrito: „Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por intermédio nosso Senhor Jesus Cristo‟. Também está escrito: „Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira‟ (Rm 5.9). Meus irmãos, Romanos 4.5 é o único versículo em toda a Bíblia Sagrada que traz algum benefício para o ímpio. Essa é a única porta que escape. O ímpio precisa crer no Senhor Jesus para que possa ser beneficiado pela justiça de Cristo. Quais são as implicações dessas coisas? Implica em primeiro de tudo que o ímpio precisa reconhecer que é um ímpio. Ele precisa disse: „Eu sou um ímpio‟. Como disse Paulo: „eu sou o pior dos pecadores‟ (1ª Tm 1.15). O ímpio precisa reconhecer que é culpado pela morte do Filho de Deus; ele precisa atentar que foram os seus pecados que levaram o Filho de Deus à cruz. Depois desse reconhecimento, precisa se arrepender de seus pecados e converte-se ao Filho de Deus. Irmãos, os ímpios precisam fazer isso hoje enquanto a porta da graça está aberta, isto é, enquanto Deus está oferecendo a Sua salvação por intermédio de Seu Filho. Porque há de chegar o Dia em que a cruz será substituída pelo trono, o Cordeiro pelo Leão e o Salvador pelo Juiz. Então, nesse Dia, diz a Escritura, que o ímpio dirá aos montes e aos outeiros: 224
„Caíam sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro‟ (Ap 6.16). Diz o profeta Malaquias: „Vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve. Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e que trará salvação debaixo das suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria. E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés... (Ml 3.18-4.3). Nessa noite, eu quero proclamar a todos quanto me ouvem, se você quer escapar da fúria de Deus que está determina sobre o ímpio, corra para os pés de Jesus que é o Autor e Concretizador da nossa salvação. Sofonias fala do dia terrível que virá sobre a terra que será um dia de trevas, de escuridão, um dia em os homens valentes irão tremer como uma mulher em estado de parto, mas ele também diz que vós que sois mansos encontrareis esconderijo na presença do Senhor. Corra para os pés do Cordeiro, e Ele irá lhe cobrir com o Seu sangue precioso.
AUTOBIOGRAFIA (2)
Demorei um pouco para fazer a cirurgia por isso que a situação se agravou, pois juntamente como líquido preto começou a sair um líquido amarelo, a platina infeccionou, e as dores aumentaram. Fiquei confinado em casa andando de muletas. Em Janeiro de 2013, um novo supervisor assumiu a direção da congregação da Codó, o Ev. João Batista. Dentre algumas mudanças realizadas, ele passou a chamar a congregação de Salém em vez de Codó. Em maio de 2013 me fez uma visita. Durante o meu confinamento em casa escrevi alguns livros, principalmente o primeiro livro desta série em março de 2013, a segunda série escrevi em março de 2014, e agora em março de 2015, estou concluindo essa terceira série. Em julho de 2013 fiz a cirurgia, o médico removeu a minha antiga prótese de platina do feno esquerdo e devido a infecção, colocou uma prótese provisória. Fiquei uns dias internado para receber tratamento da infecção, os antibióticos eram tão forte de afetou minha flora intestinal. Com tempo me recuperei da cirurgia, comecei a andar de muletas e depois de bengala. 225
Todavia, por causa da prótese provisória sinto dores na platina, e também comecei a sentir fortes dores no joelho esquerdo, talvez seja desgaste causado pela artrite, estou esperando um diagnostico médico para ver o que está causando essas dores.
Em uma segunda visita do Ev. João Batista em minha casa, ele me convidou a voltar a sentar no púlpito se não fosse incomodo para mim. Em 01 de Dezembro de 2013 reiniciei minha carreira de pregações e palestras, mesmo andando de bengala, sentindo fortes dores no joelho, dormência e inchaço no pé e tomando vários remédios para a artrite reumatoide. Bendito seja o Senhor. Essas pregações e palestras serão copiladas na quarta série deste livro se o Senhor Jesus quiser.
Edinaldo Nogueira Março/2015
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