Revista Franquia & Negócios - Ed. 89

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digital - interativa - impressa

ANO 15 | Nº 89 | R$ 15,00 | FEV/MAR 2020

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BALANÇO PRÉVIO

Faturamento do franchising cresce 6,9% em 2019, aponta ABF

NOVA GERAÇÃO

Seis em cada dez interessados em uma franquia têm até 40 anos

TENDÊNCIA NO VAREJO

Degustação ganha importância na atração de clientes para as lojas

DE DENTRO PARA FORA Atuação omnichannel ganha força com plataformas que transformam shopping centers em centros de distribuição


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Antilhas Gráfica e Embalagens Ltda. 1.663 toneladas de CO2 equivalentes

Reduções Verificadas de Emissões pelo selo Verified Carbon Standard para

neutralização referente ao Inventário de emissões de 2018. As emissões foram reduzidas a partir de atividades do

Projeto REDD+ Manoa, que contribuem para a conservação de 74 mil hectares de Floresta Amazônica nativa e de sua biodiversidade, promovendo o desenvolvimento socioeconômico local. A aposentadoria destas Reduções Verificadas de Emissões, as quais são intransferíveis e exclusivas da Antilhas Gráfica e Embalagens Ltda., foi realizada na plataforma de registro IHS Markit, e pode ser localizada por meio do número de série:

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EXPEDIENTE

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DIRETORIA ABF

Diretor-presidente Diretor vice-presidente Diretora Administrativa-financeira Diretor Jurídico Diretor Internacional Diretora de Capacitação Diretor de Marketing e Comunicação Diretor de Institucional Diretor de Franqueados Diretora de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos Presidente da Comissão de Ética Presidente da ABF Seccional Rio Diretor ABF Regional Sul Diretora Regional Centro-Oeste Diretora Regional Minas Gerais Diretor Regional Nordeste Diretor Regional Interior de São Paulo

André Friedheim Antonio Bento Moreira Leite Bruna Brunet Saraiva Nasser Fernando Tardioli Lúcio de Lima Jae Ho Lee Fabiana Estrela Alessandro Gonçalves Pereira Sidnei Amendoeira Junior Alberto Tadassi Oyama Adriana Auriemo Miglorancia Carlos Alberto Zilli Beto Filho Antonio Carlos Diel Claudia Regina Vobeto Pinto Danyelle Van Straten Leonardo Lamartine Rogério Gabriel

CONSELHO FISCAL Fernando José Fernandes Junior, Sylvio Korytowski e Leonardo de Almeida Cubiça CONSELHO ABF Ricardo Figueiredo Bomeny (presidente), Maria Cristina C. da Motta Franco, Altino Cristofoletti Junior, Carlos Sadaki, Décio Pecin, Fernando Fernandes e Juarez Leão

EDITORA RESPONSÁVEL Editora Lamonica Tel.: 55 (11) 3256-4696

Publisher José Lamônica - lamonica@editoralamonica.com.br

Editora Andréa Cordioli (MTb: 31.865) andrea@editoralamonica.com.br Repórteres colaboradores Janaína Langsdorff, Márcia Rodrigues e Renata Turbiani Diagramador Marcelo Amaral - marcelo@ditoralamonica.com.br Diagramador colaborador Lucas Barone Faria Comercial Thais Andrade - 11 99115-3339 - thais@editoralamonica.com.br Parceria: Bruna Ribeiro - 11 98568-2920 - bruna@editoralamonica.com.br Luzia Rodrigues - 11 97014-2726 - luzia@editoralamonica.com.br Logística e Mercado Mônica Cavalcante - monica@editoralamonica.com.br Administração e Financeiro Silvia Medeiros - silvia@editoralamonica.com.br Plataforma digital www.editoralamonica.com.br

NAS VERSÕES DIGITAL E IMPRESSA WWW.FRANQUIAENEGOCIOS.COM.BR

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C A R TA D O P R E S I D E N T E D A A B F

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Perspectivas renovadas

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FOTO: KEINY ANDRADE

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franchising chega a 2020 com uma perspectiva renovada. Depois de altos e baixos em 2019, conseguimos entregar um crescimento próximo a 7%, em linha com nossa expectativa e ainda superior a setores correlatos. Mantemos também um ritmo forte de expansão em unidades e crescemos pelo segundo ano consecutivo em número de redes. Ou seja, temos uma boa base instalada para acelerar nosso crescimento em 2020, cujas previsões já despontam mais positivas. Soma-se a isso um novo marco regulatório novinho para chamar de nosso. A Lei 13.966/2019 revoga por completo a legislação anterior e consolida diversas práticas de transparência na relação franqueador-franqueado. Institui ainda a possibilidade de sublocação de pontos comerciais o que, potencialmente, pode acelerar planos de expansão. Por fim, a nova Lei afasta de forma expressa o estabelecimento de vínculos empregatício e de consumo entre franqueador e franqueado, conforme farta jurisprudência já estabelecia. As condições são mais positivas sim, mas devemos manter a agenda de transformação na pauta para garantir o desenvolvimento do setor nos próximos anos. Incorporar novas tecnologias, tan-

to operacionais como no atendimento consumidor, ter uma estratégia digital e de múltiplos canais, inovar e buscar novos mercados são questões que são e continuarão a ser mandatórias por um bom tempo. Trabalho em rede, colaboração, compartilhamento. Em linha com a economia digital, temos tudo para fazer 2020 um ano incrível! Um forte abraço, André Friedheim Presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF)

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SUMÁRIO

FOTO: DOUGLAS LUCCENA

Veja nesta edição

44 DESEMPENHO

Veja os números prévios do franchising em 2019, os segmentos que mais se destacaram e a previsão para 2020 no balanço detalhado do setor

76 GESTÃO

Seis em cada dez interessados em comprar uma franquia têm até 40 anos. A idade influencia na gestão do negócio? O que busca a nova geração de empreendedores?

36 ENTREVISTA

Fatima Merlin, especialista em gerenciamento por categoria e shopper e idealizadora do Mulheres do Varejo, fala sobre o estudo Tecnologia e Humanização

40 ESTRATÉGIA

56 LOGÍSTICA

62 NICHO

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Escritórios de coworking, que antes tinham franquias entre os clientes, agora também viraram franquias para acelerar a expansão. Como funcionam e a quem atendem?

A escolha acertada do ponto comercial é boa parte do sucesso de um negócio. Saiba como fazer essa escolha e veja o que as franquias têm feito para marcar território

Com a projeção de crescimento na produção de veículos, avança também o mercado de franquias de reparo ou manutenção de carros. Confira!

Tendência no varejo, a degustação ganha ainda mais importância na conquista de clientes para as lojas físicas. Saiba quais são as melhores estratégias

OPORTUNIDADE

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Atuação omnichannel ganha força com plataformas que transformam os shopping centers em centros de distribuição

PONTOS COMERCIAIS

Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 estimulam a prática de atividades físicas e dão um gás nos negócios de escolas de futebol e academias no franchising

SEGMENTO

52 OPERAÇÃO

Multicanais operados 100% pelos franqueados são tendência no mercado. Como atender o consumidor nos mais diferentes canais de vendas?

E MAIS:

22 Na Mira do Franchising 84 Aspectos Legais do Franchising 86 Ponto de Vista

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NA MIRA DO FRANCHISING

#franquias #franquiasdesucesso #acontecenofranchising

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Por Andréa Cordioli - andrea@editoralamonica.com.br

As notícias mais quentes do mercado Fotos: Divulgação

INSTITUTO GOURMET ANUNCIA SOCIEDADE COM A HOLDING SMZTO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Após meses de negociação, a escola de educação profissional em gastronomia Instituto Gourmet passou a integrar a holding SMZTO com o objetivo de expandir rapidamente em todo o território nacional. Os números da transação não foram divulgados. No ano passado, o Instituto Gourmet comercializou 88 unidades e obteve faturamento de R$ 45 milhões. Com a sociedade, a meta da rede é comercializar 100 unidades e atingir faturamento de R$ 70 milhões, além de lançar de novos cursos. “Fato curioso é que Glaucio e Robson (sócios fundadores da rede) foram nossos melhores franqueados tanto na Microlins quanto no Instituto Embelleze. Acreditamos muito no potencial deles e estamos empolgados com esse novo investimento”, afirmou o fundador e presidente da SMZTO José Carlos Semenzato. www.institutogourmet.com

José Carlos Semenzato (o segundo da esq. para a dir.) ladeado pelos sócios Glaucio Athayde, Lucilaine Lima e Robson Fejoli

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ÁGUA DE CHEIRO FECHA STORE IN STORE COM A BESNI A Água de Cheiro fechou parceria com a Besni para a venda de seus produtos no interior da rede varejista no formato conhecido como store in store. Já foram inauguradas três operações na cidade de São Paulo e o plano é expandir o projeto neste ano para toda a rede Besni, que conta com 34 pontos no Estado. De acordo com Olindo Caverzan Junior, diretor da Água de Cheiro, existe total sinergia entre os públicos das duas marcas, que conversam diretamente com a classe C brasileira, sendo que a iniciativa deve aumentar o sell-out da Água de Cheiro em 20%. A rede franqueadora tem 140 unidades e mais de 400 produtos no portfólio. www.aguadecheiro.com.br

CONHEÇA AS PROFISSÕES EM ALTA EM 2020 Você sabe quais são as profissões que estão em alta este ano? De acordo com o levantamento Profissões Emergentes, do LinkedIn, as profissões ligadas aos setores de tecnologia da informação e internet foram as que mais apareceram na lista, com 13 de 15 cargos relacionados a algum deles. As profissões com maior expansão são, respectivamente, gestor de mídias sociais, engenheiro de cibersegurança, representante de vendas, especialista em sucesso do cliente, cientista de dados, engenheiro de dados, especialista em Inteligência Artificial, desenvolvedor em JavaScript, investidor Day Trader, motorista, consultor de investimentos, assistente de mídias sociais, desenvolvedor de plataforma Salesforce, recrutador especialista em Tecnologia da Informação e coach de metodologia Agile.

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NA MIRA DO FRANCHISING

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HOT N’TENDER ABRE PRIMEIRA UNIDADE NOS ESTADOS UNIDOS A Hot N´Tender abriu no final do ano passado seu primeiro restaurante nos Estados Unidos, em Philadelphia. O local tem 500m2, drive thru e expectativa de faturamento mensal em torno de R$ 300 mil a R$ 500 mil. A unidade é a primeira das 50 previstas para serem abertas na Costa Leste daquele país, em um prazo de cinco anos, por meio de uma parceria com o empresário Jay Pandya, CEO do Rohan Group. O investimento total nas aberturas chega a US$ 50 milhões. Segundo a empresa, as redes de frango estão crescendo em um ritmo de 8% ao ano nos Estados Unidos, acima da média da indústria de restaurantes daquele país, que deve expandir 3,9% em 2019. No Brasil, a Hot N´Tender tem 44 unidades e calcula ter faturado R$ 70 milhões no ano passado. www.hotntender.com.br

FÁBRICA DE BOLO VÓ ALZIRA APOSTA EM BRASÍLIA A Fábrica de Bolo Vó Alzira prevê inaugurar vinte unidades este ano em Brasília, onde promoveu road show no início de fevereiro. Atualmente, a marca está presente na capital nos bairros Jardim Roriz em Planaltina e no Setor Comercial Sul na Asa Sul. “O plano para alavancar a expansão em todo Brasil é difundir o conceito do modelo de negócio prático, rápido e com um custo baixo satisfatório ao consumidor. Enxergamos muito potencial no mercado de bolos caseiros em Brasília e na região Centro-Oeste para consolidar a marca”, afirma o diretor de Expansão da Fábrica de Bolo Vó Alzira Rodrigo Neves. A Fábrica de Bolo Vó Alzira tem hoje 222 unidades em todo o País. www.fabricadebolo.com

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DELIVERY CENTER RECEBE APORTE DE SHOPPINGS PARA ACELERAR EXPANSÃO A Delivery Center, empresa de centrais de entrega alocadas dentro de shoppings e centros comerciais, recebeu aporte de R$ 69 milhões das administradoras de shoppings brMalls e Multiplan, que são sócias da startup desde 2018 e 2019, respectivamente. Também têm participação no negócio a Cyrela Commercial Properties (CCP), o grupo de restaurantes Trigo, Bloomin Brands, entre outros. Com o investimento, a intenção da brMalls é conectar o varejo físico ao on-line, bem como a meta da Multiplan é integrar as experiências físicas e digitais de suas propriedades, fortalecendo o aplicativo Multi, que oferece conveniência e serviços em todos shoppings da companhia. Já a Delivery Center quer entrar este ano nos mercados de Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG).

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

NA MIRA DO FRANCHISING

USO DAS MÍDIAS DIGITAIS NAS REDES DE FRANQUIAS

NEXT TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO É ADQUIRIDA PELA 300 FRANCHISING A Next Tecnologia da Informação foi comprada pela aceleradora de franquias 300 Franchising. O porcentual da compra e o valor da transação não foram divulgados. A Next fechou 2019 com 30 unidades em operação em 13 estados brasileiros e faturamento de R$ 4 milhões. A previsão da aceleradora é negociar 140 novas unidades este ano, totalizando faturamento R$ 20 milhões. “Nos próximos três anos, chegaremos a 300 unidades franqueadas no Brasil e, para os próximos cinco anos, o objetivo é iniciarmos a nossa expansão internacional em países estratégicos para o nosso nicho e em toda a América do Sul”, projeta o fundador e CEO da Next Adriano Sene. A 300 Franchising, liderada pelos irmãos Leandro e Leonardo Castelo – fundadores da Ecoville –, calcula chegar a 30 empresas aceleradas este ano, gerando 250 empregos focados em vendas. nexttecnologiadainformacao.com.br

FRAN'S CAFÉ LANÇA MARCA PRÓPRIA DE GELATOS O Fran's Café fechou um acordo comercial com a empresa fabricante de sorvetes DÚO Art Ice e lançou a sua marca própria de sorvetes tipo italiano (massa) e picolés. É a F/C Gelato, que se junta ao portfólio de outras duas marcas próprias da cafeteria paulista: a de panetones e o Café Moído, em parceria com a 3Corações. “Estamos muito felizes com essa novidade, que chega às lojas junto com nosso novo cardápio, que certamente é o mais completo e equilibrado de nossa história de 47 anos. Entendemos que, após alguns anos de estudo, era hora de inovar e lançar nossa própria marca de produtos”, explica o diretor de Marketing do Fran´s Café Francisco Conte. www.franscafe.com.br

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Estudo sobre o uso das mídias digitais nas redes de franquias, realizado com mais de 700 franqueados de 27 marcas, apontou que 86% possuem o perfil da sua franquia nas redes sociais e que o Instagram passou o Facebook na preferência: 78% mantêm conta no Instagram e 71% no Facebook. Em terceiro lugar aparece o WhatsApp, com 59%. Entre os 14% que não possuem conta própria da franquia nas redes, parte alega não ter autorização da franqueadora para essa ação. Entre os que usam, 86% o fazem para captar clientes, 73% para manter relacionamento com os atuais consumidores, 44% para replicar os posts publicados no canal oficial da franqueadora e 32% para captar cadastros para futuras ações. A pesquisa foi realizada pela MD | Make a Difference

PARK IDIOMAS ABRE A PRIMEIRA UNIDADE EM LIMEIRA A Park Idiomas, que se propõe a ensinar a fluência do segundo idioma em 140 horas, abriu a sua primeira unidade em Limeira, no interior de São Paulo. A unidade segue o modelo de negócios Mini, com 60 metros quadrados. Atualmente, a rede conta com mais de 80 unidades em Brasília, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba e Goiás e a sua meta é chegar a 300 unidades no Brasil e em vinte no exterior até o final de 2023. “Acreditamos na solidez do negócio e no potencial do mercado”, disse o CEO da Park Idiomas Paulo Arruda. A rede foi criada há 23 anos em Uberlândia, no interior de Minas Gerais, e entrou para o franchising em 2000. parkidiomas.com.br



NA MIRA DO FRANCHISING

NOVA LEI DE FRANQUIAS É SANCIONADA PELA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA No dia 26 de dezembro de 2019 foi sancionada pela Presidência da República a nova Lei de Franquias (13.966/19). Ele entrará em vigor em 27 de março de 2020 e trará uma série de inovações positivas para o franchising. Por exemplo: ausência de relação de consumo entre franqueador e franqueado; ausência de vínculo empregatício, seja em relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que em período de treinamento; possibilidade de sublocação do ponto comercial pelo franqueador ao franqueado; punição por omissão ou veiculação de informações falsas na Circular de Oferta de Franquia (COF), e validade da eleição do juízo arbitral pelas partes. O artigo 6º, que cuidava das franquias públicas, foi vetado sob o argumento de que estava em desacordo com a Lei das Estatais (13.303/2016) – o veto em questão será submetido ao Congresso Nacional. A ABF continuará acompanhando o tema.

A Flyworld Viagens planeja crescer 35% este ano e abrir 20 unidades. A estratégia da empresa é estar em todas as capitas do país e em estados onde ainda não possui unidade, como Santa Catarina e Espírito Santo, além de ampliar a presença em estados com índice de potencial de consumo elevado, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Com isso, a Flyworld calcula alcançar 100 unidades em 2021 (o dobro das unidades atuais). “Em 2019 chegamos a quatro novos estados: Bahia, Goiás, Paraná e Pernambuco. Além disso conseguimos ampliar nossa presença em regiões importantes, como Minas Gerais e São Paulo”, disse a gestora da rede Márcia Ximenes. www.flyworld.com.br/franquia

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Saiba mais sobre a nova Lei de Franquias no artigo do diretor Jurídico da ABF Fernando Tardioli, no final desta publicação.

FLYWORLD VIAGENS PLANEJA CRESCER 35% ESTE ANO

ÁGUA DOCE SABORES DO BRASIL TRAÇA PLANO DE EXPANSÃO A Água Doce Sabores do Brasil fechou 2019 acréscimo de 10% no faturamento e 80 unidades em operação, sendo cinco delas implantadas no ano passado. Para 2020, a rede espera abrir 11 unidades, entre as quais cinco serão no modelo Água Doce Express, formato enxuto e com foco em alimentação rápida. Os outros modelos são o formato máster Água Doce Sabores do Brasil e o quiosque Rei do Escondidinho, inspirado no prato referência da rede. “Temos como meta ingressar em cidades ou regiões estratégicas que ainda não contam com unidades da rede, como o estado do Rio de Janeiro. A região Nordeste, por exemplo, apresenta grande potencial econômico. Além disso, também há interesse em implantar restaurantes nas capitais dos estados que compõem as regiões Sul e Sudeste, onde a marca já tem reconhecimento do público”, explica o diretor de franquias Julio Bertolucci. www.aguadoce.com.br

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ÓTICAS DINIZ APOSTA EM NOVO CONCEITO DE LOJA

A rede de franquias Óticas Diniz inaugurou em São Paulo, no bairro do Tucuruvi, sua primeira loja com o novo conceito da marca, que valoriza a experiência de moda e a maior interação com os produtos. O projeto, assinado pela DesignNoVarejo e executado pela arquiteta Simone Pierallini e FD Displays, trabalha formas suaves, arredondadas, grafismos contemporâneos e tons complementares à logomarca, que também ganhou uma releitura moderna. “Iniciamos 2020 com essa grande novidade para tornar a jornada do consumidor ainda mais completa e agradável”, garante Ariane Diniz, diretoraexecutiva. A expectativa das Óticas Diniz é que em até três anos as mais de 1.000 unidades no País implementem o novo conceito. www.oticasdiniz.com.br


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SEJA UM FRANQUEADO Imagem meramente ilustrativa. Contém Glúten. Alérgicos: contém farinha de trigo, leite e derivados, ovos. Pode conter amendoim, nozes, castanha de caju, amêndoa e avelã.


FOTOS: DIVULGAÇÃO

NA MIRA DO FRANCHISING

CALÇADOS BIBI INAUGURA OITAVA LOJA INTERNACIONAL

SORRIDENTS COMEMORA 25 ANOS COM SHOW DE IVETE SANGALO

A Sorridents comemorou 25 anos de fundação em um grande evento realizado no Espaço das Américas, em São Paulo, no dia 25 de janeiro. A noite contou com homenagens, premiações, performances artísticas e show da escola de samba Águia de Ouro e da cantora Ivete Sangalo. Estiveram presentes cerca de três mil pessoas, entre franqueados, colaboradores, fornecedores, parceiros e empresários do franchising e do varejo, como Luiza Trajano, da Magazine Luiza, e até do terceiro setor, como Alcione Albanesi, dos Amigos do Bem. “Para nós é motivo de um orgulho que não cabe dentro do peito; ver a transformação que ajudamos a causar em tantas pessoas. Hoje, mais do que nunca, a gente celebra o poder que existe em um sorriso”, afirmou a CEO da Sorridents Carla Sarni, ao lado de seu marido e parceiro nos negócios Cleber Soares. A Sorridents fechou 2019 com faturamento acima de R$ 360 milhões e mais de 360 unidades entre contratos fechados e clínicas em operação em 17 estados brasileiros. A estimativa para 2020 é inaugurar 144 unidades e alcançar a receita de R$ 485 milhões. www.sorridents.com.br

MAIS DA METADE DOS BRASILEIROS NÃO CONSOME PRODUTOS DE MARCAS PRECONCEITUOSAS Pesquisa realizada pela Insights & Data Analytics Croma com 1.814 brasileiros, apontou que 53% deles não consomem produtos de marcas com comportamentos preconceituosos ou racistas. Além disso, 72% dos entrevistados disseram não acreditar na autenticidade das marcas quando elas lidam com a diversidade. O público LGBTQ+, inclusive (81%), é o que mais sente falta de elementos de diversidade nas propagandas, seguido por pessoas com deficiência (57%). Esses grupos também acreditam, em sua grande maioria, que as lojas sequer estão preparadas para atendê-los. “Isso abre um debate sobre o quanto o posicionamento, a oferta e a comunicação de marcas e empresas podem estar descolados da realidade, isto é, o quanto as marcas que atuam no Brasil estão ainda distantes de ser Oldiversity®”, alerta o CEO do Grupo Croma Edmar Bulla. www.cromasolutions.com.br

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A Calçados Bibi inaugurou a sua oitava loja fora do Brasil: em Arequipa, no shopping Mall Aventura Porongoche. A unidade é a quinta da rede no Peru (além de Arequipa, são três em Lima e uma em Trujillo) e todas são do mesmo franqueado: Luis Castro. As outras três unidades internacionais da Calçados Bibi estão em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia; em Quito, no Equador; e Bucareste, na Romênia. Em 2020, a marca pretende implantar, ao menos, mais dez unidades internacionais e o foco principal são os países da América do Sul, como Peru, Chile, Colômbia, Equador, Bolívia, entre outros. Ao todo, a rede tem 123 unidades, está presente em cerca de 3,5 mil pontos de venda multimarcas e exporta seus produtos para mais de 70 países. A expectativa da Bibi Calçados é crescer 20% este ano. www.bibi.com

MAPLE BEAR QUER ALCANÇAR R$ 1 BILHÃO ATÉ 2023

A Maple Bear quer conquistar a marca de 300 escolas no Brasil e mais 80 na América Latina em 2023, totalizando 50 mil alunos e mais de R$ 1 bilhão em faturamento. Para isso, o plano da empresa é direcionar a expansão para o interior do País, concentrando os esforços em cidades menores, mas expoentes de todas as regiões brasileiras. A rede, que chegou ao Brasil em 2006 e foi adquirida pelo grupo SEB em 2017, tem hoje 145 escolas em funcionamento – com outras 50 em construção – e 25 mil alunos no País. No ano passado, a Maple Bear faturou cerca de R$ 710 milhões, sendo que a operação brasileira é a mais bem-sucedida mundialmente. www.maplebear.com.br

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MC DONALD’S FECHA PARCERIA COM A FIAT CHRYSLER O McDonald’s no Brasil e a Fiat Chrysler Automóveis (FCA) anunciam uma parceria na qual será possível acessar o cardápio do McDonald’s diretamente pelo carro, escolher o que deseja pedir, pagar e decidir qual restaurante melhor se encaixa em sua rota. A expectativa é de que os testes com os consumidores comecem no primeiro semestre de 2020. “Estamos, a cada dia, empoderando mais e mais o nosso cliente ao disponibilizar novas opções para que ele escolha o que comer, onde comer e como pagar”, disse o presidente da Divisão Brasil da Arcos Dorados Paulo Camargo. Além do McDonald’s, também faz parte dessa rede de inovação da FCA a Visa do Brasil, que tem como objetivo buscar uma nova opção de pagamento durante sua jornada de mobilidade com o carro. www.arcosdorados.com/ir

TUTORES QUER CHEGAR A TODAS AS CAPITAIS DO PAÍS A Tutores quer inaugurar pelo menos 30 operações este ano e alcançar todas as capitais brasileiras, chegando à marca de 100 franquias até dezembro. A microfranquia de reforço escolar multidisciplinar também pretende aumentar a expansão interna, levando as franquias home based a estabelecerem unidades físicas em suas regiões de atuação. Hoje a rede conta com 70 franquias. “O número de alunos com dificuldades de aprendizagem, que podem ser situacionais ou diagnosticadas como TDHA (déficit de atenção), Transtorno do Espectro Autista, por exemplo, é enorme. Com nosso trabalho, conseguimos auxiliar de forma bastante eficaz esses estudantes em qualquer momento da vida acadêmica”, explica o sócio-fundador da Tutores Artur Hipólito. www.tutores.com.br

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NA MIRA DO FRANCHISING

ODONTOCLINIC ANUNCIA INVESTIMENTO DE R$ 28 MILHÕES A Odontoclinic investirá R$ 28 milhões este ano, sendo que R$ 22 milhões serão destinados para novas unidades em diversas regiões do Brasil. No ano passado, a rede inaugurou 30 clínicas, totalizando 201 em 16 estados. Outros R$ 6 milhões serão aplicados em inovação tecnológica, especialmente em software de gestão e tecnologias de automação na fábrica de alinhadores transparentes para ortodontia (impressão 3D, software de planejamento e scanners). Com a expansão planejada em 2020, a rede de franquias deve proporcionar mais de 1.100 vagas diretas e indiretas de emprego. A empresa encerrou 2019 com um faturamento de R$ 202 milhões, alta de 12% em relação ao anterior, e projeta alcançar R$ 230 milhões neste ano. www.franquiaodontoclinic.com.br

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* Os valores de margem de lucro e faturamento mencionados no anúncio são meras estimativas obtidas por meio dos dados e dos resultados médios fornecidos por todas as unidades franqueadas do sistema atualmente existentes, sendo calculadas mensalmente e, portanto, podendo ser levadas em consideração somente para o mês de janeiro de 2020. O lucro e o faturamento efetivo de novas unidades do sistema estão sujeitos aos riscos inerentes às atividades comerciais em geral e dependem de uma série de fatores para se confirmarem, como por exemplo, mas não limitados: à localização e “maturação” do ponto comercial, aos custos com instalação da unidade franqueada (obras, mobiliário, estoque, equipamentos, etc.), aos custos de ocupação, aos custos com folha de pagamento e demais despesas, à dedicação e gestão do próprio franqueado, ao cenário econômico, dentre tantos outros. Assim, os dados e valores aqui expostos não podem ser interpretados, sob hipóteses alguma, como promessa ou garantia do prazo de retorno do investimento, de lucro ou de faturamento. ** De acordo com o Ranking oficial divulgado pela ABF, a Óticas Carol é a 13ª maior rede de franquias do Brasil.

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NA MIRA DO FRANCHISING

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BOALI LANÇA APLICATIVO PARA AUMENTAR INTERAÇÃO COM O PÚBLICO

ORTOPLAN PLANEJA CRESCER 42% EM 2020 A Ortoplan – Especialidades Odontológicas planeja crescer 42% em 2020 e alcançar 70 unidades. O investimento para a abertura dessas unidades está estimado em R$ 5,7 milhões. Hoje, a rede está presente em 14 estados brasileiros com 37 unidades em operação. De acordo com o presidente da empresa Faisal Ismail, a prioridade é expandir pelo estado do Paraná, tanto na capital Curitiba quanto em cidades com mais de 35 mil habitantes; pelos estados do Nordeste, também com foco nas capitais; e para municípios do interior do estado de São Paulo. Para crescer, a rede aposta no conceito Ortoplan For You, que oferece taxa de franquia de R$ 10,9 mil, royalties escalonáveis, taxa de propaganda com 50% do valor revertido a ações locais e customização de itens, como tamanho da clínica, cores utilizadas para decoração, tipo de mobiliário, estilo de fachada, entre outras. www.ortoplan.com

Com o objetivo de criar maior interação com seu público e oferecer uma experiência de compra personalizada, a Boali lançou em meados de janeiro um aplicativo próprio com funções de entregas delivery, retirada na loja mais próxima e agendamento para o dia seguinte. O aplicativo é gratuito e pode ser baixado tanto para o sistema iOS quanto para o Android. O meio de pagamento pode ser feito via cartões de crédito, débito ou em dinheiro. Até o final do mês de março, a empresa pretende integrar o app ao Clube Boali, programa de fidelidade da rede, onde os clientes acumulam pontos para utilizar nas próximas compras. “Ao longo do ano, vamos construir novas ferramentas para aprimorar nosso canal de relacionamento com nosso público”, afirma o CEO da Boali Rodrigo Barros. www.boali.com.br

CONVERGÊNCIA, CANAIS E CONVENIÊNCIA SÃO TENDÊNCIAS NO VAREJO A Associação Brasileira de Franchising (ABF) promoveu no dia 28 de janeiro mais um Pós-NRF com o objetivo de apresentar os principais insights trazidos da NRF Retail’s Big Show – um dos mais ricos encontros do mundo sobre o varejo, que ocorreu de 12 a 14 de janeiro em Nova Iorque, nos Estados Unidos. O Pós-NRF promovido pela ABF – que teve transmissão ao vivo e mais de 200 pessoas no Auditório Santander – contou com apresentações do presidente da ABF André Friedheim e do curador do Grupo ABF na NRF Juarez Leão, da Leão Business, além de Eduardo Terra, da BTR Educação e Consultoria; Alberto Serrentino, da Varese Retail, e Grasiela Tesser, da NL Informática.

André Friedheim: “este ano foi, talvez, o primeiro que vi que o futuro, que a gente enxergava lá na frente, já começa a acontecer no mercado nacional.”

Alberto Serrentino: “continuamos capturando insights relevantes, mas a nossa capacidade de absorver, traduzir, aterrissar e implantar é crescente.”

Eduardo Terra: “de todas as NRFs, nessa vimos uma agenda mais prática, que diminiu o gap entre o que vemos nas palestras, nas feiras e nas lojas.”

Grasiela Tesser: “estamos tentando adotar tecnologias que já vêm sendo comentadas há alguns anos. De que adianta mais e mais se não as colocarmos em prática?”

Juarez Leão: “o desafio é transformar dados em informações relevantes, pois não adianta ser rico em dados e pobre em informação.”

VEJA NA PÁGINA AO LADO O ARTIGO DE JUAREZ LEÃO, CURADOR DO GRUPO ABF NA NRF

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ARTIGO

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#varejo #tendencia #disrupcao

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NRF 2020: o varejo da nova década! Por Juarez Leão*

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primeiro congresso desta nova década foi bem diferente dos 17 anteriores que participei. Ao invés de grandes tendências disruptivas, na maioria das vezes longe da utilização em massa e da realidade brasileira, nos deparamos com muito pragmatismo e real emprego das tecnologias já apresentadas nos anos anteriores. Com isso, ocorreu uma redução do abismo que existia entre o que era apresentado nas palestras e o que, de fato, o varejo americano estava adotando, facilmente percebido nas visitas realizadas a diversas operações de varejo em Nova Iorque, com lojas repletas de novas tecnologias, experiências relevantes, customização de ofertas personalizadas em tempo real e com base nos dados de cada cliente. Constatamos assim o amadurecimento do que vínhamos chamando de new retail (novo varejo) e, por esse motivo, desde que retornei do Congresso, passei a denominar este novo momento de varejo da nova década, onde o foco deixa de ser no coletivo e passa a ser no indivíduo. Essa nova fase do varejo está baseada na seguinte tétrade: Propósito, Eficiência Operacional, Tecnologia e Pessoas. É enorme o impacto de cada uma dessas novas exigências nos negócios de varejo existentes e também nos planos dos novos negócios, que obrigatoriamente deverão construir seu planejamento e posicionamento, visando a oferecer soluções a partir das demandas e necessidades do consumidor. E são muitas essas demandas, tais como: redução do atrito no processo de compra, oferta de experiências na loja, conveniência, “omnicanalidade” para atender o consumidor onde, quando e da forma que ele quiser, aumento do relacionamento personalizado por meio da utilização de tecnologias prioritariamente baseadas em dados – cuja obtenção e utilização se tornaram verdadeira obsessão –, uso de inteligência artificial, realidade aumentada, BOPIS (Buy O ­ nline

­ick Up In Store) e, P principalmente, atendimento humanizado, ofertado por pessoas capacitadas e dotadas informações relevantes dos seus clientes. As novas tecnologias e conexões humanas se unem como elementos fundamentais para o sucesso do negócio, onde a liderança é crucial nesse novo mundo digital. Sem líderes a transformação não acontece, pois esse é um processo de execução top-down (de cima para baixo). Nós precisamos entender que a tecnologia não é um fim, mas sim o meio. Não podemos nos apaixonar pela tecnologia, e sim pelos nossos clientes! As empresas inovadoras, ao invés de recompensarem o sucesso e punirem o erro, celebram o aprendizado que vem da busca pela inovação: isso libera a criatividade da empresa. Para obter sucesso, temos que quebrar alguns paradigmas muito fortes na gestão das empresas brasileiras, temos que ser mais rápidos na execução dos projetos e, portanto, mais tolerantes ao erro. Nessa direção, sugiro adotarem nos projetos o conceito MVP (Minimum Viable Product). O Produto Mínimo Viável é aceitar que “o feito é melhor que o perfeito” reconhecendo ainda que: Inovação = Experimentação = Fracasso. Não existe solução mágica, o sucesso depende de entender quem é o seu público e saber se relacionar com ele de maneira relevante. Para se diferenciar de fato, o grande desafio é ir além de entender e atender o consumidor; temos que ser obstinados em surpreendê-lo o tempo todo e em ser relevantes. Para tanto, temos que construir o negócio em função dele.

* Fundador e CEO da Leão Business, conselheiro da ABF, da SBVC e de cinco empresas, professor do MBA FIA de Varejo e MBA Franquias, professor de Governança Corporativa da PUC PR, palestrante e mentor Endeavor

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#tecnologia #produtividade #eficiencia

Tecnologia em benefício das pessoas FÁTIMA MERLIN, CEO DA CONNECT SHOPPER, FALA SOBRE A PESQUISA TECNOLOGIA E HUMANIZAÇÃO, REALIZADA PELO GRUPO MULHERES DO VAREJO

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á alguns anos, a chamada Indústria 4.0 gerou um impacto profundo na sociedade com a introdução de soluções tecnológicas avançadas, como inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e computação em nuvem, que até então só eram vistas nos filmes de ficção científica. E apesar de o mundo ainda estar se adaptando a essa realidade, um novo conceito já vem sendo discutido: o da Sociedade 5.0.


Na prática, o uso da tecnologia para melhorar a qualidade Para quem ainda não está familiarizado, ele visa a dede vida ainda é pequeno. monstrar o benefício da tecnologia no bem-estar humano, na qualidade de vida, na sustentabilidade e na resoluPor quê? ção dos problemas sociais. Assim, o que se almeja agora é Há uma grande distância entre o que se fala e o que que as máquinas ajudem a melhorar o uso dos recursos da se faz e, portanto, um caminho longo a percorrer, espesociedade e sejam mais democráticas, indo além da busca cialmente no Brasil. Os desafios são grandes e diversos. É por mais produtividade e eficiência. preciso investimento e incentivo do governo e da iniciaOlhando de perto para essa questão, o grupo Mutiva privada para quebrar paradigmas culturais e eliminar lheres do Varejo, criado em 2019 com o objetivo de troas resistências às mudanças. car conhecimentos e experiências e construir laços fortes em prol do empoderamento das mulheres no varejo e Apesar disso, de que forma a tecnologia pode mena economia brasileira, elaborou a pesquisa Tecnologia lhorar a qualidade de vida no trabalho? e Humanização. Na pesquisa foram citadas pelas participantes alguO estudo foi realizado entre os dias 14 e 21 de nomas iniciativas tecnológicas que trazem benefícios para o vembro de 2019 e contou com a participação de 77 probem-estar humano e qualidade de vida para os funciofissionais femininas do varejo, da indústria e da área de nários. Por exemplo: home office, serviços. Para conhecer suas conapp & learning, flexibilidade de hoclusões, a revista Franquia & Negórário, plataforma de comunicação cios conversou com uma das ideali“SEGUNDO O ESTUDO, e sala equipada para descanso dos zadoras da iniciativa, a especialista 42% DAS INDÚSTRIAS colaboradores. Quando falamos em em gerenciamento por categoria e qualidade de vida, estamos falando shopper e CEO da Connect Shopper E DOS VAREJOS também em dispor de forma mais inFátima Merlin. Confira a seguir. BRASILEIROS INVESTEM teligente do seu próprio dia a dia. A tecnologia, quando bem usada, nos A que se propõe a pesquisa EM TECNOLOGIA EM faz ganhar tempo e com isso podeTecnologia e Humanização? BENEFÍCIO DE UMA mos planejar melhor nossas ativiO que procuramos discutir com dades, tanto as profissionais quanto essa pesquisa foi o conceito de SoMELHOR QUALIDADE DE pessoais. ciedade 5.0, ou seja, da tecnologia VIDA, E 80% ACREDITAM em benefício do bem-estar. BuscaMuita gente acha que os robôs mos entender o quanto a tecnologia QUE A TECNOLOGIA substituirão os humanos nas é capaz de ajudar a melhorar a nosempresas. Qual foi o resultado sa qualidade de vida, como buscar o AJUDA NESSE da pesquisa em relação a isso? equilíbrio entre ela e o ser humano e PROCESSO” Quando perguntadas “Pensande que forma as empresas estão liFátima Merlin, CEO da Connect Shopper do na sua função atual, você acredita dando com esses temas. que ela poderá ser substituída por um robô”?, 85,8% das entrevistadas E como elas estão? responderam que não, sendo que 46,8% discordaram e Segundo o estudo, 42% das indústrias e dos varejos 39% discordaram totalmente. brasileiros investem em tecnologia em benefício de uma melhor qualidade de vida, e 80% acreditam que a tecnoE você, o que acha? logia ajuda nesse processo. No entanto, quando falamos Conforme retratado na própria pesquisa, ainda que sobre as iniciativas que trouxeram esse benefício ao neos robôs avancem, o varejo tem como essência “gente”: gócio, a nota dada pelas respondentes foi de apenas 3.2 gente atendendo gente. Há uma grande oportunidade (de uma escala de 1 a 5). Percebemos que as respostas tecnológica para otimizar processos e recursos, melhorar foram concentradas em temas relacionados à produtia produtividade, reduzir trabalhos muito operacionais e vidade, como otimização de recursos, sistema unificado, repetitivos, mas, no varejo, o atendimento pessoal, o acomelhoria no processo administrativo, diminuição de filas, lhimento e o “face to face” fazem e continuarão fazendo reuniões on-line e sistemas de Business Intelligence (BI).

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a diferença. Inclusive, algumas das empresas que robotizaram seus call centers, colocando robôs atendendo, têm investido em “humanização”. Isso porque as pessoas precisam de sinergia e conexão. Em quais processos ou atividades o toque humano é insubstituível? Foram algumas as citações na pesquisa, como atendimento, criatividade, liderança, gestão e comercial.

Qual é a melhor forma para se fazer isso? Justamente com organização, planejamento, investimento em educação e treinamento da equipe. As empresas precisam entender que é possível ser “tecnohumanizada” e ter lucratividade; essas duas questões não são antagônicas. Mas, de fato, temos um grande desafio na questão de aculturar as pessoas, desde os funcionários até os empresários, para o uso da tecnologia de forma mais acolhedora e inclusiva. A pesquisa também mostra que as características femininas podem contribuir ou fazer diferença para essa revolução tecnológica com o humano no centro das discussões. Quais são elas e de que forma isso pode ocorrer? Empatia, olhar humanizado, acolhimento e relação interpessoal foram indicados por 34% das entrevistadas; sensibilidade, por 27%; multitarefa, multidisciplinaridade e visão do todo (holística), por 18%; organização e atenção ao detalhe, também por 18%; criatividade e inovação, por 6%. Outros pontos que apareceram foram intuição, adaptabilidade, flexibilidade e equilíbrio entre razão e emoção. Esses são aspectos que os robôs não têm, e elas ajudam a melhorar a qualidade de vida.

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Como o Brasil pode acelerar esse processo e tornar realidade o conceito de Sociedade 5.0? Para 34% das entrevistadas, são necessários investimentos (parcerias, startups), incentivo às empresas (facilitar o empreendedorismo, benefícios tributários) e retomada da economia; para 31%, mudança cultural das empresas; para 30%, educação (escolas, profissional e empresarial); para 16%, valorização do ser humano e equilíbrio, e para 14%, mais planejamento, organização, processos e disciplina por parte das empresas. Destaco ainda que é preciso fazer investimento no ser humano, pois é fundamental ter gente preparada para lidar com a tecnologia e, assim, fazer o melhor uso dela.

“AS EMPRESAS PRECISAM ENTENDER QUE É POSSÍVEL SER ‘TECNOHUMANIZADA’ E TER LUCRATIVIDADE; ESSAS DUAS QUESTÕES NÃO SÃO ANTAGÔNICAS. MAS, DE FATO, TEMOS UM GRANDE DESAFIO NA QUESTÃO DE ACULTURAR AS PESSOAS, DESDE OS FUNCIONÁRIOS ATÉ OS EMPRESÁRIOS, PARA O USO DA TECNOLOGIA DE FORMA MAIS ACOLHEDORA E INCLUSIVA ” Fátima Merlin, CEO da Connect Shopper



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#degustacao #experimentacao #fidelizacao

Quer experimentar nosso produto, senhor? DEGUSTAÇÃO É UMA DAS FORMAS DE FAZER O CLIENTE CONHECER SEU NEGÓCIO E ATÉ MESMO FIDELIZÁ-LO. CONHEÇA AÇÕES FEITAS POR REDES DE FRANQUIAS

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uando passou a expandir por franquias, a Carol Coxinhas entendeu que precisaria criar uma maneira de fazer os clientes das novas regiões conhecerem seus produtos. Eles resolveram optar pelo bom e tradicional método da degustação, ao invés de simplesmente distribuir panfletos. “Criamos o Vale-Coxinhas, onde na abordagem dizemos que estamos abrindo uma nova unidade na cidade e queríamos muito recebê-los com um presente especial. O vale-coxinha dá direito a um copo para conhecer e saborear nossos produtos”, explica a fundadora da marca Carol Martinelli.


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CUPONS DE DESCONTO AJUDAM A ATRAIR PARA SERVIÇOS DE ESTÉTICA

Carol Martinelli, fundadora da Carol Coxinhas: vale-coxinhas é arma para ajudar na conversão de novos clientes

A ação faz diferença na aceitação da marca, de acordo com ela. Cerca de 70% das pessoas que visitam com o vale-coxinha acabam adquirindo outro copo na hora, ou voltam depois. “Ainda contamos com o marketing feito pelos clientes. Eles postam nas redes sociais e contam para os amigos, é mídia espontânea fortalecendo e divulgando a marca em cada região”, observa. Existe uma padronização na ação, mas a marca dá liberdade para que cada franqueado possa sugerir alterações. “Gostamos muito quando nossos franqueados tomam esse tipo de iniciativa, mostra que ele é um empreendedor e não apenas dono do negócio”.

E não é só comida que se beneficia de degustação. A rede de estética Posé também tem uma estratégia própria para atrair clientes. Por meio das redes sociais e imprensa, a empresa oferece cortesias para que os clientes experimentem o serviço. “A degustação também é aplicada quando o cliente chega na loja sem o material de divulgação, o franqueado tem a liberdade de oferecê-la. Além disso, existem expositores dos produtos Secret (linha sex shop da marca) para que o consumidor possa sentir o toque dos produtos, fragrâncias e efeitos”, explica a fundadora da marca Karla Lima. Alguns franqueados fazem ações próprias, como levar produtos para eventos ou influenciadores, mas tudo depende da aprovação da franqueadora. “As ações acabam aumentando o número de potenciais clientes que vão até a loja. Desde o início, a equipe de colaboradores trabalha para converter esse visitante em cliente. Uma parte significativa das pessoas que entram na loja se torna cliente fiel e promotor orgânico da marca, o chamado marketing boca a boca funciona bem”. De acordo com ela, a cada três novos clientes, um foi indicado.

TAXA DE CONVERSÃO É ALTA O desafio, segundo Carol, é atender a todos e ainda passar uma boa impressão. Cada ação distribui entre 300 e 500 vales, o que corresponde a até 10 mil unidades de salgados. “Pela última estimativa, dos 500 vales distribuídos, 360 foram retirar nos dois primeiros dias e 60% voltam ou compram mais produtos, seja na hora ou no dia seguinte”. Recentemente, a marca fez uma ação com um novo produto que havia sido adicionado ao catálogo: o churros gourmet. Foi criado um dia dedicado à iguaria. “No total, foram distribuídos mais de quatro mil unidades para os clientes. Consequentemente, alavancou um produto que estávamos inserindo na rede. Depois dessa ação, tivemos um aumento de vendas do produto em 30%, esse custo foi todo oferecido pela franqueadora aos franqueados”.

“AS AÇÕES ACABAM AUMENTANDO O NÚMERO DE POTENCIAIS CLIENTES QUE VÃO ATÉ A LOJA. DESDE O INÍCIO, A EQUIPE DE COLABORADORES TRABALHA PARA CONVERTER O VISITANTE EM CLIENTE” Karla Lima, fundadora da Posé

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EVENTOS DE DEGUSTAÇÃO FORMAM CLIENTELA

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A Torteria Haguanaboka aderiu, recentemente, ao conceito de brunch nas lojas, que equivale ao café da manhã e almoço, em uma refeição só. “Nele, ao invés de comer apenas um item do cardápio, o cliente paga por um valor específico e pode experimentar vários pratos, tortas doces e salgadas e outros, dependo da ocasião. Em 2019, realizamos o brunch de Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais”, explica a proprietária Valéria Verdi. A adoção da estratégia é facultativa aos franqueados. Alguns preferem apenas pacotes de comemoração entre famílias, como aniversários, ou confraternizações de empresas, que também ajudam a apresentar a marca para novas pessoas. “Todas as ações diferenciadas que ocorrem na rede ajudam a aumentar as vendas e consequentemente o faturamento das lojas, o que beneficia a todos, tanto o franqueado, quanto a franqueadora”, explica. A loja já reuniu cerca de 300 pessoas nesses brunchs. Um dos grandes desafios é marcar a data sem certeza se as pessoas comparecerão. “Cada loja é responsável por fazer essa divulgação e isso sempre gera uma ansiedade. Há o famoso ‘boca-a-boca’ rolando entre os clientes, então, a novidade sempre se espalha”, afirma.

Natal de Carvalho, diretor da consultoria CS Franchising: estratégia pode ser útil até mesmo para venda de franquia

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Valéria Verdi, proprietária da Torteria Haguanaboka: eventos temáticos de degustação fazem região conhecer produtos C

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ESPECIALISTA RECOMENDA PRÁTICA, INCLUSIVE PARA VENDA DE FRANQUIAS A degustação de produtos e serviços pode ser um diferencial na hora de tomada de decisão dos clientes, e por essa razão, é necessário estar preparado para atender da melhor forma possível. A estratégia pode ser útil até mesmo para a venda de franquias, de acordo com a analogia feita pelo diretor da consultoria CS Franchising Natal de Carvalho. “O investidor que tem acesso a essa degustação tende a não ficar procurando onde investir. A decisão de compra, em muitos casos, já acontece no término da visita. O fechamento de transação sempre tende a ser feito onde houver a maior atenção possível, um sentimento de proximidade com a marca”, afirma. Ele aconselha que as franquias pensem na possibilidade de realizar experimentações de produtos, serviços e de comando da unidade franqueada. A melhor forma de conhecer um negócio, como cliente ou como investidor, é tendo acesso ao que é oferecido. Ele ainda recomenda que as operações destinadas à experimentação tenham o mesmo cuidado que as que forem vendidas. “Os cuidados são de ter um produto com um diferencial, qualidade, sabor, sempre seguir os padrões de higiene, com preço competitivo sempre atualizado”, sugere.

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DESEMPENHO

#balancoprevio #numerosfranchising #crescimento

Franchising demonstra solidez e cresce em 2019 BALANÇO PRÉVIO DA ABF MOSTRA QUE O SETOR REGISTROU CRESCIMENTO NOMINAL DE 6,9% EM FATURAMENTO EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR Por Renata Turbiani

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NÚMEROS PRÉVIOS DO FRANCHISING EM 2019 Faturamento

+ 6,9%

Unidades

+ 5,1%

Redes

+ 1,4%

Empregos diretos

+ 4,8%

Fonte: ABF

PROJEÇÕES PARA O FRANCHISING EM 2020 Faturamento

+ 8%

Unidades

+ 6%

Redes

+ 1%

Empregos diretos

+ 6%

Fonte: ABF FOTO: KEINY ANDRADE

s últimos anos foram desafiadores para o Brasil com as incertezas políticas e econômicas que cercaram o País. Apesar disso, o franchising nacional tem apurado crescimento, e em 2019 não foi diferente. De acordo com o balanço prévio divulgado em janeiro pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor registrou crescimento nominal de 6,9% em faturamento em 2019, em relação a 2018. Na comparação dos períodos, o número de unidades cresceu 5,1%, o de redes subiu 1,4% e a geração de empregos aumentou 4,8%. Segundo a entidade, esse desempenho foi motivado por alguns fatores, como o aumento de 95.9 para 97.1 no Índice de Confiança do Consumidor (FGV/IBRE) na comparação dos meses de dezembro de 2018 e de 2019 –, a boa performance do varejo ampliado – que de janeiro a novembro de 2018 cresceu 6,3% em receita nominal, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e a retomada de segmentos como o da Construção Civil (obteve a primeira alta no segundo trimestre do ano passado, após vinte trimestres de queda) e o de Serviços (cresceu 0,9% no volume de serviços de janeiro a novembro de 2019). “Também vale destacar outros fatos que ocorreram durante o ano de 2019, e que impactaram positivamente no setor: a aprovação da Reforma da Previdência, que de certa forma deu ânimo à economia, o início das discussões da Reforma Tributária, que deve ser concluída este ano, e alguns reflexos da Reforma Trabalhista, como a diminuição de ações trabalhistas nos Tribunais”, aponta o presidente da ABF André Friedheim. Mais dois pontos a favor do franchising nacional em 2019 foram a chegada de novas redes e a abertura de unidades com novos modelos de negócios, especialmente o home based. Assim, pelo segundo ano consecutivo, os dados parciais da ABF mostram uma expansão mais intensa em termos de unidades em operação (5,1%) e redes (1,4%).

“TODOS OS DIAS INAUGURAMOS ENTRE 23 E 25 NOVAS OPERAÇÕES DE FRANQUIAS, DE DIVERSOS TAMANHOS E FORMATOS. O INTERESSANTE É QUE O FRANCHISING COMEÇOU A ATRAIR NOVAS VERTICAIS” André Friedheim, presidente da ABF

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DESEMPENHO

“Todos os dias inauguramos entre 23 e 25 novas operações de franquias, de diversos tamanhos e formatos. O interessante é que o franchising começou a atrair novas verticais. Cito, por exemplo, empresas que nasceram digitais, na internet, e hoje vêem a necessidade de se estabelecer no mundo físico. Tudo isso mostra o vigor e a força do sistema no Brasil”, celebra o executivo. Associado à abertura de novas unidades, o número de empregos gerados pelo setor também aumentou em 2019: 4,8%, totalizando 1.361.630 (diretos). A ABF estima que para cada unidade de franquia aberta no ano passado foram criados, em média, nove postos de trabalho formais no País, com ênfase para o segmento de Alimentação – responsável, inclusive, por receber e treinar jovens em seu primeiro emprego. O balanço da entidade aponta ainda que o desempenho dos segmentos de Casa e Construção e de Comunicação, Informática e Eletrônicos alavancaram o crescimento do sistema como um todo. Segundo o diretor-executivo da entidade Marcelo Maia, esses dois tipos de redes fazem parte de áreas da economia que têm reagido mais rapidamente. “Em Casa e Construção, houve o aumento significativo de empreendimentos lançados e da compra e venda de imóveis que movimentam toda a cadeia. Já o crescimento em Comunicação, Informática e Eletrônicos está muito associado ao aquecimento do mercado de celulares, periféricos e serviços correlatos, além de marketing digital e outras atividades on-line”, explica.

PROJEÇÕES PARA 2020 Para este ano, as projeções da ABF são de elevação de 8% no faturamento, de 6% em unidades, de 1% no número de redes e de 6% na geração de empregos. “Esses índices refletem as expectativas positivas dos franqueadores brasileiros e têm total correlação com a macroeconomia, com a taxa de juros em queda e previsão de crescimento do PIB na casa de 2%, patamar que já há alguns não conseguimos atingir”, analisa Maia. Friedheim acrescenta que, com a queda nas taxas de juros, nos próximos meses deve haver mais investimento em franquias de maior porte, o que irá gerar mais empregos. “Nos últimos anos crescemos muito com as microfranquias, agora a nossa aposta é um melhor desempenho das grandes.”

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AS MAIORES FRANQUIAS POR REGIÃO Região

Com sede na região

Em operação na região

Sudeste

McDonald’s (2459)

O Boticário (1694)

Sul

O Boticário (3806)

AM/PM (873)

Nordeste

Farmácias FTB (992)

O Boticário (935)

Norte

Snack Saudável (54)

O Boticário (228)

Centro-Oeste

Correios (994)

O Boticário (334)

Fonte: ABF

Marcas que mais subiram de posição na pesquisa das 50 Maiores Acqio: de 15º para 6º Óticas Carol: de 13º para 11º Burger King Brasil: de 19º para 14º Help! Loja de Crédito: de 40º para 24º Piticas Moda Criativa: de 46º para 33º Fonte: ABF

Marcas que entraram na pesquisa 50 Maiores em 2019 § OdontoCompany: 202% de crescimento em unidades (25ª posição no ranking) § Espaçolaser: 86% de crescimento em unidades (30ª posição no ranking) § Oggi Sorvetes: 279% de crescimento em unidades (37ª posição no ranking) § San Martin: 124% de crescimento em unidades (42ª posição no ranking) § KNN Idiomas: 43% de crescimento em unidades (45ª posição no ranking) § Nutrimais: 248% de crescimento em unidades (47ª posição no ranking) § Ceopag: 48ª posição no ranking § Ceofood: 49ª posição no ranking § Supera: 21% de crescimento em unidades (50ª posição no ranking) Fonte: ABF


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Maiores franquias em número de unidades por segmento

Alimentação 1º McDonald’s 2º AM/PM 3º Cacau Show 4º Subway 5º Burger King

Casa e Construção 1º iGUi 2º Casa do Construtor 3º Remax 4º Imaginarium 5º Multicoisas

Comunicação, Informática e Eletrônicos 1º Acqio 2º Premiapão 3º Bom Cupom 4º Gia-se Negócios pela Internet 5º Castseg Distribuidora

Entretenimento e Lazer 1º Livraria e Papelaria Nobel 2º Mr. Kids 3º Sniper 4º Ri Happy 5º Viva Eventos

Hotelaria e Turismo 1º CVC Brasil 2º Clube Turismo 3º CI 4º Flytour Franchising 5º Flyworld o seu amigo de viagens

Limpeza e Conservação 1º 5àSec 2º Jan-Pro 3º Lava e Leva Lavanderia 4º Maria Brasileira 5º Dryclean USA

Moda 1º Chilli Beans 2º Hering Store 3º Havaianas 4º Piticas Moda Criativa 5º Arezzo

Saúde, Beleza e Bem-estar 1º O Boticário 2º Óticas Carol 3º Óticas Diniz 4º Farmácias FTB 5º OdontoCompany

Serviços Automotivos 1º Lubrax + 2º Jet Oil 3º Localiza Hertz 4º Unidas Aluguel de Carros 5º Acquazero

Serviços Educacionais 1º Kumon 2º Wizard By Pearson 3º Fisk Centro de Ensino 4º CCAA 5º CNA

Serviços e Outros Negócios 1º Seguralta 2º Correios 3º Help! Loja de Crédito 4º San Martin 5º Nutrimais Fonte: ABF

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INTERNACIONALIZAÇÃO

50 MAIORES FRANQUIAS DO BRASIL

O balanço da ABF também mostra aumento no número de marcas de franquias brasileiras com operações no exterior. Em 2019, 163 redes nacionais registraram presença em 107 países. No ano anterior, eram 145 em 114 países. O segmento mais representativo é o de Moda, com 35 marcas, seguido por Saúde, Beleza e Bem-Estar, com 32, e Alimentação, com 25. A ABF considera todos os formatos de operação internacional: unidades próprias, unidades franqueadas, máster franchising, desenvolvedor de área, exportação e joint ventures. O principal destino das empresas brasileiras continua sendo os Estados Unidos, com 67 operando no local (em 2018, eram 59). Na sequência aparecem Portugal, com 44 (+29%); Paraguai, com 36 (+13%); Bolívia, com 25 (+14%), e Argentina, com 17 (+21%). “O DNA do franqueador é a expansão, e a internacionalização faz parte disso. Ainda crescemos mais nacionalmente, mas acredito que internacionalizar é uma tendência do franchising e esse é o caminho daqui para frente”, avalia o presidente da Associação. No movimento contrário, foram registradas 214 franquias estrangeiras atuando no Brasil – ante 190 do ano anterior –, originárias de 30 nações diferentes, sendo as mais significantes Estados Unidos (81), Portugal (22), Espanha (17), Itália (13) e Reino Unido (13). Os segmentos que concentram a maior parte das marcas de fora são Alimentação (55); Saúde, Beleza e Bem-Estar (38), Moda (29), Serviços Educacionais (26) e Casa e Construção (15).

Junto com o balanço prévio do franchising em 2019, a ABF divulgou o Perfil das 50 Maiores Redes de Franquias no Brasil por número de unidades em operação – por questões de empate ele conta com 53 marcas, e nesta edição, o número mínimo para figurar no ranking subiu de 301 para 321 operações. Também subiu o número médio de unidades por marca entre as 50 maiores: de 861 para 897. O número de redes com mais de mil unidades se manteve o mesmo, 17. O levantamento é realizado exclusivamente com as empresas associadas da ABF. Atualmente são 1.400, sendo responsáveis, segundo Friedheim, por 80% do faturamento do sistema. Dentre as marcas participantes, 45 são de origem brasileira. Embora o segmento de Alimentação tenha demonstrado queda (de 40% para 35%), continua a concentrar a maior parte das unidades, seguido por Saúde, Beleza e Bem-Estar (19%), Serviços Educacionais (13%) e Moda (7%). Quando se trata dos setores que mais cresceram, destaque para Serviços e Outros Negócios (de 6% para 9%) e Serviços Automotivos (de 5% para 8%). A análise indica ainda que, nos dois últimos anos, enquanto o percentual de lojas tradicionais diminuiu de 88% para 85%, outros formatos (quiosques, unidades móveis, operações home based e store in store, por exemplo) passaram de 12% para 15%. “O franqueador brasileiro é criativo, busca sempre formas de atuar em diferentes mercados”, analisa o presidente da ABF. Em relação ao tempo de atividade como franqueadora, o Perfil das 50 Maiores Redes de Franquias no Brasil mostrou que a maioria (30 delas) tem operação acima de dez anos. Porém, uma franquia com menos de um ano de atuação entrou para o ranking e praticamente todas as franqueadoras têm sede e unidades concentradas na região Sudeste: 46% e 53,6%, respectivamente.

INTERNACIONALIZAÇÃO: O CAMINHO DAS FRANQUIAS Top 10 países destino de marcas nacionais

Top 10 países sedes de marcas estrangeiras que operam no Brasil

Estados Unidos (67)

Estados Unidos (81)

Portugal (44)

Portugal (22)

Paraguai (36)

Espanha (17)

Bolívia (25)

Itália (13)

Argentina (17)

Reino Unido (13)

Uruguai (17)

Argentina (10)

Chile (16)

França (10)

Colômbia (15)

Canadá (8)

México (14)

Alemanha (5)

Angola (14)

Austrália (4)

Fonte: ABF

Fevereiro e março de 2020

49


DESEMPENHO 50 MAIORES FRANQUIAS POR NÚMERO DE UNIDADES 2019

2018

Marca

Segmento

2019

2018

1

1

O Boticário

Saúde, Beleza e Bem-estar

3.806

3.724

2

3

McDonald’s

Alimentação

2.459

2.289

3

2

AM/PM

Alimentação

2.377

2.493

4

4

Cacau Show

Alimentação

2.322

2.232

5

5

Subway

Alimentação

1.664

2.094

6

15

Acqio

Comunicação, Informática e Eletrônicos

1.703

1.113

7

*

Lubrax +

Serviços Automotivos

1.643

*

8

7

Kumon

Serviços Automotivos

1.563

1.488

9

6

Jet Oil

Serviços Automotivos

1.491

1.772

10

8

CVC Brasil

Hotelaria e Turismo

1.414

1.279

11

13

Óticas Carol

Saúde, Beleza e Bem-estar

1.335

1.143

12

12

Seguralta

Serviços e Outros Negócios

1.325

1.146 1.250

13

9

Wizard By Pearson

Serviços Educacionais

1.260

14

19

Burger King Brasil

Alimentação

1.209

980

15

10

BR Mania

Alimentação

1.181

1.231

16

14

Óticas Diniz

Saúde, Beleza e Bem-estar

1.154

1.116

17

16

Bob’s

Alimentação

1.047

1.043 1.002

18

17

Correios

Serviços e Outros Negócios

994

19

18

Farmáticas FTB

Saúde, Beleza e Bem-estar

992

993

20

11

Dia%

Alimentação

865

1184

21

21

Chilli Beans

Moda

830

785

22

20

Fisk Centro de Ensino

Serviços Educacionais

768

809

23

22

CCAA

Serviços Educacionais

728

728

24

40

Help! Loja de Crédito

Serviços e Outros Negócios

700

365

25

*

OdontoCompany

Saúde, Beleza e Bem-estar

634

210

26

24

CNA

Serviços Educacionais

612

579

27

23

Hering Store

Moda

577

589

28

26

Clube Turismo

Hotelaria e Turismo

523

484

29

25

Localiza Hertz

Serviços Automotivos

522

522

30

*

Espaçolaser

Saúde, Beleza e Bem-estar

519

279

31

27

Chiquinho Sorvetes

Alimentação

509

451

32

30

Havaianas

Moda

452

440

33

46

Piticas Moda Criativa

Moda

451

311

34

28

5ÀSec

Limpeza e Conservação

442

448

35

33

Arezzo

Moda

440

418

36

29

Hinode

Saúde, Beleza e Bem-estar

434

445

37 38 39 40

Oggi Sorvetes

Alimentação

413

109

Carmen Steffens

Moda

409

417

35

Prepara Cursos Profissionalizantes

Serviços Educacionais

409

411

36

Microlins

Serviços Educacionais

401

384

41

Kopenhagen

Alimentação

388

358

37

Chocolates Brasil Cacau

Alimentação

388

380 377

41

38

Mundo Verde

Alimentação

377

42

*

San Martin

Serviços e Outros Negócios

374

167

43

39

Giraffas

Alimentação

373

369

44

43

Casa de Bolos

Alimentação

370

340

45

*

KNN Idiomas

Serviços Educacionais

365

256

46

44

Jan-Pro

Limpeza e Conservação

354

318

47

*

Nutrimais

Serviços e Outros Negócios

351

101

42

Spoleto

Alimentação

349

351

48

*

Ceopag

Serviços e Outros Negócios

348

*

49

*

Ceofood

Serviços e Outros Negócios

327

*

50

*

Supera Ginástica para o Cérebro

Serviços Educacionais

321

266

Fonte: ABF

50

* 34

Revista Franquia & Negócios ABF



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OPERAÇÃO

#comportamento #interacao #integracao

A multicanalidade chegou às franquias FRANQUEADOS OPERAM E-COMMERCE, CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO E ATÉ REDES SOCIAIS PRÓPRIAS. SAIBA COMO AS MARCAS TÊM FEITO

52

Revista Franquia & Negócios ABF

A

era do franqueado que só atendia na loja ficou para trás. Impulsionadas pelo próprio comportamento do consumidor, é cada vez mais frequente ver lojas que oferecem atendimento por WhatsApp, compras por e-commerce ou interação em redes sociais. Algo que seria impensável há alguns anos.


FOTO: LEONARDO LUZ

A multicanalidade já é uma realidade entre os franqueados da Vinho & Ponto. O CEO Erni Luis explica que cada loja conta, atualmente, com atendimento no balcão, a restaurantes e bares, distribuição via e-commerce, entre outros. Quando um cliente compra no marketplace da marca, 100% do atendimento cai para uma loja franqueada. “O desafio é o franqueado ter estoque atualizado”, explica. Caso o franqueado não tenha o produto, a central atende. A tentativa é feita em até três lojas próximas. Essa é uma medida que ajuda a mostrar para o franqueado o quanto de receita ele perde por não manter o estoque atualizado, segundo Luis. De acordo com ele, a medida ajudou a eliminar 99% dos atritos que existiam. “Fiz um contrato extrafranquia, recebo o pagamento e faço o repasse para cada loja. O custo desse contrato significa 15%, pois fazemos toda a gestão, suporte, aprovação de cartão, o franqueado tem zero responsabilidade. Então foi muito simples vender essa ideia para ele, mostramos que não somos concorrentes”, comenta.

Pedro Almeida, sócio-diretor da Saladenha: franqueados podem fechar parcerias com influenciadores locais

DESAFIO É UNIFICAR LINGUAGEM

As redes sociais são grandes parceiras dos franqueados da Saladenha. Eles têm autonomia para mapear e sugerir influenciadores locais para apresentar o negócio na região. “Os desafios são grandes, mas acreditamos que o principal é surpreender o cliente positivamente, acreditamos que nosso produto, por ser saudável, já tem portas abertas em muitos lugares, por isso a necessidade de surpreender, para conquistar e fidelizar clientes”, explica o sócio-diretor da marca Pedro Almeida.

Na Park Idiomas, os franqueados também têm acesso à divulgação e contato com o cliente por meios on-line. Todas as campanhas e processos são desenhados pela marca, com o objetivo de apoiá-lo na conquista e manutenção do relacionamento com potenciais clientes. “É preciso orientar constantemente as unidades e equipes para que todos falem a ‘mesma língua’, sigam as orientações e metodologia propostas pela franqueadora para que o resultado seja mais rápido e barato. Para isso, exercemos uma liderança comercial centralizada. São

FOTO: ANDRE SIEVERS

AUTONOMIA PARA DIVULGAÇÃO

Erni Luis, CEO da Vinho & Ponto: franqueados são responsáveis por operar diversos canais nas unidades

Fevereiro e março de 2020

53


OPERAÇÃO

FOTO: PAULA KOROSUE

feitos encontros motivacionais, treinamentos operacionais presenciais práticos, com análise de resultados e correção de rota constantes”, explica o CEO da rede Paulo Arruda.

NECESSÁRIO, MAS COMPLICADO DE SE FAZER

“CADA UNIDADE TEM SEU PRÓPRIO CNPJ, E-COMMERCE TEM OUTRO E CANAIS TÊM OUTROS, A INTEGRAÇÃO FICA DIFÍCIL. MAS ISSO NÃO É UMA OPÇÃO, AS REDES

O CEO da consultoria GoAkira José Fugice diz que a legislação brasileira tem muitos entraves para a criação de franquias multicanais. “Cada unidade tem seu próprio CNPJ, e-commerce tem outro e canais têm outros, a integração fica difícil. Mas isso não é uma opção, as redes precisam fazer”, explica. Ele diz que a ação acaba sendo um problema sistêmico, mas que o governo precisará achar uma forma de regularizar a situação. “Tem algumas operações que amarram canais com revendedoras, por exemplo. A estrutura porta a porta é presa na mão do franqueado. Em alguns outros casos, como o e-commerce, eles pagam o percentual de comissão para a loja mais próxima daquele consumidor final”, exemplifica. Outro ponto crítico, na visão do especialista, é que o franqueado precisará ser capacitado para atender essa nova demanda: só ser bom no negócio não adianta. “Vai ter que dominar bem a gestão e, principalmente, a logística. O franqueador tem que selecionar bem os franqueados e avaliar quem pode operar esses canais. A parte comportamental vem primeiro, depois vem a parte técnica, que é mais fácil de se ensinar”, explica.

FOTO: F. VIANNA

PRECISAM FAZER” José Fugice, CEO da consultoria GoAkira

Paulo Arruda, CEO da Park Idiomas, e Eduardo Pacheco, fundador da rede: divulgação pode ocorrer regionalmente, por meios on-line

54

Revista Franquia & Negócios ABF

c a


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LOGÍSTICA

#praticidade #rapidez #comodidade

Shoppings compram ideia do delivery ATUAÇÃO OMNICHANNEL GANHA FORÇA COM PLATAFORMAS QUE TRANSFORMAM OS SHOPPINGS EM CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO Por Janaina Langsdorff

56

Revista Franquia & Negócios ABF

Q

uando o primeiro shopping do Brasil, o Iguatemi, foi aberto em 1966 a internet ainda era gerada dentro do ambiente acadêmico e para fins militares. A Arpanet (Advanced Research Projects Agency Network), considerada a precursora da rede, surgiu nos Estados Unidos em 1969 e, vinte anos depois, o sistema foi aprimorado por Timothy Berners-Lee abrindo o caminho para a popularização da World Wide Web (WWW).


No Brasil, a tecnologia começou a ganhar corpo em meados de 1994, época em que os shopping centers já haviam se firmado como polos de compras das grandes metrópoles. Mas enquanto o brasileiro se deslumbrava com a troca de mensagens pelo computador, os americanos já assistiam ao nascimento da empresa que mudaria para sempre as relações de compra. Com a Amazon de Jeff Bezos o e-commerce provocaria uma revolução sem precedentes no varejo. O que os shoppings não imaginavam é como essa transformação poderia impactar os negócios e, consequentemente, as franquias que neles residem. Hoje, a resposta está nas mudanças que a convergência tecnológica ainda provoca no comportamento de pessoas cada vez mais conectadas a canais capazes de integrar conveniência, praticidade, rapidez e comodidade. “A atuação próxima entre shoppings e redes permite uma abordagem mais rápida para entender os novos padrões e estabelecer os canais mais adequados”, comenta André Friedheim, presidente de Associação Brasileira de Franchising (ABF) e sócio-diretor da Francap. Fator-chave, a cooperação possibilita o desenvolvimento de projetos que, individualmente, não seriam possíveis. A consultora Nadia Lemos Nogueira, sócia-diretora da Acasa Gestão e Franquias, lembra ainda que as franquias têm taxas menores de mortalidade em relação aos negócios independentes, garantindo mais segurança para estreitar a relação. De acordo com a ABF, o índice de lojas fechadas caiu de 5% em 2017 para 3,9% em 2018. Os shoppings devem concentrar 24,9% das franquias em 2019 ante o índice de 21,5% verificado um ano antes. O bolo maior fica com as lojas de rua.

PACOTE ESPECIAL A postura colaborativa, própria da economia 4.0, tem no Delivery Center uma das propostas mais promissoras. Expoente do mercado de integração on-line to off-line (O2O), a startup criou um serviço que promete firmar FOTOS: J.P.EITI KIMURA

FOTOS: PETIT FOTOGRAFIAS

Charles Krell, vice-presidente de Operações da Iguatemi Empresa de Shopping Centers

“A sinergia traz ganhos para ambos os lados. É uma via de mão dupla”, ratifica o vice-presidente de operações da Iguatemi Empresa de Shopping Centers Charles Krell. Dependendo do empreendimento, as franquias chegam a representar 80% do mix nas praças de alimentação e 30% nos shoppings do grupo como um todo. Em outubro de 2019, os lojistas da rede ganharam uma nova possibilidade de ampliar a sua penetração e atuação no mercado, impulsionar as compras e a exposição de marca. Lançado em São Paulo, o e-commerce da rede já abriga mais de 120 marcas e deve expandir a sua atuação para todo o Brasil em 2020. “O Iguatemi 365 é a alavanca para o nosso posicionamento como uma companhia omnichannel”, frisa Charles Krell. O marketplace permite que o cliente retire o seu pedido no pick up point do shopping Iguatemi em São Paulo. Da parceria com o iFood, surgiu ainda uma solução que chegará a dez shoppings do grupo a partir de 2020. Mensageiros alocados nas praças de alimentação trabalham com um app próprio, que emite alertas para a coleta dos pedidos. O projeto, que funciona em quatro shoppings da rede desde maio de 2019, deve estar presente nos demais empreendimentos da companhia dentro de dois anos.

Andreas Blazoudakis, CEO do Delivery Center

Fevereiro e março de 2020

57


FOTOS: DIVULGAÇÃO

LOGÍSTICA

Delivery Center Shopping Tijuca - RJ

os shoppings na era omnichannel, carregando as franquias a reboque. O projeto, que foi inspirado nas operações de food delivery da China, integra o varejo físico ao eletrônico utilizando os shoppings como centros de distribuição. A estimativa da empresa é de que o movimento do comércio eletrônico tradicional passe de R$ 100 bilhões para mais de R$ 1 trilhão nos próximos cinco anos com o impulso do chamado e-commerce urbano. “Será a maior conexão do mundo on-line com o off-line de todos os tempos, transformando lojas em centros de distribuição urbanos e habilitando-as a ingressarem em um novo mercado com serviços ship from store”, anuncia o CEO do Delivery Center Andreas Blazoudakis. Fundada em Porto Alegre em 2016, a plataforma realiza a coleta, expedição, roteirização, entrega e pagamento, absorvendo toda a gestão dos pedidos, que vão desde comida a produtos e serviços. Entregas em menos de uma hora (comida) ou no mesmo dia (não comida) conferem aos lojistas um diferencial competitivo vantajoso em relação aos players puramente online. As encomendas podem vir do iFood, Uber Eats, Rappi e Mercado Livre, ou do WhatsApp, telefone e sites dos próprios lojistas, integrando toda a cadeia. A comissão é dividida entre o Delivery Center e o app parceiro, enquanto o frete sai por R$ 10 para o cliente. “Consigo entregar um tênis e um hambúrguer na mesma velocidade e pelo mesmo valor”, compara Blazoudakis. O negócio já tem a BRMalls, Multiplan, Cyrela Commercial Properties (CCP), família Galló e o Outback entre os seus acionistas. Com faturamento estimado em R$ 100 milhões para 2019, o Delivery Center pretende investir R$ 400 milhões para abrir 200 centrais de entrega até 2021. Hoje, a rede tem 24 unidades instaladas em shoppings de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Ancar e Aliansce Sonae já aderiram ao negócio. A previsão é que a quantidade de shoppings paulistas equipados com centrais da startup gaúcha suba dos atuais

58

Revista Franquia & Negócios ABF

Entrada do Shopping Tijuca - RJ, da BRMalls

sete para 40 empreendimentos. Brasília, Belo Horizonte e Curitiba são os próximos destinos. “O objetivo é ajudar os estabelecimentos a atingirem um faturamento de US$ 1 bilhão por ano”, calcula Blazoudakis. Nas praças de alimentação, as vendas já cresceram 17%. A alta gira em torno de 1,3% no shopping como um todo, podendo encostar em 5% após 24 meses de operação.

SACOLA CHEIA Se depender das franquias, apoio não faltará para ajustar o papel dos shoppings à nova era. O uso do comércio eletrônico como canal de vendas deve passar de 42,3% em 2018 para 61,1% em 2019, segundo a ABF. Já a projeção para a presença dos franqueados nas vendas do e-­commerce é de um salto de 30,1% para 48,1%. Comissão (79,2%), loja virtual (9,1%), app de delivery (7,2%), modelos ainda em implantação (3,6%) e retirada na loja do franqueado (0,9%) estão entre os principais formatos de participação. “A retórica de que aplicativos de comércio on-line canibalizam o comércio físico tem ganhado força, mas a Aliansce Sonae não tem essa visão. Acreditamos em uma experiência omnichanel, onde o on-line e o físico se complementam”, defende Renata Rique, gerente de inovação da Aliansce Sonae, que já é parceira do Delivery Center e busca outros aliados ao last mile delivery. Com um piloto digital do Parque D. Pedro Shopping em Campinas (SP), o grupo quer assegurar a captação de vendas adicionais entre os consumidores que não estão dispostos a ir ao shopping para fazer uma refeição. Na BRMalls, mais de 500 mil pedidos foram realizados por 200 mil clientes desde o início do acordo com o Delivery Center, há um ano e meio. Segundo a companhia, as lojas de alimentação dos oito shoppings integrados à plataforma registraram cerca de 10% de aumento nas



LOGÍSTICA

vendas, alta que se aproximou de 33% em alguns estabelecimentos. Já o faturamento cresceu 1,5%. “São soluções complementares para entregar mais experiência e comodidade”, corrobora Vicente Avellar, diretor de Operações da BRMalls, que soma 31 ativos situados em cinco regiões do país. O grupo já tem mais de 450 lojistas plugados ao Delivery Center. “O tempo em que os shoppings proibiam o delivery ficou para trás”, pontua Nadia. De acordo com a consultora, é melhor atuar como parceiro do que cobrar por vendas que os shoppings não ajudaram a concretizar. Os centros de distribuição são uma tendência confirmada também por Friedheim: “essa abordagem aproveita três fortalezas dos shoppings: espaço imobiliário privilegiado, estoque disponível e relacionamento com um perfil de público”. Apesar de captarem as mudanças nos hábitos de compra, as centrais de entrega exigem cuidados. Nadia alerta para a sobrecarga de taxas. “Precisa beneficiar ambos os lados”, adverte ela.

A estratégia multicanal não depende só do e-commerce, mas também das lojas físicas, que precisam oferecer mais opções de escolha aos clientes e evitar rupturas no processo de compra. “Temos condições de atrair público e ainda viabilizar os sistemas de entregas centralizados, desde que bem estruturados e a preços viáveis para os lojistas”, frisa Nadia. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) concorda: “o modelo omnichannel é uma realidade, mas não acabará com as lojas físicas, que oferecem oportunidades únicas de experiência”, confere Glauco Humai, presidente da entidade, que calcula a existência de 572 shoppings no Brasil. No terceiro trimestre de 2019, as vendas do setor cresceram 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com o Índice Cielo de Varejo em Shopping Centers – Abrasce (ICVS-Abrasce). Dados coletados entre os 30 milhões de consumidores que frequentam os 40 shoppings da Aliansce Sonae mensalmente revelam padrões que garantem a personalização da jornada de compra. Com base no modelo life center, o avanço agora é puxado por experiências exclusivas e não mais pelo consumo. “Enquanto os baby boomers são extremamente consumistas, as gerações que vieram depois dos millennials são norteados por experiências e conveniência”, relaciona Renata Rique. A Abrasce endossa essa atuação. “Percebemos a evolução dos shoppings em espaços de conveniência e lazer, além de polo de compras”, comenta Humai. Atender a demandas cada vez mais particulares é o papel das franquias, que “são a porta de entrada para diferentes operações e públicos”, complementa Humai. “O desafio é oferecer uma experiência completa para que o cliente

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Revista Franquia & Negócios ABF

encontre tudo o que precisa em um único lugar”, resume Krell. Uma cara nova aparece nos shoppings e indícios da mudança não faltam. A área de alimentação já extrapola os limites das praças, enquanto os serviços incluem clínicas, laboratórios e postos da Polícia Federal. Espaços Glauco Humai, presidente da Abrasce para cursos, eventos, coworking e entretenimento avançam no mesmo ritmo em que torres comerciais, hotéis e conjuntos residenciais integram os shoppings às cidades. Drones auxiliam na segurança e chatbots atendem os cliente. Já as lojas âncora perdem importância, valorizando a revisão do mix, que deve privilegiar marcas aptas a encararem as transformações. “Pelo histórico de adaptação e inovação, as franquias podem fazer o intercâmbio das melhores práticas entre os shoppings”, sinaliza Friedheim. Com a crise econômica, por exemplo, as redes criaram modelos mais enxutos. Das lojas físicas ao delivery, os shoppings precisam entender esses movimentos, que visam a sobrevivência de todos.

FOTO: ED DANESSI FOTOGRAFIAS E FILMES

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NICHO

#esporte #oportunidade #saude

Franquias do esporte entram em forma JOGOS OLÍMPICOS DE TÓQUIO-2020 ESTIMULAM A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS E PUXAM OS NEGÓCIOS DE ESCOLAS DE FUTEBOL E ACADEMIAS

FOTO: DIVULGAÇÃO

A

FOTO: BRUNO DIAS

32ª edição dos Jogos Olímpicos, que acontecerá em Tóquio, no Japão, entre os dias 24 de julho a 9 de agosto de 2020, inspira mais do que a torcida pelos 300 atletas que devem compor a equipe nacional, segundo o Comitê Olímpico do Brasil (COB). Do turismo aos artigos esportivos, os negócios também ganham um incentivo extra. Mas o empurrão está mesmo nas franquias diretamente ligadas ao universo do esporte e dos exercícios físicos. “É natural que os megaeventos esportivos impulsionem a prática de esportes. Esperamos esse mesmo boom com os Jogos Olímpicos do próximo ano. A nossa expectativa é de um crescimento de 20% em número de alunos matriculados na rede”, espera Pedro Badur, diretor-geral da Ronaldo Academy, que possui mais de cem unidades comercializadas no Brasil, Estados Unidos, Hong Kong e China. Chancelada pelo Selo de Excelência em Franchising (SEF) 2019, concedido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), a rede de academias de futebol planeja ações locais

Pedro Badur, diretor-geral da Ronaldo Academy

62

Revista Franquia & Negócios ABF


Fevereiro e marรงo de 2020

63


FOTOS: DIVULGAÇÃO

NICHO

Unidade da Biofisic

baseadas no perfil da região e adaptadas conforme o público-alvo de cada unidade. A franqueadora também divulgará essas iniciativas por meio das redes sociais oficiais da marca, tanto de forma institucional quanto para apresentar exemplos de sucesso de seus franqueados. “Dessa maneira, o impacto e o engajamento do público têm potencial para ser significativamente maior”, acredita Badur. Segundo ele, o projeto está sendo desenvolvido pelas equipes comercial e de marketing da Ronaldo Academy em parceria com a agência de publicidade da marca e com cada um dos empreendedores da rede. Os franqueados da Ronaldo Academy têm liberdade para criar ações específicas de ativação, desde que alinhadas à metodologia de ensino “Be Phenomenal” para o estímulo ao esporte. Fundada em Campinas (SP) no ano de 2015, a empresa já nasceu como franquia em um negócio idealizado pelo exjogador Ronaldo Fenômeno e pelo empresário Carlos Wizard. Com mais oito mil alunos entre 4 e 17 anos de idade matriculados nas 35 unidades em operação, a rede espera somar 50 franquias ativas até o fim de 2020. “As Olimpíadas imprimem uma forte influência nas crianças, favorecendo a atração de novos alunos nas escolas de futebol. O aumento da frequência nas academias também é esperado”, confirma o CEO da Proselling Alexandre Sita. A análise do consultor é comprovada pela Biofisic, que também espera um incremento de aproximadamente 20% em sua movimentação. “Vamos utilizar o nosso trabalho de marketing junto às mídias digitais, lançaremos campanhas específicas abordando o tema e ‘aulões temáticos’ envolvendo os Jogos Olímpicos”, conta o sócio-diretor da Biofisic Marcelo Almeida. Às vésperas do torneio, e durante os Jogos, a academia pretende ainda estender as campanhas criadas pelas unidades pró-

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Revista Franquia & Negócios ABF

prias a toda a rede de franqueados, fortalecendo a sinergia de toda a sua cadeia. Com faturamento de R$ 8,5 milhões em 2019, a Biofisic nasceu em 2012 e hoje possui oito mil alunos distribuídos em seis operações localizadas nas cidades mineiras de Itajubá, Pouso Alegre e Poços de Caldas, além de Valinhos, em São Paulo. O município paulista recebeu a primeira unidade franqueada da rede, em 2017. A estratégia de expansão prevê a abertura de duas academias em 2020, seguidas pelo lançamento de quatro a cinco unidades ao ano. “Planejar previamente as ações é fundamental para que as redes consigam ganhar a visibilidade desejada durante a competição”, alerta Sita. O consultor lembra que o varejo está habituado a buscar datas especiais para engajar as pessoas e aumentar vendas. Promoções e pacotes exclusivos para os clientes e campanhas de incentivo voltadas para as equipes de vendas usando a temática do esporte são algumas das táticas que podem ser colocadas em prática a fim de aproveitar o potencial de exposição gerado pelo torneio. “Acreditamos que todo evento do tamanho das Olimpíadas pode inspirar e motivar as pessoas a praticarem exercícios físicos por meio da representatividade transmitida pelos atletas olímpicos”, destaca Edgard Corona, CEO e fundador da Smart Fit, que atualmente tem 459 unidades espalhadas por todo o território nacional. A academia criada em 2009 encara as histórias de superação como um motivo a mais para estimular as pessoas a treinarem. “Vamos aproveitar todo o ‘frisson’ causado pelo evento”, garante Corona. Embalada pelo clima olímpico, a Smart Fit prevê a inauguração de cerca de 70 unidades no Brasil em 2020. Hoje, a rede abriga mais de dois milhões de alunos. Somente nos primeiros seis meses de 2019, a Smart Fit cresceu 40% em receita. A rede faturou US$ 406 milhões em 2018. A Blue Fit também ganha força. O negócio, que nasceu no município de Santo André (SP) em 2015, aderiu ao siste-


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NICHO

O ritmo da evolução

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FOTO: ANDERSON ESPINOSA

ma de franquias dois anos depois, montando uma rede que hoje supera 70 unidades, segundo dados da empresa publicados no site da ABF. Ginástica, zumba, jump, pilates, jiu-jitsu e muay thai. Entre danças e lutas, a academia avança por meio de um serviço premium oferecido a preços acessíveis e apoiado na defesa de um esforço consciente, movimento que vem fortalecendo a musculatura de todo o setor de saúde e bem-estar nos últimos anos. Segundo a ABF, o ramo faturou R$ 32,5 bilhões no primeiro trimestre de 2019, alta de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o Global Report – The state of the health club industry, estudo anual da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA) sobre a evolução do mercado fitness, posiciona o Brasil como o segundo maior mercado do mundo em número de academias em 2017. Com cerca de 34 mil estabelecimentos, o país fica atrás apenas dos Estados Unidos. Mas em receita, o segmento ocupa o 12º lugar com um valor estimado em US$ 2,1 ­bilhões. O estudo calcula a existência de 9,6 milhões de clientes e penetração de 4,6%, escancarando um caminho pronto para o ataque. Em busca de hábitos saudáveis, as pessoas buscam incentivos para um novo estilo de vida. E não é só a aparência que conta. Metade da população está acima do peso e a preocupação com a saúde, qualidade de vida e bem-estar não é mais uma questão de estímulo e sim de necessidade. Já a motivação vinda dos Jogos Olímpicos aflora emoções que vão além de ganhar ou perder. As franquias que souberem entender o real objetivo dos atletas em Tóquio farão muito mais do que manter os seus negócios em forma. Acertarão em cheio a vontade de superar limites.

FOTO: DIVULGAÇÃO

A história dos Jogos Olímpicos começa em 776 a.C. (antes de Cristo), na cidade de Olímpia, berço dos templos gregos. A exuberância física do homem foi contemplada em homenagem a Zeus até 393 d.C. (depois de Cristo). Mas quando Roma conquistou a Grécia, os centros pagãos foram fechados, extinguindo o evento na Antiguidade. O retorno só aconteceu em 1896, ano que marcou a realização das primeiras Olimpíadas da Era Moderna, em Atenas. O autor da proeza foi Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin. Certo de que o esporte poderia não só melhorar a educação como pacificar nações de todo o mundo, o nobre francês contou com a ajuda do empresário Georgios Averoff para financiar o torneio à época. Mais de 120 anos depois, a competição é patrocinada por marcas globais, como Alibaba Group, Atos, Airbnb, Bridgestone, CocaCola, Dow, GE (General Eletric), Intel, Omega, Panasonic, P&G, Samsung, Toyota e Visa. Entre os patrocinadores, parceiros e apoiadores oficiais do Time Brasil, estão Aliansce Sonae, Ajinomoto, BRW Sports Group, Estácio, Max Recovery, Peak Sport e Travel Ace Assistance. Os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 terão 34 modalidades disputadas por atletas de todo o mundo. Esta é a segunda vez que a capital japonesa sedia o torneio. Em 1964, a terra do sol nascente foi a anfitriã das primeiras Olimpíadas da Ásia. Mas é no Japão que o surfe, skate, karatê, escalada e beisebol/softball farão a sua estreia. O Brasil segue com chances promissoras de medalhas, especialmente no surfe e no skate. Entre as maiores incentivadoras de ambos os esportes estão a Oi, Petrobras, Red Bull, Jeep, Nike e Corona.

Edgard Corona, CEO e fundador da Smart Fit


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OPORTUNIDADE

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Coworking escolhe franchising para expandir ESPAÇOS TÊM UTILIZADO AS FERRAMENTAS DO SETOR DE FRANQUIAS PARA FAZER GESTÃO E EXPANSÃO DOS NEGÓCIOS. SAIBA COMO SÃO FORMATADOS E QUAIS SÃO OS DESAFIOS E AS OPORTUNIDADES DO MODELO

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ão há limites para o que pode se tornar franquia. A mais recente prova disso são os coworkings, também conhecidos como espaços compartilhados, que têm chegado a cada vez mais territórios brasileiros por meio do franchising. Até mesmo grandes empresas já têm adotado os espaços. “Elas se atentaram que possuir ativos físicos como grandes escritórios não é mais uma características de ser ‘grande’, significa apenas ser mais ‘pesado’ – ou seja, mais custos, mais burocracias, menos flexibilidade para adaptação em casos de necessidade de expansão dos negócios ou mesmo redução em momentos de quedas do mercado”, explica a diretora do Grupo Bittencourt Lyana Bittencourt.


FOTOS: RAFAEL NEDDERMEYER

ECOSSISTEMAS DE NEGÓCIO Dessa forma, a especialista acredita que o franchising se torna um modelo viável para a expansão desse modelo de negócio. “Para alguns pequenos empresários isso pode ser a oportunidade de ter um local adequado para receber clientes sem que seja necessário investir em algo próprio. Os clientes podem ser desde profissionais liberais a grandes empresas que adotam essa forma flexível de administração dos espaços físicos. Os espaços acabam funcionando como verdadeiros ‘ecossistemas’ em que empresas e profissionais interagem e geram sinergias entre seus negócios”, explica.

LUCRO VEM DOS CLIENTES VIRTUAIS Uma das empresas associadas à ABF que opera nesse modelo é a My Place Office. Há sete anos, eles começaram na Berrini, em São Paulo, e passaram a expandir para outras áreas da cidade e em Florianópolis (SC). “Antes chamava Espaço Berrini e quando começamos a expandir, mudamos o nome. Fomos até onde nossos braços alcançavam. Quando fomos para fora de São Paulo, resolvemos franquear, porque o franqueado é dono do negócio dele e vai trabalhar melhor que um gerente, por exemplo”, explica o CEO André Chusyd.

“PARA ALGUNS PEQUENOS EMPRESÁRIOS ISSO PODE SER A OPORTUNIDADE DE TER UM LOCAL ADEQUADO PARA RECEBER CLIENTES SEM QUE SEJA NECESSÁRIO INVESTIR EM ALGO PRÓPRIO” Lyana Bittencourt, diretora do Grupo Bittencourt

VALE A PENA INVESTIR EM UMA FRANQUIA DE COWORKING? Como trata-se de um segmento novo dentro do franchising, Lyana Bittencourt ajudou a listar cinco desafios e oportunidades de se investir em uma franquia de coworking. Confira: Desafios

Oportunidades

Coexistência de empresas e profissionais distintos compartilhando espaços o que pode exigir um senso de comunidade que nem todos estão ainda maduros para oferecer.

É um negócio de renda recorrente – os contratos são firmados por um tempo determinado mesmo que esteja prevista a ampliação ou redução do espaço locado. Há espaço também para locação do espaço por dia ou horas.

Exige regras claras de utilização e convivência.

Você proporciona a conexão de empresas e profissionais diferentes que não teriam essa oportunidade se estivessem em escritórios próprios.

Segurança: como a circulação de pessoas diferentes acaba sendo maior, os controles de acessos e de imagem devem ser rigorosos.

Acaba sendo um ambiente bastante atrativo para novos negócios e as pessoas tendem a querer ficar. A realização de eventos no espaço acaba atraindo novos coworkers.

Manutenção: como são muitas pessoas utilizando os serviços e pagando para usufruir deles, é necessária uma atenção especial para o correto funcionamento de tudo que é compartilhado entre as empresas.

Passamos por um momento no mercado imobiliário em que muitos espaços estão desocupados e podem significar uma oportunidade para quem quiser operar nesse setor, pois pode se conseguir negociar melhores contratos de ocupação.

Além dos riscos inerentes a qualquer negócio: escolha errada do ponto, dimensionamento errado do capital de giro necessário para manter o negócio, perfil do operador, escolha de fornecedores etc.

É um modelo de negócios que atrai pela onda de compartilhamento/colaboração que inundou o mercado nos últimos anos.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

OPORTUNIDADE

O modelo de negócio permite que seja locada sala de reunião, divulgação de endereço, entre outros serviços. “Buscamos espaços de no mínimo 120 metros quadrados até 300 para que ele consiga com a receita pagar principalmente os custos operacionais e sobra lucro. A partir daí, os clientes virtuais é que vão agregando receita nesse endereço”, explica. São Paulo é o maior polo da marca, com 12 unidades. Em seguida vem o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com uma cada. Chusyd diz que todas têm performance parecida.

PREFEITURAS PODEM SER UM DESAFIO O sócio da Ôshi Orozimbo Borges Neto pontua que existem alguns desafios na expansão de coworkings, principalmente ligados a autorizações municipais. “Para receber um endereço fiscal, a prefeitura tem que permitir esse tipo de modalidade. Ela permite apenas prestação de serviços, não permite comércio, por exemplo”, explica. Ele também diz que é importante prezar pelos segmentos que farão parte do conjunto. Um coworking focado na área da saúde, por exemplo, precisa ser dedicado a esse setor. “Temos cinco unidades atualmente: Petrolina (PE), Indaiatuba (SP), duas em Campinas e uma em São José dos Campos (SP). Apesar das regiões diferentes, a demanda é semelhante”.

FRANQUEADO COM NETWORKING TEM MAIS RESULTADOS O perfil ideal de franqueado para esse tipo de negócio, na visão do franqueador, é que tenha construído um bom networking local ao longo da vida profissional. “De modo geral, não tem nenhuma necessidade de ter expertise específico. Treinamos ele e toda a equipe para a questão mais técnica”.

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Lyana comenta que as grandes cidades costumam abraçar esses modelos de negócio com mais facilidade. “Há ainda um mindset de ser ‘dono’ do espaço físico, ou ter um espaço exclusivo que precisa ser quebrado e que naturalmente vai acontecer com o tempo. As empresas pesadas em ativos acabam sendo também pesadas para promover a inovação e renovação dos negócios”, aposta. Antes de instalar em determinada localidade, ela sugere que avalie o perfil das empresas existentes, o perfil dos pontos comerciais e entender bem a demanda para entender os serviços que podem ser oferecidos.

“PARA RECEBER UM ENDEREÇO FISCAL, A PREFEITURA TEM QUE PERMITIR ESSE TIPO DE MODALIDADE. ELA PERMITE APENAS PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, NÃO PERMITE COMÉRCIO, POR EXEMPLO” Orozimbo Borges, sócio da Ôshi

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PONTOS COMERCIAIS

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a r u c o r p o t À pon do

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AR A E ST A LH IS O C C E ES PR L ,A CA O NTA R S E S A I A ,M AM EM Á. PAR FUND B R É ST DE EE O JA EN T L V N A L I E Ã O DA PAR OC Ç E D IZA L ON A LO C DA

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er um ponto comercial bonito, atraente, chamativo e que, “de quebra”, esteja na rota de passagem no dia a dia do cliente é um dos principais desafios para quem quer abrir um negócio. Andre Belz, sócio da rede de ensino Rockfeller, afirma que é bem criterioso no processo de seleção de um ponto. “Dentro do perfil da marca, temos um tipo de imóvel com algumas necessidades e é esse filtro que passamos para o franqueado iniciar as suas buscas”, conta. Na rede, são avaliados três aspectos para a escolha do ponto comercial: o imóvel deve ter o tamanho mínimo entre 120 e 130 metros quadrados – a média de tamanho das unidades da rede é de 320 metros quadrados –, não necessitar de reforma e ter uma localização com muita visibilidade. “Não precisa ser instalada em uma avenida principal, por exemplo, mas deve estar em uma rua

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FOCO DE FRANQUIA SÃO OS SHOPPING CENTERS Claudinei Martins, diretor-executivo comercial do Grupo Kyly, detentor da marca Milon, rede de confecção infantil, afirma que estrategicamente a franquia está apenas em shopping centers. “Entendemos que o nosso consumidor é um público que frequenta os shoppings por ser um ambiente mais seguro, oferecer lazer e uma variedade de opções de escolha”, comenta. A rede tem 53 unidades em todo o País. A previsão é a de fechar o ano com 70 lojas. Nesse cálculo está o primeiro estabelecimento em São Paulo, que será inaugurado no Shopping Anália Franco, na Zona Leste da capital. Além das lojas próprias e franqueadas, a Milon também está presente em lojas multimarcas. As unidades da rede têm entre 35 e 45 metros quadrados. “Talvez em alguma cidade que seja vitrine para turismo, podemos estudar abrir uma loja de rua, mas ainda estamos avaliando”, conta Martins. Para ele, o foco em

FOTO: HENRIQUE KOTAKA

com um grande fluxo de pessoas. Também não pode ser um imóvel pequeno, com uma portinha, porque ninguém quer fazer um curso de inglês em um local assim”, comenta. Belz também afirma que os bairros onde são instaladas as redes são selecionados conforme a densidade demográfica e o perfil do público. “Buscamos bairros mais verticalizados e com famílias das classes econômicas A, B e C”. O empresário conta que a rede desfruta de uma ferramenta de geomarketing que os ajuda a mapear bem as potenciais localizações. Depois de escolhido o ponto pelo franqueado, representantes da rede vão ao local conferir os detalhes, avaliar a necessidade de reforma, de adequação da fachada e se as obras estarão dentro do investimento inicial previsto para a abertura de uma unidade da Rockfeller. “Se o imóvel exigir uma reforma muito grande a gente desaconselha e veta a locação”, explica Belz. Atualmente a franquia tem 47 escolas em funcionamento e 14 em processo de implantação em todo o País. Todos os imóveis onde as unidades da rede operam são alugadas. Desde a criação da companhia, há 15 anos, somente duas vezes houve a necessidade de mudar o ponto comercial. Nunca foi fechada nenhuma escola. Para abrir uma unidade da rede, o investimento inicial varia de R$ 120 mil a R$ 400 mil, dependendo do tamanho do imóvel. O valor inclui taxa de franquia, capital de giro e custo com instalação e montagem. O prazo de retorno é de 24 a 48 meses, mas a média dos franqueados atinge o equilíbrio do negócio em 36 meses.

“NÃO PRECISA SER INSTALADA EM UMA AVENIDA PRINCIPAL, POR EXEMPLO, MAS DEVE ESTAR EM UMA RUA COM UM GRANDE FLUXO DE PESSOAS. TAMBÉM NÃO PODE SER UM IMÓVEL PEQUENO, COM UMA PORTINHA PORQUE NINGUÉM QUER FAZER UM CURSO DE INGLÊS EM UM LOCAL ASSIM” Andre Belz, sócio da rede de ensino Rockfeller

shopping center, mesmo sendo uma locação mais cara, foi a escolha certa. Mas há outras estratégicas que merecem a atenção do empresário. “Como não somos loja de destino do consumidor, a seleção correta do ponto é essencial para o nosso sucesso. Procuramos estar sempre em corredor de fluxo e ter sinergia com operações de vizinhos, mix de serviços infantis e loja de calçados para crianças. São aspectos fundamentais para o sucesso do negócio.” Estrategista, Martins afirma que durante a crise aproveitou a oferta de bons pontos comerciais em shopping

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PONTOS COMERCIAIS

Claudinei Martins, diretor-executivo comercial do Grupo Kyly

c­ enters para expandir a marca. “Percebemos que os shoppings tinham bons pontos, resultantes do fechamento de várias lojas durante a crise, e com carência de oferta de peças para o público infantil. Alugamos esses espaços, abrimos lojas próprias e começamos a vender o negócio montado e já com clientela para interessados em adquirir uma unidade da Milon.” Martins conta que lançou 31 lojas próprias, desde 1985, antes de virar franquia há três anos. “Temos uma marca com um mix bem abrangente e com produto competitivo. Várias lojas estão sendo convertidas em franquias, mas não vamos abandonar nossas unidades próprias. Tenho força financeira para abrir mais estabelecimentos, formatar e vender um negócio mais fortalecido, e continuarei a fazer isso.”

de São Paulo, por exemplo, temos a lei de zoneamento que delimita as atividades conforme a região. É preciso ter cuidado para fazer essa verificação antes de assinar o contrato.” Tatiana também ressalta a importância de se avaliar qual será o fluxo de pessoas que passarão pelo imóvel e se haverá necessidade de estacionamento para recebê-las. “Se o imóvel estiver em uma rua muito movimentada, de difícil acesso para parar o carro, é preciso verificar se a ausência de um estacionamento pode afetar o bom funcionamento do negócio.” Franqueado e franqueador ainda devem exigir um contrato com o prazo mínimo de cinco anos. Além disso, deve-se pedir a inclusão de uma cláusula expressa sobre o direito de vigência e de preferência. Ela protege o locatário em caso de venda do imóvel. “Com essa cláusula, se o proprietário quiser vender o imóvel, ele se compromete a oferecer primeiro para o locatário. E em caso de venda para outra pessoa, ela terá de respeitar o prazo de locação. Assim ele termina o contrato sem a preocupação de uma venda nesse tempo.” O franqueador também pode solicitar a sua inclusão nessa cláusula. Ela é importante, segundo a advogada, no caso de franqueado e franqueadora rescindirem o contrato. Nesse caso, a rede poderá dar continuidade ao negócio naquele local. Depois de concluído o contrato, é importante que ele seja averbado no cartório de registro de imóveis com a assinatura de duas testemunhas.

CUIDADOS VÃO ALÉM DA BELEZA E LOCALIDADE A advogada Tatiana Teixeira de Almeida Pedote, do escritório Baubeta Almeida Advogados, destaca vários aspectos legais que devem ser observados antes de alugar um ponto comercial. O primeiro deles é levantar a escritura do imóvel. “É uma forma de verificar se ele tem algum ônus ou restrição. Normalmente o proprietário ou imobiliária apresentam o documento. Caso isso não ocorra, basta solicitá-lo num cartório de registro de imóveis.” Outro aspecto importante é analisar se o imóvel está em uma região que permite a exploração do negócio. “Na cidade

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Tatiana Teixeira de Almeida Pedote, advogada do escritório Baubeta Almeida Advogados

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GESTÃO

#empreendedorismo #juventude #novostempos

Eles deram cara nova ao franchising Por Márcia Rodrigues

CONHEÇA AS HISTÓRIAS DE JOVENS QUE EMPREENDEM COM SUCESSO NO SEGMENTO DE FRANQUIAS

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ristiano Hoffmann é um jovem empresário paranaense do franchising. Aos 28 anos, é dono da rede Doctor Fit, especializada em treinamentos personalizados. Com 27 unidades espalhadas pelo Brasil, a franquia tem em sua maioria empreendedores jovens. Do total de estúdios, cerca de 15 são comandados por empresários com idade entre 28 e 32 anos. A composição da rede não é um caso isolado nesse mercado. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Franchising (ABF), seis em cada dez interessados em comprar uma franquia tem até 40 anos. “São profissionais que se formam, trabalham durante quatro ou seis anos para ad-


FOTOS: DIVULGAÇÃO

Lucas Dantas de Paiva, 23 anos, é um dos franqueados da Doctor Fit

quirir experiência, levantar dinheiro e veem a franquia como ponto de virada para ter um negócio próprio”, diz Hoffmann. A rede é formada, em sua maioria, por educadores físicos, nutricionistas, médicos, profissionais da saúde e investidores. Os estúdios têm entre 80 e 160 metros quadrados e focam o atendimento às classes A e B. “São clientes que não querem pagar R$ 80 por mês e ficarem jogados na academia, nem pagar R$ 600 por um personal”. Para abrir uma unidade da rede, o investimento inicial vai de R$ 60 mil a R$ 100 mil. Esse valor inclui taxa de franquia, capital de giro, infraestrutura e equipamento.

Lucas Dantas de Paiva, 23 anos, é um dos franqueados da Doctor Fit. Ele tem um estúdio em João Pessoa (PB) e é considerado um dos destaques da franquia por atingir bons resultados. O estúdio tem mais de 100 alunos. Antes de empreender, ele era servidor público, tinha um bom salário e afirma não se imaginar “dono do próprio negócio”. No entanto, admite que sempre pensou em ter a sua liberdade financeira e flexibilidade no horário de trabalho. “Optei por franquia por ser um modelo testado, já que eu não tinha experiência com negócios”, diz. Paiva diz que não se vê mais trabalhando para outra pessoa e já projeta abrir outra unidade da rede. Ele afirma que tem funcionários mais novos e mais velhos do que ele. “Eu procuro sempre aprender com a experiência dos mais velhos. É óbvio que eles têm uma vivência mais concreta, que já passaram por coisas que eu ainda não passei na vida e que, às vezes, nem precisarei passar porque estou aprendendo com eles. Eu também tento deixar o ambiente de trabalho agradável porque eu sei que um funcionário que está satisfeito tanto financeiramente quanto com o clima de trabalho refletirá num melhor ambiente e atendimento para os alunos.”

BAGAGEM E CAPITAL Para Luis Stockler, diretor da consultoria especializada em franquias ba}Stockler, a faixa etária acima dos 30 anos já tem experiência de trabalho e um certo capital para investir no seu próprio negócio. “Essa faixa sempre buscou opção de negócio no mercado de franquias. Há, também, um público mais jovem que está tentando iniciar no empreendedorismo com a aquisição de microfranquias, que exigem valores menores”, comenta. Stockler ressalta que há diferença na gestão de empreendedores das gerações X e Y e isso requer um treinamento personalizado por parte das franquias. “As grandes redes já

“HÁ UM PÚBLICO MAIS JOVEM QUE ESTÁ TENTANDO INICIAR NO EMPREENDEDORISMO COM A AQUISIÇÃO DE MICROFRANQUIAS, QUE EXIGEM VALORES MENORES” Luis Stockler, diretor da consultoria especializada em franquias ba}Stockler

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GESTÃO

perceberam essa diferença e começaram a investir na qualificação dos franqueados conforme a sua faixa etária. No entanto, ainda existem muitas companhias que seguem um modelo de treinamento padrão e precisam se aperfeiçoar para falar com públicos diferentes.”

Carlos Massis de Oliveira Junior, 41 anos, franqueado da Nutty Bavarian, rede especializada em castanhas, decidiu entrar para esse mercado depois de a multinacional na qual ele trabalhava encerrar as atividades no Brasil. “Sempre viajei muito e, por causa da família, tinha pretensão de abrir um negócio próprio. Daí surgiu a ideia da franquia”, diz. Ele conta que seus tios são empreendedores, mas não foram a sua inspiração. “Quando pequeno, eu falava que teria uma loja de calçado feminino quando crescesse. Não foi isso que se concretizou, mas estou empreendendo.” O empresário afirma que sempre gostou de vender. “Em todas as áreas que atuei, meu foco sempre foi o cliente. Fazer o negócio acontecer, ainda mais quando ele é o seu negócio, é uma realização dupla”, enfatiza. A escolha pela Nutty Bavarian se deu por já consumir os produtos da rede. “O namoro foi longo. Eu havia tentado abrir uma loja em Marília, interior de São Paulo, mas já havia uma unidade. Quando soube que o franqueado precisou sair da cidade por questões de saúde, retomei o contato e fechei o negócio”. Oliveira Junior diz que tem três funcionários na rede. Todos com menos de 25 anos.

REDE INVESTE NA DIVERSIDADE E TENTA EXPLORAR O MELHOR DE CADA GERAÇÃO Em outra rede, a Orthodonic, cerca de 60% dos empresários têm menos de 40 anos. Para Fernando Massi, CEO da franquia que tem ao todo 226 unidades (193 ativas e 33 em implantação), cada geração imprime um estilo de gestão que tem prós e contras. “Temos uma rede com muita diversidade e procuramos absorver o melhor de todos para incorporar a cultura da marca. Contamos com franqueados mais maduros e muita gente jovem também. Os diferentes perfis se complementam e se encaixam com facilidade no modelo de negócios, que é muito atual e moderno. Um mindset orientado para inovação é possível para pessoas de qualquer idade e essa é a filosofia da OrthoDontic.”

FOTO: MADSON ANTUNES

QUANDO CRIANÇA, EMPRESÁRIO QUERIA ABRIR LOJA DE CALÇADOS

Fernando Massi, CEO da OrthoDontic

Na opinião de Massi, o comando jovem pode trazer muito poder de realização e energia para o negócio. “Os empresários com esse perfil querem crescer, se realizar e levar os que estão a sua volta com ele. Esse comportamento é benéfico para qualquer tipo de negócio, mas traz resultados incríveis para uma rede de franquias.” O franqueador ressalta, no entanto, que a falta de experiência pode ser um desafio. “Contudo, no universo das franquias, o empreendedor pode contar com o suporte da rede. O fato de trabalhar com processos definidos e testados também garante que todos invistam com segurança.” Massi também conta que, de forma geral, o quadro de funcionários da rede tem em sua maioria jovens. “Nas franquias, temos muitas oportunidades para funcionários em início de carreira. Por outro lado, exigimos alto nível de especialização para alguns cargos, como os postos de gestor e ortodontista. Portanto, acabamos empregando pessoas de faixas etárias diversas.” Mariana Lappe tem 38 anos e é franqueada da OrthoDontic. Ela diz que resolveu empreender no setor ainda jovem porque “quando novos, temos menos medo de começar algo novo e mais tempo para recomeçar caso não dê certo, além da disposição para trabalhar quantas horas forem necessárias”. “A nova geração de empreendedores busca estabilidade financeira e qualidade de vida, e na minha opinião só vejo isso em empresários. Trabalhei por uns oito anos em multinacionais antes de empreender. Eu adorava trabalhar em multinacional, mas sentia que faltava algo. Esse algo era a flexibilidade de horário que só encontrei empreendendo. Hoje sou realizada profissionalmente. Amo o que faço.” Para abrir o seu negócio, Mariana diz que vendeu tudo o que tinha construído até o momento – casa e carro – e ainda fez quatro empréstimos. “O investimento é alto e falta coragem para muitos, mas vale cada centavo. Basta trabalhar que o resultado vem”. Para ela, os jovens têm muita energia e força de vontade, qualidades decisivas para fazer com que um negócio dê certo.

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SEGMENTO

#manutencao #servicos #automoveis

Tendência de alta em serviços automotivos SEGMENTO SE DESTACA PELA OFERTA DE MANUTENÇÃO, LOCAÇÃO E OUTROS SERVIÇOS LIGADOS AO MUNDO DOS AUTOMÓVEIS

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om o aperto na renda das famílias, os serviços de manutenção têm crescido no franchising, seja de equipamentos eletrônicos, roupas e acessórios e também de veículos. A razão para isso é a preferência por consertar ou customizar um bem, do que comprar um novo.


FOTOS: DIVULGAÇÃO

cipalmente em grandes centros. Seja para locação de veículos, seja para manutenção de veículos”, afirma. A especialista acredita que o mercado ainda seja promissor para novos serviços ligados ao automobilismo, pois há perspectivas ainda maiores de crescimento. “Existem franquias para diferentes serviços, desde lavagem, embelezamento de carros, perícia para compra e venda de veículos, troca de óleo, manutenção em geral até as franqueadoras de locação de veículos”.

COMPRA POR IMPULSO EM CENTROS COMERCIAIS

“EXISTEM FRANQUIAS PARA DIFERENTES SERVIÇOS, DESDE LAVAGEM, EMBELEZAMENTO DE CARROS, PERÍCIA PARA COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS, TROCA DE ÓLEO, MANUTENÇÃO EM GERAL

O bom momento traz oportunidades, mas traz também muitos concorrentes. A Banca do Automóvel tem tentado justamente se diferenciar para que consiga atrair os consumidores. A aposta foi trazer conveniência e produtos em locais de grande circulação para pessoas que dificilmente iriam para um centro automotivo. A ideia é instalar unidades em shopping centers, postos de gasolina e demais locais de grande circulação. Por conta disso, a expectativa é otimista. “Justamente a conveniência de trazer as pessoas a venda

ATÉ AS FRANQUEADORAS DE LOCAÇÃO DE VEÍCULOS” Mércia Machado Vergili, consultora do Grupo Soares Pereira & Papera (GSPP)

O surgimento de serviços de transporte particular, como a Uber, também ajudou a fortalecer o segmento, uma vez que muitos motoristas locam veículos, ao invés de comprar. Além da manutenção, que precisa ser feita em períodos mais curtos de tempo. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o licenciamento de autoveículos em 2019 registrou aumento de 8,6% em relação a 2018. Para este ano, a entidade prevê aumento de 9,4% no licenciamento de autoveículos, índice maior que o de 2019 e mais relevante dada a maior base de comparação do ano anterior.

TENDÊNCIA É DE ALTA A consultora do Grupo Soares Pereira & Papera (GSPP) Mércia Machado Vergili diz que o segmento sempre foi bem no franchising nacional, mas que agora há realmente uma tendência de alta. “O crescimento se dá pela necessidade de uso de carros, prin-

Rafael Prandini, proprietário da Banca do Automóvel: estratégia é conveniência

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SEGMENTO

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de impulso, fora do ambiente de autopeças ou centros automotivos. Queremos mostrar às pessoas que os produtos são muito úteis e interessantes, mesmo para quem não tem o costume de frequentar esses ambientes. É voltado para todo o público que tem carro, e até para quem não tem, no caso de presentear pessoas que gostam e possuem carros”, explica o proprietário da marca Rafael Prandini.

NOVOS NEGÓCIOS A BMZ Auto Brokers acaba de trazer um novo tipo de serviço para o Brasil, corretora de veículos. A expectativa é alta: o CEO Marcio Leitão aposta em um volume de vendas de automóveis em torno de R$ 43 milhões em 2019 e de R$ 3,3 bilhões em 2024. “No Brasil, estamos sendo pioneiros nessa metodologia que há cinco anos vem crescendo muito nos Estados Unidos. Levando em consideração que o brasileiro é a população que mais troca de carro, nós acreditamos que temos um mercado muito grande para explorar”. Já para 2020, a previsão é chegar a 150 franqueados e alcançar um faturamento de R$ 8 milhões. Ele vê oportunidade justamente na burocracia, falta de segurança e tempo investido para vender e comprar veículos no Brasil. “O principal desafio é sempre estar atento e atualizado com as mudanças e atualizações do mercado referente a processos que garantem uma negociação segura para os clientes e consequentemente aos franqueados”, explica.

CRESCIMENTO DE 40%

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O fundador da Top Spa Car Anderson Macena vê que ainda existe muito espaço para avançar, porque a crise tem feito com que as pessoas optem por manter os veícu-

Anderson Macena, fundador da Top Spa Car: crise tem sido motor para o crescimento do negócio

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Revista Franquia & Negócios ABF

Marcio Leitão, CEO da BMZ Auto Brokers: diferenciação deve trazer resultado bilionário

los. A perspectiva da rede é crescer 40% no próximo ano, com diversificação de serviços e novas tecnologias. “No modelo de negócio Top Spa Car, o franqueado adquire a franquia livre de custos com aluguel, água e energia. Quem assume esses custos são as próprias concessionárias, onde as unidades estão alocadas, em troca de lavagem simples e uma porcentagem nos serviços de estética automotiva. É a própria franqueadora que negocia o ponto”, explica. A rede já tem quatro unidades internacionais, duas nos Estados Unidos e duas no Peru. Isso já faz com que eles consigam ter dimensão das diferenças locais para empreendedores, ainda mais tendo em vista a instabilidade econômica do País. “Além disso, o perfil do empreendedor reflete muito no desempenho do negócio. É preciso ter claro e bem definido que estar presente, conhecer o perfil do cliente, fidelizá-lo, investir em inovação para reduzir trabalho manual e implementar treinamentos motivacionais e de evolução de equipe são desafios recorrentes, ou seja, teremos sempre que finalizar um e já nos preparar para o próximo”, explica.


É COMPLICADO EXPANDIR UMA MARCA?

Com a Central Franquias tudo fica mais fácil! Elaborar uma estratégia de expansão eficaz é fundamental para garantir o crescimento saudável e sustentável do seu negócio. E para isso cada marca, produto ou serviço formatado deve ser analisado de maneira isolada, assim como o mercado no seu segmento. Esse estudo visa trazer definições importantes como as melhores estratégias de comercialização: marketing digital, venda direta, participação em feiras e eventos, etc., como também para onde expandir: se apenas de forma regional ou se já há potencial para levar a franquia para todo o Brasil, ou até mesmo para o exterior. Sabemos que nas mais diversas localidades existem candidatos interessados em investir em uma unidade franqueada, entretanto à capacidade financeira não é o suficiente para se tornar o franqueado ideal. É necessário, além de um perfil alinhado e comprometido com os valores da marca, saber lidar com os desafios do negócio e somente uma análise completa do perfil pessoal, profissional e comportamental dos candidatos poderá selecionar e trazer os melhores franqueados para a sua rede. Para promover um crescimento eficaz da sua franquia, o projeto de expansão deve ser planejado e executado por uma consultoria especializada e para isso a Central Franquias possui uma equipe de profissionais experiente para traçar as melhores estratégias de vendas e seleção de candidatos, proporcionando um crescimento mais seguro e sustentável da sua rede!

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ASPECTOS LEGAIS DO FRANCHISING

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#marcolegal #segurancajuridica #setornavanguarda

A nova Lei de Franquia e a defesa intransigente do setor Por Fernando Tardioli*

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chegada nova Lei de Franquia (Lei nº 13.996/2019), publicada no Diário Oficial em 27/12/2019, representa mais uma grande vitória da ABF e do setor. Desde a apresentação do projeto de lei até a sua aprovação, passaram cinco gestões e quatro presidentes diferentes pela entidade, sem perder o foco e o alinhamento estratégico. Vencemos, até o último minuto, todos os desafios e obstáculos colocados em nosso caminho, defendendo os interesses de nossos associados de modo incansável e intransigente. Colaboradores e diretores internos, adjuntos, estatutários e conselheiros rodaram dezenas de milhares de quilômetros, em incontáveis viagens a Brasília e a outros destinos, mantendo acompanhamento próximo e vigilante, sempre com a inestimável contribuição de nossa assessoria política, acerca de cada movimento do projeto de lei pelos escaninhos do Congresso Nacional.

Investimos milhares de horas de trabalho em diálogo constante e republicano com senadores, deputados, ministros e assessores parlamentares em uma verdadeira via sacra pelos corredores do Legislativo e do Executivo. Conquistamos um novo marco legal para o franchising, que muito mais do que simplesmente contemplar posições já consolidadas na jurisprudência, mantém a ABF e, por conseguinte, o Brasil, na vanguarda mundial quando o assunto é implementar melhores práticas em franquia. A nova legislação traz ainda mais previsibilidade e segurança jurídica ao setor, que tem deixado suas marcas indeléveis na economia, na geração de emprego, renda, arrecadação tributária e reafirmando o seu poder transformador na vida das pessoas. Todos sabemos que a dinâmica do varejo é infinitamente mais rica e mais ágil do que a capacidade do legislador de antever tendências e novos hábitos de consumo. Por isso, não temos uma legislação perfeita, mas podemos contar hoje com um marco legal apto a regular o setor, sem excessos, pelas próximas décadas. Todas as alterações trazidas pela nova legislação, que revoga integralmente a lei anterior, vêm sendo discutidas com profundidade pela ABF e apresentadas aos associados. Agora, é hora de arregaçar as mangas e adequar os instrumentos jurídicos à nova legislação, que entrará em vigor a partir do próximo dia 26 de março, de modo a construir um franchising cada vez mais ético, forte e perene.

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* Fernando Tardioli é diretor Jurídico da Associação Brasileira de Franchising (ABF), do World Franchise Council (WFC), da Federação Ibero-Americana de Franquias (FIAF) e sócio do escritório Tardioli Lima Advogados

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JUNTE-SE À LÍDER GLOBAL DE ESPAÇOS DE TRABALHO UMA EXCELENTE OPORTUNIDADE DE FRANQUIA DE VÁRIOS LOCAIS EM UM SETOR QUE CRESCE RAPIDAMENTE. Até 2030, os espaços de trabalho flexíveis responderão por 30% do espaço ocupado de imóveis de uma empresa grande. – Pesquisa da JLL A IWG é a principal provedora de espaços de trabalho flexíveis do mundo, conectando milhões de profissionais que pensam parecido e permitindo que eles sejam mais produtivos. Nossos clientes incluem desde alguns dos mais bem-sucedidos empreendedores e pessoas físicas, e 90% das empresas da Fortune 500 formam parcerias conosco. Em toda a nossa rede global de espaços de trabalho e coworking, conseguimos fornecer soluções para todo tipo de empresa, estilo de trabalho e faixa de preços por meio do nosso portfólio de marcas: Regus, Spaces, HQ e Signature by Regus. Com uma demanda por espaços de trabalho flexíveis que cresce exponencialmente, procuramos ampliar rapidamente nossa rede de centros por meio de um programa de franquia global. Isso criou uma oportunidade de investimento única nesse setor empresarial que cresce rapidamente, permitindo que nossos parceiros de franquias aproveitem nossas plataformas ajustáveis e nosso modelo empresarial comprovado. Se você tem a motivação, os recursos e a dedicação para fazer parte da nossa história de crescimento global,

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Não entendo Por Luciano Pires*

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019 ficará marcado para mim como o período em que percebi definitivamente minhas limitações. Descobri que estou rodeado por muito mais coisas que não entendo do que as que entendo. E dizer uma coisa dessas numa sociedade onde o que mais tem é gente que entende, é um desafio. Sim, eu não entendo. E por não entender, me recolho à minha ignorância. Não vou sair por aí falando sobre o que não entendo. E faço isso exatamente no momento em que um monte de gente abre a bocarra e despeja a ignorância pelas redes sociais. E como faz barulho, viu?

* Luciano Pires pires.com.br www.lucianopires.com.br

Eu assumi um compromisso muito tempo atrás de atuar como um curador. Procurar conteúdos legais de outras pessoas e apresentar para quem não conhece. E também produzir conteúdos reflexivos que possam orientar as pessoas sobre como encarar o mundo em que vivem. E faço isso a partir da janela pela qual vejo o mundo. E paro na minha ignorância. É de Clarice Lispector esta delicia de texto: Não entendo. “Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura se ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo…” Entender que não entende. É essa habilidade que parece que muitos perderam.

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