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Segurança de processos foi tema de webinar da Abiquim

Como parte de uma série especial, em comemoração aos 30 anos do Programa AR no Brasil, o sétimo webinar, realizado pela Abiquim, abordou “A Gestão da Segurança de Processos e a Interface com a Segurança Cibernética”. O evento contou com a participação de André Passos Cordeiro, diretor de Relações Institucionais e presidente-executivo em exercício da Abiquim; Rafael Rabelo Nunes, especialista em tecnologia da informação e professor da Universidade de Brasília, e Ruy Carvalho de Barros, consultor da RSE Consultoria. Na condução do debate, Glaucia Cristina de Brito Pereira dos Santos, coordenadora de Segurança de Processos da Arlanxeo. A condução do evento foi da gerente de Comunicação da Abiquim, Camila Matos.

A Abiquim quer fortalecer e consolidar a indústria química brasileira como a mais sustentável do mundo, defendendo um ‘ESG Made in Brazil’, ancorado nas grandes oportunidades que o Brasil tem, e que a indústria química pode ajudar a desenvolver nessas áreas.

Rafael Rabelo Nunes falou sobre a importância da cibersegurança para as entidades público-privadas e a sociedade, os riscos de ataques virtuais, e as diferenças em relação à segurança da informação, além de abordar trabalhos desenvolvidos e os desafios da formação de profissionais da área. Sobre a quantidade expressiva de marcas e organizações que vêm sendo impactadas por incidentes cibernéticos de grandes proporções, Nunes fez questão de lembrar que, como tudo está caminhando para ser inteligente, inevitavelmente os riscos envolvidos não só aumentam, como as vulnerabilidades vêm de onde menos se imagina. “Carro inteligente, casa inteligente, energia inteligente e agronegócio inteligente são apenas alguns exemplos, assim como uma cidade inteligente, que passa a ter todas as informações dela, coletadas e gerenciadas remotamente. Trânsito, serviços de urgência e emergência, polícia; todos os serviços públicos passam a ter uma central de monitoramento e gerenciamento”, relacionou.

Na indústria, continuou o professor de Brasília, não é diferente. “Neste setor, é muito comum a presença de dispositivos SCADA, onde vários sensores coletam informações de uma planta – entre outras, temperatura e pressão – que vão para um banco de dados ou uma central de alarme, possibilitando acionar ou não válvulas ou comandos automaticamente. Tudo isso exige uma rede interconectada, que tem a mesma tecnologia da rede de computadores que estamos acostumados a usar. Com a tecnologia 5G, essa interconexão de dispositivos com a internet das coisas (IoT) vai ampliando-se cada vez mais. Ou seja, se eu tenho condição de gerar esse controle, tenho também de gerar incidentes”, alertou Nunes.

Ruy Carvalho de Barros destacou as ferramentas de análise de risco e mitigação de consequências, reiterou a fala de Rafael Rabelo Nunes, chamando a atenção para as infraestruturas críticas nos segmentos industriais, ligados à área energia elétrica, de transporte, de produção de petróleo, óleo e gás natural, de comunicação e de TI.

Barros citou uma questão relacionada à indústria 4.0, que é a integração das tecnologias da informação com a automação. Ou seja, em um momento, segundo ele, de maior interconectividade, há um impacto negativo, em termos de mudança de estruturação, já que muito do que era feito anteriormente passa a ser realizado quase que integralmente na forma virtual, ou seja, um ambiente propício para invasões. E disse que tudo isso é muito preocupante, porque as consequências podem ir além de perdas financeiras. Essas vulnerabilidades podem comprometer vidas ou trazer prejuízos ambientais desastrosos. Diante de um cenário tão complexo e novo, ele diz que há uma tarefa árdua, ligada aos sistemas de controle industrial. “Temos de pensar em um monitoramento contínuo, no sentido de evitar esses ciberataques, com a possibilidade de rastrear essas ações, ou seja, saber se o que está acontecendo é oriundo do próprio sistema, ou se ele vem de fora, bloqueando a tal ação”, enfatizou.

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