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ABRAFATI SHOW debateu sustentabilidade e inovação
como um de seus três eixos estratégicos de crescimento – os outros dois são as Fusões & Aquisições e a Excelência Operacional e, mesmo estes são inspirados pela inovação: nas aquisições, a empresa tem enfatizado o investimento em companhias que adicionam tecnologias inovadoras ao seu portfólio. Também é com inovações em práticas e processos que alimenta a excelência operacional, que torna as operações mais produtivas e competitivas. A estratégia de inovação da Solvay está, obrigatoriamente, alinhada com todas as demais estratégias da empresa (estratégias das unidades de negócios, de investimentos e aquisições, de gestão de pessoas, etc.), o que é assegurado no cascateamento do planejamento estratégico, em cada uma das áreas de negócios da companhia.
E o conjunto de estratégias está sintonizado, ainda, com as seis megatendências que o Grupo identificou como campos de oportunidade para crescer e, ao mesmo tempo, aportar sua contribuição para responder aos grandes desafios do mundo contemporâneo, e para a construção de um futuro mais sustentável: Eletrificação, Leveza (Lightweighting), Eficiência de Recursos, Cuidados com a saúde, Internet das Coisas/Digitalização, e Soluções Ecológicas.
Os investimentos anuais em Pesquisa e Inovação do Grupo Solvay, em todo o mundo, correspondem, em média, a 3% de seu faturamento líquido. Em 2021, o faturamento líquido do Grupo foi de € 10,1 bilhões. Também em 2021, 53% das vendas líquidas do Grupo Solvay foram obtidos com soluções sustentáveis, criadas e desenvolvidas pelos 21 centros globais de Pesquisa e Inovação, instalados em quatro continentes.
No Brasil, onde também atua com a marca Rhodia, o Grupo Solvay possui um grande centro de pesquisa e inovação no Brasil, instalado no complexo químico de Paulínia, interior de São Paulo. Nesse centro, funcionam 16 laboratórios de desenvolvimento de produtos e aplicações, de processos físicos e químicos, além de um laboratório de biotecnologia industrial, voltado a projetos ligados à biomassa (novas moléculas e novas aplicações de moléculas já existentes). Pelas características do País em relação ao fornecimento de biomassa, o Grupo Solvay decidiu concentrar, nesse laboratório, todo o seu desenvolvimento global de inovações a partir de biomassa. No centro de pesquisa e inovação no Brasil, trabalham 90 pesquisadores, doutores, cientistas, técnicos e pessoal administrativo. Aí, a empresa acaba de lançar um programa de inovação, com projetos desenvolvidos em conjunto com startups, em diferentes disciplinas do conhecimento. Esse centro de pesquisa e inovação da empresa, no Brasil, tem sido responsável pelo desenvolvimento de uma série de inovações para atender necessidades dos clientes de diferentes mercados. Nos últimos três anos, por exemplo, foram desenvolvidos, no Brasil, produtos para os mercados têxteis, como o novo Amni Soul Eco (fio têxtil de decomposição acelerada, inclusive em ambientes marinhos), o Bio Amni, primeiro fio têxtil de poliamida, parcialmente de fonte renovável, desenvolvido na América Latina, e Amni Vírus-Bac OFF, fio têxtil de poliamida com agente antiviral e antibacteriano, inserido em sua matriz polimérica (DNA do fio) – que inativa o vírus presente na superfície têxtil, impedindo que a peça de roupa seja um meio de propagação, tendo sido um
sucesso, durante a recente Pandemia de coronavírus, enfrentada pelo mundo.
Na área de especialidades químicas, as mais recentes inovações da Solvay no Brasil são a linha de produtos Combact Protect, um biocida avançado para a indústria de Petróleo & Gás, que oferece excelente controle de biofilme e bactérias sulfato-redutoras, que podem causar severos problemas, como corrosão em equipamentos e liberação de sulfeto de hidrogênio, um gás bastante tóxico, e que tem efeito duplo inédito: controle microbiológico, aliado à prevenção de corrosão em equipamentos; e o Dermalcare, emoliente enzimático para Personal Care, que é uma solução sustentável, para cuidados com os cabelos. Os formuladores de produtos para beleza e cosmética têm, com esse produto, uma alternativa 100% vegetal ao silicone, tradicionalmente utilizado nessa indústria. Produto biodegradável e sustentável, oferece excelente performance em xampus e condicionadores.
Mas, sem dúvidas, um dos produtos de maior destaque, desenvolvido pela Solvay a partir do Centro de Pesquisas e Inovação de Paulínia, é a linha de solventes oxigenados Augeo, derivada de fonte renovável (glicerina), com foco em sustentabilidade e alto desempenho, sendo composta por moléculas versáteis, com alto poder de solubilização, e reduzidíssimo odor.
Os solventes Augeo, todos patenteados internacionalmente, são utilizados principalmente nos mercados de bens de consumo, com destaque na linha de produtos destinados aos cuidados com a casa, como limpadores multiuso e nos aromatizadores de ambientes, e em itens de cuidados pessoais e fragrâncias. Outro segmento importante é o de limpeza industrial e institucional. Tem sido aplicado com sucesso, nos segmentos Agro e Petróleo e Gás, e está presente, ainda, nos mercados de tintas e vernizes.
O Augeo nasceu há cerca de uma década, a partir de uma ideia arrojada: fazer um solvente de fonte renovável, à base de glicerina. A produção começou na então unidade química de Santo André/SP, mas as vendas dos primeiros tempos foram decepcionantes. Num universo de solventes derivados de fonte petroquímica, Augeo era, sim, uma inovação disruptiva. No entanto, exigia inovação também na estratégia comercial. E assim, a empresa passou a direcionar o produto para mercados mais próximos do consumo, nos quais as características de Augeo são mais valorizadas, como o fato de ser de fonte renovável, mais sustentável, biodegradável, ter baixo odor, e baixa emissão de VOC (compostos orgânicos voláteis). Esse novo direcionamento estratégico se mostrou mais do que acertado: mais amigável para o meio ambiente e para a saúde humana, com alto poder de solubilização, Augeo foi ganhando presença em um leque crescente de aplicações, que fazem parte do dia-a-dia dos consumidores, como limpadores domésticos e aromatizadores de ambiente elétricos e de varetas, entre outras. Também tem sido utilizado com sucesso na solubilização de fertilizantes agrícolas.
O produto segue inovando e conquistando espaço, em outras aplicações e mercados. O Grupo Solvay está permanentemente desenvolvendo novas aplicações para os solventes dessa linha de produtos que, inclusive, possui registro na “Vegan Society”, a mais tradicional e respeitada nesse mercado. O selo, que atesta que o produto não tem ingrediente de origem animal, nem foi testado em animais, abre novos nichos para os solventes sustentáveis, como o de produtos veganos de cuidados pessoais ou de cuidados para a casa, uma tendência em crescimento sobretudo internacionalmente. A novidade está em sintonia com novas demandas das indústrias de home & personal care (cuidados pessoais e com a casa), principalmente nos Estados Unidos e Europa, que, além de matérias-primas naturais de fonte renovável, querem que estas sejam de origem vegetal (e não animal).
Também para a Basf, a Inovação está ligada à proteção do clima, e a fazer o melhor uso dos recursos naturais limitados – enquanto abastecemos a população global, em rápido crescimento, com alimentos, energia e água limpa, o que está entre os maiores desafios do nosso tempo. E as inovações baseadas na química desempenham um papel fundamental para superá-los. Por isso, a Basf trabalha junto a clientes, em processos, tecnologias e produtos inovadores, para um futuro mais sustentável.
A Basf investiu, em P&D, um total de € 2.216 milhões, em 2021, sendo que 83% desse total foi para atividades nas divisões operacionais, e 17% para pesquisa corporativa. O foco de inovação da Basf está no desenvolvimento de soluções sustentáveis, que garantam competitividade no longo prazo, ajudando seus clientes a reduzirem sua pegada de carbono, usarem recursos de forma mais eficiente, ou fabricarem produtos de maneira mais ecológica, e reciclá-los.
A Basf trabalha para transformar rapidamente ideias em inovações, para um futuro sustentável, reunindo sua criatividade, experiência e expertise, com o know-how de seus parceiros acadêmicos e industriais. A empresa vem pesquisando a reciclagem de gases de escape industriais – porque, mesmo sendo geralmente incinerados ou recuperados termicamente, esses gases emitem CO2, então, a Basf vem pesquisando um processo inovador, a fermentação gasosa, com a startup americana LanzaTech, desde 2018, e alcançou um importante avanço, em 2021: usando bactérias especiais, eles foram capazes de produzir n-octanol (usada em cosméticos), a partir de monóxido de carbono e hidrogênio, pela primeira vez; ingredientes de base biológica e biodegradáveis – desenvolvendo uma compreensão fundamental de como a biodegradação ocorre, sob diferentes condições, em projetos conjuntos com parceiros acadêmicos, e pesquisas de laboratório e de campo, estreitamente coordenadas; métodos de teste sem animais – em 2021, a OCDE aprovou a primeira estratégia de testes toxicológicos, sem testes em animais, de um projeto conjunto entre Basf e Givaudan – que pode ser usado para prever, com segurança, se uma substância causa reações alérgicas na pele, sem testes em animais e, nesse caso, a Basf disponibiliza gratuitamente todos os métodos, desenvolvidos e aprovados, para as empresas e autoridades interessadas.
Uma das iniciativas inovadoras da Basf é o AgroStart, programa pioneiro na interação com startups, que oferecem serviços para contribuir com uma produção cada vez mais sustentável. E o sucesso foi tanto, que o programa se tornou global, e passou a ser uma plataforma de inovação e empreendedorismo, que atua em quatro frentes: a aceleração de startups do agro; intraempreendedorismo para desenvolver ideias de colaboradores da Basf, dentro da Garagem AgroStart, utilizando a mesma metodologia das startups; Ecossistema AgroStart, em que são desenvolvidas parcerias com empresas de outros setores; e aportes do BASF Venture Capital, que realiza investimentos em startups e fundos de capital de risco. Ou seja, é uma plataforma viva, em constante transformação, e presente em toda a América Latina, para acelerar experimentações. Com o aumento da demanda por alimentos, e por uma produção cada vez mais sustentável, o uso das tecnologias digitais se tornou uma realidade no campo.
Além do AgroStart, a Basf mantém outras iniciativas, como o Suvinil Fora da Lata, programa de aceleração, que visa a cocriar soluções para desafios da marca, e alavancar ambos os negócios; o reciChain, plataforma baseada em blockchain, para escalar soluções de economia circular; além da Central de Startups, do hub de inovação onono, centro de experiências científicas e digitais, criado para promover conexões transformadoras, entre a Basf, seus clientes e o ecossistema de inovação aberta.
A Basf computa seu sucesso à inovação – ela tem cerca de 10.000 funcionários, em pesquisa e desenvolvimento, e despesas de I&D, de cerca de € 2,2 mil milhões. A Basf tem buscado expandir e fortalecer suas atividades de pesquisa, atuando em materiais de bateria, tecnologias de polímeros, catalisadores de processos ou métodos biotecnológicos. O pipeline de inovação da empresa é voltado para a sustentabilidade – especialmente proteção do clima e economia circular, o que estabelece as bases para seu crescimento, já que foca em inovações para produtos, processos e modelos de negócios na reciclagem química de plásticos, bateria e catalisador tecnologias, produção de baixo carbono de produtos químicos básicos, e agricultura digital, mais ecologicamente correta. Ao mesmo tempo, impulsiona melhorias de produtos em todas as unidades de negócios que oferecem sustentabilidade, e vantagens competitivas para os clientes. Com a inovação aberta, a Basf promove uma conexão maior com seus clientes, contribuindo, de forma efetiva, com uma nova dinâmica, e que vai muito além de oferecer produtos ao mercado. E o desenvolvimento digital é um grande aliado, para estreitar a relação com os ecossistemas, e tem trazido, cada vez mais, o cliente para o centro de todas as ações da empresa.