A Vida de Mariana.

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A VIDA DE Mariana Celicio Tavares



2018

A VIDA DE Mariana Celicio Tavares


Copyright © 2018 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa

Editora Baraúna

Diagramação

Editora Baraúna

Revisão

Editora Baraúna

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Andreia de Almeida CRB-8/7889 Tavares, Celicio A vida de Mariana / Celicio Tavares. -– São Paulo : Ed. Baraúna, 2018. 292 p.

ISBN: 978-85-437-0897-3

1. Ficção brasileira I. Título

18-1375 CDD B869.3 Índices para catálogo sistemático: 1. Ficção brasileira Impresso no Brasil Printed in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.editorabarauna.com.br

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Apresentação

O livro A vida de Mariana não retrata nenhum fato verídico e não contém palavras torpes, não fala de cenas eróticas e não contém palavras de baixo calão. O livro relata a história de uma menina do interior com sede de vencer, durante sua trajetória se deparou com suspense, ambição, drama e assassinato. O livro foi elaborado para todas as idades, as palavras bem esclarecidas para todos os leitores entenderem.


Alguns amigos que tiveram acesso a algumas páginas, antes do término desse trabalho, questionaram os argumentos entre os personagens, de serem bem simplificados. Claro que, quando se escreve um livro, deve ser de forma bem esclarecida, para que todos os leitores, tanto adultos, quanto jovens e crianças, possam entender de forma fácil, como se estivessem vivendo os momentos reais. Um livro não é como assistir a um filme, você pode estar cinco a dez minutos assistindo uma cena, sem nenhum comentário, sem nenhuma fala, muitos dos filmes, ou seja, a maioria deles. Existem momentos que os registros das cenas são mais eficientes do que uma escrita. Também me perguntaram em que livro me inspirei, confesso que nunca fui um bom leitor, como muitos brasileiros, estou entre eles, nunca comecei a ler um livro e terminá-lo, em 1975 li sim um livro de poucas páginas, deveria conter cerca de 60 páginas, cujo título era: Memória de um cabo de vassoura, aquele livro eu li todo, porque achei curioso o que o cabo de vassoura relatava, sua origem, desde a plantação da árvore até seu acabamento como um cabo de vassoura. Naquela ocasião surgiu a ideia de escrever um livro, vários livros iniciei, mas nunhum deles terminei, também li algumas páginas dos livros de contos de Monteiro Lobato, Paulo Coelho, Graciliano Ramos, e um romance de Fernando Sabino (O menino no espelho).


Quem ler o livro A vida de Mariana, certificará de que não contém nenhuma cópia de texto de outro livro qualquer, fiz questão de tomar cuidado para não copiar nenhum conteúdo de outro escritor, este livro, em nenhuma circunstância teve semelhança com fatos reais sobre a vida de alguém. Um relato criado por mim, o que se tornou muito difícil de ser concluído, por três vezes, quando estava no meio do livro, tive que voltar e corrigir nomes de personagens que tinha trocado. Também me perguntaram se eu tinha conhecimento de fatos reais como os da vida de Mariana, vivida por outra família, também não tive nenhum conhecimento de fatos semelhantes a esse, que outras pessoas tivessem vivido, tudo foi fluindo normalmente, no decorrer da história novas ideias iam surgindo e novos personagens também. Eu tinha que fazer a história parecer real, tanto que criei uma fala para o personagem Romeu, que atuava como investigador, observem que ele mencionava uma fala todas as vezes que estava desencadeando um mistério, o que fez se tornar conhecido no hotel e na cidade (se é que me entende). Uma amiga perguntou quanto tempo levei para terminar esse trabalho, ela ficou surpresa quando disse mais de cinco anos, não era porque eu era lento, na verdade, antes de escrever, já tinha toda a história formada, desses cinco anos, nos primeiros dois anos escrevi dois livros, o primeiro foi intitulado O me-


nino que não podia dormir, esse porém teve um fim trágico, não estou falando do menino, estou falando do livro. O segundo não chegou ganhar título. A obra estava no HD que deu problema, estou com esse acessório guardado até hoje, procurando por uma restauração, foi então que tive a ideia de escrever e gravar em 6 HD’s, só assim saberia que estaria seguro, a partir da perda desse material, comecei a escrever A vida de Mariana, o que levei três anos. Espero que você possa tirar bom proveito dessa história, com certeza esse trabalho te trará momentos semelhantes aos seus, ou de alguém que você conhece. Convido você a acompanhar comigo esta fantástica história.


Sumário Introdução ................................................. 11 Capítulo 1 – O sonho de Mariana ............. 17 Capítulo 2 – Insistência dos rapazes ........... 31 Capítulo 3 – O cachorrinho perdido .......... 47 Capítulo 4 – A perda do cachorro .............. 59 Capítulo 5 – Gerusa é atropelada ............... 63 Capítulo 6 – O susto ................................. 79 Capítulo 7 – A compra das abóboras ......... 95 Capítulo 8 – A compra da fazenda ........... 111 Capítulo 9 – O acidente .......................... 121 Capítulo 10 – Início da investigação ........ 133 Capítulo 11 – A dura decisão de Mariana .. 161 Capítulo 12 – Mariana vai embora ........... 175 Capítulo 13 – Mariana é roubada ............. 181 Capítulo 14 – Mariana recebe ajuda ......... 189 Capítulo 15 – Mariana prestes a       se prostituir ....................... 197 Capítulo 16 – A fuga de Mariana ............. 205 Capítulo 17 – Mariana é adotada ............. 211 Capítulo 18 – O atentado ........................ 229 Capítulo 19 – A morte de Deval .............. 237 Capítulo 20 – Mariana desiste do filho .... 259 Capítulo 21 – Atentado contra Romeu .... 273 Capítulo 22 – Morte de Waldir ................ 289



A VIDA DE MARIANA

Introdução Como muitas famílias do interior, era assim também a família de Mariana. Seu pai, Argeu, lutava para dar o melhor para seus cinco filhos, sua vida era colocar a enxada nas costas, o facão na cintura e o velho chapéu surrado e com abas desfiadas, pelo uso na cabeça, e seguir o destino de todos os dias, por dentro e fora das plantações. Seu rosto registrava um homem cansado, apesar de ainda ser novo, ao redor dos olhos, nos cantos da boca e testa anunciavam seu cansaço, nas mãos continham calos endurecidos, muitas vezes ele cortava superficialmente, com seu canivete muito afiado, sua calça era confeccionada com um pano grosso, era dobrada até ao meio da perna. Calçados? Nem pensar. Seu forte era plantação de abóbora, os dois pareciam se entenderem muito bem, ele sabia como cultivar, e as abóboras sabiam como retribuir auxiliando Argeu, e claro que não era bem assim, era porque as terras eram boas, muito bem adubadas pela própria natureza. Era dali que Argeu tirava todo o sustento da família. Na época da colheita, todos da família ajudavam. Aquelas terras pertenciam a um fazendeiro chamado Amilca, que cedia para Argeu plantar meio a 11


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meio, e na colheita Amilca cedia uns de seus empregados para ajudar, depois era dividido em partes iguais. Argeu com a sua parte levava a cidade para vender na feira e aos compradores certos de todos os anos. Marinalva, sua esposa, não era tão diferente de Argeu. Seu rosto era também queimado pelo ardente sol, os cabelos eram mais conservados devido a uma toalha envolvida na cabeça. Marinalva tinha os cabelos compridos e pretos, não tinha nenhum fio branco, o que não acontecia com Argeu. Diferente dele, ela nunca deixava suas sandálias. Marinalva tinha paixão por criação de patos, galinhas e porcos, cuidava dos animais como se fossem seus próprios filhos. Era ela que se encarregava nas compras de roupas e alimentos que a terra não produzia. Muitas vezes, quando chovia, ela se preocupava com as criações. Não importava a chuva que estivesse caindo, ela sempre colocava uma toalha na cabeça e saía em busca dos pintinhos que se perdiam da galinha, e para não morrerem ela envolvia em uma toalha e colocava em frente do fogão de lenha para aquecê-los, e não é que os bichinhos ficavam quietinhos mesmo! Eram cinco os filhos de Marinalva: Mariana, com 15 anos, Geilza com 13, Gerusa com oito, Rogério com cinco e Rodrigo com apenas um aninho e dois meses, que estava aprendendo a andar por aqueles dias. Geralmente os filhos costumam copiar o que os pais fazem. Rodrigo na boa intenção de ajudar sua mãe, na mais pura inocência. 12


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Certo dia, dona Marinalva que tinha acabado de recolher os pintinhos se distraiu, enquanto Rodrigo pegou um deles, colocou dentro do forno e fechou a portinha, Marinalva não se deu conta dessa tragédia, só mesmo mais tarde depois que sentiu um cheiro estranho exalando. Rodrigo não se encontrava mais na cozinha, quando ela descobriu a pura travessura dele, era tarde e não tinha mais nada o que fazer, também não fez nenhum comentário relatando esse incidente a nenhum deles, a não ser para Argeu à noite. Ele, por sua vez, não sabia se sentia pena do pintinho ou se ria. Mariana era uma mocinha muito linda, tinha os olhos verde-claros, seus cabelos eram compridos, preto e bem lisos, só não era muito lindo por não serem bem cuidados, agora que estava começando se despertar, mas isso devido ao interesse dos rapazes por ela. Mariana não se importava em calçar nenhuma sandália, adorava andar descalça. Era muito cuidadosa em relação às unhas dos pés e das mãos. Tinha uma coleção de esmaltes que sua mãe comprava, o que faltava era um pouco de juízo, todo seu trabalho com a pintura das unhas era em vão, se sentia melhor mesmo com os pés no chão. Geilza parecia ter boca, apenas para enfeite, não era muito de falar, mas era muito observadora, nada passava sem que ela não tomasse conhecimento, não protestava sobre nada, para ela tudo estava bem, mas era bom não persistir muito em um tema, mesmo 13


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que o assunto não fosse relacionado a ela, então tinha um ataque de histerismo, que ensurdecia qualquer um que estivesse por perto. Fora isso era muito paciente com todos da casa. Cuidava do irmão mais novo, Rodriguinho, como se fosse seu próprio filho. Gerusa e Rogério eram puras travessuras. A vida deles era depois do almoço quando Gerusa chegava da escola, fazer o que mais sabiam, sair e só chegar à tardezinha com a cara inchada pelos maribondos, que em legítima defesa atacavam quando viam os dois andando por entre os capinzais à procura de mel. Não era mel de abelha, era mel que os dois conseguiam extrair dos casulos de maribondos, até hoje ainda não ouvi nenhuma explicação sobre esse fenômeno, também não sei por que os maribondos necessitam de mel para formar os filhotes. Bom, prefiro deixar essa parte por conta da natureza, para eles valia apenas correr o risco, pareciam mais dois beija-flores. Os dois tinham muita prática em extrair o mel. Usavam um canudinho da flecha de capim que introduziam dentro do casulo e sugavam o mel. Depois de saciados eles completavam a tarde caçando insetos, eram os maiores colecionadores de insetos da região. Quando os dois pequenos aventureiros chegavam em casa, Marinalva mal reconhecia suas roupas. Pareciam até terem passado por uma moenda. Algumas das peças não se aproveitavam. Marinalva ainda costurava colocando remendos aqui e ali, pois estas eram as roupas que os dois usavam em suas aventuras. Fora essa tragédia, Marinalva 14


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tinha outra preocupação, temia que as crianças chegassem com algumas escoriações, perfurações não somente nos pés, isso era uma coisa comum, mas corriam o risco de chegarem com os olhos perfurados pelos galhos secos. Muitas vezes os olhos nem abriam de tão inchados pelas picadas dos maribondos, e lá ia Marinalva atrás de ervas do campo. Remédio farmacêutico, nem pensar, ela tinha quase tudo plantado ao redor da sua casa. Para cada caso tinha o remédio certo, colocava a erva dentro do pilão e pilava até extrair o sumo necessário para os dois, depois de dar banho neles, Marinalva esfregava o sumo extraído da erva pelo corpo e rosto das crianças até se cansar. No outro dia amanheciam como se nada tivesse acontecido e novamente lá iam eles outra vez mata adentro. Para eles essa era a maior diversão, fora isso eles recolhiam todos os ovos de pássaros encontrados nos ninhos. Quando chegavam em casa, sem que a mãe visse, corriam para o galinheiro e colocavam os ovinhos embaixo da galinha ainda chocando os ovos comuns, na intenção da galinha chocar os ovos de pássaros. Marinalva estava sempre vigiando eles, porém não havia jeito, pois estavam sempre driblando sua mãe. Quando as galinhas davam alarme de invasores, eles não chegavam perto. Marinalva só percebia quando os pintinhos nasciam que ela ia fazer limpeza no galinheiro, mas não adiantava os ovinhos já tinham sidos esmagados pelo 15


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