Bye Bye,
Asinhas Entre o cĂŠu e o inferno
Ká Guimarães
Bye Bye,
Asinhas Entre o céu e o inferno
São Paulo 2011
Copyright © 2011 by Editora Baraúna SE Ltda Capa Adriana Brazil Projeto Gráfico Aline Benitez Revisão Priscila Loiola
Priscila Loiola CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________ G976b Guimarães, Ká Bye bye, asinhas : entre o céu e o inferno / Ká Guimarães. - 1.ed. - São Paulo: Baraúna, 2011. Inclui índice ISBN 978-85-7923-380-7 1. Ficção brasileira. I. Título. 11-6203.
CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3
20.09.11 27.09.11 029908 ________________________________________________________________
Impresso no Brasil Printed in Brazil DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br Rua Januário Miraglia, 88 CEP 04507-020 Vila Nova Conceição - São Paulo - SP Tel.: 11 3167.4261 www.editorabarauna.com.br www.livrariabarauna.com.br
Prefácio 1 Prefaciar Bye bye, Asinhas é um imenso prazer. Dissertar sobre um romance diferente e carregado de peculiaridades inusitadas é um deleite. Lembro de quando li pela primeira vez o manuscrito cedido pela autora; eu pensava ser mais um romance, vindo na onda do momento sobre anjos. Logo de início fui acareada com meus conceitos. A obra trouxe muito mais que um romance, trouxe vários risos ao meu rosto. Ri, chorei e me emocionei. A personagem Ariel me fez pensar no valor das pessoas, na importância de cada ser humano. Essa linda anjinha me fez refletir sobre as muitas vezes em que é preciso deixar morrer o nosso eu, para que o próximo venha a viver; porém, são poucos que estão dispostos a tal sacrifício. Bye bye, Asinhas é diferente, engraçado e encantador. Creio que os valores aqui mostrados irão arrebanhar muitos fãs, estejam onde estiverem.
Desejo que Ká Guimarães conquiste o lugar determinado para seu talento, que seu primeiro romance seja notório, pois um sonho nasceu vencendo vários obstáculos, provando que vale a pena sonhar e lutar para torná-lo real. Como diz o mestre Augusto Cury: “Conquistas sem riscos são sonhos sem méritos. Ninguém é digno dos sonhos se não usar suas derrotas para cultivá-los”. Bye bye, Asinhas é a prova real de que sonhos encontram desafios, e somente aqueles que não desistem voam para lugares mais altos. Adriana Brazil, escritora.
Prefácio 2 Me senti lisonjeada ao ser convidada pela autora para prefaciar este livro que me encantou de forma tão intensa que certamente ficará para sempre gravado em mim. Meu pai sempre me falou que para ser um bom escritor é essencial escrever sobre o que se sabe. Tive a confirmação de tal teoria ao ler o livro Bye Bye, Asinhas, de Ká Guimarães, uma exímia escritora que fez de sua pequena cidade – Biritiba Mirim – o cenário perfeito para a chegada da anjinha Ariel, a personagem mais fashion e carismática que já conheci. Um romance que abrange a eterna batalha entre e o bem e o mal, o certo e o errado, e neste caso a razão e a emoção. Foi uma honra ler a história e um privilégio ter como amiga e companheira de carreira essa admirável escritora, que colocou seu coração nesta obra romântica e engraçada. A forma irreverente empregada pela autora faz com que haja um entrosamento imediato com o leitor, ficando
impossível não sorrir o tempo todo com os personagens. Na minha opinião, há a dose certa de cada ingrediente para o sucesso do livro como um todo, com gotas de humor, totalmente pincelado pelo sobrenatural e recheado por camadas e camadas de muito amor... O amor doce e marcante que você encontrará nas páginas desse romance. Ká, compartilho com você o mesmo desejo de que Bye Bye, Asinhas ganhe o Brasil e que voe para onde, quem sabe, nós jamais sonhamos... Neiva Meriele, escritora
Agradecimentos A quem eu devo agradecer? Deixe-me pensar... É difícil escrever esta parte do livro, pois há muitas pessoas que me ajudaram a realizar este sonho de publicar uma obra. Primeiramente, agradecerei a Deus, por me dar forças para escrever a história da doida da Ariel (que ela não leia isso), por me dar esperança de ir até o fim e nunca me deixar desistir. Obrigada, Senhor. Quero agradecer ao meu marido Murilo, por ter tido paciência enquanto eu escrevia. Obrigada por me amar mesmo tendo ficado um pouco distante nesse tempo. O que seria da minha vida sem você? Te amo muito. Quero também agradecer à minha família, que me deu apoio; à minha sogra Sueli e ao meu sogro, peço desculpa por ter passado momentos no trabalho escrevendo, mas culpem a Ariel por isso, tá?
Aos meus pais Olga e Antonio, que ao saberem que eu estava escrevendo um livro disseram: “O que precisar, pode contar conosco”. Amo vocês! Acho que devo falar isso com mais frequência.E obrigada por tornarem este meu sonho realidade. Não posso deixar de agradecer às minhas amigas lindas da internet, que me deram apoio total e que amam a Ariel (momento ciúme - a Ariel não merece tal amor!): Nanie Dias, por me dar forças e não me deixar desistir; Neiva Meireles, por ser uma garota linda que Deus mandou para mim; Nanda Meireles - Preciso dizer que quero apertar suas filhas? Não, não é?! Obrigada pelos toques que me deu. Marcinha, muito obrigada por tudo, querida, espero que me ajude com os próximos livros. Como você disse, ele é nosso livro! Está faltando alguém? A Dri! Não posso de deixar de agradecer à Adriana Brazil. Deus sabe muito bem quando nos presenteia com amizades especiais, e agradeço muito a Ele por ter você como amiga. E obrigada pela capa deste livro, está linda! Você mora em meu coração. Também quero agradecer a você, leitor. Obrigada pelo apoio, do fundo do meu coração. Só não se deixe levar pelos vícios da Ariel. Sei que eles são bons, mas nem sempre é legal estourar o limite do cartão de crédito. Também quero agradecer aos meus seguidores do blog “Acordei com vontade de ler”. Saibam que gosto de cada um de vocês e que sem vocês nada disto estaria acontecendo em minha vida. Obrigada a todos.
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Um anjo? Que estranho! Será? — Tifany. — Oi, pai. — Está tudo bem, filha? Você parece um pouco triste. Me conta, o que foi? — Estou bem, pai. Só as coisas de sempre, você sabe. Meu aniversário e a morte da mamãe. — Filha, sua mãe ia querer você feliz neste dia. — Eu vou ficar bem, juro. Vai se deitar, a Lílian te espera. — Por que você a chamou de Lílian? — Está chegando o dia, pai, e eu não estou bem, mas ela nunca vai deixar de ser minha segunda mãe, tá?! — Eu sei, querida. Lílian te ama como uma filha, e você é especial para todos nós. Boa noite. — Boa noite, pai. Ele veio perto de mim e me beijou na testa; às vezes é bom ter família. 11
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Não sabe ele que a filha dele não sou eu. Tifany está dormindo. Tive que fazer isso por causa do meu trabalho. É horrível, cada ano que passa vivo em um corpo, não passo disso. Acho um tremendo desrespeito. Imagina, eu chego, peço permissão, entro e aí fico até cumprir minha missão que, às vezes, não é fácil. Tem horas que dá medo de mim mesma. Ainda bem que Deus me guia. Tifany é mais uma em minha lista (fazer o que, né?! Meu trabalho é este). Estou aqui à procura de demônios, que, falando sério, são um pé no saco. Não gosto nem um pouco deles, pois me deixam descabelada em meio à multidão. Como se a multidão pudesse me ver. Não sou fantasma, se é isso que você estiver pensando. Você deve estar se perguntando o que sou. Vamos ver... Eu sou a paz em tempos difíceis, sou amor na maioria das vidas e sou a união. E eu sou um anjo, ou, se preferir, pode me chamar de Ariel, um anjo que decidiu ter sexo. Isso mesmo, eu resolvi ter sexo. Você está se perguntando qual? E se anjo tem sexo? Não, não temos sexo, mas eu escolhi ter. Não vou mentir, muitas coisas me ajudaram a escolher isso (Prada, Armani, Dolce & Gabana, Victor Hugo, Gucci...). Deu para entender, não é?! E, então, é por isso que sou uma mulher. Ah, tudo bem, homem também daria para se vestir bem, mas não teria sapatos. Imagine eu sem um Carmen Steffens... E eu ficaria louca sem maquiagem. Não dá, às vezes, esses corpos têm umas imperfeições que só a maquiagem pode ajudar. Agora entendeu o porquê sou mulher? Eu sempre escolho mulheres, já faz mais ou menos quinhentos anos. Pode acreditar. Já ajudei em guerras, furacões, terremotos... 12
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Foram terríveis, não gosto nem de me lembrar. Me deixa angustiada. Sou antissangue, paz total. É só você não pisar no meu sapato (ele sempre é caro). Mudando de assunto (tudo bem que eu amo falar de roupa, mas depois falo mais), estou aqui nesta cidade porque meu chefe mandou. É, eu tenho chefe (pelo que sei a maioria das pessoas tem). Meu chefe é o arcanjo Gabriel, que eu prefiro chamar de Gab, sabe? Coisas de pessoas mais íntimas. Tudo bem que ninguém me deu apelido ainda, não é que eu queira, mas é estranho, não é? Será que sou anormal? Ou sou fashion demais para ter um apelido? Voltando ao Gab, não é lindo chamar ele assim? Nada de coisa formal, só mais teen. Ah, esqueci de contar o porquê estou aqui, nesta cidadezinha de interior chamada de Biritiba Mirim. A situação é cruel, parece que a cidade foi esquecida. Imagina que até foi proibido morrer. Nossa, eu fiquei pasma quando soube. Mas fazer o que, né?! Graças a Deus, que não esqueceu o local e me mandou para cá para ajudá-los (olha quem ele foi mandar). Saindo do assunto da cidade e voltando ao porquê de eu estar aqui: bem, meu chefe mandou para cá para achar uns demônios. E aqui estou eu, em uma noite fria (não que eu sinta frio, mas coitada da Tifany). Tive que sair escondida de casa. Se o pai dela ficar sabendo, iiih... Não quero estar aqui. Vesti um sobretudo branco, que não resisti e comprei no primeiro dia no corpo da Tifany (luxúria... é eu sei, mas o que a convivência não faz, né?! Humanos, vai entender). Pelo que você viu, deu para perceber que sou uma 13
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anjinha desequilibrada, às vezes. Mas sempre acabo fazendo as coisas direitinhas. Tirando a vez que era para eu salvar uma mulher e acabei errando e salvando o cachorro dela (ainda bem que ela não morreu). É, às vezes, faço isso, mas só às vezes, tá?! Fui até a praça que havia na cidade (é a única coisa que se tem para fazer aqui), onde todos se encontram à noite. Lógico, como hoje é sexta-feira, achei que teria alguma festa ou uma baladinha, mas a cidade é o “uó do borogodó”. Será que pelo menos tenho sorte para poder voltar para as vitrines de Nova York? — Tifany, você por aqui!!! Quando virei, não acreditei. Era o homem mais lindo que eu já tinha visto, e olha que já vi muito homem neste mundo. Olhos escuros, 1,85 de altura, um corpo de arrasar quarteirões, a boca mais perfeita e cabelos castanhos caídos nos olhos. Exagerei, não é? Mas ele é lindo. — Oi, Lincoln. Nossa, não te reconheci. Graças a Deus, eu tenho a memória dela. Assim fica mais fácil e não a deixo com cara de babaca na frente do povo. — Pensei que não saía mais à noite. — Não saio. É que dei uma escapulida hoje. Tifany já foi apaixonada por ele, eles namoraram. Não tinha como não ser apaixonada, ele é lindo (Ariel, se comporte, você é do reino de Deus, não pode deixar se abater com as coisa da Terra), mas ela o largou por um tal de Pablo, que nem bonito é. Vai entender os humanos... Só espero não conhecer esse tal de Pablo, não fui com a cara dele. — Que beber alguma coisa? Ou comer? — Obrigado, Lincoln, mas eu... 14
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— Eu sei que você terminou comigo — muita burrice dela —, mas eu queria ser só seu amigo, para poder desabafar, sabe? — Amigo para mim está ótimo, Lincoln, mas... — Então venha tomar algo comigo. Se você visse a cara de cão sem dono dele, você iria. E iria sem discutir. — Tá, pode ser. Já que nenhum demônio estava na área, resolvi deixar o garoto feliz. Não é porque ele é lindo... Tá, eu confesso, é porque ele é lindo. Você acha que anjo não tem uma quedinha por humanos? Está enganado, tá. Temos sim e, às vezes, é chato ter que se controlar. Tudo bem, sou a única. — Vem, então. Ele me puxou para uma lanchonete, onde sentamos um pertinho do outro. Posso estar muitos anos aqui, mas ainda não me acostumei com o toque dos humanos. Ah, meu Deus, ele pegou minha mão (quer dizer, a mão da Tifany) e um arrepio se formou desde o dedão do meu pé até o último fio de cabelo da minha cabeça. Para um anjo, o toque de um humano é uma coisa muito, muito boa mesmo. Senti outro arrepio, pior do que o primeiro. Vou te dizer, ter as sensações dos humanos, às vezes, é um saco. Por tudo eles se arrepiam. Puxei a mão dele, por mais que eu queria que ela ficasse ali, e falei: — Então, como estão as coisas? — Tô levando, mas ultimamente coisas estranhas estão acontecendo. — Como assim? 15