Coisas da terra 15

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Coisas da Terra, Coisas dos Céus



Antôni Paraguassú Los

Coisas da Terra, Coisas dos Céus

São Paulo 2008


Copyright © 2008 by Editora Baraúna SE Ltda

Projeto gráfico e diagramação Aline Benitez Capa Victor de Lima Tosso

Cip-Brasil. Catalogação-Na-Fonte Sindicato Nacional Dos Editores De Livros, Rj

L85c Lopes, A. Paraguassú (Antonio Paraguassú) Coisas da terra, coisas do céu / Antonio Paraguassú Lopes. - São Paulo : Baraúna, 2008. ISBN 978-85-60832-59-0 1. Poesia brasileira. I. Título. 08-4870.

03.11.08

CDD: 869.91 CDU: 821.134.3(81)-1

05.11.08

009610

Impresso no Brasil Printed in Brazil Direitos cedidos para esta edição à Editora Baraúna www.editorabarauna.com.br Rua João Cachoeira, 632, cj.11 CEP 04535-002 Itaim Bibi São Paulo SP Tel.: 11 3167.4261 www.editorabarauna.com.br


Dedicatória

“Coisas da terra, coisas dos Céus”, leva-me aos momentos mais marcantes da minha vida. Dentre eles os três anos de clássico no Colégio Antônio Vieira de Salvador, Bahia. Ali, aprendi a ser. Ali, o alicerce intelectual e sobretudo moral da minha formação. Este livro é seu “CAV”. São Paulo, 10 de outubro de 2008.



Apresentação

Este livro, mescla de pequenas descrições e “narrações, fala da terra e fala do infinito. O mundo descrito, pequeno para muitos, é um mundo sem fim, é o universo para o Autor. O seu enorme pedaço. O cheiro da terra é o perfume mais entranhado e fixado que existe, pois jamais desaparece. Os morros, as elevações são mais marcantes e mais autênticas que os cimos do Himalaia. Exemplo : O Tamburi. As caçutingas, juremas unhas de gato, umbuzeiros, gravatás, macambiras, mandacarus, umburanas, juazeiros, retorcidos, povoando as caatingas, dão o toque da flora inesquecível e perene. E mais, o céu ! Azul infinitamente azul, beleza indiscritível, pintado assim pelo soprar das brisas que espantam a tristeza de densas e negras nuvens para mundos


menores e distantes. As brisas são os pincéis dos deuses. As lágrimas as tintas jamais sonhadas. E o homem? Sim, tostado pela inclemência solar, estatura mediana, ajuda compor o cenário. Rezam rezas dolentes e cantam sons melodiosos, chorosos, entranham-se na mente e na alma. Daí, a beleza que surge no meio das chuvas, olhos de esmeralda, a beleza brejeira das “rosinhas” da terra, fazem com que a vida se estenda e busque e se encontre no infinito dos sonhos. O livro diz isso! O Autor


Sumário

Prefácio – Arthur Menko................................................. 11 Do alto do Conde Prates................................................. 15 Limites................................................................................ 17 Cazuza................................................................................. 19 A concertina....................................................................... 23 Invasão................................................................................ 27 O bailar do sonho............................................................. 29 É só..................................................................................... 31 No Amaralina.................................................................... 33 Outra língua?...................................................................... 37 Quando o coração fala..................................................... 39 A vida.................................................................................. 40 A pátria............................................................................... 42 O meu desejo final e minha prece.................................. 43 A gente/a terra.................................................................. 45 Infância............................................................................... 47 O retorno........................................................................... 49 O que é isso?...................................................................... 51 Onde?.................................................................................. 53 Sou?..................................................................................... 55 Entendeu?........................................................................... 57 As cã-cãs da caatinga........................................................ 59 Lágrimas do céu................................................................ 65 Zé Pequeno - Industrial................................................... 69 Morro do Tamburi............................................................ 73 A estrada ou os caminhos................................................ 77 Rosinha............................................................................... 79


Antônio Paraguassú Lopes

Mirar estrelas...................................................................... 83 Joel e João........................................................................... 85 O príncipe perfeito e os obreiros da arte real............... 89 Gente................................................................................... 93 Passagem............................................................................ 97 O som do silêncio............................................................. 99 Se Deus quiser.................................................................101 A lágrima da deusa e fome do prelado........................103 N.S. Das cefas e mãos douradas...................................107

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Coisas da Terra, Coisas dos Céus

Prefácio

Conheci o Dr. Paraguassú no início dos anos 90. Eu trabalhava no departamento jurídico de uma agência de propaganda, que tinha acabado ser vendida a maior grupo de publicidade do mundo, numa daquelas fusões que geram cobertura da mídia, entrevistas, análises, questionamentos judiciais e todo tipo de boatos. Dos boatos o que mais me interessava era o de que o Dr. Paraguassu, advogado da empresa compradora, assumiria o departamento, com ordens expressas da matriz norte-americana de demitir a mim, a secretária do setor e mais uma meia dúzia de advogados pelo Brasil todo. Mas quem é o Dr. Paraguassú? Quando ele chegaria? É verdade que ele vem mesmo para demitir todo mundo? O tempo passava, as fofocas cresciam e nada dele vir à empresa. A “rádio peão” vibrava. As

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notícias eram de que se tratava de um advogado implacável, frio, duro, aniquilador, “homem de confiança dos gringos”, carrasco pronto a defender os interesses estrangeiros, mesmo que à custa do sangue dos pobres funcionários brasileiros. Finalmente, numa segunda-feira, sem avisar ninguém, às 08:30 em ponto, eis que o matador entra no departamento jurídico, dá um sonoro “Bom Dia Senhores” e quase causa um infarto coletivo e o maior silêncio já registrado na história da advocacia paulistana. Passado o pânico inicial, pudemos começar a conviver e nos conhecer (sim, ele não me demitiu e nem a secretária e nem advogado nenhum em canto nenhum do país) e aí pude ver que tudo aquilo que tinham me dito era pura lenda. Inteligente, hábil, generoso, leal e extremamente fraterno o Dr. Paraguassú é intransigivelmente ético, correto, cuidadoso e tem uma atuação profissional impecável. São raros os casos de que não saia vencedor e têm sorte aqueles que ele aceita representar. No campo pessoal, o que dizer de alguém que com sua personalidade forte, mas afável, coleciona amigos e admiradores por todo lado. Todos que cruzam seu caminho são facilmente conquistados por seu carisma e testemunhas do homem formidável que ele é. A convivência, ao longo desses anos, me tornou seu amigo, admirador, aluno, parceiro, funcionário, sócio, afilhado, irmão, eterno devedor e, até mesmo, advogado. Se eu posso dizer alguma coisa a respeito dessa figura é que, sem dúvida alguma, ele é o maior modelo de le-


Coisas da Terra, Coisas dos Céus aldade, ética, amizade e generosidade que eu tive. Ele é o maior exemplo de como se pode viver de modo reto, justo e perfeito. São Paulo, 15.10.2008 Arthur Werner Menko

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Coisas da Terra, Coisas dos Céus

Do alto do Conde Prates

15 Papéis picados, voando no ar ao sabor do vento morno da cidade. Leves, coloridos, são atração única que vejo através dos vidros. Dança lânguida, talvez sofrida, pedaços da alma, desabafo do rasgar, jeito atrevido. São o mimo, único enlevo que vejo através dos vidros.


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