Colesterol 15 by Editora Baraúna SE Ltda

COLESTEROL:

A MINHA HISTÓRIA

BENEDITO BORGES DE ALMEIDA

COLESTEROL:

A MINHA HISTÓRIA

São Paulo 2014

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________ A444c Almeida, Benedito Borges da Colesterol: a minha história/Benedito Borges da Almeida.- 1. ed. - São Paulo, SP: Baraúna, 2013. ISBN 978-85-7923-912-0 1. Colesterol no sangue. 2. Saúde. I. Título. 13-08001 CDD: 641.56 CDU: 641.56 ________________________________________________________________ 16/12/2013 17/12/2013 ________________________________________________________________

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Para Sara, Lucas e Lara Minha famĂlia

Capítulo I

Hoje, acordei com uma única certeza: vou defender o meu nome, a minha verdade e as minhas qualidades para com a sua saúde e a da humanidade. Chegou a hora de apontar os fatos! É hora de você conhecer a verdade! Aliás, já estava aqui neste mundo muito antes do primeiro hominídeo aparecer, e imagine então você, caro leitor, que está lendo este manifesto agora, há quanto tempo eu existo. Vou contar aqui para você um pouco da minha história e defender o compromisso que tenho com sua saúde e com a qualidade de sua vida. Há tempos, venho sofrendo ataques contínuos, como se fosse um grande vilão para à sua saúde e à da humanidade, e isto não é verdade. É um grande equívoco! 7

Já fique sabendo disso. Eu não sou o responsável por obstruir suas artérias! Assim como o risco de você sofrer um infarto não é proporcional ao nível de minha molécula no seu sangue! E tem mais. Estudo publicado no American Heart Journal, em janeiro de 2009, apontou que quase 75% dos pacientes hospitalizados, após um infarto agudo do miocárdio, apresentaram os níveis de colesterol considerados normais.Mas veja que absurdo. A galinha é um animal assassino! Está assustado com essa afirmação? Acredite! Até culparam a galinha como sendo o animal mais mortal para o ser humano, conforme escreveram no livro As dez maiores descobertas da Medicina”, de Meyer Friedman e Gerald W. Friedland (Companhia das Letras). “Pergunte a qualquer zoólogo ou epidemiologista qual o animal que mais mata os seres humanos”. A resposta certamente será a cobra. Apesar de existir remédio contra o veneno, essa maldita cobra ainda mata de 5 a 10 mil pessoas todos os anos apenas na Índia. Um herpentologista incriminaria não a cobra-rei, relativamente grande (entre três e quatro metros), mas a serpente indiana menor (1,60 metro), a Naja naja. Esse réptil está entre os mais mortais por causa de seu hábito de se esgueirar para dentro das casas ao anoi8

tecer em busca de ratos e camundongos, e, ao ser surpreendido por uma inadvertida vítima humana, crava nela as presas mortais. Os especialistas estariam errados. O animal mais assassino há milênios é e continua sendo a aparentemente inocente galinha. Ela não nos mata com presas ou garras, mas nos presenteando com o produto de seus ovários. “A gema do ovo da galinha contém dez vezes mais colesterol do que se encontra na mesma quantidade de carne de vaca, porco, peixe, ou mesmo da galinha.” Galinha e ovo assassinos da humanidade! Que loucura. A que ponto se chegou: o ovo totalmente condenado! E a galinha um animal assassino! Como um alimento tão precioso e barato, consumido pela humanidade há milênios, pode ser condenado dessa forma! Para você ter uma ideia, esse alimento é uma excelente fonte de nutrientes tais como folato, riboflavina, B12, selênio, colina e vitaminas A, D, E e K. É pouco? Tem mais, é rico em sais minerais como ferro, fósforo, cálcio, magnésio, sódio, potássio, cloro, iodo, manganês, enxofre, cobre e zinco. Tem mais ainda. Rico em proteína de alta qualidade e de alto valor biológico, por possuir todos os aminoácidos essenciais. 9

Só para terminar, é rico em luteína e zeaxantina que previnem a degeneração macular, além, é claro, de ser rico em minha molécula, o colesterol. Como se condena um alimento desses, meu Deus! Em cima desse total absurdo, alguns produtores de ovos, que não entendem nada de fisiologia do animal e do ser humano, com medo de perder sua atividade econômica, tentaram bolar uma forma de produzir um ovo com menos colesterol, o tal ovo light. Lembra? Não? Então, vou explicar para você. Existia uma promessa que esse tal ovo light teria de 20% a 40% menos colesterol do que os ovos normais. Com uma alimentação especial para as galinhas e alguns medicamentos, o teor de colesterol ficava até um pouco mais baixo, mas por pouco tempo. Depois, naturalmente, as células das aves, percebendo a necessidade que a minha molécula tinha para suas vidas, voltavam a me produzir e, assim, os ovos voltavam a ter níveis de colesterol normais. Pode-se enganar a natureza, mas só por pouco tempo! Lembre-se disso! Em 2003, após estudos, o Ministério da Agricultura, por meio da instrução normativa nº 09, de 13.02.2003, proibiu a comercialização dos tais “ovos lights”. Diante desses absurdos, como galinha assassina oculta e ovo light, e evidentemente a minha condenação, senti a grande necessidade de defender a im10

portância da minha molécula para a sua vida e inocentar o ovo e, consequentemente, a galinha, como assassinos da humanidade. É fato que já existe um grupo de pessoas neste mundo coerentes e estudiosas, que vêm defendendo a minha molécula com muita intensidade, como Uffe Ravnskov, que escreveu The Cholesterol Myths; Jonny Bowden e Stephen Sinatra, que escreveram The Great Cholesterol Myth e Dr. Sergio Puppin, que escreveu “O mito do colesterol” e muitos outros. Além desses, Mary Enig, coordenadora da The Weston A. Price Foundation, uma instituição que defende o colesterol... Agradeço imensamente essa defesa. Conhecimento e sabedoria nos libertam e deixam a alma livre. Quando a gente conhece a si mesmo, a vida se torna mais fácil. Como dizia o mestre Sun Tzu, se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas... Hoje, você irá me conhecer e aprenderá que não sou seu inimigo, e, sim, um grande aliado. Acompanhe-me e se libertará! Os ataques contra minha molécula já vêm de longa data, porém se intensificaram, principalmente, a partir da década de 1950, no século passado. 11

E já estamos no século XXI! Por interpretações equivocadas, passei a sofrer inúmeras acusações, como sendo um grande assassino, causador de infartos, entupimentos de artérias e mortes neste mundo. Simplesmente, porque me encontraram no meio das placas de ateroma, que entopem as artérias, me acusaram como o responsável pelo entupimento desses vasos sanguíneos. Não é porque estou lá que sou o responsável pelo problema. Veja, por exemplo, a composição de uma placa de ateroma. Ácidos graxos saturados em éster de colesterol: 26%. Ácidos graxos insaturados: 74% (38% poli-insaturados; 36% monossaturados). Tem mais gordura poli-insaturada que qualquer outra gordura, e ainda colocam a culpa em mim. Porém, nem sempre o que parece ser é a realidade dos fatos. Isso me fez lembrar um conto muito interessante. Preste bem atenção nesta história. Eram dois vizinhos. Um deles comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho também quiseram um animal de estimação. E os pais desta família compraram um filhote de pastor-alemão. Então, começa uma conversa entre os dois vizinhos: — Ele vai comer o meu coelho! — De jeito nenhum. O meu pastor é filhote. 12

Vão crescer juntos e ‹pegar› amizade!!! E parece que o dono do cão tinha razão. Juntos cresceram e se tornaram amigos. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças estavam felizes com os dois animais. — Eis que o dono do coelho foi viajar no fim de semana com a família. E não levaram o coelho. No domingo, à tarde, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche tranquilamente, quando, de repente, entra o pastor-alemão com o coelho entre os dentes, imundo, sujo de terra e morto. Por esse episódio, o cão levou uma tremenda surra! Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo. Dizia o homem: — O vizinho estava certo. Só podia dar nisso! Mais algumas horas, e os vizinhos iam chegar. E agora?! Todos se olhavam. O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos. — Já pensaram como vão ficar as crianças? Não se sabe exatamente quem teve a ideia, mas parecia infalível: — Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na sua casinha. E assim fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo. — Parecia vivo — diziam as crianças. Logo depois, escutava-se o barulho dos vizinhos 13

chegando. Notam os gritos das crianças. — Descobriram! Não passaram cinco minutos, e o dono do coelho veio bater à porta, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma. — O quê foi?! Que cara é essa? — O coelho, o coelho... — O quê tem o coelho? — Morreu! — Morreu? Ainda hoje, à tarde, parecia tão bem. — Morreu na sexta-feira! — Na sexta?! — Foi. Antes de viajarmos, as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora ele reapareceu! — Imagine o coitado do cachorro, desde sexta-feira, procurando em vão pelo seu amigo de infância. Depois de muito farejar, descobre seu amigo coelho morto e enterrado. — O quê faz ele? Provavelmente, com o coração partido, desenterra o amigo e vai mostrar para seus donos, imaginando que o fizessem ressuscitar. E qual a conclusão que o dono do cachorro tira, sem antes checar os fatos? O cachorro matou o coelho! O ser humano tem a tendência de julgar os fatos sem antes verificar o quê realmente aconteceu, ou o quê está acontecendo. 14

Quantas vezes se tiram conclusões equivocadas de uma situação, sem analisar corretamente os fatos? História como essa serve para você pensar bem antes de analisar um acontecimento na sua vida. Justamente isso vem acontecendo com a minha molécula! Somente porque estou na placa de ateroma, que entope os vasos sanguíneos, já colocaram a culpa em mim. Sem saber a real verdade, por que estou lá. Veja o que o Dr. Ron Rosendale fala a meu respeito, “O colesterol não é o principal responsável pelas doenças do coração ou por qualquer doença”. E disse mais. “De fato, o colesterol é transportado aos tecidos como parte da resposta inflamatória, para reparar os tecidos lesados. A causa real está na reação bioquímica de glicação, que os açúcares, como a glicose e a frutose, infligem aos tecidos, incluindo o revestimento interno das artérias, provocando inflamação crônica e o depósito da placa de ateroma na sua luz. Portanto, caro leitor, estou presente neste local, tentado protegê-lo dessa inflamação crônica, provocada pelo grande consumo de carboidratos refinados, como o Dr. Ron Rosendale falou, e digo mais, também pelo consumo de óleo de oleaginosas, como óleo de soja, girassol, milho, canola, algodão e a tal margarina, todos ricos em gordura W-6, proinflamatória. Se não existisse essa inflamação crônica, o meu movimento por todo o seu corpo seria como 15