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De m達os

postas



De m達os

postas Walfredo Silva

Contato: walfredosilva.blogspot.com walfredosilva@gmail.com

S達o Paulo 2014


Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa

Jacilene Moraes

Projeto Gráfico Monica Rodriguês

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________ S584d Silva, Walfredo De mãos postas / Walfredo Silva . - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014. ISBN 978-85-7923-965-6 1. Poesia brasileira. I. Título. 14-10385 CDD: 869.91 CDU: 821.134.3(81)-1 ________________________________________________________________ 13/03/2014 19/03/2014

Impresso no Brasil Printed in Brazil

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Sumário Agora sem você..................................................... 7 À espera................................................................. 8 Ansiedade.............................................................. 9 Saudade............................................................... 10 Se eu tivesse você................................................. 11 Sem você............................................................. 12 Para Dayse - uma saudade................................... 13 Seu retrato........................................................... 14 Solidão................................................................ 15 Coincidências...................................................... 16 Comparação........................................................ 17 Confissão............................................................ 18 Dúvida................................................................ 20 Desabafo............................................................. 21 Reclamação......................................................... 22


Conselho............................................................. 23 Doutrinando....................................................... 24 Natal do orfão..................................................... 25 É Natal................................................................ 26 Oração................................................................ 28 Escultura............................................................. 29 Poesia derramada................................................. 30 Versos pra Rosana................................................ 31 Tu....................................................................... 32 Eu amo............................................................... 33 Turbilhão............................................................ 34 Lenitivo............................................................... 35 Monólogo........................................................... 36 Loucura............................................................... 37 Ser livre............................................................... 38 Regresso.............................................................. 39 Meu regresso....................................................... 40 Passeio................................................................. 41 Mistérios............................................................. 42 Conclusão........................................................... 43


Agora sem você Você não imagina Mas deixou marcas profundas Dentro de mim Se você pudesse saber Quantos planos eu fiz pra nós O quanto eu pude querer Vencer a tudo e a todos por você Eu posso ser o que eu quiser Desde que tenha um motivo Que me faça prosseguir Agora eu não vou mudar Porque preciso vencer Mesmo que não seja Para vencer por você.

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À espera À noite chegando primeiro E eu correndo ligeiro Ao encontro de você Que não veio E o eco repete distante Você ficou importante Não precisa de mim E não vem Eu sei você não virá Mas fico contente De saber que ainda posso Ao menos esperar.

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Ansiedade Hoje eu estou eufórico... Preparei o apartamento pra nós dois Pela primeira vez você aceita... E depois... o que será depois... Virá... não sei, mas eu espero Diz um ditado que não sei quem inventou “Quem espera sempre alcança” Não preciso esperar, você chegou...

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Saudade Vazio Um imenso vazio Às vezes me lamento Mas ninguém tem culpa Eu preferi assim Na mente o caos Tudo seco tudo oco Eu luto insistentemente Para dominar Mas o coração teimoso Insiste em me dizer Quando palpita É amor é amor Tua a amas e eu penso Te amo mas não posso Viver contigo.

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Se eu tivesse você Ah! Se eu tivesse você O mundo mudaria de vez E eu teria paz Tão em paz ficaria Que até as estrelas sorririam Para ver nosso amor Pela fresta da janela entreaberta A lua que não tem tempo pra dormir Invejosa viria espiar E silenciosa escutaria As palavras de amor ditas ao teu ouvido Ah! Se eu tivesse você O mundo não seria tão distante E a vida tão curta.

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Sem você Uma estranha sensação De imensa saudade Foi chegando de mansinho E entrou no coração Eu ando sem destino pelas ruas E a chuva caindo em gotas finas Vem se misturar às lágrimas. Sim, porque eu estou chorando. Um choro silencioso, diferente. Sem o sacudir dos soluços, Apenas nos meus olhos Forma-se uma imensa gota E vem rolando, rolando Até chegar à boca Pra deixar um gosto amargo De saudade de você. Eu choro a falta de tudo Choro mesmo sem querer Só por sentir a presença Da ausência de você... 12


Para Dayse - uma saudade Ontem, quando eu acordei, o dia ainda não estava completamente amanhecido. A estrela Vésper apresentava-se em toda sua plenitude como se aquela luz que desaparecera, necessitasse de um substituto para terminar a noite. Quando o dia amanheceu e Vésper não passava de um clarão ofuscado pela luz do sol, eu vi, como se estivesse acenando para mim uma pequena estrela que imaginei houvesse nascido e se apresentado pela primeira vez naquele dia. E o meu coração dizia confiante como se uma voz explodindo no meu subconsciente gritasse da alegria que eu já começava a adivinhar. Aquela estrela tinha nascido para permanecer sempre e sempre alumiando o caminho dos que a conheceram. Aquela estrela era você, era a realização do sonho que não pôde se materializar entre nós. Foi se materializando no céu onde as pequenas estrelas por menores que sejam são maiores e têm mais brilho do que as que puderam brilhar nesta vida.

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Seu retrato O seu retrato meu bem é meu consolo Nas horas tristes de saudade de você De tanto uso já está gasto nos cantos Mas gosto dele e olho tanto, que fazer? Talvez por ser apenas um retrato Tenha um valor dificil de explicar Como parece com você, de fato, Eu gosto dele muito mais que de você Porque está comigo a toda hora Seja na festa na rua qualquer canto Posso beijá-lo sem que ele vá embora E você sempre tão longe, no entanto, Confesso que este amor é tão fatal Que beijando seu retrato a todo instante É como se beijasse o original.

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Solidão Agora a solidão é ainda maior Porque eu não tenho mais você Antes quando eu me sentia só Não tentava me isolar porque Eu me sentia bem ao lembrar Que você transmitia alegria Que me contagiava me fazia Sentir orgulho de mim mesmo. Agora estou realmente só Não sei se por falta de você Ou porque sou sociável E não encontro ninguém Pra trocar ideias Para sorrir Das histórias que tenho Talvez mentiras para contar.

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Coincidências Como o tempo passa Já vai longe aquele dia Era um dia diferente Era feira e vinha gente De um e outro lugar Entrou um freguês antigo E você foi atender Ai escrevi na mesa “o meu amor é você” Saí pra atender alguém Quando voltei que surpresa Abaixo da minha frase No mesmo canto da mesa Com letra bem redondinha Sua letra com certeza Estava escrito bobinho “O meu também é você”.

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Comparação A vida tem coisas estranhas Ainda não explicadas Tem rico podre de grana Tem pobre que não tem nada Eu tenho você Que me quer muito bem Enquanto outros Não tem ninguém.

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Confissão Pois é assim mamãezinha A gente faz tanta coisa Em busca de alguma coisa Que não se sabe onde está Vai pra longe sorridente Cheio da doce ilusão De ter o mundo inteirinho Dentro da palma da mão E depois vê com surpresa Que aquela imensa certeza Também tornou-se ilusão E longe sem um carinho Sem uma palavra amiga Chega a saudade lembrando Aquela vidinha antiga

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E a noite quando faz frio E a chuva cai fortemente Traz aos ouvidos da gente Uma canção de ninar É tua voz que a canta Pra teu filhinho dormir Para esquecer os perigos Que existem e vão existir E então em voz bem baixinha Para ninguém escutar Tenta dizer a oração Que ensinaste a rezar E vê bem surpreendido Que já não sabe rezar Quer apenas dormir logo Pra não lembrar de chorar.

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Dúvida É engraçado... agora que estou apaixonado Não quero que você descubra... Podia ser que tudo mudasse Para melhor ou para ruim Para você ou pra mim. Quando estou perto de você Fico pensando e seu falasse agora? Mas não falo, eu tenho medo Medo que você não entenda E possa achar que eu não mereça Esse mundo de amor que eu sei Esta guardado no seu coração E se acontecesse o contrário? Se você também gostasse de mim. Mas não... se fosse assim eu penso Já teria pelo menos demonstrado Mas se você gostasse de mim Eu juro querida, e é verdade Eu poderia até morrer de felicidade.

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Desabafo Eu estou só O mundo parece vazio, oco E ao pensar que estive perto de você Faz pouco tempo bem pouco Em Não pude dizer que te amo Eu me revolto contra o mundo E acho que estou louco Se acaso você morasse bem mais perto E quando a solidão me torturasse eu pudesse ver você O mundo não seria mau O tempo não seria pouco E eu não estaria louco.

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Reclamação Não adianta me prender Não fui eu quem inventou o amor Quando eu nasci o mundo já era velho As pessoas já fofocavam Já existiam assassinos de guerra Já fabricavam instrumentos de matar Eu não tenho culpa de viver De ter vindo ao mundo na época errada O certo seria ter nascido Há vinte mil anos antes de Cristo Mas já existia o ódio e o amor Já lutavam pela vida E despertavam mau humor Quem fez o mundo assim não fui eu Então me deixe em paz.

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Conselho Não! Não tentes revoltar-te contra o mundo Tudo que existe é belo e bem formado Desde o mais sujo e pobre vagabundo Ao mais sábio cientista aplaudido e admirado Olha! O sol tem mais calor quando se ama A vida inteira tem seu dia de razão A alma vibra o espírito se inflama Se existe paz ou existe amor no coração Vê! As aves dançam chilreando Ao som solene da orquestra improvisada A mata vibra com os sons doces e amenos Que saúdam alegre a vinda da alvorada. O mundo é bom viver e mais ainda Basta que eleves o pensamento até Deus E ao sonhar faz um esforço consciente Que os teus sonhos se confundam com os meus.

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Doutrinando Já que de Deus em conversar te empenhas E que despreza teu cérebro gelado Este amor que te dou e por qual sonhas Fala-me do teu Deus meu bem amado E eu qual profeta o rosto iluminado A barba grande o olhar profundo Feliz em doutrinar respondo Amor Deus é o ser imaterial do mundo Está onde estiveres ou pensares Crê e sentira sua presença Pois é na alma pura dos fiéis Que Ele imprime sua Santa Essência Felizes são os que submetidos A Ele estão e sua fé constrói Enquanto atrás dos prédios e colunas Ateus e hereges se destroem Então não adivinhas por instinto Quem a tua linda face embelezou E ilumina teu confuso espírito “não entendo teu Deus diz num solfejo Prefiro teus lábios dá-me um beijo”. Tradução de Amado Nervo.

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Natal do orfão Papai Noel, por favor, Gosto tanto do senhor E fala sempre esta gente Que o senhor dá presente Sem olhar raça nem cor Sabe meu Papai Noel Eu sempre fui tão sozinho E nunca tive o carinho Dos meninos por aí Nunca tive uma morada Onde eu pudesse ficar Reunir meus amiguinhos E brincar, e brincar... Aqui também no orfanato A gente pode brincar Mas e tudo tão fechado E a gente tão vigiada Como é que pode gostar Por isso eu lhe peço agora Um presente singular Uma mamãe, um papai E uma casa pra morar. 25


É Natal

Há profusão de cores, há alegria Há mais calor e ternura nos corações humanos Há um brilho alegre no olhar das crianças Há quê de mistério, amor e bondade Há correria de cartões e propagandas Há ambição sem ódio, disputa sem rancor Há luzes brilhando nas praças coloridas Há risos nos lábios e nos corações mais amor Há tristeza escondida em risos disfarçados Há saudade sem fim num peito apaixonado Há mais música no ar, suave, agradável Há mais ternura e mais calor nos lares Há correntes de fé, crença e esperança Há sensações diferentes, misto de ilusões

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Há nobreza sem despotismo, pobreza sem tristeza Há irmandade sublime e suaves desejos Há espera de mudança de vida e de lugar Tudo isto existe simplesmente porque Na espera estão todos irmanados De um Messias já há muito esperado É Natal. Jesús chegou de mansinho É noite de paz, é noite de carinho.

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Oração Senhor, que fazer? Que caminho tomar? Para encontrar minha vida que se perdeu Num emaranhado de pedras e espinhos E não sabe o que fazer para voltar Senhor me diga o que fazer para voltar Senhor me diga o que fazer de mim Que já nem sei onde estou neste deserto Preciso de uma mão pra me levar Aonde a minha vida possa estar. Perdi meu eu, minha orientação. O que me resta agora é pouco O mundo é uma esquina sem saída A vida é um casulo de ilusão.

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Escultura Quis modelar uma figura em pedra-pome E o meu cinzel se pôs célere a trabalhar P’ra construir uma imagem diferente Destas imagens que se vice a brincar Ao terminar minha escultura me assustei Eu que julgava de você ter esquecido Vi com tristeza o jeitinho de você Na figura que eu havia esculpido.

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Poesia derramada Há poesia em tudo que existe. Nas mãos que se encontram No olhar dos namorados No cair das folhas secas No cantar dos passarinhos No balanço das flores Empurradas pelo vento Há poesia nos gestos simples De um velhinho que passsa De uma criança que ri, porque Acabou de ganhar um presente Na alegria da esposa Que se preparou bastante Pra receber o marido ausente No bulício das ruas No silêncio da escura noite No amor daquele que crê Há poesia em tudo isto A questão é saber ver.

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Versos p’’ra Rosana Tu, anjo louro, de riso contagiante. Plena de juventude, amor e de candura Escondes no olhar sincero irradiante Um pouco de temor E muito de ternura Sabes sorrir como ninguém no mundo E no teu riso espontâneo há tanta paz Que aqueles que te sabem tão feliz Espantam-se ao saber que ainda é mais Tu és ternura antiga que virou saudade Tu és saudade nova que virou certeza Se em ti existe tanto pra felicidade Bem pequeno e o recanto da tristeza Segue na vida sem pensar em nada Verás que tudo é mais feliz assim De vez em quando pela tua estrada Entra no tempo pensa um pouco em mm

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Tu (para Clélia) Tu és ternura antiga Tu és ternura boa É o calor que brota De uma alegria atoa Tu és enfim o tudo O meio ou mesmo o nada Tu és o sol que brilha Ao fim da madrugada Tu és o último canto De um cisne que fenece Tu és as mãos de mãe Dispostas numa prece

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Eu amo Eu amo a vida Amo as flores Amo tudo que existir Amo a pureza das flores Amo o dia que há de vir Eu amo o mundo A saudade Amo a força de encontrar Uma razão verdadeira Pra gente poder lutar Eu amo tudo que existe E digo agora por que Porque além disso tudo Amo muito mais você.

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Turbilhão Vida doida cachoeira Vai levando de roldão Sentimentos, dor, poeira. Consciência e coração Vai rolando feito doida, Como água no sertão Carregada por riachos Assustando a multidão. Vida, doida cachoeira Como água em mutirão Descansando do cansaço Como ombro do cambão Vida rio, vida riacho Mar de imensa prontidão As marés produzem cachos De ondas em vagalhão E a gente como a água Vai rolando em confusão Enganando a própria mágoa Desmentindo o coração. 34


Lenitivo E sempre assim... Quando estou perto de você Tudo parece tão lindo A mim não importa mais nada Nem mesmo aquela menina Que mora ali na esquina E dá um “bolão” pra mim Eu só lamento é o tempo Que passa rápido demais Não quer saber se eu desejo Que demore um pouco mais Mas inda resta um consolo Que me conforta porque O amanhã volta logo E eu volto a ter você...

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Monólogo Eu sou louco É bom ser louco apenas porque As pessoas passam e riem de mim Será porque eu estou fazendo isso Aqui mesmo no jardim. Merda... Quando eu comecei O jardim estava deserto E quem não quer ver não olha... É por isso que eu sou louco Louco para eles por que Posso fazer o que tenho vontade Na hora que quiser e em qualquer lugar Se chamarem a polícia eu corro Se me prendem que fazer? Eu jogo merda na cara dos tolos Que vem me olhar na prisão Dizem que sou louco... Pobres idiotas, eu sou livre...

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Loucura Esta monotonia me dá desejos loucos De sair nu pelas ruas a gritar Fazer para a policia, ouvidos moucos Chegar frente a um abismo e me atirar Morrer sentindo o vento zunir forte Num voo disparado e sem final Desintegrar-me no chão a morte Levar-me-ia sem deixar um só sinal Ou então que alguma coisa acontecesse Para quebrar este silencio exasperante Que só me faz sentir vontade de correr E acredito que se agora eu morresse Teria algum para chorar no mesmo instante Mesmo que fosse por não ter nada a fazer.

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Ser livre Eu já tive vontade tantas vezes De acabar com esta vida impertinente Que toda vez que esta vontade volta Eu deixo que ela passe indiferente... Tudo que causa este sentimento É ser forçado a parecer bonzinho Deixar que gente burra (não tem fundamento) Se intrometa sempre em meu caminho. Todo mundo quer que seja isto Já outros querem que eu seja aquilo E o que eu quero, não conta também Eu quero ser só eu na minha vida Quero viver não quero vegetar Ser livre pra fazer o que quiser. Quando a vontade volta eu a anulo E deixo que passe novamente Mas que procure alguém bem diferente.

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Regresso Estou voltando... Ando sozinho E com medo De que quando chegar Não te encontre mais Eu volto com o coração Cheio de amor E com tudo aquilo que um dia me pediste E eu não pude te dar. Mas existe o medo Não entendo porque Se eu tenho plena certeza De que me amas E como sempre estarás Com teus braços bem abertos Pra me receber.

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Meu regresso1 Voltei querida amiga que vivia Meu regresso a esperar cada manhã Com a mesma canção que preferias Com a mesma ternura de outros dias E o mesmo amor de sempre pra te dar Então corro pra ver-te em delicada Cumplicidade com a natureza Numa manhã como esta desmaiada De certa e aristocrática beleza Volto a ti com as mãos entrelaçadas Em atitude de súplica e oração E como sempre os meus lábios não se cansam De beijar-te e meus olhos obstinam-se Em ver-te através da escuridão Recebe-me tranquila sem rancores Mostrando-me o carinho de uma irmã Murmura num sorriso te perdoo E deixa-me dormir com abandono No teu morno regaço esta manhã 1 40

Trad. Amado Nervo


Passeio Vais peregrinar irmão Espalha a bondade onde passares Não deixe que a tristeza te persiga E nem comente nunca teus pesares Deixa sempre em qualquer que conheceres A certeza de não teres sofrimento Impõe nos corações força e amor. Mas, se um dia fracassares não lamenta Enquanto há vida há esperança E alguém necessitando de calor Não jogue tuas penas ao destino Pois amor se paga sempre com amor...

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Mistérios O céu... o mar... o destino Pela estrada um homem vai sozinho Que buscará? O amor, a vida. A mata é sombria não passa ninguém Será que encontrará alguém Quem sabe! A vida é tão incerta E o amor na certa pode estar Escondido em algum canto da floresta Talvez alguém aqui mesmo na cidade Ande atoa sem um rumo certo Procurando um pouco de ternura Em alguém que more perto ou longe. O céu... o mar... o destino, Pelas ruas um homem vai sozinho

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Conclusão Cada dia que passa O homem tem mais coisas Para lamentar Perde-se em seu sofrimento Sem notar nas pessoas que passam Palhaços da vida a representar E o homem segue pela vida A sonhar Pensando em cada dia Ter mais sempre mais E esquece-se de rezar Não pode deter O louco andar do destino Nem se preparar Para enfrenta-o Porque cada golpe é Sempre preparado com antecedência Planejado, lapidado E o destino não erra Escolhe sempre os 43


Que não tem razão Para merecer os golpes. Viver é sentir A vida se esvair Por um cantinho do corpo Que não se pode ver Morrer é deixar de sentir Deixar de sonhar Você não morreu Cansou-se apenas A vida continua a esperar

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