Bruce Marques Damião Marques
São Paulo - 2016
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Patrícia de Almeida Murari
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M315d
Marques, Bruce Desde a esperança / Bruce Marques, Damião Marques. - 1. ed. São Paulo : Baraúna, 2016. il. ISBN 978-85-437-0674-0 1. Filosofia. I. Marques, Damião. II. Título. 16-35622
CDD: 100 CDU: 1
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ÍNDICE
A simplicidade é a perfeição do universo A carne, por ser fraca, logo é possuidora de muitos perdões A perfeição desequilibrou A saída não está ao seu redor, filha Um barco cheio de mendigos e as ondas de Barrabás Negro Menino e a Essência A paciência é essencial para o agir natural de Deus
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No mais norte do universo segundo o nosso sol, energias emanavam trazendo de longe a harmonia dos planetas informes. Um deus sobre o tudo, num ponto verde abria os braços e no que abria o universo expandia, complexamente nos dizia sem nem ao menos existirmos com gestos invisíveis à matéria que a perfeição do universo é a simplicidade! Espíritos humildes serviam uns aos outros sem sequer sentir, pendurados no tempo se ampliavam por um amor neutro, imersos neste deus e pós ele, ambos iam-se de cotovelos dobrados e punhos caídos, apesar de nada ainda ser a nossa aparência. Com o tempo, espiritualmente fecundavam-se um com o outro e ao se separarem deixavam uma estrela periodicamente equilibrada, pois havendo excesso as tais explodiam, havendo pouca luz, apagavam-se. … Intercalados ao expor dos ventos de lá eram suas vozes que se diziam: “O silêncio que atrai, e o som, quem chama?” A inconsciência de tais fazeres era tão linda que veio a incomodá-lo, incomodar quem? O pai do universo, chamado Jeová! Assombrosamente superior a qualquer Quasar. Jeová, o único alguém por ser consciente fez com que houvesse luz na metade do universo ao norte, um lugar impalpável à imaginação e nesse lado veio a se chamar o 6
mundo da luz, lá inicia e se derrama a hierarquia sem ego, perante a honra passava a humildade sem sequer focar... Mas ainda não era o suficiente para contentar sua sabedoria, então, por sua vontade se fez o livre-arbítrio, logo houve a individualidade, seres conscientes de si e do belo ambiente. Espelhos em pares os concedia uma forma representando assim um símbolo da mente de Deus, com o tempo resumiu-se a sabedoria. Jeová com amor criava um coral e pedia para cantarem o que ele sentia, pois boa coisa via, e pra eles isso era prazer, um prazer real, pois eram todos de luz e a luz amava o que ele pedia. A pureza da consciência era a sua paz e a beleza, sem comparação. Tudo era de Jeová! E abaixo dali muitas outras coisas foram se gerando segundo o seu profundo ser em realidade soberana. Não havia segredo entre os anjos e nem por que. Viviam voando pairando na pureza do ar, “formas brancas e azuis” passavam com um suave perfume estimulando todo o ambiente. O coral celestial vinha de todos e era para todos, a qual suas bocas cantavam e seus ouvidos por eles se alimentavam. Jeová sobre todas as coisas, tudo passando ante seus olhos, encostado nas paredes eternas a qual não havia nada atrás, além de uma virtuosa cor verde que seguia e reluzia, onde a força reluzida era constante. Então fecha os olhos e começa a voar com aos anjos sem sair do lugar. Um dos seres da alta hierarquia ministrava o coral no mundo da luz, suas asas eram o maestro, e no universo uma forte estrela ele era, até que se achou iniquidade 7
nele, pois sobre si subiu o primeiro mal e assim provocando sua queda para o lado negro do universo a qual o completou, foram-lhes arrancadas as asas e assim como a sua alma, perdido estava na escuridão, e assim como um estrondo de um trovão em fendas virgens foram fechadas as portas da luz de sua existência, pois sua perfeição aniquilou qualquer misericórdia e toda sua sabedoria e consciência que com ela já nasceu, não o concedeu chance de impunidade. Eis a maior queda. Lúcifer, enquanto caía revoltado pela sua inteira desgraça, usando de sua astúcia, não se sabe bem ao certo o que houve, mas foi capaz de segurar no calcanhar de seu irmão, um dos filhos da baixa hierarquia de Jeová e ambos juntos partiram para a negridão. (Jeová percebeu, porém, permitiu) — Para onde me arrastou Lúcifer? Pergunta Angro, o inocente arrastado. — Viemos para a escuridão e seria injusto eu vir para cá sem nenhuma luz ou esperança. — Que luz? Não vejo luz. Aqueles pontos brilhantes são furos do céu onde se encontra meu pai? — Angro são simplesmente estrelas, luzes artificiais, que em breve apagarão, fica em paz. – O que são luzes artificiais? — Eis a variedade e a verdade. — Irmão, sempre estivemos contentados e sempre havia coisas de nosso pai a conhecer, ou não sabes que nunca conhecemos tudo? 8
Desde quando fomos criados ante a um espelho nunca conhecemos toda beleza de nosso pai. — Disseste tudo! Aqui onde estamos é somente mais um lugar dele, porque existe. — Onde estão suas asas? E por que temes soltar o meu pé? Sentindo a tristeza pela primeira vez por ausência da luz, Angro sobe um pouco para se acampar ao derredor das estrelas por algo sólido e começou a cantar, até que Lúcifer se irritando o manda calar. — E o que será de nós, irmão?! Consegues enxergar alguma saída? Não conheço esse lugar diferente, como saberei o caminho de volta? — A saída não está ao seu redor, Angro. Angro esmorecido abaixou a cabeça. – Isso não importa, vamos por ali, depois iremos atrás de alguma “saída”, venha e sinta: A escuridão também tem vida. – Escuridão? Onde está o seu fim?! — Vá para onde lhe aponto e te provarei que a pressuposta “perfeição” nunca será o bastante. Pois aqui neste lado em que o Pai virou as costas, deste rascunho erguerei o meu reino, e sei que nosso pai não irá me impedir disso agora, pois sei que ele pôs algo pra reinar sobre si mesmo, veja meu irmão todos esses resplendores de cores e sensações, gozos e variedades, percebe o que ele escondia de nós? — Onde soube destas coisas? – Junto dele, eis que o dom de toda a harmonia era composto por mim. — E o que ele está fazendo deste lugar? 9
— Tão somente quer fazer que tudo seja luz, mas isso é impossível, claro, não duvidarei da aparente astúcia de sua sabedoria. Ele pôs leis e minuciosos detalhes foram conferidos, infelizmente esqueceu-se das tendências as quais teria que um dia soltar sua obra, nós apenas viemos do amor desde então, sem base. Angro, no decorrer sentindo-se pressionado com tal escuridão como uma consciência pesada, e algo como um vírus vindo lhe perturbar, pairava pelo universo e assim Angro em si pensava que em breve seria uma daquelas estrelas que Lúcifer lhe falara que logo se apagaria, e assim com suas forças clamou a Jeová com o peso de Lúcifer e com o amor para não largá-lo: – Eu ordeno às estrelas que toquem em meu Pai para tirar-nos daqui! Pois tendo uma limpa consciência, inocente me justifico! Agora! Onde quer que esteja, no além ou após o além, na mais baixa hierarquia. As estrelas virtuosamente aumentando seu brilho desde as mais distantes, Lúcifer guerreia contra Angro e o lança em um vento duma descida de um meteoro e enquanto caía sente-se preso. Até que Lúcifer descendo, algo na velocidade da luz o atingiu e logo o arrastou como num raio de pensamento, e tanto a ele quanto Angro seguiam em rumo ao planeta dos dinossauros sendo no começo de quase tudo, quando ainda o primeiro homem não tinha cercado o seu primeiro pedaço de terra. Lúcifer chegou bem, primeiro causando um eclipse discreto e após o planeta ter feito inúmeras rotações chegou Angro em meio à degradação dos séculos.
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O meteoro foi se espatifando ao entrar na atmosfera, como um redemoinho, Angro cai na beira do mar numa praia aqui na terra e consigo ainda trouxe um pedaço de meteorito. Era madrugada quando de repente o chocar de Angro com a terra causa uma fusão e ali no lodo nasce e acorda um menino, sem forma humana, apenas movia 6 kg de areia, a moral do mundo lhe concedia os cinco sentidos, e nesse morrinho de areia os olhos foram os primeiros a se expor e houve luz! Ainda naquela madrugada. Ao cair na terra suas lembranças do reino celestial ficaram todas no espaço, mas no decorrer do tempo a natureza lhe guiará a sua verdadeira origem. Angro, ouvindo as ondas do mar se assusta e rapidamente caminha em distância dela, movendo apenas 6 kg de areia, sentia-se pesado subindo uma curta rampa em rumo à calçada, ao chegar nela vai se rastejando ninguém havia por ali o silêncio era “absoluto”. Angro se rastejando sua areia não se espraiava pelo caminho, pois seu vento as aglomerava. Se rastejando se rastejando der repente nesse rasteja se depara com uma porta, olha para cima e vê o quão grande ela é em relação ao seu tamanho, mas olhando para baixo dela vê uma brecha e passa por debaixo. Era uma casa e lá também havia silêncio, novamente ergue seus olhos e se surpreende com os objetos dela, logo os abaixando se desloca rumo a uma escada e então começa a subir, lentamente subia, ao chegar lá em cima percebendo outra porta a empurra e ao abrir ouve um som, era Jonas dormindo, um jovem em 12
profundo sono, Angro estranhando tais movimentos, curioso se aproxima. Lá fora da casa, nuvens negras e densas se formavam e a expectativa de uma forte chuva já era, até que um simples barulho de um trovão o assustou e foi para debaixo da cama que a princípio a viu como refúgio, então começa chover e no que chovia Angro chorava com os olhos fechados e a cada trovão movimentava-se esbarrando nos objetos que estavam ali mesmo debaixo da cama, e assim longa foi a noite. Amanhecendo, Jonas se levanta para ir ao banheiro tomar banho e ir à faculdade de astronomia a qual cursava o seu terceiro ano. Angro quieto estava e quieto ficou, mas na hora em que Jonas abriu a janela e o sol iluminou o quarto, almejou sair de debaixo da cama. Não passando muito tempo Jonas sai da casa e Angro de onde estava então respira aquela luz e se sente com uma liberdade suave e sem explicação. Seu instinto era ter que se movimentar e a essência de seus olhos eram a curiosidade, e facilmente absorvia todo o ambiente e assim evoluía sua mente. Angro ao tentar sair da janela adiante, em busca de apalpar o sol veio a cair lá embaixo a qual o espalhou pelo chão, se ajuntando “caco” por “caco”,o procura e não o sente mais, pois um prédio tapava. Rapidamente subiu de novo até o quarto de Jonas e percebe que é ali que deve ficar e ali ficou durante horas naquela mesa ante a janela. Horas depois Jonas chega e se depara com aquele morrinho de areia com grandes olhos olhando para fora, e a prin13
cípio ele se assusta e se beliscando achava que era uma ilusão ou visão, mas após fechar tanto os olhos e abri-los percebe que realmente aquilo na janela era o que ele viu até que veio a crer. Jonas lentamente vai fechando a porta e pega um cabo de vassoura e cutuca o morrinho, mas Angro com um olhar alegre não se assustava. — O que é isso meu Deus? Pergunta Jonas. Quando aquele morrinho de areia virava de costas, Jonas queria expulsá-lo com a vassoura para fora, janela abaixo, mas ao aquele morrinho de areia inclinar os olhos para ele, sentia vontade de conhecer aquela nova espécie que ele em si afirmava ser de outro mundo. — Quem é você? De onde veio? O que veio fazer aqui? Jonas percebendo que ele não desfocava do horizonte, fechou a janela, e aquilo abateu o morrinho e assim ele caiu em si, e se entristeceu. Jonas se aproxima e o toca... Com apenas três dias ambos ficaram amigos e essa amizade foi se fortalecendo cada vez mais quando Jonas apanhava seu violão para tocar canções suaves para Angro quando se comunicavam, e para ele Jonas começou a ensinar o som das palavras e o que significava até que de alguma forma aquele morrinho pudesse expor seus sentimentos. Todos os dias antes de ir à faculdade levava Angro para tomar banho de sol. E aos finais de semana estando de folga da escola e do trabalho, falava de astronomia e outros conhecimentos gerais, pois muitas vezes enquanto Jonas estudava Angro se aproximava. Com o passar dos anos Jonas veio a chamá-lo de Moinho. 14
... O tempo passa
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