Deus nĂŁo existe
R a imundo Roberva l da Silva
Deus nĂŁo existe SĂŁo Paulo 2017
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Sumár io Introdução............................................................. 9 A PARTIR DAS ORIGENS......................................... 15 A Epifania da Luz..................................................................... 18 Horizontalidade e Verticalidade da Existência........................ 19 INTEGRIDADE NUPCIAL DA TRINDADE...................... 25 Prazo de Validade Existencial.................................................. 29 O Que Não Existe É O Que Existe Não É.............................. 31 Assessoria Divina....................................................................... 33 A Luz Brilha nas Formas.......................................................... 40 A Existência, Fatia do Todo...................................................... 43 ABRE-SE A CORTINA DO PALCO DA EXISTÊNCIA...... 47 Mecanismos da Natureza e Liberdade do Espírito.................. 50 Matéria da Construção e Matéria da Evolução....................... 51 A “Constituição” Da Felicidade............................................... 55 Propaganda X Testemunho....................................................... 60 Sobe-se uma Escada a Partir do Primeiro Degrau................... 62 Sem Treino Não Se Faz Atletas................................................ 65 Sobre Vasilhas, Conteúdos e Tampas:...................................... 68 Transfigurações ........................................................................ 70 AMOR HORIZONTAL, EXERCÍCIO DO AMOR
VERTICAL................................................................... 77
A VIDA É UM ÊXODO E A SUA EXISTÊNCIA É UMA EXCURSÃO.......................................................................... 85 Dever Legal X Dever Cordial................................................... 87 Autonomia X Liberdade........................................................... 90 Avanços e Retrocessos............................................................... 97 A TERRA, UMA ESPAÇONAVE DA VIDA EM EXCURSÃO........................................................................ 103 Entrance And Exit.................................................................. 112 Imortalidade Existencial!......................................................113 A EXISTÊNCIA É UMA ESCOLA E A MORTE É A SUA PEDAGOGA....................................................................... 117 Pretérito Perfeito e ................................................................. 119 Futuro do Presente................................................................. 119 “Certum Et Verissimum”.....................................................123 Previsíveis Ilusões Da Existência............................................ 124 Sintomas Das Ilusões.............................................................. 125 Provocação Divina.................................................................. 126 Bem Aventurada Insatisfação!...............................................128 Mais Com Mais Dá Menos.................................................... 130 Correr atrás dos “Sonhos”!...................................................134 MEMÓRIA CURTA........................................................... 139 Os “Dois Senhores”..............................................................142 Esquecer, uma “Política” do ................................................. 144 Ego-Mental-Consciente......................................................... 144 A Esperteza do Bicho e a Inteligência da Gente................... 148 Em Nome da Honra............................................................... 152 É UMA VISAGEM!...............................................................155 “NAQUELE TEMPO...”, ................................................... 159 “NO TEMPO DE...”..............................................................159 “CORAGEM, NÃO TENHA MEDO!”...............................163
“COMBATI O BOM COMBATE.”.....................................167 SER HUMANO OU SER ANIMAL, EIS A QUESTÃO!...... 171 Eclipse Interior....................................................................... 174 A Garganta do Rio Amazonas................................................ 184 Mestre Cerimonial da Festa Existencial................................ 186 A Natureza Virgem................................................................. 188 Necessidades e Carências....................................................... 190 Ego-baiacu.............................................................................. 194 Ego-Legal X Ego-Coração...................................................... 196 A Serpente Me Enganou!.....................................................199 Serás Como Deus!................................................................203 Ego - Atravessador!................................................................208 MAS, AFINAL, QUEM SOU EU?.......................................215 Quem sou eu, afinal?............................................................216 Quem, afinal, sou eu?...........................................................217 EU SOU UM ESTAGIÁRIO DO CÉU OU DO INFERNO.........................................................................221 Alquimia Existencial............................................................... 226 Partidos e Partidários............................................................... 229 Minha Família: Meu Céu ..................................................... 231 Ou Meu Inferno..................................................................... 231 PREDADOR DE SI MESMO............................................ 235 A VIDA NÃO É SÓ SOBREVIVÊNCIA, É TAMBÉM CELEBRAÇÃO................................................ 243 Ego -carrapato......................................................................... 247 Toda Pessoa Feliz é Alegre, Mas Nem Toda Pessoa Alegre é Feliz.......................................................................... 251 IMAGENS DO CÉU E DO INFERNO............................ 257 DA MORTE COMO OPÇÃO E COMO PREÇO........... 263 DA MORTE COMO PERDA, COMO NADA................. 267
DA MORTE COMO RENÚNCIA, DESAPEGO............ 271 O “Nada” Disponível.............................................................. 275 Autossuficiências Da Civilização............................................ 278 DA MORTE COMO ÊXTASE.......................................... 283 DA MORTE COMO RECUSA DO CORPO EM COOPERAR COM A ALMA........................................................... 287 DA MORTE COMO ENTIDADE QUE REIVINDICA SEUS DIREITOS............................................................... 291 TODO FIEL É UM CRENTE, MAS NEM TODO CRENTE É FIEL........................................................................... 297 Direitos Adquiridos?!.............................................................. 302 Assessorias da Fé - Amor......................................................... 303 Itinerário Existencial .............................................................. 305 Da Fé-Amor............................................................................ 305 Controle De Qualidade.......................................................... 312 “Você é Responsável Por Aquilo que Cativa”......................... 323 Ouro, incenso e Mirra............................................................ 325 ALMAS GRILEIRAS EM CORPOS DEVOLUTOS........ 335 O Espírito É Imaculado......................................................... 338 Ao Despedir -se Da Existência, O Espírito Diz: Adeus! Para Sempre!.341 Oficina de Reciclagem?!......................................................... 345 Contentando-se Com Refugos!.............................................. 349 Ego-Purgatório........................................................................ 355 DA MORTE COMO MUDANÇA DE CAMPO DE GRAVITAÇÃO................................................................................ 359 O JUÍZO (JULGAMENTO) FINAL.................................. 363 Armagedom!........................................................................... 368 DIETAS DA ALMA............................................................. 371 PS – POST SCRIPTUM..................................................... 395 POST, POST SCRIPTUM................................................. 397
INTRODUÇÃO Outra vez, queridos(as) amigos(as), quero conversar com vocês sobre essas coisas tão presentes e tão reais. Experiências da nossa Existência e da nossa Vida: a Morte, a Esperança e as Ilusões (Tolices) da vida. Mais uma vez, contudo, não pretendo ensinar, mas apenas apresentar-lhe uma reflexão. Como esta reflexão não é, nem de longe, uma Doutrina ou uma pesquisa do tipo cientifica, e, não sabendo bem por onde começar, vou começar por onde sei. Acredito possa eu dispensar detalhes (quem sabe, de fontes filosóficas, teológicas, etc.), para ficarmos apenas com o que seja da nossa experiência e compreensões imediatas e cotidianas. São três os assuntos que deverão dominar esta reflexão: a Morte, a Esperança e a Tolice (ou Ilusões da vida). A presente peça, entretanto, não se divide em três partes, para tratá-los separadamente, pois os três assuntos se fundem, se misturam. Ao falar de um deles, é bem difícil não abordar o outro. Decerto, um explica o outro. 9
De qualquer forma, vamos começar pela Morte com o nascimento ou o surgimento da Vida na Existência – tratar do fim pelo começo – pois nada morre nem desaparece sem antes ter nascido ou existido. Ademais, a curta passagem – Êxodo – da Alma por este Mundo, fazendo uso da geografia físico-astral do Corpo-Mente, e do Espaço-Tempo da Existência é um aprendizado, um estágio da Esperança em meio às inúmeras ilusões-tolices da individualidade ou do Ego-mental-consciente. “Quem ri por último, ri melhor”, diz um ditado popular. A sensação que temos é a de que quem sempre vence; quem tem a última palavra; quem ri por último é a Morte, mas, será que é assim mesmo? Talvez isto seja verdade para aquela categoria de gente que não avançou no estágio normal de sua Natureza animal que apareceu neste mundo apenas para comer, beber, se reproduzir (para preservar a espécie) e morrer, isto é, cumprir a sua sina. Podemos dizer, com certeza, que a Morte é a mais natural, humana e concreta experiência da realidade da Existência. Bem como o mais concreto sentimento-experiência da realidade da Vida é a Eternidade ou a Esperança-Alegria que não decepciona (Rm 5,5; Hb 11,1). A Morte, portanto, não é uma teoria, é uma realidade, é a mais pura Verdade da Existência. Não é um conceito, é uma experiência bem particular e individual do Ego-mental-consciente. Não é um desejo, afinal, ninguém quer morrer; é um “investimento” certo da Existência. Não é uma loteria, é uma “poupança” 10
segura. É tampouco uma “ilusão”, como alguns tentam insinuar. Se a Morte fosse ilusão, haveria meios de nos libertarmos dela, e a Existência se tornaria naturalmente eterna, pois é perfeitamente possível nos livrar de ilusões. A Morte é a síntese da Existência. A experiência de desaparecer da Existência (morrer) é individual, poderosa e imediata, parecida com a experiência da criança de brincar com fogo. Basta uma vez e ela aprende, de uma vez por todas, que ele queima; que o fogo dói. Mas, ninguém quer morrer. Eu também não! Porém, que importa? A quem o Tempo já poupou algum dia dessa experiência? Isso mesmo. Só se fosse possível parar o Tempo, o seu tempo existencial. A quem a Existência autorizou continuar perpetuamente o seu prazo de Tempo existencial? Por isso, alguns pessimistas pensam: “se vai acabar tudo; se vamos morrer, então por que nascemos?” Como quem diz: “não pedimos para nascer”, logo, “não vale à pena viver!” ou já que é assim, “vou viver do jeito que bem entender”. Contudo, o sentido do existir não está na Existência, mas na Vida – Vida Eterna – que resolveu dar uma volta, fazer um turismo pelas “geografias” da Existência. Você não vive a vida inteira fazendo turismo. Um dia você sente necessidade de encerrar a sua turnê. A Vida é caprichosa! E a Natureza lhe é obediente. Você, na verdade, não está com medo de morrer; você tem medo de não mais existir. Medo da morte porque ela representa a privação absoluta da Existência – fim do seu tempo na Existência – que é o que 11
você conhece, e do qual não quer abrir mão. Bem diz o ditado popular: “é melhor um pássaro na mão do que dois voando”. Fazemos da Existência a coisa mais importante, menosprezando a Vida. Mas, não se preocupe, a Vida nunca vai te abandonar, mas a experiência de existir chegará a seu termo, como uma viagem de turismo que termina. Há um triunfo da Morte? Sim! Mas sobre a Existência, não sobre a Vida. Sobre o corpo humano, não sobre a Pessoa humana. Sobre a matéria, não sobre o Ser; não sobre a Essência, a Substancia, a Beleza, a Excelência que é eterna. Por mais longe que alguém possa ir ao curso de sua existência, ela terá um fim. A longevidade é um aspecto importante da existência, mas a Eternidade é mais do que isso, ela é princípio da Vida que não morre. Cinquenta anos é tempo demais para quem optou pelo mal, por fazer o mal. Mas é pouco para quem optou por passar por este mundo fazendo o bem (At 10,38). Todavia, com menos do que isso podemos danificar ou transformar o mundo. Talvez você seja tentado a me classificar como um existencialista do tipo filosófico, porém eu não estou preocupado com esse existencialismo. Contudo, julgo necessário comunicar-lhe o meu ponto de vista sobre a Existência e a Vida. Quando, pois, escrever a palavra vida com minúscula, me refiro à experiência horizontal da Existência, e com maiúscula, sobre a experiência-sentimento vertical da Vida, a Eternidade. 12
Essa ousadia, amigos (as), é porque não quero repetir o padrão e a formalidade da literatura que mal conheço, mas, como disse, quero fazer uma reflexão espontânea de um jeito que, talvez, a maioria não costuma fazer – não por alguma presunção de originalidade. AVISO: Alguns assuntos parecerão repetitivos, mas não se preocupe. Essa insistência é necessária para melhor compreensão do tema. Quem sabe, assim, possa me fazer entender.
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A PARTIR DAS OR IGENS Todo lugar tem o seu aqui (Marisa Monte, verso da música: “Bem Aqui”)
Amigos(as), vamos, então, começar por Aqui! Um dia, como Hoje, a Vida, o Espírito, o Cristo – que É LUZ, eterna e sempre – passou a EXISTIR, a ter FORMA, digamos, uma ‘formatação’ – “se fez carne e habitou” [brilhou, acendeu sobre o “candelabro”, o Ego-mental-consciente de Jesus (Mt 5,15-16; Lc 8,16; Ap 22,5)] “Aqui” entre nós”, isto é, na EXISTÊNCIA. Para que a Vida, a Luz, o Cristo, o Verbo Eterno – que é Essência, é Excelência, é Beleza – passasse da Não Existência para a Existência – “como uma lâmpada que brilha na escuridão, até que o dia desponte, e o astro matutino amanheça em nossas mentes” (2Pd 1,19c; 2Cor 4,6), precisou do aparecimento ou da Criação das Formas – Corpos-Mentes (Hb 11,3). A Vida, então, passou a existir nas formas, nas “coisas”. As formas que contém a Luz, a Vida, a Essência, chamamos, de modo geral, de Natureza, de Criação, de Mundo, de Corpo, de Matéria. A natureza das formas criadas e em evolução, é material-animal-mental 15