Do crepúsculo à alvorada 15

Do crepúsculo à Alvorada

Do crepúsculo à Alvorada Fathyma Jaguanharo

São Paulo 2014

Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa

Jacilene Moraes

Diagramação

Felippe Scagion

Revisão

Patrícia de Almeida Murari

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________ J23d Jaguanharo, Fathyma Do crepúsculo à alvorada / Fathyma Jaguanharo. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014.

ISBN 978-85-437-0093-9 1. Romance brasileiro. I. Título.

14-13777 CDD: 869.93

CDU: 821.134.3(81)-3 ________________________________________________________________ 07/07/2014 11/07/2014 Impresso no Brasil Printed in Brazil DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br Rua da Quitanda, 139 – 3º andar CEP 01012-010 – Centro – São Paulo - SP Tel.: 11 3167.4261 www.EditoraBarauna.com.br Todos os direitos reservados.

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Agradeรงo, acima de tudo, a Deus.

Dedico este livro a: Cláudio (in memorian); aos meus filhos Penélope e Cláudio Jr., minha força motriz; ao meu pai Ayrto, meu exemplo de amor e dedicação.

Apresentação Nem sempre conseguimos trilhar por caminhos floridos, onde não encontramos espinhos. Cada sonho, cada busca rumo aos nossos objetivos, nos levam a caminhos árduos, cheios de obstáculos, que nos fazem, por vezes, pensar em recuar, retroceder, desistir daquilo que aspiramos, do que desejamos. Muitas vezes, pensamos em desistir, em nos acomodar com o que temos, ou com o que não temos. Quão dura é a caminhada, os fracassos, os tantos “nãos” que ouvimos. Muitas vezes, o desânimo, a descrença em nós mesmos e em nosso potencial nos fazem fraquejar diante das dificuldades que encontramos ao irmos à busca dos nossos sonhos.

Muitas vezes, também, paramos e pensamos nos porquês de tantas desilusões; quando então surgem aquelas perguntas “será que não mereço isso?”, “por que os

uns conseguem e outros não?”, “será que vale a pena?”, e muitos outros questionamentos.

Muitos desistem no meio do caminho; mas há aqueles, que perseveram, acreditam em si e numa Força Suprema, acreditam que a fé remove montanhas, que depois da tempestade sempre vem a bonança, que depois da noite sempre raia um novo dia cheio de luz e esperança, que podemos perder muitas batalhas, mas nunca a guerra, porque a vida é uma guerra, uma luta pela sobrevivência, pela realização dos nossos sonhos e uma luta para sentir que tudo vale a pena.

Mas, descobrem também, que o fardo fica mais leve, que os obstáculos não são assim tão intransponíveis quando fazemos, pensamos e dedicamos tudo com amor: amor ao próximo, amor a si mesmo, amor em tudo que fazem, e tendo sempre esta certeza: “Nunca deixar de sonhar!”, porque são os sonhos que nos fazem agir, reagir, lutar. São os sonhos que fazem valer a pena. E, como cita Paulo Coelho no seu livro “O Alquimista” “... Quando você tem um sonho, o Universo todo conspira a seu favor...”; além de outras citações de autores, que nesse momento desconheço a autoria: “... Com as pedras do meu caminho, construí um castelo...”, ou ainda, “A esperança se renova a cada amanhecer”, “depois de cada crepúsculo vem a aurora, a alvorada”.

Escrito em prosa e verso, cujos poemas foram sendo compostos durante e de acordo com o enredo, retratam e expressam os conflitos vividos em determinados momentos pela personagem.

A autora

Sumário Capítulo i. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Capítulo ii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Capítulo iii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Capítulo iv. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Capítulo v . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Capítulo vi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Capítulo vii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Capítulo viii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Capítulo ix. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Capítulo X. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Capítulo x . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Capítulo xi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Capítulo xii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

Capítulo xiii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Capítulo xiv. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Capítulo xv . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Capítulo xvi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Capítulo xvii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Capítulo xviii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147 Capítulo xix. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 Capítulo xx . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165 Capítulo xxi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171 Capítulo xxii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181 Capítulo xxiii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185 Capítulo xxiv. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 Capítulo xxv . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201 Capítulo xxvi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 Capítulo xxvii . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217 Capítulo xxviii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223 Capítulo xxix. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233 Capítulo xxx . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239 Capítulo xxxi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247 Capítulo xxxii . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259 Capítulo xxxiii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 267 Capítulo xxxiv. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275 Capítulo xxxv . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285 Capítulo xxxvi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293

Capítulo i Cidade de São Paulo, aglomerados de pessoas indo e vindo, agitadas, preocupadas, ansiosas, assustadas, exaustas. Já final de tarde, anoitecendo, as luzes piscando, brancas, azuladas, avermelhadas, amareladas. De longe, numa janela do apartamento, alguém observa o movimento das pessoas e dos carros, fixa os olhos nas luzes piscando, que parecem misturar-se às estrelas no céu. Já quase meio século vivido, e a mesma esperança, os mesmos sonhos, porém, as mesmas dificuldades, as mesmas “pedras no meio do caminho”. Às vezes bate a solidão, a melancolia, a tristeza de ainda estar sonhando, mas, como sempre, nesses quase cinquenta anos, enxerga-se a “luz no fim do túnel”, agarrase “àquele galhinho na beira do poço” e reflete: “enquanto há vida, há esperança” “...enquanto houver sonhos, haverá motivo para lutar e ir atrás de sua realização”.

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Observa o movimento lá fora — as pessoas — imaginava o que se passava na vida delas, quais seriam seus anseios.

Caminhantes Nas ruas, a multidão agitada Aglomerados de pessoas indo e vindo, nas ruas, avenidas, becos e anéis viários Cada uma dessas pessoas em busca de seus sonhos e ideais Cada uma, no andar apressado e solitário Olhares ansiosos, sonhadores, esperançosos, melancólicos Olham para o chão, onde pisam suas amarguras Fitam o céu, a procura da luz redentora aos seus valores Na caminhada buscam o pão para o corpo Nas preces acolhem o pão para a alma Olhares perdidos em busca de um emprego, uma colocação Como manter a calma?

Como ser realmente um cidadão?

Cidadania para todos, dizem os governantes Mas nessa metrópole, onde o poder e capitalismo ditam as regras É realmente, cada um para si e Deus para todos Realidade sofrida e angustiante Sonhos que guiam cada ser caminhante Seres caminhantes que madrugam em busca do alimento, do remédio, da sobrevivência Com os olhos atentos à violência que vem daquele semelhante que quer lhe tomar, aquilo que ele não tem Porém, com o coração repleto de esperanças, tentando confiar vir dos poderosos alguma benevolência No retorno, o cansaço, as mesmas expectativas e sonhos

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No suor de cada rosto, o semblante exaurido, porém, perseverante e confiante E de volta a morada, no repouso merecido, preparando-se para o dia seguinte, em nova jornada.

Apoiou os cotovelos na beirada da sacada e começou a relembrar sua vida, sua jornada, seus sonhos, suas frustrações. Às vezes, as lágrimas corriam pela face, outros momentos, um sorriso discreto e conformado.

Resolveu então, fazer uma análise, entre tantas idas e vindas, alegrias e tristezas, vitórias e fracassos; o que conseguira plantar... e colher.

Até que ponto poderia ainda sonhar? Até onde poderia correr atrás dos seus sonhos?

Mas, por que dúvidas? Por que medos? Por que insegurança? Afinal de contas quem é essa “FÊNIX”, cujo nome não condiz com a lenda: ave que morria queimada e renascia das cinzas? Sempre se orgulhara de seu nome, pois se achava parecida com a ave fênix, que sempre renascia das cinzas, que, entre muitos altos e baixos, sempre conseguira recomeçar.

Começou, então, a fazer uma retrospectiva e tentar lembrar de coisas, situações e fatos desde sua infância, lá longe no tempo, quase cinquenta anos atrás.

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