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Guardi천es do

Firmamento A Sina dos Guardi천es

M.C.C.S

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Firmamento A Sina dos Guardi천es

Trilogia Os Port천es da Morte

S찾o Paulo 2013

Copyright © 2013 by Editora Baraúna SE Ltda Capa e Projeto Gráfico Aline Benitez Revisão

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Uma Terra Um Povo Uma Raรงa Cinco Elementos Uma Guerra Divindades Reerguidas

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UMA TERRA No início dos tempos, quando não havia céu e terra, dia e noite, vida e morte, somente a escuridão e a água, Rá — o deus-sol — surgiu no Monte da Criação, para iluminar pela primeira vez o mundo com sua luz radiante.

Ele criou as divindades da água e do ar, separou a terra do céu, e dessa forma pôde criar todo o resto.

Ao pisar neste solo, Rá viu a necessidade da criação de um lugar para preservar relíquias de seu mundo recentemente criado. Diante de tal fato, Needh foi erguida; um mundoisolado de tudo e de todos.

Tendo como base a civilização egípcia, foi erguida com o objetivo de proteger e preservar criações do deus Sol que cairiam na desgraça secundária.

Needh foi erguida em solo sagrado, a terra dos deuses, acima do céu, acima de tudo... inacessível aos mortais.

Os deuses a governavam, cerca de quarenta e dois reunidos no Conselho para discutir o melhor para o Firmamento. E tudo correu bem até o episódio, hoje conhecido por ambos os mundos, da morte de Osíris. O governo oscilou e Needh foi afetada.

Seth traiu o Conselho e provocou a ruína de todos, e foram aprisionados.

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Needh teve o Processo Negro iniciado; com a ausência dos deuses os humanos começaram a cair na Desgraça Secundária, tornaram-se incontroláveis, amaldiçoados...

Um tirano tomou o poder, e sua linhagem governou por três séculos.

Mrak descobriu a passagem entre os mundos e invadiu a Terra, e com um golpe tomou o poder; corrompeu o que restou do Firmamento. E no último século vem governando Needh com conceitos tiranos, com sua vida anormalmente longa.

Entre os deuses, Needh foi conhecida como o Firmamento de Rá e ali é preservado até os dias de hoje as mais magníficas construções do Mundo Antigo, com suas estruturas intactas. Em Needh o tempo não os afeta.

Para que fosse possível o acesso dos deuses ao outro mundo — o que nele vivemos — o deus Sol criou uma passagem em que somente deuses e auxiliares dos mesmos teriam acesso. Um caminho protegido pelos piores temores da humanidade, a Estrada da Perdição. Tal estrada foi o meio usado por Mrak para invadir o Firmamento, e esta mesma estrada foi usada pelos assessores para atingir o Mundo Secundário.

Os que fugiram, jamais encontraram o caminho de volta, casaram-se com secundários, tiveram filhos, e alguns desses filhos vieram ao mundo com o poder dos pais, aquele que foi concedido por Rá no início da criação. Com isso, foi necessária a criação de uma sede Needhense para os que nasceram neste mundo, fundando assim, a Academia.

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PREFÁCIO A Destruição

A noite chegara à Needh. Todos dormiam. O ar pesava.

Os aldeões sentiam a tensão no ar.

O calor intenso na região fez com que notassem a anormalidade pouco tarde demais. O primeiro a notar tentou avisar aos demais aldeões o perigo que corriam se não deixassem o lugar imediatamente, Mravorn correu o máximo permitido às suas pernas, porém, fora atingido antes que alcançasse seu objetivo.

Siriso observava o estrago que causara na aldeia sobrevoando-a com seu enorme dragão negro, enquanto este cuspia labaredas sobre as casas sem dar tempo a seus moradores de escaparem. Assistia à chacina com uma visão privilegiada, mas foi em uma pequena pausa que seu dragão fizera para recomeçar a cuspir sua chama de cor vermelho sangue, assim como seus olhos, que viu de relance uma figura correndo em direção ao templo. Fez seu dragão pousar bem à frente e desceu. Correu. Encontrou quem queria. Com um golpe, o derrubou.

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Ao montar novamente, Siriso ordenou: — “Acabe com tudo, traidores não devem ficar impunes”.

Perdendo altitude, o monstro incendiou dezenas de casas e na noite, ecoou a risada de Siriso.

— Vão! Meu Pai os espera. — Mais uma pausa para sua risada nociva. — Muitos traidores para saciar a fome de meu Pai! Os aldeões que ainda lutavam para sobreviver, sentiram como nunca ao ouvir um som daquele, todos foram ao chão com as mãos tapando os ouvidos. A eles foi a sensação de varias fisgadas ao mesmo tempo em diversas partes de seus cérebros.

Enquanto isso, um jovem com seus longos cabelos negros e desgrenhados espreitava tudo, sem poder interferir, seu pai o proibira, ordenando que fizesse o juramento pela Pena de Ma’at que não desobedeceria, e assim foi, até ver seu pai cair inerte com um golpe do assassino.

Horas se seguiram e o fim da chacina não chegava, poucos de poucos deveriam ter restado de sobreviventes na aldeia.

Casas já não mais existiam, somente as ruínas; o ar, apenas colunas de fumaças; os cadáveres amontoavam as ruelas; o fogo consumia tudo rapidamente.

Siriso não se cansava, queria mais, sua sede por sangue era imensa. Queria vê-los morrer, não apenas morrer, mas ouvir seus lamentos, suas súplicas ao que quer que fosse que os tivesse atacando, queriam apenas sobreviver.

Não sabiam o motivo da chacina. Não sabiam quem era o autor detanto sofrimento. Não faziam ideia de como fugir.

Não tinham esperança alguma em seus corações. § Ao que pareceu uma eternidade, Siriso rumou à floresta e desapareceu sobre as muitas árvores que causavam uma névoa aci-

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ma de suas copas por motivos desconhecidos.

Em pouco tempo alcançou seu objetivo. Durante seu percurso até o castelo, refletira sobre sua missão, sobre o que pretendia fazer após a chacina, precisava de servos medrosos, não precisava de quem o admirasse, pois ninguém o faria, queria apenas que seu exército crescesse. Quanto maior o número de servos obedientes e temerosos, capaz de tudo para se manterem vivos, melhor.

O castelo surgiu pouco distante da orla da extensa floresta, majestoso e ameaçador. A construção de mármore negro, sem a presença de um simples traço claro, poderia ser facilmente ocultado pela escuridão da noite. Era rico em detalhes, poderia facilmente ser confundido com um verdadeiro palácio do deus dos mortos. Cenas de mortes, apenas aquelas que podiam trazer tristeza, culpa e abaloà vida de quem as presenciasse...

Dentre elas, cenas passadas, cenas atuais e ainda, aquelas as quaistornar-se-iam reais — como uma profecia. Deuses também eram representados, rituais sagrados dirigidos aos mortos, cenas de batalhas... essas eram as mais comuns. Estavam presentes em todo o contorno do castelo, até mesmo repetidas vezes inúmeras delas — normalmente as mais fortes — cenas daquele e do Mundo Secundário.

O cavaleiro adentrou o castelo por uma entrada lateral com seu dragão, o deixou em uma masmorra próxima e saiu a passos largos pelo castelo, até que um guarda o parou.

— Senhor. — Executando uma rápida mesura. — Temos problemas.

— O que, de tão importante, merece minha atenção?

— Siga-me, senhor.

Siriso o acompanhou rapidamente pelos corredores do castelo; ao chegarem a uma parte que estava apinhada de sol-

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dados e todos olhando para o céu escuro de Needh, Siriso questionou o motivo.

— Veja, soberano, é o sinal... — Começou um soldado que se aproximara.

Siriso elevou o olhar ao lugar indicado pelo soldado e logo vislumbrou o contorno de um escudo com símbolos ao centro que conhecia bem.

Voltou a toda velocidade para dentro do castelo, sem dar atenção aos guardas que o chamavam. Desceu ao subsolo, para um lugar oculto a todos, ondeapenas ele tinha acesso ao local. Aqueles que haviam participado da escavação na rocha alguns metros abaixo haviam sido mortos.

Atravessou duas masmorras correndo, parando apenas ao final da segunda, onde parou e com a mão direita apoiada na parede dos fundos, recitou algumas palavras e se afastou, revelando uma passagem estreita em que não tardou a entrar.

Ele se encontrava em uma sala circular com uma magnífica escultura divina ao centro. As paredes eram todas cobertas por hieróglifos. Ajoelhou-se apressadamente a frente da escultura ainda sem recuperar o fôlego gasto durante a corrida até o local.

— Senhor, eu não... — Não sabia como explicar-se. — Por favor, senhor...

— Silêncio! — Uma voz ribombou na sala, não vinha da escultura, mas também não vinha de lugar algum.

Siriso encolheu-se diante da ordem.

— Pensei que tivesse ordenado que matasse todos. — Protestou a voz.

— Perdão, senhor. — Suplicou desesperadamente. — Mas falharam...

— Não! — Berrou a voz, e poeira caiu sobre Siriso, proveniente do teto.

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— Mas, Senhor... — Começou ele, tendo sido interrompido.

— Dar-lhe-ei mais uma chance, acabe com todos, ou eu acabo com você.

— Certo, senhor, desta vez não falharei.

— Não volte aqui até que todos tenham morrido, e eu saberei se falhar.

Siriso saiu e nunca mais retornou ao castelo.

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CAPÍTULO I Ilusão, Realidade ou Premonição?

Pensativo em seu quarto, em um bairro pouco movimentado de Barra Mansa, Steeve — um garoto magricela, com seus rebeldes cabelos negros e olhos castanhos esverdeados — refletia sobre o mesmo pesadelo que o assombrava todas as noites. Não sabia o significado atribuído a ele. Sempre o mesmo, as mesmas pessoas, os mesmos acontecimentos, seria ele capaz de repetir aleatoriamente o que todos falavam durante o pesadelo. Fazia algum tempo que começara a tê-los.

Sempre que acordava, sentia-se fraco, suava frio e não conseguia voltar a dormir por um tempo. Pensara em comentar com seus pais, mas sabia se o fizesse seu pai não daria atenção e teria que suportar o pai contando a seus amigos que tem medo de dormir sozinho e ter o terrível pesadelo.

Muitas das coisas em seus pesadelos, ele entendia, mas o porquê disso ele não sabia. O lugar em que se inicia o ataque, a ele parece um lugar em que tem a impressão de conhecer, mas sabe que não deve, pois em que lugar do mundo ele encontraria

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um dragão, ou um castelo com aquelas imagens incrustadas ao seu redor? Seria impossível.

Mesmo assim, ele não desistiu de tentar entender seus pesadelos diários. Procurou na internet, na biblioteca de sua escola.Procurou se lembrar de algum livro que tivesse lido que tivesse um lugar como o de seu pesadelo, mas também falhou em sua pesquisa.

Não tardou para que D’laide aparecesse em seu quarto para avisar que estaria atrasado para a escola em cinco minutos. Trocou-se rapidamente, não tomou o café e correu para o ponto de ônibus pedindo para que este ainda não tivesse passado por ali.

Steeve correu, mas não conseguiu alcançá-lo. O que ele havia esquecido era: aquele era o último ponto até a escola, teria que correr, mas também estava atrasado, conseguiria ele chegar a tempo?

Ao chegar aos tropeços no portão do colégio, chamou o porteiro.

— Lamento, mas não posso ajudá-lo. Está atrasado.

— O ônibus me deixou, não foi culpa minha. — Tentou explicar.

— Se o ônibus o deixou, foi porque não estava no ponto no horário, portanto, estava atrasado e a culpa é sua.

— Mas... — Tentou novamente, porém, foi interrompido.

— Poderá entrar na próxima aula.

— Pelo menos me deixe entrar. — Pediu Steeve.

— Não, senhor Hunter, vá caçar algo para passar o tempo. Só esteja aqui no horário da próxima aula.

Steeve percebendo que não conseguiria convencer o porteiro resolveu sentar e esperar. Enquanto se sentava, sentiu-se observado. Concentrou-se ao redor, o que era capaz de fazer muito bem, e logo localizou uma figura encapuzada que o espreitava.

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