Odespertardaprincesa 15

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Capa

AF Capas

Diagramação Isaac Tiago Revisão

Mariana M. Benicá

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________ D53d Dias, Josy Lira O despertar da princesa de fogo : a ordem dos dragões / Josy Lira Dias. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014. ISBN 978-85-437-0237-7 1. Romance brasileiro. I. Título. 14-16365 CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3 ________________________________________________________________ 26/09/2014 30/09/2014

Impresso no Brasil Printed in Brazil DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br Rua da Quitanda, 139 – 3º andar CEP 01012-010 – Centro – São Paulo - SP Tel.: 11 3167.4261 www.EditoraBarauna.com.br Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.


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Sumário 1 - Uma noite. . . . . . . . . . . . . . 9 2 - A Descoberta . . . . . . . . . . .

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3 - A viagem . . . . . . . . . . . . .

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4 - A cerimônia . . . . . . . . . . . . 91 5 - A reunião. . . . . . . . . . . . . 157 6 - Os Magos . . . . . . . . . . . . 201 7 - A Cerimônia do Livro . . . . . . . 211 8 - A Escolha . . . . . . . . . . . . 243 9 - A Jornada . . . . . . . . . . . . 277 10 - A Visita . . . . . . . . . . . . . 297


11 - A Partida. . . . . . . . . . . . 309 12 - O Reencontro. . . . . . . . . . 331 13 - Os Portais . . . . . . . . . . . . 351


Glossรกrio Celta Aislin = Sonho Kelly= o Guerreiro Feminino Anala = Fogo Beta = Vida Drรกcula = Herdeiro do Dragรฃo Grady = Nobre Merlin = Encantado Taurus = estrelas mais brilhantes Grego Alexander = Grande protetor Argos = O Que Tem Luz



Uma noite

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oje foi o meu aniversário de oito anos, tive um dia incrível com os meus pais e meus amigos. Fomos ao cinema depois da escola e a minha mãe me deixou comer todo o tipo de porcarias, o que não acontecia com frequência. Acho que é por isso que eu não consigo dormir, estou olhando para o teto e deitada na cama, eu tenho certeza de que já se passaram horas, fiquei em todas as posições possíveis, e normalmente os meus pais vêm aqui saber o que está acontecendo quando eu estou inquieta, mas até agora isso não aconteceu. Fiquei pensando como eu poderia resolver isso. Se eu demorar a dormir, amanhã a minha mãe vai me levantar super cedo para a escola, e se eu receber mais uma reclamação por dormir na aula, com certeza estarei encrencada de verdade. Parecia que eu estava me afogando no escuro cada vez que eu fechava os olhos. Eu já tinha tentado ficar com a luz acesa, contar carneirinhos, até tentei dormir sentada, porém nada parecia funcionar. De 9


acordo com a minha mãe, se tudo falhasse, ler era a solução, eu olhei para os livros que estavam na minha estante, mais eu não conseguia nem escolher um. Não tinha outra maneira. Eu abri a porta e desci as escadas em total silêncio, fui até a biblioteca, era o maior cômodo da casa, com certeza, tinham tantos livros que eu nem conseguia contar. A minha mãe sempre amou ler e ficava horas sentada em uma poltrona de couro antiga, lendo sem parar nem para comer, e o meu pai era escritor. Eu queria ser assim. Por isso, hoje estou aqui, mesmo sendo tarde da noite. Achei que ler ajudaria a acalmar essa sensação ruim que eu estava tendo. Olhei para as prateleiras e não vi nada que eu pudesse ler, podia ser algo colorido, engraçado, mas os livros que a minha mãe tinha quase não tinham figuras, alguns eram tão antigos que eu tinha até medo de tocar, com certeza ela saberia. Eu estava quase voltando para o quarto quando vi um livro, então tive certeza que era o livro certo para me ajudar a dormir. Subi em uma cadeira bem devagar para não fazer barulho, os meus pais tinham ouvidos supersensíveis, eu tinha que ter cuidado. Era tão legal estar fazendo algo excitante, pois aos 8 anos de idade tudo que se quer é novidade, assim diziam os nossos vizinhos que, por coincidência do destino, são os pais dos meus melhores amigos. O livro tinha uma capa vermelha e um dragão desenhado em preto na lombada, com certeza era um livro novo, eu ainda não o tinha visto na estante. Dei de ombros, pois seria mais um motivo para dar uma espiada, só que ele estava lá no alto, e a minha mãe dizia que eu poderia ler os

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que estavam na prateleira de baixo, mas hoje eu queria algo diferente, então puxei o livro com as pontas dos dedos, me estiquei ao máximo para pegar, mas era muito alto, eu fui puxando com dificuldade até conseguir, mas ele escorregou da minha mão e eu me desesperei, a minha mãe ficaria superbrava se visse o que eu estava fazendo. Apoiei o livro entre o meu corpo e a estante. Nossa, foi por pouco que eu não fiz um barulho que acordaria a casa toda! Quando me acalmei e senti que ninguém ouviu nada, peguei o livro e fui me sentar na cadeira velha de leitura da minha mamãe, acendi a luz do abajur e vi que o livro era grosso e tinha muitos desenhos. Comecei a folhear procurando algo interessante, porém, de repente, uma figura chamou a minha atenção. Era um castelo enorme e todo em estilo romântico e as letras eram tão bonitas, todas vermelhas com as bordas douradas, que comecei a ler a história. Dizia que havia um senhor na Europa antiga que se chamava Drácula. Era chamado desta forma pois os aldeões achavam que ele descendia de dragões, e logo sua família começou a crescer. Todos se pareciam muito, tinham a pele branca, olhos negros e somente os cabelos mudavam um pouco, mas todos eram lindos na frente daquele castelo maravilhoso. Durante muitos séculos, ele e seus descendentes eram vistos como dádivas dos dragões, pois nada os atingia e tinham poderes sobrenaturais, as aldeias próximas ao castelo eram prósperas, porém os locais mais sombrios eram considerados caminhos para a destruição dos que estivessem contra sua vontade. Eu já tinha lido sobre o

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Drácula e sabia que a história era outra, ele era um vampiro muito mal e matava as pessoas sugando seu sangue até que elas morressem. Eu nunca tinha lido nada sobre ele ser parente dos dragões. Como isso poderia acontecer? Dragões tinham a ver com fogo, não? Pra mim não fazia o menor sentido. Estava curiosa com o fim da história, porém dizia que havia muita magia e que ele e seus descentes tinham muitos poderes, sendo que poucas pessoas sabiam sobre isso, era proibido falar, e quanto mais eu lia, mais queria ficar buscando sentido naquela história. Em cada página havia um dragão desenhado e eles pareciam vivos, não tinha como explicar de outra forma, até que cheguei a ver um dragão vermelho e fiquei paralisada. Ele era lindo e estava com seus olhos vidrados em mim. De repente fiquei com muito sono e não sei bem dizer como coloquei o livro de volta no lugar, apaguei a luz e não me lembro muito bem como voltei para cama e fui dormir. Quando acordei, lembrava de ter lido sobre Drácula, Dragões e um castelo, mas parecia que eu tinha perdido o interesse, e assim passei mais dez anos só com uma vaga lembrança desse dia.

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A Descoberta

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ra a manhã do meu aniversário de 18 anos, dia 18 de outubro de 2013. Sabia que seria um dia incrível, sempre achei que quando este dia chegasse tudo seria diferente na minha vida na parte amorosa pelo menos. Meus pais estavam fazendo panquecas, suco de laranja e chocolate quente com bolo (desde que eu me lembre, sempre no dia do meu aniversário era a mesma coisa, e isso era muito bom). Olhei ao redor, meu quarto tinha tudo que eu gostava, era branco com uma faixa de flores negras na altura do ombro, havia um quadro com um pôster da Torre Eiffel (era para onde eu queria ir um dia, sempre sonhava com Paris), tinha outro que era um desenho em carvão de um castelo que eu vi um homem vendendo na praia (foi no fim da tarde e quando vi, eu sabia que tinha que ser meu). Este quadro me fazia sentir calma. Quando eu me deitava, sentia como se estivesse dentro daquelas paredes, às vezes podia até ver as cores que não estavam no quadro, mas sabia que era fruto de uma imaginação fértil e de muito sono. 13


De repente, lembrei de uma vez, quando eu tinha uns oito anos, eu acho, em que fui até a biblioteca da minha mãe e peguei um livro que ficava bem no alto da estante. Ele tinha uma capa vermelha, figuras de um castelo muito parecido com o do meu quadro e uma figura de um vampiro e a família com dragões lindos, e em cima dele estava escrito Drácula. Nunca mais vi nada como aquilo, achava meio louco relacionar os dois. Não tive coragem de perguntar sobre o livro vermelho e por que o Drácula estava junto com os dragões, pois soube que os vampiros tinham medo de fogo. Não sabia por que estava pensando nisso agora, mas tudo bem. Sem contar que jamais falei nada disso para a minha mãe, ela não gostava que eu bisbilhotasse os livros sem permissão, mas fazer o quê, eu era uma criança, sempre queremos o que é proibido. Se eu contasse o que aparecia em meus sonhos, acho que ela me internaria de cara. Eram sonhos só com imagens e mais nada. O castelo era algo que sempre aparecia nos meus sonhos; havia um homem no escuro que me deixava com medo e ao mesmo tempo curiosa, nada tinha conexão, parecia arte moderna, sem pé nem cabeça, eu achava tudo estranho e ao mesmo tempo interessante. Minha mãe não gostava dos dois quadros e sempre tentava me fazer trocar por outros, mas eu não queria mudar nada no meu quarto. Eu amava aqueles quadros, parecia que tudo neles era familiar, cada parte do jardim tão vivo me atraía, às vezes ficava olhando para ele e pensando como seria por dentro, parece loucura, mas seria tão legal, fiquei rindo de mim por estar lembrando disso, queria ser uma princesa, a princesa do castelo perdido. Só eu mesmo!

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Eu queria passar pela Torre Eiffel e olhar a cidade — luz de cima. Nossa, sempre que entrava no Face tinham fotos de Paris. Eu queria ser fotógrafa só para poder tirar fotos, como do Arco do Triunfo, na avenida Champs — Élysées, e das luzes das árvores no Natal, mas ainda faltava terminar o dia para pensar na Faculdade. Nem acredito, meu útlimo dia de aula e depois, faculdade! Ainda estava em dúvida, pois meus pais não queriam que eu fosse para longe. Em breve eu estaria indo para algum dormitório, teria colegas de quarto e uma vida totalmente diferente, mas isso teria que esperar a preguiça ir embora, já que eu estava embolada na minha colcha favorita, que era toda branca e muito macia. Eu estava de pijama, com uma blusa de alcinha e calça comprida de seda preta. Sempre uso roupa de seda pra dormir, digo aos meus pais que gosto do tecido, eles dizem que combina comigo. Ok, vamos às apresentações. Meu pai se chama Alban e a minha mãe Amanda Richards, eles se conheceram na Europa, se apaixonaram e resolveram fugir para se casar, pois os meus avós não queriam o namoro da minha mãe com um rapaz pobre, mas eles que saíram perdendo, nós somos felizes sem eles e eu acho uma história de amor linda, esperava um dia ter um amor assim. Meus pais são o casal perfeito. Ele é alto, branco e atlético, com os olhos negros e os cabelos castanhos encaracolados, com maçãs do rosto altas e os lábios finos, mas o sorriso deixa tudo perfeito. Fazer o quê, meu pai é lindo! Minha mãe. O que eu posso falar de uma rainha? Nossos cabelos são idênticos, loiros e lisos ao extremo (mas

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