Osúltimosdiários 15

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AF Capas

Capa

Diagramação Camila C. Morais Revisão

Alexandra Resende

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________ R156u Rangel, Renan Os últimos diários: quais serão os seus segredos?/Renan Rangel. - 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2014.

ISBN 978-85-437-0088-5 1. Romance brasileiro. I. Título.

14-16824 CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3 ________________________________________________________________ 13/10/2014 13/10/2014

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus e a meus pais que estão sempre ao meu lado. Queria agradecer a todos os professores que passaram por minha vida, pois graças a vocês estou aqui escrevendo mais um livro.

Guardo com muito carinho minha primeira escola Chojiro Segawa, localizada em Suzano, SP, de onde trago boas lembranças das minhas primeiras professoras, Dona Rose e Dona Alba, que me ensinaram as primeiras letras do alfabeto. Jamais esqueci os amigos de classe que fiz no decorrer dos anos naquela escola e nas demais. Também homenageio um grande amigo, Edicassio que com certeza é um exemplo de vida para todos nós, mesmo possuindo vários problemas, ocorreu mais um, em perder a visão, mais nunca deixou de lutar e de transmitir essa luz para todos nós.

Agora gostaria de compartilhar com vocês um poema de Jô Soares, que resume bem o que já achamos e já dissemos sobre os nossos professores: O Professor está sempre errado O material escolar mais barato que existe na praça é o professor! É jovem, não tem experiência. É velho, está superado.

Não tem automóvel, é um pobre coitado.

Tem automóvel, chora de “barriga cheia”.

Fala em voz alta, vive gritando.

Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta ao colégio, é um “Caxias”.

Precisa faltar, é um “turista”.

Conversa com os outros professores, está “malhando” os alunos.

Não conversa, é um desligado.

Dá muita matéria, não tem dó do aluno.

Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.

Não brinca com a turma, é um chato.

Chama a atenção, é um grosso.

Não chama a atenção, não sabe se impor.

A prova é longa, não dá tempo.

A prova é curta, tira as chances do aluno.

Escreve muito, não explica.

Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala corretamente, ninguém entende.

Fala a “língua” do aluno, não tem vocabulário.

Exige, é rude.

Elogia, é debochado.

O aluno é reprovado, é perseguição.

O aluno é aprovado, deu “mole”. É o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

Prefácio

Escola: Uma escola ou colégio é qualquer estabelecimento ou instituição de educação, concebida para o ensino de alunos sob a direção de professores. Essa é a sua definição, mas escola é muito mais do que isso.

Ao nascermos somos livres, não temos compromisso, muito menos responsabilidades, até chegar essa palavra em nossa vida: “Escola”.

A liberdade durou pouco tempo, temos que estar lá às 7hs da manhã, horário a cumprir e responder presença.

Um mundo novo surge diante dos olhos daquela pequena criança, pela primeira vez será separada do ventre que a trouxe ao mundo. Ao entrar percebe que um portão a está separando de sua mãe, e ali o medo do desconhecido, e do outro lado, só a alma de uma mãe pode compreender aquela breve separação.

Para aquela criança, começa agora a história de sua vida.

Assim foi com Benedito, ou melhor, com Ben, como é conhecido.

Quando o portão da escola foi fechado e sua mãe estava do outro lado, as lágrimas foram a resposta para tudo aquilo. Lágrimas que se tornaram berros, terminando em soluços. Acalmado pelas inspetoras e a vergonha de chorar na presença de meninos e meninas da sua idade fez o garoto segurar suas emoções.

Os primeiros contados são feitos, e as primeiras pessoas começam a entrar em sua vida, e, naquele instante, ele aprende o que é a palavra amigo.

Como se já lhe conhecesse e tivesse esperando esse tempo todo com um sorriso no rosto, lá está à professora, sua segunda mãe. Carinhosa, atenciosa, não há qualidade para descrevê-la, pois está ensinando as primeiras letras, traços e cores.

O mesmo ocorreu com a menina que mora em sua rua, Ana, só que quando o portão fechou, lá estava o seu pai, fazendo o papel de mãe.

O último aceno e olhar foram dados, e com uma bolsa rosa nas costas a pequena menina se vira e suas lágrimas ficam presas para não demonstrar suas emoções.

Então ela se separa de sua única família segue para o desconhecido, e em um momento raro um homem sente a dor da alma de uma mãe.

Quando Ben saiu na rua, ela já estava lá, a inocência prevalecia.

Enquanto os pais conversavam, Ben e Ana corriam de um lado para o outro na gigantesca calçada, uma hora

eram piratas, em outra, atletas. Quando Ana sorria, Ben também sorria, e quando ela gritava, ele também gritava, quando se viam, os dois sorriam.

A vida era simples, mas o crescer é muito rápido, e algo importante aconteceu, os dois fizeram 10 anos, e chegaram no sexto ano do ensino fundamental.

Agora eles têm uma imagem para defender, são aquilo que os outros dizem que são, têm pessoas para impressionarem, sabem tudo da vida, e vários problemas que só seus diários podem revelar.

Diário do Benedito

17 de Fevereiro Preste bem atenção.

Isto não é um diário.

Diário é coisa de menininha e estou escrevendo nas páginas de um pequeno caderno, que tem um zumbi da série The Walking Dead na capa. Então é caderno de homem.

Isto é altamente confidencial, ou melhor, ultrassecreto.

Tenho que deixar tudo por escrito, pois algo pode acontecer comigo a qualquer momento.

Tenho 10 anos e me chamo Benedito da Luz, mas meus amigos me chamam de Ben. Não sou um ser humano normal.

Acho que nenhum ser humano é normal, mas ninguém é igual a mim.

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Aos nove anos de idade descobri que possuo superpoderes.

Ninguém sabe disso, absolutamente ninguém.

Não sou um super-herói com capa ou alguma coisa parecida, ainda não comecei a usar meus poderes pra valer, pois como todo super-herói também possuo pontos fracos e ainda não descobri o meu.

Amanhã começo no sexto ano, tomara que eu e todos os meus amigos estejamos na mesma classe. E o mais importante de tudo: que a garota mais linda deste mundo também caia na minha classe, a garota da minha rua e número um do meu coração: Ana.

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Diário da Ana

17 de Fevereiro Esse é o meu novo diário.

Comecei um novo, deixei aquela criancice de lado e as coisas bobas que pensava sobre a vida. Quando pego o meu antigo diário dou até risada e penso como eu era bobinha.

Agora estou muito mais madura e pronta para a vida.

Posso encará-la sem medo e é isso que vou fazer.

Amanhã darei um grande passo: começarei no sexto ano.

Infelizmente em uma escola pública, onde o correto para uma pessoa do meu nível seria uma em particular.

Já tenho 10 longos anos e moro com meu pai.

Há! Esqueci de me apresentar, me chamo Ana e detesto meu sobrenome.

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