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Um pouco de minha vida em cr么nicas, contos e poesias Hist贸rias de Ca莽aratiba

Um pouco de minha vida em crônicas, contos e poesias Histórias de Caçaratiba Nélio L. Campos

São Paulo 2014

Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda

Jacilene Moraes

Capa

Diagramação Felippe Scagion Revisão

Patrícia de Almeida Murari

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________ C215u Campos, Nélio L. Um pouco de minha vida em crônicas, contos e poesias : histórias de Caçaratiba / Nélio L. Campos. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014. : il.

ISBN 978-85-437-0147-9 1. Poesia brasileira. I. Título.

14-16990 CDD: 869.91

CDU: 821.134.3(81)-1 ________________________________________________________________ 20/10/2014 20/10/2014

Impresso no Brasil Printed in Brazil DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br Rua da Quitanda, 139— 3º andar CEP 01012-010— Centro— São Paulo - SP Tel.: 11 3167.4261 www.EditoraBarauna.com.br Todos os direitos reservados.

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Agradecimentos A Deus À família Aos meus pais À Nova Safra Aos amigos e familiares em geral que acreditam no meu trabalho.

Homenagem À minha mãe À minha filha (Espero que me compreenda) À minha maravilhosa companheira Adriana “Precisamos acreditar nos nossos sonhos e ir à luta”

Sumário

Tema 1 Crônicas literárias de humor...................................11 Crônica Literária de Humor I SABUGO INDIGESTO!.................................................13 Crônica literária de Humor II BOLINHO DE QUÊ MESMO?.......................................18 Crônica Literária de Humor III LÃ DE AÇO NA TIRIRICA ............................................21 Crônica Literária de Humor IV O QUE É ISSO MESSIAS?..............................................26 Crônica Literária de Humor V A MORTE DA MULINHA BAIA OU A SONSEZA DO BELINHO................................................30

Crônica Literária de Humor VI A PROVIDÊNCIA..........................................................32

Tema 2 Crônicas literárias de ficção ou livres......................35 Crônica Literária de Ficção ou Livre I FRUTEIRAS DO CERRADO............................................36 Crônica de Ficção ou Livre II A INEBRIANTE ARTE DE INEBRIAR-SE EM BH (E POR BH)......................................................41

Crônica de Ficção ou Livre III TIROS DE CANHÕES E BANDEIRAS DOBRADAS..............43

Crônicas de Ficção ou Livre IV O TÍMIDO MENINO DO FIM DA RUA.............................45

Crônicas de Ficção ou Livre V MANIFESTAÇÃO DAS ARTES..........................................48 Crônica de Ficção ou Livre VI GRATIDÃO SEM FIM AO INTERNATO DOM JOAQUIM..........................................................52

Crônicas de Ficção ou Livre VII NÃO SE IMPONHA LIMITES, ESTABELEÇA OBJETIVOS!............................................56

Crônicas de Ficção ou Livre VIII AO MEU LADO!............................................................57

Crônica de Ficção ou Livre IX SEJA VOCÊ MESMO! MUDE, SE NECESSÁRIO!..............58

Crônica de Ficção ou Livre X VOCÊ É QUE DETERMINA O TAMANHO DO SEU PROBLEMA!...................................................59

Crônicas de Ficção ou Livre XI VALE A PENA!..............................................................60

Tema 3 Crônica jornalística.................................................61 I — Primeiro Amor— Ilusão que Passou....................70 II — Quando o Amor é Mais Gostoso.......................71 III — Amar Instintivamente ......................................72 VI — Começando a Amar.........................................73 VII — Vivo Amando o Sonho....................................74 VIII — Amor Cicatrizante.........................................75 IX — Dilema no Amor..............................................76 X — Soneto Por Amor...............................................78 XI — Delírios no Amor.............................................79 XI — Árduos e Brandos.............................................80 XII — Sentimento Nostálgico....................................82 XIII — Reflexão e Ação..............................................83

XIV — Preso à Solidão...............................................84 XV — O Poeta é Assim..............................................85 XVI — Passado e Presente..........................................86 XVII — Almas ao Mar...............................................87 XVIII — Estive Por Aí...............................................88 XIX — DEUS, por que não me abandonas-te?...........89 XX — O Beijo em Versões ou A Analogia do Beijo....90 XXI — Depois do Silêncio.........................................92 XXII — A Imagem ....................................................93 XXIII— Nosso Interior..............................................95 XXIV — Seguir na Convicção!...................................96 XXV — Raízes das Minas Gerais................................97 XXVI — Mansidão Dissimulada................................98 XXVII — Você...........................................................99 XXVIII — E Agora Poesia?......................................101 XXIX — A Genialidade do Poeta Maior...................102 XXX — Mãe, Uma Mulher 100%...........................103 XXXI — Poema Para Elas (As Mulheres)..................104 XXXII — Inspiração................................................106

Minhas Primeiras Crônicas Coletânea de Crônicas escritas durante os anos de 2008, 2009 e 2010 e algumas atuais. Serão divididas em três temas Crônicas Literárias de Humor, Crônicas Literárias de Ficção ou Livres e Uma Crônica Jornalística.

Tema 1 crônicas literárias de humor

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Crônica Literária de Humor I SABUGO INDIGESTO! Nas muitas Minas Gerais que existem dentro do coração de cada mineiro, todas se reúnem quando o assunto é festa. Minas é a terra do meu coração, é o meu mundo e o meu país, é a minha casa e a minha cama, é o meu cerne e o meu lugar. Em Minas, tudo é motivo de celebração. Bebe-se em homenagem ao defunto, fuma-se um charuto (ou cigarro de palha) em preito à vinda de mais um bebê mineiro, celebram-se todos os santos. Em especial no interior, em que cada microlugar possui o seu padroeiro. São Sebastião é comemorado no dia 20 de janeiro e muito celebrado. Numa destas celebrações... Meu Deus— eis que o sabugo se tornou o personagem central de uma historieta complicada. Não desanime caro leitor, mas vou começar do começo. Íamos todos. O distrito de Caçaratiba e todos os lugarejos no raio de 2 a 12 km se deslocavam rumo ao Tamboril, onde era celebrada a data com festejos a São Sebastião e todos os seus devotos. Ali, antes da meia-noite, no terreiro varrido e liso da velha casa, sob o gigantesco pé de tamboril, a gente brincava de pega-pega, “pera-uva-maçã”, esconder bandeira e brincadeira de rodas...

“Na mão direita tem uma roseira, na mão direita tem uma roseira, Que só deixa as flores para o mês de maio. Que só deixa as flores para o mês de maio.

Entrai, entrai, oh! Linda roseira. Entrai, entrai, oh!

Linda roseira, pra fazer careta pra quem não gostar, E abraçar quem você amar.” (Cancioneiro Popular) (Em outra oportunidade explicarei sobre esta brincadeira. Muitos vão gostar).

Tudo inocentemente. Adultos, jovens, adolescentes e crianças se divertiam e se conheciam. Som mecânico, somente na última celebração pelos idos de 1994. No ano seguinte a família que organizava as celebrações se mudou para Caçaratiba, onde é realizada a tradicionalíssima e concorrida Festa de São Sebastião e Cavalgada com concurso de machas, cavaleiros e amazonas.

Tudo na voz, no gogó, no grito e na esperança. Embora inocentes, nas brincadeiras de roda e “pêra-uva-maçã”, preferíamos abraçar as meninas que mais nos atraíam e vice-versa. Dois Córregos, um pequeno povoado nas imediações, nos cedia as garotas mais bonitas. Eu ficava torcendo para chegar logo a data do terço. É a melhor época do ano no Vale do Jequitinhonha.

Muita fartura de água, de festas, de frutas (manga, mangaba, gabiroba, macaca, cajá-mirim, seriguela, carambola, acerola, pequi, mata-sede, mandapuçá, pinha-do-mato, piorra, limão selvagem, uva, jatobá e a incrível sapucaia, extremamente rara, deliciosa e intrigante por sua cápsula recheada de cocos diferentes de tudo que conhecíamos e por sua difícil reprodução. Existia apenas um pé de sapucaia em toda região, exatamente no Tamboril).

O Vale possui estas nuances. Não é tão pobre como se pinta, não é tão miserável quanto se fala, não é tão 14 - Nélio L. Campos

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árido quanto se pensa. É rico de ideias, de cultura, de belezas humanas e naturais. Lá se celebra cada data como em nenhum outro lugar do Brasil. Com parcos recursos se realizam festas que entram para história de cada lugar e de cada habitante.

Na fuga do assunto, o leitor me perdoe, se falo do Vale, me emociono e disparo, pois é o meu sangue que jorra em visita ao meu coração. Voltando ao assunto do terço de São Sebastião, à meia-noite, tudo parava, dobrávamos os nossos joelhos e nos púnhamos a rezar o belíssimo terço em homenagem ao grande guerreiro. Eram 20 minutos de Ave-Marias, Pai-Nossos, Salve-Rainha, Credo e outras orações, 15 minutos da Ladainha a São Sebastião e todos os santos e mais 25 minutos de uma linda celebração do Ofício a Nossa Senhora. Dona Domingas, que Deus a tenha, era a responsável por comandar as orações, especialmente o Ofício.

Ao final, todos, com a alma alimentada e purificada, era hora de alimentar o corpo. Não havia luz elétrica, eram todos na penumbra de um lampião sobre a parede e de velas espalhadas pelos cantos da casa. Os anfitriões, com a colaboração de muitos presentes, começavam a servir o desjejum, sim, era já a primeira refeição do dia do padroeiro, uma hora da manhã, e a fartura era de encher os olhos.

Primeiro vinham as peneiras artesanais de piaçava, trançadas ali mesmo, abarrotadas de biscoitos de polvilho (ou goma de mandioca, como costumamos chamar, no interior) e pães e logo atrás um bule gigante de café produzido, torrado e moído ali mesmo na roça. O doce