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Uso de telas na infância: sim ou não? Por quê?

As telas estão em praticamente todos os lugares. Telefones celulares, tablets e computadores são parte do cotidiano de uma boa parcela da população brasileira, sem contar que esses recursos também são usados como ferramenta de ensino nas escolas.

Além disso, a pandemia da Covid-19 trouxe um grande desa o para todas as famílias. De repente, todos fomos surpreendidos com a ordem de “trancar todo mundo em casa”. Sem poderem sair ao ar livre para brincar, encontrar os amigos e ir à escola, as crianças e os adolescentes caram com ainda mais acesso às telas, o que tornou esse controle ainda mais difícil, e podemos até imaginar que o tempo de uso delas entre esses grupos tenha aumentado bastante.

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Deixando as preferências e os inconvenientes de lado, o intuito aqui não é estabelecer certo e errado, e sim mostrar que o equilíbrio é sempre possível.

O que é o equilíbrio no uso de telas na infância?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em seu Manual de Orientação #MENOS TELAS #MAIS SAÚDE, constata que crianças têm tido acesso precoce a equipamentos como celulares, tablets e computadores, seja em ambiente público, na escola ou em casa – a chamada exposição passiva. Entretanto, há casos em que o recurso é visto pelos cuidadores como um dos modos de entreter a criança.

Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem é muito comum em bebês que cam excessivamente expostos a essa forma de distração. Outro ponto de atenção é o tipo de luz usada nesses equipamentos, que bloqueia a produção de melatonina e desregula a rotina de sono, tão importante para promover a produção de hormônios necessários para o crescimento corporal e mental.

A exposição excessiva e precoce a telas também pode causar, entre outros problemas, irritabilidade, ansiedade e depressão, transtornos do dé cit de atenção e hiperatividade, transtornos alimentares, como obesidade, anorexia e bulimia, além do risco de acesso a conteúdos inapropriados para a faixa etária.

A empresária Simone Ornelas, mãe do Matteo, de 3 anos, conta que decidiu restringir o uso de telas para o lho pois percebeu agitação e ansiedade fora do normal para uma criança da idade dele ao acessar o celular, por exemplo. Segundo ela, manter a decisão tem sido um desa o, pois a maioria das crianças de seu convívio, com a mesma faixa etária, usa algum equipamento tecnológico. “Procuro distraí-lo com atividades de desenhar, colorir, e aproveito que ele gosta muito de carrinhos e bonecos de super-heróis. Com isso, nós resgatamos a brincadeira em casa”, relata. A escola que o Matteo frequenta também não dá acesso a telas para crianças nesta idade, segundo a mãe, o que facilita muito manter a conduta em casa. “Em situações de extrema necessidade, como se estamos em um restaurante e ele começa a car mais impaciente, eu libero o uso do celular, [mas] com tempo e conteúdo controlado”, conta. A mãe do Matteo diz que a relação dos adultos de sua casa com os equipamentos eletrônicos segue a mesma premissa. “Não temos videogame, só uso o computador para trabalho e evito

“Procuro distraí-lo com atividades de desenhar, colorir, e aproveito que ele gosta muito de carrinhos e bonecos de super-heróis. Com isso, nós resgatamos a brincadeira em casa” – Simone Ornelas o celular quando ele está acordado. Tento organizar a minha rotina para estar disponível quando ele chega da escola”, completa.

O controle fica com o adulto

Manter as crianças totalmente alheias ao uso de telas é quase impossível nos dias atuais; contudo, o controle desse acesso deve estar sempre por conta de um adulto. Con ra algumas dicas para manter os pequenos na linha analógica pelo maior tempo possível.

• Tempo online

A SBP recomenda que, no caso de crianças menores de 2 anos, se deve evitar a exposição desnecessária e tomar cuidado com a forma passiva de acesso (ambientes com televisão ligada, como restaurantes, por exemplo). Entre 2 e 5 anos, não deixe passar de uma hora online por dia. De 6 a 10, o uso deve ser de, no máximo, duas horas, e para os grandinhos, entre 11 e 18 anos, limitado a três horas.

• Acesso controlado

A tecnologia eliminou fronteiras, ou seja, a internet é um mundo aberto por meio de uma tela. Sendo assim, não permita que crianças e adolescentes quem isolados ao acessarem computador, tablet, celular, smartphones ou usando webcam. Traga-os sempre para um ambiente comum aos demais na casa.

• Qualidade de conteúdo

Manter-se totalmente longe das telas é quase inevitável, mas cuidar para que a informação acessada seja positiva é de suma importância e responsabilidade do adulto. Visualizar programas, jogos e aplicativos antes de permitir o uso é sempre uma boa alternativa. No caso de televisão, use o controle para idade, disponibilizado pelos serviços de assinatura. Isso evita que a criança veja conteúdos impróprios, mesmo que acidentalmente. Procure assistir à programação com a criança e aproveite para discutir sobre o que estão assistindo, explicando, inclusive, como a publicidade é apresentada. Essa dica pode ser aplicada também quanto ao uso da internet: esteja sempre atento aos jogos e aplicativos utilizados pela criança, por exemplo.

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