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A importância de discutir sobre a saúde da mulher nas escolas

Ocorpo humano sempre será estudado. Por mais avançada que a ciência seja, pelo mais alto nível de inteligência que o ser humano alcance, ainda haverá mistérios a serem desvendados, sejam de aspecto emocional, intelectual, social ou biológico. Nosso corpo tem capacidades imensuráveis, e apesar de sermos singulares e distintos, somos todos feitos da mesma matéria. Então, por que alguns assuntos ainda são considerados tabus e pouco discutidos nas escolas?

O corpo da mulher é o habitat natural da vida. Sua capacidade de gerar o princípio de nossa existência é motivo de estudo, análise, admiração, respeito e orgulho. Por isso, vamos falar sobre a saúde da mulher e as razões pela qual ela deve ser pauta obrigatória na Educação Básica.

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A realidade das mulheres em dados

A discussão sobre saúde da mulher só foi ampliada no começo do século XX; antes disso, era relacionada apenas com a gestação e o parto. Mesmo nos dias de hoje, observamos dados preocupantes acerca de vulnerabilidade, pobreza menstrual e mitos que atrapalham a aprendizagem feminina. Uma pesquisa desenvolvida pela Johnson & Johnson Consumer Health analisou que 28% das brasileiras de baixa renda são diretamente afetadas pela pobreza menstrual, ou seja, por volta de 11,3 milhões de mulheres, sendo que 40% delas se encaixam na faixa etária de 14 a 24 anos. Assustador, não?

A Organização das Nações Unidas

(ONU) reconhece a pobreza menstrual como um problema de saúde pública e de Direitos Humanos, envolvendo não apenas a inacessibilidade a absorventes, ao saneamento básico e ao conhecimento, mas também a saúde emocional, prejudicada pelo estresse, pela discriminação, pelo constrangimento e incômodo do ciclo menstrual vivido por essas mulheres.

Outros dados graves, mostrados no estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), agência de desenvolvimento internacional da ONU, com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), são que, no Brasil, 713 mil pessoas que menstruam não têm acesso a banheiros em casa e mais de 4 milhões não encontram o mínimo de itens de cuidado e higiene menstrual nas instituições de ensino. Por isso, falar sobre dignidade menstrual nas escolas, em casa e entre amigos, pode gerar, mesmo que aos poucos, um movimento de conscientização e acolhimento para conquistar um futuro com acesso comum ao mínimo necessário, proporcionando a todas as mulheres o direito de serem livres, com corpos saudáveis.

Saúde da mulher é prioridade

Funcionamento do organismo, entendimento do próprio corpo, gravidez, hormônios, mudanças físicas, cuidados, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), contracepção, direitos, saúde íntima e emocional são assuntos essenciais com que estudantes de todas as redes de ensino devem ter contato por meio da grade escolar, para, assim, expandir conhecimentos e facilitar o acesso ao bem-estar e a promoção da qualidade de vida.

Uma a cada cinco jovens não vai à escola quando está no período de menstruação por não ter absorventes, a rma uma pesquisa da ONG Associação de Ensino Social Pro ssionalizante (Espro), e mais de 60% de adolescentes já deixaram de ir a algum lugar por se sentirem desconfortáveis nessa situação, expõem, também, UNICEF e UNFPA. Os dados revelam como essa falta de acesso a itens básicos de higiene afeta o desenvolvimento estudantil das jovens.

Para transformar essa realidade, não só o governo, mas também professores, dirigentes escolares e prossionais da Educação, devem lutar pela criação de programas de incentivo à saúde da mulher, projetos de saúde e captação de recursos como absorventes, roupas íntimas e sabonetes, para que essas meninas consigam estudar e viver de maneira adequada.

Falar sobre a saúde da mulher é interpretar a vida

Em sala de aula, é preciso ensinar não apenas os direitos e as questões que envolvem o corpo da mulher, mas também como elas devem cuidar e proteger de sua saúde em todas as áreas. Exemplos: incentivar a prática de atividade física; a importância de uma boa alimentação; necessidade de realização de exames de rotina; ter momentos de lazer; cuidados com a saúde mental; atentar-se a doenças; conhecer o próprio corpo; saber quem procurar quando precisar de ajuda; e dicas de defesa pessoal em situações de perigo.

As redes sociais também são uma ótima maneira de propagar conhecimentos. Acompanhar institutos e ONGs dedicados a esses temas, que trabalham e lutam pelo reconhecimento das necessidades de saúde digna da mulher, é um modo dinâmico e fácil de captar informações. Para nalizar, seguem dicas de duas páginas mundialmente reconhecidas e que valem ser acompanhadas no Instagram: @girlupbrasil e @menstrualhygieneday (esta última é indicada para quem entende Inglês). Vamos, juntos, transformar realidades?

Fontes Bibliogr Ficas

BIMBATI, Ana Paula. Por falta de absorvente, uma a cada 5 jovens falta à escola, diz estudo. Pobreza menstrual. UOL Educação. 6 fev. 2022. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/2022/02/06/jovens-pobreza-menstrual-falta-absorvente.htm>. Acesso em: 6 de dez. de 2022.

MATOS, Wilian. Dignidade menstrual é tema de debate. UNFPA Brazil 7 jun. 2022. Disponível em: <https://brazil.unfpa.org/pt-br/news/dignidade-menstrual-%C3%A9-tema-de-debate#:~:text=O%20estudo%20 %E2%80%9CPobreza%20Menstrual%20no,de%20cuidados%20menstruais%20nas%20escolas>. Acesso em: 6 de dez. 2022.

POBREZA menstrual. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola. uol.com.br/geografia/pobreza-menstrual.htm>. Acesso em: 6 dez. 2022.

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