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Brasil prevê déficit de 235 mil professores na Educação Básica até 2040

Apalavra “professor” tem origem no latim professus , que, por sua vez, significa “aquele que declarou em público”. A derivação é do verbo profitare , ou “professar”, em português, que nada mais é do que “declarar publicamente ou afirmar perante todos”. A História também registra o filósofo chinês Confúcio, que começou a passar seus ensinamentos a qualquer pessoa disposta a aprendê-los, como o primeiro professor do mundo.

A pro ssão de professor foi criada na Idade Média, quando esta gura passou a ser muito valorizada no processo educacional, pautado, à época, pela Igreja Católica. No entanto, existem registros de que no século XVI já existiam grupos de religiosos que se dedicavam a ensinar leigos.

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No Brasil, foi em 1553 que chegou Padre José de Anchieta, considerado o primeiro professor em terras brasileiras, que, por meio da catequese, ensinava os indígenas sobre o cristianismo.

Apagão de professores

Durante anos, o professor foi uma das guras mais importantes para a sociedade, visto que, por décadas, era o único detentor do conhecimento. Estava sob sua responsabilidade passar ensinamentos aos estudantes. Entretanto, nos últimos anos, houve uma crescente falta de interesse pela pro ssão, inclusive entre aqueles que já atuam na área. Recentemente, o Instituto Semesp, centro de inteligência analítica criado pela Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), entidade que representa mantenedoras de Ensino Superior do Brasil, divulgou uma pesquisa que mostra queda na formação de educadores.

O estudo aponta que o dé cit de professores na Educação Básica pode chegar a 235 mil em 2040. Entre os jovens, a procura por cursos de Licenciatura é pouca, por conta de precarização da pro ssão, baixa remuneração e falta de reconhecimento. Também foram registrados os casos dos que deixaram o cargo por envelhecimento e, consequentemente, se aposentaram, além daqueles que abandonaram as salas de aula em razão de péssimas condições de trabalho e condições precárias em algumas escolas.

A apuração da Semesp mostra que, entre os anos de 2010 e 2020, houve uma queda de 9,8% no ingresso de alunos com até 29 anos de idade em cursos superiores de Licenciatura, considerando as modalidades online e presencial.

Áreas de interesse

Biologia, Química, Educação Física, Ciências Sociais e Letras são, nessa ordem, as áreas de conhecimento com menor procura entre os futuros professores. A apuração do questionário socioeconômico do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2021, divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), mostrou que 35% dos estudantes dizem ter escolhido a Licenciatura por vocação e 21% por considerarem ser esta uma pro ssão importante. No entanto, pelo menos 5% responderam que não pretendem seguir a carreira após a conclusão do curso.

Como mudar o futuro

Os especialistas da Semesp acreditam que melhorar as condições de trabalho do professor é um dos caminhos para reverter essa situação caótica que se desenha no Brasil. Entre as principais medidas, estão o investimento na carreira, que favorece o desenvolvimento de novas habilidades, criar uma rede de apoio, incrementos no pacote de benefícios e, obviamente,

Outro dado apurado refere-se ao aumento na procura por cursos de Ensino Superior no período de 2010 a 2020. Enquanto os demais cursos superiores tiveram aumento de 76% no ingresso de novos alunos com até 29 anos, os de Licenciatura registraram 53%.

Segundo a presidente da Semesp, Lúcia Teixeira, o crescimento do índice de calouros acima dos 29 anos de idade tem uma questão legal por trás. “São pessoas que já trabalham na área da Educação e se deparam com a lei que obriga a formação em Pedagogia ou Licenciatura para [exercer] o magistério”, enfatiza.

Evasão alta dos cursos de Licenciatura

Apesar de ter sido constatado o crescimento de 53% no período analisado por parte de estudantes que entram para um curso de Licenciatura, o número de formados cresceu apenas 4,3%. A evasão dos universitários é alta e chegou a 29% nos cursos da modalidade EAD. Isso signi ca que, em média, um em cada três alunos que ingressou no curso não concluiu a graduação.

Se a abordagem girar em torno de números absolutos, houve uma queda de 11,8% no índice de estudantes que concluíram a Licenciatura.

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