guia prático de saúde
DSTs e Hepatites Saiba mais sobre o assunto e tenha uma vida sexual ativa e segura
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Prefácio Você sabe o que é clamídia, donovanose ou HTLV? Elas são algumas das chamadas “Doenças Sexualmente Transmissíveis” ou DSTs, e é importante que você as conheça, porque sempre que você faz sexo sem camisinha pode haver o contato com alguma delas. De acordo com o Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, essas doenças são transmitidas tanto para homens quanto para mulheres e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. As mais conhecidas são a gonorreia e a sífilis. Algumas DSTs podem ser assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas. Se você fizer sexo sem camisinha, deve procurar um médico, porque essas doenças, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidade, câncer e até a morte! O que os médicos sempre recomendam é usar preservativos em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais), porque este é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DSTs, em especial do vírus da Aids, o HIV. Também falaremos neste guia sobre a hepatite, um grave problema de saúde pública no Brasil. É a chamada inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. É uma doença silenciosa que nem sempre apresenta sintomas. Quando eles aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda os vírus D e E, este último é mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de que as doenças evoluam (tornem-se crônicas) e causem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite. Nas próximas páginas, você vai aprender mais sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis e Hepatites, que podem afetar qualquer pessoa, bem como informações preciosas para combatê-las e levar uma vida com mais qualidade. Boa leitura!
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Sumário CAPÍTULO 1
Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs): conhecimentos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7 Formas de contágio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Exames. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 As DSTs no mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
CAPÍTULO 2
Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs): tipos, sintomas e tratamentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Principais DSTs. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Aids: perigos, prevenção, cuidados e tratamento. . . . . . .
A importância do sexo seguro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
CAPÍTULO 3
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As doenças do fígado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
45 46
Sobre as autoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Hepatites. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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CAPÍTULO
01 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DSTs) : CONHECIMENTOS BÁSICOS
INTRODUÇÃO No Brasil, as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) de infecções de transmissão sexual na população sexualmente ativa, a cada ano, são: • Sífilis: 937.000 pessoas. • Gonorreia: 1.541.800 pessoas. • Clamídia: 1.967.200 pessoas. • Herpes genital: 640.900 pessoas. • HPV: 685.400 pessoas. Desde 1986, a notificação de casos de Aids e sífilis é obrigatória a médicos e responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde, seguindo recomendações do Ministério da Saúde. Com as mesmas orientações, o registro de HIV em gestantes e recém-nascidos tornou-se obrigatório desde 2000.
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DSTs e Hepatite
Formas de contágio Como o HIV, vírus causador da Aids, está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, a doença pode ser transmitida de várias formas: sexo sem camisinha (pode ser vaginal, anal ou oral); de mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação; uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa; transfusão de sangue contaminado com o HIV; ou instrumentos que furam ou cortam e que não estejam esterilizados. Evitar a doença não é difícil. Basta usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com outras pessoas. Quanto às formas de contágio, as hepatites virais podem ser classificadas em dois grupos: • Fecal-oral (vírus A e E): a contaminação depende de condições de saneamento básico e água, além de higiene pessoal e dos alimentos. • Sanguínea (vírus B, C e D): assim como o HIV, a transmissão pode ocorrer pelo sexo desprotegido; ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam; ou de mãe para filho durante a gravidez, o parto e a amamentação.
A prevenção é o melhor caminho contra as DSTs. Por isso, sempre use camisinha nas relações sexuais.
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Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs): conhecimentos básicos
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As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são muitas e podem ser causadas por diferentes agentes. Apesar disso, elas podem ter sintomas parecidos.
Exames Existem vários exames para diagnosticar as doenças sexualmente transmissíveis. Eles podem ser realizados por rotina, para checagem após algum comportamento de risco, ou, no caso das mulheres, quando for percebido algum sintoma ginecológico diferente. Durante o exame clínico, o médico ginecologista leva em conta diversos fatores para fazer a avaliação da paciente. Isso inclui a investigação sobre os sintomas apresentados, o histórico pessoal de doenças e atividade sexual, os resultados de exames anteriores, os hábitos de saúde e a prática sexual. Todas essas informações ajudarão a compor o quadro de saúde.
Conhecer o próprio corpo é fundamental para diagnosticar os sintomas.
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DSTs e Hepatite
Os exames ginecológicos de consultório já permitem ao médico levantar algumas hipóteses sobre o que pode estar causando a alteração vaginal percebida pela paciente – corrimentos, verrugas, ardência, prurido, entre outros. Colhendo essas pistas, que indicam a possibilidade de uma doença sexualmente transmissível, o profissional pode prescrever os exames necessários para o diagnóstico preciso. Esses indícios têm relação com a observação dos sintomas, por isso é importante toda mulher conhecer os sinais normais do próprio corpo ao longo do ciclo menstrual – e assim poder perceber quando algo não está bem. Entre o início e o final do ciclo, ocorrem alterações importantes que podem ser conhecidas por cada mulher, como por exemplo, a variação da secreção vaginal. O muco geralmente varia em cor, cheiro, consistência e quantidade em cada período. Conhecendo as secreções normais, é possível identificar mais facilmente a secreção vaginal patológica, ou corrimento. Para realizar os exames de DSTs, é possível recorrer ao serviço de saúde da sua cidade, onde são realizados gratuitamente testes para HIV, sífilis e hepatites B e C. Segundo o site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, o atendimento, nesses casos, é inteiramente sigiloso e oferece a quem faz o teste a possibilidade de ser acompanhado por uma equipe de profissionais de saúde. Eles vão orientar a paciente sobre o resultado final do exame, independentemente de ser positivo ou negativo. Quando os resultados são positivos, as pessoas são encaminhadas para tratamento nos serviços de referência.
As DSTs no mundo As taxas de incidência de doenças sexualmente transmissíveis continuam em altos níveis em todo o mundo, apesar dos avanços de diagnósticos e tratamentos. Em muitas culturas, especialmente para as mulheres, houve a eliminação de restrições sexuais através da mudança na moral e o uso de contraceptivos. Mas tanto médicos quanto pacientes acabam tendo dificuldade em lidar de forma aberta e franca com essas questões. Além disso, o desenvolvimento e a disseminação de bactérias resistentes aos antibióticos fazem com que certas doenças sejam cada vez mais difíceis de serem curadas.
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Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs): conhecimentos básicos
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O diagnóstico de uma DST pode trazer desconforto, reduzir a autoestima e provocar ansiedade. Alguns casais enfrentam, ainda, crises de confiança quando descobrem uma doença.
Em 1996, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou que mais de um milhão de pessoas estavam sendo infectadas diariamente e que cerca de 60% dessas infecções acometiam jovens menores de 25 anos de idade. Desses jovens, 30% eram menores de 20 anos. A Aids é a maior causa da mortalidade na África Subsaariana, sendo que, em cinco mortes, uma é por causa da doença. Devido a essa situação, em 2001, o governo do Quênia pediu que a população deixasse de fazer sexo por dois anos. No Brasil, desde o primeiro caso até junho de 2011, foram registrados mais de 600 mil casos da doença. Entre 2000 e 2010, a incidência caiu na Região Sudeste, enquanto nas outras regiões aumentou. A mortalidade também diminuiu. As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre são as que possuem o maior número dos portadores da doença. Em contrapartida, o país é um dos que mais se destacam no combate, além de ser o líder em distribuição gratuita do Coquetel anti-HIV.
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Convivendo com as DSTs É possível, sim, ter uma vida saudável e prazerosa depois da descoberta de uma doença sexualmente transmissível. Com informação e responsabilidade, as doenças podem ser contidas. Além disso, muitas delas têm cura e, quanto mais precoce o diagnóstico, mais facilitado fica o tratamento. Em uma pesquisa feita no Ambulatório de Colposcopia da Santa Casa de São Paulo, entre 66% e 69% das mulheres entrevistadas relataram sentir preocupação e medo devido ao aparecimento de verrugas genitais, sintoma de uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns: o HPV. A pesquisa abordou quais eram os sentimentos dessas mulheres após a contaminação pelo HPV e constatou que:
Sentimentos relacionados à infecção por HPV 31% – Raiva 28% – Tristeza 24% – Vergonha 17% – Culpa 14% – Surpresa 7% – Impotência 3% – Indiferença
49% passaram a usar preservativos nas relações sexuais após o diagnóstico 41% tiveram alteração na atividade sexual por causa das verrugas
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Uma em cada cinco mulheres relatou, ainda, conflito com o parceiro, relacionando a doença com infidelidade.
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Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs): conhecimentos básicos
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Com essa pesquisa, podemos ver que não é fácil descobrir uma DST. Nesses momentos delicados, é importante ter calma e buscar o apoio de pessoas de confiança, que podem ajudar você a enfrentar essa situação. É importante ter em mente que todas as pessoas estão sujeitas a pegar uma DST, e essas chances aumentam muito com comportamento de risco – como transar sem camisinha. Abrir mão do preservativo, mesmo em uma relação estável, é estar suscetível ao contágio por doenças que, às vezes, nem a outra pessoa sabe que tem. Por isso, lembre-se sempre: prevenção é a solução! Não sinta vergonha de conversar com o médico e tirar todas as dúvidas sobre sexo ou qualquer coisa diferente que esteja percebendo ou sentindo em seu corpo. É direito de todo brasileiro buscar esclarecimentos e informações durante o atendimento de saúde. A seguir você terá mais detalhes sobre as características de cada DST, bem como vai aprender as maneiras de evitar essas doenças e os meios de tratamento.
A infecção pelo HPV pode ser evitada por meio da vacinação. A vacina esta disponível no SUS. Mas lembre-se: a vacina não protege contra outras DSTs. Por isso, use sempre preservativos.
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CAPÍTULO
02 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DSTs) : TIPOS, SINTOMAS E TRATAMENTOS
INTRODUÇÃO As DSTs são doenças causadas por agentes diferentes e, por isso, não possuem os mesmos sinais e sintomas nem o mesmo tratamento. As DSTs afetam homens e mulheres de todas as camadas sociais e faixas etárias. Porém, a maior parte das novas infecções ocorre em pessoas entre 15 a 24 anos. Mulheres também são mais afetadas por DSTs e seus sintomas e problemas de saúde decorrentes costumam ser mais sérios. Pode-se contrair DSTs ao ter contato sexual com alguém que já tenha a infecção. Não é possível saber ao certo se uma pessoa está infectada, pois muitas DSTs não apresentam sintomas. As DSTs são transmitidas durante sexo vaginal, anal ou oral, ou ainda por contato genital. A prevenção por meio do sexo seguro é o que as doenças sexualmente transmissíveis têm em comum. Aqui, apresentamos as principais DSTs, os sintomas e os tratamentos para que você conheça mais sobre o assunto e tenha uma vida sexual ativa e segura.
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Principais DSTs Cancro mole O cancro mole também é chamado de cancro venéreo, mas seu nome mais popular é “cavalo”. É provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi, sendo mais frequente nas regiões tropicais, como o nosso país. Formas de contágio: a transmissão ocorre pela relação sexual com uma pessoa infectada. O uso da camisinha é a melhor forma de prevenção. Sinais e sintomas: os primeiros sintomas são dor de cabeça, febre e fraqueza, e aparecem de 2 a 15 dias após o contágio. Depois disso, surgem pequenas e dolorosas feridas com pus nos órgãos genitais, que aumentam de tamanho e profundidade. Posteriormente, aparecem outras lesões em volta das primeiras. Após duas semanas do início da doença pode aparecer um caroço doloroso e avermelhado na virilha (a chamada íngua), que pode dificultar os movimentos da perna, afetando o caminhar. Esse caroço pode drenar uma secreção purulenta esverdeada ou misturada com sangue.
Médicos recomendam sempre usar métodos de prevenção, como o preservativo, durante a relação sexual.
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Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs): tipos, sintomas e tratamentos
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Nos homens, as feridas aparecem na cabeça do pênis (também chamada de glande). Na mulher, ficam na vagina e/ou no ânus. Nem sempre essa ferida é visível, mas provoca dor na relação sexual e também ao evacuar. Tratamento: na presença de qualquer sinal ou sintoma de DST, é recomendado procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e a indicação do tratamento com antibiótico adequado.
Clamídia e gonorreia Clamídia e gonorreia são infecções causadas por bactérias que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. A clamídia é muito comum entre os adolescentes e adultos jovens. A gonorreia pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratadas, essas doenças podem causar infertilidade (que é a dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais e gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. Formas de contágio: a transmissão ocorre pela relação sexual com uma pessoa infectada. O uso da camisinha é a melhor forma de prevenção.
Quando não tratadas, as DSTs podem causar infertilidade e trazer dor de cabeça para o casal que deseja ter filhos.
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DSTs e Hepatite
SAÚDE EM AÇÃO Saiba mais sobre a clamídia e a gonorreia A oftalmia neonatal é uma conjuntivite do recém-nascido após contaminação durante o nascimento, com secreções genitais da mãe infectada por clamídia e gonorreia, que não foram tratadas. Surge no primeiro mês de vida e pode levar à cegueira, se não prevenida ou tratada adequadamente. Os sintomas são vermelhidão e inchaço das pálpebras e/ou presença de secreção (pus) nos olhos. A prevenção deve ser feita em todos os recém-nascidos com um colírio, aplicado na primeira hora após o nascimento, ainda na maternidade. Além disso, a mãe e seu(s) parceiro(s) sexuais devem sempre ser avaliados e tratados. Fonte: Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo. Disponível em: ‹www. saude.sp.gov.br›. Acesso em: 19 jun. 2015.
Sinais e sintomas: nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um médico periodicamente. Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber. Para evitar, é necessário o uso da camisinha em todas as relações sexuais. O diagnóstico dessas doenças, em ambos os casos, é feito por meio da consulta com um médico, exame clínico e coleta de secreções genitais. Tratamento: na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas DSTs, é recomendado procurar um médico para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado, com o uso de antibióticos específicos.
Doença Inflamatória Pélvica - DIP A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) pode ser causada por várias bactérias que atingem os órgãos sexuais internos da mulher, como útero, trompas e ovários causando inflamações.
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A febre pode ser um dos sintomas das doenças sexualmente transmissíveis. Se você apresentar febre, procure um médico.
Formas de contágio: essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida, ou seja, sem camisinha. A maioria dos casos ocorre em mulheres que têm outras DSTs, principalmente gonorreia e clamídia não tratadas. Também pode ocorrer após algum procedimento médico local: inserção do dispositivo intrauterino (DIU), biópsia na parte interna do útero ou curetagem. Sinais e sintomas: quem tem DIP sente dor na parte baixa do abdômen (“pé da barriga” ou baixo ventre). Também pode haver secreção vaginal (do colo do útero), dor durante a relação sexual, febre, desconforto abdominal, fadiga, dor nas costas e vômitos. Pode haver evolução para forma grave, inclusive com necessidade de internação hospitalar e tratamento com antibióticos. Tratamento: se você tiver alguns dos sintomas descritos dessa doença, procure imediatamente um médico para o diagnóstico correto e tratamento adequado.
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Donovanose É uma infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que afeta a pele e as mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus. Ela ainda causa úlceras e destrói a pele infectada. É mais frequente no Norte do Brasil e em pessoas que não têm hábitos básicos de higiene. Formas de contágio: a transmissão é feita, provavelmente, por contato direto com as lesões, durante a atividade sexual. Sinais e sintomas: os sintomas incluem caroços, feridas vermelhas e sangramento fácil. Após a infecção, surge uma lesão nos órgãos genitais que lentamente se transforma em úlcera ou caroço vermelho. Essa ferida pode atingir grandes áreas, danificar a pele em volta e facilitar a infecção por outras bactérias. Como as feridas não causam dor, a procura pelo tratamento pode ocorrer muito tarde, o que aumenta o risco de complicações. Tratamento: o tratamento é feito com uso de antibióticos, ou seja, só pode ser prescrito pelo médico. E é necessário que o paciente retorne ao consultório após o término do tratamento, para avaliação de cura da infecção. É necessário, ainda, evitar fazer sexo até que os sintomas tenham desaparecido e o tratamento tenha sido finalizado.
Em muitos casos, é necessário que a pessoa tome antibióticos para tratar uma doença sexualmente transmissível.
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Herpes genital É uma doença causada por um vírus. Ela não tem cura, mas tem tratamento. Os sintomas são pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer, dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina ou colo do útero). Formas de contágio: o herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal) sem camisinha com uma pessoa infectada. Em mulheres, durante o parto, o vírus pode ser transmitido para o bebê se a gestante apresentar lesões por herpes. Por ser muito contagiosa, a primeira orientação dada a quem tem herpes é uma maior atenção aos cuidados de higiene: lavar bem as mãos, evitar contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas e, principalmente, não furar as bolhas.
Se você tiver coceira nas partes íntimas, pode ser sinal de uma DST: por isso, procure um médico para ter o tratamento adequado.
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Sinais e sintomas: antes do surgimento das bolhas, pode haver sintomas como formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e mal-estar. As bolhas se localizam, principalmente, na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas. Tratamento: na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa doença, é recomendado procurar um médico para o diagnóstico correto e tratamento. Nunca fure as bolhas e também não aplique pomadas no local sem a recomendação do médico.
Infecção pelo Vírus T-linfotrópico humano (HTLV) A doença é causada pelo vírus T-linfotrópico humano – HTLV, que infecta as células de defesa do organismo, os linfócitos T. O HTLV foi o primeiro retrovírus humano isolado, no início da década de 1980, e é classificado em dois grupos: HTLV-I e HTLV-II. Formas de contágio: a transmissão desse vírus acontece dessas maneiras: sexo sem camisinha com uma pessoa infectada, compartilhamento de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da mãe infectada para o recém-nascido (também chamado de transmissão vertical), principalmente pelo aleitamento materno.
Ao lado do sexo sem proteção, o compartilhamento de seringas é um dos meios mais comuns de se contrair doenças como a Aids e hepatite.
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Evitar essa doença não é difícil. Basta usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha ou outro objeto cortante com ninguém. Sinais e sintomas: a maioria das pessoas infectadas pelo HTLV não apresenta sintomas durante toda a vida. Mas um pequeno grupo pode desenvolver manifestações clínicas graves, como alguns tipos de câncer, além de problemas musculares (polimiosite), nas articulações (artropatias), nos pulmões (pneumonite linfocítica), na pele (dermatites diversas), na região ocular (uveíte), além da síndrome de Sjögren, doença autoimune que destrói as glândulas que produzem lágrima e saliva. Tratamento: como o risco do desenvolvimento da doença associado ao HTLV é muito baixo, não há tratamento específico para a infecção. O paciente deve ser acompanhado em serviço de saúde especializado, para diagnosticar e tratar precocemente doenças que podem estar associadas.
Linfogranuloma venéreo É uma infecção crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que atinge os genitais e os gânglios da virilha.
Cuidar bem da higiene íntima também é uma boa forma de se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis.
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Formas de contágio: a transmissão do linfogranuloma venéreo ocorre pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada. Por isso, é preciso usar preservativo sempre e cuidar da higiene íntima após a relação sexual. Sinais e sintomas: os primeiros sintomas aparecem de 7 a 30 dias após a exposição à bactéria. Primeiro, surge uma ferida ou caroço muito pequeno na pele dos locais que estiveram em contato com essa bactéria (pênis, vagina, boca, colo do útero e ânus) que dura, em média, de 3 a 5 dias. É preciso estar atento às mudanças do corpo, pois essa lesão, além de passageira, não é facilmente identificada. Entre 2 e 6 semanas após a ferida, surge um inchaço doloroso dos gânglios da virilha. Se esse inchaço não for tratado rapidamente, pode piorar e formar feridas com saída de secreção purulenta, além de deformidade local. A pessoa pode apresentar também dor nas articulações, febre e mal-estar. Tratamento: na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa doença, procure um médico para o diagnóstico correto e indicação do tratamento, que consiste em uso de antibióticos.
Toda mulher precisa fazer o exame de Papanicolau anualmente para checar seu estado de saúde.
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Papiloma vírus ou HPV O condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV – alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e no ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feito periodicamente por todas as mulheres.
SAÚDE EM AÇÃO Saiba mais sobre a vacina do HPV De acordo com Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo do útero. Essa vacina, na verdade, previne contra a infecção por HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Uma dessas vacinas é a quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de HPV: 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é a bivalente, específica para os subtipos de HPV 16 e 18. A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo. É fundamental deixar claro que a adoção da vacina não substituirá a realização regular do exame preventivo do Papanicolau. A vacina é mais uma estratégia para o enfrentamento do problema. Desde 2014, o Ministério da Saúde oferece a vacinação contra o HPV no Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina adotada é a quadrivalente, que confere proteção contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. A vacina é ofertada gratuitamente para adolescentes de 9 a 13 anos, nas unidades básicas de saúde e em escolas públicas e privadas. Fonte: Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Disponível em: ‹www.aids.gov.br›. Acesso em: 18 jun. 2015. Sugestão de imagem: menina sendo vacinada Meninas de 9 a 13 anos devem tomar a vacina para se protegerem do HPV.
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Não se conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é recomendável consultar seu médico regularmente. Sinais e sintomas: a infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas. Formas de contágio: a principal forma de transmissão desse vírus é pelo sexo, que inclui o contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Portanto, a infecção pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Para a transmissão, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas, mas quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto. Tratamento: na presença de qualquer sintoma dessa doença, é necessário procurar um médico para o diagnóstico correto e indicação do tratamento.
Pediculose pubiana É uma infecção causada pelo Phthirus pubis, uma espécie de carrapato. Formas de contágio: na maioria das vezes, o contágio se dá por contato sexual com uma pessoa contaminada, embora possa ser transmitida por roupas (toalha, lençol e roupas íntimas, por exemplo). Sinais e sintomas: o sintoma mais comum é uma coceira muito intensa. Os piolhos adultos e as lêndeas podem ser encontrados na região genital e nas partes que contêm pelos. As picadas dos piolhos podem causar feridas. Os primeiros sintomas demoram de 1 a 2 semanas para aparecerem. O diagnóstico é facilmente feito pelo achado dos piolhos e lêndeas. Tratamento: o tratamento deve ser feito o mais rápido possível e sempre com o auxílio de um médico.
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As roupas também podem transmitir a pediculose pubiana: por isso, a limpeza é importante.
Sífilis É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode se manifestar em três estágios. Os sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má-formação do feto e/ou morte ao nascer. Formas de contágio: a sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. Por isso, o uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis congênita.
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Sinais e sintomas: os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, as feridas podem desaparecer sem deixar cicatrizes. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode ficar sem apresentar sintomas por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte. Diagnóstico: quando não há evidência de sinais ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial ou teste rápido. Esta nova tecnologia se caracteriza pela execução, leitura e interpretação dos resultados feitos em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutu-
O surgimento de feridas na pele pode ser um dos sintomas da sífilis.
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Médicos recomendam que toda grávida faça o exame de sífilis durante o pré-natal.
ra laboratorial. Além disso, para a leitura dos seus resultados não é necessário o uso de algum equipamento específico, podendo ser feita a olho nu. Por estes motivos, os testes rápidos para sífilis fazem parte das estratégias do Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais de muitos municípios para ampliar a cobertura diagnóstica desse agravo. E são gratuitos! Segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento significativo do fornecimento destes testes. No ano de 2013, foram distribuídos 2,5 vezes mais testes do que em 2012. O mesmo pode ser observado para 2014: até o mês de agosto, já haviam sido distribuídos mais testes do que durante todo o ano de 2012. Tratamento: recomenda-se procurar um médico, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento adequado, dependendo de cada estágio, sendo que a penicilina ainda é o principal tratamento.
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MAIS SAÚDE Saiba mais sobre a sífilis congênita É a transmissão da doença de mãe para filho. A infecção é grave e pode causar má-formação do feto, aborto ou morte do bebê, quando este nasce gravemente doente. Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é positivo, tratar corretamente a mulher e seu parceiro. Só assim se consegue evitar a transmissão da doença. A sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal. O diagnóstico se dá por meio do exame de sangue e deve ser pedido no primeiro trimestre da gravidez, no último trimestre da gravidez e no parto. O recomendado é refazer o teste no 3º trimestre da gestação e repeti-lo logo antes do parto, já na maternidade. Quem não fez pré-natal deve realizar o teste antes do parto. O maior problema da sífilis é que, na maioria das vezes, as mulheres não sentem nada e só vão descobrir a doença após o exame. Quando a sífilis é detectada, o tratamento deve ser indicado por um médico e iniciado o mais rápido possível. Os parceiros também precisam fazer o teste e ser tratados, para evitar uma nova infecção da mulher. No caso das gestantes, é muito importante que o tratamento seja feito com a penicilina, pois é o único medicamento capaz de tratar a mãe e o bebê. Com qualquer outro remédio, o bebê não estará sendo tratado. Se ele tiver sífilis congênita, necessita ficar internado para tratamento por 10 dias. O parceiro também deverá receber tratamento para evitar a reinfecção da gestante e a internação do bebê. Fonte: Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo. Disponível em: ‹www. saude.sp.gov.br›. Acesso em: 19 jun. 2015.
Tricomoníase É uma infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Nas mulheres, ataca o colo do útero, a vagina e a uretra, e nos homens, o pênis. Formas de contágio: a doença pode ser transmitida pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada. Para evitá-la, é necessá-
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Tratamento de uma DST sempre precisa ser feito por um médico; você nunca deve se automedicar.
rio usar camisinha em todas as relações sexuais (vaginais, orais ou anais). É a forma mais simples e eficaz de evitar uma doença sexualmente transmissível. Sinais e sintomas: os sintomas mais comuns são dor durante a relação sexual, ardência e dificuldade para urinar além de coceira nos órgãos sexuais. Entretanto, a maioria das pessoas infectadas não sente alterações no organismo. A doença pode ser transmitida pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada. Para evitá-la, é necessário usar camisinha em todas as relações sexuais (vaginais, orais ou anais). Como já dito, essa é a forma mais simples e eficaz de evitar uma doença sexualmente transmissível. Tratamento: na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um médico para o diagnóstico correto e indicação do tratamento. Os parceiros também precisam de tratamento, para que não haja nova contaminação pela doença.
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Aids: perigos, prevenção, cuidados e tratamento Atualidades e perigos Embora a Aids seja chamada de doença, na verdade, trata-se de uma síndrome. A palavra síndrome caracteriza um conjunto de sinais e de sintomas que podem ser produzidos por mais de uma causa. O termo Aids vem da sigla da expressão em inglês e significa síndrome da imunodeficiência adquirida. A síndrome é causada por um grupo de vírus, chamado HIV, que invade certas células – alguns tipos de glóbulos brancos do sangue – responsáveis pela defesa do organismo. Assim, o vírus se multiplica dentro dessas células comprometendo o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar adequadamente sua tarefa, que é a proteção contra as agressões externas (por bactérias, outros vírus, parasitas e mesmo por células cancerígenas). Com a progressiva lesão do sistema imunológico, o organismo humano se torna cada vez mais susceptível a determinadas infecções e tumores, conhecidas como doenças oportunistas, que acabam por levar o doente à morte. A fase aguda da infecção (após 1 a 4 semanas da exposição e contaminação) manifesta-se em geral como um quadro gripal (febre, mal-estar e dores no corpo), que pode estar acompanhado de manchas vermelhas pelo corpo e íngua em diferentes locais do organismo. A fase aguda dura, em geral, de 1 a 2 semanas e pode ser confundida com outras viroses, como a gripe, bem como pode também passar desapercebida. Os sintomas da fase aguda são, portanto, comuns a várias doenças, não permitindo por si só o diagnóstico de infecção pelo HIV. Por isso, a confirmação só pode ser feita pelo teste anti-HIV, após 90 dias da data da provável contaminação. Os primeiros casos de Aids apareceram em 1979, nos Estados Unidos. No Brasil, a doença foi registrada pela primeira vez em 1982.
Cuidados para prevenção Nesta seção de perguntas e respostas, você aprende ainda mais sobre os cuidados para o uso da camisinha, segundo o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
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Várias campanhas de saúde alertam homens e mulheres para evitar as doenças sexualmente transmissíveis.
Que cuidados eu devo tomar para garantir que a camisinha seja usada corretamente? Abrir a embalagem com cuidado – nunca com os dentes ou outros objetos que possam danificá-la. Colocar a camisinha somente quando o pênis estiver ereto. Apertar a ponta da camisinha para retirar todo o ar e depois desenrolar a camisinha até a base do pênis. Se for preciso usar lubrificantes, use somente aqueles à base de água, evitando vaselina e outros lubrificantes à base de óleo, pois esses produtos podem romper o látex da camisinha. Após a ejaculação, retire a camisinha com o pênis ainda ereto, fechando com a mão a abertura para evitar que o esperma vaze de dentro da camisinha, e depois jogue-a no lixo. Não utilize preservativos que estão guardados há muito tempo em locais abafados, como bolsos de calça, carteiras ou porta-luvas de carro, pois ficam mais sujeitos ao rompimento.
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O que fazer quando a camisinha estoura? Se a camisinha se rompe durante o ato sexual e há alguma possibilidade de infecção, ainda que pequena (como, por exemplo, parceiro de sorologia desconhecida), deve-se fazer o teste após 30 dias para que a dúvida seja esclarecida. A ruptura da camisinha implica risco real de infecção pelo HIV. Independentemente do sexo do parceiro, o certo é interromper a relação, realizar uma higienização e iniciar o ato sexual novamente com um novo preservativo. A higiene dos genitais deve ser feita da forma habitual, com água e sabão. A camisinha é mesmo impermeável ao vírus da Aids? Em um estudo realizado em institutos de saúde dos Estados Unidos, esticou-se o látex do preservativo, ampliando-o 2 mil vezes ao microscópio eletrônico, e não foi encontrado nenhum poro. Outro estudo examinou as 40 marcas de camisinha mais utilizadas em todo o mundo, ampliando-as 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhuma apresentou poros. Por causa disso, é possível afirmar que a camisinha é impermeável tanto ao vírus da Aids quanto às doenças sexualmente transmissíveis.
O laço vermelho é um símbolo usado mundialmente para lembrar as pessoas da importância de se prevenir a Aids.
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Qual o procedimento adequado para uma gestante soropositiva? Iniciar o pré-natal tão logo perceba que está grávida. Começar a terapia antirretroviral segundo as orientações do médico. Fazer os exames para avaliação de sua imunidade (exame de CD4) e da quantidade de vírus (carga viral) em circulação em seu organismo. Submeter-se ao tipo de parto mais adequado segundo as recomendações do Ministério da Saúde. Receber o inibidor de lactação e a fórmula infantil para sua criança. Mais informações disponíveis em: <www.aids.gov.br>.
Transmissão, tratamento e prevenção O HIV passa de uma pessoa para outra através do sangue e líquidos contaminados por sangue, sêmen, secreções vaginais e leite materno. Pode ocorrer transmissão no sexo vaginal, oral e anal, e também usando seringas e agulhas contaminadas pelo vírus. Os beijos sociais (beijo seco, de boca fechada) são seguros (risco zero) quanto à transmissão do vírus, mesmo que uma das pessoas seja portadora do HIV. O mesmo se pode dizer de apertos de mão e abraços. Já os beijos de boca aberta são considerados de baixo risco quanto a uma possível transmissão do HIV. As mães portadoras do HIV podem passar o vírus para a criança durante a gravidez, o parto ou a amamentação. O período de incubação da doença é de 3 a 10 (ou mais) anos entre a contaminação e o aparecimento de sintomas sugestivos de Aids. O tratamento é feito com remédios que inibem a replicação do HIV, que devem ser usados associados, mas ainda não se pode falar em cura da Aids. Para a prevenção da Aids, durante o ato entre duas pessoas é recomendado o sexo seguro, sempre com o uso de camisinha. Recomenda-se cuidado no manejo de sangue e também evitar o uso compartilhado de objetos cortantes, como navalhas, giletes e alicates de cutícula.
Acompanhamento durante a gravidez Toda mulher grávida deve fazer o pré-natal e os exames para detectar o HIV e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão da mãe para a criança. O teste para diagnosticar a sífilis deve ser feito na primeira consulta do pré-natal, idealmente no primeiro trimestre da gravidez, no início do terceiro trimestre (28ª semana) e no momento do parto (independentemente de exames anteriores), pois a sífilis congênita pode causar aborto e má-formação do feto, entre outros problemas.
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Fazer os exames necessários durante a gravidez é a recomendação dos médicos para evitar ou tratar as doenças.
Caso o exame dê positivo, é muito importante que o tratamento seja feito com penicilina, pois este é o único medicamento capaz de tratar a mãe e a criança. O parceiro sexual também deverá comparecer ao serviço de saúde para ser orientado e tratado, a fim de evitar a reinfecção da gestante. Se a criança for diagnosticada com sífilis congênita, precisará ficar internada por 10 dias para receber o tratamento adequado. Já a testagem para o HIV é recomendada na primeira consulta do pré-natal ou primeiro e terceiro trimestres da gestação. Mas, no caso de gestantes que não tiveram acesso ao pré-natal, o diagnóstico pode ocorrer no momento do parto, na própria maternidade, por meio do teste rápido para HIV. As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante a gestação e, no trabalho de parto para prevenir a transmissão ao bebê. O recém-nascido também deve receber o medicamento antirretroviral por quatro semanas e ser acompanhado no serviço de saúde. A transmissão do HIV também pode acontecer durante a amamentação, por meio do leite materno. Por isso, a mãe que tem o vírus não deve amamentar a criança. É orientada a suspensão da amamentação e a inibição da lactação. Portanto, o leite da mãe deve ser substituído por leite artificial.
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Como todos os insumos para as intervenções de prevenção da transmissão vertical do HIV e da sífilis estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), a realização adequada das ações poderá resultar na redução desses agravos.
A importância do sexo seguro Sexo seguro é o sexo sem o risco de ser contaminado ou contaminar seu parceiro ou sua parceira com doenças sexualmente transmissíveis. Esta segurança só pode ser atingida através do sexo monogâmico com pessoa sabida e comprovadamente sadia ou quando o sexo é realizado sem o contato ou troca de fluidos corpóreos, como esperma, secreção vaginal e sangue. A segunda situação é obtida através do uso da camisinha. É necessário observar que o uso da camisinha, apesar de proporcionar excelente proteção, não garante proteção absoluta, pois o preservativo pode apresentar ruptura, perfuração, deslizamento, colocação inadequada etc.
Em qualquer posto de saúde você consegue camisinhas masculinas de graça.
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É importante informar também que a proteção proporcionada pelo uso da camisinha é relativa nas doenças em que não ocorrem secreções genitais: herpes, HPV, sífilis, cancro mole, pediculose do púbis etc., uma vez que o agente transmissor pode estar localizado fora da área protegida pelo preservativo. O preservativo é um objeto de material elástico, derivado da borracha (látex), relativamente resistente que envolve os genitais masculinos (mais usado) ou femininos durante o coito, impedindo o já citado contato entre os fluidos corpóreos das pessoas que estão praticando o relacionamento íntimo. Além da proteção contra as DSTs, os preservativos constituem um método anticoncepcional seguro, quando usados adequadamente. Em função disso, o mercado diversificou muito a industrialização das camisinhas. Hoje, encontramos camisinhas texturizadas, com formatos especiais, coloridas, lubrificadas, com perfume, sabor etc. O importante é sempre usar a camisinha, independentemente de sua preferência.
O uso da camisinha A camisinha é o método mais eficaz para prevenir muitas doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, alguns tipos de hepatites e a sífilis, por exemplo. Além disso, evita uma gravidez não planejada. Por isso, use camisinha sempre. Mas o preservativo não deve ser uma opção somente para quem não se infectou com o HIV. Além de evitar a transmissão de outras doenças, que podem prejudicar ainda mais o sistema imunológico, previne contra a reinfecção pelo vírus causador da Aids, o que pode agravar ainda mais a saúde da pessoa. Guardar e manusear a camisinha é muito fácil. Treine antes, assim você não erra na hora. Nas preliminares, colocar a camisinha no(a) parceiro(a) pode se tornar um momento prazeroso. Só é preciso seguir o modo correto de uso. Mas atenção: nunca use duas camisinhas ao mesmo tempo. Aí, sim, ela pode se romper ou estourar. Camisinhas gratuitas O preservativo masculino é distribuído gratuitamente em toda a rede pública de saúde. Caso não saiba onde retirar, ligue para o Disque Saúde: 136. O preservativo começou a ser distribuído pelo Ministério da Saúde em 1994.
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A compra da maior parte de preservativos e géis lubrificantes disponíveis é feita pelo Ministério da Saúde. Aos governos estaduais e municipais cabe a compra e distribuição de, no mínimo, 10% do total de preservativos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e de 20% nas regiões Sudeste e Sul. Após a aquisição, os chamados insumos de prevenção saem do Almoxarifado Central do Ministério da Saúde, do Almoxarifado Auxiliar de São Paulo e da Fábrica de Preservativos Natex e seguem para os almoxarifados centrais dos estados e das capitais. Camisinha feminina O preservativo feminino também serve para se prevenir contra a Aids, hepatites virais e outras doenças sexualmente transmissíveis. Assim como a opção masculina, também evita uma gravidez não desejada. Por ficar dentro do canal vaginal, a camisinha feminina não pode ser usada ao mesmo tempo que a masculina. É feita de poliuretano, um material mais fino que o látex da camisinha que envolve o pênis. É, também, mais lubrificada.
O preservativo feminino também serve para combater as doenças sexualmente transmissíveis.
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A camisinha feminina é como se fosse uma “bolsa” de 15 centímetros de comprimento e oito de diâmetro e possui dois anéis flexíveis. Um é móvel e fica na extremidade fechada, servindo de guia para a colocação da camisinha no fundo da vagina. O segundo, na outra ponta, é aberto e cobre a vulva (parte externa da vagina). Cuidados com o preservativo feminino Para não estourar, a camisinha feminina precisa de cuidados especiais: • Armazenar longe do calor, observando-se a integridade da embalagem e prazo de validade. • Não usar com o preservativo masculino. • Ao contrário do preservativo masculino, o feminino pode ser colocado até oito horas antes da relação e retirado com tranquilidade após a relação, de preferência antes de a mulher levantar-se, para evitar que o esperma escorra do interior do preservativo. • Já vem lubrificado; no entanto, se for preciso, devem ser usados lubrificantes de base oleosa fina na parte interna. • Para colocá-lo corretamente, a mulher deve encontrar uma posição confortável (em pé com um dos pés em cima de uma cadeira, sentada com os joelhos afastados, agachada ou deitada).
As camisinhas masculina e feminina são igualmente eficazes na prevenção às DSTs. Elas não devem ser usadas juntas.
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Uso correto para a camisinha feminina: • O anel móvel deve ser apertado e introduzido na vagina. Com o dedo indicador, ele deve ser empurrado o mais profundamente possível para alcançar o colo do útero; a argola fixa (externa) deve ficar aproximadamente 3cm para fora da vagina; durante a penetração o pênis deve ser guiado para o centro do anel externo. • Com o vaivém do pênis, é normal que a camisinha se movimente. Se o anel externo estiver sendo puxado para dentro, é necessário segurá-lo ou colocar mais lubrificante. • Uma vez terminada a relação sexual, a camisinha deve ser retirada apertando o anel externo. É preciso torcer a extremidade externa da bolsa para garantir a manutenção do esperma no interior da camisinha. Depois, basta puxar o preservativo para fora delicadamente. E a cada nova relação deve-se usar um novo preservativo. Cuidados com a higiene Para evitar doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais A e E, é fundamental usar camisinha em todas as relações sexuais. Também é necessário fazer o acompanhamento médico durante a gravidez. Além disso, é importante adotar os cuidados básicos de higiene: • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol de água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca e de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros. • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes e enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto. • Orientar também a lavagem dos alimentos, deixando-os na água tratada com hipoclorito de sódio por meia hora. • Exigir material esterilizado ou descartável nos consultórios médicos, odontológicos e de acupuntura. • Exigir material esterilizado ou descartável nas barbearias e nos salões de manicure/pedicure. O ideal é que cada pessoa tenha o seu kit de manicure/pedicure, composto de: tesourinha, alicate, cortador de unha, lixa de unha, lixa de pé, empurrador/espátula, palito, escovinha e toalha.
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• Exigir material esterilizado ou descartável nos locais de realização de tatuagens e colocação de piercings. • Não compartilhar escovas de dente, lâminas de barbear ou de depilar. Não compartilhar equipamentos para uso de drogas (agulhas, seringas, cachimbos ou canudos). Não compartilhar agulhas ou seringas, em outras situações. Como tratar a água Ferver ou colocar duas gotas de hipoclorito de sódio em um litro de água, meia hora antes de bebê-la, deixando o recipiente tampado para que o hipoclorito possa agir, tornando a água potável para o consumo. Na ausência do hipoclorito de sódio, pode-se preparar uma solução caseira com uma colher de sopa de água sanitária a 2,5% (sem alvejante), diluída em um litro de água. MAIS SAÚDE Doenças sexualmente transmissíveis As chances de se contrair uma DST através do sexo oral são menores do que sexo com penetração? Nenhuma das relações sexuais sem proteção é isenta de risco. Isso porque algumas DSTs têm maior risco que outras. A transmissão da doença depende da integridade das mucosas das cavidades oral ou vaginal. Independentemente da forma praticada, o sexo deve ser feito sempre com camisinha. Toda ferida ou corrimento genital é uma DST? Não necessariamente. Além das doenças sexualmente transmissíveis, existem outras causas para úlceras ou corrimentos genitais. Entretanto, a única forma de saber o diagnóstico correto é procurar um médico. É possível estar com uma DST e não apresentar sintomas? Sim. Muitas pessoas podem se infectar com alguma DST e não ter reações do organismo durante semanas, até anos. Dessa forma, a única maneira de se prevenir efetivamente é usar a camisinha em todas as relações sexuais e procurar regularmente o médico para realizar os exames de rotina. Caso haja alguma exposição de risco (por exemplo, relação sem camisinha), é preciso procurar um profissional de saúde para receber o atendimento adequado. Onde se deve ir para fazer o tratamento de outras DST que não a Aids? Deve-se procurar qualquer serviço de saúde disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
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Que período de tempo é necessário esperar para se fazer a identificação de um possível caso de sífilis? Os primeiros sintomas da sífilis são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas, que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com pessoa infectada. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mas, mesmo sem sintomas, a doença pode ser diagnosticada por meio de um exame de sangue. Sífilis tem cura? Sim. A sífilis é uma doença de tratamento simples que deve ser indicado por um profissional de saúde. Quais as providências a serem tomadas em caso de suspeita de infecção por alguma Doença Sexualmente Transmissível? Na presença de qualquer sinal ou sintoma de possível DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Quais os sintomas do condiloma acuminado, o HPV? A doença se manifesta por verrugas nos órgãos genitais com aspecto de couve-flor e tamanhos variáveis. É importante procurar um profissional de saúde, pois só ele pode indicar o melhor tratamento para cada caso. Preciso de tratamento para HPV muito no início, porém, não tenho condições financeiras e tenho medo de que ele possa se tornar um grande problema. Onde posso me tratar? Diante da afirmativa do diagnóstico de HPV, o tratamento deverá ser realizado em um serviço público de saúde (Unidade Básica de Saúde - UBS), que poderá avaliar qual o tratamento adequado dependendo da fase clínica do HPV. Ligue para o Dique Saúde (0800-61-1997) e informe-se sobre a localização da UBS mais próxima da sua casa. Fonte: Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Disponível em: ‹www.aids.gov.br›. Acesso em: 19 jun. 2015.
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CAPÍTULO
03 HEPATITES
INTRODUÇÃO A hepatite é um grave problema de saúde pública no Brasil. É a chamada inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. É uma doença silenciosa que nem sempre apresenta sintomas, mas quando eles aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda os vírus D e E, este último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de que as doenças evoluam (tornarem-se crônicas) e causem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite. Para saber se você precisa fazer esses exames, observe se você já se expôs a algumas dessas situações: • Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos (vírus A e E). • Transmissão sanguínea: sexo desprotegido, compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D). No caso das hepatites B e C, é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados no exame de sangue. A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite (não possuindo potencial para formas crônicas). Isto quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas quanto crônicas de infecção.
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As doenças do fígado O fígado é o órgão responsável pela maior parte das reações metabólicas, sendo que qualquer problema que ocorra nele é de grande preocupação, alertam os especialistas da área da saúde. Sendo um dos maiores órgãos sólidos do corpo, o fígado está localizado na parte superior direita do abdômen. A maior parte do órgão encontra-se coberta pela caixa torácica. Não é só o tamanho do fígado, mas também suas funções que o tornam tão importante. Suas funções principais incluem processar a comida que passa pelo intestino e convertê-la em energia que pode ser utilizada pelo organismo. É considerado também um centro de desintoxicação que manipula muitas substâncias químicas, álcool, venenos, toxinas, bem como drogas, limpando o sangue. O fígado é um dos únicos órgãos do corpo humano que pode regenerar seus próprios tecidos danificados. No entanto, com danos repetidos e lesão constante, pode haver falhas ao realizar suas funções, levando à insuficiência hepática. A maioria das alterações hepáticas é acompanhada por icterícia. Mas há também outros sinais clínicos que esses pacientes apresentam: colúria (urina escura), fezes de coloração clara, coceira, ascite (conhecida como barriga d’água), sangramentos, alterações na pele e cansaço.
Alguns tipos de hepatite podem ser prevenidos por meio de vacinação.
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Dentre as principais doenças que acometem o fígado encontramos, em primeiro lugar, as hepatites virais, que podem ser classificadas entre os tipos A, B, C, D e E.
O fígado e o álcool Também existem as doenças causadas pelo álcool, como a cirrose, doenças hepáticas tóxicas, insuficiência hepática e fibrose. Homens que ingerem mais de 10 cervejas ou mais de meio litro de bebida destilada por semana, depois de 5 a 10 anos, podem comprometer o fígado, bem como o pâncreas e o estômago. Já mulheres que consomem metade dessas doses também podem adoecer. Estudos mostram que de cada 10 indivíduos alcoólatras, 9 desenvolvem esteatose hepática (gordura no fígado), sendo que 4 destes irão evoluir para hepatite crônica, enquanto 2 terão cirrose. A situação desses indivíduos é agravada quando eles também apresentam vírus das hepatites B, C ou D.
Suges destac
Na maioria dos casos, as hepatites são doenças silenciosas, o que reforça a necessidade de ir ao médico regularmente.
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Álcool em excesso prejudica o funcionamento do fígado.
Após os problemas relacionados ao álcool, encontramos as alterações hepáticas gordurosas relacionadas à ingestão de alimentos em excesso. Pode ser desde uma simples esteatose até uma cirrose em estágio avançado, passando por estágios intermediários de esteato-hepatite e fibrose. A Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que, nos próximos anos, aproximadamente 3 milhões de pessoas irão desenvolver cirrose devido à esteato-hepatite não alcoólica. Em quarto lugar de causas de doenças que acometem o fígado, encontramos as doenças hepáticas autoimunes, como é o caso da hepatite autoimune e das doenças genéticas que se manifestam na idade adulta, levando à cirrose ou insuficiência aguda do órgão.
Alimentação para prevenir doenças do fígado Todos os alimentos que ingerimos vão até o estômago e depois seguem, através do sangue, para o fígado. É lá, então, que as toxinas são processadas e removidas e os nutrientes são lançados na corrente sanguínea. A capacidade de realizar esta verdadeira faxina em nosso organismo faz do fígado um órgão vital.
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Mas qual é a relação da dieta alimentar com o fígado? Muitas doenças hepáticas estão associadas à ingestão excessiva de gordura saturada, de farinha branca e de açúcares simples ou adicionados artificialmente nos alimentos à base de sacarose e frutose. Existem também os chamados xenobióticos, que são aditivos químicos colocados nos alimentos – como conservantes, corantes, edulcorantes e agrotóxicos –, que afetam diretamente a fisiologia do fígado devido ao seu efeito tóxico. Outro fator é o consumo exagerado de álcool, que também gera uma sobrecarga hepática, se tornando tóxico para o órgão e para o corpo todo. Para quem quer prevenir ou se livrar da gordura no fígado, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é o consumo diário de pelo menos cinco porções de frutas, verduras e legumes. Isso porque a maior parte das doenças do fígado é adquirida por contato ou hábitos inadequados. O ideal é a pessoa ter uma alimentação pouco calórica e composta por frutas frescas, legumes, saladas verdes e proteínas magras.
Alimentação saudável contribui para a boa saúde do fígado e evita doenças; evite produtos industrializados.
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Os médicos alertam que é preciso mudar o padrão de alimentação atual, baseado em grande quantidade de itens industrializados e poucos saudáveis. Esse padrão, aliado ao sedentarismo, dificulta o funcionamento do fígado e aumenta a chance de esteatose. Existem alternativas que podem ser incluídas em uma dieta equilibrada e saudável, com a função de preservar, proteger ou até melhorar as funções de uma pessoa com problemas hepáticos em estágio inicial. Manter o fígado saudável é uma das melhores garantias de uma vida livre de doenças. Há muitos alimentos que podem ajudar a limpar o fígado naturalmente, estimulando a sua capacidade natural para limpar resíduos tóxicos do corpo, como o alho, maçã, azeite extra-virgem, repolho, nozes, limão, grãos e cereais integrais, abacate e cenoura, entre outros. Um fígado saudável depende de uma série de fatores: evitar o cigarro e o álcool, manter um peso razoável e uma alimentação saudável. Comer demais ou comer alimentos processados ou fritos acumula gordura no fígado. Por isso, é importante estar por dentro dos alimentos específicos podem ajudar a limpar a gordura no fígado. Não se esqueça de que o seu fígado é um órgão poderoso, responsável por muitas funções importantes. Mas, hoje em dia, com toda a poluição que nos rodeia, presente no ar, na água e na comida, o fígado é um dos órgãos mais sobrecarregados. É por isso que muitos de nós se beneficiariam de uma limpeza através dos bons alimentos. A seguir, você vai conhecer mais sobre as doenças do fígado e os meios de buscar tratamento. MAIS SAÚDE Conheça os melhores alimentos para limpar seu fígado Água – A água é essencial para quase todas as funções corporais. Beba pelo menos 2 litros por dia. Isso vai fazer as suas células regenerarem mais rápido e ajudar a transportar nutrientes por todo o corpo. Limão – Coloque um pouco de suco de limão na água que você toma ao longo do dia. Ele irá estimular a produção de bílis, permitindo que seu fígado elimine as toxinas muito mais facilmente. Alho – Um pequeno alho contém uma quantidade muito boa de selênio e alicina, ingredientes fundamentais na eliminação de toxinas. Não engula um dente inteiro. Esmague os dentes, para que ocorra a liberação dos componentes ativos do alho. Maçã – Uma maçã por dia mantém os médicos longe de você. A pele da fruta contém grandes quantidades de pectina, que ajuda na digestão. Além disso, ela faz uma limpeza do aparelho digestivo.
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Grãos integrais – Os benefícios dos grãos integrais são enormes, pois eles são ricos em nutrientes que ajudam no alívio de congestão hepática e vêm com muitos outros benefícios nutricionais. Toranja – A toranja tem uma grande quantidade de Vitamina C, antioxidantes, e um antioxidante importante chamado naringenina. Cada um deles impede o fígado de armazenar gordura e transformá-lo em uma potência desintoxicante. Nozes – As nozes têm vários compostos que ajudam na limpeza do fígado. O ácido graxo, a glutationa antioxidante e o aminoácido arginina evitam que substâncias nocivas como a amônia entrem em seu corpo. Chá Verde – O chá verde tem um poderoso antioxidante chamado catequina. Com ela, o fígado não irá armazenar tanta gordura e irá funcionar de forma mais eficiente. Abacate – O abacate é uma excelente fonte de gordura saudável. Também contribui para a eliminação de toxinas prejudiciais no fígado. Promove o aumento da produção de glutationa antioxidante, o que é uma má notícia para as toxinas e uma boa notícia para a sua saúde. Vegetais de folhas verdes – Se o seu fígado pudesse falar, seria constantemente pedindo vegetais verdes. Eles estimulam a produção de bílis e usam clorofila para filtrar as toxinas e substâncias nocivas a um ritmo incrível. Cúrcuma – A cúrcuma é uma especiaria que é benéfica para o seu fígado de forma rápida, fácil e eficaz. Quando as substâncias cancerígenas se acumulam em seu fígado, as enzimas começam a cuidar de seu fígado antes que se desenvolvam problemas maiores. Beterraba e cenoura – Elas são excelentes fontes de flavonoides, que são essenciais para o seu fígado trabalhar de forma eficaz. Estes dois vegetais são excelentes fontes de compostos que fazem a limpeza do fígado. Fonte: Minha Vida – Saúde, Alimentação e Bem-Estar. Disponível em: ‹http://www.minhavida.com.br/alimentacao/›. Acesso em: 19 jun. 2015.
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Hepatite A A hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírus A (VHA) e também conhecida como hepatite infecciosa. Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Geralmente, não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Quando surgem os sintomas, costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção. Como as hepatites virais são doenças silenciosas, você precisa consultar regularmente um médico e fazer o teste. O diagnóstico da doença é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HAV. Após a confirmação, o médico indica o tratamento mais adequado, de acordo com a saúde do paciente. A boa notícia é que a doença é totalmente curável quando o portador segue corretamente todas as recomendações médicas. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno. Mas causa insuficiência hepática aguda grave e pode ser fulminante em menos de 1% dos casos.
Cozinhar bem os alimentos evita a contaminação pela hepatite A.
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Prevenção da hepatite A A melhor forma de se evitar a doença é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico, como por exemplo: • Lavar as mãos após ir ao banheiro, após trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos. • Lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos. • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e carne de porco. • Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras. • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto. • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol d’água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca e de 45 metros para os demais focos de contaminação, como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros. • Caso haja algum doente com hepatite A em casa, utilizar hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária ao lavar o banheiro. • No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tal como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária.
DICA Para tratar a água, basta ferver ou colocar duas gotas de hipoclorito de sódio em 1 litro de água, 30 minutos antes de bebê-la, deixando o recipiente tampado para que o hipoclorito possa agir, tornando a água potável para o consumo. Se você não tiver o hipoclorito de sódio, pode-se preparar uma solução caseira com 1 colher de sopa de água sanitária a 2,5% (sem alvejante), diluída em 1 litro de água. É importante saber que a vacina da hepatite A foi introduzida no calendário infantil em 2014, para crianças de 1 a 2 anos de idade.
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Hepatite B Causada pelo vírus B (HBV), a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga. Como o VHB está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. Entre as causas de transmissão estão: • Por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada. • Da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação. • Ao compartilhar material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings. • Por transfusão de sangue contaminado. A maioria dos casos de hepatite B não apresenta sintomas. Os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 1 a 6 meses após a infecção. Como as hepatites virais são doenças silenciosas, consulte regularmente um médico e faça o teste.
Pele e olhos amarelados são os principais sintomas da hepatite, independentemente do tipo de vírus que causou a infecção.
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Fazer transfusão de sangue sem as devidas proteções pode acarretar na hepatite B.
A hepatite B pode se desenvolver de duas formas: aguda e crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de saúde consideram a forma crônica quando a doença dura mais de 6 meses. O risco de a doença se tornar crônica depende da idade na qual ocorre a infecção. As crianças são as mais afetadas. Naquelas com menos de 1 ano, esse risco chega a 90%; entre 1 e 5 anos, varia entre 20% e 50%. Em adultos, o índice cai para 5% a 10%. O diagnóstico da hepatite B é feito por meio de exame de sangue específico. Após o resultado positivo, o médico indica o tratamento adequado. Além dos medicamentos (quando necessários), indica-se corte no consumo de bebidas alcoólicas pelo período mínimo de 6 meses e remédios para aliviar sintomas como vômito e febre. Prevenção da hepatite B Evitar a doença não é difícil. Basta tomar as três doses da vacina, usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.
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Nunca se deve compartilhar escovas de dente com outras pessoas. Entre outras doenças, a hepatite por ser transmitida por meio desse compartilhamento.
Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar a hepatites, a Aids e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e amamentação. Vacina Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente vacina contra a hepatite B em qualquer posto de saúde. Mas, é necessário ter até 49 anos, 11 meses e 29 dias; ou pertencer ao grupo de maior vulnerabilidade: gestantes, trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais, manicures, populações indígenas, doadores de sangue, gays, lésbicas, travestis e transexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas, portadores de DST. A imunização só é efetiva quando se toma as três doses, com intervalo de 1 mês entre a primeira e a segunda dose e de 6 meses entre a primeira e a terceira dose.
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Hepatite C A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV), já tendo sido chamada de “hepatite não A não B”. O vírus C, assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue. Entre as causas de transmissão estão: • Transfusão de sangue. • Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, entre outros), higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou para confecção de tatuagem e colocação de piercings. • Da mãe infectada para o filho durante a gravidez. • Sexo sem camisinha com uma pessoa infectada. A transmissão sexual do HCV entre parceiros heterossexuais é muito pouco frequente, principalmente nos casais monogâmicos, ou seja, quando não existe traição na relação. Sendo assim, a hepatite C não é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST); porém, entre homens que fazem sexo com homens e na presença da infecção pelo HIV, a via sexual deve ser considerada para a transmissão do HCV.
As crianças são especialmente vulneráveis à hepatite. No caso da hepatite B, 90% das crianças podem desenvolver a forma crônica da doença quando infectadas.
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Manicures precisam trabalhar com material esterilizado para evitar a contaminação da hepatite C.
O surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C aguda é muito raro. Entretanto, os que mais aparecem são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Por se tratar de uma doença silenciosa, é importante consultar-se com um médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam todas as formas de hepatite. O diagnóstico precoce da hepatite amplia a eficácia do tratamento. Existem centros de assistência do SUS em todos os estados do país que disponibilizam tratamento para a hepatite C. Quando a infecção pelo HCV persiste por mais de 6 meses, o que é comum em até 80% dos casos, caracteriza-se a evolução para a forma crônica. Cerca de 20% dos infectados cronicamente pelo HCV podem evoluir para cirrose hepática e cerca de 1% a 5% para câncer de fígado. O tratamento da hepatite C depende do tipo do vírus (genótipo) e do comprometimento do fígado (fibrose). Para isso, é necessária a realização de exames específicos, como biópsia hepática nos pacientes sem evidências clínicas de cirrose e exames de biologia molecular.
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Prevenção da hepatite C Não existe vacina contra a hepatite C, mas evitar a doença é muito fácil. Basta não compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato com sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes. Também devem ser considerados o uso de álcool e outras drogas e a falta de acesso à informação e aos insumos de prevenção como preservativos, cachimbos, seringas e agulhas descartáveis. Além disso, toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, a Aids e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e amamentação, isso porque fissuras no seio da mãe podem permitir a passagem de sangue.
Mães infectadas com algum dos tipos de hepatite devem seguir orientações médicas a respeito da amamentação.
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Outras hepatites Você sabia que também existem as hepatites dos tipos D e E?
Hepatite D A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD). Mas esse vírus depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa. E sua transmissão, assim como a do vírus B, ocorre: • Por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada. • Da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação. • Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, etc), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings. • Por transfusão de sangue infectado.
Tatuagens e piercings devem ser feitos com material de uso exclusivo. O compatilhamento de agulhas pode levar à transmissão da hepatite, entre outras doenças.
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Da mesma forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não apresenta sintomas ou sinais discretos da doença. Os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Por isso, consulte regularmente um médico e faça o teste. A gravidade da doença depende do momento da infecção pelo vírus D. Pode ocorrer ao mesmo tempo em que a contaminação pelo vírus B ou atacar portadores de hepatite B crônica (quando a infecção persiste por mais de 6 meses). Prevenção da hepatite D Como a hepatite D depende da presença do vírus B para se reproduzir, as formas de evitá-la são as mesmas do tipo B da doença. As principais medidas de proteção são: vacinação contra a hepatite B, uso da camisinha em todas as relações sexuais, não compartilhar de objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings. Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar as hepatites, a Aids e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e amamentação.
Hepatite E A hepatite do tipo E é uma doença infecciosa viral causada pelo vírus VHE. Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Como as outras variações da doença, quase não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 15 a 60 dias após a infecção. O diagnóstico é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HEV. Na maioria dos casos, a doença não requer tratamento, sendo proibido o consumo de bebidas alcoólicas. Recomenda-se repouso e dieta pobre em gorduras. A internação só é indicada em pacientes com quadro clínico mais grave, principalmente mulheres grávidas.
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Prevenção da hepatite E A melhor forma de se evitar a doença é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico. A prevenção para hepatite E segue as mesmas indicações que as da hepatite A. Para tratar a água, basta ferver ou colocar duas gotas de hipoclorito de sódio em um litro de água, 30 minutos antes de bebê-la, deixando o recipiente tampado para que o hipoclorito possa agir, tornando a água potável para o consumo. Na ausência de hipoclorito de sódio, pode-se preparar uma solução caseira com uma colher das de sopa de água sanitária a 2,5% (sem alvejante), diluída em um litro de água.
Ferver a água que será usada para beber e preparar alimentos é uma forma simples de prevenir a hepatite.
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Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS; Espírito Santo. Secretaria do Estado de Saúde. Coordenação Estadual de DST e AIDS. DST - Doença Sexualmente Transmissível: saiba como se defender. Vitória, 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo de assistência farmacêutica em DST/HIV/Aids: recomendações do Grupo de Trabalho de Assistência Farmacêutica Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Hepatites virais. In: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. – Brasília :Ministério da Saúde, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Programa Nacional de Hepatites Virais. Hepatite tem prevenção! Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/10006000563.pdf. Acesso em: 15 de junho de 2015. BRASIL. Ministério da Saúde; Fundação Nacional de Saúde (Brasil); Vilhena. Secretaria de Estado de Saúde. Núcleo Interinstitucional de Educação em Saúde. Hepatite: prevenção! Única arma. Diponível em: <http://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/oai-bvs-ms-ms27944>. Acesso em: 13 de junho de 2015. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Normas técnicas para prevenção da transmissão do HIV nos serviços de saúde. Brasília: MS; 1989. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Recomendações para prevenção e controle da infecção pelo vírus HIV (SIDA/AIDS). Brasília: MS; 1987. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Revisão da definição nacional dos casos de AIDS em adultos. Projeto Sentinela: ações laboratoriais do PN-DST/AIDS. Brasília: MS; julho 1993. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sífilis na gravidez: trate com carinho: cartilha. Brasília: MS; 2000. Outras referências consultadas: Brasil Escola – Doenças e patologias – www.brasilescola.com. DST – www.dst.com.br. Gineco – Doenças Femininas – www.gineco.com.br. Sociobiologia – www.sobiologia.com.br/conteudos/...doencas/ doencas_sexualmente.php.
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Sobre as autoras Maria Isabel Silva Mestre em Biologia Funcional e Molecular pela UNICAMP, Especialização em Gestão Pública em Saúde pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Especialista em Medicina Tradicional Chinesa, Especialista em Fisiologia do Exercício, Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário do Triângulo. Como pesquisadora, atuou como Colaboradora de Projetos na UNICAMP e FACISABH (Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte), onde desenvolveu pesquisas nas áreas de Formação de Professores, Segurança do Trabalho e Ergonomia, Pedagogia Empresarial, Gestão Ambiental e Políticas Públicas. Tem experiência na área de Educação, ministrando disciplinas para cursos técnicos da área de Saúde e Segurança do Trabalho. No Ensino Superior, dedica-se à Graduação e à Especialização nas áreas de Saúde, Educação e Administração. Como fisioterapeuta destaca-se pela atuação em Fisioterapia do Trabalho, atuando como consultora e auditora empresarial na área de Saúde Ocupacional, Ergonomia (análise/laudos, perícia, biomecânica e fotogrametria) e desenvolvimento de projetos de gestão qualidade de vida, promoção à saúde, gestão de pessoas e gestão empresarial. Na área clínica, tem experiência em Ambulatorial em Terapias Manuais, Fisioterapia geral (ênfase em Reumatologia e Geriatria) e Fisioterapia Preventiva (coletiva e do trabalhador).
Paloma Mansini Basso Mestre em Engenharia Civil pela UNESP e Bacharel em Geografia. Atua como consultora na área ambiental, segurança e saúde do trabalhador, e revisora técnica de projetos na área ambiental e de responsabilidade social de empresas nacionais e multinacionais. É gestora de pessoas, atuando na captação de equipe, otimização de projetos e elaboração de quesitos na área ambiental e educacional.
Tatiana Catelli Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atua como jornalista e na produção de texto e conteúdo para Guias de Saúde, Materiais Educativos, entre outros. Integrou a equipe de autores da coleção Cidadania em Ação (Meca Editora/Eureka Editora) assinando os volumes sobre Sustentabilidade, Orientação Sexual e Dengue.
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