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ALTO-ASTRAL
ENTREVISTA O HUMORISTA E ESCRITOR GREGORIO DUVIVIER CONTA COMO É SE DIVIDIR ENTRE MUITOS PAPÉIS
CULTURA CONHEÇA WYNWOOD, UMA DAS COMUNIDADES MAIS EFERVESCENTES DE MIAMI GASTRONOMIA AS NOVAS CERVEJAS ARTESANAIS E QUEIJOS DE QUALIDADE. TUDO 100% BRASILEIRO VIAGEM SAN BLAS, O PARAÍSO (QUASE) PERDIDO NO CARIBE, ESQUI NAS DOLOMITAS E UM ROTEIRO IMPERDÍVEL EM NY
AMBIA-LINE O novo sistema de divisões internas para LEGRABOX assegura organização em todos os ambientes com elegante design de molduras, facilitando no manuseio e versatilidade na aplicação. AMBIA-LINE - organização em sua forma mais bonita.
Caros leitores, É com muita satisfação que começamos 2015 ao seu lado, trazendo grandes novidades para transformar seu dia a dia e suas viagens em momentos inesquecíveis. Recebemos este novo ano de braços abertos e prontos para buscar mais inovação, praticidade e, claro, requinte para sua vida. Para esta primeira edição de 2015, trazemos uma entrevista mais do que especial com Gregorio Duvivier, ator, roteirista, cronista, poeta e humorista. Como bem definiu Luis Fernando Verissimo, Duvivier “é tudo isso ao mesmo tempo e vice-versa”. O artista nos conta em detalhes as suas inspirações para seu novo livro de crônicas, Put Some Farofa, e como lida com a fama depois do Porta dos Fundos. Sua forma descontraída, inteligente e sagaz de enxergar o cotidiano nos conquistou – e tenho certeza de que irá conquistar você também. Convidamos você a conhecer um lado de Miami que vai muito além das praias e das compras: Wynwood, uma das comunidades artísticas mais fervilhantes dos EUA. Esta matéria irá transportá-lo para mais de 70 galerias de arte e centros culturais da região. Outra dica de viagem imperdível para os aventureiros de plantão é uma matéria especial sobre o arquipélago de San Blas. Este conjunto de ilhas paradisíacas localizado no Panamá é o último reduto de índios caribenhos repleto de belezas naturais e aspectos culturais que o tornam um destino único. Para os apaixonados por gastronomia, temos uma sugestão imperdível vinda diretamente do Rio de Janeiro: o restaurante Gula Gula comemora seus 30 anos com o lançamento do delicioso livro Gula Gula: Cozinha Carioca. É de dar água na boca! Confira ainda a nossa seleção de serviços de streaming que trazem canções do mundo inteiro ao alcance do seu smartphone. Baixe suas músicas, relaxe e aproveite a nova edição da revista MasterCard Black by Wish! Boa leitura! João Pedro Paro Neto Presidente da MasterCard Brasil e Cone Sul
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RETRATO ILANA BESLER
editorial
FORMAS DE VER O FUTURO
Vendas exclusivas por
O primeiro arranha-céu residencial no Hemisfério Ocidental da Zaha Hadid Architects 83 Residências Museum-Quality • Vista panorâmica de Biscayne Bay e do Museum Park • 60º andar com Sky Lounge e Centro Aquático Heliponto Priativo • De cerca de US$ 5 milhões a US$ 15 milhões 1.855.663.6873 (one.muse), www.1000museum.com
REPRESENTAÇÃO ORAL NÃO PODE SER UTILIZADA COMO INDICAÇÃO CORRETA DE REPRESENTAÇÕES DO DESENVOLVEDOR, PARA REPRESENTAÇÕES CORRETAS PEÇA COMO REFERÊNCIA OS DOCUMENTOS EXIGIDOS PELA SEÇÃO 718.503 DO ESTATUTO DA FLÓRIDA, PARA SER AMPARADO POR UM DESENVOLVEDOR PARA COMPRADOR OU LOCATÁRIO, NÓS ESTAMOS COMPROMETIDOS COM A CARTA E ESPÍRITO DA POLÍTICA DOS ESTADOS UNIDOS PARA ALCANÇAR A IGUALDADE NAS OPORTUNIDADES DE HABITAÇÃO POR TODO O PAÍS. ENCORAJAMOS E APOIAMOS UM PROGRAMA AFIRMATIVO DE PUBLICIDADE E MARKETING ONDE NÃO HAJA BARREIRAS PARA OBTER MORADIA EM DECORRÊNCIA DE RAÇA, COR, RELIGIÃO, SEXO, DEFICIÊNCIA, STATUS FAMILIAR OU ORIGEM NACIONAL. A INTENÇÃO DISTO NÃO É A OFERTA DA VENDA OU SOLICITAÇÃO DE COMPRA DE UNIDADES DE CONDOMÍNIO PARA OS RESIDENTES DE QUALQUER JURISIDIÇÃO ONDE ISSO FOR PROIBIDO POR LEI, E SUA ELIGIBILIDADE PARA COMPRA DEPENDERÁ DE SEU ESTADO OU HABITAÇÃO. USO DO HELIPONTO REQUER FAA E OUTRAS APROVAÇÕES GOVERNAMENTAIS QUE AINDA NÃO TENHAM SIDO OBTIDAS.
colaboradores
Bruno Agostini é jornalista e fotógrafo especializado em vinhos, gastronomia e turismo. Iniciou a carreira no Jornal do Brasil, passou pela Revista Viagem e Turismo e pelo Guia 4Rodas. É autor e editor de livros e guias e escreveu, aqui, a matéria sobre a região vinícola La Rioja, na Espanha, onde esteve por algumas vezes para provar os vinhos e a boa comida.
Mônica Nobrega é jornalista, se especializou em viagens, e também estuda geografia. Como adora viajar, fez para esta edição de Mastercard Black by Wish o texto sobre a comunidade artística de Wynwood, em Miami. Ela apresenta um roteiro descolado de um dos destinos culturais mais efervescentes do planeta, como uma alternativa para quem visita a Flórida e quer ir além das compras e dos parques de diversões. FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Pós-graduada em jornalismo literário e especializada em pautas de cultura, a paulistana, criada em Mato-Grosso, Nina Rahe foi repórter da extinta revista Bravo! e hoje escreve sobre cinema, fotografia, artes. Nesta edição, ela entrevistou o fotógrafo Cássio Vasconcellos e escreveu seu perfil, Com os Pés no Chão, sobre a nova fase do profissional como parte da equipe de Hector Babenco.
DIRETORIA Celso Fujita e Neneto Camargo DIRETOR EDITORIAL Luciano Ribeiro EDITORA CONVIDADA Fabiana Corrêa
EDITOR DE ARTE Anderson Miguel
EDITORA DE IMAGEM Lia Guimarães PRODUTORA EXECUTIVA Bianca Nunes TRATAMENTO DE IMAGENS E PRÉ-IMPRESSÃO Everaldo Guimarães GERENTE DE PRODUÇÃO GRÁFICA Vitor Soares ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Mariana Vilela REVISÃO Paulo Vinicio de Brito ESTAGIÁRIO DE ARTE Alexandre Montanher GERENTE DE CIRCULAÇÃO Jane Pinheiro BANCAS/DISTRIBUIÇÃO/ASSINATURAS Carlos André Melo de Souza e Mariana Cardoso MARKETING Julia Queiroz e Victor Batista COLABORADORES Antonella Kann, Bruno Agostini, Fernanda Nascimento, Gustavo Fioratti, Janaina Fidalgo, Mônica Nóbrega e Nina Rahe DIRETOR COMERCIAL Rodrigo Ferrari (rodrigo@wishreport.com.br) DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Sandra Camargo (sandra@wishreport.com.br) GERENTE COMERCIAL - WISH CASA Magali Perucci (magali.perucci@wishcasa.com.br) GERENTES DE CONTAS Adriana Rodrigues (adriana@wishreport.com.br), Carmem Madalosso (carmem.madalosso@wishcasa.com.br), Carolina Junqueira (carolina@wishreport.com.br), Fernanda Gibeli (fernanda.gibeli@wishcasa.com.br), Flavia Sanches (flavia.sanches@wishcasa.com.br) e Mirian Pujol (mirian.pujol@wishreport.com.br) COORDENADORA COMERCIAL Miriam Elias (miriam.elias@wishreport.com.br) GERENTE ADM. FINANCEIRO Geraldo Casemiro PARA ANUNCIAR comercial@wishreport.com.br – tel. 11 3254 9950 BELO HORIZONTE Box Private Media (boxprivatemedia@mac.com – tel. 31 9421 6777) BRASÍLIA FTPI Representação, Publicidade e Marketing (lucianamir.brasilia@ftpi.com.br – tel. 61 3035 3750) ESTADOS UNIDOS Media Consulting Inc. (tatiana@usmediaconsulting.com, tel. +1 001 305 722 7262/+1 001 561 305 5250) CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTO IBEP Gráfica Wish (ISSN 1807-533) é uma publicação da Editora Nova Criação Ltda. CNPJ: 02 409 930/0001-29 Editora Nova Criação Ltda. Av. Paulista, 2200, 23º andar, Bela Vista, 01310-300, São Paulo, SP, tel. 11 3254 9871 DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO PARA BANCAS DE TODO O BRASIL Fernando Chinaglia Distribuidora S/A, R. Teodoro da Silva, 907, Grajaú, 20563-900, Rio de Janeiro, RJ, tel. 21 3879 7766. MasterCard Black by Wish não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome de Wish ou retirar qualquer tipo de material para produção de editorial caso não tenham em seu poder uma carta atualizada e datada, em papel timbrado, assinada por pessoa que conste no expediente.
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sumário by
16 38 52 60 16 ENTREVISTA Gregorio Duvivier fala de suas mil faces: poeta, humorista, ator, cronista
42 CERVEJAS BRASILEIRAS A bebida feita no País ganha versões produzidas do Oiapoque ao Chuí
22 PRICELESS Personalidades contam à MasterCard Black by Wish o que não tem preço
46 EMBALAGEM Empresas investem no design para atrair consumidores
28 CIRCUITO As novidades do roteiro Rio-São Paulo 34 ENTREVISTA O chef do Lasai, no Rio de Janeiro, Rafa Costa e Silva, fala de seu universo gastronômico 38 QUEIJOS ARTESANAIS Produtos 100% brasileiros e de qualidade são a mais nova tendência gourmet
64 DOLOMITAS A estação italiana low profile
84 PERFIL Cássio Vasconcellos e suas belas imagens aéreas
68 VINHO Rioja, a região mais emblemática da Espanha 72 RIO SCENARIUM O agito na cena cultural carioca
49 É PIQUE! Os 30 anos do restaurante Gula Gula
74 PLAYLIST Personalidades
52 SAN BLAS Um paraíso (quase) perdido no Caribe
contam o que estão ouvindo 78 MIAMI Conheça a
56 TRANCOSO O balneário ganha outro apelo com novos empreendimentos
comunidade artística que está mudando a cara da cidade 82
60 BIG APPLE Tudo o que realmente importa em um roteiro em NY
TECNOLOGIA Saiba por que está na hora de assinar um serviço de streaming
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90 BLACK BEST Produtos feitos para durar 96 PODER O brilho das joias de Ara Vartanian 98 DESIGN Sua casa com cara de galeria de arte 102 SURPREENDA Restaurantes em que o cliente Mastercard tem vantagens 109 BLACK Serviços exclusivos para quem tem o cartão MasterCard Black
entrevista
Gregorio Duvivier
FAROFA INTELECTUAL Seu terceiro livro é um sucesso de vendas. Suas crônicas são compartilhadas por milhares de leitores, sua peça lota o teatro. Sem falar no Porta dos Fundos. Inteligente e divertido, Gregorio Duvivier é uma unanimidade nacional
Hello, gringo! Welcome to Brazil. Não repara a bagunça. Don’t repair the mess. Foi nesta conversa imaginária entre um brasileiro e um estrangeiro que chegava ao Brasil para a Copa do Mundo que Gregorio Duvivier inventou o título de seu novo livro. Na crônica publicada em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo e compartilhada 230 mil vezes nas redes sociais, ele alertou aos visitantes gringos: ”Try this moqueca. Put some farofa”. Agora, Put Some Farofa é o nome de seu terceiro livro, uma mistura tão grande quanto ele próprio. Gregorio é comediante, humorista, ator, roteirista, poeta e cronista. Em comum a todas essas facetas está a repercussão estrondosa. Se suas crônicas semanais são lidas por milhares de pessoas no jornal e na internet, seus esquetes no Porta dos Fundos já foram vistos mais Por Fernanda Nascimento de um bilhão de vezes. O canal de humor que ele e Gustavo Fioratti criou dois anos atrás com o humorista Fábio PorRetrato Ana Rovati chat e outros dois sócios tornou-se um fenômeno de audiência e o transformou em celebridade, dentro e fora da internet. Mas sua carreira de ator está longe de ser recente. Gregorio tinha apenas 9 anos quando acatou o conselho do avô e resolveu fazer teatro para superar a timidez. Ele acabou no Tablado, curso no Rio de Janeiro em que conheceu seus primeiros parceiros de palco. Foi assim que, aos 17 anos, estreou o Z.E. – Zenas Emprovisadas, um espetáculo com Marcelo Adnet e outros três comediantes. A peça, que começou em um teatro com 50 lugares, até hoje roda pelo Brasil. E lá se foram 11 anos. Neste período Gregorio teve tempo para cursar letras na PUC-Rio, escrever roteiros para televisão e para o cinema, protagonizar filmes, peças de teatro, escrever livros de poesia e ganhar prêmio de melhor ator da Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro. Ufa! Como definiu o escritor Luis Fernando Verissimo, “nem todo bom humorista é um bom cômico, nem todo bom comediante é um bom ator e nem todo bom roteirista é um bom cronista. O Gregorio Duvivier é tudo isso ao mesmo tempo e vice-versa. É econômico: você paga por um Duvivier e leva seis”.
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entrevista
Gregorio Duvivier
Como você conseguiu deixar de ser um dos humoristas do Porta dos Fundos e se tornar o Gregorio? O Porta dos Fundos surgiu em um momento em que nós quatro [ele, Fabio Porchat, Ian SBF e Antonio Pedro Tabet] já tínhamos certa autoralidade. Cada um escrevia e atuava. Éramos atores e autores, que é um tipo de gente meio cantor e compositor, sabe? O que mudou é que passamos a ser vistos como um grupo. E é o que somos: um coletivo criativo. Mas o barato é que é um grupo cheio de individualidade. Cada um pensa diferente, vota em uma pessoa, tem uma filosofia de vida, um tipo de humor. Mas a gente se admira muito, este é o segredo. Como começou a escrever crônicas? Foi uma iniciativa da Folha de S.Paulo. Eles queriam renovar um pouco o humor do jornal e gostavam dos meus textos no Porta dos Fundos. Foi uma aposta. E é muito bom porque a coluna é um lugar onde eu posso fazer o que eu quiser. Seu primeiro texto teve 24 mil compartilhamentos nas redes sociais. Você esperava esse sucesso imediato? Não esperava. Foi uma surpresa muito boa porque meu público, em princípio, não era o mesmo que lê a Folha. Tem gente que diz que começou a ler o jornal por causa da minha coluna e agora é um leitor. Acho isso bom porque as novas gerações não têm esse hábito. Então estou trazendo as pessoas para a leitura. Seu humor é uma fonte de inspiração para seu trabalho de cronista? Com certeza. A crônica acaba sendo uma autópsia da minha semana. Eu não consigo deixar de me colocar nela. Quando fui assaltado, escrevi sobre o assalto. Nas eleições, escrevi sobre política. Muita gente acha que o ator se expõe, mas o ator se protege do olhar alheio. Como cronista, eu me sinto mais exposto. Gosto de usar a liberdade da crônica para dar rasteiras no leitor, surpreendê-lo e tirar o olhar viciado.
E como essas crônicas se transformaram no livro Put Some Farofa? A gente pegou tudo o que eu tinha escrito e escolheu o que era menos jornalístico e mais literário. Selecionamos os textos que seriam engraçados sempre, alguns do Porta dos Fundos e outros inéditos, que escrevi especialmente para o livro. É uma grande farofa, em que tudo cabe. Por isso o título. Cabe o ovo, cabe o bacon, cabe a banana. A crônica é isso, né? Dentro do jornal é o único espaço que não obedece a regras. Se eu quiser escrever metade em inglês e metade em português, posso. Não tem nenhuma restrição linguística. Isso me deixa feliz. Você já se arrependeu de algum texto que publicou? Sim. Uma crônica sobre o José Sarney. Ficou pesada em termos de humor. É uma carta para ele e eu falo de um câncer que ele desenvolveu e ali estou desejan-
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No alto, Gregorio durante a dublagem do filme Os Pinguins; acima, um dos esquetes do Porta dos Fundos. Na página ao lado, a peça Como Vencer na Vida Sem Fazer Força
do a morte de alguém. Não coloquei esse texto no livro porque não queria eternizá-lo. Era uma energia muito pesada. Qual é o melhor horário para escrever? Eu começo a escrever no horário em que eu deveria mandar o texto. Sempre. Para mim, o prazo é a melhor inspiração. Você faz crônica, poesia, teatro, cinema, internet. Seu público é tão diversificado quanto você? O livro é exatamente para todos esses públicos. Tenho um público mais teen, do Porta dos Fundos, que está acostumado com um humor rasgado. Tem o da poesia, que é um pessoal mais velho, que gosta muito de ler. E também tem o do jornal. Tem pessoas de idades e costumes tão diferentes... É chato escrever e atuar para o mesmo tipo de gente porque você fica viciado nos mesmos recursos. Quando muda o público, sou obrigado a me reinventar.
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Como é possível fazer tantas coisas diferentes em uma mesma semana? Eu tento compartimentar as coisas na minha cabeça. Não faço ao mesmo tempo. Agora é a peça? Então vou me concentrar aqui. Não dá para decorar o texto pensando na coluna. A dificuldade é não misturar. Porque enquanto você está fazendo uma coisa, ela tem que ser a mais importante do mundo. Senão você faz tudo de uma forma amadora. O que você ainda não fez? Eu queria escrever um romance. Este é meu sonho. Sentar e escrever uma obra longa mesmo, que conte uma história inteira. Não estou acostumado a isso, tenho escrito histórias curtas e rápidas. Quero que não seja só uma corrida de cem metros rasos, mas uma maratona. Você já pensou em escrever algo mais triste, como um drama?
Grande-amor-da-vida fevereiro de 2014
Ele conheceu o grande-amor-da-vida quando tinha quinze anos. Aprendeu num filme que o grande-amor-da-vida só existe um. Não saía mais de perto dela. Foram felizes por alguns anos. Acontece que o grande-amor-da-vida dele não era o grande-amor-da-vida dela, e ela nem acreditava nessa história de amor-da-vida nem em filmes de amor. Essas coisas acontecem (não nos filmes). Enquanto namoravam, foi bom. Depois, ela quis terminar e viajar pelo mundo em busca de outros amores-da-vida. Ele passou a vida investigando os outros amores-da-vida dela. Foi uma vida sem muitos amores-da-vida, porque foi vivida para que o grande-amor-da-vida dele não tivesse outros grandes-amores-da-vida. Não deu certo. O grande-amor-da-vida dele teve uma dúzia de amores-da-vida. Aos vinte e sete anos, ele estava deprimido porque o grande-amor-da-vida estava se casando com um dos grandes-amores-da-vida dela. Não deu bola para uma mulher que, se ele tivesse ouvido falar, entenderia se tratar do maioramor-do-mundo. Aos trinta, conheceu o amor-
Sim, claro. Meu livro de poesia não é humor, embora tenha algum humor. Pensando bem, acho que o humor está em tudo o que eu faço. Mas acho também que pode haver drama no humor e humor no drama. Foi no teatro que você conheceu grande parte dos seus parceiros de trabalho. Sua formação como ator foi importante para sua carreira? A formação no teatro é muito boa para o ser humano. No teatro, não tem como você ser individualista. Você só funciona com o outro. Mesmo em um monólogo você precisa do iluminador, da plateia... Você bebe a realidade dos outros e para de focar só em si. O ator tem que compreender tudo. Se ele interpretar Hitler, não pode pensar o tempo todo que ele é um monstro. Tem que humanizar e entender seja lá quem for.
da-vida-inteira num bar, mas o confundiu com uma mulher-chata-que-fala-demais. Aos trinta e dois, só viu espinhas numa moça que, numa vida alternativa, seria o amor-mais-legal-do-mundo. A primeira pessoa a alertá-lo desse desperdício de amores foi seu melhor-amigo. Deixou de ser o melhor-amigo e passou a ser só um amigo-que-nãoquer-me-ver-feliz-com-o-grande-amor-da-vida. Aos trinta e cinco anos já tinha deixado passar vinte e nove sexos-inesquecíveis e oito amizadesprofundas. Aos quarenta anos, o grande-amor-davida dele (quem diria, ela mesma) resolveu dar uma segunda chance ao passado e reviver aquele que foi, pra ela, só o primeiro-amor-da-vida. Ele precisava tanto ser feliz que não foi. E ela voltou a procurar o grande-amor-da-vida no futuro, não mais no passado. Ele se voltou para o presente e mal deu tempo de viver um ou outro sexosurpreendente. Pode ser que o grande-amorda-vida seja um só. Mas os amores-da-vida são muitos, e acontecem o tempo todo — grandes, pequenos, gigantescos.
Você entrou no curso do Tablado para superar a timidez. Deu certo? O teatro te ensina que a exposição não mata. O cara que é tímido patológico acha que vai morrer com o olhar do outro, que o mundo vai comê-lo. E o teatro ensina que não, pode subir no palco e ver o acontece. Se der tudo errado, as pessoas vão rir. Então vai dar tudo certo. O que o humor lhe permite? Como na poesia, o humor sempre dá algo a ver. Revela verdades escondidas. Tem o sentido quase de organizar a nossa vida, de maneira que ela se torne mais compreensiva. Mas ele confunde também. Humor muito convicto de suas ideias não é legal. Gosto daquilo que quebra nossas certezas. Você já se acostumou à fama? Não. A isso eu nunca vou me acostumar. Eu acho muito estranho, porque não é
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entrevista
algo que busquei ou que busco. Gosto de falar do meu trabalho, vivo para trabalhar. É esquisito quando as pessoas tentam ver por trás disso. O interesse na sua vida pessoal incomoda? Essa parte é horrível. É o ônus da vida do artista, você perde a privacidade. Mas é isso aí. Tem que saber lidar. As pessoas fazem muitas confusões nessa hora. Confundem ator com fama, fama com invasão. Tem que saber separar e entender que, calma aí, não é porque ele é ator que quer se expor. Você é muito abordado nas ruas? As pessoas têm maior liberdade com você por ser um humorista? Não é porque você trabalha com humor que é um cara bem-humorado. Um vídeo bem-humorado não vai ser engraçado, até porque o humor parte muito do mau humor. As pessoas
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Gregorio Duvivier
não necessariamente entendem isso. Mas todos são muito afetivos comigo na rua e isso é muito legal. Não me incomoda não, porque é muito bom fazer teatro e as pessoas assistirem. Já vi tanto teatro vazio, já fiz tanta peça para ninguém... Fico tão feliz quando as pessoas enchem o teatro! Claro que tem o lado ruim. Às vezes você está correndo para pegar um avião e alguém quer tirar uma foto. Mas essa pessoa que te puxou também vai ver sua peça, está te admirando, compartilhando. Faz parte, sabe? Quais são seus planos para o futuro? Estou muito focado no filme do Porta dos Fundos que estamos preparando. Também tem esse romance que quero escrever... Minha vida está meio em aberto agora. Tenho que parar um pouco e repensar.
priceless
FOTOS FOTO PAULA DIVULGAÇÃO BRANDRÃO/ARQUIVO WISH
declarações
ADRIANA BARRA, ESTILISTA “Viajar o mundo todo sem ter dia para voltar! Porque o mundo vicia, um lugar puxa outro, uma cultura leva a outra.”
O QUE NÃO TEM PREÇO PARA VOCÊ? Viajar pelo mundo, desconectar-se de tudo ou trabalhar com o que ama. Onze personalidades revelam o que, para elas, é realmente priceless
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YAN ACIOLI, ST YLIST
FOTO ANDRÉ SCHILIRÓ/DIVULGAÇÃO
“Sempre fui apaixonado pelo carnaval. Há oito anos tenho o privilégio de trabalhar nesta grande festa brasileira. Um dos momentos que, para mim, não tem preço é a concentração da escola de samba. O trabalho de um ano é visto na emoção de todas as pessoas que cantam os enredos tradicionais para o aquecimento do desfile. Fazer parte dessa união e ver tudo se concretizar não tem preço.”
FOTOS DIVULGAÇÃO
ADRIANA LOTAIF, PUBLICITÁRIA “Não tem preço o ‘desconectar’. São cada vez mais raros os momentos em que conseguimos desligar todos os gadgets e, com eles, a cabeça. Quando tenho a oportunidade, respiro fundo e me permito esquecer de tudo. E é nesses momentos que acontecem os grandes insights.”
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declarações
Priceless
MARINA LINHARES, ARQUITETA DE INTERIORES “O capricho e o detalhe em cada coisa. Um cartão de presente escrito à mão, uma almofada na forma correta esteticamente e que também seja confortável, um aroma único. São essas delicadezas que fazem com que o simples se torne excepcional.”
AMIR SLAMA, ESTILISTA “Andar por Paris horas e horas. Mesmo sendo um destino evidente, eu me surpreendo com novos bairros e ruas. Além de me descontrair, sempre consigo aprender ou descobrir algo novo.”
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CAMILA KLEIN, DESIGNER DE ACESSÓRIOS “Passar qualquer momento de folga ou brecha na agenda perto da minha filha Betina, a vendo crescer, acompanhando cada aprendizado novo e me apaixonando cada dia mais por ela. Isto é impagável.”
VALDEMAR IÓDICE, ESTILISTA “É ter tempo livre para fazer as minhas trilhas de bike ou viagens para pedalar.”
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declarações
Priceless
FOTO VALDEMIR CUNHA
ANDRÉ PIVA, ARQUITETO “Viajar! Às vezes planejo com antecedência e, em outras, apenas embarco. Amo conhecer pessoas e lugares novos, apesar de muitas vezes visitar destinos já conhecidos e que adoro.”
LETHICIA BRONSTEIN, ESTILISTA “É poder trabalhar com o que a gente ama e realizar os sonhos dos outros. Quando um vestido de noiva ou de festa vai tomando forma e você vê aquela alegria no olhar da mulher, não existe explicação! Eu posso estar cansada, mas a energia é contagiante!”
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SILVIA FURMANOVICH, JOALHEIRA “A coisa que mais valorizo e não tem preço é criar um espaço no tempo para fazer o que me dá prazer.”
BIA PEROT TI, ST YLIST “O equilíbrio e a paz interior. Conquisto este estado de espírito com a prática da ioga, meditando, lendo e ouvindo uma boa música. Mas o mais importante é passar a maior parte do tempo na companhia da minha família e do meu namorado. Nada paga esses momentos!”
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C I RC U ITO Por Fernanda Nascimento
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BOAS ESCOLHAS UM ROTEIRO DE GASTRONOMIA, COMPRAS E BEM-ESTAR NA PONTE AÉREA
HARMONIZAÇÃO PERFEITA
Em ambiente que mistura o rústico e o sofisticado, o Café Journal oferece um bufê todos os dias durante o almoço. Na hora do jantar, pratos podem ser harmonizados com um dos 500 rótulos de vinho disponíveis na carta. Clientes MasterCard® Black têm reserva estendida por mais 30 minutos e são isentos do pagamento da taxa de rolha. Al. dos Anapurus, 1121, São Paulo , tel. 11 5055 9454, cafejournal.com.br
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SOB NOVA DIREÇÃO Um dos cartões-postais de São Paulo deve trazer novidades em 2015. Com direção artística de Adriano Pedrosa, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), terá uma equipe de curadores para cuidar de áreas específicas de sua coleção. A venezuelana Julieta Gonzalez, curadora do Museu Tamayo, no México, será responsável pela área de arte moderna e contemporânea; a artista plástica Rosângela Rennó será curadora de fotografia; a jornalista Patrícia Carta vai cuidar de moda e vestuário, que terá importância estratégica para o museu. Enquanto espera a nova leva de exposições, o público pode conferir Passagens por Paris, reunião de obras de artistas modernos, como Tolouse Lautrec (foto), Manet e Matisse. Av. Paulista, 1578, tel. 11 3251 5644. masp.art.br
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BRINDE NO ALTO O topo de uma casa tombada no Jardim Botânico foi o espaço escolhido para o SOBE, o novo rooftop bar da cidade. Com projeto assinado pelo escritório Luiz Marinho Arquitetura e Design, o gastrobar tem vista para o Cristo Redentor. As sugestões do cardápio do chef Fábio Battistella são perfeitas para acompanhar os drinks no telhado. R. Pacheco Leão, n° 724 D, Rio de Janeiro, tel. 21 3114 7691.
EM FORMA
Treinador de personalidades, Marcos Paulo Reis comanda a MPR Assessoria Esportiva. Há treinos de caminhada, corrida, ciclismo e triatlo, desde o primeiro passo até programas para disputar provas. Clientes MasterCard Black que contratarem o plano anual de assessoria não pagam a entrevista com professores selecionados e têm direito a 6% de desconto na mensalidade e um par de tênis Adidas Supernova Boost. Av. Rebouças, 3970, 2º Subsolo, Loja 2001, São Paulo, tel. 11 2197 7927. marcospauloreis.net
FILHO PROMISSOR A praça gastronômica do Shopping Iguatemi foi o espaço escolhido por Jun Sakamoto para abrir o Junji, uma versão descontraída de seu restaurante. Com 70 lugares, a casa tem no cardápio os tradicionais sushis e teishokus, além de alguns clássicos de Jun, como a merluza missoyaki marinada no molho de missô. Quem comanda o balcão é José Francisco de Araújo, braço direito do sushiman. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2232, São Paulo, tel. 11 3813 0820.
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C I RC U ITO
RECEITA FRANCESA
Dez meses depois de abrir as portas do primeiro endereço no Rio de Janeiro, o restaurante paulistano L'Entrecôte de Paris ganhou uma nova unidade na capital carioca. Um casarão de três andares em Ipanema foi escolhido para o empreendimento. Não deixe de experimentar o corte de carne que dá nome à casa, servido com batata frita e um molho cuja receita é guardada a sete chaves. R. Prudente de Morais, 1387, Rio de Janeiro, tel. 21 3204 4043, lentrecotedeparis.com.br
SABORES DA ÁSIA
A fusão entre ingredientes exóticos e ervas afrodisíacas é o segredo da cozinha asiática do Tantra. Além das sugestões do cardápio, o cliente que optar pelo mongolian grill pode criar seu próprio prato e combinar iguarias como carne de búfalo e cordeiro com o tempero que quiser. No jantar, entram na programação danças étnicas e shows. Clientes MasterCard® Black têm reserva estendida, não pagam taxa de rolha e drink de boas-vindas. R. Chilon, 364 (e mais 3 endereços), São Paulo, tel. 11 3846 7112, tantrarestaurante.com.br.
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LEMBRANÇA ESPECIAL
PETISCOS BRASILEIROS
É quase impossível visitar o Rio e não querer voltar. Quem quiser levar consigo um pedaço da cidade deve conhecer a Rio in Box, rede de lojas que reúne lembranças e souvenirs da capital carioca. Diversos pontos turísticos contam com uma unidade. Os clientes MasterCard Black que fizerem compras acima de R$100 ganham de brinde um chaveiro ou um ímã 360° com a imagem da cidade. Corcovado (e outros cinco endereços), Rio de Janeiro, tel. 21 2523 3628, rioinbox.com.br
Se a cozinheira Kátia Barbosa ficou famosa pelo bolinho de feijoada, agora ela dedica uma seção do cardápio só para o petisco na casa que acaba de inaugurar no Leblon, na capital fluminense, a Comedoria. A cozinha do bar é inspirada em suas viagens pelo País e os bolinhos ganham recheios como moqueca e feijão-verde com carne de sol. Também há pratos que são servidos no almoço e no jantar e caldinhos para acompanhar as cervejas na madrugada. R. Rainha Guilhermina, 48, Rio de Janeiro, tel. 21 2294 2913.
CHÁ REAL A Confraria do Chá é o primeiro portal especializado na venda do Twinings, o chá mais tradicional do mundo. A marca britânica, criada em 1706, foi a fornecedora oficial da família real britânica e hoje pode ser encontrada em 115 países. Além dos blends, o portal oferece kits e utensílios exclusivos, com informações sobre os diversos tipos de chás. As entregas estão disponíveis para todo o País e os clientes MasterCard® Black têm direito a ofertas exclusivas. Em pedidos na cidade de São Paulo, as compras com o cartão com valor superior a R$99 não pagam taxa de entrega. confrariadocha.com.br
BENEFÍCIOS No Gaff Studio, clientes MasterCard Black que fizerem a inscrição em uma das lojas da rede de treinamento funcional têm direito ao segundo mês grátis. Mais informações no site
naotempreco.com.br/cidades
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GA S T RONOMIA QUEIJOS ARTESANAIS, CERVEJAS BEM BRASILEIRAS E UMA ENTREVISTA COM O CHEF RAFA COSTA E SILVA, DO LASAI, NO RIO DE JANEIRO
entrevista
Rafa Costa e Silva
“Chef não. Cozinheiro”, diz Rafa Costa e Silva, corrigindo a repórter. Aos 34 anos, ele é o “cozinheiro” sobre quem mais recaem expectativas do métier gastronômico nos últimos tempos. “Porque meu trabalho é cozinhar”, explica. Carioca da gema, flamenguista roxo, é mesmo um sujeito sem cerimônias. Depois de uma década fora do País – estudou em Nova York, no The Culinary Institute of America, e foi chef-executivo do Mugaritz, na Espanha, em sua época, considerado o terceiro melhor do mundo –, Rafa voltou para realizar o sonho de abrir sua própria casa, no Brasil. O Lasai, em Botafogo, no Rio, provocou frisson entre gourmands e afins quando foi inaugurado, em março de 2014. Apenas 44 pessoas por noite têm o prazer de provar de seu estilo freestyle. “O que a gente quer é fazer você entrar no nosso mundinho. E não dá para colocar 100 pessoas em seu mundo todos os dias”, diz o cozinheiro. No mundinho de Rafa, há duas hortas feitas a partir de sementes trazidas na mala, e de onde ele retira muitos ingredientes, um galinheiro, que fornece ovos frescos, uma adega 80% orgânica, além de uma brigada internacional. Sua equipe é formada por representantes de Argentina, Portugal, México e Espanha. Todos com passagens por restaurantes como El Bulli e companhia.
UNIVERSO PARTICULAR Avesso a badalações culinárias, Rafa Costa e Silva criou uma legião de admiradores com seu Lasai. Lá, ele não é chef, como diz. É o cozinheiro de um seleto grupo de pessoas que participa, por uma noite, de seu mundo de delícias
Por Ines Garçoni Retrato Camilla Maia
Depois de quase dois anos de trabalho, o Lasai abriu as portas. Como se sente e como foi para você a repercussão? Estou mais tranquilo. As coisas estão caminhando bem na cozinha e no salão. Eu sabia que ia encher, mas não imaginava que seria como foi. Logo de cara, só tinha reserva para daí a duas semanas. As pessoas dizem que estão gostando da comida. Mas, também, se não estivessem não me diriam (risos). Tem
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sempre uma mesa ou outra que não acha legal, porque não entende. É normal, nem todo o mundo aprecia brócolis, por exemplo. No mais, temos recebido elogios. Alguns até exagerados. Eu só não queria, no comecinho, receber alguém que eu admiro e respeito muito. Quando abri, falei com o Alex Atala e ele disse: “Quero ir, quero ir”. Mas eu pedi: “Cara, espera um pouco, não vem agora não porque não quero passar vergonha na sua frente”.
entrevista
Rafa Costa e Silva
Por que isso? Porque estávamos nos ajustes, sempre temos muito o que melhorar, ainda mais no início. Eu não me preocupo com o que vão pensar ou dizer, mas me preocupo, internamente, com o que eu vou pensar depois que vier alguém que eu admiro muito e as coisas não saírem do meu jeito, entende? “Droga, deveria ter feito melhor.” Eu não quero ficar frustrado depois. E o que ainda falta para ficar do jeito que você imagina? Estamos nos aprofundando no relacionamento com os fornecedores. A gente quer melhorar cada vez mais nisso, servir mais produtos feitos por nós também. Usar ainda mais o pessoal das feirinhas orgânicas, de agricultura familiar, mesmo que isso às vezes ponha a gente numa furada, porque eles não têm compromisso com horário, nem logística apurada para entregar tudo como precisa ser em um restaurante. Para você, o que é mais importante numa cozinha? Sem dúvida, os produtos, a técnica e a vontade de fazer, de buscar, de querer um peixe melhor, um produto de mais qualidade, e, especialmente, sem atravessadores. Por exemplo, estamos em contato com um pescador de Santa Catarina que traz peixe do Chuí. A ideia é que ele pule todos os atravessadores para nos fornecer. Porque, quando você compra na peixaria, seu peixe já passou, no mínimo, por quatro ou cinco pessoas. O atum de hoje veio do Recife. Pagamos passagem de avião para ele. Saiu da água ontem e chegou aqui hoje. Quanto do Mugaritz tem no Lasai? Acho que 95% da minha cozinha são inspirados no Mugaritz. E não poderia ser diferente porque passei cinco anos lá. Técnicas, conceitos, produto, filosofia, trago tudo da Espanha. Sem dúvida, dos dez melhores jantares da minha
vida, contando El Bulli, Fat Duck etc, sete foram no Mugaritz. Você classifica seu estilo como freestyle. Como é isso? (Risos) O pessoal da cozinha está ficando meio maluco com isso. A gente faz pratos de acordo com os ingredientes do dia. Parece clichê, mas é difícil achar alguém que realmente faça isso. E essa escolha gera uma dor de cabeça muito grande para a equipe. Eu digo aos fornecedores: “Você tem o controle sobre meu menu. Se disser que tem flor de abobrinha, é isso o que eu vou fazer hoje”. É o sistema oposto que vale aqui. Eu per-
”O PESSOAL DA COZINHA ESTÁ FICANDO MEIO MALUCO. A GENTE FAZ PRATOS DE ACORDO COM OS INGREDIENTES DO DIA. É DIFÍCIL ACHAR QUEM REALMENTE FAÇA ISSO. GERA UMA DOR DE CABEÇA MUITO GRANDE PARA A EQUIPE”
gunto: o que você tem mais, o que quer vender e o que está melhor?”. Porque o que tem mais é o que está na temporada. Portanto, é mais barato e melhor. A gente vai sempre estar fora da zona de conforto. Para todo o mundo que quis trabalhar com a gente, expliquei: não vai ser um restaurantezinho que você congela tudo para o dia seguinte. Aqui você vai pirar um pouco”. Mas, em compensação, cada cozinheiro faz mise en place de três pratos num serviço. Em qual outro restaurante no Rio é assim?
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Depois de tantos anos lá fora, você tem encontrado dificuldades para trabalhar aqui no Brasil? Bem complicado em termos de materiais, de desencorajamento das pessoas, de desencorajamento governamental. Ninguém lhe dá incentivo. Mas nada é impossível. Em qualquer lugar do mundo vai haver dificuldades. Em janeiro de 2010, meu primeiro ano como chef de cozinha do Mugaritz, a cozinha pegou fogo. Ficou inteiramente destruída. Ficamos fechados quatro meses. Para reabrir, foi um sufoco. O primeiro evento que fizemos depois do incêndio foi praticamente sem cozinha. Alugamos tudo. Parede e chão estavam no cimento. É difícil em qualquer lugar. Quer dizer, se você for se meter nesse mundo da cozinha, já te
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digo logo que é difícil. Todo chef fala: “Tô morto, trabalho 18 horas por dia”. Isto é fato para todo mundo. Agora, me conta alguma novidade. São 28 pessoas para atender apenas 44 clientes por noite? Sim, porque não dá para fazer a comida que fazemos para 80 pessoas, é impossível. Quando cheguei ao Rio, ficamos quase um ano procurando o ponto e, nesse meio tempo, um empresário me convidou para abrir em São Paulo. Mas ele queria uma casa para mais de 100 pessoas. Não é a quantidade que busco. É outra coisa. São os detalhes. Não é só se sentar e comer. O que a gente quer é fazer você entrar em nosso mundinho. E não dá para colocar 100 pessoas no seu mundo todos os dias. Não dá.
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tendência
VAI UM QUEIJIM? Produto artesanal brasileiro ganha mercado nas cidades com novas lojas especializadas Por Janaina Fidalgo Fotografrias Carol Gherardi
Um lugarzinho com jeito de casa de avó em uma esquina da Vila Madalena é um dos QGs de um movimento ainda restrito, permeado pelos conceitos de slow food e de produção sustentável, que vem aproximando moradores da cidade dos queijos artesanais feitos no interior do País. A Queijaria, do paulistano Fernando Oliveira, a mercearia do restaurante Jacarandá e a Mercearia Mestre Queijeiro, em São Paulo, além da De Lá, aberta em Belo Horizonte em 2014, são alguns dos lugares que vêm aumentando a oferta de bons queijos nacionais no mercado. Aos poucos, quem nunca viu uma ordenha ou não sabe onde é a Serra do Salitre, pode provar peças de qualidade com sabores bem diferentes do queijo minas ou da mozzarella nacional que se compra no supermercado. O que define – e diferencia – um queijo artesanal, é o fato de ele ser feito em pequenas quantidades e em sistema familiar, a partir de leite ordenhado de rebanho próprio, de preferência com leite cru, não pasteurizado. ”O produtor tem de estar envolvido. E a quantidade determina muito. Já tive quem falava em produzir no máximo 300kg e acabava passando para três toneladas. Aí não cabe mais no projeto”, diz Fernando. Nesses queijos, o leite cru recém-ordenhado recebe o pingo (o soro povoado de bactérias que age como fermento natural) extraído do queijo feito no dia anterior e que carrega as características de cada microrregião. Por isso não há um queijo igual ao outro. E, como o leite não é processado, eles ainda podem ser maturados para desenvolver sabores e aromas mais complexos. O serro, com menor tempo de maturação, tem massa compacta e casca fina. O canastra, geralmente mais curado, ganha uma acidez e uma certa picância que lembra, de leve, um parmesão. O início de tudo Fernando Oliveira começou vendendo queijos em 2008 pela internet. Eram produtos orgânicos da Serra da Canastra, feitos por Zé Mário e Valdete, hoje um casal emblemático na região. O primei-
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ro queijo que a dupla ofereceu ao empresário custava R$6,50. ”De cara, fiz questão de pagar R$13. Não achava justo serem tão mal remunerados”, conta Fernando. Hoje, o casal produz as mesmas 10 peças por dia. Mas recebe R$50 por cada uma, vendida a R$88 na loja. ”Não damos conta de atender à demanda. E não queremos aumentar para não mudar a qualidade”, diz Zé Mário. Cinco anos depois, a loja física de A Queijaria, aberta em 2013, tem 140 variedades vindas de 50 produtores em 10 estados. Metade deles de leite cru, como o serrano gaúcho e o coalho cearense. Os mais cobiçados no momento são os de cabra da Fazenda Nova Era, em Casa Branca (SP), e os de búfala da Santa Helena, em Sete Barras (SP). Mas ele tem outros bem cotados, como o da Ilha de Marajó, suave e cremoso, e o serrano, de casca firme e miolo bem tenro. Na capital mineira, a designer Laura Cota abriu, em 2014, sua segunda loja De Lá, onde oferece os queijos das serras do Salitre e da Canastra (MG) aos clientes que procuram um produto regional. Ali, o preço de uma peça pode ser mais alto do que em um supermercado (ainda que os produtos que vende nem cheguem às grandes redes), mas é por uma boa causa. ”E sei que é um queijo muito diferente do que se encontra por aí. Remuneramos melhor os fornecedores para que eles mantenham sua produção artesanal e possam continuar no campo”, diz Laura. A De Lá, que tem degustação de produtos, como doces e geleias, propõe um retorno aos armazéns do passado, em que as pessoas iam não só para abastecer a despensa. Ali, elas têm a oportunidade de levar para casa um pouco da história de cada produtor, que é parte tão importante desse novo movimento quanto os queijos nas prateleiras.
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Acima, à esquerda, um dos queijos artesanais vendidos em A Queijaria; acima, Fernando Oliveira, dono da loja na Vila Madalena, em São Paulo
A Queijaria R. Aspicuelta, 35, São Paulo Tel. 11 3812 6449 Mestre Queijeiro R. Simão Álvares, 112, São Paulo Tel. 11 2369 1087 De Lá R. Santa Rita Durão, 919, Belo Horizonte Tel. 31 3225 63 47 Restaurante Jacarandá R. Alves Guimarães, 153, São Paulo Tel. 11 3083-3003
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FEITAS À MÃO Cervejarias pequenas, algumas quase caseiras, espalham e multiplicam os sabores da bebida mais amada do Brasil Por Bruno Agostini
A explosão do mercado de cervejas artesanais no Brasil é um fenômeno que acontece do Oiapoque ao Chuí. Sem exageros. De Belém do Pará, onde as frutas amazônicas entram na composição da bebida, a Porto Alegre, onde se honram as tradições da imigração alemã, marcas de pequeno e médio portes produzem uma bebida de boa qualidade em estilos bem diferentes. Veja, a seguir, algumas das principais cervejas que vêm sendo feitas pelas pequenas cervejarias nacionais.
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cerveja
IPA O estilo India Pale Ale, caracterizado por cargas extras de lúpulo, que lhe dão um marcante perfil aromático e e amargor, caiu no gosto brasileiro. Nas prateleiras das lojas especializadas, é fácil encontrar mais de uma dezena de rótulos deste estilo, como a Therezopolis Jade e a Schornstein India Pale Ale. Incluem-se aí também suas variações, como o Imperial IPA, com mais álcool (pode chegar a 11%), corpo e lúpulo, a Colorado Vixnu e a Invicta 1000 IBU, as duas de Ribeirão Preto (SP), a Noi Amara, de Niterói (RJ), e a Wäls Niobium, de Belo Horizonte (MG). Vão muito bem com carnes na brasa e um bom hambúrguer.
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Por seu teor refrescante, acentuado pela adição de frutas cítricas, como laranja e limão, a witbier, de trigo, é um dos estilos que vêm fazendo mais sucesso por aqui, seguindo a escola belga. Com a sua fórmula criada pela Confraria do Marquês, trio de cervejeiros cariocas que desenvolve receitas sob encomenda e dá cursos de produção da bebida, a Jeffrey Niña conquistou a simpatia da chef Roberta Sudbrack, que costuma servir o seu famoso cachorro-quente harmonizado com ela. Com limão siciliano e coentro na fórmula, também faz par com pratos de pescados e frutos do mar. ”Combina com o verão: leve, refrescante, fácil de beber”, diz Gilson Val, um dos sócios da Jeffrey. A Amazon Beer, de Belém, faz uma witbier com taperebá (cajá).
SOUR ALE Reconhecida por ter um estilo difícil para iniciados, a cerveja do tipo sour ale, azedinha, também pode ter frutas na composição. A primeira marca que teve ”coragem” de fazer uma cerveja assim foi a Way, que acaba de lançar três rótulos, anunciando o que provavelmente será uma tendência, dentro da linha Sour Not Me: de morango, de graviola e de acerola. As duas últimas estão entre as mais festejadas cervejas brasileiras da atualidade. No Festival de Blumenau, as sour ales eram as cervejas mais aguardadas por todos”, conta o empresário Fabio Santos, dono de bares alemães especializados em cervejas, como o Herr Pfeffer e a Adega do Pimenta, no Rio de Janeiro.
ENVELHECIDAS E VIVAS A paranaense Pagan Dragon’s Blood Wine é uma barley wine, cerveja que pode envelhecer por anos. Neste caso, ela fica dois meses em barril de carvalho, o que traz aromas de baunilha e caramelo à bebida. No outro extremo das envelhecidas estão as não pausterizadas, como a gaúcha Coruja Cerveja Viva. ”Viva” justamente porque não passa pelo processo, mantendo notável frescor, delicadeza e vivacidade. Algo como um chope.
BRET T A marca gaúcha Tupiniquim vem ganhando público com uma linha marcada pelo uso do brett, levedura chamada de selvagem, temida e adorada pelos mestres-cervejeiros. Ela traz sabores mais complexos, como notas de feno, mas pode arruinar a produção se não for bem controlada.
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Faz algum tempo que as embalagens deixaram de ser apenas uma maneira de conservar ou proteger os produtos que estão dentro delas para se transformar em peças publicitárias. Mais recentemente, porém, estão virando verdadeiras peças de design. Algumas delas, como as latinhas de chá The Gourmet Tea ou as caixinhas de chocolate Amma, foram criadas com tal cuidado que praticamente já vêm embaladas para presente. “A preocupação com a identidade visual da marca é algo recente no Brasil”, diz Claudia Biselli, gerente de marketing do grupo St. Marche, que também administra o Empório Santa Maria. As minimalistas garrafas de leite da marca Leitíssimo ou os pacotes de café Martins, para citar mais algumas marcas que seguem a tendência, elevaram o pingado à categoria design. A novidade chega tarde ao Brasil se compararmos com os mercados europeu, americano e japonês. Quem desembarcava por lá se encantava com as prateleiras repletas de itens que saltavam aos olhos e estimulavam a compra antes mesmo de saber do que
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se tratava. “A chegada de artigos importados ao nosso mercado deu, aos poucos, novas referências ao consumidor”, explica Luciana Pellegrino, diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagem. De acordo com ela, estudos apontam que o cliente olha para cada produto por apenas três segundos durante as compras. E é nessa rápida espiada que a maior parte das decisões é tomada. Uma pesquisa feita pela Popai Brasil, uma associação dedicada às atividades do marketing de varejo, aponta que 76% das decisões sobre o que comprar são realizadas entre prateleiras. “As empresas nem sempre se deram conta da importância disso”, diz o professor Fabio Mestriner, coordenador do núcleo de estudos da embalagem da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Investir no design de um produto é mais do que uma tendência, é vital.” A tendência não vale apenas para as marcas novas, mas se espalha à medida que boas ideias conquistam os consumidores. “Toda vez que um dos concorrentes melhora o seu produto e
Empresas investem no design de caixas, pacotes e latinhas que ajudam como nunca a vender os produtos que vêm dentro delas Por Fernanda Nascimento Fotografia César Cury Edição de imagens Lia Guimarães
Empório Santa Maria Iguarias de fabricação própria, de produtores selecionados e importados, dividem as prateleiras da loja. Uma filial da Expand oferece ótimos vinhos. No mezanino, funciona o espaço de restaurantes, com sushibar e vinoteca com 48 rótulos para degustação. Av. Cidade Jardim, 790, São Paulo, tel. 11 3706 5211. emporiosantamaria.com.br
tem bons resultados ele obriga os outros a se mexerem”, afirma Mestriner. “Por isso vemos alguns segmentos mais à frente nesse sentido.” Os números não mentem e a ideia de comer com os olhos pode, sim, ser levada ao pé da letra. Cinco anos atrás, o supermercado St. Marche resolveu investir na consolidação de sua marca própria. Uma pesquisa mostrou que os clientes sequer notavam seus produtos porque o design era semelhante à identidade visual das lojas. A solução foi redesenhar as embalagens. “Queríamos quebrar o estigma de que marca própria é algo mais barato e de qualidade inferior”, diz Claudia Biselli. As embalagens são assinadas por um chef e carregam uma pequena história sobre sua preparação. Desde 2010, quando as mudanças chegaram às lojas, as ven-
Casa Santa Luzia Desde os anos 1920, o empório reúne uma cuidadosa seleção de produtos – são mais de 20 mil, distribuídos pela loja no coração do Jardins. Há itens para quem segue uma dieta específica, orgânicos ou sem glúten. Rotisseria, padaria e uma cafeteria completam a oferta de serviços. Al. Lorena, 1471, São Paulo, tel. 11 3897 5000. santaluzia.com.br
das da marca da rede têm crescido mais de 20% a cada ano. Entre as 20 maiores indústrias de embalagem do mundo, 18 estão instaladas por aqui e movimentaram cerca de R$50 bilhões no ano passado. “O brasileiro foi educado para o consumo. É por isso que estamos entre os cinco maiores mercados do mundo”, diz o professor Fabio Mestriner. A qualidade de nossas produções não deixa a desejar mesmo se comparada aos países que largaram na frente na tendência. Na mais recente edição do WorldStar Packaging Awards, prêmio dado pela Organização Mundial de Embalagens, oito marcas brasileiras arremataram um troféu. E elas estão cada vez mais presentes em seu carrinho, mesmo sem você perceber. Afinal, são aqueles três segundos que fazem a diferença.
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St. Marche Com 13 endereços espalhados por São Paulo, a rede de supermercados reúne, no mesmo espaço, serviços como padaria, café e adega. Além de uma enorme gama de produtos, a marca tem uma linha própria assinada por chefs. Há vinhos a bons preços. Al. Jauaperi, 625, São Paulo, tel. 11 5054 9000. stmarche.com.br
Empório Alto de Pinheiros Quando abriu as portas, cinco anos atrás, o espaço era um misto de restaurante e rotisseria. As massas deram lugar a uma pequena mercearia com produtos exclusivos e mais de 500 rótulos de cervejas. É possível levar a compra para casa ou degustá-la em uma das mesas do salão. R. Vupabuçu, 305, São Paulo, tel. 11 3031 4328. altodospinheiros.com.br
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leitura
TRADIÇÃO IMORTALIZADA FOTOS DIVULGAÇÃO
Os 30 anos do restaurante Gula Gula, registrados em um livro cheio de histórias Por Fernanda Nascimento
Quando o carioca Fernando de Lamare abriu as portas da primeira unidade, 30 anos atrás, o Gula Gula ocupava uma pequena loja no Leblon. Hoje, a rede tem 17 endereços espalhados pelo Rio de Janeiro. Seu filho, Pedro, assumiu o negócio ao lado de dois sócios. Nanda, sua neta, assina o cardápio da casa há 15 anos. Para comemorar essas três décadas de tradição, a rede está lançamdo o livro Gula Gula: Cozinha Carioca, da Réptil Editora. A jornalista Alice Granato assina a publicação, que traz depoimentos de renomados jornalistas gastronômicos da cidade e algumas das principais receitas da casa. São 160 páginas com saborosas histórias e pratos da família de Lamare. Entre as 30 receitas reveladas no livro estão a quiche de brie com damasco, o camarão flambado com crispies de alho-poró e o rocambole de nozes com baba de moça. Algumas delas vêm com um código QR, que pode ser lido por qualquer telefone celular ou aparelho com câmera e permite acompanhar o passo a passo da preparação em um vídeo com as instruções da chef Nanda de Lamare. No alto, o tradicional brigadeirão do Gula Gula;
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VIAGEM UM ROTEIRO SUPERDESCOLADO EM NY. AS ÁGUAS CRISTALINAS DE SAN BLAS, NO CARIBE. VINHOS EM RIOJA, NA ESPANHA, E ESQUI EM DOLOMITAS, NA ITÁLIA
SAN BLAS, A TERRA DOS KUNAS Apenas sete horas de voo separam o Brasil de San Blas, ou Kuna Yala, um lugar paradisíaco no lado caribenho do Panamá. Ali é a terra dos kunas, índios que podem ser os últimos dos puros caribs Texto e fotos Antonella Kann, do Panamá
turismo
Na página anterior, uma das ilhas de San Blas e suas águas cristalinas; abaixo. os exóticos nativos da região e o principal meio de transporte local: a canoa
Estou sentada ao lado do piloto, a bordo de um bimotor de origem duvidosa. O resto da família se aboletou nos seis assentos traseiros, disputando espaço com a bagagem, que se restringe a parcos 12 quilos por pessoa. À medida que o pequeno avião roda em direção à pista de decolagem, sinto um friozinho na barriga. Voaremos em direção a San Blas, no lado caribenho do Panamá, um paraíso de ilhotas, baías e corais. Lá é a terra dos índios kunas, uma das nações indígenas mais antigas e poderosas das Américas, que não perdeu suas origens nem mesmo depois da chegada dos espanhóis. Algumas nuvens e 35 minutos mais tarde, pousamos em uma tirinha de asfalto esburacado. Chegamos a Corazón de Jesus, um dos cinco “aeroportos” do arquipélago de San Blas, cuja infraestrutura consiste em uma cabana de madeira, com absolutamente nada dentro.
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san blas
Assim que desembarcamos, dois kunas se apressaram em retirar nossa bagagem, enquanto o grupo se apresentava ao skipper Stephane, que viera para nos levar de bote até o Vip One, um Lagoon de 50 pés ancorado a uma centena de metros de distância, onde iríamos passar os próximos sete dias. San Blas não é destino para desavisados. Apenas cinco ilhas possuem uma pista de pouso para aviões com capacidade máxima para uma dúzia de passageiros. Hotel de luxo ou resort? Esquece. Restaurantes? Nem pensar. Locomover-se de uma ilha para a outra? Só por mar. Ou seja, este paraíso é deserto e preservado. Um sonho! Só vai para San Blas quem quer viver uma experiência única e regada a mordomias e confortos, a bordo de um catamarã ou um veleiro tripulado, disponível para charters nas agências especializadas. Uma vez instalados nas quatro suítes com ar-condicionado, camas
king size e banheiros privativos completos, fomos apresentados a Nelly, a hostess francesa que iria nos mimar durante uma semana com seus petiscos e quitutes. Do pão fresco assado a bordo às suculentas lagostas, todas as refeições seriam preparadas por essa exímia timoneira de fogão. Antes de zarpar, Stephane convocou o grupo para um briefing no convés, abriu um mapa da região e assim trocamos ideias sobre que roteiro seguir. Quando se aluga um charter, o skipper flexibiliza o itinerário e os horários segundo as preferências do cliente. Nós queríamos velejar o máximo possível, pescar, praticar atividades náuticas e explorar a vida marinha de San Blas. Na segunda manhã a bordo, partimos em direção ao ponto alto da viagem: conhecer um típico vilarejo kuna. Navegamos algumas horas até chegar a Soledad Miria, um dos mais autênticos da comarca de Kuna Yala, onde vivem cerca de mil kunas. Os visitantes estrangeiros são bem-vindos, mas devem ficar atentos a determinadas regras,
como evitar andar em trajes de banho e, principalmente, ter sempre em mãos muitas notas de US$1 se quiser fotografar. Exceção feita aos pigmeus da África, os kunas são o povo mais baixinho do planeta. Enquanto suas mulheres são um capítulo à parte e multicolorido, sem nenhuma preocupação com a harmonia entre cor ou estampa. Uma curiosa personalização que começa nos tornozelos e acaba na cabeça. Em torno de braços, pernas e pulsos, elas enrolam pulseiras de miçangas quilométricas. Como maquiagem, delineiam uma linha escura da testa até a ponta do nariz, exageram no rouge das bochechas, usam uma argola nas narinas e ostentam anéis em quase todos os dedos das mãos. A tradicional indumentária feminina se resume a um pano enrolado na cintura, uma blusa com mangas bufantes e uma mola: um aplique bem colorido usado por cima. Na cabeça, um tecido vermelho e amarelo, o musue, é usado solto e cai sobre os ombros e encobre o rosto quando estão encabuladas.
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Acima, o veleiro Lagoon deixa a ilha Holandes Cays, uma das maravilhas do arquipélago de águas cristalinas
turismo
A atividade predominante das mulheres kunas é bordar molas. Em todas as ilhas onde há algum habitante, é praxe a exposição de seus trabalhos na praia. Os preços variam de US$5 a US$40, dependendo da sofisticação. Vendedores de verduras, frutas, peixes, lagostas e centojas (caranguejos gigan-
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tes) ainda vivos – assim como as kunas – também abordam os barcos para vender seus produtos. Mesmo cercados de coqueirais, é proibido pegar ou comer cocos. Com suas leis rígidas e tradições milenares, consideram a fruta uma moeda de troca. Portanto, pegar um coco, ainda que caído na praia, é considerado uma ofensa. Nos dias seguintes, pernoitamos cada vez num lugar diferente. Nosso itinerário percorreu um bom punhado de ilhas e baías, parando nas mais lindas e fazendo com que nomes como Kuanidup, Waisaladuto, Maoqui e Holandes Cays fossem anotados no caderninho. E, claro, na memória, para sempre.
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Ao alto, paisagem típica; no centro, as molas, apliques coloridos que os nativos usam sobre as roupas; acima, o passeio de veleiro, a melhor maneira de conhecer as
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ilhas; ao lado, as casinhas dos kunas
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turismo
LUXO NUNCA É DEMAIS Se há algum tempo Trancoso era o destino de férias de famosos descolados, como o arquiteto Sig Bergamin, a cantora Bebel Gilberto e o casal Nizan Guanaes e Donata Meirelles, que agitavam o lugar com suas festas, de uns tempos para cá está ganhando um ar, digamos, mais corporativo. É que os investimentos em grandes empreendimentos, em condomínios de alto padrão e em hotéis (ainda) mais luxuosos do que os que já recebem os visitantes da vila, estão atraindo um novo público. Empresários e executivos, que antes aproveitavam seus finais de semana prolongados e férias de verão em Punta del Este ou na Flórida, agora estão estacionando por ali seus helicópteros e jatinhos. Atraídos pelo charme relax que fez a fama do vilarejo no Sul da Bahia, esses visitantes pedem serviços cada vez mais sofisticados. “Além da beleza natural e das atrações que oferece, a vila ganhou fama e mais interesse dos empresários”, diz João Doria Jr., outro empresário que tem casa no vilarejo e assina uma revista sobre a vida – e as delícias – do lugar. ”E turista rico atrai investimento. A mudança no perfil do turismo no Brasil também vem fazendo com que os serviços oferecidos no lugarejo ganhem sofisticação. Se os paulistanos que frequentam suas areias há alguns anos já se acostumaram com o jeito relax baiano, o novo público quer nada menos que excelência em cada drink e em cada lençol de algodão
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Empresários e executivos se juntam ao público hippiechic de Trancoso e aumentam ainda mais a demanda por empreendimentos de luxo no vilarejo baiano Por Fernanda Nascimento
Abaixo, a beleza natural de Trancoso; ao lado, bangalô do novo Txai. Na página anterior, vista de cima do Quadrado
egípcio. “Agora, nosso desafio é competir com destinos do mundo inteiro, porque o brasileiro pode viajar para qualquer lugar. Nosso maior concorrente é Miami”, afirma o empresário Carlos Eduardo Régis Bittencourt, o Calé, morador da vila há mais de 40 anos e sócio de alguns empreendimentos locais, reforçando a ideia de que Trancoso entrou no circuito internacional e por isso tem que fazer alguns ajustes. Mesmo assim, os locais insistem em que a paisagem não vai mudar com o novo perfil. “Trancoso não perdeu a tranquilidade, mesmo com a construção de empreendimentos, o que teve seu começo por volta de 1990”, diz Calé. “Quando você caminha na praia, não vê casas. Isso é um conceito de ocupação que traz privacidade e qualidade de vida”, afirma o empresário. Um dos negócios de que Calé faz parte é o Terravista, complexo onde funcionam um resort Club Med, um condomínio, campo de golfe e uma pista de pouso que, em breve, poderá operar voos diretos de São Paulo. Ao lado dele será inaugurado o Txai Terravista, pertencente ao mesmo grupo do resort de luxo em Itacaré, que terá bangalôs e casas à venda, mas que podem ser administrados pelo hotel quando estiverem desocupados. “O tempo ajudou Trancoso a ser tão atrativo porque é mais rápido chegar à vila do que ir de São Paulo ao litoral de carro em um feriado”, diz Marnie D’Ippolito, diretora do Outeiro das Brisas, o primeiro empreendimento da região, em um terreno de 5 milhões de metros quadrados com pousada, casas, campos de golfe e polo e pista de pouso particular. “A vila tem o charme da Bahia, com esse povo incrível, mas com sofisticação e uma cara mais internacional”, diz Marnie. O principal símbolo de Trancoso é a Praça São João, mais conhecida como Quadrado, onde casinhas coloridas abrigam grifes de luxo e restaurantes charmosos. É lá que estão o Uxua Casa Hotel – construído pelo italiano Wilbert Das, ex-diretor de criação da italiana Diesel – e o badalado Café de La Musique, aberto há um ano. É por ali também que, especula-se, o grupo Fasano planeja abrir um hotel em breve. Tudo, claro, com muito luxo, mas com o charme rústico de sempre.“Trancoso tornou-se exclusivo sem perder a singeleza”, diz João Doria Jr.
Na página anterior, o restaurante Comici
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EUA
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viagem
CARBONE Só para você ter uma ideia do nível, os chefs – Rich Torrisi e Mario Carbone – são expupilos dos superstars Mario Batali e Daniel Boulud. Clássicos da cozinha italiana, como minestrone ou linguini alla vongole, ganham um sabor especial nessa nova meca do chic de Downtown. carbonenewyork.com
(LE) POISSON ROUGE Aqui tem vários showzinhos legais e eles não começam tarde, ou seja, dá para ir e chegar em casa, ops, ao hotel a tempo de aproveitar boas horas de sono e acordar inteiro no dia seguinte. O (Le) Poisson Rouge fica no meio do Village, bem perto da New York University, então espere encontrar vários dos alunos por lá. lepoissonrouge.com
NOVA YORK SOB MEDIDA
Em qualquer estação do ano, a cidade é um dos melhores destinos do mundo. O difícil é saber o que fazer em meio a tantas atrações e programas incríveis. Por isso pedimos dicas para duas moradoras descoladas da Big Apple. Você vai fazer só o que importa
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Há oito anos, a apresentadora Didi Wagner vasculha as ruas de Nova York para explorar cada detalhe da cidade. Ela decidiu reunir as dicas no livro Minha Nova York, que já está na quarta edição. A seguir, Didi seleciona alguns de seus melhores achados na cidade.
LAFAYET TE Este megabistrô francês fica em frente ao Acme – ou seja, este pedacinho do Noho entrou para o mapa gastronômico de NY. Pudera, além de deliciosos pratos, produzem pães fresquinhos diariamente. Qualquer hora é hora de ir lá, já que servem café da manhã, almoço, jantar e brunch. lafayetteny.com
UBER Uma das melhores invenções dos últimos tempos. É um aplicativo que disponibiliza um black car para te pegar onde você estiver. Claro que o custo é mais alto, mas o conforto é outro: os motoristas são educados, os carros limpos e bem cuidados. uber.com
NEUE GALERIE Esta é meio que a bandeira da arte germânica na cidade. A galeria (acima) faz mostras de arte alemã e austríaca. Ou seja, muita art noveau (têm obras raríssimas de Gustav Klimt, a-do-ro!), design e expressionismo. Nem sempre as mostras são incríveis mas, bem, ele é do lado do Met e do Gug, então a visita acontece por osmose. neuegalerie.org
GAGOSIAN GALLERY WORLD TRADE CENTER – GROUND ZERO Os americanos deram a volta por cima e transformaram a região com iniciativas como o National September 11 Memorial & Museum, em homenagem às vítimas do atentado, e o One WTC, o prédio mais alto do Ocidente. 911memorial.org
FRIEZE ART FAIR Nos primeiros dias de maio, visite a badalada feira de arte londrina que acontece na Big Apple, com as principais galerias do planeta. Boa chance de ver todo mundo que é “alguém” nas artes e cruzar com famosos que dão pinta ali. friezenewyork.com
Fundada pelo super art dealer Larry Gagosian, um dos primeiros a exibir trabalhos de gente superconsagrada, como Jean-Michel Basquiat, Roy Lichtenstein e Willem de Kooning. Tem três espaços diferentes em Nova York. gagosian.com
MUSEUM OF ARTS AND DESIGN Único museu (ao lado) da cidade estritamente dedicado ao design – de artesanato a joalheria, o acervo tem mais de duas mil peças, exibidas em esquema rotativo. Uma coisa é certa e vale a visita: o Robert, restaurante do museu, que fica no topo do prédio, todo de vidro, com vista deslumbrante do Central Park. madmuseum.org
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FOTO INNA KRYZHANOVSKAYA
BRUNCH Nos finais de semana, a frequência muda e tudo o que os new yorkers querem é um brunch sem hora para acabar. No Cafe Mogador (acima), no Lower East Side ou em Williamsburg, não deixe de pedir o Roasted Eggplant & Tahini. O Maison Premiere, em Williamsburg, tem o jardim mais lindo do mundo, além das ostras mais saborosas. cafemogador.com, maisonpremiere.com
A jornalista e it girl Camila Leite se sente em paz no meio da loucura das ruas de Nova York. Camila preparou um roteiro para comer bem, ouvir boa música, fazer compras e experimentar o melhor da programação cultural da cidade.
CAFÉ
JANTAR
MUSEUS
Os coffee places são os escritórios da nova geração de profissionais liberais. Eu costumo levar meu computador para o Toby’s Estate, em Williamsburg, para o Café Grumpy, em Greenpoint (onde filmam o seriado Girls), e para o Brooklyn Roasting, em Dumbo. A dica é chegar cedo. Caso contrário, vai ter que trabalhar de casa. tobysestate.com, cafegrumpy.com, brooklynroasting.com
O Epistrophy, no Soho, tem a melhor combinação de clima e comida gostosa. Meu prato favorito é o gnocchi ao funghi. O Marlow and Son’s, em Williamsburg, muda o menu diariamente, então sempre há uma boa surpresa. O Marlow and Daughters, que fica na mesma rua e é uma espécie de ”açougue/rotisseria” que tem delicinhas para levar para casa. A comida vietnamita do An Choi, no Lower East Side, é excelente, mas a estrela é o saquê da casa. epistrophycafe.com, anchoinyc.com, marlowanddaughters.com
Museu é um programa para se fazer sozinho, pelo menos é o que penso. Posso passar horas observando uma obra e é muito chata a obrigação de acompanhar o ritmo dos outros. Meus preferidos são o MoMA, o MoMA PS1, em Long Island City, e o MET (abaixo), no Upper East Side. moma.org, momaps1.org, metmuseum.org
ALMOÇO Gosto de almoçar coisas bem levinhas durante a semana. O Dimes, em Chinatown, é o meu lugar favorito – além das saladas mais gostosas, servem açaí! O Souen, em West Village, é um restaurante macrobiótico que serve as comidinhas mais saborosas do gênero. O The Butcher’s Daugther, no Soho, tem sucos deliciosos. dimesnyc.com, souen.net, thebutchersdoughters.com
DRINKS Por mais que toda semana abra um bar legal, é difícil desapegar daqueles em que o barman te chama pelo nome e lê seu pensamento. Comigo isso acontece no The Leadbelly, no Hotel Delmano e no St. Mazie. theleadbellynyc.com, stmazie.com, hoteldelmano.com
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ESCAPE
GALERIAS
Descobrir escapes dentro da cidade é essencial para viver bem. Eu tenho três: o Brooklyn Botanic Garden (acima), dentro do Prospect Park, faz com que eu me sinta em contato direto com a natureza. Jogar pingue-pongue no Fat Cat, em West Village, me ajuda a esvaziar a mente. Para aliviar as tensões, vou ao Aire Ancient Baths, no Soho, e não saio de lá sem uma massagem relaxante no final dos banhos. bbg.org, fatcatmusic.org, ancientbathsny.com
Um tour pelas galerias do Chelsea é obrigatório. Tenho um carinho especial pela Jonathan LeVine, uma das mais conceituadas em street art do mundo. Dê um pulinho também na David Zwirner (abaixo) e na Pace Gallery. jonathanlevinegallery.com, davidzwirner.com, pacegallery.com
JAZZ Em Nova a chance de você acabar a noite em uma casa de jazz é grande. O Smalls, em West Village, tem shows diários, mas eu costumo chegar bem tarde para assistir às jam sessions. smallsjazzclub.com
COMPRAS Para comprar roupas, a melhor curadoria é na Maryam Nassir Zadeh, no Lower East Side. Se forem coisas para a casa, indico a Coming Soon. Arte acessível é na Picture Room. E a Printed Matter circula mais de 32 mil artists’ book. mnzsotre.com, mcnallyjackson.com comingsoonnewyork.com, printedmatter.org
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turismo
esporte
NO TOPO DO MUNDO Este vale entre Áustria e Itália faz parte do maior circuito de esqui do mundo, abriga restaurantes sofisticados e um hotel butique onde só se chega esquiando Por Antonella Kann, de Val Gardena
Na página anterior, o restaurante Comici
Dois bons motivos me fizeram escolher Val Gardena, situada na região entre o Norte da Itália e o Sul do Tirol, na Áustria, composta de três municípios (Urtijëi, Sëlva e Santa Cristina), para uma semana de férias: esquiar o dia inteiro e não repetir pistas. Porém, teve um terceiro motivo – este, sim, um diferencial: a nota de uma revista de turismo inglesa que destacava o Piz Seteur, um hotel butique encravado no topo de uma montanha e acessível somente de esqui ou snowmobile, como um dos melhores resorts de esqui da Europa. Piz Seteur (pronuncia-se piss-tér) não é um nome que chega a derreter na boca, mas, em compensação, sua posição geográfica é um deleite para os olhos. Trata-se de um chalé alpino, ao pé do pico mais íngreme das Montanhas Dolomitas. No Piz Seteur você tem, ainda, o privilégio de “abrir” as pistas, antes da subida
de outros esquiadores. O hotel, que passou por uma megarreforma e foi reaberto em 2010, oferece um altíssimo nível de luxo e conforto nas acomodações amplas e modernas (tem, por exemplo, piso aquecido no banheiro). Não faltou nem mesmo um romântico dossel para adornar a cama king size guarnecida por travesseiros e edredons de pluma individuais (uma herança tirolesa, é para ninguém ficar roubando o pedaço do outro) e muita luz de cabeceira. Sem contar, é óbvio, os roupões felpudos e pantufas, com os quais você pode perambular pelos corredores para ir e voltar do pequeno spa, que oferece jacuzzi, sauna seca e a vapor. Nada mal para um chalé no meio do nada, a 2064 metros acima do nível do mar. O sistema é de meia-pensão, com jantar à luz de vela no ambiente supercozy do restaurante do hotel. A comida, deliciosa e variada, segue a tendência gastronômica da região: uma apetitosa fusion austro-italiana. A cidade de Sëlva, a 1565 metros de altitude, é composta basicamente de uma rua principal ladeada por um comércio focado em turistas: bierhouses, onde se entornam jarras de cerveja, bares, restaurantes, lojas de roupas esportivas e de venda e aluguel de equipamentos, além de pequenas butiques de acessórios com excelentes marcas. Até delicatessen tem, vendendo de funghi porcini a suculentos prosciuttos. E, como estamos na Itália, ninguém escapa da gelateria. A atmosfera de Val Gardena é bem família, perfeita para esportistas em busca
turismo
esporte
Ao todo, são 1200 km de pistas interligadas, algumas a 2300 metros de altitude
pizseteur.com rifugiocomici.com Informações turísticas valgardena.it Top Scuola de Ski Val Gardena topskischool.it
de uma região low profile, com cenários espetaculares, privilegiada pela neve de dezembro a abril. E ainda com a vantagem de se esquiar confortavelmente, até mesmo quando as temperaturas despencam para –20ºC, porque a maioria das pistas está situada entre 1500 e 2300 metros de altitude. O vale, porém, destaca-se mesmo pela fama do circuito de Sella Ronda, um clássico na história do esqui, adequado para 90% dos usuários. É um itinerário atraente e fácil, traçado através de paisagens estonteantes e que, além de Sëlva, cruza os vilarejos de Colfosco, Corvara, Arabba e Canazei. São 23 quilômetros de pistas interligadas que podem facilmente ser percorridos em menos de seis horas, com paradas estratégicas para se admirar a vista, almoçar e tomar um drink numa terrazza de um restaurante de montanha. Alguns com alto grau de sofisticação: o Comici, por exemplo, recebe peixe fresco e frutos do mar diariamente – de helicóptero!
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Rioja
PARA TODOS OS GOSTOS Rioja é a mais emblemática região vinícola da Espanha e mistura – com sabedoria – o futuro e o passado em garrafas magistrais Por Bruno Agostini
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As linhas curvas e o teto espelhado do projeto assinado por Frank Gehry, ícone da arquitetura mundial, faz contraponto aos vinhedos que o cercam. O prédio superarrojado abriga o Marqués de Riscal, hotel que integra o complexo de uma das mais tradicionais bodegas da Espanha, na cidade de Elciego. Mais que um marco da arquitetura, o hotel de 43 quartos simboliza o que é hoje a região de La Rioja, a mais emblemática de todo o país, bem equilibrada entre o passado e o futuro. A cerca de 300km de distância de Madri, é um belo destino. E não só para os enófilos. A Espanha tem regiões produtoras de vinho, de onde saem exemplares emblemáticos: Jerez, Catalunha, Galícia... Mas nenhuma representa melhor a enologia do país quanto Rioja, a maior e mais importante. A uva Tempranillo é a grande variedade local, colhida de vinhedos que muitas vezes contam 100 anos, o que acentua a delicadeza e a personalidade do vinho produzido ali. A Marqués de Riscal é a mais famosa bodega da área conhecida como Rioja Alavessa, uma das três subregiões (as outras são Rioja Alta e Rioja Baja). Mesmo quem não se hospeda no prédio de Frank Gehry pode visitar o hotel e fazer uma bela refeição em um dos dois restaurantes que funcionam ali, um deles com uma estrela no guia Michelin. Na carta de vinhos, desde exemplares mais simples até os rótulos de alta gama, como o Barón de Chirel e o Marqués de Riscal Gran Reserva.
Na página anterior, os vinhedos que se espalham pela região; acima e ao lado, garrafa da Dinastia Vivanco e o museu da mesma bodega
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Rioja
Região de nobres, la Rioja tem outras bodegas importantes com nomes aristocráticos, como Marqués de Cáceres e Marqués de Murrieta. A primeira tem perfil moderno, mais comercial e segue a escola francesa, dando origem a rótulos premiados, como o Gaudium. A segunda é uma bodega familiar, histórica, de 1852, que produz – entre outros grandes vinhos – o mítico Castillo de Ygay, perfumada e elegante mistura de Tempranillo com Mazuelo. Visita obrigatória para quem passeia pela região, produz ainda brancos de exceção, caso do Capelanía Reserva, feito com a uva Viura, a mais importante dessa denominação. Se existem bodegas com elementos modernos, muitas ainda são totalmente apegadas à tradição. Nesse âmbito, a grande referência é a López de Heredia Viña Tondonia, que produz algumas das garrafas mais cultuadas de toda a Espanha, com longo tempo de amadurecimento, verdadeiras joias artesanais. Hoje, há vinhos de 1991 sendo vendidos no Brasil. Esta, sim, é uma visita para enófilos em busca de vinhos maduros e raridades. O Viña Bosconia é Rioja em seu ponto culminante, com delicadeza, complexidade e elegância. Faz lembrar um grande Borgonha, traço característico dos grandes vinhos da região.
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Outra referência é La Granja Nuestra Señora de Remelluri, uma propriedade histórica que mistura as variedades locais e consegue vinhos de estilo muito particular. Produção pequena, com resultados excepcionais, como o seu Gran Reserva, com longo estágio em madeira, e o branco feito com nove uvas diferentes. Para acompanhar tudo isso, o viajante logo descobre que há ótimos restaurantes. Em Logroño, a cidade mais importante da área, não faltam bares de tapas, especialmente ao redor da Calle de Laurel. Para especialidades regionais, o La Chatilla de San Agustín serve receitas tradicionais, como o ensopado de lentilhas com chorizo. Porque vinho sem boa comida não faz sentido. No alto, as instalações da Lopéz de Heredia Viña Tondonia; acima,
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uma vista geral de seus vinhedos. Na página anterior, a fachada da
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centenária bodega e um dos vinhos de Rioja, o Domeco de Jarauta
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rio de janeiro
DIVERSÃO E ARTE Noites (e dias) da Lapa carioca ganham atrativos culturais com o grupo Rio Scenarium
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”Nossa marca sempre foi a brasilidade”, diz Plínio Fróes, um dos sócios do grupo Rio Scenarium, relembrando a inauguração do primeiro bar e restaurante do grupo, em 2001. Foi uma semana de shows e exposições dedicados ao escritor Ariano Suassuna, que esteve presente durante as noites do evento. Desde então, Plínio e o sócio, Nelson Tozecki, ergueram um polo de cultura e diversão e ajudaram a transformar a Rua do Lavradio, na Lapa. Por ali, as quatro casas que criaram integram o Quarteirão Cultural, uma parte da rua onde acontecem shows e encontros ao ar livre. A Galeria Scenarium, em frente ao restaurante, foi inaugurada há um ano em um sobrado de 1874 e é um espaço dedicado à arte. Em março, começa ali uma exposição em homenagem aos 450 anos da cidade. ”Estamos correndo o mundo em busca de objetos que contem a história do Rio”, diz Plínio. O grupo começou em 1999, quando os sócios abriram a loja de antiguidades Scenarium Antiques. Em seguida veio o Rio Scenarium, mistura de bar, restaurante, casa de shows e antiquário que traduz uma parte das tradições da cidade em forma de objetos e obras de arte pendurados em suas paredes. Em 2013 a cachaçaria Mangue Seco abriu as portas, oferecendo uma carta com mais de 100 rótulos, assinada pelo especialista Paulo Magoulas. E, em outubro, surgiu mais um espaço para agitar a cena cultural da cidade: os dois empresários inauguraram uma casa noturna com pista de dança embalada, como sempre, pela boa música brasileira.
Acima, os casarões do século 19 onde
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estão algumas das casas do grupo que
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movimenta a cena cultural carioca
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R. do Lavradio, 20, Rio de Janeiro, tel. 21 3147 9000. rioscenarium.com.br
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EM MIAMI, UMA DAS COMUNIDADES ARTÍSTICAS MAIS VIBRANTES DO PLANETA. UM PERFIL DO FOTÓGRAFO CÁSSIO VASCONCELLOS. O QUE TOCA NA PLAYLIST DOS FAMOSOS E POR QUE ESTÁ NA HORA DE ASSINAR UM SERVIÇO DE STREAMING
cultura
fone de ouvido
IVAN ARCUSCHIN, ATOR E DJ “Relaciono as músicas que escuto com o ‘meu momento’. Com pessoas, lugares, situações que me influenciam e me inspiram.” • Drop The Game, Flume & Chet Faker • Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores, Geraldo Vandré • Pharell Williams, Hunter • Encore, Nicolas Jaar • Ágætis Byrjun, Sigur Rós
SOUNDTRACK Dos clássicos do jazz à música eletrônica, personalidades contam o que está balançando suas caixas de som Por Fernanda Nascimento
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GUILHERME FLARYS, SÓCIO DA GOMUS MUSIC BRANDING “Deixei de ouvir CDs e hoje escuto música principalmente em discos de vinil. Não é por purismo. Hoje temos todas as músicas no celular e no computador. Se você quer chegar em casa e entrar no ritual de ouvir música, é com o vinil.” • Lá e Cá, Moreno Veloso • Silver Timothy, Damien Jurado • Missing Pieces, Jack White • Alucinação, Belchior • My Sweet Lord, George Harrison
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AUGUSTO DE ARRUDA BOTELHO, ADVOGADO “A música faz parte da minha vida das formas mais variadas. Um dos meus investimentos é em casas noturnas e em uma delas, o Clash Club, já fizemos dezenas de shows. Do lado pessoal, além de ouvir música me fazer bem, eu costumo viajar para ver shows e festivais no mundo todo.” • O Trem Azul, Lô Borges • Tram 21, Electrelane • Steady as She Goes, Mice Parade • In the Yard, Bowerbirds • Age of Consent, New Order
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cultura
fone de ouvido
MAURO FREIRE, CABELEIREIRO “O salão é uma poluição sonora: secador rolando, pessoas falando, celulares tocando. Nesse momento eu coloco uma música num volume alto e o incrível é que todos começam a falar mais baixo e a prestar atenção. Isso confere um resultado muito mais especial ao trabalho. Todo corte tem sua trilha sonora.” • Counting Stars, One Republic • Strange Entity, Oscar and the Wolf • Close Your Eye, Miguel Miggs • Slip Away, Mario Basanov ft. Rahjwanti • Nu, Man o’To
LELÊ SADDI, BLOGUEIRA ”Eu adoro jazz, desde os mais antigos até os mais atuais.” • Everlasting Love, Jamie Cullum • Samba Saravah, Stacey Kent • La Javanaise, Madeleine Peyroux • Cry Me a River, Ella Fitzgerald • My Funny Valentine, Chet Baker
RICA AMABIS, PRODUTOR MUSICAL ”Música é minha terapia, meu trabalho e minha diversão.” • Baltimore, Nina Simone • Novas Auroras, Nação Zumbi • Tiro, Gui Amabis • Lucifernandis, Boogarins • Two Against One, Danger Mouse ft. Jack White and Norah Jones
MICHEL SAAD, EMPRESÁRIO “Desde pequeno brincava com os discos de vinil dos meus pais, gravava fitas e colocava nas festas de amigos. Dos 23 aos 38 anos fui DJ profissional e toquei em diversos clubs no Brasil e no mundo, incluindo Ibiza, Hong Kong e Nova York. Meu gênero preferido como profissional sempre foi house e suas vertentes mas, na minha vida pessoal, sou eclético, visitando bossa nova, MPB, soul, indie, disco e jazz.” • Emotional Rescue, Rolling Stones • Passing on the Screen, Club De Beluga • That’s All, Genesis, • Go On Then, Kate Simko • Blue Shadow, Chaim
CLAUDIA JAGUARIBE, FOTÓGRAFA “Meu gosto é totalmente bagunçado, mas aqui vai o que gosto de ouvir.” • Love Is a Losing Game, Amy Winehouse • Você é Linda, Caetano Veloso • Sozinho, Caetano Veloso • Te lo Agradeszco Pero No, Alejandro Sanz • You Make it Easy, AIR
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SOUTH BEACH MEETS BROOKLYN A poucos minutos da praia mais badalada de Miami, Wynwood é uma comunidades artística fervilhante. Cheia de eventos e gente descolada, mostra que nem só de compras e parques de diversões vive a Flórida Por Rosa Jorge
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Acima, uma das dezenas de paredes grafitadas do bairro, esta feita pela dupla brasileira OSGEMEOS; na página anterior, Wynwood Walls, onde o bairro começou a se formar
Mais de 70 galerias de arte e centros culturais, uma respeitável seleção de restaurantes, lojas bacanas e ateliês de moda, design e tecnologia. E, de quebra, a fama de ser uma das comunidades criativas mais vibrantes do planeta. Perto de Downtown Miami e sem o apelo de consumo e glamour do litoral cintilante de South Beach, o distrito de Wynwood vem se firmando como um dos pontos mais descolados da Costa Oeste de Miami. O lugar é responsável, junto com a feira de Art Basel, por mudar a imagem da cidade frente ao mundo. Foi a criação das paredes grafitadas Wynwood Walls, em 2009, o pulo do gato que colocou o bairro no mapa cultural do planeta. Os painéis monumentais, ilustrados e coloridos por cerca de 50 artistas de 16 países estão destronando os edifícios art déco da orla da cidade e se tornando o principal cartão-postal de Miami. Idealizadas pelo empresário Tony Goldman, cujo negócio consistia em dar novo impulso a áreas degradadas de grandes centros urbanos, as Wynwood Walls formam um complexo de 7,5 mil metros quadrados de paredes externas de galpões sem janelas. Exibem traços
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de artistas do quilate dos brasileiros OSGEMEOS e do norte-americano Shepard Fairey, autor do pôster azul e vermelho com a inscrição “Hope”, da campanha de Barack Obama à presidência dos EUA, em 2008. A sequência forma, possivelmente, a maior galeria de arte urbana a céu aberto do mundo. Goldman, que morreu em 2012, era um admirador de grafite e de outras variações de street art, gênero que considerava historicamente subvalorizado. Em 2009, abriu um restaurante em Wynwood, o italiano Joey’s, ainda hoje em pleno funcionamento, com pizzas, massas e paninis no cardápio, mais uma carta de vinhos do Veneto, do Piemonte e da Sardenha. O empreendimento surgira na esteira do movimento de outro empresário, David Lombardi, do setor imobiliário, que começou a comprar e reformar galpões abandonados no bairro, um antigo enclave de imigrantes porto-riquenhos e de confecções. Depois da reforma, David alugava tudo para artistas por preços camaradas. Estúdios e galerias começaram a se instalar na região. Inclusive o brasileiro Romero Britto, que abriu seu ateliê
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central em Wynwood em 1998. “Tive a sorte de me juntar cedo à comunidade, e tem sido inacreditável ter um papel de pioneirismo no sucesso da área”, disse Britto, cuja arte marcada por traços e cores fortes virou também um emblema de Miami. “Vivo rodeado de inspiração todos os dias.” Especialmente durante a Art Basel, sempre em dezembro, o bairro é invadido por curadores, diretores de museus, artistas de toda parte, colecionadores de arte, galeristas. Mas, durante todo o ano, o público local é composto de “caçadores de tendências, pessoas inteligentes e socialmente engajadas”, diz Vivian Marthell, ativista cultural, integrante do Conselho Administrativo de Wynwood e codiretora de O Cinema, que exibe filmes de arte independentes que não passam em outras salas da cidade. Por causa do cenário colorido ficou corriqueiro no bairro ver editoriais de moda sendo fotografados e peças publicitárias em processo de filmagem.“Wynwood é um lugar de arte urbana e cultura”, diz Vivian Marthel.
“E celebra artistas que, de outra forma, teriam problemas com a lei”, continua, lembrando que, em Miami, grafite é proibido e energicamente reprimido. Em algum momento entre a fundamental visita às Wynwood Walls, as caminhadas para explorar lojas de roupas nada convencionais e a caçada às galerias, Vivian recomenda um café no Panther Coffee, empreendimento de um casal de baristas, Joel e Leticia Pollock, que compra grãos de cooperativas formadas por fazendeiros cujas propriedades eles fazem questão de conhecer pessoalmente. “É um lugar para ver os realizadores e agitadores de Wynwood.” As galerias Gallery Diet e Emerson Dorsch, com cuidadosas exposições de arte contemporânea local e internacional, merecem compor o roteiro. A The Margulies Collection at the Warehouse, aberta em 1999 com um acervo de fotografias, vídeos e instalações, tem no catálogo Pier Paolo Calzolari, Joan Miró e Olafur Eliasson. Uma ajuda providencial
Wynwood Arts District wynwoodmiami.com Wynwood Walls thewynwoodwalls.com Joey’s joeyswynwood.com O Cinema o-cinema.org Panther Coffee panthercoffee.com Gallery Diet gallerydiet.com Emerson Dorsch dorschgalery.com The Margulies Collection at the Warehouse margulieswarehouse.com Wynwood Art Walk wynwoodartwalk.com Wynwood Kitchen&Bar wynwoodkitchenandbar.com Wood Tavern woodtavernmiami.com Shikany shikany.com
Acima,em sentido horário, um dos eventos ao ar livre do bairro,;o Panther Coffee; o bar Wood Tavern e o restaurante Wynwood Kitchen & Bar;. Abaixo, instalação do Arts and Video Nights. Na página anterior, exposição de arte contemporânea na Gallery Diet
para conhecer melhor Wynwood – ou, pelo menos, para pular de galeria em galeria com um mínimo de orientação e sequência narrativa – é oferecida no Art Walk, tour a pé pelo bairro que ocorre todo segundo sábado do mês. No quesito gastronomia, o próprio Tony Goldman foi o responsável por abrir um dos restaurantes mais badalados, o lindo Wynwood Kitchen & Bar. Praticamente uma extensão das Wynwood Walls, grafitado por dentro e por fora, que mistura no cardápio a latinidade do chef venezuelano Miguel Aguilar e a co-
mida americana. Tem empanada, hamburguer, lula frita, guacamole e molho barbecue, além de coquetéis memoráveis. Também em ambiente bem decorado, o Shikany propõe uma cozinha minimalista, mas complexa, internacional e com apresentação caprichada. Antes de deixar Wynwood, escolha uma das mesas no pátio do Wood Tavern, um bar com apresentações de música ao vivo. Peça uma cerveja ou um coquetel para relaxar. Afinal, como define Vivian Marthell, é preciso “beber e ruminar sobre toda a arte que você acabou de ver”.
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streaming
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cultura
MÚSICA NO VAREJO Se alguém ainda estava em dúvida se comprava ou não o novo CD de seu artista preferido,o Google colocou uma pedra no assunto ao lançar por aqui, no último mês de novembro, seu serviço de streaming de músicas, o Google Play. Assim, uniu-se ao Spotify, lançado no País no primeiro semestre de 2014, e ao Rdio, que chegou no final de 2013. Para que ir até a loja buscar mais uma caixinha para guardar na estante se todas as músicas do mundo estão ao alcance de seu smartphone? Ainda se vendem 200 milhões de CDs por ano no mundo. Mas em dez anos o número cairá para 1% desse total, segundo a IFPI.org, uma organização internacional que representa 1 300 gravadoras. Em média, os serviços de streaming têm de 30 a 35 milhões de canções armazenadas e milhares são acrescentadas semanalmente. Spotify, Deezer, Rdio, Google Play e Pleimo, uma criação brasileira, são alguns deles. E um pouco mais deve vir por aí, já que a Apple comprou o Beats Music, plataforma que deve começar a rodar em seus aparelhos a partir de 2015. Os números não mentem: os usuários amam. E como não amar? Em alguns segundos, é possível baixar o aplicativo e ter milhões de canções gratuitamente. Com uma assinatura paga, fica melhor ainda: você pode fazer suas playlists e ouvi-las mesmo quando estiver sem acesso à internet e ainda compartilhar com os amigos. E os músicos? Aí começa outra história. Apesar de disponibilizarem seu trabalho para os assinantes, muitos resistem ao ver seus ganhos caírem. Beyoncé liberou, de cara,
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Todas as canções do mundo ao alcance de seu smartphone. Com a chegada dos maiores serviços de streaming ao Brasil, está na hora de aposentar de vez aquela estante de CDs Por Barbara Oliveira
Como funcionam os principais serviços Google Play Música São 30 milhões de músicas no catálogo, disponíveis para Android, iOS e computadores. O usuário cria sua rádio personalizada e suas playlists. É possível guardar até 20 mil canções no arquivo pessoal na nuvem e comprar faixas ou para ouvir off-line. Rdio A versão gratuita dá direito a músicas como numa rádio e a seguir a programação musical de alguns famosos, como Chay Suede, Seu Jorge e Mart’nalia. Roda em celulares e computadores. O plano pago permite fazer downloads de faixas e álbuns. Deezer Roda em várias plataformas, até em TVs e, mesmo no plano gratuito, o ouvinte pode escolher as faixas que quer ouvir. É amigável e acessível para pessoas não tão acostumadas com a tecnologia. Ele faz ainda uma seleção personalizada, de acordo com seu gosto musical. Spotify Se tiverem um plano Premium, os usuários podem fazer download de playlists, álbuns e faixas e sincronizar em três dispositivos para ouvir off-line, sem pagar mais por isso. O arquivo baixado fica armazenado na nuvem. A interface é intuitiva e sem complicações.
várias faixas de seu novo álbum via Spotify, para seus 50 milhões de usuários no mundo (12,5 milhões pagantes). Já Taylor Swift, a loirinha country-pop superganhadora do Grammy, esnobou o serviço ao retirar todo o seu acervo do Spotify e excluir o novo álbum, 1989, de todos os aplicativos similares. “Música é arte, arte é importante e rara. Coisas valiosas deveriam ser pagas”, disse ela, em um artigo publicado no Wall Street Journal, justificando a retirada. Ao todo, as músicas de Taylor estavam nas listas de 19 milhões de usuários do Spotify. Outros famosos, como David Byrne, Adele e Beck, também fazem restrições ao streaming por receberem menos de US$0,1 por música tocada nos sites. É, não dá para amar incondicionalmente. Para o diretor do Deezer na América Latina, Mathieu Le Roux, com o tempo o usuário pode assinar o serviço e contribuir para remunerar os artistas. Em 2013, cerca de 28 milhões de pessoas pagaram mensalidades nesses sites, 40% a mais do que em 2012. Como regra geral, eles destinam 70% da receita com assinaturas (em média, R$14,90 mensais) e com anúncios para pagamento dos direitos autorais. O Spotify afirma ter enviado US$2 bilhões em direitos desde 2008. O serviço também paga royalties proporcionais à popularidade do artista. Amado ou não pelos músicos, o caminho de ouvir qualquer música, em qualquer lugar (muitas vezes de graça) não tem volta. É atraente demais para que o público faça uma escolha diferente. Ainda que uma estrela ou outra fique fora de sua playlist.
Beyoncé, que já lançou álbum exclusivaente no iTunes, disponibilizou algumas faixas de seu mais recente disco no Spotify
Pleimo É um serviço para estimular a carreira de músicos independentes do mundo inteiro. Sua política de distribuição digital remunera o artista a partir dos assinantes. Ao pagar o plano mensal o usuário escolhe a banda favorita do mês e destina 20% desse valor para ela. Pode ser acessado em computadores, tablets ou em celulares – pelos aplicativos iOS e Android.
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COM OS PÉS NO CHÃO
Na equipe do novo longa do cineasta Hector Babenco e desde junho sem viajar de helicóptero, o fotografo Cássio Vasconcellos sente saudades do céu Por Nina Rahe
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Acima, A Praia, de 2007, fotomontagem feita a partir de diversas imagens de praias brasileiras
Desde o final de novembro, o fotógrafo paulistano Cássio Vasconcellos anda muito ocupado. Responsável pelo registro fotográfico das filmagens do novo longa de Hector Babenco, Meu Amigo Hindu, ele tem se habituado a uma rotina extensa de trabalho, com diárias que chegam a 12 horas. Aos 49 anos, conhecido por seu vasto acervo de imagens aéreas, Cássio está há mais de seis meses sem voar de helicóptero, que é quase um instrumento de trabalho. Ele considera o período uma eternidade. Apaixonado pela aeronave desde menino, relembra que seu brinquedo favorito na infância era um helicóptero que dava voltas em torno de uma haste, o Vertiplano. Como repórter fotográfico da Folha de S. Paulo, em 1988, dispendia parte de seu tempo buscando pautas que precisassem de imagens aéreas. Sua primeira viagem aconteceu um ano depois, para registrar do alto o terreno de um amigo de seu pai, em Itu.
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Acima, registro aéreo dos morros do Rio, em 2010; à esquerda, fotos noturnas de São Paulo e um retrato do profissional. Na página ao lado, Nova York clicada durante um voo, em 2006
“Fiquei completamente alucinado. Assim que o voo acabou, decidi que aprenderia a pilotar. Durante dias, não conseguia pensar em outra coisa”, lembra. Hoje, com 34 anos de carreira (18 deles com brevê), são mais de 800 horas de voo fotografando. Cássio já sobrevoou todas as regiões do País, tem registros de 95% do litoral brasileiro, além de países como EUA, Argentina e Chile. Em uma dessas viagens, levou 15 dias do Canadá até o Brasil. O trajeto deveria demorar uma semana, mas a aeronave foi parando pelo caminho, enquanto o fotógrafo registrava tudo. A quantidade de fotos aéreas que acumula? “Impossível quantificar”, diz. Uma delas, da cidade de Nova York, foi escolhida como um dos pôsteres do filme A Origem, com Leonardo DiCaprio. Há oito anos, Cássio se mudou para o 28º andar de um prédio no centro de São Paulo. De sua janela, é possível ver mais de 15 helipontos. Nos três primeiros anos por ali, costumava registrar a vista privilegiada da cidade. De lá se veem os bairros do Brooklyn e do Morumbi, o aeroporto de Congonhas e a Avenida Paulista. “Se encontrasse um edifício de cinquenta andares, escolheria o último para morar.” Assim como o helicóptero, a fotografia surgiu cedo em sua vida. Quando tinha quinze anos, seu pai, dono de uma galeria, apareceu em casa com uma Polaroid S-X70, o
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mesmo modelo utilizado pelo artista norte-americano Andy Warhol. Cássio tem até hoje um retrato seu, o primeiro clicado pelo pai, e guarda na memória uma viagem para Serra Negra, no interior de São Paulo, onde fotografou um pouco de tudo. “Foi algo muito natural. Não era uma preocupação, mas a composição aparecia de forma instintiva”, lembra. Na época do vestibular, a dúvida se deveria ou não cursar uma faculdade foi motivo de indignação na família. “Para meu pai, eu tinha nascido para a fotografia e a universidade seria perda de tempo.” Cássio vê seu trabalho como pretexto para chegar a lugares onde, sem a câmera, não seria possível estar. Entre outras histórias, como fotógrafo conseguiu autorização para clicar o Cemitério do Araçá durante a noite, o Autódromo de Interlagos na madrugada e a cabeceira da pista de Congonhas após o fechamento. As imagens são sua forma de expressão, “onde tudo flui naturalmente”, diz. Apesar da proximidade atual com o cinema, Cássio gosta mesmo é do recorte, dos fragmentos de uma história que sua câmera produz. Se lhe pedem que escreva algo, sofre e diz que não consegue fazer um trabalho bem feito. Agora, quando o pedido é uma imagem, aí está em sua praia.”Saio feliz da vida.”
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SHOPPING AS JOIAS PODEROSAS DE ARA VARTANIAN, PRODUTOS (LINDOS) FEITOS PARA DURAR. UMA SELEÇÃO PARA LEVAR O MELHOR DESIGN PARA A SUA CASA
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BLACK BEST
UMA JOIA ATEMPORAL, UMA BICICLETA ARTESANAL SUPERRESISTENTE, MALAS QUE VÃO ACOMPANHÁ-LO POR UMA ETERNIDADE DESTA EDIÇÃO É FEITA PARA DURAR Por Alexandre Montanher Edição Lia Guimarães
FOTOS DIVULGAÇÃO
A tradicional marca alemã Leica se uniu à franco-italiana Moncler para desenvolver a nova Leica X Edition Moncler, produzida em edição limitada, com apenas 1500 unidades e um estilo imbatível. Compacta e leve, a câmera tem 16.5 megapixels, autofoco e função de filmagem em HD. Perfeita para viagens. leica-camera.com
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black selection
A centenária grife de malas e acessórios Rimowa lança uma versão de sua linha Limbo. Simples e sofisticadas, vêm em seis tamanhos, sempre na cor cream white. São feitas de policarbonato com moldura de alumínio e contam com o sistema multiwheel – rodinhas que giram 360º e deixam a mala superleve. rimowa.com
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A bike artesanal Abici Fuga tem trĂŞs camadas de pintura, selim de couro, pedais de alumĂnio e luzes de LED. A novidade estĂĄ no sistema flip-flop, que permite passar de roda fixa para livre facilmente, de acordo com o uso. abici-italia.it
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black selection
O anel Panthère, da maison Cartier, é feito de ouro branco 18K e cravejado com 292 diamantes. A pantera estilizada, símbolo da grife, vem ainda adornada com esmeraldas e ônix, em um total de 16K. cartier.com.br
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As férias ficam mais sofisticadas com a bolsa de viagem da britânica Burberry, feita de couro tingido à mão, com uma base estruturada que garante a durabilidade e alças que permitem usá-la em sentido horizontal ou vertical. br.burberry.com
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perfil
ara vartanian
BRILHO PRÓPRIO FOTOS DANIEL KLAJMIC
Ara Vartanian aproveitou a familiaridade com a joalheria para criar um estilo só dele, totalmente artesanal, admirado por famosas como Sharon Stone e Kate Moss
Ele bem que tentou resistir em seguir a tradição joalheira da família Vartanian. Desde criança, Ara passava tardes na loja de pedras da famíla libanesa, onde o pai vendia gemas e a mãe desenhava joias. Anos depois, deixou a história para trás e foi para Boston, estudar economia. ”Eu assisti ao filme Wall Street e achei que a vida no mercado financeiro era incrível. Fui atrás disso [risos]”, diz, sentado em seu ateliê, em uma rua discreta do bairro Jardim Paulistano, em São Paulo. Mas a carreira em finanças não foi muito longe. ”Quando voltei para cá, depois de estudar fora, entendi o que tinha que fazer”, diz. Escolheu abrir a joalheira com seu nome. Se o ramo foi o mesmo que o da família, o estilo é bem diferente. Ara imprimiu às suas criações um jeito bastante diverso das joias feitas pelo irmão, Jack Vartanian, ou das coisas que a mãe, Lena, criava. ”Eu imagino as peças a partir de uma pedra que escolho. Essa é a essência das minhas criações”, conta, sobre suas joias
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Por Fabiana Corrêa
Acima, a sala de estar do ateliê de Ara, em São Paulo; abaixo, brinco em ouro branco com tanzanitas e diamantes brancos; à direita, anel
FOTOS DIVULGAÇÃO
duplo de ouro, esmeralda e diamantes
artesanais, feitas com microscópio, o que aumenta a precisão de cada detalhe. Por isso é que Ara evita olhar livros e catálogos com referências ou mesmo as vitrines de outras joalherias quando quer conceber um novo anel ou um bracelete. ”Gosto de estar com a cabeça limpa de tudo o que vi antes, quero partir apenas do que escolhi desenhar, não de algo que já foi feito antes.” Seu ateliê é uma prova do gosto pelo design: quem vê Ara por ali logo sabe que a carreira de números e finanças não poderia ter dado certo. Foi ele mesmo quem decorou tudo, garimpando móveis Zalszuping em leilões e trazendo tapetes coloridos de suas viagens para a Escandinávia. Além disso, participou da concepção arquitetônica do espaço. Para que as clientes que visitam seu ateliê tenham a mesma experiência de ”mente limpa” que ele experimenta ao desenhar, Ara criou uma espécie de caixa forte na antessala. ”Eu projetei um túnel escuro, algo que isole a pessoa que entra aqui de tudo o que ela viu antes”, diz. Tanto cuidado é mais do que necessário para encantar as mulheres de bom gosto – e ótimas referências – que passam por ali. Suas clientes vão desde senhorinhas elegantíssimas em tailleurs de tweed, até personalidades hypadas, caso das modelos Kate Moss e Naomi Campbell e da atriz Sharon Stone, que deram um jeito de fazer umas comprinhas por ali em suas passagens pelo Brasil.
Ara Vartanian ara.com.br
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MAS QUE BELEZA Produtos que irão elevar sua casa – e seu píer – ao posto de galeria de arte contemporânea Por Alexandre Montanher Edição Lia Guimarães
BEOPLAY S8,POR TORSTEN VALEUR
FOTOS DIVULGAÇÃO
O stereo system é composto de duas caixas satélites e um subwoofer. A inovação está em seu design circular que produz um som incrível. Além de impressionar pela estética, foi produzido para reverberar seus 280W de potência sonora com intensidade em qualquer ambiente. bang-olufsen.com
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DAYBED NESTREST, POR DEDON Ideal para áreas externas, este ninho de aconchego gigante, dos designers Daniel Pouzet e Fred Frety, é feito de fibra nas cores branca ou natural. Pode ficar apoiado sobre sua base – no chão – ou suspenso. Relaxe, descanse, medite ou simplesmente balance. Sempre ao ar livre! dedon.de
WALLY//ONE Traços retos, cores neutras e design minimalista são as características que marcam a lancha Wallyone. O interior tem acabamento de couro nobuck e os acessórios são de aço cetim. Por fora, deck de nível único de madeira, perfeito para relaxar e curtir uma tarde em meio ao mar aberto. wally.com
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UPHOLSTERED PEACOCK, POR HANS J. WEGNER Feita apenas com materiais naturais, como fibras de linho, tiras de juta, folhas de palmeira e algodão, a Upholstered Peacock é uma interpretação da clássica Peacock pp550, de 1947. Mantendo a mesma estrutura da original, a alteração ficou na cobertura com acolchoado para deixar a poltrona mais suave e confortável. danishdesign.com.br
MESA ANTIGONE, POR PIERRE PAULIN Com base estruturada de madeira maciça e tintura de faia na cor preta, a peça apresenta um design clássico e contemporâneo. O tampo de vidro combina com sua base geométrica e ajuda a modernizar o ambiente. ligneroset.com.br
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surpreenda
Os clientes MasterCard® Black poderão saborear as delícias dos melhores restaurantes do País pagando apenas um prato principal – o do acompanhante é por nossa conta. Basta cadastrar-se no site www.naotempreco.com.br/ surpreenda e efetuar a sua reserva pelo MasterCard Black Concierge, pelo telefone 0800 725 2025. Confira a seguir a lista dos restaurantes participantes
SÃO PAULO A FIGUEIRA RUBAIYAT R. Haddock Lobo, 1738 Tel. 11 3087 1399 rubaiyat.com.br AMORIM CHÉRI BISTRÔ E PATISSÊRIE R. Augusta, 2321 Tel. 11 3061 3283 amorimcheri.com.br ANTONIETTA EMPÓRIO RESTAURANTE R. Mato Grosso, 402 Tel. 11 3214 0079 antoniettasp.com.br AROLA 23 Tivoli São Paulo Al. Santos, 1437, 23° andar Tel. 11 3146 5923 tivolihotels.com ÁVILA STEAK HOUSE R. Bandeira Paulista, 520 Tel. 11 3071 0728 avilasteakhouse.com.br
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BABY BEEF RUBAIYAT Al. Santos, 86 Tel. 11 3170 5100 Av. Brigadeiro Faria Lima, 2954 Tel. 11 3165 8888 rubaiyat.com.br BACALHOEIRO R. Azevedo Soares, 1580 Tel. 11 2293 1010 bacalhoeiro.com.br
CARLINI R. Dona Ana Néri, 265 Tel. 11 2337 6793 R. Monte Alegre, 835 Tel. 11 3801 3750 DIBACO CARNES E VINHOS R. Cardoso de Almeida, 1065 Tel. 11 3569 0024 dibaco.com.br
BRACIA PARRILLA R. Azevedo Soares, 1008 Tel. 11 2295 0099
EAT Av. Dr. Cardoso de Melo, 1191 Tel. 11 5643 5353 emporioeat.com.br
C–CULTURA CASEIRA Av. das Nações Unidas, 13301 Tel. 11 2838 3203 saopaulo.grand.hyatt.com.br
EAU FRENCH GRILL Av. das Nações Unidas, 13 301 Tel. 11 2838 3207 saopaulo.grand.hyatt.com.br
CAFÉ JOURNAL Al. dos Anapurus, 1121 Tel. 11 5055 9454 cafejournal.com.br
ECULLY R. Cotoxó, 493 Tel. 11 3853 3933 ecully.com.br
ILUSTRAÇÕES MARCELO PITEL
Surpreenda restaurantes
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FIGO R. Diogo Jacome, 372 Tel. 11 3044 3193 figogastronomia.com.br
L’AMITIÉ R. Manoel Guedes, 233 Tel. 11 3078 5919 lamitie.com.br
FOLHA DE UVA R. Bela Cintra, 1435 Tel. 11 3062 2564 folhadeuva.com.br
LA PASTA E ORMAGGIO Av. Rebouças, 3970, Shopping Eldorado, 3º piso Tel. 11 2197 6094 lapastaeformaggio.com.br
GHEE R. Jerônimo da Veiga, 248 Tel. 11 2197 7577 ghee.com.br GRAND CRU BISTRÔ Al. Araguaia, 1443, 1º andar Tel. 11 4191 8707 grandcrualphaville.com.br Al. dos Nhambiquaras, 614 Tel. 11 3624 5819 grandcrumoema.com.br KILLA NOVOANDINO R. Padre Chico, 324 Tel. 11 98551 8511 killa.com.br
MANGIARE Av. Imperatriz Leopoldina, 681 Tel. 11 3034 5074 mangiaregastronomia.com.br PARIS 6 R. Haddock Lobo, 1240 Tel. 11 3085 1595 R. Haddock Lobo, 1159 Tel. 11 2548 2790 paris6.com.br PETIT PARIS 6 Al. Tietê, 279 Tel. 11 3060 9343 paris6.com.br
TANTRA Av. São Camilo, 988 Tel. 11 4702 6923 R. Piauí, 627 Tel. 11 2311 1100 R. Itapura, 721 Tel. 11 2157 2891 R. Chilon, 364 Tel. 11 3846 7112 tantrarestaurante.com.br TARSILA Hotel Intercontinental Al. Santos, 1123 Tel. 11 3179 2555 restaurantetarsila.com.br TORERO VALESE Av. Horácio Lafer, 638 Tel. 11 3168 7917 torerovalese.com.br TRATTORIA AURORA R. Aurora, 872 Tel. 11 3222 8884 trattoriaaurora.com.br
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VINO! R. Professor Tamandaré de Toledo, 51 Tel. 11 3078 6442 lojavino.com.br
BERGUT Av. Erasmo Braga, 299, Loja B Tel. 21 2220 1887 bergut.com.br
ZUCCO Av. Roque Petroni Junior, 1089 Shopping Morumbi Tel. 11 5181 1858 zuccorestaurante.com.br
BRASILEIRINHO Av. Atlântica, 3564 Tel. 21 2267 3148 CASA DA FEIJOADA R. Prudente de Morais, 10 B Tel. 21 2247 2776
RIO DE JANEIRO - RJ AMIR R. Ronald de Carvalho, 55 Tel. 21 2275 5596 amirrestaurante.com.br AZUL MARINHO R. Francisco Bering, s/nº Tel. 21 2513 5014 BARRACUDA Pq. Marina da Glória, s/nº Tel. 21 2265 3997 restaurantebarracuda.com.br
CAVIST R. Barão da Torre, 358 Tel. 21 2123 7900 Av. Afrânio de Melo Franco, 290, Loja 403, Shopping Leblon Tel. 21 3875 1566 R. Érico Veríssimo, 901, Loja A Tel. 21 2493 6161 cavist.com.br CT BRASSERIE Estrada da Gávea, 899, 3° andar São Conrado Fashion Mall Tel. 21 3322 1440 ctbrasserie.com.br
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CT TRATTORIE Av. Alexandre Ferreira, 66 Tel. 21 2266 0838 cttrattorie.com.br ESCH CAFÉ R. do Rosário, 107 Tel. 21 2507 5866 R. Dias Ferreira, 78 Tel. 21 2512 5651 esch.com.br GABBIANO Av. das Américas, 3255 Loja 142 Shopping Barra Garden Tel. 21 3153 5529 gabbiano.com.br GARDEN R. Visconde de Pirajá, 631 Loja B Tel. 21 2259 3455 gardenrestaurante.com.br GUACAMOLE R. Jardim Botânico, 129 Tel. 21 3178 3100 rio.guacamolemex.com.br
JOE & LEO’S New York City Center Av. das Américas 5.000, loja 210 Tel. 21 2432 4882 Rio Plaza Shopping Av. General Severiano, 97, Lojas 131/133 Tel. 21 2295 2706 joeleos.com.br
PARIS 6 Av. Érico Veríssimo, 725 Tel. 21 2494 7320 paris6.com.br
ALGUIDARES R. Pium-í , 1 037 Tel. 31 3221 8877 alguidares.com.br
NA MATA CAFÉ R. Marília de Dirceu, 56 Tel. 31 3654 1733 namatabh.com.br
RESTÔ IPANEMA R. Joana Angélica, 184 Tel. 21 2287 0052 restoipanema.com.br
BENVINDO R. São Paulo, 2 397 Tel. 31 2515 8883 benvindobh.blogspot.com
OLEGÁRIO SAVASSI R. Pernambuco, 1041 Tel. 31 3261 1552
JULIUS BRASSERIE Av. Portugal, 986, Loja D Tel. 21 3518 7117
TENKAI R. Prudente de Moraes, 1810 Tel. 21 2540 5100 tenkai.com.br
BUONA TAVOLA R. Alagoas, 763 Tel. 31 3261 6027 buonatavola.com.br
PROVÍNCIA DI SALERNO R. Maranhão, 18 Tel. 31 3241 2205 provincia.com.br
KI RESTAURANTE R. Fonte da Saudade, 179 Tel. 21 2535 3848 restauranteki.com.br
BELO HORIZONTE - MG
CAFÉ VIENA Av. do Contorno, 3 968 Tel. 31 3221 9555 cafeviena.com.br
SAATORE Av. Álvares Cabral, 1 181 Tel. 31 3339 3184 saatore.com.br
EPHIGENIA BISTRÔ R. Grão Pará, 20 Tel. 31 2535 3065 ephigeniabistro.com.br
TRINDADE R. Alvarenga Peixoto, 388 Tel. 31 2512 4479 trindadebrasil.com.br
LA VICTORIA R. Hudson, 675/687 Tel. 31 3581 3200 lavictoria.com.br
UDON R. Gonçalves Dias, 1 965 Tel. 31 3243 8005
LA SAGRADA FAMIGLIA R. do Rosário, 98 Tel. 21 2253 5572 lasagradafamilia.com.br OÁSIS Estrada do Joá, 136 Tel. 21 3322 3144 churrascariaoasis.com.br
2014 R. Levindo Lopes, 158 Tel. 31 3327 6766 restaurantedoano.com.br 68 LA PIZZERIA R. Felipe dos Santos, 68 Tel. 31 3291 7466 meiaoito.com.br A FAVORITA R. Santa Catarina, 1.235 Tel. 31 3275 2352 afavorita.com.br
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BRASÍLIA - DF BOTTARGA SHIS QI 05, Conj 09. Comércio Local, Bloco D, lojas 101/108 Tel. 61 3248 4828 DUE TRATTORIA CLN 209, bloco D, loja 59 Tel. 61 3532 1018 restaurantedue.com.br GAZEBO SCES Trecho 2, Lote 39 Centro de Lazer Beira Lago Tel. 61 3225 1717 restaurantegazebo.com.br LAKES SHCS CL 402, bloco C, loja 15 Tel. 61 3323 1029 lakesrestaurante.com.br
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MARCEL RESTAURANTE Av. Historiador Raimundo Girão, 800 Tel. 85 3219 7246 marcelfortaleza.com.br
GOIÂNIA - GO
NOSTRADAMUS Av. Beira Mar, 3980 Hotel Gran Marquise Tel. 85 3263 7300 restaurantenostradamus. com.br SANTA GRELHA R. Tibúrcio Cavalcante, 790 Tel. 85 3224 0249 socialclube.com.br SOBREIRO R. Manoel Queiroz, 511 Tel. 85 3234 0062 sobreirorestaurante.com.br
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PARADOR LUMIAR Estrada do Amargoso, s/nº Tel. 22 2542 4777 paradorlumiar.com.br
ASSOLUTO RISTORANTE E PIZZERIA Al. Cel. Eugenio Jardim, 300 Tel. 62 3092 8281 assoluto.com.br KABANAS RESTAURANTE E BAR R. T 3, 2693 Tel. 62 3093 3393 kabanas.com.br L’ETOILE D’ARGENT R. 146, 528 Tel. 62 3924 2626 letoiledargent.com.br
PORTO CAVE ADEGA PORTUGUESA R. 28, 210 Tel. 62 3278 2670 portocave.com RESTAURANTE IPÊ Castro’s Park Hotel Av. República do Líbano, 1520 Tel. 62 3096 2007 castrospark.com.br SANTA BRASA Av. Dom Emanuel Gomes, 33 Tel. 62 3921 2688 restaurantesantrabrasa.com.br
OLINDA - PE BEIJUPIRÁ R. Saldanha Marinho, s/nº Tel. 81 3439 6691 beijupira.com.br
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PARATY - RJ PORTO R. do Comércio, 18 Tel. 24 3371 1058
PASSO FUNDO - RS NELLA PIETRA PIZZA R. Tiradentes, 942 Tel. 54 3313 0553 nellapietra.com.br
PELOTAS - RS NELLA PIETRA PIZZA R. Gal. Teles, 521 Tel. 53 3222 0021 nellapietra.com.br
PORTO ALEGRE - RS FAZENDA BARBANEGRA R. Tenente Cel. Fabrício Pilar, 791 Tel. 51 3333 0492 fazendabarbanegra.com.br HOUSE CAFÉ & BISTRÔ R. Dona Laura, 19 Tel. 51 8241 2242 housecafebistro.com.br
JOE E LEO’S R. Túlio de Rose, 80 Tel. 51 3362 6297 joeleos.com.br NELLA PIETRA PIZZA R. Marques do Pombal, 386 Tel. 51 3026 6000 Av. Copacabana, 800 Tel. 51 3095 2345 nellapietra.com.br PORTO ALEGRE BISTRÔ R. Olavo Barreto Viana, 18 Tel. 51 2121 6060 SHARIN R. Felipe Neri, 332 Tel. 51 3333 8596 sharin.com.br
DOMINGOS RESTAURANTE R. Beijupirá, s/nº Tel. 81 3552 1464 restaurante. domingosrestaurante.com.br PRAIA DOS CARNEIROS - PE BEIJUPIRÁ Pontal dos Carneiros, s/nº Tel. 81 3676 1461 beijupiracarneiros.com.br
RECIFE - PE BARBARICO BONGIOVANNI Av. Domingos Ferreira, 2655 Tel. 81 3325 4268 barbarico.com.br
PORTO DE GALINHAS - PE BEIJUPIRÁ R. Beijupirá, s/nº Tel. 81 3552 2354 beijupiraporto.com.br
MINGUS R. Atlântico, 102 Tel. 81 3465 4000 mingus.com.br NABUCO Av. Boa Viagem, 1906 Tel. 81 2121 2618 restaurantenabuco.com.br
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NEZ BISTRO Pça. de Casa Forte, 314 Tel. 81 3441 7873 nezbistro.com.br TAPA DE CUADRIL Av. Conselheiro Aguiar, 1089 Tel. 81 3326 0250 RIO GRANDE - RS NELLA PIETRA PIZZA R. Domingos de Almeida, 724 Tel. 53 3232 0100 nellapietra.com.br SALVADOR - BA 496 GRILL & BAR Av. Lafayette Coutinho, 496 Tel. 71 3018 0496 496grillebar.com.br ERCOLANO R. Alexandre Herculano, 29 Tel. 71 3012 4260 FARID Salvador Shopping Av. Tancredo Neves, 3133 Tel. 71 3019 9928 faridrestaurante.com.br
FERRAZ GASTRONOMIA CONTEMPORÂNEA R. Ceará, 339 Tel. 71 3355 0027 ferrazrestaurante.com.br MISTURA R. Professor de Souza Brito, 41 Tel. 71 3375 2623 restaurantemistura.com.br RESTAURANTE 33 Salvador Shopping Av. Tancredo Neves, 3133 Tel. 71 3019 5289 restaurante33.com.br TABOADA BISTROT R. José Taboada Vidal, 9 Tel. 71 3334 7846
SANTA MARIA - RS NELLA PIETRA PIZZA R. Tuiuti, 2335 Tel. 51 3026 2999 nellapietra.com.br
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ASSISTÊNCIA 24 HORAS Seu cartão MasterCard® Black lhe dá direito a seguros e benefícios exclusivos que garantem tranquilidade e conforto na hora de viajar
SALA VIP Devido à reforma do Terminal 1 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o atendimento do Black Lounge está sendo realizado no Terminal 2, no corredor de Vip Lounges. Portadores do cartão MasterCard Black (titular ou adicional, portando o cartão) e seus dependentes diretos com até 16 anos têm acesso liberado ao espaço exclusivo no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, diariamente, das 6h às 23h30. Acompanhantes (limite máximo de três pessoas por cartão) pagam taxa de R$67 por pessoa. Em breve novo espaço.
MASTERSEGURO DE AUTOMÓVEIS Ao alugar um carro em qualquer lugar do mundo com seu MasterCard Black, o seguro fica por nossa conta. Com o benefício, a cobertura é de até US$75 mil contra danos, no caso de colisão acidental, roubo ou vandalismo. MASTERSEGURO DE VIAGENS Ao comprar suas passagens por intermédio de uma empresa de transporte comum com o seu cartão MasterCard Black, você, cônjuge e filhos dependentes estão automaticamente protegidos contra acidentes: a ampla cobertura chega a US$1 milhão.
SEGURO MÉDICO EM VIAGENS – MASTERASSIST BLACK Com a cobertura do Seguro Médico em Viagens – MasterAssist Black não há com o que se preocupar: você, cônjuge e filhos dependentes estão protegidos em até US$150 mil para gastos com despesas médicas e ofertas de cobertura adicional para convalescença em hotel, repatriação emergencial, transporte VIP, custos de emergências com viagens para familiares e muito mais.
PROTEÇÃO DE BAGAGEM Bagagem extraviada? O MasterCard Black oferece cobertura de até US$3 mil para perda ou US$600 por atraso das malas despachadas (acima de 4 horas). Além disso, fique tranquilo: um grupo especializado está a postos para ajudá-lo nas buscas.
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Você pode contactar o MasterCard Black Concierge pelo telefone 0800 725 2025. Termos adicionais, condições, limitações e exclusões são aplicáveis.
SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA EM VIAGENS Perdeu as passagens, o passaporte ou a carteira? Precisa consultar um médico ou um advogado que fale sua língua? Teve uma emergência e não sabe quem procurar ou não conhece o idioma local? Basta um telefonema e nós ajudamos com as providências necessárias para que você possa aproveitar sua viagem ou, caso seja necessário, voltar para casa o mais rápido possível. INCONVENIÊNCIAS EM VIAGENS Surgiu um imprevisto e você precisa cancelar ou adiar sua viagem? Seu cartão MasterCard Black cobre suas despesas em até US$3 mil por cancelamento. A empresa aérea atrasou o embarque? O MasterCard Black pode reembolsar até US$200 em despesas resultantes de atrasos acima de 4 horas.
PROTEÇÃO EM CAIXAS ELETRÔNICOS Se você for vítima de assalto durante o uso ou até 2 horas depois de utilizar o caixa eletrônico, recebe o dinheiro roubado no valor de até US$1 mil por ocorrência. Em casos extremos, seu MasterCard® Black ainda oferece uma cobertura de US$10 mil. GARANTIA ESTENDIDA Dobre a garantia de suas compras por até um ano extra além do prazo original. Clientes MasterCard® Black têm cobertura de até US$2,5 mil por ocorrência. PROTEÇÃO DE COMPRAS As compras realizadas com seu MasterCard Black estão protegidas em caso de roubo ou danos acidentais, durante 90 dias após a data da transação, com cobertura de até US$5 mil.
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BUSCA DE OBJETOS
INDICAÇÕES DE PRESENTES
Se você estiver com dificuldade para encontrar algum artigo, como livros com edição esgotada e utensílios de arte, seu concierge poderá lhe ajudar a localizar e providenciará a entrega desses itens no destino que você preferir.
Se o momento exigir um presente especial, o concierge pode lhe sugerir onde comprar. Se faltar ideia, não se preocupe. Também damos sugestões de presentes diferenciados e específicos para a pessoa que você deseja agradar.
ASSISTÊNCIA MÉDICA
TRADUÇÕES DE EMERGÊNCIA
Para uma viagem sem preocupações, mesmo na ocorrência de algum imprevisto, o concierge fornece uma rede global de indicações de clínicos gerais, dentistas, hospitais e farmácias do local onde você estiver.
Conhecer o idioma do país visitado faz parte da preparação para uma viagem internacional. Mas imprevistos com a língua estrangeira podem ocorrer. Se for o caso, o MasterCard Black Concierge pode lhe oferecer interpretação de emergência ou até mesmo indicação de tradutores.
RESERVA EM RESTAURANTES INFORMAÇÕES TURÍSTICAS
Se você optar por um jantar especial, o MasterCard Black Concierge pode indicar restaurantes e dar informações sobre sua localização, além de auxiliar nas reservas.
Antes mesmo de sair de casa, você já pode se manter informado sobre seu destino com o MasterCard Black Concierge, que lhe oferece indicações sobre o local de sua viagem e todos os requisitos necessários para embarcar: protocolo, etiqueta e avisos culturais, além de informações sobre documentação, vacinas e taxas de câmbio quando você precisar.
COMPRA DE INGRESSOS Para conhecer mais a cultura de cada local, nada melhor do que visitar museus ou assistir a espetáculos de teatro, música e dança. Na hora da compra, não hesite, ligue para a MasterCard e saiba como conseguir seus ingressos.
CAMPOS DE GOLFE
Se seu intuito for comprar e conhecer as melhores lojas do país visitado, nós sabemos onde você encontra os menores preços com qualidade. E tem mais: as lojas indicadas por nosso concierge são selecionadas a partir de comparações de preços para você economizar sempre.
Para quem aproveita a viagem com uma boa partida de golfe o Concierge conta com indicações de campos públicos e semiprivados nas principais cidades. Uma boa oportunidade para sair da rotina e conhecer os melhores do mundo.
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LOJAS COM OS MELHORES PREÇOS
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depoimentos
AO SEU DISPOR Deixou o celular com todas as fotos da viagem no carro alugado ou se lembrou do aniversário da esposa em cima da hora? O Concierge MasterCard Black faz de tudo para ajudá-lo a conseguir dar um jeito. Veja algumas histórias reais de quem já usou o serviço DE ÚLTIMA HORA Um cliente ligou para o serviço de Concierge tarde da noite. Ele precisava de uma reserva, para o dia seguinte, em um dos restaurantes mais requisitados de São Paulo, onde as mesas se esgotam com grande antecedência. O motivo era especial: seria aniversário da esposa e ele precisava de uma comemoração à altura da importância da data, mas não havia planejado nada. O Concierge conseguiu a mesa, sugeriu a compra de um presente e garantiu sua entrega, junto com um belo buquê de rosas importadas, na mesa do casal. NO GARGAREJO A cantora Katy Perry faria um show nos EUA e o cliente gostaria de ter acesso aos assentos especiais. Como seu cartão, emitido aqui no Brasil, não dava esse acesso, ele ligou para o serviço de Concierge, que conseguiu um desses lugares por meio de seus contatos em Nova York. E ele pôde ver o show no melhor lugar da casa.
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LEMBRANÇAS RESGATADAS Durante uma viagem de uma semana a Miami, o cliente esqueceu o celular – com todas as suas fotos – dentro de um carro alugado. Como o envio de eletrônicos para outro país tem altas taxas de alfândega, a equipe do Concierge providenciou a entrega do aparelho para sua família, que chegaria dali a alguns dias. O trâmite durou algumas semanas, mas o cliente pôde ter de volta todas as lembranças guardadas no celular.
Você pode contactar nosso MasterCard Black Concierge pelo telefone 0800 725 2025, opção 2. Termos adicionais, condições, limitações e exclusões são aplicáveis
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