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Empreendedorismo e economia nas redes sociais

Aula 1 CAPítulo 5 Empreendedorismo e economia nas redes sociais

Quando, no começo dos anos 1980, um grupo de engenheiros e cientistas estadunidenses começou a investir na ideia de que era possível popularizar um novo instrumento de trabalho ainda pouco conhecido fora das universidades, não se imaginava até onde chegariam os computadores pessoais. Grandes invenções que pareciam muito promissoras foram descartadas, pois seu custo de desenvolvimento não valia a pena. Já outras ideias, que, à primeira vista, foram encaradas com ceticismo e até motivo de piada, se tornaram realidade, como foi o caso dos smartphones e do aparelho inventado por Steve Jobs (1955-2011), um microcomputador com tela sensível ao toque e que cabia no bolso da calça. Hoje, algumas dessas invenções se tornaram indispensáveis, e muitos já não sabem o que é ir a uma loja de discos ou a uma livraria, por exemplo.

a) Você acredita que todas as facilidades proporcionadas pela internet contribuem positivamente para conduzir nossa vida? b) Quais são os riscos que a dependência da internet e das redes sociais podem causar? c) Você já passou por uma situação em que não soube tomar uma atitude sem elas?

Habilidades dos Itinerários Formativos trabalhadas neste capítulo: EMIFCG01; EMIFCG02; EMIFCG03; EMIFCG04; EMIFCG05; EMIFCG06; EMIFCG07; EMIFCG08; EMIFCG09; EMIFCG10; EMIFCG11; EMIFCG12; EMIFCHSA04; EMIFCHSA05; EMIFCHSA07; EMIFCHSA10; EMIFCHSA11; EMIFCHSA12. O texto na íntegra das habilidades encontra-se no Manual do Professor.

Steve Jobs anuncia o computador Apple Macintosh para acionistas, reunião em 24 de janeiro de 1984, Califórnia (Estados Unidos).

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes façam uma análise crítica do uso das redes sociais e da internet. Na primeira pergunta, eles podem ponderar acerca da disseminação de fake news, uso de cibertropas para manipulação de opinião etc. Já na segunda questão pode-se citar que as redes sociais reforçam padrões de comportamento, geram ansiedade etc. Situações como orientar-se geograficamente sem o uso de GPS, ouvir música fora das plataformas on-line ou mesmo buscar uma notícia fora delas são situações que podem ser citadas como exemplo pelos estudantes.

UPI/AARON KEHOE/ NEWSCOW/GLOW IMAGES

PROJETO

Ao final deste volume, realizaremos um projeto em que você fará um manual de segurança on-line com base nos conteúdos vistos neste material.

Este capítulo contribuirá para esse projeto com a apresentação dos assuntos: as redes sociais como um negócio lucrativo, ferramentais virtuais voltadas para empreendedores, monetização de conteúdos on-line, capital social e desigualdade social, precarização e flexibilização do trabalho.

Aulas 2 e 3 REDES SOCIAIS: O NEGÓCIO

Como temos visto ao longo deste Itinerário, as redes sociais têm multiplicado as possibilidades de interação humana. Por outro lado, suas ferramentas têm potencializado inúmeras outras formas de lidar com o outro e com o cotidiano, inclusive no mundo dos negócios. Aliás, as próprias redes sociais são uma forma de negócio e possuem expressivo valor de mercado. Veja a seguir como o Facebook, a rede social mais usada no mundo atualmente, concorre com as maiores empresas de tecnologia do mercado.

Mundo: evolução do valor de mercado das 5 big techs (em US$ bilhões)

2000 Total: 4.795,3 trilhões

1500

1000 1295,0

617,4 1433,1 Apple

1210,9 Microsoft

1005,1 Alphabet

924,5 Amazon

500

0 349,7 253,9 179,5 54,0

2010 385,3

367,7 290,7 216,0

2015 2020 221,7 Facebook

VANESSA NOVAIS

SCHWINGEL, Samara. Maiores empresas de tecnologia alcançam US$ 5 trilhões de valor de mercado. Poder 360. Disponível em: <https://www.poder360.com.br/tecnologia/maiores-empresas-detecnologia-alcancam-us-5-trilhoes-em-valor-de-mercado/>. Acesso em 4 nov. 2020.

Você já parou para pensar em como as redes sociais obtiveram esses valores de mercado? Afinal, elas não vendem nenhum tipo de produto, diferentemente de empresas como Apple, Microsoft, Amazon, Netflix etc.

Isso porque, como já vimos, nas redes sociais, o produto é nada menos do que você. Tudo o que você faz nas redes sociais, seus likes, suas fotos, suas marcações, posts e até aquilo que você escreve e depois deleta e o tempo que você passa assistindo a um vídeo ou olhando uma imagem é usado como um meio de entender seu perfil como consumidor e, assim, oferecer produtos ajustados a esse perfil. Os maiores investidores das redes sociais são empresas dos mais diversos segmentos que querem usar seus dados, e quanto mais melhor, para direcionar sua publicidade e, dessa forma, alavancar as vendas. E, com a quantidade de informações que fornecemos gratuitamente nas redes sociais, essas empresas entendem como ninguém seu público-alvo e, assim, conseguem captar nossa atenção com uma precisão extraordinária, se tornando grandes sucessos financeiros.

Quanto vale sua conta nas redes sociais?

Um conjunto de universidades dos Estados Unidos concluiu que a maioria dos usuários do Facebook no país deletaria sua conta por cerca de mil dólares. Leia a matéria ao lado.

1. Depois de refletir sobre a reportagem, responda: por qual quantia você deletaria suas contas em cada rede social?

2. Sabendo que seus dados nas redes sociais são usados por empresas para direcionar anúncios e lucrar, por quanto você avalia o valor real das suas contas?

http://ftd.li/weutcj Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre o valor que eles dão para as redes sociais em suas vidas pensando em um possível valor monetário para excluírem suas contas. Também se espera que eles considerem o valor dos dados que eles oferecem gratuitamente às redes sociais, sabendo que essas informações são usadas por empresas para direcionamento de anúncios.

Pratique

Apesar da escala global da Revolução Informacional, esta é liderada pelos Estados que mais investem em desenvolvimento tecnológico e em infraestrutura de comunicação.

1. (Unicamp-SP) Sobre a Revolução Informacional e suas implicações para a reorganização do mundo contemporâneo, podemos afirmar que: a) Alguns Estados e um conjunto diminuto de grandes empresas controlam o essencial da revolução tecnológica em curso, atualizando o desenvolvimento geograficamente desigual. b)Dado o alcance planetário do sistema técnico informacional, a população tem amplo acesso a uma informação verdadeira que unifica os lugares, tornando o mundo uma democrática aldeia global. c) Há um acentuado enfraquecimento das funções de gestão das metrópoles, processo determinado pela descentralização da produção, apoiada no uso intensivo das tecnologias da informação e comunicação. d)Os mais diversos fluxos de informações perpassam as fronteiras nacionais, anulando o papel do

Estado-Nação como ente regulador e definidor de estratégias no jogo político mundial.

Startup: termo em inglês usado para se referir a empresas emergentes cujo modelo de negócios possa ser replicado e escalável.

Aulas 4 a 7 NEGÓCIOS E MOVIMENTAÇÕES FINANCEIRAS NAS REDES SOCIAIS

Para além das redes sociais enquanto negócio, elas também abrem novas oportunidades de emancipação e desenvolvimento para empresas de médio, pequeno e micro porte, podendo contribuir, inclusive, para desconcentrar o capitalismo e possibilitando um ambiente de inovações. Diante das mudanças no mercado de trabalho, um dos termos em evidência nos últimos anos é empreendedorismo e as redes sociais têm tudo a ver com isso.

O economista austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950) afirmava que o empreendedor é a personificação da força do “novo”, isto é, a capacidade de imaginação e o espírito inovador, efetuando uma “destruição criadora”. A elaboração e a execução de novas combinações produtivas fazem dos empreendedores agentes desencadeadores de mudanças pela introdução de novos produtos e serviços, criação de novos métodos de produção e formas de organização, ou exploração de novos recursos, novos materiais e novos mercados, que alavancam o desenvolvimento econômico.

E o entendimento sobre o papel do empreendedorismo não mudou muito desde Schumpeter, já que atualmente muitas empresas começam a partir de uma ideia inovadora, como sabemos pelos exemplos das startups do Vale do Silício e mesmo do Brasil. No entanto, um novo fator passou a atuar: a enorme

SONG WEIWEI / XINHUA/XINHU/AFP

massa de trabalhadores que, por causa da precarização do mercado de trabalho, deixou ou perdeu seus empregos passou a apostar em um negócio próprio com base em seus conhecimentos. Talvez você conheça um caso como esse: um parente ou vizinho, usando seu conhecimento em determinada área, resolveu aplicá-lo em um novo empreendimento. Um restaurante, um armazém, doces caseiros para entrega, uma marcenaria etc.

No Brasil, mecanismos regulatórios foram introduzidos para facilitar a abertura do próprio negócio com menos burocracia e impostos. A figura do microempreendedor individual (MEI), introduzida pela lei aprovada em 2008, é um dos mecanismos mais importantes. A criação do MEI permitiu que muitos trabalhadores informais, isto é, sem carteira assinada e trabalhadores autônomos, se regularizassem, recolhendo um tributo reduzido e, ao mesmo tempo, contribuindo para a Previdência Social.

Mas o que realmente foi fundamental para a formação de um novo empreendedorismo, ainda mais dinâmico e inclusivo, foi a popularização das redes sociais e de suas ferramentas de divulgação de produtos de todos os tipos, que possibilitam atingir um público muito maior e específico e de forma muito mais eficiente do que qualquer empreendedor conseguiria normalmente, algo assegurado a partir dos dados expostos pelos usuários, como vimos no capítulo anterior. Se antes um confeiteiro ou uma revendedora de cosméticos, por exemplo, buscavam clientes entre seus conhecidos mais próximos, com as redes sociais eles podem expandir o universo de seu público. Isso se conseguirem associar seu trabalho a algumas estratégias de comunicação, a chave para o sucesso no meio digital.

O modelo de empreendedorismo que cresce atualmente é o chamado negócio de impacto social. Segundo o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), esse modelo deve beneficiar a sociedade e o meio ambiente visando à melhoria da qualidade de vida, principalmente das camadas sociais mais baixas. Leia mais sobre esse modelo na página do Sebrae.

Muhammad Yunus, economista indiano fundador do Grameen Bank e ganhador do prêmio Nobel da Paz (2006), defende um modelo em que os investidores só possam recuperar o capital investido, sem direito a lucros e dividendos. Segundo ele, o lucro deve ser totalmente reinvestido na empresa e destinado à ampliação dos benefícios socioambientais. Outro modelo de negócios reivindicado principalmente pelos empreendedores de baixa renda é a economia solidária, cujo objetivo é viabilizar e coordenar atividades de apoio, buscando promover geração de renda e inclusão social.

http://ftd.li/ntpupk

Empreendedorismo social

Em um contexto de crise econômica persistente, a saída para aqueles que se encontram fora do mercado de trabalho tem sido o empreendedorismo. Uma modalidade que tem crescido nas grandes cidades é justamente o empreendedorismo social, que busca alternativas ao emprego tradicional com geração de renda para a população local. 1. Dividam-se em grupos e pesquisem iniciativas de empreendedorismo social na cidade onde vivem.

Selecionem um negócio e façam um levantamento de dados, como: em que tipo de atividade atua, quais os recursos de mídia social que utiliza para promover seus negócios, os resultados alcançados etc. Respostas pessoais. A atividade fará com que os estudantes compreendam por meio da análise de dados de uma empresa como a proposta do empreendedorismo social funciona na prática. Além disso, também 2. A partir dos dados levantados, pensem em propostas empreendedoras de como ajudar essa iniciativa a crescer, levando em conta recursos disponíveis e adaptação de metas, na busca pelos melhores caminhos para o empreendimento.

Pratique

Alternativa 02. A revolução da comunicação e da informação pela qual o mundo passou durante o século XX não se deu de forma homogênea; os países tidos como desenvolvidos, e que investiam mais nas áreas de comunicação e tecnologia, se destacaram nessa revolução. Apesar de os ambientes virtuais serem comuns a qualquer pessoa no mundo, não há uma única legislação mundial que reja seu uso; cada país possui suas próprias leis regulatórias.

2. (Uneb-BA) O século XX passou para a História como um dos mais importantes no processo de desenvolvimento dos meios de comunicação e de informação. A “revolução” ocorrida foi extraordinária, sem precedentes, e mudou radicalmente o estilo de vida das pessoas.

Em relação aos efeitos desse fenômeno, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas. ( ) O exercício da liberdade, as ações sociais e as atividades comerciais se modificaram de forma homogênea nos continentes. ( ) O sistema de comunicação se tornou um valioso instrumento político. ( ) O Estado, que, inicialmente, via a internet como um “templo para amadores”, passou a considerá-la um serviço de utilidade pública. ( ) A importância e a diversificação dos meios de comunicação impuseram uma única legislação, dirigida aos crimes virtuais, para todos os países. ( ) A banalização da violência, na sociedade atual, se constitui uma das consequências do “mundo de fantasia” criado pela televisão.

A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a 01) FVFVV 02) FVVFV 03) VFVFF 04) FFVFV 05) VFFVF 3. A crise econômica pela qual passa o Brasil desde 2015 fez com que muitos aderissem ao empreendedorismo. Você vê essa alternativa como uma solução para o problema do desemprego? Explique.

Resposta pessoal. Os estudantes que responderem à questão positivamente podem argumentar que o empreendedorismo pode

ser uma alternativa para o desemprego pois ele oferece a oportunidade de livre iniciativa de indivíduos que podem iniciar seu

próprio negócio. Já aqueles que responderem negativamente podem alegar que a promessa empreendedora possui baixa

probabilidade de sucesso e que, muitas vezes, pode significar a aceitação de trabalhos precarizados.

4. As redes sociais se tornaram um espaço que, além de proporcionar interação entre amigos, é cada vez mais voltado para atividades comerciais. Você considera isso um avanço ou um aspecto que deveria ser limitado nas redes?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes ponderem sobre os possíveis limites para a área comercial dentro das redes

sociais. Alguns podem considerar esse fator um avanço, já que os anúncios são cada vez mais direcionados ao perfil de cada

pessoa; e outros podem considerar que esse fator ultrapassa alguns limites de privacidade de dados e podem sugerir que esse

aspecto seja limitado nas redes sociais.

Aulas 8 e 9 Ferramentas virtuais

Para que muitos dos negócios on-line pudessem funcionar foi preciso que as empresas mediadoras, como as redes sociais, desenvolvessem meios para que os empreendedores pudessem anunciar seus produtos e cobrar por eles. Já há algum tempo é possível fazer transações financeiras pela internet, mas a evolução das ferramentas tecnológicas veio para facilitá-las e torná-las mais seguras. Um exemplo são as plataformas de e-commerce (comércio eletrônico), que permitem a venda de produtos como se fossem shoppings: os marketplaces.

Esse tipo de plataforma surgiu no Brasil em 2012 e traz como grande vantagem a vasta visibilidade dos grandes sites de compra e venda, atraindo um grande público consumidor, o que, para o micro e pequeno empreendedor, significa menores custos com publicidade, por exemplo. Além disso, essas plataformas também contam com a tecnologia desenvolvida pelo marketplace, que já dispõe de sistemas próprios de monetização e pagamentos.

Claro que tudo isso apresenta um custo, tanto financeiro quanto de marca. Assim como um lojista paga aluguel de uma sala no shopping, no modelo marketplace a plataforma cobra uma porcentagem da venda. Também é um risco para o empreendedor ficar dependente desse sistema, que, inclusive, não dá visibilidade à sua marca. O comprador, muitas vezes, nem percebe qual é a loja que está de fato vendendo aquele produto; ele grava na memória apenas o marketplace. Portanto, o segredo para um empreendedor de sucesso é diversificar suas ferramentas de venda no mercado.

Educação financeira

O canal Nath Finanças, idealizado pela jovem fluminense, universitária, trabalhadora Nathalia, apresenta vídeos caseiros sobre empreendedorismo com foco para público de baixa renda, mostrando maneiras criativas de sair do sufoco dos boletos. Confira o canal dela abaixo.

http://ftd.li/ykezpn

NATEE PHOTO/SHUTTERSTOCK.COM

• Empreendedorismo é tendência

O empreendedorismo é umas das grandes tendências do mercado de trabalho e não apenas no Brasil. A capacidade de mobilizar habilidades e competências para desenvolver ideias, tanto no ambiente acadêmico quanto no ramo empresarial, é algo que tem ganhado força no mundo. O registro de patentes e o desenvolvimento de aplicativos, por exemplo, têm crescido muito e são maneiras de colocar o empreendedorismo em prática.

Aulas 10 e 11 Redes sociais como ferramenta para pequenos negócios

ALEXANDER SUPERTRAMP/SHUTTERSTOCK.COM

No mundo todo, 45% da população já é usuária das redes sociais. De acordo com o relatório Global Digital in 2019, produzido pelas empresas We are Social e Hootsuite, 66% dos brasileiros participam das redes sociais e buscam diariamente serviços e produtos na internet. Segundo pesquisa da consultoria Nielsen, provedora global de informações sobre consumidores, 68% dos usuários de redes sociais expressam o desejo de opinar sobre produtos e serviços consumidos. Isso prova que as redes se tornaram uma ferramenta de comunicação indispensável para qualquer empresa.

As redes são canais de comunicação que permitem uma grande divulgação de um negócio e podem ser utilizadas gratuitamente. Além disso, elas possibilitam que as empresas utilizem em suas plataformas a tecnologia dos chatbots.

O QUE É UM CHATBOT?

É um software usado para simular um ser humano em uma conversa. Esse tipo de inteligência artifi cial é muito usado por empresas para agilizar o atendimento ao cliente, por exemplo – algo que representou uma grande evolução no relacionamento entre consumidores e marcas.

Chatbots e a economia

→ + de 100 mil BOTS foram lançados ainda em 2016 →+ de 100 mil já estão ativos no Facebook → US$ 8 bilhões serão economizados com atendimento até o fi m de 2022 → 85% dos atendimentos serão feitos por BOTS até o fi nal de 2020

TARIKVISION/SHUTTERSTOCK.COM

Pratique

5. No capitalismo contemporâneo, fazer compras deixou de ser uma atividade apenas necessária e passou a ser entendida também como uma forma de lazer. Os marketplaces na internet podem fazer com que as compras voltem a ser encaradas apenas como necessidade? Explique.

Resposta pessoal. Os estudantes devem refletir sobre o potencial dos marketplaces de alterarem o modo como a sociedade lida

com o consumismo. É possível considerar os marketplaces como um meio de potencializar o consumismo, uma vez que eles

permitem ao consumidor realizar suas compras a qualquer momento, via internet, mas também se pode entender os marketplaces

como locais onde a experiência de comprar como uma forma de lazer é reduzida; nela, não é possível tocar, testar ou vestir o

produto; os consumidores podem adquirir uma grande variedade de produtos de um só lugar, reduzindo a visita a outras lojas etc.

6. Vimos que 66% dos brasileiros participam das redes sociais e que, portanto, possuem potencial de consumo dentro dessas plataformas. a) Você já se interessou ou até mesmo adquiriu algum produto anunciado em sua página nas redes sociais? Resposta pessoal. Pode-se fazer as perguntas desta atividade oralmente para os estudantes e pedir que eles apenas levantem as mãos. Esta atividade servirá para confrontar os dados apresentados na teoria e para refletir sobre o perfil dos estudantes como consumidores de produtos on-line.

b)Você já utilizou as redes sociais para avaliar um produto ou marca?

Resposta pessoal.

7. Estudos apontam que os chatbots são de grande valor para as empresas com atendimento on-line. a) Você já interagiu com chatbots, seja para uma compra ou para acessar informações?

Resposta pessoal. É muito provável que os estudantes já tenham interagido com chatbots on-line.

b)Como você avalia suas experiências com chatbots?

Resposta pessoal. Atualmente há chatbots que funcionam muito bem, com altos níveis de acerto e precisão, e há produtos de

software que ainda precisam de bastante desenvolvimento para funcionar de modo adequado.

c) Compare sua experiência com os chatbots com a importância deles para a economia.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes confrontem suas experiências, que podem ser tanto positivas quanto negativas,

com a importância dos chatbots para o mercado apontada pelo infográfico. E apontem que, com os altos investimentos nesse

setor, há uma grande expectativa para que essa ferramenta se torne cada vez mais presente em nosso cotidiano e com graus

de acerto e precisão cada vez maiores.

ALINABEL/SHUTTERSTOCK.COM

O chamado Couchsurfing é uma rede social que faz parte da economia solidária. Ela conecta viajantes e anfitriões de todo o mundo, possibilitando a hospedagem gratuita e a troca de experiências entre os participantes.

Autogestão: estrutura organizacional administrativa em que todos os envolvidos participam ativamente e igualmente das decisões de um projeto, de uma empresa etc.

Aulas 12 a 16 ECONOMIA SOLIDÁRIA

A ideia de economia solidária abrange produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizados sob a forma de autogestão. Ela é uma alternativa de geração de trabalho e renda que utiliza princípios de sustentabilidade e inclusão social, de modo a produzir um comércio justo e solidário. Esse modelo econômico pode ser organizado em forma de associações, cooperativas, empresas autogeridas, clubes de troca e redes de cooperação. Segundo o economista brasileiro Paul Singer, um dos principais estudiosos da economia solidária, esse modelo surgiu no Brasil ainda nos anos 1970 como alternativa ao desemprego e à carestia, com o estímulo da Igreja Católica. Contudo, Singer via as raízes da economia solidária ainda no século XVIII, com o nascente sindicalismo do galês Robert Owen (1771-1858), um dos principais pensadores do cooperativismo e do socialismo utópico:

Os trabalhadores partidários de Owen inventaram a autogestão. O princípio fundamental era a democracia, ninguém mandava em ninguém. Todo mundo, homem, mulher, jovem, velho. Isso vale para as cooperativas até hoje.

No mundo, 1 bilhão de pessoas participam de cooperativas, segundo dados da Aliança Cooperativa Internacional. E cooperativa não é só cooperativa de trabalho. As cooperativas que têm mais sócios chamam-se cooperativas de crédito e são bancos cooperativos. Nós temos mais de mil no Brasil hoje.

PAUL Singer: “Economia solidária se aproxima das origens do socialismo”. Carta Capital, 17 abr. 2018. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/blogs/brasil-debate/Paul-SingerEconomia-solidaria-se-aproxima-da-origens-socialismo/>. Acesso em: 24 out. 2020.

A partir do Fórum Social Mundial ocorrido na cidade de Porto Alegre, em 2001, diversos projetos de âmbito internacional correlacionados às práticas da economia solidária se reuniram para pensarem em estratégias e iniciativas de interlocução com o Estado. Nos anos seguintes, políticas públicas específicas passaram a fazer parte das reivindicações desses movimentos, que culminaram com a criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), ligada ao governo federal. O surgimento dessa organização foi uma grande conquista para a mobilização da sociedade civil que vinha crescendo desde o fim da Ditadura Civil-Militar, a redemocratização e a Constituição de 1988.

Em um contexto de crise econômica e política desde 2013, houve o crescimento de outras demandas populares na sociedade, que passaram a valorizar

o empreendedorismo e a iniciativa individual. Em decorrência dessa nova realidade, a economia solidária perdeu espaço nas políticas públicas nacionais e teve a sua secretaria extinta em 2019. Algo que afetou a geração de renda entre os grupos prioritários de atuação da Senaes: comunidades tradicionais indígenas e quilombolas.

Por outro lado, a economia solidária sobrevive graças à iniciativa de coletivos espalhados pelo país, que utilizam seus princípios para impulsionar negócios de “impacto social” em comunidades, proporcionando geração de renda sustentável e desenvolvimento social.

Economia solidária na internet

A internet proporcionou meios para que iniciativas de economia solidária buscassem fontes e recursos para além de seus próprios bairros ou comunidades. Tanto a divulgação de produtos nas redes sociais, sites de trocas quanto as plataformas de financiamento coletivo são meios de aumentar o potencial da economia solidária. Por exemplo, com o objetivo de obter maior sustentabilidade, empresas e indivíduos têm buscado em grupos de trocas uma maneira de diminuir o consumo e o acúmulo de mercadorias.

Durante a pandemia de covid-19 iniciada em 2020, quando se evidenciou a importância da solidariedade para dar conta das necessidades da população mais pobre, muitos empreendimentos sociais tiveram que investir nessas alternativas, citadas anteriormente, para enfrentar as medidas de quarentena. Além disso, nas redes sociais, houve a criação da #CompreDoBairro, uma iniciativa de ação socioeconômica e popular voltada para a valorização do comércio local.

Agência Solano Trindade

Um exemplo desse tipo de atuação é a Agência Popular Solano Trindade, que existe no bairro do Campo Limpo, em São Paulo (SP). Seu fundador, Thiago Vinicius, criou a agência como um banco comunitário que opera com base em uma moeda social, que funciona como um intermédio de escambo. Para entender melhor como funciona essa ferramenta que circula por alguns comércios da região, estimulando a produção e o consumo no próprio bairro, e, a partir disso, gerando renda para a comunidade local, acesse a página da agência que explica essa atividade.

http://ftd.li/8qbc7m

Sustentabilidade

Este boxe trabalha o desenvolvimento da habilidade EMIFCHSA12 dos Itinerários Formativos.

A atividade proposta tem como objetivo estimular e discutir a ideia de sustentabilidade nas ações de pequenos empreendedores e que devem ser pensadas para além do marketing; é preciso colocá-las em prática. Pensar na sustentabilidade é essencial dentro de uma visão de cidadania, tanto para aqueles que gostariam de investir em um negócio próprio quanto para aqueles que vão se inserir dentro de uma rotina de trabalho em uma empresa já existente.

A ideia de sustentabilidade vem já há alguns anos se disseminando para todo tipo de negócios, grandes e pequenos, os quais têm investido bastante nesse princípio, que, cada vez mais, desperta o interesse da opinião pública. Inserir fatores como sustentabilidade e questões ambientais como preocupações da empresa gera uma imagem positiva para o público.

Que tal pensar em uma proposta empreendedora sobre esse tema? 1. Dividam-se em grupos e elejam um tema pelo qual vocês tenham afinidade. Em seguida, elaborem um projeto de empreendedorismo sobre o tema escolhido. 2. Com a ideia já definida, o grupo deve refletir sobre como incorporar estratégias de sustentabilidade no empreendimento. Fiquem atentos às qualidades e fragilidades dos membros do grupo na realização do projeto. 3. Elaborem uma apresentação com o objetivo de expor a ideia do projeto de empreendimento e das estratégias de sustentabilidade pensadas para ele. 4. Em sala de aula, apresentem o projeto considerando as estratégias pensadas para abordar a temática da sustentabilidade em seus empreendimentos. Ao longo das exposições, abram espaço para sugestões dos colegas sobre seus projetos. Isso também é sustentabilidade.

Aulas 17 a 22 MONETIZAÇÃO DE PRODUTORES DE CONTEÚDO

ADRIAN HANCU/ISTOCK/GETTY IMAGES Com a evolução das ferramentas da internet, torna-se cada vez mais viável descentralizar a produção de conteúdos, que antes eram majoritariamente concebidos por meio de broadcasts, ou seja, de um para muitos. Essa descentralização proporcionada pela internet inaugurou um modelo conhecido como multicast, ou seja, de muitos para muitos. E nesse novo formato não é mais necessário ter um canal de TV ou de rádio, ou pagar fortunas por um tempo nesses veículos para divulgar seu trabalho ou negócio. A revolução tecnológica, que trouxe os hardwares, smartphones e as câmeras digitais, intensificou e multiplicou a produção de conteúdos causando uma revolução na comunicação, como vimos no primeiro capítulo. Principalmente quando as plataformas de redes sociais passaram a ter suas ferramentas de áudio e vídeo, elas possibilitaram que qualquer pessoa com acesso à internet possa gravar seus próprios vídeos e, assim, divulgar ideias, produtos, serviços etc.

Claro que, para as grandes empresas que hospedam ou propiciam essas iniciativas, trata-se de um grande negócio. Isso porque, de modo geral, o usuário custeia toda a produção do conteúdo que vai compartilhar nas redes sociais. Essas plataformas servem apenas como locais de exposição, sem o custo de produção, como um canal de TV.

Com o passar do tempo, essas empresas, sobretudo de streaming, descobriram que se remunerassem aqueles produtores de conteúdo mais populares, com maior potencial de atingir um grande público, os vídeos teriam mais qualidade, seriam mais compartilhados e atrairiam mais público para o site. Foi por meio desses patrocínios que surgiram os primeiros digital influencers da internet, que monetizaram seu conteúdo e se profissionalizaram. Inclusive, dependendo do grau de popularidade de um influenciador, é possível que ele se dedique somente a essa função, não tendo mais que conciliar o tempo como produtor de conteúdo com outras atividades remuneradas.

Mas essa remuneração não vem tão facilmente. Primeiro, os sites analisam o tráfego que é gerado pelo seu conteúdo e o vincula a anúncios publicitários. É assim que ocorre a remuneração “paga” pelas plataformas. Na verdade, os digital influencers são pagos para ceder espaços dentro de seus conteúdos para publicidade, mas isso só acontece quando um influencer atinge uma quantidade significativa de visualizações em seus vídeos ou de inscritos no seu canal e, claro, de cliques em anúncios. A lógica de monetização dos influencers funciona da mesma forma que na TV: lucram vendendo “seu público”. Quanto maior a audiência, maior a possibilidade de uma empresa se interessar por colocar ali seu investimento em publicidade. Enquanto isso, as empresas de tecnologia lucram com os dados: quanto maior o tráfego, maior o lucro.

Os influenciadores atuam no meio digital com maior liberdade de criação do que teriam em um canal de TV ou revista, por exemplo; sobretudo na abordagem de seus conteúdos, é possível testar e inventar novas formas de se comunicar. Nem sempre, contudo, essas informações são confiáveis, pois é comum que influenciadores distorçam fatos para tornar um vídeo mais chamativo, isto é, que tenha maior capacidade de “viralizar”. Esse sensacionalismo, que também existe nas mídias convencionais, acaba sendo mais comum nos meios digitais, porque não há a mesma profissionalização que existe nas mídias tradicionais, o que significa, por exemplo, que um repórter de telejornal pode ser responsabilizado pela empresa que o contrata.

Marketing de influência e a cultura do narcisismo

Outro ponto que merece reflexão é o marketing de influência, que é quando empresas contratam influenciadores para fazer propaganda, às vezes de forma velada, de seus produtos. Como nem sempre sabemos que aquele youtuber está sendo pago para falar bem de determinada lanchonete, por exemplo, podemos acreditar que ele realmente gosta daquele sanduíche, quando isso pode não ser verdade. A falta de transparência entre empresas, influenciadores e usuários na internet representa um dos maiores problemas do mundo contemporâneo, em que a fronteira entre verdade e mentira pode ser fluida e vertiginosa.

Atualmente, há inclusive agências especializadas em manter influenciadores contratados, que, por sua vez, recebem as demandas de produção e as mercantilizam como se fossem negociadores.

Mas por trás dessa atenção toda recebida pelos influenciadores está uma questão mais complexa: a cultura do narcisismo. Nos anos 1970, o historiador e sociólogo estadunidense Christopher Lasch (1932-1994) adaptou o conceito de narcisismo da psicanálise para entender, a partir das ciências sociais, a crise da cultura moderna. Em um mundo dominado pela imagem, em que o sujeito se vê cada vez menos seguro no seu trabalho e em sua vida privada — e em que a cultura de massa invade todos os recantos do ego, em que o indivíduo não consegue mais ser autorresponsável e seguro de si, ele sente a necessidade de ter alguém em quem se espelhar (uma figura de autoridade, uma celebridade que lhe dê dicas de comportamento, um guru da autoajuda…), que lhe sirva de guia e lhe diga como conduzir sua própria vida. A cultura das celebridades já existia, mas foi potencializada com as redes sociais e os influenciadores digitais.

Narcisismo a qualquer preço

Uma das maiores e mais ricas influencers do Brasil, Gabriela Pugliesi, perdeu muitos seguidores e dinheiro por fazer uma festa no início da pandemia de covid-19, chegando a ser cancelada por muitos internautas. Leia a matéria da revista Forbes que comenta o prejuízo da influencer e, em seguida, responda às questões.

http://ftd.li/8qa7s4

Criptomoedas

Para começar a falar de criptomoedas, ou moedas digitais, primeiro é necessário entender o que as torna possíveis, isto é, qual processo tecnológico criou ambientes avançados e seguros o suficiente para a sua difusão. Primeiramente, foi preciso construir o blockchain, sistema que reúne pedaços de código gerados on-line que carregam informações conectadas (como blocos de dados que formam uma corrente), permitindo rastrear o envio e o recebimento de alguns tipos de informação pela internet. É esse sistema que possibilita o funcionamento e a transação das chamadas criptomoedas.

A ideia do blockchain surgiu em 2008 em artigo acadêmico de autoria de Satoshi Nakamoto (pseudônimo do suposto criador do bitcoin). Em termos técnicos, trata-se de uma “computação em nuvem” (cloud computing), tecnologia que torna possível processar uma grande quantidade de informações on-line. Todo bloco criado contém tanto a sua hash (uma função matemática que associa mensagem ou arquivo a um código alfanumérico, criptografando-os) quanto a do bloco anterior, criando uma conexão entre esses blocos. Logotipo do bitcoin.

1. Em sua opinião, os influenciadores digitais realmente usam tudo o que indicam? 2. Sabendo que ser influenciador digital é uma profissão, o quanto você acredita na veracidade do que é exposto por esses profissionais no Instagram? 3. Segundo a notícia, Gabriela Pugliesi pode ter tido um prejuízo de cerca de 3 milhões de reais. Sabendo dessa possibilidade, como você avalia as ações da influencer neste caso? 1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que os influenciadores digitais costumam ser ALEXLUK I N / S H U T pagos pelas marcas para indicar os produtos. 2. Resposta pessoal. Os estudantes devem conT E R S T OCK. COM siderar que a profissão de influenciador impacta no conteúdo exposto por esses profissionais e que, por depender da sua imagem, as publicações em redes sociais, meio pelo qual seu estilo e comportamento são vendidos, são passíveis de questionamento. 3. Resposta pessoal. A avaliação dos estudantes deve confrontar o prejuízo financeiro com a manutenção das aparências. É possível estender esse debate e refletir sobre os possíveis posicionamentos das empresas financiadoras em relação ao caso. Ciências Humanas e Sociais Aplicadas | FTD

119

THAMERPIC/ISTOCK/GETTY IMAGES

Vitrine de café em Zurique, na Suíça, em que se aceitam bitcoins como forma de pagamento.

Esta é a tecnologia de segurança pela qual “navegam” as criptomoedas. Esse ambiente descentralizado e criptografado assegura a validade das transações financeiras pela internet. Hoje existem dezenas de criptomoedas; a mais conhecida delas é o bitcoin.

Mas outras surgiram, e o próprio Facebook está desenvolvendo sua própria moeda digital, em fase de autorização pelos sistemas bancários de vários países, o que permitirá, por exemplo, fazer compra via aplicativos de mensagens instantâneas. Mas sua legalidade é questionada, e países como a China e a Arábia Saudita já decidiram proibir sua circulação.

Pratique

8. (Enem/MEC)

FALTOU RETRANCA

Disponível em: <www.indiana.edu>. Acesso em: 3 ago. 2013 (adaptado).

As redes sociais tornaram-se espaços importantes de relacionamento e comunicação. A charge apresenta o impacto da internet na vida dos indivíduos quando faz referência à a) ampliação do poder dos clérigos no controle dos fiéis. b)adequação dos ritos sacramentais ao cotidiano. c) perda de privacidade em ambiente virtual. d)reinterpretação da noção de pecado. e) modernização das instituições religiosas.

A charge representa a sociedade do espetáculo na qual vivemos. Ao expormos nossas vidas nas redes sociais, perdemos nossa privacidade, uma vez que qualquer pessoa pode visualizar as postagens que publicamos nas redes.

9. (Enem/MEC)

A tirinha demonstra como as relações interpessoais mudaram conforme novas tecnologias, no caso, as redes sociais, se tornaram mais presentes em nossas vidas. A partir do diálogo critica-se as redes sociais por afastarem as pessoas do mundo real, uma vez que boa parte do tempo é gasto para alimentar as diversas plataformas virtuais.

Disponível em: http://tv-video-edc.blogspot.com. Acesso em: 30 maio 2010.

A charge revela uma crítica aos meios de comunicação, em especial à internet, porque a) questiona a integração das pessoas nas redes virtuais de relacionamento. b)considera as relações sociais como menos importantes que as virtuais. c) enaltece a pretensão do homem de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. d)descreve com precisão as sociedades humanas no mundo globalizado. e) concebe a rede de computadores como o espaço mais eficaz para a construção de relações sociais. 10.A monetização das redes sociais é uma tendência, fazendo com que ferramentas antes pensadas apenas para a interação e o entretenimento se tornem um negócio. Em sua opinião, que consequências esse processo pode ter para as relações pessoais?

Resposta pessoal. A proposta desta atividade é a reflexão sobre o impacto das redes sociais em nossas relações pessoais, pensando

essas plataformas não apenas como uma ferramenta de interação e entretenimento, mas também como de negócios. Peça aos

estudantes que observem seu comportamento nas redes sociais: eles já pediram para alguém seguir seu perfil ou canal ou o de

alguma personalidade da internet? Por quê? Eles consideram que o conteúdo produzido era relevante para a pessoa que eles persuadiram?

11.A ideia de se tornar um influenciador digital é muito tentadora para os jovens, na medida em que parece fácil se transformar em um ícone cultural. Mas é preciso saber o que veicular, e para isso é necessário pensar em conteúdos e formas de apresentação que despertem interesse em um público-alvo. Em sua opinião, que tipo de conhecimentos a escola oferece ou poderia oferecer para isso?

Resposta pessoal. Incentive os estudantes a pensar em quais conhecimentos eles gostariam de construir para adquirir autonomia

no planejamento e na realização de ações empreendedoras na internet. As aulas de Informática, Língua Portuguesa e Artes

podem ajudar a pensar esses conteúdos e formas de apresentação enquanto as áreas de Ciências Humanas, Ciências da Natureza,

Matemática e até Linguagens ajudam a fundamentar bem os conteúdos a serem apresentados.

12.O surgimento dos influenciadores fez nascer uma nova cultura de celebridades instantâneas, que ganham repercussão à margem dos meios de comunicação tradicionais. Como você percebe a presença deles no seu cotidiano?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes avaliem o quanto eles são impactados por esses influenciadores que

constantemente disparam produtos e estímulos aos seus seguidores.

13.Muitos pesquisadores acreditam que as redes sociais estimulam a vaidade em detrimento do caráter e da formação do indivíduo. Avalie como essa prática pode influenciar a economia.

Resposta pessoal. Os estudantes devem ponderar sobre o poder de interferência dos influenciadores na economia com base na

cultura do narcisismo, avaliando como essas pessoas induzem seus seguidores a comprar produtos ou visitar estabelecimentos

a partir de suas inseguranças.

14.A posse de papel-moeda é cada vez mais substituída pelos cartões de crédito. Mas, com as criptomoedas, até mesmo ter conta em um banco pode se tornar obsoleto. Em sua opinião, como o uso dessa tecnologia pode influenciar o funcionamento do comércio?

Resposta pessoal. Os estudantes devem analisar e mensurar o poder das criptomoedas para o comércio. Em alguns casos, elas

podem ajudar os comerciantes a realizarem transações mais seguras, porque não seria mais necessário custear uma máquina de

cartão etc. Em contrapartida, o uso das criptomoedas faz com que o estabelecimento fique refém de uma boa conexão com a

internet, algo que nem todos podem subsidiar.

Aulas 23 a 26 REDES SOCIAIS E MERCADO DE TRABALHO

No mercado de trabalho, é possível usar as redes sociais para conectar empregadores e candidatos a vagas, de modo a dinamizar essas relações. Há várias redes especializadas no compartilhamento de currículos; grandes empresas têm, muitas vezes, suas próprias plataformas de recrutamento, e todas elas podem ajudar a divulgar um trabalho acadêmico, publicitário, editorial etc. Nelas, também é possível encontrar os profissionais mais qualificados e disputados pelo mercado de trabalho. Ou esses seriam os perfis de quem sabe “se vender” melhor? Claro que as duas coisas andam juntas, mas essas redes sociais potencializam a capacidade comunicativa daqueles que SPENCER PLATT/GETTY IMAGES já conseguiram desenvolvê-la bem, na maioria das vezes, pessoas que tiveram uma formação específica para isso. Bolsa de valores de Nova York (Estados Unidos), 2019.

Portanto, dentro dessa lógica, a maior parte da população brasileira encontra-se em desvantagem nessas redes sociais em decorrência dos altos níveis de exclusão digital e do analfabetismo funcional no país. De acordo com os dados de 2018 do Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), realizado pela ONG Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro, houve uma significativa redução do número de analfabetos, caindo de 12%, em 2001-2002, para 4% em 2015, embora esse patamar tenha levemente aumentado em 2018.

Ao longo desses anos, houve ainda uma redução da proporção de brasileiros que conseguem fazer uso da leitura, da escrita e das operações matemáticas em suas tarefas cotidianas apenas em nível rudimentar, de 27% em 2001-2002 para um patamar de pouco mais de 20% em 2009. Indivíduos classificados nesses dois níveis de alfabetismo são considerados analfabetos funcionais, ou seja, apesar de conseguirem identificar letras e números, não conseguem compreendê-los e interpretá-los. No Brasil de 2018, cerca de 3 em cada 10 brasileiros entre 15 e 64 anos eram analfabetos funcionais. Com efeito, apenas um terço (34%) das pessoas que atingem o nível superior pode ser considerado proficiente pela escala do Inaf, conforme mostram os resultados preliminares da pesquisa.

Isso significa que, mesmo entre aqueles que chegam ao Ensino Superior, há uma defasagem significativa de alfabetização, o que incide diretamente na possibilidade de ascensão profissional. Em um mundo em que as redes sociais se tornaram o parâmetro para o indivíduo, que precisa “se vender” para o mercado de trabalho; em que ele é visto como "empresa de si", pelo discurso do empreendedorismo, é preocupante que tanta gente esteja tão atrás logo na largada.

Projetos de empreendedorismo por meio das redes sociais

Crescer por meio do empreendedorismo é um grande desafio, mesmo para aqueles que têm uma boa ideia. Na maioria das vezes, para que um negócio dê certo, é preciso ter o que o sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002) chamou de “capital social”, ou seja, uma rede de relações institucionalizadas de conhecimento mútuo e reconhecimento. Significa que ter uma rede estável de contatos é fundamental para fazer com que um empreendimento seja bem-sucedido.

Mas, como em qualquer fator sob o capitalismo, há desigualdades no que se refere ao capital social. Aqueles que tiveram menos oportunidades de inserção educacional, cultural e econômica terão também mais desafios de competir no mercado, sobretudo nas áreas em que há mais concorrência (para entender melhor essa ideia, assista à explicação do vídeo Pílulas Sociológicas – Pierre Bourdieu e os capitais, do canal Filonared, sobre como o sociólogo entende a desigualdade social e sua relação com o acúmulo de diversos tipos de capital).

A internet e as redes sociais ajudaram a melhorar essa relação, pois uma ideia criativa pode encontrar adeptos com mais facilidade do que apenas no velho “boca a boca”, como atestam os casos de influenciadores de baixa renda. Outra forma de combater as desigualdades de capital social e que pode

http://ftd.li/7d574h

Proficiente: pessoa que possui domínio total de certa habilidade ou conhecimento.

http://ftd.li/7ipve2

equilibrar um pouco o jogo para quem não teve as mesmas oportunidades, é a disseminação de redes voltadas especificamente para o empreendedorismo. Nesses ambientes, startups têm a oportunidade de buscar não apenas aporte financeiro, mas opiniões de especialistas sobre seu modelo de negócio e, assim, conectar-se com outros empreendedores e parceiros que estão em situação parecida ou que já superaram os mesmos problemas.

Corrida dos privilégios

1. Faça um levantamento das perguntas feitas no vídeo para replicá-las com os estudantes; se preciso, adapte ou acrescente outras questões que se encaixem melhor dentro da realidade dos estudantes.

Resposta pessoal. Os estudantes devem responder às perguntas segundo sua experiencia de vida. Espera-se que, ao realizar essa dinâmica, eles reflitam sobre seus privilégios e sintam mais empatia pelos colegas, ao conhecer suas respostas.

Vimos que no Brasil as desigualdades sociais afetam diretamente o sucesso de um perfil em uma rede social voltada para conectar empregadores e empregados. E esse fenômeno não ocorre apenas em nosso país. Assista ao vídeo de um experimento sobre privilégios feito com empregados de uma mesma empresa no link ao lado. 1. Reproduzam em sala de aula o mesmo experimento do vídeo. 2. Após a dinâmica, façam um debate acerca dos resultados obtidos.

http://ftd.li/z2tqm6

Pratique

15.(UEMA) A letra da música de Gilberto Gil trata da rede de comunicação existente no mundo e sugere a importância dessa rede para a inclusão digital, do ponto de vista socioeconômico.

Pela Internet

Criar meu web site Fazer minha home-page Com quantos gigabytes Se faz uma jangada Um barco que veleje […] Eu quero entrar na rede Promover um debate Juntar via Internet Um grupo de tietes de Connecticut De Connecticut acessar O chefe da milícia de Milão Um hacker mafioso acaba de soltar Um vírus pra atacar programas no Japão Eu quero entrar na rede pra contactar Os lares do Nepal, os bares do Gabão Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar

GILBERTO GIL. Disco Quanta. Warner Music, 1997 (adaptado).

A exclusão socioeconômica desencadeia a digital; essa relação é constatada ao verificarmos que os menores índices de desenvolvimento tecnológico estão nos países subdesenvolvidos. Além disso, essa relação também pode ser observada entre a população de baixa renda, que, por possuir menos recursos financeiros, tem mais dificuldades de adquirir acesso à internet e aos equipamentos necessários para sua navegação.

A relação entre a exclusão socioeconômica e a digital está apresentada na seguinte assertiva: a) A digital desencadeia a socioeconômica, pela relação direta entre a existência de ampla tecnologia da informação e comunicação e a realidade dos países subdesenvolvidos. b)A socioeconômica desencadeia a digital, por existir maior investimento dos países subdesenvolvidos no acesso à tecnologia de informação e comunicação, portanto, maior inclusão. c) A socioeconômica desencadeia a digital, pois há relação igualitária entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos quanto ao acesso à tecnologia de informação e comunicação, e à inclusão. d)A digital desencadeia a socioeconômica, à medida que o acesso às tecnologias de informação e comunicação se dá de forma mais estruturada nos países subdesenvolvidos. e) A socioeconômica desencadeia a digital, por haver uma relação desfavorável quanto ao menor acesso dos países subdesenvolvidos à tecnologia de informação e comunicação. 16.Explique a relação entre capital social e o sucesso de um empreendimento.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apontem em suas explicações que o capital social influencia em diversos aspectos

o sucesso de um empreendimento, como ter uma rede de fornecedores, conselheiros e clientes, além de ter uma formação

acadêmica na área atuante, ter tido oportunidades de preparação e experiência etc.

17.As redes sociais se transformaram em grande medida em uma janela de oportunidades para pequenos negócios. De que forma elas podem ser utilizadas para impulsionar um empreendimento?

Resposta pessoal. Os estudantes podem citar como formas de impulsionar um empreendimento pelas redes sociais: a facilitação

de encontro e comunicação entre compradores e vendedores, o uso de chatbots, que agilizam a comunicação entre empresa e

consumidor, os marketplaces, que agregam milhares de pequenos comércios e possuem muitos clientes etc.

18.Em sua opinião, é possível que um pequeno negócio consiga disputar mercado com uma marca já estabelecida, apenas com o impulso das redes sociais?

Resposta pessoal. A discussão pode ser levantada a partir de uma reflexão sobre os marketplaces, que, ao mesmo tempo que

fornecem um suporte técnico de qualidade para pequenos negócios, os tornam dependentes deles, além de não dar a visibilidade

adequada a essas pequenas marcas.

TARIKVISION/SHUTTERSTOCK.COM

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Você não estava aqui

O filme do diretor britânico Ken Loach é uma representação da precarização do trabalho. Conta a história de como Ricky e sua esposa tentam contornar os problemas da crise financeira de 2008, ele realizando entregas e ela lutando para manter seu emprego como cuidadora. Assista ao trailer.

http://ftd.li/yu4db3

Você não estava aqui

Direção: Ken Loach Reino Unido: Sixteen Films, 2019 (101 min)

Aulas 27 a 33 Empreendedorismo e neoliberalismo

Neste novo mundo, em que o empreendedorismo é cada vez mais recorrente na publicidade e nos discursos dos políticos, torna-se mais difícil atingir o tão sonhado sucesso. As grandes corporações do Vale do Silício e suas startups, avaliadas em milhões de dólares, são uma pequena exceção diante de muitas outras tentativas frustradas de criar algo, sobretudo no ambiente digital. A concorrência entre novos negócios em setores bastante dinâmicos, como o das redes sociais e dos aplicativos, costuma deixar muita gente de fora, pois não é nada fácil criar algo realmente inovador.

Essa lógica empreendedora que está em alta no mundo, muitas vezes é associada, por empresas e governos, a práticas neoliberais, e, quando essas visões de mundo se juntam, o resultado é o aumento da precarização do trabalho. Para os sociólogos franceses Pierre Dardot e Christian Laval, o neoliberalismo não significa apenas a massiva privatização de empresas públicas e a retirada do Estado de sua função de incentivar o desenvolvimento econômico, mas sim uma generalização da lógica concorrencial, isto é, todos passamos a nos ver como “empresas de si”, preocupados em melhorar nosso “capital humano” independentemente do governo, da escola, da universidade etc.

Para isso, o neoliberalismo transforma as relações de trabalho e de educação, aquilo que muitas pessoas almejavam, como um emprego com carteira assinada e educação formal, e os substitui por cursos rápidos e on-line, trabalhos de curta duração conhecidos como jobs e promove a ideia de que cada um se torne sua própria empresa. Um exemplo é o dos motoristas e entregadores de aplicativos, que não têm vínculo formal de trabalho com as empresas, podendo ser, literalmente, desligados delas a qualquer momento. Eles são tratados pelas empresas não como empregados, mas como parceiros, e outros entregadores, por sua vez, não são vistos como seus colegas, mas como competidores.

[…] Enquanto maneira de ser do eu humano, a empresa de si mesmo constitui um modo de governar-se de acordo com valores e princípios. […] “Energia, iniciativa, ambição, cálculo e responsabilidade pessoal”. Trata-se do indivíduo competente e competitivo, que procura maximizar seu capital humano em todos os campos, que não procura apenas projetar-se no futuro e calcular ganhos e custos como o velho homem econômico, mas que procura sobretudo trabalhar a si mesmo com o intuito de transformar-se permanentemente, aprimorar-se, tornar-se sempre mais eficaz. O que distingue este sujeito é o próprio processo de aprimoramento que ele realiza sobre si mesmo, levando-o a melhorar incessantemente seus resultados e seus desempenhos. Os novos paradigmas que englobam tanto o mercado de trabalho como o da educação e da formação, “formação por toda vida” (long life training) e “empregabilidade”, são modalidades estratégicas significativas.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016. p. 333.

Neoliberalismo. Conjunto de ideias e medidas políticas e econômicas que ganharam força a partir do final do século XX, buscando atualizar a teoria liberal clássica. Seus pressupostos defendem a redução da participação do Estado nas atividades econômicas e concorrência entre empresas e indivíduos como valor fundamental para o funcionamento da vida em sociedade.

Precarização e flexibilização

Na era do empreendedorismo, dedicar-se ao trabalho é considerado um valor a ser cultivado e, justamente por isso, atualmente há muitas pessoas que se identificam com o termo workaholic, o viciado em trabalho. E, nesse contexto, as redes sociais têm colaborado para essa compulsão, sobretudo nos casos de trabalhadores de escritório.

A popularização do smartphone já os havia colocado diante da situação de poderem ser solicitados a qualquer momento. Com as redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, tornou-se comum que workaholics, chefes e encarregados, desrespeitem os momentos de descanso com demandas de trabalho, inclusive aos fins de semana. Assista ao vídeo do canal Na Prática sobre os workaholics. Embora essa conduta especificamente não seja saudável, smartphones junto a plataformas digitais podem influenciar na organização das rotinas de trabalho, facilitando o encontro de pessoas a distância, sistematizando e compartilhando tarefas etc. Tais ferramentas possibilitam, por exemplo, a realidade do home office.

A exposição que as pessoas fazem de suas vidas nas redes sociais tem influenciado inclusive o modo como algumas empresas lidam com seus funcionários. Em alguns casos, elas vigiam constantemente as contas de seus empregados em redes sociais, chegando a se utilizar delas como meio para justificar punições e até demissões. Além disso, o recrutamento de novos trabalhadores também tem sido diretamente afetado por essa exposição nas redes sociais, pois se propagou o hábito entre as empresas de verificar as contas de seus candidatos, para conhecer suas posições políticas, por exemplo.

Recentemente, nas plataformas digitais essa realidade vem se exacerbando ao limite. Os algoritmos, concebidos e desenhados pelas corporações globais para controlar os tempos, ritmos e movimentos de todas as atividades laborativas, foram o ingrediente que faltava para, sob uma falsa aparência de autonomia, impulsionar, comandar e induzir modalidades intensas de extração do sobretrabalho, nas quais as jornadas de 12, 14 ou mais horas de trabalho estão longe de ser a exceção. O curioso mundo virtual algorítmico, então, convive muito bem com um trágico mundo real, onde a predação ilimitada do corpo produtivo do trabalho regride à fase pretérita do capitalismo, quando ele deslanchava sua “acumulação primitiva” com base no binômio exploração e espoliação, ambos ilimitados.

ANTUNES, Ricardo. “Trabalho virtual?” Blog da Boitempo. Disponível em: <https://blogdaboi tempo.com.br/2020/09/22/trabalho-virtual/>. Acesso em: 13 out. 2020. Milhares de entregadores via aplicativo em protesto contra a precarização de seu trabalho. São Paulo (SP), julho de 2020.

BW PRESS/SHUTTERSTOCK.COM

http://ftd.li/tc9z5t

O privilégio da servidão

O sociólogo Ricardo Antunes, professor da Universidade de Campinas (Unicamp), conduz neste webcurso uma leitura de seu livro O privilégio da servidão, em que aborda o novo proletariado de serviços na era digital. Disponível no link abaixo.

http://ftd.li/wabo9h

20. Resposta pessoal. Os estudantes podem argumentar que as redes sociais podem ser aliadas para encontrar um emprego, a exemplo da rede LinkedIn, e de seu uso como meio de divulgação de trabalho como portfólios de ilustradores, fotógrafos, designers etc. Outro ponto que eles podem citar é que as redes sociais podem ser analisadas como critérios de contratação pelas empresas, ou seja, o perfil pessoal pode ser usado para determinar se o profissional conseguirá ou não uma vaga de emprego. É possível expandir essa discussão incluindo a evolução da robótica e da inteligência artificial sobre a atual condição do mercado de trabalho. Avanços tecnológicos devem afetar diretamente a distribuição das ocupações e cargos e, portanto, devem impactar as opções de emprego dos mais jovens. Denúncia, justiça e exposição nas redes

Apesar de algumas empresas utilizarem as redes sociais como um meio de vigiar e punir seus funcionários, há casos em que elas são usadas como ferramentas de denúncia e exposição de ações e conteúdos que podem resultar na demissão dessas pessoas. Foi o que aconteceu no início de julho de 2020, quando viralizou um vídeo de um casal agredindo verbalmente um fiscal da Prefeitura do Rio de Janeiro durante sua inspeção, que deveria assegurar o cumprimento das normas de segurança relacionadas à pandemia do coronavírus. 1. Leiam em conjunto o artigo que trata da repercussão do ocorrido e que resultou na demissão da mulher que protagonizou a cena. 2. Após a leitura do texto, debatam sobre o caso e sobre como as redes sociais são ferramentas complexas dentro do mundo do trabalho.

http://ftd.li/hreyyw Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes debatam sobre as complexidades das redes sociais no mundo do trabalho confrontando o que eles consideram como pontos positivos e negativos para chegarem a uma conclusão.

Investigação: trabalho conectado

O uso das redes sociais no mundo do trabalho tem contribuído para a sua precarização, mensagens e e-mails com cobranças e fora do horário de trabalho, vigilância dos funcionários etc. Será que isso já afetou ou ainda afeta a sua família? E a comunidade? Vamos descobrir! 1. Individualmente, entreviste seus familiares e, se possível, alguns membros de sua comunidade.

Além de seus dados pessoais, como nome, idade, profissão, pergunte a eles: • Você já sentiu seu trabalho afetado pelas redes sociais? • Como você classifica esse impacto? Positivo, negativo ou ambos? • Relate sua experiência a partir desse impacto. • Em caso de uma experiência negativa, como você solucionaria o problema? 2. Ao concluir as entrevistas escreva um relatório analisando as experiências coletadas. 3. Apresente o relatório para a turma e debatam sobre como essa questão tem afetado os trabalhadores de sua cidade.

1. Resposta pessoal. 2. Resposta pessoal. Ao realizarem as entrevistas e escreverem um relatório sobre elas, os estudantes poderão compreender como essa questão afeta na prática as pessoas próximas a eles e que já estão inseridas no mundo do trabalho. 3. Resposta pessoal. Ao apresentar os relatórios, os estudantes confrontarão as experiências da comunidade e terão um panorama geral de como essa questão tem impactado seu entorno.

Pratique

19. Resposta pessoal. Os estudantes podem apontar que a internet influenciou positivamente sua formação por meio de páginas de notícias, indicações de cursos on-line, mas também é possível que eles indiquem que as redes sociais sejam uma grande distração para os estudos. Em relação à substituição da educação formal pela educação virtual, é preciso que os estudantes ponderem sobre os pontos positivos e negativos dessas modalidades, considerando o papel do professor, a faixa etária dos estudantes etc. A experiência de educação a distância em larga escala durante a pandemia de covid-19 pode ser analisada durante esse debate. 19.Discutam verbalmente acerca da importância da internet e das redes sociais para a formação das pessoas. Você acha que eles podem substituir a educação formal? 20.Debatam oralmente a partir do seguinte questionamento: em relação às redes sociais, você acredita que elas podem ser aliadas na busca de um emprego? 21.Ao buscar sua inserção no mercado de trabalho, você acredita que seu smartphone pode ajudá-lo a desenvolver as tarefas de uma rotina de trabalho? Como?

Resposta pessoal. Os estudantes devem avaliar o impacto que os smartphones podem ter em uma rotina de trabalho. Eles podem ser fontes de distração, mas também são ferramentas organizacionais; com eles, é possível agendar lembretes, marcar

Síntese

Aula 34

Elas oferecem ferramentas para diversos tipos de negócio, como os marketplaces e os chatbots.

As redes sociais oferecem suas plataformas para promover outras empresas, algo que pode contribuir para a descentralização do capitalismo, ao ajudar na promoção de pequenas marcas e negócios, a exemplo da economia solidária. Embora elas também possam agravar a concentração de capital, como é o caso dos marketplaces, como a Amazon.

2

A monetização de produtores é uma nova modalidade profissional na qual os digital influencers são pagos para promover certas marcas.

A economia solidária é um modelo de negócios cujos princípios básicos são sustentabilidade, inclusão social e cooperação.

3

Negócios no ambiente virtual: empreendedorismo social como meio de transformar positivamente a sociedade e o meio ambiente.

11 As redes sociais são uma forma de negócio extremamente lucrativa, e os dados dos usuários representam seu valioso e cobiçado produto; por meio deles, outras empresas anunciam suas mercadorias ajustadas especificamente para cada perfil.

4

NEGÓCIOS

NA ERA

DIGITAL A tecnologia e as redes sociais também podem ser usadas como instrumentos de flexibilização e precarização do trabalho. As criptomoedas existem a partir de uma tecnologia de criptografia de dados que permite realizar transações financeiras on-line. JULSIST/SHUTTERSTOCK.COM

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