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Qualidade da informação
b) Resposta pessoal. É importante que os estudantes consigam avaliar os aspectos positivos e negativos dos meios de comunicação tradicionais. Por um lado, eles divulgam diversas informações importantes para o debate público, como tomadas de decisão pública, eventos locais e globais, catástrofes etc., e contam com uma estrutura profissional para a obtenção desse tipo de informação, que deve ser valorizada. Por outro, por se tratar de uma grande indústria hierarquizada, eles também têm o poder de selecionar certas informações em detrimento de outras, segundo interesses particulares. CAPítulo 3 c) Resposta pessoal. Peça aos estudantes que investiguem de onde vêm as informações que eles consomem, principalmente as oriundas de compartilhamentos em redes sociais. Qualidade da informação O objetivo da atividade é que eles encontrem quem são os autores daquelas informações e de onde elas vêm.
Aula 1
Ao visitar uma banca de jornal, nos deparamos com uma grande quantidade de publicações, como jornais e revistas de notícias, moda, culinária, dieta, fofoca de famosos e divulgação científica. Até algumas décadas atrás, essas eram as principais fontes de informação para o cidadão comum, ao lado do rádio e da televisão. Recentemente, contudo, esse cenário mudou. Com o avanço das tecnologias de comunicação e informação (TICs), temos à nossa disposição diversos serviços que aumentaram ainda mais a quantidade de possíveis fontes de notícias.
Mas será que todas essas fontes, sejam impressas ou digitais, promovem algum tipo de conteúdo verdadeiramente informativo para as pessoas? Para responder a essa pergunta, precisamos primeiramente definir o que é informação.
Em relação à comunicação, a informação pode ser vista como o conteúdo de uma mensagem ou como aquilo que é conhecido pela observação direta ou indireta. Do ponto de vista do conhecimento, para que uma mensagem recebida seja de fato informativa, ela precisa provocar um acréscimo de conhecimento na pessoa ou no grupo de pessoas que a recebe. Como o conhecimento deve ser sempre algo verdadeiro e justificado, é necessário que a informação se relacione de alguma maneira com a verdade.
a) O que você entende como verdade? b) Você acredita que os meios de comunicação tradicionais transmitem informações de qualidade, isto é, que procuram se relacionar com a verdade e promover o aumento do conhecimento público? c) Quais são as fontes de informação mais utilizadas por você, sua família e seus amigos?
Você acredita que esses meios fornecem informações de qualidade?
a) Resposta pessoal. A verdade pode ter diversos significados. O propósito dessa pergunta é que o estudante se questione sobre o conceito, procurando defini-lo com suas próprias palavras.
Procure priorizar definições de verdade que levem em conta seu aspecto de construção histórica e coletiva, ou seja, um terreno em comum em que as pessoas conseguem estabelecer comunicações efetivas, promovendo um conhecimento sobre a realidade e o entendimento entre si.
MIGUEL MEDINA / AFP
Revistas em uma banca de jornal em Milão (Itália), 2020.
A abertura do capítulo tem como objetivo suscitar nos estudantes uma reflexão sobre a quantidade e a qualidade da informação produzida na atualidade e também sobre o conceito de informação. Pode ser enriquecedor, neste momento, questioná-los sobre suas concepções de informação, pedindo que exponham ideias sobre os critérios que configuram uma informação como de qualidade ou não. Habilidades dos Itinerários Formativos trabalhadas neste capítulo: EMIFCG01; EMIFCG02; EMIFCG03; EMIFCG04; EMIFCG05; EMIFCG06; EMIFCG07; EMIFCG08; EMIFCG09; EMIFCG10; EMIFCG11; EMIFCG12; EMIFCHSA01; EMIFCHSA02; EMIFCHSA03; EMIFCHSA04; EMIFCHSA05; EMIFCHSA06; EMIFCHSA07; EMIFCHSA08; EMIFCHSA09; EMIFCHSA10; EMIFCHSA11; EMIFCHSA12. O texto na íntegra das habilidades encontra-se no Manual do Professor.
PROJETO
Ao longo de todo o volume, você desenvolverá um manual de sobrevivência on-line. Neste capítulo, serão trabalhadas maneiras de conhecer, reconhecer e combater a desinformação que é propagada com alta velocidade e alcance pela internet. Isso auxiliará você a elaborar as seções no seu manual relacionadas à qualidade da informação digital. No final do capítulo, são apresentadas mais informações sobre esta etapa do projeto.
Resposta pessoal. Pode ser difícil para os estudantes pensar em profissões que estão deixando de existir, portanto é importante auxiliá-los e, se possível, trazer outros exemplos além do ofício de tipógrafo. A própria websérie Ofícios de Jacareí traz outros exemplos, como relojoeiro, sapateiro, consertador de rádio, alfaiate, entre outros.
Pedro – Ofício tipógrafo
O episódio da websérie Ofícios de Jacareí, indicado no link abaixo, mostra o trabalho de Pedro, um dos poucos tipógrafos que restam no município e até mesmo no país. A websérie tem como objetivo, além de homenagear mestres locais, preservar a memória de trabalhos e técnicas que estão desaparecendo.
https://ftd.li/8cvqei
• Você conhece algum ofício em seu município que está deixando de existir?
Explique do que se trata e o porquê de estar desaparecendo. Se não conhecer nenhum, faça uma pesquisa.
Aulas 2 a 8 PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Até o século XV, as publicações impressas eram produzidas de maneira artesanal. Naquela época, já existiam ao redor do mundo técnicas de gravar textos em papel com base em matrizes de pedra, metal ou madeira, mas faltava ainda a ampla difusão de uma tecnologia que permitisse a produção de cópias com rapidez. Atribui-se a criação dessa tecnologia ao alemão Johannes Gutenberg, que, em torno de 1450, desenvolveu a prensa de tipos móveis. Se antes o acesso a material impresso era restrito a monges e universidades, com a prensa o cidadão comum começava a ter os mais diversos conteúdos a seu dispor.
Os panfletos
Uma das formas de divulgação de informação que se popularizou ao longo dos séculos XV e XVI foram os panfletos. Por serem curtos e simples, esses materiais tinham um alto potencial de divulgação local e contribuíram para a proliferação do debate público.
Panfleto em alemão produzido por volta de 1550 por meio da tecnologia de tipos móveis. Com a finalidade de combater o consumo de álcool, as bebidas alcoólicas são retratadas como obra de demônios.

LEBRECHT HISTORY / BRIDGEMAN IMAGES / FOTOARENA
Os jornais


Com a ampla difusão da imprensa nos séculos XVII e XVIII, estabeleceu-se uma grande indústria da mídia impressa no mundo. A partir de então, foram surgindo diversos jornais, grupos de publicação de livros e até mesmo imprensas oficiais de Estados. No Brasil, a imprensa teve seu início em 1808 com a chegada da família real portuguesa. Nesse ano, foi fundada a Imprensa Régia, atual Imprensa Nacional, órgão responsável pela publicação de informações oficiais do governo.
Na segunda metade do século XIX, os jornais começaram a tomar a forma que conhecemos hoje. Surgiram as manchetes (títulos chamativos escritos com letras grandes), as imagens passaram a ser usadas com mais frequência e as matérias começaram a ser separadas em seções como “esporte” e “humor”. Além disso, muitos jornais antes independentes começaram a fazer parte de grandes conglomerados de mídia impressa, que passaram a dominar grande parte do mercado.
Mas, para além dos novos monopólios na produção e divulgação de informação, continuaram existindo publicações alternativas e independentes. Os jornais operários foram um desses tipos de publicação.
Tendo em vista a divulgação de reivindicações trabalhistas e melhores condições de vida, operários de todo o mundo, unidos em associações e sindicatos, desenvolveram suas próprias publicações. Uma das grandes preocupações que tinham era o combate ao discurso hegemônico das grandes mídias.
O crescimento das companhias de jornais na cidade de Nova York (Estados Unidos) no final do século XIX gerou uma corrida por demonstração de poder, e cada jornal tentava construir um prédio mais alto e imponente que o outro. A fotografia mostra o Newspaper Row, conjunto de prédios que abrigavam os jornais The New York World (à esquerda), The New-York Tribune (ao centro) e The New York Times (à direita), cerca de 1889.
FREDERIC LEWIS/GETTY IMAGES


Os panfletos e sua história
Vamos conhecer um pouco mais a história dos panfletos? Em grupos, realizem uma pesquisa e preparem uma pequena apresentação sobre os seguintes tópicos: 1. Ao longo dos séculos XV, XVI e XVII, quem eram os maiores responsáveis pela publicação de panfletos na Europa? Aqui é possível atribuir a cada grupo apenas um tópico ou pedir a todos os grupos que tentem responder a todas as questões colocadas. O período de pesquisa pode ser de aproximadamente uma semana, 2. Que tipo de informação era disseminada por essas publicações? 3. O que eram as chamadas “guerras panfletárias”? 4. Quais foram as grandes mudanças sociais dessa época causadas pela publicação de panfletos? 5. Na época, era possível determinar se as informações publicadas em panfletos eram verdadeiras ou falsas? Cada apresentação deve ter em torno de 5 a 10 minutos. Algumas sugestões de sites para consulta são: <http:// ftd.li/zd3kxg>, <http://ftd.li/2sa9sv> e <http://ftd.li/uzkbyk>.
Em cada grupo, organizem-se de maneira a dividir as tarefas (pesquisa, preparação da apresentação, execução), aplicando estratégias de planejamento para que todos os integrantes participem ativamente.
e é interessante acompanhar os estudantes durante o preparo da apresentação, dando dicas de como torná-la mais eficiente e direta.
Imprensa Negra Paulista – Periódicos de 1903 a 1963
No contexto do pós-abolição, homens e mulheres negros se organizaram coletivamente de variadas formas, no combate à discriminação racial e em busca de maiores chances de ascensão econômica e social. Naquele período, intensificou-se a produção de jornais e revistas por parte desse grupo, que no seu conjunto ficaram conhecidos como a Imprensa Negra Paulista.
http://ftd.li/ej9qoj
USP – Imprensa Negra Paulista. Universidade de São Paulo, 2020. Disponível em: <http://biton.uspnet.usp.br/imprensanegra/>. Acesso em: 18 set. 2020.
Acesse o site ao lado e explore os periódicos independentes da chamada Imprensa Negra Paulista. • O que esses periódicos têm em comum? Que tipos de informação eram veiculados neles?
Os periódicos da Imprensa Negra Paulista foram desenvolvidos em uma mesma época por membros de uma mesma categoria social — pessoas negras de São Paulo. A informação presente neles está relacionada à identificação do povo negro com pautas emancipatórias e à liberdade de expressão de uma parcela da população que não tinha (e não tem até hoje) uma série de direitos reconhecidos pelo Estado. Pratique Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem que as notícias eram compartilhadas principalmente por via oral (em conversas individuais ou em pronunciamentos públicos), cartas e documentos escritos à mão. Isso tornava a transmissão de informações lenta e limitada. 1. Como as pessoas tinham acesso à informação antes da popularização da prensa de tipos móveis?
Promova um debate com seus colegas e, com base em seus conhecimentos históricos e em pesquisas, discutam sobre as principais maneiras de difusão de notícias até o século XV. 2. Avalie três formas de transmissão de informação — oral, cartas escritas à mão e texto impresso. Qual forma de transmissão de informações você acredita ser a mais confiável?
Resposta pessoal. Os estudantes devem reconhecer que todas as formas têm aspectos confiáveis e aspectos não confiáveis. A comunicação oral é de extrema importância para manter tradições e conhecimentos que são transmitidos de geração em geração, mas deve ser questionada, por exemplo, quando utilizada como tentativa de persuasão por estranhos. As cartas escritas à mão também são instrumentos importantes de comunicação, tendo já sido usadas como instrumento de denúncia; por outro lado, elas muitas vezes exprimem o ponto de vista de apenas uma pessoa, que pode ser equivocado. O texto impresso tem a vantagem de alcançar um número grande de pessoas, que podem questioná-lo e expor suas inconsistências; por outro lado, seu formato profissional pode atribuir a ele uma falsa sensação de verdade absoluta.
3. Em sua opinião, qual forma de transmissão é mais usual para cada uma das atividades a seguir? • Divulgar uma descoberta científica. • Expor suspeitas de um crime. • Comunicar uma visita. • Espalhar rumores sobre um oponente político. • Receber notícias da família. • Contar segredos. • Denunciar um criminoso.
4. Leia o texto a seguir sobre o surgimento e crescimento da imprensa operária no Brasil e responda às questões.
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que os meios de informação servem a mais de um propósito. Em geral, a comunicação oral causa bastante impacto, mas é mais volátil em relação à memória; as cartas escritas à mão podem servir tanto como comunicação pessoal quanto como divulgação de informações relevantes; e a mídia impressa pretende atingir um número maior de pessoas e registrar informações para um futuro acesso.
A grande imprensa era dominada pela elite econômica, enquanto a imprensa operária pertencia a associações de trabalhadores. Assim, a grande imprensa tinha uma maior circulação, mas defendia os interesses das empresas e dos detentores de poder, enquanto a imprensa operária buscava união das categorias e reivindicação de melhores condições de vida.
Resposta pessoal. Espera-se que o estudante seja capaz de avaliar as vantagens e desvantagens de cada tipo de imprensa. A grande imprensa, apesar de servir aos interesses da elite econômica, dispunha de recursos materiais para realizar pesquisas, conferir seus dados e contratar profissionais qualificados do ramo da comunicação. A imprensa operária, por sua vez, apesar dos recursos escassos, mostrava o ponto de vista de pessoas que viviam situações degradantes e que tinham propriedade para falar delas. Sendo assim, é importante promover um debate sobre como cada um desses tipos de imprensa se relaciona com a verdade histórica e coletivamente construída.
A grande imprensa tratava como “desordeiros e bandidos” a esses líderes, engajados na causa operária. Alguns deles foram presos, espancados, assassinados ou expulsos do país. Devido ao rápido crescimento industrial, no começo do século XX, São Paulo era o centro das atividades operárias. Era lá que vivia a maior parte dos imigrantes operários, sendo seguido pelo Rio de Janeiro. Dentro em breve, porém, os imigrantes espalhavam-se por quase todo o país, e com eles as atividades pela conquista das transformações sociais em profundidade. [...]
A preocupação com a imprensa e com a alfabetização dos operários inseria-se em um contexto bem mais amplo, e está de acordo com o ideário anarquista internacional, o de que o sindicato deveria ser uma escola para os trabalhadores, em vista de prepará-los para exercer o papel que lhes cabe na sociedade industrial. Em vista da maior eficácia possível de sua comunicação com os trabalhadores, os militantes pesquisaram e criaram uma linguagem visual inovadora, inventaram símbolos (logotipos) que distinguissem cada profissão e cada sindicato, centros de estudos sociais e teatros, chegando até a recorrer à linguagem das cores.
PREFEITURA da Cidade do Rio de Janeiro. Breve história da imprensa sindical no Brasil. Rio de Janeiro: Secretaria Especial de Comunicação Social, 2005. p. 19-22. Disponível em: <http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4204433/4101406/estudos14.pdf>. Acesso em: 13 set. 2020.
a) No começo do século XX, o que diferenciava a grande imprensa e a imprensa operária?
b)Em sua opinião, as informações divulgadas na imprensa operária eram verdadeiras? E na grande imprensa?
Linotipo: processo rápido de impressão que consiste na composição de tipos de chumbo. Inventada nos EUA em 1884, a técnica permite a formação de uma linha inteira de caracteres tipográficos que são imediatamente fundidos com chumbo em estado líquido.
https://ftd.li/y74t9w
https://ftd.li/rj5vim
Aulas 9 e 10 A GRANDE MÍDIA
Na transição do século XIX para o século XX, a evolução da tecnologia intensificou e diversificou ainda mais a produção e a divulgação de informação. Surgiram a fotografia e a linotipo, que possibilitou uma velocidade ainda maior na impressão em larga escala. Nessa mesma época, as redes de telegrama se tornaram amplamente disponíveis e as ondas de rádio começaram a ser empregadas em transmissões de áudio. Nas décadas seguintes, foram popularizados a televisão e o videotape, que na década de 1970 passou a ser utilizado nos telejornais com cada vez mais frequência.
Até os primeiros anos do século XXI, esses meios de comunicação reinaram, sobretudo a televisão. Até hoje, ela chega a praticamente todos os brasileiros: segundo o IBGE, em 2018 apenas 3,6% das casas do país não tinham um aparelho de televisão. Mas o funcionamento de uma emissora de TV é uma operação bastante cara. Para colocar um telejornal no ar, é preciso ter um local de gravação, dispor de equipamentos de alta qualidade, profissionais qualificados para operá-los e uma equipe de jornalismo para fazer o levantamento das notícias e conferir as informações. Para ter uma ideia, assista à reportagem Jornalismo 24 horas, do Globo Repórter. Além disso, as emissoras podem ser responsabilizadas pelo conteúdo que divulgam, conforme mostra o vídeo O que é Regulação da Mídia? da TV Uerj. Portanto, elas dependem da profissionalização, o que significa também que seus profissionais precisarão ter uma formação compatível, especializada em comunicação.
Imagem geral da newsroom (sala de redação) do canal Al-Jazeera em língua inglesa no dia de sua inauguração. Doha (Qatar), 2006.
KARIM JAAFAR / AFP

Quem controla a mídia no Brasil?
O projeto Media Ownership Monitor (MOM), criado pela organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF), é uma ferramenta que permite ao grande público obter informações a respeito dos proprietários da mídia no Brasil e no mundo. http://ftd.li/6bgts2 1. Acesse o site do MOM Brasil, indicado ao lado, e procure informações sobre o controle da mídia no país. 2. Qual é o resultado do Brasil em relação a indicadores de risco ao pluralismo e à independência da mídia? 3. O que esse resultado significa? 4. Avalie as informações fornecidas pelo site e responda: como você compreende a importância da transparência em relação aos meios de comunicação?
1. Resposta pessoal. Se possível, realize essa atividade em sala de aula, orientando os estudantes na navegação pelo site e na exploração do banco de dados. 2. O Brasil apresenta resultado com indicação de alerta vermelho. 3. O resultado significa que o sistema de mídia brasileiro tem alta concentração de audiência e de propriedade, além de falta de transparência, interferências econômicas, políticas e religiosas.
Pratique
4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apontem que a transparência é importante para que a audiência tenha conhecimento sobre os interesses econômicos e políticos por trás dos veículos de comunicação. Além disso, um maior conhecimento dos detentores desses veículos permite o combate ao monopólio e a promoção de uma maior pluralidade e diversidade de informações.
5. (Enem/MEC)
bom... o... eu tenho impressão que o rádio provocou uma revolução... no país na medida que:... ahn principalmente o rádio de pilha né? quer dizer o rádio de pilha representou a quebra de um isolamento do homem do campo principalmente quer dizer então o homem do campo que nunca teria condição de ouvir... falar... de outras coisas... de outros lugares... de outras pessoas, entende? através do rádio de pilha... ele pôde se ligar ao resto do mundo saber que existem outros lugares outras pessoas, que existe um governo, que existem atos do governo... de modo que... o rádio, eu acho que tem um papel até... numa certa medida... ele provocou pelo alcance que tem uma revolução até maior do que a televisão... o que significou a quebra do isolamento... entende? de certas pessoas... a gente vê hoje o operário de obra com o rádio de pilha debaixo do braço durante todo o tempo que ele está trabalhando... quer dizer... se esse canal que é o rádio fosse usado da mesma forma como eu mencionei a televisão... num sentido cultural educativo de boas músicas e de... numa linha realmente de crescimento do homem [...] Esses veículos... de telecomunicações se colocassem a serviço da cultura e da educação seria uma beleza, né?
CASTILHO, A. T.; PRETTI, D. (Org.). A linguagem falada na cidade de São Paulo: materiais para seu estudo. São Paulo: T. A. Queiroz; Fapesp, 1987.
A palavra comunicação origina-se do latim communicare e significa “tornar comum”, “repartir”. Nessa transcrição de entrevista, reafirma-se esse papel dos meios de comunicação de massa porque o rádio poderia a) oferecer diversão para as massas, possibilitando um melhor ambiente de trabalho. b)atender as demandas de mercado, servindo de instrumento à indústria do consumo. c) difundir uma cultura homogênea, abolindo as marcas identitárias de toda uma coletividade. d)trazer oportunidades de aprimoramento intelectual, permitindo ao homem o acesso a informações e a bens culturais. e) inserir o indivíduo em sua classe social, fornecendo entretenimento de pouco aprofundamento crítico. O entrevistado demonstra, ao final da entrevista, um desejo de que os meios de telecomunicação “se colocassem a serviço da cultura e da educação”, trazendo oportunidades de aprimoramento intelectual por meio do acesso a informações e bens culturais.
PCRUCIATTI/SHUTTERSTOCK.COM
Aulas 11 a 13 A POPULARIZAÇÃO DA INTERNET E DAS REDES SOCIAIS
No começo do século XXI, a internet se tornou a principal fonte de informação e meio de comunicação em praticamente todo o mundo. Desde a popularização do meio, as expectativas quanto ao potencial emancipador da internet sempre foram altas. No cenário mais otimista, ela cumpriria o papel de democratizar a comunicação, levando a milhões de pessoas não apenas a possibilidade de acessar informações, como também mais instrumentos para produzir e disseminar conteúdos.
Um passo além da televisão e do rádio, em que a comunicação é unidirecional, tendo apenas um emissor para vários receptores, a internet possibilita a multiplicação dos emissores e uma conexão mais direta com os receptores. Dessa forma, a promessa da internet era que, por meio dela, seria possível ao cidadão comum interagir com as notícias, podendo confrontar publicamente as versões transmitidas pelos grandes veículos de imprensa.
Mas não apenas a tecnologia evoluiu tremendamente desde então, como a sociedade, que passou a utilizá-la de maneira massiva, também passou por transformações que se relacionam e se misturam com o desenvolvimento dessas tecnologias. Uma das mais importantes dessas transformações foi o advento e a massificação dos smartphones, que mudaram completamente a forma como as pessoas se relacionam com as fontes de notícias. Há quase uma década, a maioria dos brasileiros obtém notícias por meio da internet, mas uma pesquisa de 2019 indicou que atualmente essas notícias são em grande parte recebidas por meio das redes sociais. Enquanto no Brasil o papel das redes sociais como veículo de notícias cresceu 37% em seis anos, a mídia impressa teve sua presença nesse campo bastante reduzida.
Com o crescimento das redes sociais, foi atribuído a cada usuário a função não apenas de consumir informações, mas também de divulgar, comentar e produzir conteúdo. Além disso, os usuários também desempenham o papel de fiscalizar, denunciar e punir comportamentos desviantes nas redes — prática que pode se aplicar até mesmo a políticos, celebridades e acadêmicos.
Como as diretrizes éticas e morais do uso da internet ainda são um território em disputa, alguns autores defendem que um mecanismo de autorregulação virtual foi criado — a já mencionada cultura do cancelamento. Junto dela, outro fenômeno que se destaca na contemporaneidade também é mobilizado pelas redes sociais e se propaga na mesma velocidade do cancelamento: a desinformação.
Diversos usuários utilizam computadores em uma LAN house em Chengdu (China), 2011.



Brasil: fontes de notícias (2013-2019)
100%
90%
75%
50%
50% 47% 87%
73% 64%
EDITORIA DE ARTE
0%
27%
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 On-line (incluindo mídias sociais) Televisão Mídia impressa Redes sociais
Fonte: NEWMAN, N. et al. Reuters Institute Digital News Report 2019. Reuters Institute, University of Oxford, 2019. p. 123. Disponível em: <https://reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/sites/default/files/2019-06/DNR_2019_FINAL_0.pdf>. Acesso em: 16 set. 2020.
Pratique
6. (Enem/MEC)
Com o texto eletrônico, enfim, parece estar ao alcance de nossos olhos e de nossas mãos um sonho muito antigo da humanidade, que se poderia resumir em duas palavras, universalidade e interatividade.
As luzes, que pensavam que Gutenberg tinha propiciado aos homens uma promessa universal, cultivavam um modo de utopia. Elas imaginavam poder, a partir das práticas privadas de cada um, construir um espaço de intercâmbio crítico das ideias e opiniões. O sonho de Kant era que cada um fosse ao mesmo tempo leitor e autor, que emitisse juízos sobre as instituições de seu tempo, quaisquer que elas fossem e que, ao mesmo tempo, pudesse refletir sobre o juízo emitido pelos outros. Aquilo que outrora só era permitido pela comunicação manuscrita ou a circulação dos impressos encontra hoje um suporte poderoso com o texto eletrônico.
CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Unesp, 1998.
No trecho apresentado, o sociólogo Roger Chartier caracteriza o texto eletrônico como um poderoso suporte que coloca ao alcance da humanidade o antigo sonho de universalidade e interatividade, uma vez que cada um passa a ser, nesse espaço de interação social, leitor e autor ao mesmo tempo. A universalidade e a interatividade que o texto eletrônico possibilita estão diretamente relacionadas à função social da internet de
a) propiciar o livre e imediato acesso às informações e ao intercâmbio de julgamentos. b) globalizar a rede de informações e democratizar o acesso aos saberes. c) expandir as relações interpessoais e dar visibilidade aos interesses pessoais. d) propiciar entretenimento e acesso a produtos e serviços. e) expandir os canais de publicidade e o espaço mercadológico.
Se possível, retome com os estudantes a noção de juízo em Kant, o que facilita a compreensão da questão.


Monopólios digitais enterram utopias da internet
A coluna da Rádio USP apresentada por Gilson Schwartz, professor de Economia do Audiovisual da Escola de Comunicação e Artes da USP, trata da tendência de concentração do capital, poder político e influência cultural nas mãos de poucas empresas de tecnologia e redes sociais. Acesse-a no link a seguir.
https://ftd.li/ptjwtx
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
Manifestantes em Brasília (DF) levantam faixa contra a criminalização das fake news em frente ao Supremo Tribunal Federal, 2020.
Aulas 14 a 16 A DESINFORMAÇÃO
A internet mudou definitivamente a maneira como consumimos notícias. Se antes tínhamos à disposição apenas jornais e revistas impressos, a televisão e o rádio, e havia um horário determinado para acompanharmos o noticiário, hoje há portais on-line, canais de streaming, blogs e as próprias redes sociais, que mantêm uma enorme quantidade de informações disponíveis a qualquer hora. Contudo, esse aumento da oferta de informações é acompanhado de diversos problemas.
Ao mesmo tempo que ameaça a hegemonia de grandes corporações de comunicação, o mundo digital também deu origem a uma nova elite econômica que detém o controle dos principais sites de busca, plataformas de venda, redes sociais e aplicativos de mensagens. Diferentemente da antiga grande mídia, as empresas por trás das redes sociais não se responsabilizam integralmente pelas informações publicadas e compartilhadas em suas páginas e, de maneira geral, apenas excluem conteúdos criminosos e contrários a seus interesses particulares.
Toda a economia das redes sociais é baseada na quantidade de acessos e no tempo que os usuários passam em suas plataformas. Quanto maior o número de usuários e o tempo que gastam on-line, maior é a quantidade de dados coletados (que tem alto valor no mercado) e maior é o ganho com propagandas e com transações financeiras on-line. Assim, do ponto de vista das empresas detentoras das redes sociais, o objetivo de qualquer postagem é atingir o maior número possível de pessoas e engajar ao máximo os usuários. Desse ponto de vista, “viralizar” uma notícia chamativa, mesmo que fabricada, é parte do negócio.
O incentivo à circulação de um número cada vez maior de publicações contribui com o chamado fenômeno da desinformação: a proliferação de textos, vídeos e imagens pretensamente informativos que propagam informações falsas ou incompletas e contribuem para um estado de confusão generalizada e perda de referenciais coletivos de conhecimento.


Boato ou fake?
Não é de hoje que existem boatos e notícias falsas, sejam criados intencionalmente ou por equívoco. Todavia, a dinâmica das redes sociais impulsiona a propagação de qualquer conteúdo com potencial de engajamento, dando a notícias infundadas um enorme alcance e uma aparência maior de credibilidade. O que se chama hoje de fake news, portanto, não se refere apenas a uma notícia que não corresponde à realidade. Elas estão diretamente ligadas à cultura digital e a uma falsa sensação de veracidade. Para saber mais sobre o uso do termo fake news, assista ao vídeo da Justiça Eleitoral.
Fake news. Pretensas notícias apresentadas em sites que publicam informações deliberadamente falsas, fabricadas ou exageradas até um ponto em que não correspondem mais à realidade; esses sites tentam imitar veículos de comunicação confiáveis, mas as informações fornecidas neles operam um interesse expresso de enganar ou manipular um público-alvo
A difusão de notícias falsas é uma grande preocupação para a democracia. São três as características principais a que se deve atentar: são sempre bombásticas; são divulgadas como exclusivas e escondidas do grande público; e corroboram alguma das posições que façam parte de temas muito polarizados. A polarização, sobretudo política, faz o antagonismo entre as pessoas aumentar e a troca de ideias entre aqueles que têm posições diferentes ficar cada vez mais difícil. Isso ocorre porque, de modo geral, acabamos consumindo apenas as notícias que mais nos agradam e que confirmam nossas posições sobre determinado assunto.
Assim, surgem sites de “notícias” que se especializam na produção de conteúdos específicos para serem compartilhados por determinados públicos. Esses sites não têm como função informar ou garantir a qualidade das notícias que publicam — eles visam apenas à rentabilidade de sua circulação. As redes sociais têm um papel fundamental nisso, pois dão muito mais destaque a postagens que têm maior potencial de repercussão, estimulando assim o sensacionalismo e a desinformação.
http://ftd.li/u5v6wg
1. Resposta pessoal. É importante que os estudantes realizem as anotações e as utilizem para responder às próximas questões. 2. Os três conceitos essenciais são intimidade — as notícias geralmente chegam por pessoas nas quais confiamos; identificação — quando a notícia agrada a quem recebe, a emoção se sobrepõe à razão, fazendo-a ser mais compartilhada; e anonimato — quase nunca é possível saber a fonte primária da informação. 3. Resposta pessoal. Os estudantes devem ser capazes de avaliar que cada um dos veículos pode fornecer informações falsas e verdadeiras. Portanto, é importante desconfiar de mensagens anônimas, procurar verificar a procedência das informações e avaliar o quanto nossas opiniões e emoções influenciam aquilo que decidimos compartilhar.
Como lidar com notícias falsas no Whatsapp
O curso on-line Vaza Falsiane é um projeto de iniciativa de jornalistas e professores universitários que foi encubado pela ONG Repórter Brasil. Ele foi desenvolvido para entender e combater as fake news e a desinformação. 1. Assista ao vídeo no link ao lado, que faz parte do curso Vaza Falsiane, e faça anotações sobre as principais ideias apresentadas. 2. Quais são os três conceitos essenciais para compreender a propagação de fake news nos aplicativos de mensagem? 3. Em sua avaliação, qual veículo fornece informações mais confiáveis: um panhttps://ftd.li/s8rg3q fleto ou uma mensagem instantânea em aplicativo?
Notícias falsas no dia a dia: entrevista ou questionário
Uma primeira aproximação com uma maneira científica de verificar o quanto as notícias falsas estão no nosso dia a dia e entre os nossos conhecidos é aplicar uma entrevista ou questionário entre os colegas de escola e familiares. Para isso, siga os passos a seguir. 1. Defina seu público-alvo e estabeleça o que é importante saber sobre a pessoa entrevistada. Algumas sugestões são: sua faixa etária; que redes sociais acessa e quantas vezes ao dia; se ela tem o hábito de ler notícias e que meio utiliza para isso (televisão, redes sociais, sites de jornais, mídia impressa etc.); o que mais consome, notícias que tenham mais a ver com a opinião que já possui ou notícias variadas com fontes diversificadas; e se ela costuma verificar as informações que repassa para outros ou se o faz sem pensar muito. 2. Aplique as entrevistas ou questionários ao maior número possível de pessoas que correspondem ao público-alvo. 3. Junte todos os dados de sua coleta e escreva um pequeno relatório expondo sua metodologia, ilustrando os resultados com gráficos, indicando possíveis conclusões e propondo medidas que podem ser tomadas com base nelas.
O ideal é que essa atividade seja realizada em grupos, mas ela também pode ser feita individualmente como forma de avaliação. Se necessário, oriente os estudantes sobre maneiras de aplicar entrevistas e questionários de forma a não influenciar as respostas e auxilie-os na análise de dados e na construção de gráficos. Defina de antemão os prazos e o formato dos relatórios, que pode ser um documento, uma apresentação de slides, um site interativo etc.
Pratique
7. Leia o texto Os monopólios da era digital e responda às questões. a) O que são leis antitruste?
Leis antitruste são leis que evitam o monopólio de poucas empresas em determinado ramo.
https://ftd.li/wbbrfr
b)Como você classificaria empresas de tecnologia como o Google e o Facebook: são empresas do ramo de comunicação ou apenas plataformas?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes embasem sua resposta com argumentos sólidos e bem estruturados.
c) Em sua opinião, as grandes empresas de tecnologia deveriam ser avaliadas como monopólio e submetidas às leis antitruste tradicionais? Que tipos de ação pública você sugeriria em relação a esse problema?
Resposta pessoal. O estudante deve apresentar sua opinião com base em argumentos sólidos, utilizando-se tanto dos
conhecimentos acumulados de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas quanto dos tópicos abordados até agora neste volume.
Se possível, promova um debate em sala de aula após os estudantes responderem a esta questão.
Aula 17
ALEX ARGOZINO

Infográfico elaborado com base em: BRASIL. Ministério da Saúde. 8 passos para identificar Fake News. Disponível em: <http://www.blog. saude.gov.br/index.php/servicos/53504-8-passos-para-identificar-fake-news>. GOVERNO do Mato Grosso. População pode impedir propagação de fake news nas mídias sociais. Disponível em: <http://www.mt.gov.br/-/10288080-populacao-pode-impedir-propagacao-defake-news-nas-midias-sociais>. GOVERNO do Estado de São Paulo. Como checar informações na internet. Biblioteca Virtual. Disponível em: <http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/temas/internet-e-tecnologia/como-checar-informacoes-na-internet.php>. Acessos em: 18 set. 2020.
http://ftd.li/f69n8z
http://ftd.li/si8wbi
BETTMANN ARCHIVE / GETTY IMAGES

SEMEANDO CONSPIRAÇÕES
Vimos que as redes sociais têm um enorme poder de propagação de desinformação. O grande alcance de pretensas notícias contribui com a proliferação de teorias da conspiração. Assim como as notícias falsas, as teorias da conspiração sempre existiram como uma pretensa alternativa à narrativa hegemônica propagada pela grande imprensa. Por isso elas são tão populares, como mostra a matéria da BBC Brasil.
Algumas narrativas que antes eram consideradas por muitos como teorias conspiratórias já deixaram de ser classificadas como tal ao serem comprovadas como verdadeiras. Em 2013, por exemplo, o analista de sistemas Edward Snowden revelou documentos secretos da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) que evidenciavam que a agência praticava espionagem digital em toda a população americana — e de outros países, como o Brasil — utilizando servidores de empresas como Google, Apple e Facebook. Essas revelações podem ser aprofundadas na matéria Denúncias de Snowden revelam amplo monitoramento.
Uma particularidade das teorias da conspiração é que elas não aparentam ser totalmente descoladas da realidade. Ao contrário, elas costumam apresentar razões para fenômenos que vivemos, mas não compreendemos inteiramente e cujas explicações de especialistas não são satisfatórias. É nisso que consiste seu poder de persuasão e convencimento. Por exemplo, se já foi comprovado diversas vezes que os Estados cometem atrocidades e ocultam esses atos do grande público, como é possível confiar em campanhas governamentais? Se já vimos evidências de que pessoas de maior poder econômico cometem crimes e não são responsabilizadas pela justiça, o que nos garante que não há ainda mais crimes cometidos por essas pessoas com impunidade e que não são divulgados?
Aulas 18 a 22 A chegada do homem à Lua é um dos grandes alvos de questionamentos e de teorias da conspiração. Na imagem, o traje do astronauta Alan Bean reflete a imagem do astronauta Charles Conrad, ambos tripulantes da missão Apollo 12, na superfície da Lua em 1969.
Esses questionamentos têm um importante fundo crítico, mas as teorias da conspiração buscam canalizar esse potencial emancipatório para uma forma esvaziada de revolta que promove a manutenção das estruturas de poder em vez de contestá-las. Em contextos de crise econômica, esfacelamento de comunidades e aumento cada vez maior da concentração de poder e de riquezas, o nível de descontentamento da população em relação às autoridades — sejam políticas, científicas ou econômicas — aumenta significativamente. Essa situação de desestabilidade é vista por alguns detentores de poder como uma oportunidade para atacar seus adversários. Assim, as teorias da conspiração atuam como ferramentas para semear discursos de ódio, legitimar golpes de estado e promover eleições de líderes contraditórios.

A teoria conspiratória chamada Pizzagate veio à tona nos EUA em 2016, ano de eleições federais, e tinha como alvo o gerente de campanha da candidata democrata à presidência Hillary Clinton. Na imagem, manifestante defende a teoria em frente à Casa Branca, em Washington, D. C. (Estados Unidos), 2020.
PHIL PASQUINI/SHUTTERSTOCK.COM
They live | Sua ideologia não é sua amiga
O vídeo indicado no link abaixo analisa o filme They live, de 1988, mostrando como continua atual no debate sobre convicções e ideologias.
http://ftd.li/fs7ipc
Diante de tudo isso, como é possível diferenciar teorias conspiratórias de discursos legítimos alternativos às narrativas tradicionais? Naturalmente, não há resposta absoluta a essa questão, mas é possível traçar alguns caminhos e estratégias que nos ajudam a prosseguir com segurança em relação à visão de mundo que abraçamos e seus aspectos ideológicos. Algumas sugestões são: • Refletir sobre quem produz os discursos e como eles chegam até você. Por que essa pessoa ou organização resolveu falar sobre isso? Qual é o motivo de ter escolhido esse meio de comunicação? Quais são os impactos políticos, sociais e econômicos desse tipo de discurso? • Questionar em si mesmo quais crenças, conhecimentos e sentimentos prévios você já tem e que contribuem para acreditar ou não em um discurso. É possível que sua situação cultural e social esteja sendo usada contra você. • Sempre buscar outras fontes de informação sobre a História e o funcionamento do mundo.
Lembre-se de que até em momentos de maior cerceamento de liberdades houve resistência e defesa da pluralidade. Dessa forma, é importante conhecer o máximo de pontos de vista diferentes sobre os acontecimentos para entendê-los em sua complexidade. • Aprender a lidar com o desconhecido e desconfiar de teorias simplistas que pretendem explicar tudo o que acontece a nosso redor. Teorias da conspiração se aproveitam do sentimento de impotência para sugerir uma falsa explicação para tudo. Elas propõem uma divisão do mundo entre o bem e o mal e muitas vezes utilizam grupos étnicos minoritários como bode expiatório.
1. Segundo Marilena Chaui, a ideologia é um corpus de representações e de normas que fixam e prescrevem de antemão o que se deve e como se deve pensar, agir e sentir. Tem como objetivo impor os interesses particulares da classe dominante e, para isso, produz uma universalidade imaginária. 2. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: As teorias da conspiração muitas vezes reproduzem discursos ideológicos. Elas criam um imaginário que se passa como universal, omitindo as verdadeiras
O que é ideologia? relações de poder para propagar os interesses da classe dominante. 3. Resposta pessoal. Procure mediar o debate apenas quando necessário, dando autonomia para que os estudantes se auto-organizem e administrem o debate entre si o máximo possível.
Acesse o link ao lado e leia a primeira seção do artigo. Em seguida, responda às questões. 1. Como a autora caracteriza a ideologia? 2. Explique com suas palavras qual é a relação entre ideologia e teorias da conshttp://ftd.li/62yxhc piração. Como é possível combatê-las? 3. Após responder às questões individualmente, promova um debate com toda a turma sobre o texto.
Cada um deve expor as suas respostas e debater com os outros para chegar a um terreno comum.
Pratique
8. (UEM-PR) Assinale o que for correto sobre o conceito de ideologia. 01. Expressa a visão social de mundo de um grupo ou classe social que se impõe ou busca a imposição sobre outro. 02. Define as escolhas dos indivíduos e age sobre eles como um corpo sistemático de representações e de normas. 04. Gera processos de identificação e aceitação de comportamentos, condenando as condutas desviantes. 08. Pretende reproduzir a sociedade e a estrutura de classes que nela se estabelece. 16. Mantém independência dos processos cotidianos da vida social, tendo suporte nas relações estabelecidas no mundo do trabalho. A afirmativa 16 é a única incorreta, pois a ideologia é dependente dos processos cotidianos na vida social.
Soma: 15 (01 + 02 + 04 + 08).
9. (Unicentro-PR)
Todos nós participamos de certos grupos de ideias [...]. São espécies de “bolsões” ideológicos, onde há pessoas que dizem coisas em que nós também acreditamos, pelas quais lutamos, que têm opiniões muito parecidas com as nossas. Há alguns autores que dizem que na verdade nós não falamos de fato o que acreditamos dizer, haveria certos mecanismos, certas estruturas que “falariam por nós”. Ou seja, quando damos nossas opiniões, quando participamos de algum acontecimento, de alguma manifestação, temos muito pouco de nosso aí, reproduzimos conceitos que circulam nesses grupos. Ideologia não é, portanto, um fato individual, não atua de forma consciente na maioria dos casos. Quando pretendemos alguma coisa, quando defendemos uma ideia, um interesse, uma aspiração, uma vontade, um desejo, normalmente não sabemos, não temos consciência de que isso ocorre dentro de um esquema maior, [...] do qual somos representantes — repetimos conceitos e vontades que já existiam anteriormente.
(MARCONDES FILHO, Ciro. Ideologia: O que todo cidadão precisa saber sobre. São Paulo, 1985, p. 20).
A partir do texto é possível afirmar que a Ideologia é a) um fato individual, consciente e que se manifesta por vontades particulares. b)um conjunto de atitudes individuais e momentâneas que não interferem na vida social. c) algo que se reproduz fora e sem sofrer influências do grupo social. d)algo que se reproduz solitariamente. e) algo que se reproduz a partir da convivência entre os indivíduos em grupos, que defendem os mesmos interesses e possuem opiniões semelhantes.
Aulas 23 a 25 O FAKE É POP
Se é possível identificar notícias falsas, por que as pessoas insistem em divulgá-las e compartilhá-las em suas redes? Segundo um estudo da Universidade de Regina, no Canadá, grande parte das pessoas que acessam notícias falsas estão cientes da falsidade, mas as divulgam mesmo assim porque elas corroboram sua opinião. Outra pesquisa, desta vez do Massachusetts Institute of Tecnhology (MIT), concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as demais. De fato, há pessoas que não pensam muito sobre isso antes de encaminhá-las:
Quando as notícias falavam especificamente de fatos políticos, não importando se fossem mais à direita ou à esquerda do espectro ideológico, participantes tinham 37,4% de chances de compartilhar histórias que concordavam com seu ponto de vista — mesmo se elas fossem fake news. A probabilidade de compartilhamento caía para 24% no caso de manchetes verdadeiras, mas que discordavam de crenças pessoais.
LUISA, Ingrid. Pessoas compartilham fake news de forma consciente, mostra estudo. Superinteressante, 25 nov. 2019. Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/ pessoas-compartilham-fake-news-de-forma-consciente-mostra-estudo/>. Acesso em: 18 set. 2020.
O caso brasileiro parece um pouco mais preocupante do que o que acontece em outros países. De acordo com um estudo realizado em 2018 pelo instituto Ipsos, 62% dos entrevistados no Brasil admitiram ter acreditado em notícias falsas até descobrirem que não eram verdadeiras, muito acima da média mundial de 48%. Além disso, o Brasil está entre os países que mais se preocupam com quais notícias são verdadeiras e quais são falsas na internet.
Países selecionados: proporção de pessoas preocupadas com quais notícias são verdadeiras e quais são falsas na internet (2019)
100%
75%
50%
25%
85
75
70 67 67 67
62 59
52 51
38
EDITORIA DE ARTE
0%
Brasil Portugal Reino Unido Chile EUA França Argentina Coreia do Sul Itália Japão Alemanha
Fonte: NEWMAN, N. et al. Reuters Institute Digital News Report 2019. Reuters Institute, University of Oxford, 2019. p. 21. Disponível em: <https://reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/sites/default/files/2019-06/DNR_2019_FINAL_0.pdf>. Acesso em: 16 set. 2020.
A situação do Brasil é bastante ilustrativa em relação às formas pelas quais as notícias falsas se espalham com maior eficácia. Em nosso país, o aplicativo de mensagens WhatsApp é o principal meio de discussão e troca de notícias. Em 2019, estimou-se que 53% dos brasileiros usam o aplicativo como fonte de notícias, muito acima de outros países pesquisados, como os do Reino Unido (9%) e os Estados Unidos (4%).
A máquina do ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital
COMPANHIA DAS LETRAS

MELLO, Patrícia Campos. A máquina do ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
O livro, escrito pela jornalista Patrícia Campos Mello, discute o uso político de redes sociais para promover campanhas de difamação que funcionam como um novo tipo de censura.
• Profissão: fact-checker
Nas últimas décadas, o jornalismo sofreu muitas mudanças. Procurando manter viva a tradição do jornalismo investigativo, que prioriza um longo processo https://ftd.li/wave9n de pesquisa e verificação para a elaboração de matérias e reportagens, surgiu uma nova vertente essencial para a qualidade da informação: o fact-checking. Você sabe como é a atuação dos profissionais cuja função é fazer a apuração dos dados?
A primeira agência de fact-checking do Brasil nasceu em 2015 por iniciativa da revista Piauí. A agência Lupa faz uma classificação que não distingue apenas as notícias falsas das verdadeiras, mas usa critérios que passam por “insustentável”, “contraditório” e “exagerado”. Acesse o link acima para conhecer a metodologia da agência.
Pratique
10. No Brasil, cerca de 58% dos usuários do WhatsApp fazem parte de grupos com desconhecidos e 18% participam de grupos sobre notícias e política. Essa porcentagem é bastante alta em comparação com outros países, como os do Reino Unido, onde apenas 12% dos usuários do WhatsApp participam de grupos com desconhecidos e 2% participam de grupos de notícias e política.
Em sua avaliação, a participação em grupos de WhatsApp com desconhecidos contribui para a propagação de fake news?
Resposta pessoal. O objetivo desta atividade não é que os estudantes forneçam respostas absolutas sobre a questão, mas que
reflitam e argumentem com base nos dados fornecidos no enunciado. Além de defender seu ponto de vista, é importante que
eles considerem suas vantagens e desvantagens.
11. Estima-se que, nas eleições brasileiras de 2018, quase um milhão de grupos de WhatsApp foram criados para promover candidatos. Como você avalia o impacto desses grupos nas escolhas políticas dos brasileiros?
Resposta pessoal. Aqui, novamente, os estudantes devem trazer seus conhecimentos de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
para avaliar diversos aspectos do problema. Se possível, realize um debate coletivo com a turma após responderem
individualmente.
Aulas 26 a 31 Liberdade de expressão e combate à desinformação
Diante da proliferação descontrolada de notícias falsas com grande impacto político e social, o combate à desinformação tem mobilizado governos, empresas e a sociedade civil em muitos países. Desde tentativas de autorregulação das chamadas big techs — as grandes corporações de tecnologia que dominam o mercado — até iniciativas populares de combate à desinformação, o debate sobre a necessidade de impor limites aos mecanismos de compartilhamento descontrolado de informações vem crescendo nos últimos anos. Governos de todo o mundo têm tomado diversas formas de ação contra o crescimento da desinformação na internet, como mostra a reportagem do Estado de Minas.
http://ftd.li/i9nnk5
Mundo: ações governamentais contra desinformação on-line (2020)
Círculo Polar Ártico 0º
Trópico de Câncer
Equador OCEANO PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
ALLMAPS
0 3 110
km
Círculo Polar Antártico OCEANO ATLÂNTICO
Meridiano de Greenwich OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO
0º Lei Alfabetização midiática Projetos de lei Desligamento da internet Policiamento Legislação não aprovada Proposta de emenda constitucional Força tarefa Relatório parlamentar Investigações Ameaças governamentais Sem dados
Fonte: A guide to anti-misinformation actions around the world. Poynter. Disponível em: <https://www.poynter.org/ifcn/anti-misinformation-actions/>. Acesso em: 17 set. 2020.
No Brasil, até 2018 haviam sido criados mais de 20 projetos de lei no Congresso com o objetivo de criminalizar as fake news. Para saber mais sobre esses projetos, veja a reportagem da Agência Pública. Além disso, foi criada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar ataques cibernéticos que atentam contra a democracia, e também foi instaurado um inquérito no Supremo Tribunal Federal. A regulação das redes sociais e dos serviços de mensagens é polêmica e gera preocupação em especialistas e defensores da liberdade de expressão e da privacidade individual.
Segundo Mariana Valente, professora de Direito e diretora do InternetLab, o projeto de lei sobre fake news discutido no Congresso em 2020 prevê medidas que exigirão coleta maciça de dados dos cidadãos e que podem, no limite, levar a perseguição política, criminalização de movimentos sociais e violação de sigilo de fontes jornalísticas.
Os textos em discussão também preveem que as pessoas precisarão apresentar um documento de identidade para abrir uma conta em rede celular, o que, de acordo com Valente, não existe em nenhum outro lugar do mundo. Para ela, o que deveria ser proposto é a verificação de comportamentos, e não de conteúdos, o que significa coibir o disparo em massa de mensagens em aplicativos de mensagens instantâneas e regular o uso de bots, rotulando-os.
http://ftd.li/mw4mzq
Bots: programas de computador desenvolvidos para realizar uma série de funções pré-programadas, muitas vezes simulando comportamentos humanos para cometer fraudes.
Senado aprova projeto de combate a notícias falsas; texto vai à Câmara
A matéria do Senado Notícias no link abaixo apresenta a aprovação, em 2020, do projeto de lei que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet.
https://ftd.li/zm42ky
Ao se regular pelo conteúdo, entramos em uma arena difícil, determinar o que é desinformação e o que não é, o que seria um conteúdo autêntico ou inautêntico. É muito fácil quando pensamos em um número — Mariana nasceu em 1980. Está errado, nasceu em 1986.
Mas há muitas informações que ficam numa zona cinzenta e há um risco muito alto de se estabelecer um conceito que acabe permitindo a censura de conteúdos legítimos. Há coisas que não são verificáveis, o que não significa que sejam mentira.
Quando você tem alguém julgando o que é conteúdo desinformativo, você está dando um poder para alguém julgar a veracidade das coisas. Além disso, a regulamentação de conteúdo aumenta a possibilidade de manipulação política.
MELLO, Patrícia Campos. Projeto de lei das fake news pode levar a perseguição política, diz pesquisadora. Folha de S. Paulo, 22 jul. 2020. Disponível em: <https://www1.folha. uol.com.br/poder/2020/06/projeto-de-lei-das-fake-news-pode-levar-a-perseguicaopolitica-diz-pesquisadora.shtml>. Acesso em: 18 set. 2020.
Você conhece alguma iniciativa popular de combate às fake news? Ouça o episódio de podcast indicado no link ao lado sobre o Sleeping Giants Brasil, um movimento mobilizado pelo Twitter que tem como finalidade pressionar empresas contra o financiamento de sites que propagam discursos de ódio e desinformação.
Nesta atividade, você deve propor e testar uma nova estratégia popular de combate à desinformação. Para isso, siga os passos a seguir. 1. Delimite o alcance da sua estratégia. Ela será restrita a pessoas próximas https://ftd.li/owsum6 ou pretende ter um alcance amplo? 2. Defina seu alvo. Qual forma ou meio de desinformação será seu foco? 3. Trace sua estratégia. Quais recursos serão necessários e como você colocará em prática seu plano? 4. Teste! Aplique sua estratégia e avalie os resultados. Caso necessário, faça alterações e aprimore
sua estratégia. Este boxe trabalha o desenvolvimento da habilidade EMIFCHSA09.
Esta atividade foi pensada para ser trabalhada em grupos de três ou quatro estudantes. É importante acompanhar de perto o trabalho dos grupos, orientando-os em relação às fontes de informação que utilizam e quanto à viabilidade das estratégias sugeridas. Se achar conveniente, sugira aos estudantes que consultem os resultados do questionário realizado no segundo boxe Investigação, “Notícias falsas no dia a dia: entrevista ou questionário”.
Pratique
12. A CPMI das fake news foi criada em 2019 com a finalidade de investigar os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público, a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições de 2018, entre outros fenômenos relacionados a crimes virtuais. Acesse o site da
CPMI – Fake News no Senado ao lado e analise as informações com base em pesquisas e em seu conhecimento de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. 13. O que é uma CPMI? Qual é sua finalidade?
http://ftd.li/3u2s49
Uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) é uma comissão mista e temporária criada por requerimento de pelo menos
um terço dos membros do Congresso Nacional. Ela tem como finalidade investigar determinado fato com poderes próprios das
autoridades judiciais.
14. Como você avalia a importância da CPMI das fake news para o cenário eleitoral brasileiro?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem o papel da CPMI no combate à desinformação ao promover uma
investigação sobre diversos grupos responsáveis pela criação e divulgação de fake news na campanha eleitoral de 2018. Para
mais informações, acesse os seguintes links: <https://ftd.li/st33zg>, <https://ftd.li/mvy6pp> e <http://ftd.li/akukxv>.
15. (Enem/MEC)
PALAVRAS TÊM PODER
Palavras informam, libertam, destroem preconceitos. Palavras desinformam, aprisionam e criam preconceitos.
Liberdade de expressão. A escolha é sua. A responsabilidade, também.
A liberdade de expressão é uma conquista inquestionável. O que todos precisam saber é que liberdade traz responsabilidades. Publicar informações e mensagens sensacionalistas, explorar imagens mórbidas, desrespeitar os Direitos Humanos e estimular o preconceito e a violência são atos de desrespeito à lei.
Para promover a liberdade de expressão com responsabilidade, o Ministério Público de Pernambuco se une a vários parceiros nesta ação educativa. Colabore. Caso veja alguma mensagem que desrespeite os seus direitos, denuncie.
0800 281 9455 - Ministério Público de Pernambuco
Disponível em: http://palavrastempoder.org. Acesso em: 20 abr. 2015.
Pela análise do conteúdo, constata-se que essa campanha publicitária tem como função social a) propagar a imagem positiva do Ministério Público. b)conscientizar a população que direitos implicam deveres. c) coibir violações de direitos humanos nos meios de comunicação. d)divulgar políticas sociais que combatem a intolerância e o preconceito. e) instruir as pessoas sobre a forma correta de expressão nas redes sociais.
Ao afirmar que “liberdade traz responsabilidades”, a campanha publicitária pretende conscientizar a população sobre as consequências do uso da liberdade de expressão para a violação de direitos, mostrando que direitos (no caso a liberdade de expressão) implicam deveres (o uso responsável e respeitoso dos meios de comunicação).
16. (Enem/MEC)
TEXTO I
A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de toda coletividade.
GALLO, S. etal. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 (adaptado).
TEXTO II
É necessário que haja liberdade de expressão, fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por parte da população às informações trazidas a público pela imprensa.
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010.
Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de acordo com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por a) orientarem os cidadãos na compra dos bens necessários à sua sobrevivência e bem-estar. b) fornecerem informações que fomentam o debate político na esfera pública. c) apresentarem aos cidadãos a versão oficial dos fatos. d) propiciarem o entretenimento, aspecto relevante para conscientização política. e) promoverem a unidade cultural, por meio das transmissões esportivas.
Os textos indicam que os meios de comunicação devem promover o acesso do público a informações que dizem respeito à coletividade, ou seja, devem fornecer informações sobre a esfera pública que fomentem o debate político. Aulas 32 e 33
Esta seção é uma continuidade do trabalho desenvolvido nos capítulos anteriores. Caso já tenham sido estabelecidos grupos para a realização do projeto, mantenha-os aqui. Auxilie os estudantes na pesquisa e na elaboração da seção, orientando-os em relação a dúvidas de conteúdo e de procedimento. O produto final deste projeto é importante, mas o processo de produzi-lo, articulando os conteúdos com o projeto de vida de cada estudante, é o foco principal da atividade.
PROJETO
Agora é hora de colocar em prática tudo o que você aprendeu durante este capítulo! Para isso, você deve elaborar instruções sobre como combater a desinformação e preservar sua integridade física, emocional e psicológica nas redes sociais. Você pode recorrer a todos os materiais produzidos ao longo do capítulo e organizá-los em uma exposição clara e precisa. Esse projeto tem como objetivo mobilizar seus conhecimentos e recursos de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, formulando propostas concretas para o combate à desinformação no âmbito pessoal.
É importante que esta seção do seu manual tenha respostas às seguintes questões: 1. O que são e como surgiram as notícias falsas e a desinformação? 2. Como se proteger de farsas e de conteúdos voltados ao oportunismo propagandístico? 3. O que são teorias da conspiração e como não ser usado por elas? 4. Quais são as principais medidas de combate à desinformação no Brasil e no mundo? 5. Quais são os limites entre o controle da internet e a liberdade de expressão?
Lembre-se de que podem ser utilizados não apenas textos, mas também gráficos, tabelas e ilustrações para que o material seja o mais claro possível a todos os públicos. Mãos à obra!
Síntese
2
Os interesses econômicos por trás das plataformas digitais dão origem à chamada desinformação.
NOSYREVY/SHUTTERSTOCK.COM
As teorias da conspiração são utilizadas por detentores de poder para atacar seus adversários e promover a manutenção das estruturas de poder em vez de contestá-las.
Aula 34
ANDREW STRIPES/SHUTTERSTOCK .COM
A desinformação é a proliferação de conteúdos pretensamente informativos que propagam informações falsas ou incompletas.
3
As fake news fazem parte de sites que publicam notícias falsas como se fossem verdadeiras, utilizando redes sociais para dirigir tráfego on-line.
1
OLEKSANDR LYSENKO/SHUTTERSTOCK.COM
DESINFORMAÇÃO
Nos últimos anos, diversas iniciativas ao redor do mundo foram criadas para foram criadas para combater a desinformação. desinformação.
Com a popularização da internet e das redes sociais, o papel da mídia impressa como fonte de informação caiu.
No Brasil, foram criados diversos projetos de lei, uma CPMI e um inquérito no STF contra as fake news.
As redes sociais atualmente são a maior fonte de notícias entre os brasileiros. Nessas redes, cada usuário tem função de consumidor, divulgador e produtor de conteúdo. A criação de leis para regular a internet e as redes sociais preocupa especialistas pelo risco de restringir a liberdade de expressão dos cidadãos.
Dois fenômenos estão relacionados à dinâmica das redes sociais: a cultura do cancelamento e a desinformação. Outras iniciativas populares também foram criadas para combater a desinformação, como o Sleeping Giants Brasil.