Revista Poder | Edição 129

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Testemunha ocular do Dia D, desertor da guerra na Argélia e confeiteiro em Paris, o lendário produtor musical André Midani (1932-2019) só rechaçava a titulatura de descobridor dos maiores nomes da música popular brasileira. Com alma leve e um marcante sotaque francês, dizia que Caetano já estava lá, Gil já estava lá, Elis já estava lá e seu papel teria sido apenas, e humildemente, o de combinar talentos com os padrões da indústria fonográfica. De origem síria, mas radicado na França, chegou ao Rio em 1955 e, à frente de gravadoras como Odeon, Philips, Phonogram e Warner, colecionou um milhão de amigos e acompanhou a consolidação da MPB como um de seus principais artífices. Em 2015, publicou a autobiografia Do Vinil ao Download, que deu origem à homônima – e deliciosa – série do GNT na qual ele recebe, na sala de casa, artistas, intelectuais e empresários para relembrar, nos melhores tons, passagens de sua trajetória. Como lamentou o mestre Gil: “O chefe amigo vai deixar saudades”. Merci, Midani.

64 PODER JOYCE PASCOWITCH

FOTO ALINE MASSUCA/VALOR/FOLHAPRESS

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