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O MESTRE DO FLAMENCO

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OBJETO DE DESEJO

OBJETO DE DESEJO

“Todos têm direito de dançar: gordos, altos, baixos, velhos... A dança é patrimônio de todos, não só dos que têm corpos maravilhosos”, disse o espanhol Antonio Gades em uma entrevista à Folha de S.Paulo, em 1995. Considerado um dos grandes artistas espanhóis de sua geração, ele sabia do que estava falando. Contava que se tornou bailarino por acaso. Nascido na província de Alicante, começou a trabalhar aos 11 anos como garoto de recados num estúdio de fotografia. Queria ser toureiro, mas também ciclista, boxeador e jogador de futebol. Para fugir à sina do pai operário, começou a dançar em cabarés, onde foi descoberto e recomendado a Pilar López, mestra do flamenco que o convidou para sua companhia. Aos 20, Antonio já liderava seu próprio grupo de dança, com o qual revolucionou o flamenco, dança de origem cigana que transformou em uma arte enérgica e requintada, magnetizando plateias no mundo todo. Dizia que era preciso humanizar a dança, “um estado anímico do ser humano”. Suas coreografias tornaram-se clássicas ao serem levadas às telas pelo cineasta Carlos Saura. Diretor e bailarino criaram a trilogia formada por Bodas de Sangue (1981), Carmen (1983), indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, e O Amor Bruxo (1986). Morreu em Madri, aos 67 anos, em 2004, vítima de câncer. Suas cinzas foram para um mausoléu dedicado aos heróis, em Cuba, onde costumava passar temporadas a convite do amigo Fidel Castro. Ele dizia que Cuba era o porto de sua vida.

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