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EXPOSIÇÃO Museus de GRANDES novidades

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PODER É

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Recursos tecnológicos, novos temas, mostras itinerantes ... Renata Vieira da Motta, que dirige o Museu do Futebol e no Museu da Língua Portuguesa, revela o que vem por aí

A arquiteta Renata

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Vieira da Motta é o nome à frente de dois dos mais populares museus públicos de São Paulo – o Museu da Língua Portuguesa e o Museu do Futebol. Diretora-executiva do IDBrasil, organização que administra as duas instituições, ela antecipa novidades para o próximo ano. Entre elas, está a reformulação da mostra principal do Museu do Futebol, que vai completar 15 anos. “Não vamos dar spoilers, mas podemos dizer que o Museu do Futebol terá novos recursos tecnológicos e vai se aprofundar em temas importantes”, diz Renata. Um deles vai ser o futebol feminino.

Poder

O Museu da Língua Portuguesa, por sua vez, já tem nova temática definida. “Na segunda metade do próximo ano, trabalharemos em torno de um tema muito bonito e afetivo, que anuncio em primeira mão: Língua e Canção”, revela. “É um tema central a partir do qual vão derivar exposições, programação cultural e atividades educativas. A canção é uma forma muito brasileira de expressão, um traço de nossa cultura muito ancorada em nossa pluralidade, poesia e inventividade”, diz.

Os dois museus também se preparam para atividades extramuros. Logo no início de 2023, Araraquara receberá a exposição Contra-Ataque! As Mulheres do Futebol, versão itinerante de mostra realizada na sede, em 2019, que conta a história do futebol feminino no Brasil. A ideia é que a mostra percorra várias cidades do interior paulista. Já o Museu da Língua Portuguesa vai continuar o trabalho de relacionamento com as populações – inclusive pessoas em situação de rua – e instituições de seu entorno.

Com a agenda sempre cheia, Renata é organizada e metódica. “Como não tenho rotina, planejamento é central na minha vida. Gosto de ir dormir com o dia seguinte planejado e de acordar cedo, atenta ao que importa”, diz ela, que tem 51 anos e é doutora em arquitetura e urbanismo pela USP.

TINTAS PARA MACHADO

Ela divide o dia entre o trabalho e a casa ao lado de um companheiro de muitos anos e de um filho adolescente. Diz que é uma típica profissional do mundo contemporâneo, sempre buscando equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal. “E a cada dia acordo consciente do privilégio de dirigir esses dois museus públicos extraordinários, ao lado de uma equipe incrível”, diz. Juntos, os dois museus receberam mais de 500 mil pessoas em 2022. “O impacto da Covid-19 e de um país que se dividiu profundamente me faz ter ainda mais pressa no que quero realizar e no que acredito que coletivamente podemos transformar a partir da cultura.” uando criança, o empresário Frank Geyer gostava de brincar de caça ao tesouro – literalmente. Neto do casal Paulo e Cecília Geyer, ele cresceu em um dos endereços mais icônicos do Rio de Janeiro: o casarão da família no bairro do Cosme Velho, que guarda um acervo de arte e história inestimável.

Pinturas inéditas da artista visual carioca Márcia Falcão ilustram a nova edição de Pai Contra Mãe, conto clássico de Machado de Assis, escrito em 1906 e relançado pela editora Cobogó. Foi um ano movimentado para a artista: em 2022, ela apresentou sua primeira exposição individual em São Paulo, na Fortes D’Aloia & Gabriel, um desdobramento da mostra realizada na Carpintaria, braço da galeria paulistana no Rio de Janeiro. Márcia também assinou obras na exposição coletiva Parábola do Progresso, no Sesc Pompeia, em São Paulo, e no MAR + Enciclopédia Negra, na Casa Cirell, entre outros projetos.

Pois esse tesouro da arte no Brasil está perto de ser descoberto. A vultosa coleção que o casal deixou como doação ao Museu Imperial vai ser aberta ao público pela primeira vez, em um projeto de casa-museu, com expectativa de inauguração em 2024. As 4.255 obras que se espalham pelo casarão do finzinho do século 18 fazem parte de quatro décadas de uma coleção que perpassa a história do Brasil real ao imperial. O catálogo reúne livros, álbuns, pinturas, gravuras, litografias, desenhos, mapas e outros objetos. Telas de Debret, Rugendas e Thomas Ender – que são parte da infância de Frank – estão entre os itens guardados na casa.

Hoje vivendo na Suíça, Frank Geyer é o principal financiador do novo museu. Sócio controlador da Unipar, uma das maiores produtoras de cloro e soda na América do Sul, ele já injetou R$ 8 milhões no projeto. Frank estima que, em até dois anos, o museu já estará pronto para abrir as portas. O projeto de adaptação do espaço para a abertura ao público, contudo, está sob responsabilidade do Museu Imperial, que, segundo Frank, estima precisar de algo em torno de R$ 20 milhões para concluir o museu.

Paulo Geyer morreu em 2004, e Maria Cecília em 2014. Segundo Frank, seus avós deixaram claro o desejo de que o acervo e a casa não fossem esquecidos. “Meus avós pediram, até para exigir ao estado que desse um fim de me-

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