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VERSALHES CARIOCA

mória e arte ao acervo, que a casa não se tornasse mais um museu nos porões, com infraestrutura apenas para o privilégio e acesso de poucos”, afirma Frank. O conceito da casa sonhado pelos avós, ele conta, era o The Frick Collection, de Nova York.

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Maria Geyer, tia de Frank e filha do casal Paulo e Cecília, conta do desejo do pai de deixar um legado ao país. “Era a paixão da vida dele. A vida inteira colecionando, pensando no Brasil, no Rio de Janeiro, pensando em deixar algo de relevante. Foi um grande brasileiro. Sempre me disse que queria fazer alguma coisa por esse país”, diz ela.

Ao pé do Morro do Corcovado, atravessado pelo rio Carioca e vizinho da casa de Roberto Marinho, o terreno de 14 mil m² é circundado por um jardim planejado. No interior do casarão, os visitantes terão acesso a imagens do Rio de Janeiro real e imperial, seus logradouros, sua gente e natureza. São 1.120 itens iconográficos e 2.590 livros que enfatizam registros de viajantes e cronistas em terras brasileiras durante o século 19. Itens de arte decorativa chegam a 466, entre os quais 200 pinhas de cristal e vidro, móveis de madeira, em miniatura, trabalhados em marfim e a lanterna de prata que adornava a carruagem cerimonial de dom Pedro 2º.

Frank herdou dos avós o gosto pelo colecionismo de arte. Bibliófilo, mantém um acervo com várias primeiras edições de viajantes do império ultramarino português e de iconografia brasileira. Em 2021, fundou, ao lado da mulher, Flávia, o Instituto Flávia Abubakir – que já abriu ao público, em exposições físicas e virtuais, parte desse material. n

Se os ingleses inventaram o futebol em 1863, foi Edson Arantes do Nascimento, o PELÉ, quem criou o futebol arte. Não à toa, Nelson Rodrigues, que também escrevia crônicas esportivas, o chamou de Rei pela primeira vez. Isso foi em fevereiro de 1958, mesmo ano em que o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo na Suécia. No texto, o escritor e jornalista comentou as jogadas espetaculares de Pelé em uma partida em que o Santosmarcou 5 x 3 contra o América do Rio de Janeiro. Detalhe: quatro gols saíram das chuteiras de Pelé. Na época, ao comentar a performance do jogador, Rodrigues escreveu: “Sozinho, liquidou a partida, monopolizou o placar”.

Sabe os dribles desconcertantes de Johan Cruijff, Cristiano Ronaldo, Andrés Iniesta, David Beckham e Ronaldo “fenômeno”? Pelé já fez. Assim como os chapéus de Romário, Bebeto, Maradona e Ronaldinho Gaúcho, e os chutes a gol de Lionel Messi, Zidane e Roberto Carlos. Pelé foi, em seus tempos de bola no pé, o álbum completo de figurinhas da Copa. Iniciou sua carreira aos 15 anos no Santos Futebol Clube e, aos 16 estreou na seleção brasileira. Jogou três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970) e é um dos maiores – se não o maior – jogador que a seleção já viu.

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