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O CÉU NÃO É O LIMITE
No mesmo momento em que o setor aéreo começa a se recuperar lentamente do crash da pandemia, surge a Ita, a nova companhia brasileira, que nasce botando pra quebrar
POR PAULO VIEIRA
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De onde menos se espera, daí que não vem nada mesmo. A frase famosa do Barão de Itararé cabe para muita coisa no Brasil, mas não para este pequeno milagre que a pandemia operou. No momento em que todo o fluxo de viagens foi ao chão, a Avianca deixou de operar no Brasil e a Latam pediu recuperação judicial nos Estados Unidos, surge uma nova aérea no país, acelerando um planejamento estratégico de cinco anos justamente por causa da Covid-19. A Ita, o nascente braço aéreo da viação rodoviária Itapemirim, aproveitou-se justamente da diminuição abrupta dos voos no mundo para negociar contratos de leasing de aviões, que ficaram ociosos. A companhia foi planejada entre 2016 e 2017 para ser regional, numa parceria com a Bombardier canadense, como contou a PODER o presidente da Ita, Sidnei Piva de Jesus, e desfeita a possibilidade de parceria, acabou por ganhar, curiosamente, mais ambição. Agora Piva espera contar com 50 aviões já em 2022, atingindo 35 destinos dentro do Brasil.
É, sob todos os aspectos, um arranque ousado, ainda mais com os diferenciais que Piva promete transformar em padrão da aérea. Mais espaço interno para o passageiro e uma bagagem de até 23 quilos despachada de graça. E preço competitivo, apesar disso. A equação algo mágica, palavra que o executivo refuta, se dá, segundo ele, pela transferência do benefício de redução de impostos, como os que incidem sobre o preço do combustível em alguns estados. No caso das bagagens, o peso não teria impacto no consumo de combustível da aeronave, uma vez que apenas muda de posição. “Vejo a entrada da Ita com muito bons olhos. Dados da Anac [a agência de regulação e fiscalização do setor] mostram que apenas 4% da população do Brasil usa avião. E os voos das próprias companhias já existentes decolam com 88% a 93% de ocupação. O público vai ter agora mais oportunidade de escolha, de horários e destinos.”
RODOVIÁRIAS
No primeiro governo Lula, nos anos 2000, houve o que ficou conhecido como “ascensão da classe C”, o infame preconceito social brasileiro se manifestou claramente quando vieram os chistes dos aeroportos que mais pareciam rodoviárias. A Ita, que não preten-
de atuar como empresa low cost, algo que aliás nunca existiu propriamente no Brasil, pode dizer que tem intimidade com rodoviárias, já que o grupo Itapemirim atua no transporte rodoviário há quase sete décadas e hoje atinge 2.700 cidades. Há a ideia, também, de criar complementaridade entre os modais, trazendo agilidade e conforto para quem precisar ser atendido por ônibus a partir de um determinado ponto da viagem – pensa-se num traslado próprio entre aeroportos e rodoviárias, além de integração de horários e do sistema de reservas em mil cidades. “Nosso passageiro, que faz uma jornada de 36 horas, vai precisar viajar talvez oito”, diz.
A Ita começou a comercializar passagens em maio, poucos dias antes de o mercado especular fortemente sobre a compra do braço brasileiro da Latam pela Azul, o que valorizou em 11,31% as ações da empresa fundada por David Neeleman em um único dia. Sem
Sidnei Piva, presidente da Ita
No “cineminha”, evolução da frota de ônibus da Itapemirim, companhia que agora ganha os céus sob o nome Ita, e tem novo grupo controlador, que precisou ir à Justiça para homologar o negócio com os fundadores
indicar que a Ita irá um dia se tornar uma companhia aberta, Piva vem divulgando a capitalização da empresa com dinheiro de investidores diversos, como fundos do Catar, que injetaram US$ 0,5 bilhão na empresa. Na entrevista a PODER, ele falou como se o céu fosse o limite, ou melhor, como se não houvesse limite, e que uma expansão internacional, com aberturas de uma Ita Europa e uma Ita America – os nomes são dele – já se viabilizasse a partir de 2023. Tudo isso, aparentemente, sem necessidade de IPO. A conversa parece mesmo estar na ordem do fantástico, a se ter em conta que a Itapemirim acaba de passar por recuperação judicial (RJ, no jargão), que Piva chama de um “case” de sucesso da Justiça. “No Brasil, a gente normalmente espera de uma empresa que entra em RJ que no fim vá à falência, não que cresça e crie 4 mil empregos.” O parto da Ita foi feito a fórceps, após brigas na segunda instância entre herdeiros da família capixaba Cola, fundadora da Itapemirim, e o grupo de Piva. Uma decisão judicial, revertida depois, chegou a afastar Piva e sua sócia, Camila Valdívia, do comando da empresa, restituído temporariamente à família Cola. O administrador judicial também foi trocado no mesmo pacote. Depois houve briga entre Piva e Camila. No acordo de RJ não entrou uma dívida de R$ 2,2 bi com o Fisco.
A frota da Ita será exclusivamente de Airbus A319 e A320, e a idade média dos aviões, segundo Piva, de cinco a oito anos – o primeiro a chegar, mais velho, tem 15 anos. A estreia dos voos comerciais é em 30 de junho e os hubs da companhia são Guarulhos, Galeão (Rio) e Confins (BH). O site de reservas, no fechamento desta edição, tinha ofertas para julho como Guarulhos a Porto Seguro por R$ 421 (ida e volta). n
Ornare se prepara para desembarcar em Dubai, no icônico Opus Building
PODER
INDICA
ESTILO SEM FRONTEIRAS
FOTOS LAURIAN GHINITOIU/DIVULGAÇÃO; DIVULGAÇÃO
Entre as lições trazidas pela pandemia, a importância de um lar confortável e completo ficou evidente. Com o home office uma realidade e os encontros impossibilitados, muitas pessoas passaram a investir na transformação dos ambientes de suas casas, optando por mobiliários inteligentes e exclusivos.
Em sintonia com as principais tendências do mercado, ORNARE, uma das mais sofisticadas marcas internacionais de mobiliário sob medida de alto padrão, anunciou a próxima etapa de seu plano de expansão. Os novos showrooms internacionais em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Brooklyn e Greenwich, nos Estados Unidos, fazem parte de uma estratégia da companhia de mirar os mercados mais exigentes do mundo e conquistar ainda mais público interessado em viver com design, beleza e conforto.
“O consumidor passou a investir ainda mais em seus ambientes, aumentando o conforto e a beleza dos espaços por passarem mais tempo em casa”, explica Esther Schattan, sócia-diretora Ornare. “Observamos esse movimento no ano passado e começamos a traçar estratégias para atender às exigências de um público triple A que está sempre em busca de exclusividade. ”
Novas coleções de cores e materiais, além de móveis que se adaptam a situações como pequenos offices, com a linha Vanity, fazem parte das inovações do portfólio. A marca também desenvolveu em todos os seus showrooms novas possibilidades de projetos em 3D, visíveis com óculos de realidade virtual, com intuito de atender o público de altíssimo padrão recebido diariamente nos espaços, como clientes, arquitetos e designers.
Brasileira, mas referência internacional no setor, Ornare, além de Dubai, conta atualmente – e por enquanto – com seis unidades nos endereços mais charmosos dos Estados Unidos: Miami, a primeira, inaugurada em 2006, além de Nova York, Los Angeles, Houston, Dallas e, mais recentemente, desembarcou na badalada Hamptons, em Long Island, morada de herdeiros famosos, celebridades e profissionais de Wall Street. No Brasil, a marca tem showrooms em São Paulo, Brasília, Salvador, Ribeirão Preto, Cuiabá, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis. + ORNARE.COM.BR
Dubai e Estados Unidos: Ornare foca nos mercados mais exigentes do mundo