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OPINIÃO
O DILEMA DA DIVERSIDADE
POR LILIANE ROCHA
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Recentemente uma executiva de diversidade que atua há anos em grandes empresas me confessou que não gosta dos famosos grupos e comitês sobre o tema como forma de conduzir o Programa de Diversidade e Inclusão dentro das empresas. Uma surpresa, considerando que, ao longo dos últimos anos, eles têm se popularizado nas companhias. Quase todas as organizações que atuam com gestão para a diversidade criam grupos temáticos para tratar das questões de igualdade de gênero, racial, de pessoas com deficiência e LGBTQPIA+.
Como tudo na vida, os grupos também têm seus prós e contras, pois não se trata de uma receita de bolo que pode ser replicada no cenário de toda e qualquer empresa. Aliás, se há algo que não podemos e nem devemos pasteurizar são esses programas. Uma coisa é conhecer iniciativas de outras empresas, aprender com elas e entender, com base no seu cenário, o que funciona e o que não funciona no seu segmento de atuação (seja varejo, mineração, moda, finanças etc.), com a sua quantidade de funcionários, na região do país em que você atua, isso somente para falar de algumas variáveis. Outra coisa, completamente diferente, é regredir para o famoso “copiar e colar” de ações que considera interessantes em outras empresas sem antes refletir sobre a sua própria realidade.
Por isso, como comentei com essa executiva, nem sempre constituir comitês de diversidade como ponto de saída é uma boa ideia. Se a sua empresa não fez sequer o Censo Demográfico Interno, não entende a sua própria realidade, não está em um estágio de maturidade mínimo basilar para fazer e para refletir sobre diversidade e inclusão, e não tem um processo de governança claro e um planejamento estruturado, o grupo será somente um agrupamento de pessoas sem propósito ou sentido. E assim como acontece com pessoas, grupos sem propósito ou sentido (direção) começam a reclamar, sem pensar em soluções e sem atuar de forma proativa. Com o tempo, nesse caso, o comitê de diversidade passa a fazer parte do problema e não da solução. E pior, por vezes converte-se na verdadeira expressão do diversity washing – lavagem da diversidade –, conceito cunhado e difundido por mim. Ou seja, a empresa se posiciona como se tivesse um programa de diversidade, somente por ter um comitê, sem necessariamente ter um bom diagnóstico, plano de ação e visão de futuro.
Por vezes expondo funcionários e funcionárias, que têm como marcadores identitários ser mulher, negro ou negra, pessoa com deficiência, LGBTQPIA+, entre outros, e passam a ser o token, o símbolo de que a empresa é diversa e inclusiva, por fazer parte do programa de diversidade, sem que – de fato – a empresa seja.
Por outro lado, quando a companhia já fez a lição de casa, ou seja, diagnóstico, momento no qual se faz escuta e diálogos ativos com todos os funcionários e funcionárias para identificar quem são e o que pensam sobre o tema de diversidade, para, a partir dessa conversa, estruturar o planejamento e a visão de futuro, a constituição do comitê de diversidade pode ser um passo importante para que, em alinhamento com o planejamento da empresa, todos possam se tornar embaixadores(as), multiplicadores(as) e até mesmo executores e executoras de ações propostas pelo programa de diversidade.
Desse modo, há uma atuação sinérgica com a visão de onde a companhia está e aonde ela quer chegar em relação ao tema. Há clareza de quais são os objetivos do grupo como um todo e de cada integrante individualmente, há uma consciência e uma corresponsabilidade que fortalecem o programa de diversidade. n
Liliane Rocha é CEO e fundadora da Gestão Kairós e autora de Como Ser Um Líder Inclusivo. Foi eleita por três anos consecutivos como uma das 101 lideranças globais de diversidade pelo World HRD Congress
UMA MARCA DOS SONHOS
No auge da pandemia, em 2020, quando o horizonte se mostrava incerto e imprevisível, a primeira atitude que Romeu Trussardi Neto tomou foi reunir os filhos para comunicá-los que conseguiria segurar a empresa por dois meses. Mais do que isso, seria preciso tomar algumas decisões. “Somos uma empresa familiar e temos uma visão muito emotiva das coisas”, diz o CEO da Trousseau, marca referência em roupas de cama, jogos de toalha e decoração. Não foi preciso, no entanto, buscar outras alternativas. Com o isolamento social e as pessoas reclusas, dedicando mais atenção às suas casas, a marca viu as vendas on-line subirem. “Felizmente, pudemos transformar essa situação em uma
grande oportunidade de crescimento. Nossa salvação foi ter um e-commerce já estabelecido”, conta Romeu. “Um terço dos clientes estava ali pela primeira vez, pessoas que talvez comprassem de empresas que não estavam preparadas para essa demanda on-line e ocupamos esse espaço”, comemora. Em duas semanas, a média de pedidos subiu de 40 para 250 e as vendas on-line passaram a representar 70% da operação, aumentando também o quadro de funcionários. “Nossa equipe não parou um dia. A confecção, a logística, a equipe de vendas, foi uma demonstração de que a empresa tinha construído um alicerce rígido para aguentar as trovoadas que vieram”, afirma Romeu, no ano em que a marca comemora três décadas. “Foi uma reafirmação de que a vida não faz sentido se não priorizar o ser humano nas relações. Isso foi o que mais testemunhamos nesta segunda família que temos na Trousseau. Colocamos essas pessoas em primeiro plano e foi o melhor investimento que fizemos em 30 anos.”
Romeu faz questão de frisar que toda a trajetória foi construída junto a sua mulher, Adriana Trussardi, e manter o foco no cliente sempre foi a máxima que norteou os valores do negócio. “Uma lição que aprendi ainda nos anos 1980 foi nunca dar um passo maior que a perna. Desde o início pensamos em crescer dentro das condições possíveis e ter soli-
dez financeira”, relembra ele, que aprendeu muito do ofício com seu pai, Romeu Trussardi, empresário do ramo têxtil.
Hoje com uma filial em Miami, inaugurada em 2019, e prevendo a expansão da marca, Romeu comemora a retomada do turismo e do segmento da hotelaria – são mais de 300 estabelecimentos que fazem uso dos seus produtos, entre jogos de cama, banho e acessórios. Os próximos passos? “Continuar sonhando em trazer o melhor produto e a melhor experiência para os mais de 200 mil clientes que conquistamos e para os mais de 300 hotéis que nos prestigiam, e cada vez trabalhar mais para poder gerar essa experiência para as pessoas”, finaliza.
Romeu Trussardi, CEO da Trousseau
O novo time societário da MChecon: Edson Santos, Marcelo Checon, Mário Cavalcante, Márcio Kimura (ao fundo, da esq. para dir.), Carolina Kordon, Heitor Ideriha e Rafael Mattos (à frente)
NOVA SOCIEDADE, NOVO PATAMAR
Uma das maiores empresas do país no ramo de cenografia, a MCHECON segue em ritmo forte no seu plano de expansão. A companhia acaba de anunciar o seu novo quadro de sócios em um projeto que pretende levá-la a outro patamar de gestão e governança nos próximos quatro anos. Recentemente, a empresa passou a fazer parte da M&Co, primeira holding de infraestrutura e cenografia para eventos do Brasil e espera, a partir da nova composição societária, tornar-se ainda mais competitiva.
Na nova estrutura, Marcelo Checon, sócio-fundador, mantém a posição de CEO. Carolina Kordon, atual diretora comercial, passa a ser sócia da MChecon, assim como Mário Cavalcante, COO (Chief Operating Officer). Edson Santos, diretor de planejamento e compras, e o controller Heitor Ideriha também se unem à sociedade, assim como Rafael Mattos, que já conduzia a área de marketing da empresa e, a partir de agora, vai implementar uma frente de inovação que tem como objetivo trazer novas tecnologias nos processos internos com foco na otimização da produtividade e desenvolvimento de novos produtos e serviços que agreguem valor à cenografia.
“Ser sócia-diretora é algo que me enche de orgulho e de mais vontade para concretizar o trabalho. Além disso, os sócios passam a ter mais autonomia para ajudar na tomada de decisões e fazer a MChecon ‘voar’ ainda mais alto”, afirma Carolina Kordon, que trabalha há 12 anos na empresa.
Completa o quadro societário Márcio Kimura, diretor de criação que atua na área de eventos corporativos há quase 20 anos. Formado em desenho industrial pelo Mackenzie, trabalhou na F. Padovan e na Trama Cenografia, além de ter uma passagem frutífera pela MChecon entre 2005 e 2013. Kimura foi também sócio-fundador e diretor criativo da Un Cenografia, cargo que deixou no ano passado.
Segundo Marcelo Checon, a ideia de trazer novos sócios vinha sendo amadurecida há alguns anos com o intuito de ter profissionais que o ajudassem a levar a empresa referência em cenografia a outro patamar. “Nesse
sentido, sempre tive muita sorte de ter um time formado por pessoas extremamente competentes e muito preparadas que vão me ajudar a conduzir a empresa a um nível ainda mais elevado de profissionalização”, afirma Checon. “Cada sócio já atua na empresa com suas atribuições e equipes, mas agora, como sócios, os nossos olhares vão se multiplicar fazendo com que a nossa atuação seja mais abrangente, com o objetivo de melhorar a performance da companhia.” Fundada em 2005, a MChecon é líder no segmento e construiu seu legado com suas entregas com qualidade e velocidade, amplamente reconhecidos pelo mercado. Presente nos maiores eventos, a MChecon possui uma equipe de profissionais designados a buscar soluções criativas
e construtivas por meio das melhores práticas do mercado, com foco no desenvolvimento de cenografias de alto impacto, elevando o nível de qualidade e sempre no menor tempo de montagem. “Nesse momento, o segmento de eventos passa por um período de reinvenção, principalmente por conta da pandemia. Mesmo assim, vislumbramos um cenário positivo com a retomada do setor nos próximos meses e esperamos aumentar a nossa rentabilidade com o trabalho minucioso dos sócios, que estarão focados em trazer soluções para elevar ainda mais o nível das nossas entregas”, ressalta o CEO. Para o próximo ano, a MChecon projeta um crescimento de 10% no seu faturamento.