número 10 | ano 03 abril a junho 2012 Publicação Sinepe/PR
INFORMAÇÃO XCONHECIMENTO Saiba como as mídias sociais podem atuar a favor da educação
Cidadania
Famílias e escolas unidas na preparação dos alunos para a vida e o convívio social
Igualdade
Confira entrevista com o ex-ministro da Educação e senador Cristovam Buarque
Esportes
Além de um atrativo para o país, a Copa do Mundo e as Olimpíadas impulsionam o ensino superior
e.di.to.ri.al
ex.pe.di.en.te
adj m+f
adj m+f
Sinepe/PR
Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná
Por onde começar quando recebemos informações por email, celular, mídias sociais, revistas, jornais, TV e rádio?
Com o tempo cada vez mais escasso, escolher o que ler, ouvir ou assistir tornou-se um grande desafio. Maior ainda é o desafio de ter discernimento para analisar se todas estas informações são de fato relevantes para nossas vidas. Para auxiliar educadores, pais e os próprios estudantes a entender este momento pelo qual passamos, a Escada aborda de que forma as mídias sociais, que ganham cada vez mais espaço em nosso dia a dia, podem atuar a favor da educação.
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Nesta edição temos também uma entrevista com o ex-ministro da Educação e senador Cristovam Buarque, grande defensor do movimento educacionista no Brasil. Outros assuntos relevantes vão do ensino infantil com matéria sobre dificuldades de aprendizagem até a abordagem sobre como a Copa do Mundo e as Olimpíadas devem impulsionar o ensino superior no país. Você encontra ainda as ações do Sinepe/PR para este primeiro semestre, além dos artigos de opinião assinados por membros de nosso Conselho Diretor. Boa leitura!
Diretoria de Ensino Diretor de Ensino Superior Diretor de Ensino Médio/Técnico Diretor de Ensino Fundamental Diretor de Ensino da Educação Infantil Diretor de Ensino dos Cursos Livres Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Diretor de Ensino das Academias
José Antonio Karam Gilberto Vizini Vieira Esther Cristina Pereira Noely Luiza D. Santos José Luis Chong Jaime M. Marinero Vanegas Ana Dayse Cunha Agulham
Conselheiros 1º Conselheiro Jorge Apóstolos Siarcos 2º Conselheiro Pedro Roberto Wiens 3º Conselheiro Raquel Momm de Camargo 4º Conselheiro Irmão Frederico Unterberger 5º Conselheiro Paulo Arns da Cunha 6º Conselheiro Durval Antunes Filho 7º Conselheiro Roberto A. Pietrobelli Mongruel 8º Conselheiro Juliana Toniolo Sandrini 9º Conselheiro Renato Ribas Vaz 10º Conselheiro Magdal J. Frigotto 11º Conselheiro Vanessa C. Sanches Conselho Fiscal Efetivos Suplentes Orlando Serbena Elvis Tadeu Gilioli Márcia E. Dequech Edison Luiz Ribeiro Henrique Erich Wiens Ir. Anete Giordani Delegados Representantes - Fenep Ademar Batista Pereira José Manoel de Macedo Caron Jr. Diretorias regionais
Ademar Batista Pereira
SINEPE/PR - Regional Oeste (Cascavel) Diretor Presidente Adilson J. Siqueira Diretor de Ensino Superior Maria Débora Venturin Diretor de Ensino da Educação Básica Lauro Daros Irmã Mareli A. Fernandes Diretor de Ensino da Educação Infantil Ione Plazza Hilgert Diretor dos Cursos livres/Idiomas Denise Veronesi Trivelatto
Presidente
Revista Escada Publicação periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sinepe/PR. Editada pela Editora Inventa Ltda - CNPJ 11.870.080/0001-52 Rua Heitor Stockler de França, 356 - 1º andar - Centro Cívico - Curitiba - PR Conteúdo IEME Comunicação www.iemecomunicacao.com.br Jornalista Responsável
Taís Mainardes DRT/PR 6380
Redação
Marília Bobato, Eduardo do Valle, Flávia Ferreira, Jéssica Amaral, Mariana Nunes, Marina Gallucci, Mateus Ribeirete e Priscilla Scurupa
Projeto gráfico e ilustrações
D-Lab – www.dlab.com.br
Revisão
Marília Bobato
Comercialização
Márcio M. Mocellin, Ana Amaral e Verônica Souza
Críticas e sugestões
marilia@editorainventa.com.br
Comercial contato@editorainventa.com.br Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião desta revista. Conselho editorial Jacir J. Venturi, José Antonio Karam José Manoel de Macedo Caron Jr. Márcio M. Mocellin Aprovação Ademar Batista Pereira Tiragem Impressão e acabamento Logística e Distribuição
Conselho Diretor gestão 2010/2012 Diretoria Executiva Presidente Ademar Batista Pereira 1º Vice-Presidente Jacir José Venturi 2º Vice-Presidente Oriovisto Guimarães Diretor Administrativo Ailton R. Dörl Diretor Econômico/Financeiro Rosa Maria C. V. de Barros Diretor de Legislação e Normas Maria Luiza Xavier Cordeiro Diretor de Planejamento José Manoel de Macedo Caron Jr.
11 mil exemplares Maxigrafica A&D Comercial - (41) 9611-1131
SINEPE/PR - Regional Cataratas (Foz do Iguaçu) Diretor Presidente Artur Gustavo Rial Diretor de Ensino Superior Fouad Mohamad Fakin Diretor de Ensino da Educação Básica Antonio Neves da Costa e Antonio Krefta Diretor de Ensino da Educação Infantil Rita C. R. Camargo e Edite Larssen Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Fabiano de Augustinho SINEPE/PR - Regional Sudoeste (Pato Branco/Francisco Beltrão) Diretor Presidente Ivone Maria Pretto Guerra Diretor de Ensino Superior Hélio Jair dos Santos Diretor de Ensino da Educação Básica João Carlos Rossi Donadel Diretor de Ensino da Educação Infantil Amazilia Roseli de Abreu Pastorello Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Vanessa Pretto Guerra Stefani SINEPE/PR - Regional Campos Gerais (Ponta Grossa) Diretor Presidente Osni Mongruel Junior Diretor de Ensino Superior Marco Antônio Razouk Diretor de Ensino da Educação Básica Irmã Edites Bet Diretor de Ensino da Educação Infantil Maria de Fátima Pacheco Rodrigues Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Paul Chaves Watkins Diretoria da Regional Central Diretor Presidente Diretor de Ensino Superior Diretor de Ensino da Educação Básica Diretor de Ensino da Educação Infantil Diretor dos Cursos livres/Idiomas
Antonia Eliane Vezzaro Salette Silveira Azevedo Telma E. A. Leh Cristiane Siqueira de Macedo Marcos Aurélio Lemos de Mattos
ins.ti.tu.cio.nal adj
O Sinepe/PR promove, no dia 6 de maio, a III Mostra de Responsabilidade Social da Escola Particular. Na oportunidade, instituições de ensino particular
associadas ao Sindicato, associações e ONGs vão mostrar seus trabalhos de responsabilidade social e ambiental. O evento acontece junto ao tradicional churrasco do Pequeno Cotolengo realizado todo primeiro domingo de cada mês, exceto em janeiro. A renda arrecadada nestes churrascos é direcionada integralmente à instituição que acolhe pessoas de zero a 60 anos com deficiências múltiplas, abandonadas por suas famílias, ou vindas de famílias em situação de risco.
AGENDE-SE! Data: 06/05/2012 Horário: das 11h às 16h Local: Rua José Gonçalves Júnior, 140 – Campo Comprido. Mais informações: www.sinepepr.org.br e www.pequenocotolengo.org.br
CONFIRA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO PARTICIPANTES:
Associação Beneficente São Roque; Colégio Nossa Senhora do Rosário; Universidade Tuiuti; UNICURITIBA; FATEC PR; Interamericano; Escola de Educação Especial Nilza Tartuce; UNILEHU; Associação das Amigas da Mama; UNINTER; IPCC; UniBrasil; Pequeno Cotolengo; Facel. Apoiadores: Pequeno Cotolengo e o IGRPCOM.
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O MASTER INTERNACIONAL EM DESENVOLVIMENTO PESSOAL é um curso desenvolvido em parceria entre o Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, o IEF – Instituto de Ensino e Fomento e o Instituto de La Familia de La Universidad de La Sabana (Colômbia). Por ser um curso internacional, é duplamente certificado e reconhecido pelo MEC. Seu corpo docente é constituído por doutores, mestres e especialistas em cada uma das disciplinas específicas.
Informações e inscrições Universidade Estadual de Ponta Grossa Secretaria da PROPESP “Lato Sensu” Ponta Grossa - PR Fone: (42) 3220.3282 propespsecretaria@uepg.br • www.uepg.br
Realização IEF - Instituto de Ensino e Fomento Av. Marechal Deodoro, 503, cj. 306, Centro, Curitiba - PR Fone: (41) 3233.5676 ief@ief.org.br • www.ief.org.br
ín.di.ce sm
08.
III Mostra sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos
10.
Dificuldades de aprendizagem: como identificar e ajudar as crianças?
12.
Educação para cidadania
14.
O importante é o começo
16.
Entrevista: Cristovam Buarque
20.
Informação X Conhecimento
24.
Jogos do conhecimento
26.
Momento Cultural
27.
Artigo: É possível ajudar a criança a trocar o refrigerante pela água?
28.
Artigo: Novo ano letivo, bons propósitos
29.
Artigo: Como ensinar a escuta dos sentidos?
Artigo: Formação de cidadania em tempo integral
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30.
Construa suas conquistas. . Educação EspEcial E inclusiva . GEstão Educacional . liBRas
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línGua BRasilEiRa dE sinais
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T / Marília Bobato
III MOSTRA DA ESCOLA PARTICULAR SOBRE RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS 8
Para comemorar a Semana Nacional do Meio Ambiente, o Sinepe/PR promove a III Mostra da Escola Particular sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos. A iniciativa é do Sinepe/PR por meio do projeto
Planeta Reciclável® juntamente ao projeto de educação ambiental Amigo da Natureza e tem como objetivo fixar o conceito de sustentabilidade, com ênfase na reciclagem do Isopor®, entre os alunos das instituições de ensino de Curitiba. Na primeira fase, aproximadamente 4 mil alunos de 23 instituições inscritas participaram de palestras sobre a reciclagem do poliestireno expandido (mais conhecido como Isopor®). Em seguida, os estudantes foram convidados a desenvolver um trabalho que deve ensinar ao público em geral sobre a reciclagem deste material. Os melhores trabalhos participam da III Mostra da Escola Particular sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos, que acontece entre os dias 02 a 05 de junho, no Shopping Palladium. Na ocasião, serão indicados os trabalhos vencedores que vão ser premiados de três formas: com uma viagem a São Paulo para conhecer a fábrica da Meiwa Embalagens e a atuação da CORA (Cooperativa de Reciclagem de Arujá); viagem ao Beto Carreiro World e passeio até Morretes pela Serra Verde Express.
APOIO:
IGRPCOM, Meiwa Embalagens, Shopping Palladium, Santa Luzia Molduras de Acabamento, Grupo RMBPACK, Serra Verde Express e Beto Carrero World.
INSTITUIÇÕES DE ENSINO PARTICIPANTES EM 2012:
Centro Educacional Evangélico; Colégio Acesso (Almirante Tamandaré, Boqueirão, Fazenda Rio Grande e Santa Felicidade); Colégio Bagozzi; Colégio Bom Jesus (São José dos Pinhais); Colégio Dom Bosco (Ahú, Batel e Mercês); Colégio Energia Ativa; Colégio OPET; Colégio Saint Germain; Colégio Stela Maris; Colégio Técnico de Curitiba; Escola Amplação; Escola Atuação (Boqueirão e Santa Quitéria); Escola da Colina; Escola Interativa; Escola Literal; Escola Pedro Apóstolo; Itecne (Colégio Madalena Sofia).
SERVIÇO Data: 02 a 05/06/2012 Horário: 10h às 22h Local: Shopping Palladium * Evento aberto ao público
T / Mariana Nunes
COMO IDENTIFICAR E AJUDAR AS CRIANÇAS? Através de um trabalho conjunto entre pais, escola e profissionais especializados é possível superar o problema e orientar o aluno
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Foi durante a 1ª série do Ensino Fundamental que Maria Leonete Trechinski Macedo percebeu que havia algo de errado com o filho, Henrique, na época com seis anos. Enquanto a maioria dos colegas já conseguia ler, o menino apresentava dificuldades e explicava que as letras “dançavam” diante dele. Além disso, na hora de copiar a matéria do quadro, o aluno escrevia tudo junto e sem espaço entre as palavras. Maria Leonete consultou uma psicopedagoga, um neurologista, um psicólogo e uma fonoaudióloga, que juntos diagnosticaram que Henrique tinha dislexia, dificuldades no processamento auditivo e Transtorno do Déficit de Atenção (TDA).
A fonoaudióloga, Giselle Kubrusly Sypczuk, explica que desde o nascimento a criança está em constante aprendizagem e é necessário que os pais, com orientação de um profissional da pediatria, acompanhem este desenvolvimento e fiquem atentos aos sinais de alerta. “A dificuldade de aprendizagem não depende somente de fatores orgânicos, mas também ocorre por situações de a criança não conseguir se relacionar e interagir com o que está ao seu redor, e a soma destes fatores e comportamentos gera a dificuldade em aprender. Isto pode ocasionar um aproveitamento pedagógico baixo mesmo com o esforço da própria criança, de seus professores e pais, acarretando possivelmente uma autoestima negativa, pois, por mais que a criança se esforce não consegue produzir satisfatoriamente”, afirma. A assessora pedagógica do Sinepe/PR, Fátima Chueire, explica que “as crianças com dificuldade de aprendizagem, normalmente, apresentam instabilidade de atenção ou até um comportamento hiperativo. Às vezes, a instabilidade está associada ao desânimo e à falta de interesse. Uma situação que comumente passa despercebida da família é a diminuição da visão e da audição. Uma criança que fica muito perto da televisão ou com o rosto colado ao caderno deve ser um sinal de alerta”.
Para diagnosticar e tratar o problema, pais, escola e profissionais especializados devem realizar um trabalho conjunto. “A dificuldade de aprendizagem pode ser percebida pelo professor e diagnosticada por profissionais especializados já na pré-escola. O diagnóstico e a intervenção das dificuldades de aprendizagem envolvem interdisciplinaridade com profissionais da área da neuropediatria, psiquiatria, fonoaudiologia, psicopedagogia, psicologia, terapia ocupacional, dentre outros”, aponta a fonoaudióloga Giselle. Hoje com 18 anos e cursando o 2º ano de Jogos Digitais na universidade, Henrique teve a ajuda de vários profissionais durante o tratamento. Com a psicopedagoga foram feitos exercícios com os sons das letras e das palavras, além de jogos para atenção. O neurologista receitou uma medicação para atenção. A fonoaudióloga trabalhou textos e estratégias para manter a atenção do aluno e desenvolver suas habilidades auditivas, pois ele se distraía facilmente com sons externos. E o psicólogo levantava a autoestima da criança. Maria Leonete e o marido também desempenharam um papel muito importante. Em casa, os dois, entre outras coisas, ajudavam o filho na leitura e o incentivavam a gravar as matérias com sua própria voz na hora de estudar para as provas. Outras dicas para os pais, segundo Giselle, são estabelecer horários para as tarefas diárias, separando momentos para o lazer e identificando o momento de melhor rendimento do filho; manter o ambiente de estudo organizado, limpo e sem ruídos; guardar os materiais escolares em um local específico para esse fim; e ajudar a criança a planejar o estudo, estudando primeiro as disciplinas mais difíceis. “É muito importante ter amor, paciência e dedicação, e elogiar sempre, mesmo que seja uma coisa pequena. Tudo isso é uma luta diária, que tem compensações enormes no final”, afirma Maria Leonete.
Para Fátima, “as disciplinas em que a criança apresenta maior dificuldade precisam ser mais trabalhadas com metodologias apropriadas. Às vezes, a dificuldade focada na Matemática, por exemplo, deve ser conduzida de maneira diferenciada na abordagem de criança para criança”.
ALERTAS Sinais de alerta para os pais e professores a partir da pré-escola:
Fala: atraso em começar a falar; Linguagem: vocabulário restrito,
pouco interesse em ouvir histórias ou relatá-las, dificuldade em seguir instruções orais, ler e escrever;
Memória: dificuldade em memorizar
números e letras, dias da semana, em recordar fatos e em desenvolver novas habilidades;
Atenção: dificuldade em concentrar-se
em algo que não seja de seu interesse pessoal e atenção inconstante;
Motricidade: problemas na aquisição de
comportamentos de autonomia, como amarrar os cadarços, relutância para desenhar e escrever, escrita ilegível, lenta ou inconsistente;
Fonte: Giselle Kubrusly Sypczuk - fonoaudióloga
O papel da escola também é decisivo, afinal, é ali que a criança passa grande parte do dia e onde as dificuldades de aprendizagem ficam mais evidentes. Além disso, a criança pode ficar desmotivada e ter vergonha de fazer perguntas em sala de aula ao notar que tem mais dificuldade que os outros colegas. “Para deixá-la mais confiante, é preciso trabalhar sempre com as diferenças. É importante o educador trabalhar essa referência com suas crianças, assim nas dificuldades haverá compreensão e colaboração mútua, ninguém sentindo-se inferiorizado e sim inclusos em uma realidade de solidariedade e respeito”, explica Giselle.
Fatores sociais: falta de amigos, dificuldade de relacionar-se com pares da mesma idade, agressividade, apatia, não interação com as atividades propostas;
Fatores cognitivos: dificuldade
na planificação e realização de tarefas de rotina, dificuldade de aquisição de novas aprendizagens cognitivas.
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Ensino Fundamental T / Marina Gallucci
PARA CIDADANIA A discussão sobre a formação de um aluno voltada para a cidadania não é recente. O ato de educar vai muito além de passar o conhecimento. Complementando o papel fundamental da família, a educação escolar assume também a incumbência de preparar as pessoas para a vida e o convívio social.
ci.da.dão 12
sm (cidade+ão2) 1 Habitante de uma cidade. 2 Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado. Por ser um conceito amplo, nem sempre é de fácil definição e pode restringir-se a uma explicação tão simples. É preciso compreender que a cidadania está em permanente construção. Ao decorrer da história da humanidade surgiram diversos entendimentos sobre o que é ser cidadão, e sobre o fazer exercício disso. Para o professor de filosofia do Colégio Expoente, Edson Bispo, hoje, a cidadania pode ser entendida pelo viés da política, com a contextualização histórica de como é e foi o trabalho democrático e o papel do cidadão nesse sistema que vivemos. “Em sala de aula, focamos no engajamento, ou seja, no conhecimento do sistema e no agir para mudanças”. Bispo completa que é necessária também, para compreendê-la em sua totalidade, a análise sob o crivo da ética. “Assim, ampliamos a discussão, abordando a questão dos valores, direitos e deveres – sem relacioná-la com a política. Existe uma afinidade comportamental entre os dois pontos de vista que revela o papel de cada um na sociedade, que se bem trabalhado, torna-se um conceito dos mais básicos e inerentes a cada indivíduo”, diz.
Dentro dessa visão, a educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. Isso exige uma reflexão que possibilite compreender raízes históricas e que trabalhe a formação política e o senso crítico. É preciso também compreender que a cidadania é um referencial de conquista da humanidade. Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos conquistados, o que pressupõe também deveres enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade.
PROJETOS QUE DESPERTAM A REFLEXÃO A psicopedagoga e diretora do Colégio Atuação, Esther Cristina Pereira, acredita que, para os projetos atingirem o objetivo de internalizar conceitos nos jovens, precisam ser vivenciados na sua totalidade. “Procuramos fazer com que as crianças envolvam-se ao máximo com as ações, trazendo muitas vezes as famílias para participarem”. Na instituição, são trabalhados diversos projetos como Lixo Reciclável, Água e Energia, Corrente do Bem, Cuidando dos Menores, Momento em Família, Cuidando de seus Pertences, entre outros. “Eles são desenvolvidos no dia do seu lançamento e durante todos os dias do ano letivo. Os conceitos são abordados nas disciplinas, contextualizados com exemplos externos e presenciados em atitudes que fazem parte da rotina escolar”, comenta a diretora. Na Escola Projeto 21, existe a Roda da Conversa, em todas as turmas. É promovido o debate de temas relacionados ao convívio social como: consumo, publicidade, papel dos equipamentos sociais da cidade, trânsito, entre outros. “Alguns desses assuntos são muito mais amplos e fazem parte do conteúdo programático de modo apropriado a cada etapa da escolaridade”, conta a diretora Yara. De acordo com ela, outro aspecto que colabora para o questionamento da cidadania e do papel na sociedade é o processo de autoavaliação pelo que os alunos da escola passam. “Esse processo depende de um exercício de reflexão, que se não for uma atitude assimilada, quaisquer práticas correm o sério risco de serem atividades momentâneas que não levarão a uma conduta verdadeiramente cidadã ao longo da escolaridade e da vida”, completa.
O QUE ISSO TEM HAVER COMIGO? Qual professor nunca escutou esta pergunta em sala de aula? A teoria, às vezes, distancia a cidadania da realidade dos alunos. Então, o primeiro passo é transformar o conteúdo em algo palpável. “Reportagens e situações do cotidiano revelam que este não é um conceito externo, mas algo inerente ao dia a dia e às nossas ações. E mais, que sua importância se dá pelo fato de ser uma preocupação constante da humanidade e que supera os tempos”, afirma Bispo. Outra estratégia é mostrar que ninguém vive isolado. Todo mundo faz o que quer, na hora em que bem entende? Provavelmente não, certo? Assim, mesmo sem perceber, o estudante já sabe o que é cidadania: quem vive em sociedade tem deveres para cumprir e direitos para serem respeitados. De acordo com a diretora da Escola Projeto 21, Yara Amaral, é justamente no ambiente escolar que o aluno depara-se com essa questão pela primeira vez. “Quando a criança ou adolescente sai do aconchego familiar, ela entra em contato com pessoas que não agem exatamente como aquelas do seu universo. Outro ambiente é um desafio, pois exige que ela corresponda ao parâmetro da vida coletiva. É fundamental entender que aí começa a vida cidadã da criança na prática”. Cidadania é justamente essa relação de respeito com o meio em que se vive e as pessoas que fazem parte dele. É necessária a percepção de que se não fosse desse jeito, a convivência ficaria impossível. Os direitos existem para que cada um tenha uma vida digna e decente. Já os deveres, para organizar a vida em comunidade, na qual cada um tem que dar sua parcela de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum.
FORÇA DO EXEMPLO Para que o aluno realmente mude atitudes é preciso dar o exemplo, nas escolas e em casa. “Tem que ser algo em que toda equipe acredita. Para fazermos os alunos se posicionarem com mais força e interpretarem a realidade, temos que ter um discurso coerente com as nossas atitudes”, afirma Bispo. Yara complementa com a importância de as regras ficarem claras. “São critérios que atendem à necessidade de uma coletividade. No entanto, o discurso só deve aparecer como conclusão da ação. O que se constata a partir disso é que toda ação está sempre pautada em valores e esse deve ser o ponto crucial, inclusive, na formação de uma equipe pedagógica. É difícil, complexo e demanda dedicação contínua”.
RESULTADOS PARA A VIDA INTEIRA Ao trabalhar cidadania, não se pode entender esse esforço como um projeto isolado. Fazer com que esse conceito se transforme em situações práticas, representa um objetivo maior, que é a formação de indivíduos críticos, respeitosos, cooperativos e solidários. “O resultado não é verificado em um prazo curto, mas, como costumamos acompanhar os nossos ex-alunos vida afora, temos gostado muito dos cidadãos que eles se tornaram”, comenta Yara. Esther Cristina completa que é um desafio satisfatório. “Acreditamos que é isso que verdadeiramente levamos para a vida toda. Um ser humano íntegro e conhecedor de suas possibilidades é um cidadão completo”.
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T / Eduardo do Valle I / Divulgação
O IMPORTANTE É O
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Quando entrou para seu primeiro emprego como arquivista da Junta Comercial do Paraná, Valdecir Pereira tinha apenas 13 anos. Sem experiência profissional alguma, o jovem rapaz buscava uma maneira de começar a trabalhar e entrar no mercado de trabalho, movido inicialmente por necessidade de conseguir uma ajuda financeira. A princípio, a ideia lhe parecia assustadora – um trabalho, propriamente dizendo, era diferente de tudo o que já experimentara até então. Pouco a pouco, o adolescente foi se soltando e se estabelecendo na empresa. Hoje, 31 anos mais tarde, Valdecir Pereira, 44, é bacharel em História, conta com duas pós-graduações e é o responsável pelo Arquivo Geral da Junta. Do garoto que iniciou sua carreira com medo de dar o próximo passo, ficou a humildade, o interesse e a vontade de aprender mais e mais. Pereira foi, à época, o que hoje corresponde à figura do Menor Aprendiz, uma categoria de trabalho direta e essencialmente ligada à educação. O diretor de Ensino Médio/Técnico do Sinepe/PR, Gilberto Vieira, afirma que, como o nome sugere, o Menor Aprendiz tem a obrigação exclusiva de aprender, ou seja, a ele devem ser concedidas oportunidades de formação profissional, noções de sociabilidade, hierarquia, administração e até mesmo técnicas, no caso do adolescente optar por um setor de conhecimento segmentado.
Apesar de muito procurado, no entanto, o programa de Menor Aprendiz não é o único. A partir dos 16 anos, o adolescente pode ingressar em um programa de estágio. Categoria mais procurada no CIEE/PR, o estágio na faixa etária que compreende a idade entre 16 e 18 anos é um contato ainda mais próximo do mercado de trabalho que os programas de aprendizagem. Segundo Simone Princival, coordenadora de Cadastro e Entrevista do CIEE/PR, a principal diferença entre ambas as formas de trabalho é a legislação de cada uma – o que acaba influenciando diretamente a situação do empregador, na hora de escolher entre um funcionário e outro. Para um programa de estágio, de acordo com a Lei nº 11788/08, é preciso ter 16 anos completos; estar matriculado e frequentando o ensino médio, técnico ou superior. Já segundo a Lei nº 10.097/00, o menor aprendiz precisa ter 14 anos completos; estar matriculado e frequentando o ensino regular; ter carteira de trabalho e, preferencialmente, renda per capta de meio salário mínimo. Isso porque, apesar de o contato ser mais próximo com o mercado em relações de estágio, o estagiário não possui vínculo trabalhista com a empresa em que atua. O Menor Aprendiz, por outro lado, conta com todos os benefícios reservados aos funcionários, incluindo férias, por exemplo. Na prática, isso leva diversas empresas a optarem por estagiários em seu quadro de membros, devido à isenção fiscal sobre eles. Entre os adolescentes, portanto, os programas de estágio acabam sendo mais oferecidos e bem aceitos. “Aqui no CIEE temos filas de estudantes nessa faixa – aliás, mais de 50% dos pedidos correspondem a grupo”, afirma Simone. Apesar de serem condicionadas a dedicarem parte de seu Apesar
A CARA DA EMPRESA Apesar de serem condicionadas a dedicarem parte de seu quadro de membros à aprendizagem, muitas empresas estão buscando adolescente por conta própria, de modo a formar profissionais com o perfil desejado dentro de uma cultura organizacional pré-estabelecida. “Ao passar seus valores e métodos de trabalho a um Menor Aprendiz ou a um estagiário, a empresa está realizando um investimento no futuro, formando um profissional em seus moldes, auxiliando na educação corporativa de alguém que poderá vir a se tornar um efetivo mais tarde”, explica Vieira. No entanto, a fim de que seja plena, a tutela de um Menor Aprendiz ou a coordenação de um estágio devem contar com caráter exclusivamente educativo. “É preciso deixar claro que a prioridade nessa faixa de idade é a educação formal, o ensino que vem da escola”, afirma o diretor. Deste modo, é preciso levar em consideração a maturidade do adolescente interessado a fim de que os estudos não sejam prejudicados. Outra consideração importante é que, sob nenhuma circunstância, o motivo que
VANTAGEM TRIPLA
leva o jovem a buscar um trabalho como menor aprendiz deve ser movido por interesse financeiro. Apesar dos programas de tutela, contarem com remuneração adequada, este valor não deve ser considerado um salário ou parte da renda familiar. No caso do arquivista Valdecir Pereira, ainda que os tempos fossem outros e ele precisasse, de fato, da remuneração, o importante foi não deixar de estudar nunca. “Pelo contrário. Eu fiz da Junta minha segunda escola, com muito mais o que aprender e entendendo os adultos da época como mestres de conduta profissional”, conta. Nesse sentido, o responsável pelo Arquivo Geral defende que, até hoje, coordenar o ensino fundamental e médio com uma forma de trabalho é uma experiência muito produtiva, desde que se tenha maturidade para tal. “A ideia é aprender sempre, estudar sempre, observar muito e entender que quem começa mais cedo, de corpo e alma, sai na frente na hora de conseguir um emprego mais tarde”, defende Pereira.
O diretor de Ensino Médio/Técnico do Sinepe/PR, Gilberto Vieira, explica as vantagens do trabalho na adolescência como uma relação de benefícios que se intercalam para as partes envolvidas:
FAMÍLIA
ADOLESCENTE
1º Complementa a educação
1º Adquire experiência
do adolescente e favorece sua independência;
2º Tem oportunidade de
2º Ocupa o tempo dos filhos
de uma forma saudável;
3º Encaminha o adolescente
profissional mais cedo;
permanecer no quadro de funcionários da empresa;
3º Amplia o networking ainda cedo.
para o mercado de trabalho.
EMPRESA 1º Tem oportunidade de formar
profissionais alinhados com sua cultura empresarial;
2º Pode formar um banco de
talentos, com contatos para um futuro próximo;
3º Desafoga pequenas funções cotidianas com auxiliares aprendizes.
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en.tre.vis.ta / Cristovam Buarque T / Priscilla Scurupa F / Priscilla Scurupa e Divulgação / Assessoria Cristovam Buarque
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A ESCADA PARA
A IGUALDADE
O ex-ministro da educação e senador Cristovam Buarque (PDT-DF) é um dos criadores e grande defensor do movimento educacionista no Brasil. A bandeira, segundo explica Buarque em seu livro O Que é Educacionismo?, existe para preencher o vazio deixado pela morte ideológica de outros ‘ismos’ como o capitalismo, comunismo, socialismo, etc. O que ele e os chamados educacionistas exigem, é uma mudança nas prioridades governamentais para que a educação, além de igual para todos, seja também colocada como eixo principal do desenvolvimento do país.
De acordo com o senador, a única saída para a educação brasileira é a federalização do ensino básico com a criação de 200 mil escolas federais de qualidade em 20 anos, ante as 300 existentes hoje. Em sua proposta, os professores seriam contratados pela União, teriam plano de carreira e a estabilidade no emprego se daria pela competência. Confira a entrevista concedida com exclusividade à revista Escada por Cristovam Buarque, que esteve em Curitiba no final de fevereiro para ministrar a palestra “Educação e Desenvolvimento”, a convite do Grupo Educacional Uninter. Revista Escada – Como se constitui esse projeto para uma nova escola pública no Brasil? Cristovam Buarque – Meu desejo é que o Brasil dê um salto e se transforme campeão em educação, do mesmo modo que é campeão em futebol. E a maneira é muito simples. Sugiro que as escolas sejam redondas como a bola é redonda para todos. O exemplo que dou do futebol, é porque todos os meninos aos quatro anos entram em campo, jogam com a bola – que é redonda para todos, inclusive os que são pobres - e respeitam as mesmas regras. E a escola não é assim. Crianças entram na escola aos sete anos de idade e aos 12, 13 anos já são obrigadas a abandonar os estudos. Então, a escola é quadrada, não é redonda para todos.
Temos que torná-la igual para todos e, quando eu digo igual, não é o mesmo ensino, o mesmo conteúdo, a mesma pedagogia. Refiro-me a professores igualmente bem remunerados, bem selecionados, dedicados e bem avaliados. E também escolas bem equipadas, com equipamentos modernos, inclusive aqueles que permitem o ensino a distância. O que busco responder nesse projeto são três frases: por que a escola é importante? Por que ela não recebe importância no Brasil? E o que fazer? RE – E por que a educação é importante e não recebe essa devida importância no Brasil? CB - A primeira questão é cultural. Por alguma razão, não consideramos a educação um valor essencial, uma riqueza a ser adquirida. Rico é o sujeito que tem um carro importado, uma bela gravata, uma bela casa. Não é assim em outros países. Estive na Alemanha há um tempo, e o taxista me perguntou qual minha profissão. Quando eu disse professor, ele não queria cobrar a corrida por considerar nobre o que faço. No Brasil, quando você diz que é professor, as pessoas sentem pena. Nossa cultura não prioriza a educação. Mesmo o pai que gasta muito dinheiro para colocar um filho na escola, faz isso pensando no bom salário que ele poderá ganhar. Uma vez encontrei um pai que me disse: rapaz, gastei um dinheirão e esse meu filho inventou de ser filósofo! Estava furioso, como se tivesse jogado dinheiro fora. A segunda questão é política. No Brasil, tudo que é das massas, é abandonado: saúde, transporte e educação também. Como os ricos, de certa maneira, resolveram a educação de seus filhos com a escola privada, a educação dos pobres foi abandonada. Assim como abandonaram a saúde, o transporte. Pode reparar: quando um avião atrasa, sai em todos os jornais. Quando um ônibus atrasa, você já viu sair no jornal? Não sai. São essas duas razões: a cultural e a política.
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RE – De que forma a escola particular pode contribuir com esse projeto? CB - Já está colaborando. A escola particular já é pública, porque presta um serviço público. O conceito de público deve ser separado do conceito de estatal. Não existe um Brasil sem escolas particulares. São sete milhões de crianças que estão na escola particular e felizmente elas existem. O que precisamos fazer para que elas sejam realmente públicas, mesmo tendo um nome privado, é fazer com que o estado pague para que o menino estude. A escola pode ser particular e ser gratuita. Se o Estado pagar ao dono da escola, o dono da escola paga seus professores e fica com o seu lucro também, como qualquer outra atividade. O Programa Universidade Para Todos (ProUni) já é um pouco isso, pois permitiu e facilitou o acesso à faculdade particular.
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Então esse é o ponto principal: a escola particular seria ainda mais pública se seus serviços fossem gratuitos. O que é preciso lembrar, é que quem estuda em escola estatal, também paga imposto. Em proposta que apresentei no livro A Revolução Republicana na Educação, defendo que as escolas estaduais cobrem um pouquinho dos pais para que estes se sintam donos delas. Hoje, esses pais têm medo de reclamar do professor, porque não percebem que pagam o salário deste por meio de impostos. Se pagassem, poderiam dizer “também sou o patrão dele”. RE – Considerando a atual situação econômica brasileira, como isso pode se tornar uma realidade? CB - O Brasil tem 300 escolas públicas federais cuja média avaliativa é melhor que as escolas particulares. São escolas como o Colégio Dom Pedro II, escolas técnicas, institutos de aplicação, colégios militares. Se transformarmos 300 em 200 mil – que é o número total de escolas do Brasil –, resolvemos o problema. Esse avanço vai levar um pouco mais de duas décadas para se concretizar. Só que já estamos no século XXI e faz quase 30 anos que luto por isso. Os professores devem ter uma carreira nacional em magistério e não podem mais usar somente o giz, devem também saber usar o computador. E a educação deve ser integral. Defendo que esse processo seja feito por cidades, que o governo
federal, junto ao prefeito, chegue à cidade e diga: daqui a dois anos todos os colégios serão iguais ao Colégio Dom Pedro II ou ao Colégio Militar de Brasília, que é muito bom também. A gestão seria local, ficaria a cuidado do prefeito e até mesmo dos pais e professores. Sou fã da liberação, mas podemos falar em nacionalização, depois chamar de qualificação. E quanto custa isso? Quando tudo isso estiver funcionando, quando todos os 50 milhões de crianças estiverem em escolas desse tipo, quando as 200 milhões de escolas estiverem assim, isso custará 6,4% do PIB. Esse valor não fará que o Brasil fique sem dinheiro para as outras coisas. Alguns dizem que deveríamos esperar para realizar esse projeto com o dinheiro do Pré-sal. Sou favorável que esse dinheiro vá todo para a cotação, mas sou radicalmente contra a essa espera. Ninguém disse ‘só vamos fazer Copa do Mundo depois do Pré-sal’ ou ‘só vamos fazer Olimpíadas depois do Pré-sal’. Por que na hora de cuidar das crianças temos que esperar o Pré-sal? Ninguém sabe se vai dar certo, quanto lucro será obtido. E não se pode simplesmente jogar dinheiro no quintal da escola. Primeiro deve haver planejamento de gastos. E um detalhe: sou autor da lei do piso salarial do professor, que começou com R$980 e agora chegou a R$1.400, que ainda é muito pouco. Mas eu sei que a maior parte dos prefeitos do Brasil não tem como pagar isso. E como é que resolve? O governo federal deve pagar, não vejo outra maneira. Pode começar a pagar salários, como em outros lugares já o faz. Em Brasília quem paga o salário é o governo federal, por isso que o salário médio dos professores de lá é de R$4.000. Por que em Brasília, cidade com a maior renda per capta do país, o professor recebe do governo federal e em lugares mais pobres quem paga é o prefeito? Não está certo isso. Federalização é união. O Estado nacional e a educação infantil são questões de todos nós. O prefeito gerencia, apoia, presta sua contribuição, mas a União tem que ajudar essas cidades.
RE – Qual é o papel do professor hoje, na chamada era do conhecimento? CB - Como eu disse, a escola não é mais o professor e o giz. O professor hoje é uma antena que capta o conhecimento, elabora os conteúdos e os repassa a seus alunos de forma criativa. E esse repasse deve ser feito através dos modernos meios de comunicação, como as lousas inteligentes, os diversos softwares educacionais. O conhecimento muda muito depressa e somente a inovação pode dar conta dessas mudanças. Nessa nova era, a educação deixa de ser um trabalho meramente artesanal e precisa passar por três etapas. A primeira é por meio do professor, que acessa o conhecimento que há na rede. Em seguida, alguém, ou o próprio professor, transforma esse conteúdo em uma aula bonita, interativa, usando os modernos meios de comunicação. Por último, esse conhecimento deve ser disponibilizado na rede para que o aluno possa assistir às aulas de onde quer que esteja. RE – De que modo, então, conciliar essa educação de qualidade à democratização do conhecimento e ao desenvolvimento com consciência sócio-ambiental? CB - É complicado, mas a liberdade e a qualidade levarão a isso. Os professores precisam exercer suas funções com liberdade, mas devem ser submetidos a avaliações para que se tenha a certeza de bons resultados. Também é necessária a definição de um currículo com alguns itens essenciais, além das disciplinas básicas. Primeiramente, ensinar ética, para que as crianças entendam o mundo em que vivem e possam se indignar com o que está errado. Também é preciso que aprendam algum ofício, porque no mundo de hoje todos precisam de um para se situar. Os meninos também têm que saber comunicação – o que exige saber ler, pensar matematicamente e entender mais idiomas do que o seu próprio. E finalmente, o aluno deve continuar aprendendo mesmo depois de deixar a sala de aula. Ele precisa aprender a aprender, porque o conhecimento muda a cada instante e quem não se renova, torna-se um profissional defasado
“Meu desejo é que o Brasil dê um salto e se transforme campeão em educação, do mesmo modo que é campeão em futebol.”
RE – E os meios de comunicação de massa, que papel desempenhariam no processo educacional? CB - Existe uma trindade da educação: a escola, a família e a mídia. Algumas pessoas inserem as igrejas e a religião nesse contexto também. Não adianta querer educar a criança no mundo de hoje sem escola. Tem pais que estão tentando isso. Agora, por melhor que seja a escola, se a família não for presente, não vamos conseguir educar. E nos casos onde há essa parceria, é comum que o papel da família seja desligar a televisão. Conheço muitas pessoas que dizem educar as crianças desligando a televisão. O que é uma pena, porque a televisão é um veículo fundamental para a educação se bons programas forem produzidos. Defendo a liberdade total, sou contra a estatização de qualquer meio de comunicação. Inclusive, sou contra o horário educacional obrigatório. Da mesma forma que sou contra ao horário eleitoral.
“O ensino não precisa ser voltado para a prática, mas ele precisa ser aplicado em assuntos do mundo real”
para o mercado. Por isso defendo o ensino permanente. As universidades deveriam oferecer diplomas com prazo de validade que exigissem sua renovação de tempos em tempos. Sugiro que todas tenham um Núcleo de Formação de Ex-Alunos. Ou melhor, o termo ex-aluno deveria ser aposentado. O único lugar que permitiria o termo ex-aluno seria o túmulo: Aqui jaz um ex-aluno. Mas antes de morrer, ou ele ainda é aluno, ou está superado. RE – Como o senhor avalia a importância do investimento em espaços de aprendizagem fora do ambiente escolar? CB - Acho que colocar o aluno em atividades fora do ambiente escolar é um desperdício de tempo e de dinheiro, além de ser arriscado. Por que não concentrar tudo em um mesmo espaço? Melhora o trânsito, reduz a tensão familiar e intensifica o tempo de convivência da criança com seus colegas e professores. Por isso a educação integral deve ser focada em um único espaço.
RE – Quais seriam os trabalhos desenvolvidos dentro da escola nesse projeto de educação integral? CB - Esse projeto inclui as disciplinas tradicionais como matemática, português, história, geografia e também algumas disciplinas novas, como ética. Não se pode substituir as disciplinas básicas por outras, então seria necessário uma expansão da grade horária. Nesse tempo adicional, as crianças podem optar, dentro de uma série de alternativas, por assuntos que lhes interessem, como esportes, cinema, teatro, artes de uma forma geral. Até mesmo as disciplinas básicas não precisam ser ensinadas pelo mesmo número de horas para todas as crianças. Claro que deve haver um mínimo, um conjunto básico. Mas é comum que algumas crianças precisem aprender mais ou menos português, mais ou menos matemática. Por que a escola é chata hoje? Primeiro, porque todos têm que assistir aula sentados em uma cadeira, sob a orientação de um professor que ainda usa um quadro negro. Essas crianças cresceram usando o computador e assistindo televisão, não faz sentido para elas. Segundo, porque quando educamos, não respeitamos as particularidades.
Todos os canais de televisão deveriam, durante uma hora do período nobre, apresentar uma atividade educativa. Uma boa novela de história do Brasil, por exemplo. Já se vê isso em alguns canais, mas muito raramente ou em horários que as crianças não assistem. Lamento muito o fato de que a televisão brasileira, quando quer ser educativa, crie outros canais, como a Globo criou a Futura. É um ótimo canal educativo, no nível do Discovery Channel, National Geographic. Mas não vejo razão para que a Futura seja um canal à parte. Todos os canais brasileiros poderiam ter programas educacionais em seus horários nobres e ganhar dinheiro com isso. E fazendo isso livremente. Não seria um programa criado pelo estado ou pelo Ministério da Educação. Seria, inclusive, uma forma de concorrência. Que disputassem para ver quem faz o melhor programa educativo da televisão brasileira. Sem uma televisão comprometida com a educação, nós perdemos a guerra, porque o menino passa seis horas na escola e, ao chegar em casa, liga o aparelho e assiste seis horas de programação de baixa qualidade. Perde-se tudo.
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T / Priscila Scurupa I / Guilherme Henrique
INFORMAÇÃO XCONHECIMENTO Saiba como as mídias sociais podem atuar a favor da educação
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A forma como as pessoas aprendem tem mudado com o tempo. E essas mudanças podem ser explicadas pela teoria denominada Aprendizagem Social. Albert Bandura, principal teórico dessa perspectiva contemporânea para a educação, defende que o conhecimento se desenvolve, essencialmente, no convívio entre indivíduos. Ou seja, aprendemos uns com os outros por meio da observação, reflexão e influência de modelos sociais existentes com os quais nos conectamos e interagimos. E no contexto das novas mídias, esse processo se acelerou, tornando o Facebook e as demais mídias sociais como Twitter, YouTube e Wikipédia, as principais ferramentas para essas novas formas de interação. Mas de que forma as escolas, professores, pais e alunos podem se apropriar dessas plataformas para construir conhecimentos que auxiliem na educação?
suas convicções que a educação precisa ser trabalhada de maneira árdua”, diz. Ele defende que o aluno consciente de seu papel como cidadão, conseguirá exercê-lo em qualquer ambiente, virtual ou não. “As rede sociais nada mais são do que um grande encontro de pessoas, onde elas trocam informações, dicas e opiniões. É importante salientar que informação não é conhecimento. Desta forma, o aluno só adquire conhecimento a partir do momento que consegue codificar a informação e manter uma análise crítica sobre ela. Só que para isso de nada vale a velocidade, cada vez maior, com que a informação vem sendo gerada e reproduzida, pois para a formação de pensamento crítico é necessário ler, escrever, conversar, debater, experimentar, ou seja, interagir com o mundo. A troca de informação pelas redes sociais é só um detalhe”, complementa.
Segundo Leandro Rodrigo Saad Cruz, criador do Kidux, software de monitoramento das atividades infantis no meio virtual, é essencial que a escola prepare seus alunos para viverem em um mundo globalizado e conectado. “Mas isso não significa uma adoção ingênua daquilo que a internet disponibiliza. Muitas famílias e escolas simplesmente adotam aquilo que é oferecido na rede sem nenhum tipo de crítica ou meditação sobre os riscos/benefícios envolvidos. A escola, como mediadora e auxiliadora no processo de formação do indivíduo, precisa estar atenta e se preparar também”, alerta.
Soares Pinto lista as potencialidades do Facebook como uma grande sala de aula virtual, onde alunos e professores compartilhariam informações referentes aos conteúdos disciplinares; utilizariam jogos educativos disponíveis na própria plataforma do site; e docentes criariam grupos virtuais com alunos de diferentes habilidades e, a partir de desafios a serem cumpridos, estimulariam a inteligência coletiva entre os estudantes. No entanto ressalta que a ideia ainda é utópica, pois além do receio da utilização da tecnologia por parte dos professores, o processo de consolidação dessa nova forma de educação exigiria também uma reconfiguração dos modelos pedagógicos. “Só acompanhei estratégias de sucesso como estas em livros de teoria sobre o assunto, com exemplos práticos em escolas sempre tão distantes, em países como no Canadá e na Nova Zelândia, que possuem salas de aulas com pouquíssimos alunos e modelos pedagógicos diferentes das tradicionais aulas de cinquenta minutos dividas por disciplinas”, relata.
Já para o responsável pelo setor de Educação Digital do Colégio Medianeira, Vinícius Soares Pinto, o essencial é que a escola e a família formem cidadãos críticos. “Aprender a utilizar as ferramentas de comunicação que a internet oferece é fácil, o difícil é ter o que dizer por meio delas. Ter o que dizer significa defender opiniões e colocar em processo dialético
O coordenador de Tecnologia Digital do Colégio Opet, Guilherme Lemermeier Rodrigues, diz ser um defensor dos meios multimodais de educação e acredita que a escola deve ser atraente, “saltar” aos olhos dos alunos para obter sucesso nos processos de aprendizagem. Porém observa que a tecnologia avança muito mais rápido que os modelos familiares e escolares, fator que exige cuidados. “A rede é um mecanismo e devemos entendê-la antes de aceitá-la plenamente na educação de nossas crianças. A escola precisa de tempo de amadurecimento para incorporar sua rotina ao meio digital. Precisa aprender a ensinar o uso consciente da rede. Acredito que por hora, aos professores fica a missão de orientar e incentivar as boas práticas virtuais. Isto é, devem opinar e direcionar o uso da tecnologia tanto dentro, como fora da sala de aula”.
COMO AS MÍDIAS SOCIAIS PODEM AUXILIAR NOS ESTUDOS? Seja você, aluno, pai ou educador, o fato é que as mídias sociais estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Entender a funcionalidade e os recursos básicos dos novos meios de comunicação é essencial para que pais e escolas os utilizem de maneira eficaz a fim de enriquecer a experiência educacional dos alunos, aumentar a relevância do conteúdo e incentivar a colaboração efetiva entre todos. Conheça a descrição e as funções de alguns deles abaixo:
O QUE É: espécie de microblog que
permite a troca de mensagens com até 140 caracteres. Como aliada do aprendizado, esta ferramenta pode ser usada para a troca e compartilhamento de opiniões e conhecimentos por meio de links e também treinar a escrita concisa.
WIKIPÉDIA
O QUE É: enciclopédia cujo conteúdo é construído de modo coletivo, pela colaboração de todos os interessados.
Pode servir como extensão das aulas na internet, gerenciando o calendário de atividades e o desenvolvimento de trabalhos coletivos de pesquisa entre os alunos. É excelente para o exercício de interpretação de textos e a formação crítica.
O QUE É: rede social que reúne pes-
soas a seus amigos e àqueles com quem trabalham, estudam ou convivem. Nele, cada pessoa pode ter o seu perfil, ou seja, os seus dados pessoais, as suas fotos, vídeos, links, notas, etc. Ideal para o apoio de discussões em classe, ampliar a conscientização de eventos e causas, estimular a colaboração entre os alunos e encorajar o aprendizado além da sala de aula. Também pode servir como canal de comunicação entre professores, pais e alunos. Em breve, a ferramenta terá uma funcionalidade exclusiva voltada à educação: o Grupo para Escolas. Só poderão utilizá-la os usuários que tiverem um email ativo vinculado a alguma instituição de ensino.
YOUTUBE
O QUE É: site que permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital.
Os vídeos são cada vez mais utilizados nas salas de aula, pois grande parte dos alunos aprende melhor quando são submetidos a estímulos audiovisuais. O YouTube, nesse sentido, pode ser usado para enriquecer aulas presenciais ou em educação à distância. Os professores e também os alunos podem produzir vídeos como exercícios de criação e fixação dos conteúdos trabalhados.
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PAIS GUIA RÁPIDO SOBRE COMO MONITORAR AS ATIVIDADES ONLINE DE SEUS FILHOS EDUCAR: Para isso, os pais precisam conhecer a internet, como ela funciona, o que pode ser feito em cada site, etc. COLOCAR LIMITES: eles são importantes no mundo real e no virtual também. SUPERVISIONAR: Para saber dos interesses, educar e colocar limites. É importante também que as crianças saibam por que estão sendo monitoradas e qual a razão do limite. PARTICIPAR: Toda forma de educação custará algo aos pais e o que as crianças mais precisam é de tempo e atenção. Use a internet com seu filho, jogue com ele. Aproveite todas as situações para educar. Colocar o computador em um lugar comum da casa - Com o computador no quarto, as crianças se sentem anônimas e desinibidas, comportando-se de maneira diferente. Quando nos escondemos, fatalmente estamos fazendo algo errado. Não existem motivos para uma criança querer acessar a internet escondida dos pais. Fonte: Leandro Rodrigo Saad Cruz, criador do Kidux, software de monitoramento de crianças na internet.
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PROFESSORES ATRIBUTOS DA EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM DIGITAL INTERATIVO: alunos que criam seu próprio conteúdo e interagem por mídia social podem expressar sua identidade e criatividade. CENTRADO NO ALUNO: transfere a responsabilidade pela aprendizagem para o aluno, exigindo que os alunos desempenhem um papel mais ativo em seu próprio processo de aprendizagem e fazendo com que os professores os auxiliem caso surjam dificuldades. AUTÊNTICO: os professores devem encontrar maneiras de reconciliar o uso da mídia social em sala de aula com a maneira autêntica com que os adolescentes a usam fora da sala de aula. O uso da mídia social e da tecnologia deve estar atrelado a uma meta ou atividade de aprendizagem específica. COLABORATIVO: a aprendizagem é uma atividade social e muitos alunos aprendem a trabalhar melhor com um grupo de colegas. Essa colaboração e os comentários dos colegas podem ser de forma virtual ou pessoalmente. SOB DEMANDA: o conteúdo do curso deve ser disponibilizado “sob demanda” para que o aluno possa ver os materiais quando, onde e como quiser, seja em um computador, celular ou outro dispositivo móvel. Fonte: Guia Facebook para Educadores. Disponível em: http://facebookforeducators.org/
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T / Jéssica Amaral
CONHEC
Além de um atrativo para o país na economia e no turismo, a Copa do Mundo e as Olimpíadas impulsionam o ensino superior 24 24
Nos próximos anos, o Brasil deve investir fortemente em melhorias nas áreas que envolvem o turismo de eventos, sobretudo, porque
o país vai receber a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016. É a primeira vez na história que o Brasil será sede de dois eventos esportivos de porte mundial.
A participação das instituições de ensino superior em eventos esportivos como estes é de grande importância, já que impulsiona a criação de novos cursos e promove a troca de conhecimento entre atletas, profissionais e alunos, oferecendo momentos únicos entre os povos. A partir do segundo semestre de 2012, a previsão é que com a realização da Copa do Mundo, os cursos de pós-graduação e nível técnico tenham uma maior procura, já que são mais focados e têm um prazo menor de término. “A grande parte da demanda da Copa será na construção civil, com a construção e reformas de novos estádios e infraestrutura das cidades”, afirma o professor de pós-graduação em Marketing da FAE Centro Universitário, Douglas Brunetta. Os cursos mais cotados são das áreas de gastronomia, eventos, hotelaria, arquitetura, engenharias e construção civil. “Ainda não temos dados específicos, mas tudo indica que ocorrerá um ‘boom’ nessas áreas”, diz. Na FAE, a pós-graduação é modular e pode ser uma opção para quem está cursando uma disciplina extra, já pensando em se especializar para estes eventos.
CURIOSIDADES COPA DO MUNDO 2014:
CIMENTO Desde já, o país também se organiza para receber as Olimpíadas no Rio de Janeiro, e outras localidades se preparam para oferecer estrutura para as mais de 205 nações participantes. Curitiba será cidade de apoio para o treinamento de atletas. Na Universidade Positivo (UP), por exemplo, após criteriosa seleção, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) escolheu a instituição para receber delegações estrangeiras durante o evento. O COB aprovou, sem necessitar de reformas, os dois ginásios olímpicos, a piscina olímpica, as quatro quadras de tênis, o campo de futebol, a sala de lutas, o ginásio oficial e o ginásio didático. Na instituição, o atleta da equipe brasileira de natação, Henrique Rodrigues, considerado um dos melhores no esporte no Brasil e em nível mundial, já utiliza a infraestrutura para o treinamento nas piscinas, comprovando que a UP está apta para receber atletas olímpicos. A previsão é que até o evento sejam lançados cursos e palestras, proporcionando suporte aos profissionais tanto na Copa do Mundo como nas Olimpíadas. “Temos condições de receber delegações de várias modalidades. O evento vai dar visibilidade para
a estrutura e organização da instituição, criando novos projetos”, explica o coordenador do curso de Turismo da UP, Dário Paixão. De acordo com o coordenador dos cursos da área empresarial do IBPEX – Instituto de Pós-Graduação do Uninter, Thiago Paiva, as Olimpíadas podem retomar o interesse pelo curso de Turismo, que com o mercado escasso, fez com que algumas instituições cancelassem a graduação por falta de interessados. “As instituições preparadas para esta demanda sairão à frente com o aumento da competição a preços acessíveis. Com isso se tem variedades de cursos, processos e inovações entre as universidades”, conta. No IBPEX duas parcerias já foram firmadas, todas voltadas à capacitação em Turismo. A primeira, com o Curitiba Convention & Visitors Bureau, com o lançamento de três cursos e a segunda, com o Centro Europeu, com cursos mais voltados para a gestão e operação de restaurantes e eventos. “A classe empresarial reclama da pouca capacitação em serviços mais refinados, o que pode refletir na demanda de profissionais na área”, diz Paiva.
4O evento volta a ser disputado na América do Sul após 36 anos; 432 seleções participarão do Mundial. 412 cidades participantes, são elas: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MT), Cuiabá (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS) e Recife-Olinda (PE); 4A Copa do Mundo injetará R$ 183 bilhões de reais ao PIB do país; 4A previsão de investimento em infraestrutura é de 33 bilhões de reais, destacando os sistemas viários e de transporte; 4Cerca de 3,7 milhões de turistas, brasileiros e estrangeiros, deverão participar dos eventos, gerando mais de R$ 9 bilhões de receita para o país; 4Aproximadamente 700 mil empregos diretos e indiretos serão gerados. Fontes: www.copa2014.gov.br www.vocesabia.net
OLIMPÍADAS 2016: 4O evento acontece entre os dias 5 a 21 de agosto de 2016 e as Paraolimpíadas de 7 a 18 de setembro de 2016; 4Serão 100 mil pessoas envolvidas diretamente na organização, incluindo 70 mil voluntários; 4São esperados mais de 10.500 atletas de 205 de diferentes nações, incluindo profissionais de imprensa, apoio e turistas; 428 esportes olímpicos serão disputados; 434 instalações de competições, 18 já em funcionamento; 4Na Vila Olímpica o evento acomodará 17.700 camas, 9.460 quartos em 48 edifícios de 3 e 4 quartos; 4Capacidade no refeitório de 5.500 mil pessoas; 44900MW é a estimativa total de energia no Rio de Janeiro em 2016, sendo utilizada nas instalações olímpicas e paraolímpicas apenas 93MW (2% do total); 4A previsão é que sejam vendidos mais de 6 milhões de ingressos, sendo o custo destes para esportes populares como atletismo, vôlei, ginástica e natação menos de US$ 30. Fonte: www.rio2016.org
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mo.men.to cul.tu.ral sm
adj m+f
T / Mateus Ribeirete I / Divulgação
GERADOR EÓLICO (brinquedo) A série Ciência Verde tem um preceito bacana: introduzir a criança ao mundo da ciência, com experimentos interativos e práticos. Um deles é o gerador eólico, que não precisa de pilhas e acende com a energia do vento. A criança, então, já adquire noções de construção e de energia renovável de uma maneira fácil e, ao mesmo tempo, estimulante.
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Classificação: a partir dos 8 anos
OPERAÇÃO FANTASMA (livro) Embora fantasmas costumem amedrontar crianças (e não só elas), esses aqui, criados por Jacques Duquennoy, só têm a ajudar. Quando o fantasminha Henri fica doente, os seus amigos se preocupam, e então tentam descobrir o que fazer para ajudá-lo. Os traços de Duquennoy são uma beleza à parte, e deixam a obra ainda mais doce. O autor francês também possui outros livros com personagens sobrenaturais e supercarismáticos. Classificação: a partir de 6 anos
DICIONÁRIO ESCOLAR DA LÍNGUA PORTUGUESA AURÉLIO JÚNIOR (dicionário) Por que não aproximar o dicionário do cotidiano infanto-juvenil? A ideia do Aurélio Júnior é justamente essa: manter uma relação menos alheia à vida do aluno, trazendo inclusive vocabulários típicos da era digital. Assim fica mais interessante usá-lo como recurso do dia-a-dia, tendo em mente que dicionários estão aí para nos ajudar. Classificação: a partir dos 5 anos
BINGO DE TABUADAS (jogo) 4x15 = Bingo! Ao invés dos números convencionais, o Bingo de Tabuadas No Final Das Contas utiliza operações matemáticas nas suas cartelas. Sendo assim, o desafio aumenta para a criança, e ela pode usar o jogo como um método divertido de aprender. Subtração, adição, multiplicação e divisão estão lá, sugerindo um meio dinâmico de se assimilar todas elas. Classificação: a partir de 8 anos
ar.ti.go sm
T / Raquel Momm - Conselheira do Sinepe/PR
É POSSÍVEL AJUDAR A CRIANÇA A TROCAR O REFRIGERANTE PELA ÁGUA? O relato é que a professora iniciante abordava com seus alunos de 1º ano a preservação da água no planeta. A única das crianças que parecia não interessar-se pela aula finalmente levantou a mão. Prontamente a professora deu-lhe a oportunidade de falar. Atônica, descobriu que ele não estava preocupado se a água acabasse, pois ele preferia tomar refrigerante. Fato ou lenda, a história simplista que demonstra o desconhecimento da importância da água para a vida na terra e sua utilização, lembra a criança que pensa que o leite bebido por ela vem da caixa, e não da vaca. A visão fragmentada da qualidade da nossa água, alimento ou ar, faz muitos indivíduos agirem de maneira irresponsável, sem darem conta de que suas ações refletem, cedo ou tarde, no que estará disponível à sua mesa. Trocar o refrigerante, ou mesmo os sucos industrializados pela água, pode parecer uma atitude inatingível para a maioria das famílias. Além dos aspectos de saúde relacionados diretamente ao uso excessivo de açúcar refinado, corantes, conservantes e outras substâncias presentes nestes produtos, e à sobrecarga dos rins que trabalham com pouca água para uma filtragem de qualidade no sangue, existe um aspecto ambiental envolvido em cada latinha ou embalagem pet que abrimos. Recentemente, tive uma experiência muito positiva com crianças, em substituir o refri ou os sucos industrializados. Em função da sustentabilidade ambiental e também financeira da troca, gostaria de compartilhar com vocês.
Em férias e com calor, a cada dois ou três dias era hora de repor o estoque de caixas de suco industrializados para as crianças, na tentativa (cara por sinal) de fazê-los beber o mínimo possível de refri. Em restaurantes o refri parece ser sempre a opção mais atraente para as crianças. Quase de brincadeira, falei para o meu caçula, de seis anos: se você passar um dia inteiro sem beber refrigerante ou suco, somente água, ao final do dia, dou a você R$ 2,00. Surpresa minha. Ele agarrou-se à chance de ganhar os dois merecidos reais e venceu o primeiro dia. No outro dia, a irmã quis o direito de participar do desafio. Digo que o projeto é sustentável economicamente para os pais, pois o custo com sucos e refri é muito maior que isso. No aspecto ambiental, as garrafinhas de água podem ser recarregadas inúmeras vezes.
Crescemos numa época que era possível fazer um pequeno serviço e ganhar um trocado com ele, e temos dificuldade em perceber como, na atual sociedade de consumo, são raras as chances de uma criança ganhar um dinheiro por seus próprios méritos. E enquanto estiveram na casa do avô, ele dobrava a recompensa. Já em casa, estão há mais de quarenta dias sem refri. Eles resolveram continuar com o desafio, mesmo na presença de outras pessoas tomando refri à mesa. Já ouvi: “posso tomar o refri quando quiser, mas eu estou escolhendo não tomar”. E fazer as próprias escolhas é o que faz a diferença.
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ar.ti.go sm
T / Jacir J. Venturi - 1º Vice-Presidente do Sinepe/PR
NOVO ANO LETIVO: BONS PROPÓSITOS Início de mais um ano letivo e sobejam os bons propósitos dos alunos, pais e professores. Tão imprescindível quanto o aprendizado das disciplinas curriculares é desenvolver no educando bons hábitos de estudos. Ou seja, organização e disciplina pessoal, requisitos indispensáveis para um bom desempenho escolar e também para a vida adulta.
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Uma mesa e uma cadeira num ambiente silente. Sofá ou cama agregam conforto e aconchego para um bom livro, mas não para os estudos. Vai estudar ou tirar uma soneca? Aprende-se com cérebro e nádegas. Pândegas à parte, sentado numa cadeira, muita disposição para exercícios, resenhas, tarefas, leituras, equipamentos eletrônicos em off, são posturas primordiais para um aprendizado consistente e duradouro. Devemos estimular a criança ou o jovem ao aprofundamento dos conteúdos. Um texto mais complexo ou um exercício difícil é um desafio e faz bem aos neurônios. Desenvolve o raciocínio lógico tão valorizado nos concursos, vestibulares e mercado de trabalho,
pois este entende que o profissional que aprendeu a pensar é um resolvedor de problemas. Poucas sinapses se realizam no cérebro em 15 páginas de leitura fácil ou na resolução de 5 exercícios acessíveis de geometria. No Brasil temos a cultura de pífia valorização nas disciplinas das Ciências Exatas. Em decorrência, estamos vivênciando um apagão de mão-de-obra qualificada, sendo que a maioria esmagadora de nossos jovens apresentam dificuldades no entendimento de textos técnicos. Falta-lhes autodidatismo, qualidade que só é desenvolvida com bom embasamento em matemática, física, química, biologia, etc. A China forma anualmente 650 mil engenheiros e a Coreia do Sul, 80 mil, sendo que a Coreia possui um quarto da nossa população. Há estudos que chegam a quantificar em R$ 30 bi desperdiçados por ano, no Brasil, pelo despreparo de nossos técnicos, quer na execução, quer nos projetos das obras.
Quantos engenheiros são diplomados anualmente no Brasil? Cerca de 55 mil, sendo que apenas 32 mil passam a atuar na profissão e os demais são seduzidos pela área financeira de gestão. Nossa demanda atual é de 60 a 80 mil novos engenheiros por ano. Para suprir prementemente a carência técnica é preciso desconstruir o mito de que a matemática, física ou química, são matérias difícieis ou sinistras. Cada série é um degrau de uma escada que não permite saltos. Motivados pelos pais e professores, havendo por parte do aluno persistência no aprendizado da matemática, não há como não render-se aos seus encantos e à sua lógica.
Rememoremos outros preceitos básicos para um bom início de ano letivo. Aluno inteligente presta muita atenção em sala de aula pois haverá muito menos esforço para compreender e fixar a matéria em casa. Estudar apenas nas vésperas de prova é um péssimo hábito, uma vez que compromete o entendimento das aulas subsequentes, e o mais importante: é um aprendizado fugaz, sem consistência e sem raízes para o longo prazo. Aprende rápido e esquece rápido. O discente deve garantir boas notas desde o 1.º bimestre quando tem menos conteúdo. É o semestre em que os estudantes se comportam mais recreativamente, e qualquer nota baixa implica em redobrados esforços nos próximos bimestres. Há alunos que gostam tanto da escola que passam o mês de dezembro debruçando-se em todo o conteúdo do ano para os exames finais, ensejando angústias aos pais e aos próprios. Provas, simulados, concursos são ótimas oportunidades para desenvolver o equilíbrio emocional. Cuide-se da saúde – o bem maior – com boa alimentação, prática de esportes e atividades ao ar livre, nos horários recomendados, pois os benfazejos raios solares fortalecem os ossos e são excelentes como terapia para a mente. Para uma boa memorização, são essenciais 8 ou 9 horas de sono. Pratiquem-se os bons valores. Com organização e persistência nos estudos, aguarda-se um futuro promissor, repleto de alegrias, sim, mas também frustrações. Quem pede da vida uma vida sem tristezas está pedindo o que ela não pode dar.
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T / Esther Cristina Pereira - Diretora de Ensino Fundamental do Sinepe/PR
COMO ENSINAR A ESCUTA DOS SENTIDOS? O papel da escola está mudando. O parâmetro que existia em relação aos valores pedagógicos precisa ser revisto e pensado pelos educadores sob o crivo da humanização. Ao observar crianças e jovens, percebo que o importante, hoje, é ensinar a escuta. Mas a escuta em um sentido mais amplo do ouvir da audição. Fazê-los prestar atenção, perceber o que revelam todos os sentidos dos quais dispomos.
É preciso ensinar a ver, sentir, experimentar, colocar-se no lugar do outro, sentir pelo outro, perceber a aldeia global como parte integrante da nossa vida, como parte da biodiversidade que somos e que nos mantém equilibrados. É preciso formar cidadãos que entendam seu papel e as consequências de suas ações nessa grande teia em que vivemos. Neste processo de rever nossos sentidos, é fundamental refletir sobre o que ensinamos às nossas crianças nas escolas, na igreja, na sociedade e, principalmente, dentro das famílias, que são a mola mestre do mundo. O que transmitimos como modelo e referência sobre meio ambiente, trânsito, conduta, dinheiro e a influência disso em sua trajetória e seu comportamento. Precisamos, como escola, família e sociedade rever nossos conceitos, e ensinar as próximas gerações a escutar. O mundo precisa desta habilidade para continuar a ser um organismo vivo, com alma e sensibilidade.
A sensibilidade é elemento fundamental para nos permitirmos sonhar. Outro ponto que todos nós educadores precisamos ficar atentos é exatamente esse: quais sonhos que deixamos nossas crianças sonhar e quais sentimentos elas trazem dentro delas como desejos verdadeiros e intensos? Em um mundo que nos entrega tudo de bandeja, em um processo de informatização e tecnologia fornecido às crianças em tenra idade, onde o clicar de uma tecla muda a configuração de tudo, é cada vez mais difícil perceber o impacto das nossas ações sobre o outro. É ainda mais difícil permitirmos sonhar, pensarmos além e entendermos o sonho como elemento de transformação do que existe ao nosso redor. É importante, neste início de ano, que cada pessoa mude um pouco para que possamos contar com uma próxima geração mais saudável de coração, sentimento e atitudes para consigo, com o outro e com o mundo. Não poupando nunca a família, pois é ela que determina, sim, a felicidade de seus filhos. Portanto, é fundamental uma aliança entre escola e família na busca de um objetivo comum: mostrar às nossas crianças a importância dos sonhos e dos sentimentos.
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T / Ademar Batista Pereira – Presidente do Sinepe/PR
FORMAÇÃO DE CIDADANIA EM TEMPO INTEGRAL Dos 30 melhores países classificados no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), na grande maioria a escola é de tempo integral. Inclusive, em muitos casos, vai da educação infantil até o ensino superior. No Brasil, não é nova a discussão sobre a necessidade da escola nesse modelo. Mas mesmo com vantagens conhecidas e comprovadas, ainda há quem defenda que a escola em um único período é suficiente.
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Na Europa, a decisão pela educação em período integral aconteceu a partir dos anos 60, junto à discussão sobre os direitos das crianças e dos adolescentes. Na época, o trabalho infantil, até então permitido e incentivado, passou a ser proibido. Passou-se a defender que a criança precisava brincar, estudar e se preparar para os estudos e para a vida. No Brasil, essa discussão também é recorrente. Por aqui, o adolescente somente pode ingressar no mercado de trabalho a partir dos 16 anos e, ainda assim, com muitas restrições.
Os países desenvolvidos organizaram a escola de tempo integral ao perceber que as crianças e os adolescentes ficariam um período na escola e outro na rua. Assim, a sociedade se organizou para que os alunos frequentassem as escolas durante um período maior. Enquanto isso, no Brasil, insistimos na escola de um turno apenas, e elas ainda são incumbidas pelo estado brasileiro de abranger diversas atividades que vão além do ler, escrever ou fazer contas. E em alguns municípios, por falta de investimento, tem ainda o quarto turno intercalado entre manhã e tarde. É dever da escola ensinar sobre sexualidade, hábitos alimentares, cidadania, meio ambiente. E como educar em todos estes sentidos em um único período do dia? Com pais trabalhando em tempo integral, onde deixar estas crianças enquanto não estão na escola? Tios, vizinhos e amigos dividem esta responsabilidade, mas a medida que estas crianças crescem acabam mesmo ficando na rua, nas esquinas e nos shoppings e muitas vezes aprendendo o que não devem. Portanto, a solução para a formação sólida da futura geração, nem sequer está nos moldes europeus, com escolas funcionando das 9h às 17h. Hoje, a maioria das famílias precisa de uma escola que funcione 12 horas por dia, isso pelo menos até o estudante ter 16 anos, quando ele poderia iniciar no mundo do trabalho, ou já ter condições de exercer a sua liberdade com responsabilidade. A escola particular vem, como sempre, na vanguarda da educação, implementando esse modelo. Inclusive com escolas de tempo integral no ensino médio, exatamente na fase que mais fica difícil para o aluno focar nas “coisas sérias”. Mais uma vez, a escola particular sai na frente. Pena que o estado brasileiro não perceba ou busque parcerias com a iniciativa privada para atender a demanda iminente da educação em tempo integral no Brasil.
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