Revista Escada Ed. 23

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número 23 | ano 06

Julho a Setembro de 2015 Publicação Sinepe/PR

WIKIPEDIA:

alcance social e global Conheça a história do quinto site com mais acessos no mundo

ENTREVISTA: Gestão baseada nos princípios da Aprendizagem Mediada, por David Sasson e Marcia Macionk


Maria L煤cia Guedes Ribeiro Coordenadora Pedag贸gica Miracema do Tocantins, TO


COMPARTILHAR NOSSO CONHECIMENTO COM AS PESSOAS TAMBÉM É UMA FORMA DE TRANSFORMÁ-LAS.

Em Miracema do Tocantins, a educação promove muitas histórias de transformação na sociedade. Um projeto desenvolvido pelo Colégio Tocantins, conveniado ao Sistema Positivo de Ensino, leva à comunidade local cursos de fotografia e de corte e costura. Com isso, muitos jovens e adultos estão descobrindo novos talentos, aprendendo um ofício e, principalmente, encontrando uma forma de renda. Assim, ao transformar a vida das pessoas, a educação mostra o seu poder de revelar potenciais, gerar oportunidades e criar um mundo ainda mais positivo. SISTEMA POSITIVO DE ENSINO. ACREDITE NO PODER DA EDUCAÇÃO.

somospositivo.com.br facebook.com/editorapositivo twitter.com/editorapositivo youtube.com/editorapositivo


e.di.to.ri.al

ex.pe.di.en.te

adj m+f

adj m+f

Sinepe/PR Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná

Na capa dessa edição trazemos a história e curiosidades da Wikipedia - um dos maiores projetos na área educacional, quer pelo seu alcance social e global, quer por ser democrático e gratuito, com cerca de 500 milhões de acessos ao dia. Isso só é possível graças aos seus milhares de colaboradores: uns com aporte financeiro, a partir de R$ 7,00 por mês; outros contribuem com textos que são acrescidos aos verbetes; e um grupo de professores, técnicos e profissionais das mais diversas áreas que filtram e em seguida autorizam ou não a divulgação no Wikipedia. Desde 2011, colaboro com a inserção de parágrafos, artigos ou capítulos de meus livros, cujos conteúdos atualizam ou enriquecem os verbetes do nosso Wikipedia. Saiba mais sobre o futuro da maior enciclopédia colaborativa do mundo pelas palavras do seu co-fundador Jimmy Wales que esteve recentemente em Curitiba, em palestra na Universidade Positivo, que contou com o devido apoio do Sinepe/PR. Essa edição da revista Escada também destaca outras boas iniciativas do Sindicato, como o Prêmio de Práticas Inovadoras em Educação que contou com a intensa participação das instituições de ensino associadas. O resultado da premiação será revelado em novembro, e como isso o Sinepe/PR quer prestar o devido reconhecimento que as instituições merecem.

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Outro assunto que esteve na pauta do Sindicato e das associadas foi a data de corte para o Ensino Fundamental. Em reunião realizada em julho, contamos com a presença de aproximadamente 240 pessoas, entre gestores, diretores e coordenadores da rede privada de ensino. Neste segundo semestre letivo, o Sinepe/PR quer continuar atendendo as reinvindicações do setor. Do ensino infantil ao superior podemos, juntos, mostrar nossa representatividade.

Boa leitura. Jacir José Venturi Presidente do Sinepe/PR

www.sinepepr.org.br facebook.com/sinepepr Conselho Diretor Biênio 2014/2016 Diretoria Executiva Presidente 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente Diretor Administrativo Diretor Econômico/Financeiro Diretor de Legislação e Normas Diretor de Planejamento

Jacir José Venturi Esther Cristina Pereira Paulo Arns da Cunha Gilberto Vizini Vieira Rosa Maria C. V. de Barros Nilson Izaias Pegorini Ir. Frederico Unterberger

Diretoria de Ensino Diretor de Ensino Superior Diretor de Ensino Médio/Técnico Diretor de Ensino Fundamental Diretor de Ensino da Educação Infantil Diretor de Ensino dos Cursos Livres Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Diretor de Ensino das Academias

José Antonio Karam Gilberto Zluhan Ir. Marinês Tusset Noely Luiza D. Santos Pedro Adriano Brandalize Magdal J. Frigotto Volnei Jorge Sandri

Conselheiros 1º Conselheiro 2º Conselheiro 3º Conselheiro 4º Conselheiro 5º Conselheiro 6º Conselheiro 7º Conselheiro 8º Conselheiro 9º Conselheiro 10º Conselheiro 11º Conselheiro

Jorge Apóstolos Siarcos Pedro Roberto Wiens Raquel Adriano M. M. de Camargo Ademar Batista Pereira Douglas Oliani Durval Antunes Filho Roberto A. Pietrobelli Mongruel Dorojara da Silva Ribas Renato Ribas Vaz Christian Dejuour Ana Dayse Cunha Agulham

Conselho Fiscal Efetivos Ailton Renato Dörl Armindo Vilson Angerer Ir. Anete Giordani

Suplentes Henrique Erich Wiens Edison Luiz Ribeiro Maria Inês W. Galvão

Delegados Representantes FENEP/Confenen Jacir José Venturi Ademar Batista Pereira Conselho de ex-presidentes do Sinepe/PR Padre Paulo Kuno Rhoden José Manoel de Macedo Caron Jr. Naura Nanci Muniz Santos Maria Alice de Araújo Lopes

Emília Guimarães Hardy Maria Luiza Xavier Cordeiro Ademar Batista Pereira

Diretorias regionais SINEPE/PR - Regional Oeste (Cascavel) Diretor-Presidente Airton Bonet Diretor de Ensino Superior Maria Débora Venturin Diretor de Ensino da Educação Básica Lauro Daros Irmã Mareli A. Fernandes Diretor de Ensino da Educação Infantil Ione Plazza Hilgert Diretor dos Cursos Livres/Idiomas Denise Veronesi Trivelatto

Revista Escada Publicação periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sinepe/PR. Editada pela Editora Inventa Ltda - CNPJ 11.870.080/0001-52 Rua Comendador Araújo, 534, 2o andar, sala 4 – Centro - Curitiba - PR Conteúdo IEME Comunicação www.iemecomunicacao.com.br Jornalista responsável

Marília S. Bobato DRT/PR 6828

Projeto gráfico e ilustrações

D-Lab - www.dlab.com.br

Comercialização

Editora Inventa

Críticas e sugestões

contato@revistaescada.com.br

Comercial jessica@iemecomunicacao.com.br marilia@editorainventa.com.br (41) 3253 0553 Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião desta revista. Conselho editorial Fátima Chueire Hollanda José Antonio Karam José Manoel de Macedo Caron Jr. Márcio M. Mocellin Noely Luiza D. Santos Aprovação

Jacir J. Venturi

Impressão e acabamento Logística e Distribuição Versão Digital

Maxi Gráfica e Editora Ltda Correios www.revistaescada.com.br

SINEPE/PR - Regional Cataratas (Foz do Iguaçu) Diretor-Presidente José Elias Castro Gomes Diretor de Ensino Superior Fábio Hauagge do Prado Diretor de Ensino da Educação Básica Antonio Krefta Diretor de Ensino da Educação Infantil Graziela Rodrigues e Asperti Basim Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Nerval Martinez Silva e Adriana da Silva Gomes SINEPE/PR - Regional Sudoeste (Pato Branco/Francisco Beltrão) Diretor-Presidente Ivone Maria Pretto Guerra Diretor de Ensino Superior Hélio Jair dos Santos Diretor de Ensino da Educação Básica João Carlos Rossi Donadel Diretor de Ensino da Educação Infantil Amazilia Roseli de Abreu Pastorello Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Vanessa Pretto Guerra Stefani SINEPE/PR - Regional Campos Gerais (Ponta Grossa) Diretor-Presidente Osni Mongruel Junior Diretor de Ensino Superior Marco Antônio Razouk Diretor de Ensino da Educação Básica Irmã Edites Bet Diretor de Ensino da Educação Infantil Maria de Fátima Pacheco Rodrigues Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Paul Chaves Watkins Diretoria da Regional Central (Guarapuava/União da Vitória) Diretor-Presidente Dilcemeri Padilha de Liz Diretor de Ensino Superior Rodrigo Borges de Lis Diretor de Ensino da Educação Básica Juelina Simão Marcondes Diretor de Ensino da Educação Infantil Jean Felde de Liz Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Marcos Aurélio Lemos de Mattos


Quem tem raiz

acolhe o vento.

Para o Colégio Medianeira, um mundo melhor é feito por pessoas melhores, capazes de ler com discernimento e promover mudanças. Hoje, o equilíbrio das excelências humanas e acadêmicas é condição necessária para ser sujeito. O Medianeira carrega consigo a tradição da educação jesuíta e a experiência conquistada. Com raízes profundas na educação, não teme o vento, mas o acolhe. Fomenta a ousadia e o experienciar linguagens. Aventura-se num mundo onde permanências e mudanças estão em todo o lugar. Abraça e compartilha projetos de vida. Forma integralmente.

(41) 3218-8000 | f colmedianeira | www.colegiomedianeira.g12.br


ín.di.ce sm

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opinião

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Dicas

Ouvimos os educadores para saber quais metas traçadas pelo PEE tem mais relevância para a educação

Veja quais livros e filmes marcaram a vida de alguns educadores

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AGENDA

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Vida de educador

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Confira os cursos e palestras promovidos pelo Sinepe/PR

Paulo Arns da Cunha, superintendente da área de ensino do Grupo Positivo, conta sobre seu trabalho à frente da instituição

ESPECIAL

Em passagem por Curitiba, o co-fundador da Wikipedia, Jimmy Wales, falou sobre o futuro da maior enciclopédia colaborativa do mundo

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Universo das associadas Saiba como foi o retorno às aulas das escolas associadas ao Sinepe/PR para o segundo semestre letivo

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História

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Ações da diretoria

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Entrevista

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ARTIGO

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ARTIGO

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ARTIGO

Conheça a rede de escolas Aldeia do Sol

Gestão baseada nos princípios da Aprendizagem Mediada, por David Sasson e Marcia Macionk

Informações relevantes para os associados

Por que é tão difícil o professor incorporar novas tecnologias em suas aulas?, por Renato Casagrande

Ontem feliz, hoje estou triste, por Jacir J. Venturi

Gestão de IES em tempos de crise, por Carlos Antonio Monteiro


SEJA UM ASSOCIADO SINEPE/PR O SINEPE/PR convida sua instituição para fazer parte do nosso quadro associativo. Confira os principais benefícios:

- Assessoria Jurídica Trabalhista - Assessoria Jurídica Cível/Educacional - Assessoria Contábil - Assessoria de Imprensa - Assessoria Pedagógica - Departamento de Informação Educacional do Sinepe/PR (dados estatísticos) - Anuário Estatístico de Educação - Selo Escola Legal - Espaço para publicação de notas no Boletim Online - Recebimento de 1 exemplar da revista Escada (trimestral) - Desconto de 20% para anúncios na revista Escada - Recebimento de 1 exemplar da revista Linha Direta (mensal) - Participação em eventos do Sinepe/PR com custo reduzido ou gratuito - Descontos com empresas parceiras na área de saúde, odontologia, saúde ocupacional e seguro educacional - Isenção da Taxa de Reversão Patronal (Instituída nas Convenções Coletivas)

Sinepe/PR - Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná Rua Guararapes, 2028 - Vila Izabel - Curitiba/PR - 80320 210 www.sinepepr.org.br / sinepe@sinepepr.org.br | Fone 41 3078 6933 / Fax 41 3078 6934


o.pi.ni.ão subst.

O Plano Estadual de Educação (PEE) traça 20 metas e centenas de ações para serem aplicadas até 2025, com o compromisso de garantir o acesso e a melhoria da educação básica e superior. Em junho, o Plano foi analisado pelos deputados estaduais na Assembleia Legislativa que focaram a discussão no termo “gênero” que constou em sete de um total de 300 estratégias definidas.

Na sua opinião, qual assunto ou meta traçada pelo Plano tem mais relevância para a educação?

Acredito que uma das metas mais impactantes é a de número 6, que estabelece a ‘educação integral em tempo integral’, para 60% dos estudantes da Educação Básica até 2025. Este é um aspecto fundamental para o aprimoramento da educação das nossas crianças e jovens. O Plano Estadual de Educação, ao definir este percentual, é mais ambicioso e mais abrangente que o PNE, que definiu uma meta de somente 25%, até 2024. Outro grande avanço é a ampliação do conceito de educação integral, pois não basta apenas deixar os estudantes mais tempo na escola, na sala de aula, ensinando os mesmos e tradicionais conteúdos escolares. Quando falamos em educação integral, estamos pensando em proporcionar às crianças e aos jovens o desenvolvimento das mais variadas dimensões humanas. Nesse sentido a arte, a cultura, o esporte, a música, a dança, a ética, além do conhecimento acadêmico, ganham lugar de destaque”.

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Everson Caleff Ramos | diretor-geral do Colégio Marista Santa Maria de Curitiba/PR.

As 20 metas estabelecidas pelo PEE são importantes para a educação, mas para que as mesmas possam ser atingidas, destaco em especial as metas 15, 16 e 17, que tratam da formação e valorização profissinal docente. Um professor bem formado e com remuneração digna estará capacitado para trabalhar os processos educacionais estimulando o exercício da cidadania e habilitando o educando para atuar na sociedade com senso crítico, iniciativa, criatividade, autonomia e responsabilidade social”. Aura Mª de Paula Soares Valente | supervisora do Ensino Fundamental II e Ensino Médio do Colégio Sion.

Quer sugerir uma pergunta para esta seção ou opiniar sobre o tema proposto? Envie sua opinião por email para CONTATO@REVISTAESCADA.COM.BR


no.vos ru.mos subst.

Nasce uma nova marca

Magdal Frigotto é o diretor da Talken English School, nova marca que nasceu da cisão da Phil Young’s English School

Revista Escada: Como aconteceu sua aproximação com a área educacional? MAGDAL FRIGOTTO: Ainda terminando

a faculdade de Administração em Curitiba, surgiu a oportunidade de ser consultor de uma escola da Phil Young’s English School. Tempo depois me tornei gerente da escola e mais tarde abri outras unidades como sócio. Entrei inicialmente com a visão empresarial, estruturei a empresa financeira e administrativamente, também desenvolvi o software de gestão acadêmica, mas logo me apaixonei pela área pedagógica. Comecei a me envolver com a reestruturação dos cursos no Brasil e nos programas internacionais, nos Estados Unidos, Canadá e na Austrália. Recentemente nós decidimos cada um focar em seus próprios projetos e assim nasce a Talken, uma marca nova, mas com mais de 25 anos de experiência.

RE: O que muda nas escolas com esta transição de marca?

MF: A Talken inicia com três unidades em Curitiba, e uma unidade em Joinville. Em todas elas a proposta central, a metodologia de ensino, o material didático, garantia de resultados e especialmente a equipe de profissionais não mudam, até porque somos parte da construção de tudo isso e temos plena confiança nesse trabalho. Mas, sabemos que podemos e vamos aprimorar muitas coisas. Mudamos para desenvolver ainda mais a nossa essência. RE: Um dos diferenciais das suas escolas é a qualificação dos professores. A que se deve isso?

MF: Buscamos pessoas que tenham

fluência no idioma e talento para ensinar, sendo que muitas delas após vivência no exterior se descobrem professores. O tipo de profissional que

9 Equipe Talken: Ricardo Todeschini, Regina Ramalho, Magdal Frigotto, Mônica Rocha e Tatiana Mendonça

o mercado não consegue entregar. Nós contratamos esses professores e os treinamos em nosso sistema de ensino. Procuramos oferecer boa remuneração e perspectiva de crescimento pessoal e profissional, o que faz com que eles permaneçam na empresa e tenham uma carreira. Reservamos todas as sextasfeiras para treinamento, feedbacks e workshops. Além disso, nossos coordenadores participam de congressos educacionais internacionais e ficam sabendo o que de mais eficiente se aplica no mundo na nossa área de ensino.

RE: Como funciona o programa internacional da Talken?

MF: Nos últimos 25 anos tenho levado alunos para programas internacionais de aprendizagem. A melhora do inglês é intensificada pela imersão na cultura. Morando em campus universitário, os alunos podem absorver todo o clima que esse tipo de ambiente proporciona, com muita segurança, pois faço questão de acompanhar pessoalmente cada detalhe do programa, no Brasil e nos Estados Unidos. Além da carga horária

A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

de estudo, temos espaço para turismo e muita diversão nos parques em Orlando. Estamos neste momento organizando a viagem de julho de 2016 em parceria com uma das mais renomadas universidades da Flórida.

RE: Quais são os outros diferenciais da Talken?

MF: Ensino por competência de qualidade é nossa prioridade. Nossos cursos têm uma carga horária intensiva. Oferecemos um ambiente seriamente descontraído, onde somente o inglês é utilizado e que deixa o aluno confortável para aprender. Mantemos um relacionamento muito próximo com as famílias. Usamos material didático atualizado, complementado por atividades extra-livro que atendem os interesses e necessidades de cada grupo de alunos, possibilitando a personalização do ensino. Nossos cursos para crianças também são diferenciados, com projetos como Talken Garden (horta orgânica), Talken Camp (colônia de férias) Easter Egg Hunt, Halloween, Cooking Club entre outros.


di.cas s.f

Educador, qual livro OU FILME

marcou sua vida?

O livro que marcou a minha vida foi “Pai rico, pai pobre”, de Robert Kiyosaki e Sharon L. Lechter. Este livro marcou a minha vida porque me fez pensar diferente quanto à educação do meu filho e das crianças, o que realmente é importante para a vida deles, o que devemos valorizar. Recomendo esta leitura.”

Uria Cavalcante Ceschim | professora de educação infantil do Colégio Marista Santa Maria.

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Um livro que marcou a minha vida: O Diário de Anne Frank. Amei ler este livro apesar dos momentos de tensão relatados e da história chocante em si. Sempre tive interesse em lê-lo, saber mais sobre as experiências da autora e apareceu a oportunidade durante a faculdade. Não perdi tempo, logo comprei o livro e comecei a ler. A cada página virada me encantava com a inocência da protagonista que, mesmo durante aquele período, encontrava alegria nos momentos mais singelos. Me chamou à reflexão a respeito das barbaridades contidas naquele depoimento histórico e dramático, vivido por ela e por milhões de outras pessoas que foram subjugadas durante o regime nazista. A Anne Frank me conquistou de uma maneira muito especial. Inspiradora, provou em vários momentos o valor de acreditar em si mesmo.”

Manuella Graf Veiga | professora de educação infantil do Colégio Sion Batel.

Filmes me inspiram o tempo todo, principalmente as biografias e os baseados em histórias reais, como a obra The First Grader (Uma lição de vida, 2010). A produção faz o espectador refletir sobre os papéis de educador e de aprendiz por meio do exemplo de um idoso de um vilarejo no Quênia. Ele luta pelo direito de frequentar a escola para aprender a ler, provando que nunca é tarde para realizar seus sonhos. Trabalhar com filmes como esse, em sala de aula, pode estimular o aluno a estabelecer novas relações dos conteúdos com as situações do dia a dia”.

Ana Lucia Zattar Coelho | coordenadora de Educação Física do Colégio Bom Jesus.

Educador, envie sua dica contando qual livro ou filme marcou sua vida e o motivo. Envie para contato@revistaescada.com.br e confira a publicação na próxima edição.


cur.sos s.m

AGENDA

Confira calendário de cursos e palestras do Sinepe/PR

04/10 VI Mostra de Responsabilidade Social da Escola Particular – Pequeno Cotolengo

20 e 21/10 Curso de atualização para secretários – Educação Básica

22/10 Curso de atualização para secretários – Educação Profissional

Horário: das 9h às 17h.

Horário: das 9h às 17h.

Horário: das 11 às 16h.

Público-alvo: Técnicos do SEED

Público-alvo: Técnicos do SEED

Público-alvo: Associados e parceiros.

Local: Auditório do Sinepe/PR

Local: Auditório do Sinepe/PR

Local: Rua José Gonçalves Júnior, 140 Campo Comprido/PR

Rua Guararapes, 2.028 - Vila Izabel Curitiba/PR.

Rua Guararapes, 2.028 - Vila Izabel Curitiba/PR

Ingresso: 1 kg de alimento não perecível.

Ingresso: Cortesia para associados e R$ 60 para não associados.

Ingresso: Cortesia para associados e R$ 60 para não associados.

REGIONAIS

JORNADA DOS PAIS

SEMANA DE INCLUSÃO

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Dificuldades de aprendizagem, estratégias de ensino e gestão na sala de aula, com o docente Geraldo Peçanha de Almeida.

21/09 Os pais no mundo contemporâneo, com Geraldo Peçanha de Almeida.

05/10 Caminhos que possam ajudar o professor e alunos na questão da inclusão, com Cassia Roberta Benko.

12/09 Regional Oeste (Cascavel)

23/09 Os pais e a relação com a escola, com Jaqueline Gnata de Freitas.

19/09 Regional Sudoeste (Pato Branco) 03/10 Regional Campos Gerais (Ponta Grossa) 17/10 Regional Central (Guarapuava) Horário: 8h30 Público-alvo: Diretores, gestores, coordenadores, professores e demais interessados. Local: Auditório do Sinepe/PR Rua Guararapes, 2.028 - Vila Izabel Curitiba/PR. INVESTIMENTO: R$ 20 para instituições de ensino associadas e R$ 40 para não associadas.

22/09 Os pais e a inteligência dos filhos, com Prof. Dr. Joe Garcia.

24/09 Os pais e e o limite com Giovana Maria Silvia Campos. 25/09 Os pais e a educação de hoje, com Renato Casagrande. Horário: das 19h às 21h Público-alvo: Diretores, gestores, coordenadores, professores e demais interessados.

06/10 Transtornos da aprendizagem, com Giselle Kubrusly Sypzuk. 07/10 Relação com a família, com Giovana Maria Silvia Campos. 08/10 Relação dentro da escola, com Jaqueline Gnata de Freitas. 09/10 Documentação e registros: encaminhamentos pedagógicos e administrativos, com Fátima Chueire Hollanda. Horário: das 19h às 21h

Local: Auditório do Sinepe/PR Rua Guararapes, 2.028 - Vila Izabel Curitiba/PR.

Público-alvo: Diretores, gestores, coordenadores, professores e demais interessados.

INVESTIMENTO: R$ 20 para instituições de ensino associadas e R$ 40 para não associadas.

Local: Auditório do Sinepe/PR Rua Guararapes, 2.028 - Vila Izabel Curitiba/PR. INVESTIMENTO: R$ 20 para instituições de ensino associadas e R$ 40 para não associadas.

A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

Mais informações e inscrições: 41 3078 6933 - www.sinepepr.org.br

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vi.da de e.du.ca.dor s.f

T / Marília Bobato F / Arquivo Universidade Positivo

Regido

pela educação Revista Escada: Em 2009, o senhor assumiu a superintendência educacional do Grupo Positivo. Como está sendo o trabalho à frente de um dos maiores grupos educacionais do país? Quais os principais desafios? Paulo Arns da Cunha: Recebi o convite do Grupo Positivo para estar à frente da área educacional como um reconhecimento à minha trajetória profissional – foi uma satisfação ser reconhecido como um gestor de referência para atuar nas unidades educacionais do grupo. Mas, além disso, é uma honra integrar uma corporação que é, além de referência em educação, referência em gestão, com um histórico impressionante de empreendedorismo e inovação.

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Meu trabalho à frente da área educacional é um privilégio e um desafio, pautado tanto pelos valores do Grupo Positivo (saber, ética, trabalho e progresso) quanto por pilares fundamentais adotados em todos os níveis de gestão de todas as unidades da corporação, que são o compromisso com a legalidade, com a qualidade dos serviços prestados (e sua contínua melhoria) e com a sustentabilidade financeira do negócio. Permeando esses valores e pilares, está a valorização das pessoas – tanto nossos alunos, quanto toda a comunidade e, em especial, os colaboradores, que são a alma do Positivo. Meu trabalho tem também o foco de cuidar para que as pessoas estejam motivadas, alegres e inspiradas.

Paulo Arns da Cunha, superintendente da área de ensino do Grupo Positivo, conta sobre seu trabalho à frente da instituição e também faz uma breve análise da educação no país

Os desafios nessa função são muitos e constantes, mas também instigantes. Em termos de gestão, temos desafios externos, que concernem o atual cenário socioeconômico e o próprio mercado de educação (que não é um mercado que cresce), e desafios internos, de gestão de pessoas, de gestão de recursos de infraestrutura e de TI e de geração constante de inovação, com o lançamento de novos produtos. Mas, se puder destacar um grande desafio, eu cito o de transformar completamente o processo de educação para envolver e cativar esse novo aluno que chega às nossas salas de aula, munido de todas as informações que a internet e a tecnologia pode lhe fornecer. É uma honra participar de um processo de revolução no ensino-aprendizado, que consolidará o aluno como protagonista de sua própria educação.


Re: O senhor já atuou como professor no ensino

Re: Em sua opinião, quais são os principais entraves da educação brasileira atualmente (tanto privada como pública)?

PC: Estar em sala de aula é uma experiência incomparável, única. Quando se está ensinando – e consequentemente aprendendo –, a sala é um mundo à parte e a hora-aula é um tempo ilimitado, rico, que não se quer que termine. A vivência de colaborar e ver acontecer o crescimento dos estudantes traz a máxima gratificação. Nunca perdi a vontade de estar em sala de aula e, talvez, um dia eu volte a atuar também como professor no ensino superior.

PC: Acredito que o principal entrave – que, para mim, pessoalmente, é mais um desafio do que um problema – é o fato de que a educação não se transforma no mesmo ritmo em que se transformam os alunos, a tecnologia e a sociedade. Nossas escolas e nossas universidades precisam de uma mudança de paradigma, de visão e de cultura organizacional, de forma que o papel do professor consolide-se como o de mediador do conhecimento (e não detentor desse), posicionando o estudante como o grande responsável por seu próprio aprendizado.

superior. Pode nos contar como foi essa experiência e se um dia pretende voltar para a sala de aula?

Re: Quais as suas principais lembranças da sua época de estudante?

PC: De todas as minhas lembranças de estudante, as

mais marcantes são sempre de mestres (aqueles que foram além de professores) que fizeram a diferença na minha vida. Aqueles que despertaram o encantamento por aprender; aqueles que me ajudaram a descobrir vocações e aptidões; aqueles que me formaram como o profissional que sou hoje; aqueles que permitiram meu crescimento não apenas técnico e profissional, mas como pessoa, como cidadão. É a lembrança desses mestres que inspira a minha trajetória no universo da educação. Eles me moveram a trabalhar para construir um ambiente educacional no qual os alunos das escolas e da universidade que represento tenham seu quadro docente 100% composto por professores como eles. Trabalho para que meus alunos tenham suas vidas transformadas como a minha própria foi.

Re: Sua formação é em Engenharia Elétrica. Em

que momento o senhor decidiu migrar do cargo de executivo de empresas do setor para a área educacional?

PC: Minha carreira sempre teve um pé na gestão – uma área que está muito mais próxima da Engenharia do que se acredita. Meu ingresso no universo da administração foi, então, natural, em especial em função de meus interesses e de minha formação. A mudança de carreira, nesse caso, foi apenas de segmentos de atuação, não de função. E essa migração para a área educacional foi impulsionada pelo fascínio que a gestão nesse segmento exerce: é possível ter todos os desafios da administração de grandes empresas, associados à imensa satisfação de fazer a diferença na sociedade com um serviço que muda vidas – a educação. Em resumo, minha decisão de migrar do cargo de executivo de empresas do setor de Engenharia Elétrica para a área educacional foi natural e, quando aconteceu, não representou ruptura com minha formação e meus interesses e objetivos de carreira. Mas, definitivamente, foi uma decisão que mudou a minha vida, na medida em que os resultados de meu trabalho se refletem de forma tão significativa – e tão positiva – para o crescimento das pessoas e para a melhoria e o progresso do país. A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

Também encaro como uma visão a ser superada a da prevalência tecnicista de nossas academias, sendo necessário o investimento na recuperação do humanismo. É só com essa visão mais humana que faremos nossos alunos compreenderem sua função e importância não apenas como profissionais, mas também como cidadãos, que têm a obrigação de colocar seus conhecimentos e serviços em favor do progresso social. Precisa-se desenvolver, dentro da educação, estratégias de superação do individualismo, para a criação de uma cultura e de um pensamento coletivo, capaz de efetivamente transformar vidas. A isso, soma-se, mais em curto prazo, a questão da necessidade da ampliação de vagas no ensino profissionalizante e superior, a fim de suprir as demandas nacionais, na grande maioria dos setores, por mão-de-obra mais capacitada e especializada. E, claro, há que se considerar o cenário econômico nacional, que afeta, assim como todas as demais áreas, também a educação. E isso tanto no setor público – pelos cortes orçamentários necessários – como no privado, que é diretamente impactado pela queda do poder aquisitivo.

Re: Em 2012, o senhor passou a fazer parte da diretoria executiva do Sinepe/PR. Como é acompanhar mais de perto as demandas do setor que envolve desde escolas de pequeno porte até grandes grupos? PC: Para mim, trata-se de mais um dos grandes pontos altos de minha trajetória profissional. Como parte da diretoria do Sindicato, eu completo um ciclo de atuação dentro do segmento educacional – não apenas posso atuar a partir do ponto de vista do meu aluno, o qual priorizo como gestor da área educacional do Grupo Positivo, como também atuo do ponto de vista das instituições privadas de Educação Básica, ou seja, com a visão do negócio. É uma oportunidade única de conhecer as diversas realidades das escolas particulares e colaborar para ações e decisões que exercem impacto positivo para todo o mercado do segmento.

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his.tó.ria

s.f

T / Marília Bobato F / Jeison Primak e Sandra Hicyzy

Educação a partir

DO contato com a natureza

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Conheça a rede de Escolas Aldeia do Sol que trabalha a aprendizagem integral dos alunos, dentro de uma visão ecológica e sustentável Em meio a tantos aparatos tecnológicos e um modelo de vida cada vez mais agitado, a rede de escolas Aldeia do Sol possui três instituições de ensino em Guarapuava (PR) com uma proposta bem diferenciada: manter o aluno em contato direto com a natureza. Já são 15 anos de história e parece que o modelo está mais que aprovado pelas famílias e alunos. A rede é composta pela Escola Aldeia do Sol, pelo Centro de Educação Infantil Bambini e pelo Centro de Desenvolvimento Infantil Anjo Sapeca e conta com cerca de 350 alunos e 70 colaboradores. O modelo foi inspirado na experiência que a diretora Dilcemeri Padilha de Liz teve na infância e também de sua formação acadêmica como bióloga. “Uni meus conhecimentos na área de educação com a possibilidade de ter crianças estudando dentro de um ambiente favorável para a construção do conhecimento, livre da agitação e da falta de espaço da cidade”, comenta. A sede da Escola Aldeia do Sol fica nos arredores de Guarapuava, a dois quilômetros do centro da cidade, com grande área verde para que os alunos possam ter contato com animais e plantas. “Propomos atividades de observações, aulas passeios, catalogação de espécies, observação do desenvolvimento da flora e fauna, visita e manutenção da horta, equitação, entre outras atividades. Assim, temos a possibilidade de confrontar teoria e prática de diversos conteúdos”, completa a diretora.

Exemplo de administração Com a missão de proporcionar a aprendizagem integral e significativa dos alunos, dentro de uma visão ecológica e sustentável, cada escola da rede conta com uma direção que é responsável pelo andamento na unidade. “Fazemos o planejamento em conjunto para mantermos a nossa filosofia e missão. Em equipe definimos os objetivos, métodos e programas a serem desenvolvidos, formas de acompanhamento e controle, partindo da realidade de cada unidade”, diz Dilcemeri. Ela complementa que trabalha para que seja realizada a implementação dos planos ora sistematizados promovendo a autonomia do pessoal. Na prática, o contato diário com a natureza e manutenção do meio ambiente são desenvolvidos de forma natural, pois os alunos são conscientes que fazem parte do meio em que vivem e que seus atos impactam diretamente na preservação do planeta. Atitudes sustentáveis são temas do cotidiano das escolas da rede, assim como os alunos aprendem a desenvolver a autonomia, habilidades de estudo e responsabilidades com seus afazeres e pertences. “Desta forma trabalhamos o desenvolvimento integral”, completa a diretora.


Reconhecimento Em 2010 a escola Aldeia do Sol recebeu o prêmio nacional OMO/ Instituto Sidarta na categoria “Aqui Se Brinca” pelas inovadoras práticas pedagógicas realizadas na educação infantil. Dilcemeri conta que foi uma surpresa quando receberam o avaliador na Escola e depois a convocação para ir a São Paulo receber o prêmio. “É uma conquista da equipe que unida desenvolve o projeto da escola. Nossa proposta pedagógica contempla o brincar através das contribuições dos portugueses, negros e índios. Para a participação no prêmio apresentamos

dos portugueses os versos, adivinhas, parlendas, lendas, alguns jogos e brinquedos como os jogos de cinco marias, amarelinha, bolinha de gude, jogo de botão, pião, da influência negra os jogos simbólicos e dos índios as brincadeiras junto à natureza e aos animais. Demonstramos no projeto que o brincar é a atividade mais importante da Educação infantil, que as crianças precisam interagir entre si”, conta. A rede também desenvolve alguns projetos culturais e através deles ganhou o reconhecimento da Câmara Municipal de Vereadores com uma Moção de Aplausos pela apresentação do espetáculo de dança “O Quebra Nozes” em 2013, e outra em 2010 pelo projeto “Política Também se Faz na Escola”.

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CPS

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CURSO Brigada de Emergência Básica Brigada de Emergência Intermediária Brigada de Emergência Avançada Relações humanas no trabalho Administração de clima da organização Excelência no atendimento ao cliente Qualidade de vida e combate ao stress Postura profissional

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en.tre.vis.ta / David Sasson e Marcia Macionk

s.f

T / Flora Guedes F / Valterci Santos

Gestão baseada nos princípios DA

Aprendizagem Mediada

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Filosofia pode contribuir para mudanças significativas e duradouras no ambiente organizacional das instituições de ensino Conflitos são inevitáveis e inerentes a qualquer organização e saber lidar com eles é parte integrante do papel do gestor e faz toda a diferença na escola. “Sem dúvida, um bom gestor é capaz de administrar qualquer situação de conflito e transformá-la numa experiência de aprendizagem e de crescimento no ambiente institucional”, preconiza o professor israelense e consultor internacional em aprendizagem, David Sasson, que afirma: “A escola carrega a marca do seu gestor, pois ele é o farol que ilumina o caminho a ser trilhado”. Referência no Brasil e no mundo quando se trata do tema Gestão baseada nos princípios da Aprendizagem Mediada, David Sasson apresentou o tema durante o Encontro de Gestores promovido pelo Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR), no mês de junho. Sasson também é especialista em Educação Cognitiva, Mediação e Avaliação Dinâmica do Potencial de Aprendizagem e diretor da INsights - Reflective Thinking Systems, que tem sede em Tel Aviv, Israel. O evento aconteceu na Faculdade Bagozzi e também contou com a participação da diretora do Centro de Desenvolvimento Cognitivo do Paraná (CDCP), Marcia Macionk. Juntos, David Sasson e Marcia Macionk fundaram o CDCP, em 1998, para disseminar a Educação Cognitiva e a Gestão baseada nos princípios da Aprendizagem Mediada. A Revista Escada conversou com os dois especialistas sobre essa filosofia, que pode contribuir para mudanças significativas e duradouras no ambiente organizacional a partir do gestor, que é o principal orientador e guia dos membros da sua comunidade escolar.

Revista Escada: Como é sentido na escola o resultado de um bom trabalho feito pelo gestor? David Sasson: Acreditamos que um gestor mediador tem o poder de transformar o ambiente de trabalho numa organização que continuamente aprende e evolui, potencializando cada membro de sua equipe. A escola carrega a marca do seu gestor, pois ele é o farol que ilumina o caminho a ser trilhado. Para nós, o resultado mais importante de uma instituição escolar é a materialização e a promoção do potencial de aprendizagem de todos os seus alunos, mas também de todos os seus colaboradores. Os resultados são percebíveis no aproveitamento acadêmico, no clima organizacional, na baixa rotatividade de seu quadro e na disposição e no prazer em pertencer a instituição.


RE: Considerando a diversidade de pessoas que pode

existir dentro de uma equipe, como o gestor deve trabalhar com as diversas personalidades e talentos? Como desenvolver tal habilidade?

DS: Os recursos humanos e sua heterogeneidade, tanto pessoal

quanto profissional, é de fato um dos numerosos desafios com os quais o gestor precisa lidar. Por meio de suas atitudes e do seu estilo, o gestor mediador consegue estabelecer e moldar um ambiente de trabalho tanto dinâmico quanto flexível, individualizado mas simultaneamente colaborativo, exigente e ao mesmo tempo confiante. De consequência, ele estaria disponibilizando os recursos necessários para a modificação e o aprimoramento dos membros de sua equipe que precisam ainda evoluir, e ao mesmo tempo, criando as condições favoráveis para a maximização do talento e das capacidades dos membros hábeis e competentes do corpo docente de sua instituição.

RE: Qualquer pessoa pode se tornar um gestor mediador? MM: Com base na perspectiva da modificabilidade e da adaptabilidade do ser humano, qualquer pessoa que deseje e demonstre uma abertura de mente e uma disposição para adotar abordagens inovadoras pode tornar-se um gestor mediador, desde que devidamente capacitado dentro de uma filosofia e metodologia que venha de encontro com os vários requisitos da função.

“A gestão escolar no Brasil assim como em alguns outros países não é considerada uma carreira e, portanto, não há formação abrangente e exaustiva para a função”. RE: No Brasil, qual a importância dada ao preparo e qualificação dos gestores escolares?

Marcia Macionk: A gestão escolar no Brasil assim como em alguns outros países não é considerada uma carreira e, portanto, não há formação abrangente e exaustiva para a função. Existem cursos de curta duração que ajudam mas, muita vezes, não são suficientes. Para uma função tão complexa e importante quanto a do gestor escolar, acreditamos que ainda temos que avançar na questão da qualificação. No mês de novembro acontecerá em Curitiba o curso de Gestão Mediada, que será uma oportunidade para aproximar-se desta filosofia. Mais informações: www.cdcp.com.br

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RE: Quais os principais desafios de um gestor escolar? Ele deve

dedicar boa parte do seu tempo e energia em quais atividades? Qual a principal ferramenta à disposição do gestor?

DS: Começarei a responder sua pergunta pelo final. A principal ferramenta do gestor é a interação humana. Mas não se trata de qualquer interação, porém de um estilo específico de interação que esteja baseado numa filosofia do desenvolvimento humano. Os desafios do gestor escolar são inúmeros, e sua complexidade aumenta de acordo com o porte da escola. Acreditamos que se ele não estiver solidamente ancorado numa filosofia de educação, poderá sucumbir diante das muitas responsabilidades que tem diante de si. Uma grande porção do seu tempo e esforço é dedicada para interagir com a sua equipe, com a intenção de oferecer orientação, coaching e apoio, compartilhando meios didáticos

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RE: Os alunos também sentem os reflexos

de uma gestão baseada na Aprendizagem Mediada?

MM: Sem dúvida. Os alunos e sua aprendizagem representam o produto final mais importante da organização escolar e o gestor mediador não perde de vista essa meta. A sua atuação com todos os outros segmentos da organização escolar visa concretizar este objetivo e isto é refletido diretamente na sala de aula. RE: Qual é o ponto de partida para as escolas fazerem uma mudança para a gestão mediada? MM: O gestor mediador precisa apenas de um recurso fundamental - o Ser Humano. A única estrutura necessária é uma equipe liderada por um gestor com um desejo genuíno de materializar o potencial de aprendizagem de todos os membros da sua equipe. O ponto de partida, do nosso ponto de vista, é um processo de capacitação significativo, coerente e substancial tanto do gestor quanto dos professores, seguido pelos outros membros da instituição. RE: O professor David Sasson já citou que ‘um 18

“O gestor mediador precisa apenas de um recurso fundamental - o Ser Humano”.

eficazes e estratégias de mediação para superar os desafios e alcançar os objetivos da instituição. Para isto, nós desenvolvemos um Paradigma Holístico da Gestão, para que o gestor possa ter uma visão clara do conjunto de fatores que entram em jogo e determinam os resultados de sua performance. Para nós, esta visão ampla e aprofundada é condição sine qua non para o trabalho do gestor.

RE: Qual seria a contribuição da Gestão baseada nos princípios da Aprendizagem Mediada para o ambiente organizacional de uma instituição de ensino?

DS: Nós temos defendido a Gestão Mediada como derivante da filosofia

da Aprendizagem Mediada e da teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural de Reuven Feuerstein. Um gestor de uma instituição de ensino tem uma missão muito além da administrativo gerencial. A principal contribuição desta abordagem é a produção de mudanças significativas e duradouras na auto-percepção do gestor enquanto mediador e líder. A gestão baseada nos princípios da Aprendizagem Mediada transforma a visão do gestor, que algumas vezes se percebe apenas com uma função administrativa e gerencial, para uma atuação que representa um estilo de interação que reflete as qualidades importantes e necessárias para o crescimento dos membros de sua equipe de trabalho, ajudando-os a adaptar-se às novas e contínuas exigências de trabalho e da sociedade.

dos grandes inimigos das escolas é a rotina’. Qual a contribuição da Gestão baseada na Aprendizagem Mediada nesse sentido?

DS: Mencionei que a rotina é um dos piores

inimigos da sala de aula no sentido de que a pouca inovação e a falta de atribuição de significado na transmissão de novos conhecimentos e competências, pode desestimular a reciprocidade dos alunos no processo de aprendizagem. Uma das queixas frequentes dos professores e dos gestores é a falta de motivação e de engajamento, tanto dos alunos, quanto dos colaboradores e, sem motivação não é possível avançar. Neste sentido, a contribuição da Gestão Mediada é oferecer uma compreensão aprofundada deste aspecto energético motivacional tanto no aprendiz quanto no colaborador.

RE: Temos exemplos no Paraná ou no Brasil de instituições que adotaram a gestão baseada nos princípios da Aprendizagem Mediada?

MM: Sim, temos alguns exemplos de instituições que adotaram esta filosofia por meio de uma capacitação extensiva de toda a sua equipe de professores e gestores, como o Senai no PR e também em outros estados como Tocantins, Maceió, Ceará e Goiás. Existem algumas escolas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul que adotaram esta filosofia. No Paraná temos muitos profissionais que participam em nossos cursos de formação, assim como pessoas de todo o Brasil.


“Por meio de suas atitudes e do seu estilo, o gestor mediador consegue estabelecer e moldar um ambiente de trabalho tanto dinâmico quanto flexível, individualizado mas simultaneamente colaborativo, exigente e ao mesmo tempo confiante”. 19

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en.tre.vis.ta / Jimmy Wales

s.f

T / Gustavo Panacioni F / Daniel Derevecki

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Colaborando com

O futuro da educação

Em recente visita ao Brasil, o co-fundador da Wikipedia, Jimmy Wales, falou sobre o futuro da maior enciclopédia colaborativa do mundo e da educação de crianças e jovens de países em desenvolvimento


Wikipedia Zero “Nunca vamos cobrar”. Esse é um dos argumentos que Jimmy Wales mais utiliza para responder às perguntas sobre o futuro da Wikipedia e os meios de financiamento para sustentar o projeto. Com um orçamento estimado em 60 milhões de dólares anuais, o quinto site com mais acessos do mundo não veicula propagandas e vive de doações médias de vinte e cinco dólares. “Nosso objetivo é dar acesso grátis a todo o conhecimento disponível na Wikipedia”, explica Wales. Recentemente a organização iniciou o Wikipedia Zero, projeto que pode potencializar o acesso de jovens estudantes de países em desenvolvimento à Wikipedia. São mais de 500 milhões de leitores mensais que fazem da Wikipedia a enciclopédia mais conhecida e influente no mundo. Para quem nasceu no final da década de 90, por exemplo, a alfabetização já aconteceu com a enciclopédia online. Muitos nem mesmo conhecem uma enciclopédia original, daquelas compostas por vários livros e de onde a Wikipedia se baseou. “Quando os jovens de hoje foram questionados sobre o que era uma enciclopédia, eles disseram ser alguma coisa parecida com a Wikipedia”, conta Jimmy Wales. São histórias e exemplos assim que fortalecem a importância dessa ferramenta colaborativa na educação e formação da nova geração. O impacto social é grande. Inicialmente Wales cita a importância da Wikipedia na preservação de línguas que muitas vezes são desconhecidas no resto do mundo. “Há uma paixão pelas línguas locais. As pessoas querem escrever em suas línguas nativas”, comenta. Sob outro aspecto, o impacto social também acontece na oportunidade de ajudar o mundo e aqueles países necessitados a se desenvolverem por meio da educação e do acesso à informação. Nas escolas em que o acesso a livros é escasso, por exemplo, é possível acessar o conhecimento registrado pela Wikipedia de qualquer dispositivo digital com acesso à internet. A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

Como forma de ampliar esse alcance e a responsabilidade social da Wikipedia, Jimmy Wales aposta na previsão de que todo mundo terá acesso à internet nos próximos 10 anos. “Hoje já existem telefones mais baratos, com características idênticas aos do iPhone, por menos de quarenta dólares”, argumenta. É com esse tipo de aparelho que Wales planeja um o futuro do que ele chama de Wikipedia Zero. Com o acesso fácil à tecnologia, o que o projeto busca facilitar agora é o acesso aos dados cobrados pelas operadoras. “Se as pessoas só conseguem comprar um aparelho de quarenta dólares, talvez o custo dos dados seja muito alto”, exemplifica. Com essa ideia em mente, o papel de Jimmy Wales é fazer com que as operadoras de países em desenvolvimento não cobrem pelos dados utilizados no acesso à Wikipedia. Wales conta que aos poucos mais pessoas apoiam a ideia e disseminam a proposta. “Na Cidade do Cabo jovens estão escrevendo uma petição para as operadoras de celular pedindo que o projeto seja aceito”. Com a proposta, a Wikipedia pode tornar-se uma importante ferramenta que contribui para a educação e para a formação cidadã dos jovens dessas cidades em desenvolvimento, que carecem de infraestrutura básica. “A enciclopédia incentiva as pessoas a entenderem os assuntos que ouvem na imprensa, fazendo de nós cidadãos melhores na hora de entrar em uma cabine de votação, por exemplo. A Wikipedia em qualquer dispositivo digital faz com que seja possível entender assuntos que a mídia às vezes falha na hora de explicar”, defende Jimmy Wales.

Ponto de partida Atualmente são cerca de 80 mil voluntários espalhados por todo o globo que ajudam a alimentar as informações disponíveis e a garantir um dos objetivos da Wikipedia: qualidade do conteúdo disponibilizado. Podendo ser alimentada por qualquer pessoa com acesso à internet, frequentemente Jimmy Wales é questionado sobre a confiabilidade das informações disponíveis ali. “Temos projetos contínuos para melhorar a Wikipedia, mas os voluntários e os vários processos desenvolvidos ao longo desses 14 anos garantem a qualidade necessária”, afirma Wales. Mesmo com todos esses cuidados, as críticas são constantes, principalmente com relação ao uso da Wikipedia e do conteúdo ali disponibilizado em pesquisas acadêmicas e trabalhos escolares. Jimmy não se preocupa com isso, pois acredita que as enciclopédias têm um papel fundamental na educação contribuindo com o início de uma pesquisa mais aprofundada. “Uma enciclopédia tradicional também é muito básica para uma pesquisa. É preciso entender que a Wikipedia ou qualquer outra enciclopédia devem funcionar como um ponto de partida”, explica.

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as.so.ci.a.das adj

Universo das Associadas OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA Pela primeira vez, os alunos do Colégio Expoente (Curitiba) irão participar da Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras, que acontece em novembro, na Índia. Na etapa nacional, os alunos das unidades Água Verde e Boa Vista ganharam medalhas de ouro, prata, bronze e menção honrosa. Segundo o MEC, o Brasil foi representado por 1.654 classes de 460 escolas, localizadas em 23 estados e no Distrito Federal. Ao todo, participaram da competição 24.328 mil estudantes em todo o mundo. São 30 países participantes desse desafio, que foi criado em 1990 pela Académie de Strasbourg (na França).

GRÊMIO ESTUDANTIL 22

O Colégio Marista Cascavel realizou as eleições para seu grêmio estudantil e a vencedora foi a chapa “S.E.R – Seriedade, Eficiência e Responsabilidade”, com 69% dos votos, eleita para representar e atuar politicamente por todos os alunos no colégio. A chapa é formada por 14 membros de diferentes turmas, além de presidente e vice-presidente. Com tempo de mandato de um ano, os alunos exercem cargos de secretário geral e 1º secretário e diretores e vices das áreas social, esportes, cultura, imprensa, saúde e meio ambiente.

NOVA BIBLIOTECA O Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa, aproveitou o periodo de férias para reformar sua biblioteca. O acervo ganhou livros novos e o espaço físico foi renovado e planejado para permitir que os usuários transitem confortavelmente pelas linguagens literárias, cênica, musical e artística. Para a diretora educacional do Colégio, Ude Hasselmann, a biblioteca é um espaço de aprendizagem e se faz por meio do contato com diferentes linguagens.

INTERCÂMBIO CULTURAL NA INGLATERRA Dos dias 11 a 26 de julho, dez alunos do 8º ao Ensino Médio do Colégio Amplação (Curitiba) aproveitaram as férias escolares e, acompanhados por educadoras da instituição, participaram, pela primeira vez, de uma viagem de intercâmbio cultural. Os alunos viajaram para a cidade de Brighton, na Inglaterra, e ficaram hospedados em casas de família, aumentando as chances de vivenciar uma cultura diferente. Além disso, a programação contou com aulas periódicas de inglês e roteiro turístico para conhecer os diferentes espaços da cidade e da região.


AMIGOS DO CORAÇÃO A turma do Pré 3 do Centro de Educação Infantil Picollo, de Curitiba, está trabalhando o tema: vários amigos, amigos dos amigos. Durante as atividades, as professoras conversaram com os alunos sobre a importância de ajudar o próximo e também sobre os cuidados que devemos ter com o planeta Terra. Os envolvidos perceberam que podiam ajudar de alguma maneira outras pessoas para aprender o verdadeiro valor da amizade. Assim, os alunos se empenharam para promover uma campanha solidária intitulada Amigos do Coração e arrecadaram muitos brinquedos e roupas para as crianças que precisam. Além disso, eles também descobriram que é possível doar cabelos para pessoas com câncer e a escola incentivou algumas crianças e, até mesmo, a coordenadora e a diretora a doarem seus preciosos cabelos em benefício do próximo.

PARCERIAS NO MEDIANEIRA O Colégio Medianeira, desenvolve há 15 anos o Projeto Parcerias, com o objetivo de unir instituições que buscam a excelência humana e acadêmica para formar educadores e alunos críticos, sensíveis e criativos. Mensalmente, os gestores dos colégios, escolas e centros educacionais se reúnem para encontros administrativos e pedagógicos. Para Danielle Stapassoli, responsável pelo projeto, o propósito é fortalecer a identidade dos envolvidos, criando um grupo reflexivo na formação de alunos e educadores. “O projeto não oferece material didático obrigatório nem interfere na ação formativa própria de cada instituição. Ele mantém ações para organizar o processo de formação continuada dos educadores, alfabetizar pelo som, imagem e escrita, além de educar utilizando uma visão global inserida em uma realidade local”, explica.

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ARTE NO COLÉGIO SION O Colégio Sion apresentou, nas sedes Solitude e Batel, mais uma edição da Semana da Arte. Nesse ano o tema foi “Artistas Paranaenses” e contou com a presença de três artistas: Fernando Calderari, André Mendes e Andrea Peruccio. Além do contato com a parte teórica, os alunos também fizeram produções plásticas e participaram das atividades do evento, que vão desde oficinas e workshops até visitas a museus e espaços culturais. De acordo com a coordenadora de Artes do colégio, Valéria Túlio, a importância deste primeiro contato com o tema desperta o interesse dos alunos, além de estimular para as atividades propostas na semana do evento. “É uma semana onde os alunos conhecem artistas, vivenciam novas técnicas plásticas, entram em contato com o mundo das artes e aprimoram seus conhecimentos”, explica.

ISC APROVA ALUNOS EM UNIVERSIDADES INTERNACIONAIS Os alunos formandos em 2015 do International School of Curitiba (ISC) conquistaram 57 aprovações em instituições de ensino superior internacionais – incluindo 14 bolsas de estudo. Entre elas estão universidades reconhecidas mundialmente, como Harvard e George Institute of Technology. Além disso o Colégio teve duas aprovações no concorrido “need blind”, em que a universidade analisa a candidatura e oferece amplo suporte financeiro, de acordo com a necessidade do aluno. A maioria dos aprovados optaram por universidades localizadas nos Estados Unidos, mas destinos como Canadá, Reino Unido, Holanda e Suíça também foram escolhidos. Através de experiências de trabalho voluntário, convivência com outras culturas e dedicação ao esporte, a escola oferece suporte para estudantes que têm o objetivo de fazer a graduação no exterior. A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ


a.ções da di.re.to.ri.a

sf / prep / sf

diretoria do Sinepe/PR EM atividade Melhores trabalhos sobre reciclagem do Isopor® O Sinepe/PR finalizou o projeto Planeta Reciclável® em 2015 com a 6ª edição da Mostra da Escola Particular sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos. O evento aconteceu nos dias 12 e 13 de junho, no Palladium Shopping Center, para expor e premiar os melhores trabalhos criados pelos alunos participantes do projeto, em Curitiba e Região Metropolitana. Nesta edição, participaram 12 instituições de ensino. No total, somam 1.125 alunos, do 5.º ao 9.º ano do Ensino Fundamental, que foram envolvidos no projeto.

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Prêmio Sinepe/PR de Práticas Inovadoras em Educação Estão encerradas as inscrições para o Prêmio Sinepe/PR de Práticas Inovadoras em Educação – edição 2015. A iniciativa do Sindicato busca reconhecer boas experiências de Inovação em Sustentabilidade, Inclusão Social e Pedagógica por meio de 12 premiações. As instituições vencedoras serão anunciadas durante o evento de entrega das premiações (troféu e certificado de participação), no dia 13 de novembro deste ano, no Espaço Torres em Curitiba. No Paraná existem cerca de 2.300 instituições privadas de ensino, da Educação Infantil ao Ensino Superior, incluindo Cursos Livres.

Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual Em maio, a Fundação de Ação Social (FAS) promoveu o 10o Seminário Municipal de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual contra crianças e adolescentes, no Salão de Atos do Parque Barigui, em Curitiba. Na ocasião, foi assinado um termo de adesão entre a Prefeitura e as escolas particulares da capital para que estas passem a integrar o trabalho da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência de Curitiba. O Sinepe/PR fará parte do grupo que reúne representantes do Ministério Público, Conselho Tutelar, Prefeitura e outras entidades e órgãos ligados à garantia dos direitos das crianças e adolescentes. De acordo com dados preliminares da Rede de Proteção, no ano passado foram notificados 502 casos (suspeita e confirmação) de violação sexual contra crianças e adolescentes. Entre os casos, a faixa etária com o maior número de vítimas são de crianças com idades entre 5 e 9 anos.


Simpósio sobre Negociação Coletiva Em agosto, Curitiba foi sede do Simpósio sobre Negociação Coletiva. O evento, inédito na região Sul, abordou o tema - considerado a demanda de maior responsabilidade dos sindicatos - sob as óticas política e jurídica. O evento foi realizado pela Federação Sul (FEPEsul), entidade formada pelos Sindicatos Sinepe/PR, Sinepe/RS, Sinepe/SC, Sinepe/NPR (Londrina), Sinepe/NOPR (Maringá), Sindiomas/Maringá, Sinfantil/Maringá e o Sinacad/Maringá. O Simpósio aconteceu na sede do Sinepe/PR e contou com programação de quatro palestras apresentadas pelos especialistas Osvino Toillier, presidente da FEPESul, Ademar Batista Pereira, diretor da FENEP (Federação Nacional das Escolas Particulares), Dr. Diego Muñoz Donoso, advogado da FENEP, e Dr. Jorge Lutz Müller, advogado do Sinepe/RS. A proposta do Simpósio teve como objetivo principal abordar as tratativas que demandam uma negociação coletiva, as implicações políticas, sindicais, legais e, especialmente, o preparo dos negociadores. De acordo com o Osvino Toillier, a Negociação Coletiva é a demanda mais importante e de maior responsabilidade de todo sindicato.

Idade de Ingresso no Ensino Fundamental

O Plano Estadual de Educação (PEE), anexo único da Lei Estadual n.º 18.492/2015, contempla na Meta 1 e na estratégia 1.7 o ingresso no Ensino Fundamental de crianças que completem seis anos de idade até 31 de março do respectivo ano. E como forma de garantir essa data para o ingresso no Ensino Fundamental a mesma Lei que aprovou o PEE também, em seu artigo 14, revoga a Lei Estadual n.º 16.049 de 2009 que dispõe sobre o direito à matrícula no 1º. Ano do Ensino Fundamental de Nove Anos, a criança que completar 6 anos até o dia 31 de dezembro do ano em curso. Devido aos possíveis e significativos reflexos desta mudança, o Sinepe/PR realizou uma reunião no dia 21 de julho, no Anfiteatro da FAE, com a presença de aproximadamente 240 pessoas, e cujo

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objetivo foi prestar esclarecimentos para os gestores, diretores e coordenadores da rede privada de ensino, bem como apresentar um panorama atual jurídico sobre o tema ‘da data de corte’. De acordo com os Assessores Jurídicos do Sinepe/PR, Dr. Luís Cesar Esmanhotto e o Dr. Diego Muñoz Donoso, o tema é de natureza constitucional, portanto, a Constituição Federal é Suprema neste caso, e até o momento, a nem a constituição foi alterada e nem a legislação federal, não havendo sob tal ponto de vista qualquer alteração, a não ser em nível de legislação estadual. “De todo modo, como a matéria já está no Supremo Tribunal Federal (STF), desde 2007, onde está sendo questionada a constitucionalidade da

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idade de corte, inserida por meio de normas infralegais, como é o caso das Resoluções de n.º 1 e 6 de 2010 do CNE/ CEB que impõem a data corte de 31 de março para a matrícula no 1.º ano do Ensino Fundamental, a palavra final sobre o tema será do STF”, explica Dr. Luís Cesar Esmanhotto. A mudança da Lei Estadual divide as opiniões dos estabelecimentos de ensino da rede privada. Dessa forma, ficou determinado que o Sinepe/PR não apresenta um posicionamento único que represente a categoria sobre o assunto, e nem incentiva ações de nenhuma natureza no momento, deixando as escolas livres para decidirem o que irão fazer para o próximo ano letivo.


ar.ti.go s.m

T / Renato Casagrande - Doutorando em Educação, Mestre e Bacharel em Administração, com linha de pesquisa em gestão educacional.

Por que é tão difícil

o professor incorporar novas tecnologias em suas aulas?

O 26

século XXI, sem dúvida, vem se firmando como o palco de uma explosão, não apenas no que diz respeito à tecnologia, mas também nas comunicações e na expansão do conhecimento. A revolução tecnológica iniciada há algumas décadas promoveu mais do que mudanças e novidades, uma vez que suscitou o rompimento da forma como as pessoas se comunicam e dos modelos mentais de formulação de conceitos, de modo que afetou consideravelmente os comportamentos. Todos nós, de alguma forma, em função do medo de ficarmos à margem da história, somos atingidos por essas transformações e, por conseguinte, forçados a rever e mudar nossos hábitos, nossos conceitos e, inclusive, nossas crenças. Também é impossível desconsiderarmos o encantamento que sentimos com o avanço das novas tecnologias. Hoje, é comum vermos pessoas de idade avançada passarem horas navegando nas páginas da internet, fazendo compras on-line, jogando, lendo livros digitais e, interagindo com outras pessoas através de redes sociais. O que para essa geração era, há pouco tempo, uma impossibilidade, virou hoje um novo e divertido passatempo. Nesse sentido, a questão pontual que pretendo indagar neste artigo é o motivo pelo qual as novas tecnologias têm conseguido adentrar nossas vidas de forma quase plena e irreversível e, ao mesmo tempo, têm encontrado tantas dificuldades para ser inseridas no processo de ensino e aprendizagem. Logo, como nos lembra a escritora

Martha Gabriel, no seu livro “Educar – A revolução digital na educação”, a escola precisa, urgentemente, passar para a fase que é entender como usar todo esse aparato digital para fazer uma educação melhor. O sistema educacional baseado no livro e no professor como provedores primordiais de educação vem-se desmoronando. Em pesquisas qualitativas realizadas recentemente com professores de escolas privadas no município de São Paulo, tratei dessa questão. Percebi que um dos fatores principais que restringem ou impedem a maior utilização das novas tecnologias em nossas escolas refere-se à falta de habilidade, a qual está relacionada à falta de preparo e à insegurança ou ao medo. Esses últimos estão associados ao status e à imagem que o professor tem do mestre, do detentor do saber, enfim, do líder. As novas tecnologias, parecem pôr em xeque essa imagem de “mestre”. Destaco, aqui, cinco fatores que tenho identificado ao longo desses anos de trabalho como gestor, consultor e pesquisador, que têm sido obstáculos para avançarmos no uso de novas tecnologias em sala de aula. O primeiro refere-se à própria habilidade do professor no manuseio dos novos aparatos tecnológicos. É sempre bom lembrar que, como qualquer adulto, o professor sentese inseguro quanto ao uso de novas tecnologias com as crianças e jovens da atual geração. Muitas vezes, sentimo-nos totalmente dependentes

de conhecimentos e habilidades tão naturais para as novas gerações. O segundo fator é a oferta reduzida de programas de formação e de capacitação dos professores com a finalidade de inserção das novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC) no processo de ensino e aprendizagem. Sabemos que os professores saem das universidades desprovidos de habilidades avançadas para lidar com essas tecnologias. Nossas universidades, em grande parte, continuam formando professores como o fizeram no século passado, ou seja, desconsiderando toda a revolução tecnológica. Portanto, é fundamental que, nos programas de educação continuada, sejam contempladas muitas horas de capacitação para lidar com essa nova demanda. O terceiro aspecto é a falta de um projeto exequível desenvolvido por escolas ou por sistemas educacionais que estimule o uso das novas tecnologias no processo de aprendizagem. Ainda observamos, nos projetos pedagógicos ou nos planejamentos educacionais, poucas estratégias ou atividades relacionadas ao uso das novas tecnologias. É preciso que a comunidade escolar construa um projeto que promova o desenvolvimento das práticas realizadas pelos professores em suas aulas. O quarto elemento diz respeito à incapacidade de o professor conseguir manter o controle sobre toda a turma, já que está abrindo mão do método tradicional e centralizado do ensino, em que todas as atenções se voltam para


“... a escola precisa, urgentemente, passar para a fase que é entender como usar todo esse aparato digital para fazer uma educação melhor.”

o mestre. Muitos professores afirmam que, ao articularem mudanças em seus métodos de ensino, deparam-se com o problema da falta de controle, o que gera, inclusive, indisciplina em sala de aula. Na maioria dos casos, os professores não souberam utilizar essas novas tecnologias como fatores motivacionais para despertar o interesse e o engajamento dos alunos nas atividades curriculares. Pelo contrário, ao permitirem que seus alunos tenham acesso ao mundo virtual, os professores percebem que, na disputa entre a aula e tantos outros apelos mais lúdicos, quem perde é o programa curricular. Frustrados com a experiência, preferiram voltar aos seus métodos tradicionais, os quais, por mais que não surtam muitos resultados, ainda são mais garantidores do poder e da autoridade. Nesse caso, convém frisar que, em uma aula com o auxilio das novas TIC, as atenções dividem-se entre o professor e todos os demais recursos proporcionados. Assim, para obter êxito nessa empreitada, o professor, entre outras questões, precisa rever seus conceitos concernentes à autoridade

e ao controle. Em um mundo digital em que o aluno é “cíbrido” (on-line e off-line simultaneamente), os métodos tradicionais de disciplina e de controle não funcionam. É imprescindível preparar-se para lidar com outro tipo de comportamento dos estudantes. Não se trata de abrir mão da sua autoridade, mas sim de estabelecê-la de outra forma, com base nos princípios de autogestão e motivação intrínseca dos alunos. O quinto fator é, talvez, o mais complexo, porquanto se refere à insegurança do professor de estabelecer um contexto multidisciplinar em suas aulas. Sabemos que os conteúdos e informações disponibilizados na web não estão associados a uma grade curricular com conteúdos delimitados. As informações estão abertas e correlacionadas com os diferentes campos do saber. O professor, ao abrir as portas da sua sala de aula para que os alunos busquem em diferentes locais os conteúdos necessários para entender e fixar conceitos, deve estar bem preparado e com habilidades desenvolvidas para lidar com o inesperado e com informações que extrapolam a sua área de estudo.

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Isso não significa que o professor terá que ser, como muitos ainda esperam, o detentor de informações. Não há lógica nessa ideia. Em um mundo em que a informação dobra, praticamente, a cada ano, é impossível querermos manter a imagem do professor “sabetudo”. O que deve ficar claro é que o professor contemporâneo deixa de ser o informador para ser o formador, deixa de ser o professor conteúdo para ser o professor “interface” . Assim, o mestre precisa ter ampla cultura e estar sempre atualizado, a fim de poder estabelecer as conexões necessárias e cumprir um dos seus novos papéis, qual seja, de ser o filtro e o validador das informações. Por fim, deixo essa contribuição para que os gestores desenvolvam estratégias e ações que busquem reduzir ou eliminar esses e tantos outros problemas que têm sido entraves no processo de mudança tão necessária para o nosso sistema educacional.

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T / Jacir J. Venturi - Presidente do Sinepe/PR

Ontem feliz, hoje estou triste

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U

ma frase pungente de Jorge Luís Borges marcou-me como um sinete: “Cometi o maior pecado que um homem pode cometer: não fui feliz”. A maior aspiração do ser humano é a felicidade contínua e, bem sabemos, impossível. Outro eminente escritor, George Bernard Shaw, dá o seu veredito: “Uma vida inteira de felicidade! Nenhum homem vivo conseguiria suportá-la. Seria o inferno”.

o infortúnio também os abatem e parte deles busca na dependência química um escapismo. Elvis Presley (42 anos), Marilyn Monroe (36) e Michael Jackson (50) foram vítimas dos medicamentos. Raul Seixas (44) e Amy Winehouse (27), de alcoolismo. Janis Joplin (27) e Jim Morrison (29), morreram após uma overdose de heroína. Kurt Cobain (27), viciado em cocaína, suicidou-se com um rifle na estufa de sua casa.

daí resultaria o fato de as pessoas serem predominantemente otimistas ou pessimistas. É evidente que temos picos extremados de infelicidade – mortes de entes queridos, doenças severas em si mesmos ou em familiares, perda do emprego, separação conjugal – ou, em outra ponta, de felicidade: a vivência de um grande amor, o recebimento de uma bolada na loteria, grandes conquistas dos filhos. Porém, passadas essas anomalias pontuais, “você retorna ao nível padrão de felicidade do cérebro, determinado em grande parte pelos genes”, argumenta o psicólogo e professor na Universidade da Virgínia Jonathan Haidt. Mas, então, ficamos bovinamente subjugados por esse determinismo? Certamente que não! Se alguém tem predisposição hereditária para diabetes, há como preveni-la ou minimizála. Da mesma forma, a busca do contentamento interior requer esforço, disciplina pessoal e bom uso do nosso livre arbítrio. No livro A semente da vitória, Nuno Cobra elenca três condições essenciais para o bem-estar de uma pessoa: sono reparador; alimentação saudável; e exercícios físicos regulares. Complemento essa lista com: bons relacionamentos (amar e ser amado); atividades culturais; momentos de lazer; a prática da espiritualidade e da solidariedade; boas leituras e boas músicas. Enfim, a prática do bem, a sensação do dever cumprido e a persistência em ser útil são valores essenciais para o genuíno contentamento, e as palavras de Goethe bem arrematam o nosso texto: “Uma vida inútil é uma morte prematura”.

A busca do contentamento interior requer esforço, disciplina pessoal e bom uso do nosso livre arbítrio.

Felicidade e infelicidade fazem parte de uma gangorra em movimentos alternantes, e desejamos que as alegrias se aninhem permanentemente no alto da gangorra. Mas a vida impõe frustrações, reveses, perdas, lutos. A aceitação dessa alternância entre fases, ditosas ou não, torna o fardo mais leve. Rejeitar o sofrimento ou tristeza é como rejeitar a própria condição humana.

A televisão e as mídias sociais fazem da conquista da felicidade uma obsessão. Em tom de blague, podemos dizer que o ideal de vida seria morar no Facebook – só tem gente feliz! E, quanto aos ídolos, enxerga-se pouco do lado humano deles, prevalecendo o bordão: é feliz porque é famoso e rico. Porém, o vazio e

A felicidade também depende de fatores hereditários? Estudos iniciados em 1970 por David T. Lykken, geneticista e professor de Psicologia da Universidade de Minnesota, indicam que sim. O autor e outros pesquisadores afirmam que, quanto ao bem-estar subjetivo, dependemos em parte da “grande loteria genética que ocorre no momento da concepção” –


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T / Carlos Antonio Monteiro – Diretor Presidente da CM Consultoria, especializada na área educacional. Pós-graduado em Planejamento e Gestão Universitária pela Michigan University, com MBA em Marketing pela Madia Marketing School.

GESTÃO DE IES

EM TEMPOS DE CRISE

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ivemos no mundo das mudanças! Aliás, nada é mais permanente do que as mudanças. Avanços no campo tecnológico, na gestão, na globalização e também na educação obrigam as pessoas e as organizações, inclusive as educacionais a sairem de sua zona de conforto. Ainda assim, estaríamos falando de situações normais neste mundo especial que é o século XXI, que se caracteriza pela criatividade e inovação em caráter permanente. Portanto as IES, já vivem uma situação de desconforto, em função das mudanças e inovações. Quando, a essas mudanças constantes, surgem variáveis externas que interferem diretamente no “status quo” e nos indicadores de qualidade das instituições educacionais, o setor começa a viver uma crise. Quando as variáveis externas atingem todos os setores da economia, o país passa a conhecer a realidade do caos. Ao falarmos em crise, lembramonos de seu significado no alfabeto chinês: oportunidade ou ameaça. Ao se analisar e analisar as tendências, as IES deverão ter em mente essas possibilidades. Cremos que no momento que vivemos, é fundamental ressignificar a crise. O que realmente a caracteriza? Em termos globais podemos citar quatro variáveis: 1. Complexidade; 2. Ambiquidade; 3. Revolução jovem; 4. Mudanças radicais (disrupção).

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Em nosso país, é necessário acrescentar uma quinta situação, que é: 5. Desgoverno.....Crise Brasil. A maioria dos cenários e tendências no campo político , econômico, ambiental, social e tecnológico que afligem o Brasil, recaem também no ensino superior, obviamente com algumas singularidades. Além disso, o conjunto dos indicadores de qualidade da realidade institucional precisa ser redesenhado para se adaptar aos novos tempos. Em tempos de crise, temos que escolher: o que fazer; o que não fazer e o que parar de fazer. Do ponto de vista da Gestão, em momentos de crise, é fundamental: • Rever a estratégia; • Mobilizar a organização; • Realocar os recursos. Em período caótico, as Instituições de Ensino precisam se preocupar com o mito da “estrela salvadora”. Nem sempre a chegada de um competente executivo, que não conheça a IES e suas características tem a fórmula ideal para solucionar os problemas. As vezes, o tempo que esse executivo precisa para conhecê-la, torna a situação ainda mais complexa. Quase sempre, esse executivo chega acompanhado de profissionais de sua confiança e, em pouco tempo, observa-se o conflito entre o pessoal

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“da casa” e os “forasteiros”. De toda forma, precisa-se estar atentos, as cinco marcas de um bom gestor: 1. Delegar ao time trabalhos relevantes; 2. Conceder espaço para trabalharem; 3. Prover apoio quando necessário; 4. Praticar reconhecimento e elogiar; 5. Tomar decisões duras sem medo.

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Nosso país vive um inusitado ciclo de turbulências econômicas e políticas, com um deslavado desmando ético, o que está levando nosso povo a um estado de desesperança que mutila o sonho de progresso de todos. Passamos por 20 planos econômicos nos últimos 40 anos. Vimos o Brasil trocar de moeda diversas vezes. Acordamos com 80% de inflação ao mês. Tivemos dinheiro confiscado é assim por diante. Vivemos também momentos de euforia e fomos uma das estrelas dos países emergentes. Depois do sucesso do Plano Real, a euforia dos políticos dirigentes deixou de lado as reformas estruturais em benefício de uma ilusória sensação de progresso material das classes menos favorecidas. O grande exemplo no campo do ensino superior foi o FIES, que trouxe muita esperança aos mais pobres, de conseguir um diploma e grande aumento do alunado e da receita para IES particulares. O segmento vivia um momento de euforia, inclusive com empresas educacionais de capital aberto, como “vedetes” do Índice Bovespa. Tudo acabou em dezembro de 2014. O FIES foi modificado, os contratos foram reduzidos e o setor sente essas alterações. Todas aquelas IES, que acreditaram em um sonho eterno e embarcaram fortemente no programa entraram em crise. O melhor exemplo dessa situação vem das empresas de capital aberto, que de “vedetes” tornaram-se “extremamente desvalorizadas”. Em situação como essa, o que as IES devem fazer?

São duas as possibilidades: adaptação ou promoção da mudança. Adaptação à essa situação caótica, como forma de sobrevivência, parte do princípio de que apenas os mais fortes e que poderão se acomodar a essa situação. E o princípio de tentar fazer mais do mesmo. São exemplos desse modelo: • Cortar custos, cortar gente e diminuir salários; • Fazer o básico em termos de IQ; • Baixar a mensalidade e aumentar descontos; • Recolher apenas os tributos possíveis; • Cortar verbas de propaganda e marketing, investimentos em biblioteca e laboratórios e manutenção; • Diminuir programas de sustentabilidade, etc... O outro lado da moeda: é a IES optar por ser a provocadora da mudança, deixando de ser apenas um agente adaptado para se transformar em uma Organização Proativa. Provocar a mudança, ao invés de se adaptar a situação de mercado, significa agir como protagonista e não como vítima do que está ocorrendo. Para assumir a proatividade, a Organização deve: • Resgatar sua essência; • Cultivar os funcionários e docentes realmente aliados; • Dispensar os detratores; • Aumentar a qualidade percebida de seus serviços educacionais; • Cortar gastos e manter os custos fundamentais para entrega da qualidade que se propõe; • Alinhar toda a IES na formação da proposta única de valor; • Foco no aluno e convicção no posicionamento adotado, etc... Por fim, lembro um dito popular: “se você ganhar um saco de limão, procure fazer uma boa limonada”. Os limões da crise nas IES são: novo FIES, alta taxa de evasão, crescimento da inadimplência, número de ingressantes, taxa de reposicão menor que 1,

desencanto com o ensino atual, questão da qualidade, o PIB, desemprego e perda da capacidade aquisitiva da classe “C”. Vamos sugerir algumas “limonadas”: • Transformar o concorrente em parceiro; • Entender o problema do aluno-cliente; • Repensar todos os processos administrativos; • Flexibilizar as formas de pagamento; • Diminuir turmas/cursos deficitários; • Cortar custos que não interfiram na entrega da qualidade prometida; • Combater a ineficiência; • Ampliar a produtividade (ex. n. concluintes); • Buscar alunos evadidos; • Criar recuperação concorrente (durante o processo ensino-aprendizagem). Planejar é preciso. Não existe mais espaço para decisões baseadas “no acho que”. Depois do Planejamento, enfrente o maior dos desafios: execute-o. Como disse o estrategista e General George Patton: “Um bom plano executado intempestivamente é melhor que um plano perfeito executado na próxima semana”.


Ensino de qualidade da Educação Infantil ao Superior.

Representante de mais de 2,3 mil instituições de ensino privado no Paraná w w w. s i n e p e p r. o r g . b r


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