número 26 | ano 07
JJunho de 2016
Publicação Publicaç ção Sinepe/ Sinepe/PR p PR P
A CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA NA VISÃO DO JORNALISTA ARNALDO JABOR
QUEM É POSITIVO SAI NA FRENTE NO ENEM
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ESCOLAS PRIMEIROS LUGARES NO
PR
126
ESCOLAS PRIMEIROS LUGARES NO
SUL
Os alunos que utilizam o Sistema Positivo de Ensino, nas Escolas Conveniadas de todo o Brasil, obtêm os melhores resultados no ENEM. Parabenizamos a todos pelas conquistas. Na região Sul e em todo o Brasil, o resultado é sempre Positivo.
e.di.to.ri.al
ex.pe.di.en.te
adj m+f
adj m+f
Sinepe/PR Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná www.sinepepr.org.br facebook.com/sinepepr
É com grande alegria que o Sinepe/PR promove a edição 2016 do Prêmio de Práticas Inovadoras em Educação. O propósito desse Prêmio é estimular e divulgar inúmeras práticas inovadoras nas áreas pedagógica, de sustentabilidade e de inclusão que estão ocorrendo dentro de nossas instituições de ensino. As inscrições podem ser realizadas até o dia 19 de agosto e são mais de 1,8 mil estabelecimentos de ensino em todo Paraná que podem participar. Acesse o site do Sinepe/PR e leia o regulamento. A revista Escada conversou com o americano Mike Donelly, que deu dicas para quem presta serviços educacionais. Com 20 anos de experiência na Walt Disney Company, Mike atua como consultor de fidelização de clientes do Disney Institute. E com a proposta de fazer um diagnóstico da atual crise, destrinchar as raízes do comportamento político brasileiro e propor uma leitura das transformações do mundo contemporâneo, o jornalista Arnaldo Jabor veio a Curitiba para apresentar uma palestra no Teatro Positivo. E a Revista Escada registrou nesta edição tudo o que ele tem a dizer sobre o “Brasil-Presente-Futuro”.
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Esta edição ainda traz uma novidade para o leitor: a coluna “Histórias do Sinepe”, que estreia pelos olhos e memória do ex-presidente José Manoel de Macedo Caron Jr. Ele, que esteve à frente do Sindicato durante três gestões, nos dá um alento. “Já atravessamos tantas crises, essa é mais uma delas. Esperamos que o Brasil melhore. Há uma demanda reprimida, os investidores estão aguardando os novos acontecimentos e irão voltar com muita força. Não será um ‘céu de brigadeiro’, mas temos um viés de tempo bom pela frente”. Essa também é nossa esperança.
Conselho Diretor Biênio 2014/2016 Diretoria Executiva Presidente 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente Diretor Administrativo Diretor Econômico/Financeiro Diretor de Legislação e Normas Diretor de Planejamento
Jacir José Venturi Esther Cristina Pereira Paulo Arns da Cunha Gilberto Vizini Vieira Rosa Maria C. V. de Barros Nilson Izaias Pegorini Ir. Frederico Unterberger
Diretoria de Ensino Diretor de Ensino Superior Diretor de Ensino Médio/Técnico Diretor de Ensino Fundamental Diretor de Ensino da Educação Infantil Diretor de Ensino dos Cursos Livres Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Diretor de Ensino das Academias
José Antonio Karam Gilberto Zluhan Ir. Marinês Tusset Noely Luiza D. Santos Pedro Adriano Brandalize Magdal J. Frigotto Volnei Jorge Sandri
Conselheiros 1º Conselheiro 2º Conselheiro 3º Conselheiro 4º Conselheiro 5º Conselheiro 6º Conselheiro 7º Conselheiro 8º Conselheiro 9º Conselheiro 10º Conselheiro 11º Conselheiro
Jorge Apóstolos Siarcos Pedro Roberto Wiens Raquel Adriano M. M. de Camargo Ademar Batista Pereira Douglas Oliani Durval Antunes Filho Roberto A. Pietrobelli Mongruel Dorojara da Silva Ribas Renato Ribas Vaz Christian Dejuour Ana Dayse Cunha Agulham
Conselho Fiscal Efetivos Ailton Renato Dörl Armindo Vilson Angerer Ir. Anete Giordani
Suplentes Henrique Erich Wiens Edison Luiz Ribeiro Maria Inês W. Galvão
Delegados Representantes FENEP/Confenen Jacir José Venturi Ademar Batista Pereira Conselho de ex-presidentes do Sinepe/PR Padre Paulo Kuno Rhoden José Manoel de Macedo Caron Jr. Naura Nanci Muniz Santos Maria Alice de Araújo Lopes
Boa leitura. Jacir José Venturi Presidente do Sinepe/PR
Emília Guimarães Hardy Maria Luiza Xavier Cordeiro Ademar Batista Pereira
Diretorias regionais SINEPE/PR - Regional Oeste (Cascavel) Diretor-Presidente Gelson Luiz Uecker Diretor de Ensino Superior Maria Débora Venturin Diretor de Ensino da Educação Básica Lauro Daros Irmã Mareli A. Fernandes Diretor de Ensino da Educação Infantil Ione Plazza Hilgert Diretor dos Cursos Livres/Idiomas Denise Veronesi Trivelatto
Revista Escada Publicação periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sinepe/PR. Editada pela Editora Inventa Ltda - CNPJ 11.870.080/0001-52 Rua Comendador Araújo, 534, 2o andar, sala 4 – Centro - Curitiba - PR Conteúdo IEME Comunicação www.iemecomunicacao.com.br Jornalista responsável
Marília S. Bobato DRT/PR 6828
Projeto gráfico e ilustrações
D-Lab - www.dlab.com.br
Comercialização
Editora Inventa
Críticas e sugestões
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Jacir J. Venturi
Impressão e acabamento Logística e Distribuição Versão Digital
Maxi Gráfica e Editora Ltda Correios www.revistaescada.com.br
SINEPE/PR - Regional Cataratas (Foz do Iguaçu) Diretor-Presidente José Elias Castro Gomes Diretor de Ensino Superior Fábio Hauagge do Prado Diretor de Ensino da Educação Básica Antonio Krefta Diretor de Ensino da Educação Infantil Graziela Rodrigues e Asperti Basim Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Nerval Martinez Silva e Adriana da Silva Gomes SINEPE/PR - Regional Sudoeste (Pato Branco/Francisco Beltrão) Diretor-Presidente Ivone Maria Pretto Guerra Diretor de Ensino Superior Hélio Jair dos Santos Diretor de Ensino da Educação Básica João Carlos Rossi Donadel Diretor de Ensino da Educação Infantil Amazilia Roseli de Abreu Pastorello Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Vanessa Pretto Guerra Stefani SINEPE/PR - Regional Campos Gerais (Ponta Grossa) Diretor-Presidente Osni Mongruel Junior Diretor de Ensino Superior Marco Antônio Razouk Diretor de Ensino da Educação Básica Irmã Edites Bet Diretor de Ensino da Educação Infantil Maria de Fátima Pacheco Rodrigues Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Paul Chaves Watkins Diretoria da Regional Central (Guarapuava/União da Vitória) Diretor-Presidente Dilcemeri Padilha de Liz Diretor de Ensino Superior Rodrigo Borges de Lis Diretor de Ensino da Educação Básica Juelina Simão Marcondes Diretor de Ensino da Educação Infantil Jean Felde de Liz Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Marcos Aurélio Lemos de Mattos
ín.di.ce sm
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Carreira
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opinião
Perguntamos aos educadores como as escolas estão trabalhando a Lei do Bullying
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ESPECIAL
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TEDx Educação em Curitiba
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Resgate
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Universo das associadas
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Ações da diretoria
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ARTIGO
Vem aí a 2ª edição do Prêmio Sinepe/PR. Confira as fotos da 1ª edição em 2015
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ARTIGO
Entrevista
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Agenda
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Ocupe O Rebouças
Conheça o projeto proposto pelo diretor de ensino superior do Sinepe/PR, José Antonio Karam, que busca promover a renovação urbana
Especial
Confira as dicas do consultor americano Mike Donnelly para quem presta serviços educacionais
Entrevista com o jornalista Arnaldo Jabor sobre o período turbulento que o Brasil está vivendo
Quando está fora da sala de aula, o adolescente Aruni van Amstel estuda vários temas de seu próprio interesse, como programação e urbanismo
Histórias do Sinepe/PR por José Manoel de Macedo Caron Jr.
Confira as ações das instituições associadas ao Sinepe/PR
Veja a agenda de reuniões da diretoria do Sinepe/PR
Curitiba que muito amamos – e que tanto zoamos, por Jacir J. Venturi
Breve análise dos motivos de acidentes fatais com alunos em instituições de ensino
Cursos e palestras ofertados pelo Sinepe/PR para os meses de maio e junho de 2016
car.rei.ra subst.
Qual história mais marcou sua carreira de educador até hoje?
“
Sinto-me privilegiada por ser professora, profissão esta que desde cedo me senti impulsionada a seguir, por gostar muito do ambiente escolar e colecionar memórias de uma infância feliz. Aliás, todo mestre carrega em sua bagagem uma coleção de memórias, pois somos testemunhas de muitos dos ‘brilhos dos inícios’, como dizia Rubem Alves. Recordo-me de uma situação, no ano de 2012. Atuava como professora regente, de uma turma de alfabetização. As crianças faziam muitas cartinhas para mim, relatando o seu amor e admiração, o que me deixava muito encantada. Porém, observei que o conteúdo das declarações eram sempre os mesmos, ‘professora você é linda’, ‘te amo demais’… Instigada a ampliar o repertório de palavras, disse um dia a elas que adorava receber todas aquelas manifestações de carinho, mas daquele momento em diante, quem decidisse escrever uma carta, deveria pesquisar outras palavras para me definir. Lembro-me ter sugerido alguns adjetivos como esplêndida, magnânima,
“
Nesses 27 anos como educadora, o fato que mais me marcou não aconteceu dentro de uma sala de aula. Sempre tive mais afinidade com alunos das séries iniciais, porém, foi uma aluna adolescente que encontrou em mim o apoio que precisava. Pelo fato de me achar parecida com uma artista da qual era muito fã, sempre me pedia um abraço e contava alguma coisa sobre seu relacionamento familiar, que era bastante conturbado, e sobre seu rendimento escolar bem abaixo do esperado. Prestes a reprovar de ano e
vocábulos que não faziam parte ainda do repertório da turma. Palavras mais desafiadoras. Esse era o meu objetivo. Para minha surpresa, recebi uma carta dizendo: ‘você é esplêndida’!!! Fiquei tão emocionada e grata porque percebi que minha orientação os motivou a descobrirem novas palavras. Então indaguei à criança o motivo de sua escolha. Neste momento, pude reafirmar a importância de nossa missão. Ela me explicou que na hora do hino, percebeu que na letra havia a palavra esplêndido e então, a partir de sua lógica infantil, concluiu: se há no hino que é algo tão importante, será perfeita para descrever a nossa querida professora!! E a partir deste dia, as crianças se abriram para novas possibilidades no mundo da escrita… Muito mais que palavras, nossas atitudes precisam instigá-los em busca do conhecimento, para que a partir daí, seja capaz de produzir novas hipóteses, num processo de ressignificação. Uma grande lição.” Sabrina Rosa Professora do Centro Educacional Superação.
com notas muito baixas, pensava em parar de estudar. Orientei-a em como se organizar na hora dos estudos, em perceber as prioridades e reconhecer o quanto era capaz de vencer essas barreiras. Surtiu efeito! Até hoje, não sei se para ela quem a aconselhava era a professora ou a artista, mas o fato é que passou de ano e até me presenteou como agradecimento.” Maria Cristina Stalchmidt Professora de Informática do Colégio Positivo Internacional.
Educador, conte para nós qual foi a história que marcou sua carreira.
A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO contato@revistaescada.com.br PARANÁ Envie para e confira na próxima publicação.
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o.pi.ni.ão subst.
A lei que obriga escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e combate ao bullying já está valendo. Pelo texto aprovado, bullying é definido como prática de violência física ou psíquica exercidos intencional e repetidamente por um indíviduo ou grupo contra uma ou mais pessoas com o objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e angústia à vítima. O projeto determina que seja feita a capacitação dos docentes e equipes pedagógicas para implementar ações de prevenção e solução do problema, assim como a orientação de pais e familiares, para identificar vítimas e agressores. Também estabelece que sejam realizadas campanhas educativas e fornecida assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores.
Como sua escola
está trabalhando o assunto? 8
Com a aprovação da Lei 13.185, de 06 de novembro de 2015, foi instituído em território nacional o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (bullying). Desde então, é dever das instituições de Escolarização Básica assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (Art. 6º). Como valor inegociável, o Colégio Medianeira, atento às sadias manifestações de convivência no ambiente escolar, estabelece o cuidado para com todos e cada um como um dos pilares do seu Projeto Pedagógico. Trabalhar com educandos, educadores e famílias a dimensão sócio emocional, sob os signos do respeito, da acolhida ao outro, de uma conduta ética, da promoção da cidadania, reforçam o princípio da dignidade humana assegurados pela lei recentemente aprovada. Informar, conscientizar, educar: via projetos transversais, mediante a ação dos serviços pedagógicos e, principalmente, pela ação docente, a aprendizagem integral que queremos no Medianeira dialoga com ações que promovam uma cultura de diálogo, no trato com a diversidade e em busca da sabedoria, atitudes pedagógicas e promotoras de uma cultura de paz.” Fernando Guidini Diretor Acadêmico do Colégio Medianeira.
Quer sugerir uma pergunta para esta seção ou opinar sobre os temas propostos? Envie email para contato@revistaescada.com.br e participe!
Os Colégios Positivo abordam o assunto há alguns anos, mas, a partir da aprovação da Lei 13.185, as ações relacionadas foram intensificadas, enfocando a prevenção e o combate. Trabalhamos a prevenção através da prática docente, havendo um direcionamento do plano pedagógico para abordagem do assunto dentro dos conteúdos formais; com palestras e campanhas orientativas, visando o desenvolvimento de comportamentos assertivos em situações de conflitos, sendo esses inerentes à convivência
e, muitas vezes, confundidos com a prática do bullying. Quando identificado o bullying, a intervenção ocorre com a vítima e com o agressor, envolvendo-se as famílias para discussão de estratégias de fortalecimento emocional e desenvolvimento de habilidades relacionais. O trabalho não prioriza a prática punitiva e sim o comprometimento de toda a comunidade escolar com a cultura de paz.”
Na Escola Atuação, adotamos a estratégia de resolver os conflitos diariamente. A disposição das coordenadoras, dos auxiliares, professores e coachs faz com que problemas como o bullying não tenham espaço para se desenvolver e crescer. Existe um provérbio que diz que reformar uma construção é muito mais trabalhoso do que construí-la com qualidade. É com esta premissa que trabalhamos na escola. Os alunos sabem que têm liberdade para entrar na sala da direção e da coordenação a
qualquer momento - temos mesas da coordenação nos pátios, momentos de diálogo entre a direção e os estudantes, temos líderes de turma que fazem o trabalho de tutoria - tudo para auxiliar no processo de resolução dos problemas. Para que eles não se tornem grandes, é preciso solucioná-los logo no início, na raiz.”
O bullying é uma das formas de violência que mais cresce no mundo e pode ocorrer em escolas, universidades, nas famílias, vizinhança e até nos locais de trabalho. Para prevenir e evitar que o bullying ocorra, o Grupo Educacional Amplação incluiu no currículo escolar projetos pedagógicos que abordam sobre as diferenças e o respeito ao
próximo. Esta temática já é tratada na Educação Infantil e continua no Ensino Fundamental e até mesmo no Médio, pois é essencial reforçar esta reflexão quanto às diferenças do outro.”
A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
Equipe de Psicologia Escolar dos Colégios Positivo.
Esther Cristina Pereira Psicopedagoga e diretora da Escola Atuação.
Gisele Mantovani Pinheiro Diretora de ensino do Grupo Educacional Amplação.
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pro.je.to s.f
T / Flora Guedes F / Guilherme Pupo
Pela revitalização DO Rebouças Projeto proposto pelo diretor de Ensino Superior do Sinepe/PR, José Antonio Karam, busca promover a renovação urbana da região, que se tornou um complexo educacional onde circulam mais de 250 mil pessoas por dia 10 Por se tratar de uma região geograficamente privilegiada quando o assunto é mobilidade urbana, o Rebouças, que ainda inclui os bairros do Parolin, Prado Velho e Jardim Botânico, tornou-se um complexo educacional, em Curitiba. Hoje, estão instaladas lá cerca de dez grandes instituições de ensino, entre universidades, faculdades, escolas técnicas e colégios, justamente pela localização estratégica na cidade, que facilita o acesso, por exemplo, ao transporte público. Pelo Rebouças passam todos os eixos de transporte público ofertados na cidade, além da proximidade com as estações Rodoferroviária e Terminal do Guadalupe, responsável por conectar a cidade aos demais municípios de Região Metropolitana. Estão sediadas ali instituições como a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), FAE Centro Universitário, UNICURITIBA e Opet. Foi feito um levantamento do contingente de pessoas que circulam na região e mais de 250 mil se locomovem dentro do contexto educacional diariamente. “Buscar a revitalização da região é uma necessidade motivada por muitas questões que nos preocupam. Uma delas é
a necessidade de expansão dos espaços físicos das instituições, visto que o Ministério da Educação cobra, cada vez mais, a ampliação de espaços de convivência e pesquisas, laboratórios, entre outros. As instituições apresentam dificuldades em atender essas exigências porque esbarram nas limitações estabelecidas pela legislação de uso e ocupação do solo no município”, informa o diretor de ensino superior do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR), José Antonio Karam. Foi o diretor quem fez a proposta do Projeto “Ocupe o Rebouças”, após algumas reuniões com representantes das instituições de ensino envolvidas, que também endossaram o projeto e fizeram sugestões para compor a proposição. A região apresenta um problema de subutilização e uso subdimensionado das áreas com potencial construtivo. O projeto foi apresentado na Câmara de Vereadores e conseguiu alterar o Plano Diretor da Cidade de Curitiba. “Quando fizemos essa solicitação, já estava em andamento a votação da revisão do Plano Diretor de Curitiba. E como tivemos um bom acolhimento da
proposta por parte dos vereadores, conseguimos que fosse avaliada pela Urbs e na sequência entrou no Plano Diretor”, comemora professor Karam. De acordo com ele, apesar de ser bem assistida pelo sistema de transporte público, existem alguns problemas de infraestrutura que podem ser melhorados para o dia a dia dos usuários que circulam na região. Por exemplo, criar linhas de ônibus que interliguem as instituições de ensino, o que iria facilitar o deslocamento na região, além de melhorar a segurança. “As pessoas poderiam deixar os carros estacionados nos terminais e ter acesso às faculdades de ônibus. Isso também contribuiria para melhorar o trânsito nas horas de pico”, acrescenta o professor Karam. Outra preocupação é a baixa densidade demográfica, o esvaziamento populacional na região, e soma-se a isso a perda da vitalidade econômica, pouca conexão com o circuito cultural e de turismo, ausência de espaços públicos qualificados (lazer e entretenimento) e a carência de oferta de serviços. Por esse motivo, o projeto prevê atrair a instalação de livrarias, espaços culturais, clínicas e consultórios para a região. O “Ocupe o Rebouças” ainda vai buscar suplantar dificuldades da região como a degradação ambiental e de sítios arquitetônicos históricos, a ocupação por grandes terrenos murados (antigas indústrias e condomínios), a carência de estacionamentos de veículos de passeio, ausência de ciclovias e a pouca arborização nos passeios. “Alguns dos desafios que temos é fazer a ampla divulgação do projeto para toda a comunidade e aguardar a estabilidade da nossa economia, pois precisamos de investidores”, explica.
Renovação Urbana A pedido do professor Karam, a REURB – uma organização social civil de interesse público - em conjunto com os alunos do 8º e 9º períodos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), estão desenvolvendo um diagnóstico atualizado do bairro do Rebouças. Os trabalhos são coordenados pelo arquiteto Orlando
Ribeiro, atual presidente da REURB e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da UTFPR. Motivada pelas perspectivas e potencialidades dos instrumentos de política urbana recentemente incorporados pelo atual Plano Diretor da Cidade de Curitiba, a REURB adotou o “Ocupe o Rebouças” como Projeto Piloto para o ano de 2016. “O Plano Estratégico conterá diretrizes, estratégias e políticas que terão por finalidade auxiliar os agentes públicos e privados em um processo de renovação urbana na região dos bairros do Rebouças, território cercado de instituições de ensino onde circulam diariamente milhares de acadêmicos (alunos, professores, educadores)”, informa Orlando Ribeiro. Segundo o arquiteto, submeter uma área a um processo de renovação consiste em apresentar soluções que tenham por princípios diversas ações, como o apoio à reabilitação urbana, promoção da qualidade ambiental, urbanística e paisagísticas e a qualificação e modernização dos edifícios públicos, visando a dinamização de atividades econômicas em meios urbanos. “Um processo de
recuperação urbana traz o desafio de propor intervenções que promovam a recuperação da vitalidade urbana e assegure promoção da assistência social e da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico material e imaterial”, informa o arquiteto.
De área industrial ao complexo educacional
“Ainda é preciso promover a educação gratuita, o voluntariado e o desenvolvimento sustentável. Realizar a experimentação sem fins lucrativos de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito, além de estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos inerentes ao exercício de gestão territorial urbana participativa”, elenca Ribeiro.
A região do Rebouças originou-se como a primeira área industrial da cidade de Curitiba. Desenvolveu-se em torno da antiga Estação Ferroviária, hoje Shopping Estação, responsável por conectar as indústrias ao Porto de Paranaguá. Na década de 70, por interesse do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), grande parte das atividades fabris desta região migraram para a Cidade Industrial de Curitiba (CIC) provocando, em curto espaço de tempo, um expressivo esvaziamento urbano e consequente e equivalente perda de vitalidade sócio-econômica.
A proposta é que o “Ocupe o Rebouças” seja executado por meio de uma parceria público-privada. “Esse modelo consiste no mecanismo mais adequado para o sucesso de iniciativas desta natureza. Não se pode mudar o rumo da história de um lugar sem contar com a participação ativa de seus usuários, sejam eles públicos ou privados”, pondera.
A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
Por mais de cinco décadas, essa região, embora bem servida de infraestrutura urbana, vem encontrando dificuldades de se recuperar de forma espontânea. Além disso, inúmeras tentativas do município em incentivar novos usos, não tiveram êxito ao longo de várias gestões municipais. A instalação de instituições de ensino nesta região justifica-se, em grande parte, pela localização estratégica que facilita o acesso de usuários do transporte público. Justifica-se ainda como âncora no processo de recuperação da vitalidade urbana.
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es.pe.ci.al s.f
T / Flora Guedes F / Divulgação Sinepe/PR
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Sinepe/PR divulga regulamento da edição 2016 do Prêmio de Práticas Inovadoras em Educação
Inscrições abertas até 19 de agosto; podem participar instituições de ensino particular com projetos que contemplem os subtemas Inovação em Sustentabilidade, Inovação em Inclusão ou Inovação Pedagógica
Não é permitida a inscrição de mais de um projeto do mesmo grupo, programa ou serviço na mesma categoria.
Já estão abertas as inscrições para o Prêmio de Práticas Inovadoras em Educação 2016 promovido pelo Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR). O regulamento, a ficha de inscrição (Anexo I) e o formulário de autorização de uso de nome e imagem (Anexo II), estão disponíveis no site do Sinepe/PR (www. sinepepr.org.br). Podem concorrer ao Prêmio as instituições de ensino associadas ao Sindicato (inseridas na sua base territorial) e que apresentem projetos cuja proposta contemple um dos três subtemas: Inovação em Sustentabilidade, Inovação em Inclusão ou Inovação Pedagógica.
O presidente Jacir J. Venturi na edição 2015 da premiação
As inscrições podem ser realizadas até o dia 19 de agosto de 2016. Serão aceitos somente projetos que foram iniciados a partir de janeiro de 2013 e que comprovem resultados até 2015 descrevendo um ciclo de implantação de, no mínimo, um ano letivo. Para este ano, a novidade é que haverá uma categoria a mais de premiação, a de Educação Profissional - que em 2015 estava no mesmo grupo do Ensino Fundamental I e do Ensino Médio. Em 2016, então, as instituições de ensino poderão concorrer em cinco categorias: Educação Infantil e Ensino Fundamental I; Ensino Fundamental II e Ensino Médio; Educação Profissional; Educação Superior e Cursos Livres (escolas de idiomas, dança, música, de artes e academias). Em cada uma das categorias haverá a premiação para 1º, 2.º e 3.º lugar, totalizando 15 premiações.
A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
“Inúmeras práticas inovadoras nas áreas pedagógica, sustentabilidade e de inclusão estão ocorrendo dentro de nossas Instituições de Ensino. O propósito desse Prêmio é estimular e divulgar essas práticas, para que tenhamos uma sociedade mais equânime e discentes melhor preparados para um mundo cada vez mais competitivos, globalizado e carente de bons valores”, informa o presidente do Sinepe/PR, professor Jacir J. Venturi. Os projetos serão avaliados por uma Comissão Julgadora, que será formada por pessoas de diversas áreas, como social, jurídica, técnica, ambiental e administrativa, que deverão conduzir as decisões relacionadas à avaliação e trabalhos inscritos, mantendo-se isentas em relação a tais atividades. Cada projeto será analisado por três jurados, no período de 01 de setembro a 23 de setembro de 2016. A Comissão Julgadora vai indicar três projetos finalistas de cada categoria, que atingirão as maiores pontuações, de acordo com a tabela de critérios de avaliação (consulte o regulamento). O julgamento vai adotar critérios de avaliação como a relevância do trabalho para a instituição; qualidade da estratégia desenvolvida; qualidade das ferramentas e ações de comunicação utilizadas; resultados alcançados; envolvimento com os públicos de interesse e apresentação das informações prestadas. As instituições vencedoras, em cada uma das categorias, serão anunciadas durante o evento de entrega das premiações um troféu e certificado de participação no Prêmio Sinepe/PR de Práticas Inovadoras em Educação - Edição 2016. A cerimônia de premiação será realizada no dia 04 de novembro deste ano, no Espaço Torres, em Curitiba.
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Projetos Os participantes deverão escrever um projeto que deve incluir um resumo, relatando o início das atividades e número de alunos e profissionais envolvidos; um histórico do projeto, com a apresentação institucional, descrição e justificativa para a implantação, objetivos e desafios. Além disso, o projeto deverá constar o envolvimento e relacionamento com os públicos de interesse, estratégias adotadas, recursos utilizados, relevância e aspectos inovadores da atuação, e o impacto do projeto na comunidade. Por fim, é preciso descrever os resultados alcançados com o projeto e se existem perspectivas de aperfeiçoamento e de continuidade.
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O projeto deve ser enviado por Correio (carta registrada) ou entregue pessoalmente em envelope lacrado, além de toda documentação prevista no regulamento, no endereço Rua Guararapes, 2.028, CEP: 80320-210, Vila Izabel, Curitiba/PR. No caso de entrega pessoal, deverá ser feita no horário comercial das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Não serão aceitos projetos enviados por email. Os participantes serão comunicados da validação ou não de sua inscrição no endereço eletrônico fornecido no cadastro. Todas as informações necessárias para efetivação da inscrição, incluindo o regulamento completo do Prêmio, estão disponíveis no site www. sinepepr.org.br. Dúvidas podem ser enviadas para o endereço eletrônico fatima@sinepepr.org.br ou ana@ sinepepr.org.br, até o dia 19/08/2016. As instituições particulares interessadas em participar do Prêmio e que ainda não são associadas ao Sinepe/PR podem fazer a filiação entrando em contato pelo telefone (41) 3078-6933.
Serviço Prêmio Sinepe/PR de Práticas Inovadoras em Educação - Edição 2016 Inscrições: até 19 de agosto de 2016 Informações e regulamento: www. sinepepr.org.br
Sessão de fotos Confira as fotos da primeira edição do evento, realizada no dia 13 de novembro de 2015, no Espaço Torres.
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en.tre.vis.ta / Mike Donnelly
s.f
T / Marília Bobato F / Divulgação Positivo
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Excelência
empresarial estilo Disney
A Disney é um case mundial quando se fala em experiência em serviços. A revista Escada conversou com o consultor Americano Mike Donnelly que deu algumas dicas para quem presta serviços educacionais
Um dos maiores nomes mundiais em cultura de serviços, Mike Donelly possui 20 anos de experiência na Walt Disney Company e hoje atua como consultor de fidelização de clientes do Disney Institute. Segundo ele, não existe nenhum segredo a respeito do serviço consistente e de alta qualidade oferecido pela Disney aos seus clientes. “Líderes responsáveis e engajados e funcionários que trabalham felizes são a base da fidelidade do cliente”, revela. Donelly esteve em Curitiba no final de março, no seminário Excelência Empresarial Estilo Disney promovido pela Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo (UP).
Revista Escada - No Brasil, normalmente, em meados de outubro e novembro os pais já começam a escolher a escola que vão matricular seus filhos. Esse é o momento que a instituição precisa encantar esses pais? Pode dar algumas dicas de como fazer isso? Mike Donelly - A melhor maneira de encantar os pais dos alunos e também de trazer novos alunos é se conectando emocionalmente a eles. É nesse momento que os pais e as crianças precisam se encantar pela escola. A primeira impressão é muito importante, principalmente se o pai ainda não conhece a instituição. A maior dica que posso dar é para prestar atenção nos pequenos detalhes. Na Disney isso conta muito. Por exemplo, se a maçaneta da porta está suja o pai pode notar e ficar com má impressão de todo o restante. Então, a prestação do bom serviço vai desde a manutenção do ambiente até os colaboradores. Nesse caso, a pessoa responsável pela limpeza tem mais responsabilidade em causar essa primeira impressão. A gente acha isso cabe a um coordenador ou diretor, mas começa por essas pessoas que também são muito importantes nesse processo. RE - Hoje, principalmente em Curitiba, vemos um crescimento na oferta de escola bilíngue, em tempo integral e com conceito internacional. Ou seja, o leque de opções está maior. O que o senhor acha que os pais buscam nesses serviços com “padrão internacional”? MD - No contexto da Disney sempre achamos que o nosso público eram as famílias, mas em dado momento percebemos que podíamos atrair outros públicos também, como os recém-casados. Hoje, a Disney é o
A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
maior destino de recém-casados dos Estados Unidos. Acho bacana pesquisar um nicho de mercado para dar mais opções ao público/clientes. RE - Atualmente, o Brasil passa por uma crise econômica. Num momento em que muitos pais de alunos e até mesmo estudantes estão passando por dificuldades financeiras é ainda mais importante mostrar bons serviços e qualidades para manter esses clientes? De que forma? MD - Por exemplo, na Disney quando queremos aumentar o número de clientes evidenciamos aqueles que tiveram ótimas experiências. O meu conselho é que a escola faça o mesmo, mostre que o esforço vale a pena. Ela pode mostrar um aluno que participou de uma olimpíada e obteve êxito, mostrar uma experiência boa para que os demais desejem o mesmo. É importante focar e evidenciar sempre os 95% dos clientes que conseguimos agradar e tentar minimizar a parcela daqueles que não ficam totalmente satisfeitos. Vale lembrar que o serviço é prestado por seres humanos e somos passíveis de errar. RE - Por ser um destino turístico, a Disney gera um encantamento em clientes de todas as idades de uma maneira relativamente fácil. Qualquer tipo de empresa também pode gerar um grau de encantamento em seus clientes? MD - Ouço muito essa pergunta. Por exemplo, ninguém quer ir para um hospital, mas para a Disney todos querem ir (risos). Então, você não pode comparar o seu negócio com a Disney e sim com um concorrente direto. Você tem que buscar ser melhor que sua concorrência e não com uma empresa de outro ramo.
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es.pe.ci.al s.f
T / Flora Guedes F / Eder William Machado
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Não estamos em crise,
estamos em mutação
Durante palestra sobre a atual crise brasileira que apresentou no mês de abril, em Curitiba, o jornalista Arnaldo Jabor disse que o Brasil não está vivendo uma crise, mas uma mutação; fez críticas a herança cultural de tolerância à corrupção, patrimonialismo, coronelismo, clientelismo e burocracia
Vícios Para compreender o cenário atual, Jabor voltou ao período colonial para refletir sobre as raízes do Brasil. Para ele, a depressão social, achar que o ‘fracasso é belo’, assim como a ‘roubalheira’, são heranças de uma formação patrimonialista, de uma cultura de coronelismo e clientelismo, muita burocracia e tolerância à corrupção. “Esse tipo de relação com o Estado gera muitos vícios. A formação patrimonialista veio para o Brasil como uma xerox de Portugal. O que é a corrupção? Usar as estruturas do poder para enriquecer. A corrupção impede o país de crescer e é irmã da burocracia. E o clientelismo faz a gente passar por cima do interesse público em nome da amizade. Ainda perduram as oligarquias regionais. Atraso, mecanismos lentos, tudo muito tortuoso. E tudo isso vai gerando o caos brasileiro”, avaliou ele.
Com a proposta de fazer um diagnóstico da atual crise, destrinchar as raízes do comportamento político brasileiro e uma leitura das transformações do mundo contemporâneo, o jornalista Arnaldo Jabor se mostrou bem cauteloso na apresentação de sua palestra “Brasil-PresenteFuturo”, que aconteceu em Curitiba, no mês de abril. Para quem esperava que Jabor apontasse soluções, ele se colocou na posição de dúvidas. E deixou muitas perguntas sem respostas também. “A realidade brasileira não atende nossos desejos utópicos. A sociedade contemporânea não aceita mais as loucuras arcaicas da política. E agora ou as pessoas estão muito a favor do impeachment, ou contra. No entanto, a democracia é uma coisa mais complexa”, argumentou ele, assumindo que a situação atual é bem grave. De acordo com o jornalista, o Brasil não está em crise, ‘mas em mutação’. “Há uma série de problemas ocultos na história brasileira, erros na formação da sociedade e da política e que estão aparecendo agora ao mesmo tempo. E tudo isso está batendo de frente com mudanças econômicas, tecnológicas e culturais que acontecem no mundo todo”, explica Arnaldo Jabor, afirmando que, pela primeira vez, é observado um ‘certo dolorido otimismo’, uma batalha sutil entre o atraso e a modernização. “É impossível um país sobreviver cheio de vícios. Vai acontecer um processo muito doloroso na vida popular do país, caso tudo isso não se resolva. A gente vai ficar irritado, vai sofrer, mas ninguém vai passar fome. O pobre é quem vai sofrer mais, infelizmente”, acredita. A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
Na visão de Jabor, está oculto na sociedade brasileira um desprezo pela Educação herdada também da época do Brasil colônia. “Até o século 19, era preciso autorização da igreja para publicar um livro. A Educação, por muito tempo, foi vista como algo perigoso, e ainda é”, enfatizou. “Porque com a educação o indivíduo se sente participante do mundo, passa a acreditar mais na administração e menos na utopia. Você passa a estar mais aberto para as boas influências da globalização”, ponderou. No Brasil, o jornalista enxerga que sempre houve essa relação de prós e contra, do opressor e do oprimido, vícios que impediram até a ideia de luta. “Vejo que agora estamos ganhando consciência de que os nossos problemas são frutos dessa formação e vícios. Aí vem a pergunta: qual será então a salvação? Não existe salvação, o que existe são processos”, definiu. “Mas pela primeira vez na vida, estamos vendo a possibilidade disso mudar. Até porque estamos vivendo uma revolução profunda digital. Não dá mais para raciocinar o mundo como um dono de armazém com o lápis atrás da orelha. Somos obrigados a ser mais velozes”, sugeriu Arnaldo Jabor.
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edu.ca.ção s.f
T / Marcela Campos F / Luiza Boguszewski
O conhecimento
que vem dos alunos
Quando está fora da sala de aula, o adolescente Aruni van Amstel estuda vários temas de seu próprio interesse, como programação e urbanismo. Aos 13 anos, ele é um bom exemplo de como os alunos mudaram nas últimas décadas
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Aos 13 anos, o adolescente Aruni van Amstel usa a programação para modificar jogos eletrônicos, lê tudo sobre mobilidade urbana e desenvolveu por conta própria um projeto de canaletas exclusivas de ônibus para a cidade de Rio Branco, no Acre, onde morou antes de voltar a viver em Curitiba/PR. Nenhuma dessas atividades foi proposta por professores ou está diretamente ligada a conteúdos que ele estudou na escola. Elas surgiram da curiosidade de Aruni, que dedica boa parte do seu tempo fora da sala de aula investigando assuntos que o interessam. “Muitos professores dizem que nós, alunos, não temos vontade de estudar. Pode até ser que existam uns caras que não tenham. Mas eu conheço muitos alunos que têm vontade de estudar, não necessariamente os temas que a escola propõe”, afirmou o adolescente em conferência do evento TEDxPraçaSantosAndradeED, realizado em março em Curitiba. Com o tema “Novas formas de ensinar e de aprender”, o TEDx reuniu dez palestrantes brasileiros e estrangeiros. Aruni é um bom exemplo do que congressos de educação apontam há algum tempo: com o acesso à internet e muito mais informação à disposição, os estudantes não são os mesmos de décadas atrás, o que exige nova postura da escola. Os educadores deixam de ser a única fonte de conhecimento e se tornam ainda mais imprescindíveis no papel de orientação e mediação. Aruni defende que o ambiente escolar não seja apenas um espaço para onde o professor leva o conteúdo e o expõe. Para ele, as instituições de ensino deveriam valorizar as ideias e os projetos pessoais dos alunos. “Acredito que muitas vezes o desinteresse dos alunos ocorre porque não é feita uma roda de discussão. O professor não instiga a troca de conhecimento; ele explica e aluno fica ali, possivelmente só escrevendo”, avalia o adolescente em entrevista à revista Escada.
A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
Aruni sugere que os alunos também possam trazer temas à tona. Um bom momento para estimular esse protagonismo dos estudantes seriam as Feiras do Conhecimento promovidas pelas escolas. Para o adolescente, nesses eventos os alunos deveriam apresentar pesquisas que são fruto de seus interesses pessoais e não temas escolhidos pela instituição de ensino. “Isso é conhecimento, mesmo que não seja um conhecimento reconhecido pelos professores. É por isso que, no fim da palestra no TEDx, eu falei para as pessoas correrem atrás de seus projetos pessoais. Muitas vezes, coisas que as pessoas dizem ser mais importantes acabam abafando esses interesses pessoais”, afirma. Apesar de já ter desenvolvido projetos de casas e prédios habitacionais em 3D e escrito páginas e mais páginas sobre transporte público, Aruni conta que nunca havia mostrado essas pesquisas em público - o que só aconteceu durante o TEDx.
“Muitos professores dizem que nós, alunos, não temos vontade de estudar. Mas será que nós alunos realmente não temos vontade de estudar? Pode até ser que existam alguns caras que não tenham. Mas eu conheço muitos alunos que têm vontade de estudar, não necessariamente os temas que a escola propõe, mas temas de seu próprio interesse, como futebol, esportes, artes, música.”
Entenda O TED é uma organização sem fins lucrativos que surgiu há cerca de 30 anos para promover palestras curtas sobre ideias que merecem ser espalhadas. No TED, os maiores pensadores mundiais são convidados a compartilhar, em 18 minutos, seus pensamentos e suas experiências, com o objetivo de inspirar a plateia a transformar ideias em ações. As palestras são filmadas e difundidas pela internet, no site ted.com. Entre os palestrantes do TED, já estiveram Bill Clinton, Paul Simon, Bill Gates, Bono Vox, Al Gore, Michelle Obama e Philippe Starck. Já a iniciativa TEDx é a concessão de licenças para pessoas que queiram organizar eventos locais nesse modelo, de forma independente e sem fins lucrativos. O TEDx realizado no início de março na capital paranaense trouxe dez convidados, entre eles o educador José Pacheco, fundador da Escola da Ponte, em Portugal; a psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão; a cineasta Luana Lobo; e a jornalista Kauanna Batista, que aos 16 anos criou uma ONG para ajudar a Vila Torres, comunidade carente de Curitiba. Todas as palestras do TEDxPraçaSantosAndradeED estão disponíveis no Youtube, no canal oficial do evento (http://bit.ly/22xIC2V).
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res.ga.te s.f
T / Flora Guedes F / Divulgação Sinepe/PR
Histórias 22
do Sinepe/PR “A história do Sinepe/PR é o dia a dia das escolas particulares”, define José Manoel de Macedo Caron Jr., que exerceu o cargo de presidente do Sindicato das Escolas Particulares durante três gestões - 1987/1989, 2004/2006 e 2006/2008. Graduado em administração de empresas, Caron também foi o mais jovem a assumir a presidência da entidade, tinha 34 anos, quando assumiu pela primeira vez. Diante de um cenário de incertezas na economia brasileira e turbulência na política, ele acredita que este será mais um desafio para as escolas particulares, que já atravessaram diversas crises e sempre evoluíram, saíram mais fortalecidas. “As escolas lidam com cenários de médio e longo prazo que apontam cada vez menos crianças nascendo por família. Nossa clientela está diminuindo gradativamente. Hoje a média é de 1,8 filho por família”, contextualiza. “Por outro lado, nos últimos 20 anos, tivemos um aumento da demanda na escola particular por conta da melhoria
da economia. Tiramos alunos da rede pública por oferecer um ensino de qualidade melhor. E agora, devido à crise, as pessoas fazem o caminho inverso e estão voltando para a escola pública por necessidade financeira”, observa Caron, ponderando que as escolas não têm como ‘segurar’ todos os custos, reduzir folha de pagamento ou mesmo não pedir a reposição do INPC. “Mas a escola precisa ter cuidado para não perder os alunos, conhecer muito bem a sua clientela, onde ela está localizada e saber o quanto que a família aguenta de custo de mensalidade. É uma equação que a escola precisa pensar muito bem”, ensina. “Já atravessamos tantas crises, essa é mais uma delas. Esperamos que o Brasil melhore. Há uma demanda reprimida, os investidores estão aguardando os novos acontecimentos e irão voltar com muita força. Não será um ‘céu de brigadeiro’, mas temos um viés de tempo bom pela frente”, acredita José Manoel de Macedo Caron Jr.
“A escola particular ainda consegue ser um baluarte da democracia”
O começo de tudo Foi no ano de 1947, que um grupo de diretores representantes de instituições de ensino particulares fundou a primeira associação de classe dos estabelecimentos privados do Paraná. O grupo era liderado pelo professor Luiz Calderari, diretor de uma escola leiga, coisa rara naquele tempo. A formalização veio dois anos depois, quando nasceu a Associação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná. A obtenção do registro oficial foi comunicada em Assembleia Geral realizada pelo então presidente, irmão Policarpo Ziliotto, no dia 20 de abril de 1949. Participaram dessa reunião histórica oito instituições de ensino: Colégio Paranaense Internato, Colégio Nossa Senhora de Sion, Ginásio Sagrada Família, Colégio da Divina Providência, Colégio Nossa Senhora de Lourdes e Ginásio São José. “Em 1950 foi aprovada em outra Assembleia Geral a transformação da entidade
em Sindicato. E Ministério de Estado do Trabalho reconheceu a denominação de Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Secundário e Primário no Estado do Paraná”, informa Caron, contando que por muitos anos, houve uma alternância na presidência do Sinepe/PR entre representantes de escolas religiosas e leigas. Ficou definida a duração da gestão do presidente eleito por dois anos e a possibilidade de uma reeleição (por mais dois anos), no ano de 1987, quando foi feita uma mudança no Estatuto do Sinepe/PR.
Fortalecimento do Sindicato Até o final de 1960, a escola particular era basicamente religiosa. Depois começaram a surgir os cursinhos no Brasil, as escolas privadas leigas se estabeleceram como um negócio, e precisavam cobrar para ser eficientes e ofertar um bom ensino. Segundo Caron, a partir dos anos 1970 aconteceu uma revolução, em todo país, com o surgimento dos grandes grupos, como o Positivo e o Expoente. “Todas essas grandes instituições fizeram o caminho inverso, iniciaram como cursinho e pré-vestibular, e depois passaram a ofertar Ensino Médio e o Fundamental. Por volta de 1980, várias escolas religiosas fizeram uma gestão profissional e centralizada e se organizaram numa espécie de holding, com um centro do grupo educacional. E hoje essa tendência dos grandes grupos se fortaleceu, temos o Dom Bosco, Estácio, Anhanguera, COOC, OPET, entre outros”, pontua. Só com a Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, que as faculdades também puderam cobrar pelo ensino – até então, ou eram associações ou sem fins lucrativos. “Nossa atividade sempre foi policiada, extremamente fiscalizada, e até hoje, não somos totalmente livres. O sindicato passou por uma série de momentos políticos que interferiram na educação, a cada reforma e governo que tinha: Getúlio Vargas, Café Filho, Juscelino Kubitschek, João Goulart e o Sarney, que congelou os preços das mensalidades e tirou toda margem das escolas. Foi um caos”, informa.
“A legislação e o Governo Federal sempre interferiram na nossa atividade, inclusive com controle de preços. Na minha primeira gestão, imagine que até existiu uma comissão de encargos educacionais no Conselho de Educação que aprovava as mensalidades que poderíamos cobrar. Sempre tivemos que brigar muito para ser uma empresa livre, condição que conquistamos em 1988. Brigamos muito para ser respeitadas, tudo que conseguimos sempre foi à base do fórceps”, lembra Caron. Aliás, de Curitiba, representantes de 40 escolas particulares se organizaram e viajaram até Brasília – mobilizados pela Federação Nacional das Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) para garantir esse direito na Constituinte. “Foi um marco reunir as escolas para superar as grandes dificuldades comuns a todas. Somos concorrentes, mas também sabemos somar forças. Pagamos até um advogado para nos defender” lembra ele.
Cronologia 1866
A primeira escola privada no Paraná foi fundada por imigrantes alemães, a Luterana - o Colégio Martinus é uma continuação dessa escola
1896
Fundação do Colégio Bom Jesus
1897
Criação da primeira escola leiga no Paraná, o Ginásio Novo Ateneu 1901 – início das atividades do Colégio Marista Paranaense, que nasceu como internato
Nessa época, o Sinepe/PR tinha um orçamento pequeno, além do presidente, contava com uma secretária, um advogado e uma funcionária da limpeza. Para ter representatividade, o sindicato precisava ser cada vez mais competente. Com a prestação de serviços, como as Assessorias Pedagógicas, Jurídica, Cível e Trabalhista, além da realização de eventos de qualificação para gestores, coordenadores e também dos professores, o Sinepe foi se estruturando. Adquiriu sede própria e tornou-se referência para o mercado e o público em geral, inclusive servindo como fonte de estatísticas educacionais e dados de mercado. Hoje, representa cerca de 1,8 mil estabelecimentos de ensino no Paraná – exceto em Londrina e Maringá. “Existe a competição, mas a escola particular consegue criar um pensamento plural. Acredito que vamos continuar conquistando a credibilidade junto à comunidade e aos associados, prestando um serviço de qualidade, representando a escola naquilo que ela precisa ser. A escola particular ainda consegue ser um baluarte da democracia”, acredita José Manoel de Macedo Caron Jr.
1906
Abertura do Colégio Sion
1947
Primeiro registro de uma organização das escolas particulares (religiosas e leigas) no Paraná, ainda não formalizada
1950
Começou oficialmente com nome de Sindicato, fruto da organização das escolas em 1947; a entidade obteve o seu registro oficial no da 22 de julho de 1950
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as.so.ci.a.das adj
Universo
das associadas Intercâmbio na Inglaterra Pela segunda vez consecutiva, os alunos da Escola Atuação participaram do intercâmbio do World English Experience, o WEE. Um grupo de 17 passou 15 dias em Londres realizando uma série de atividades que estimulam a prática da língua inglesa. Atividades artísticas, aulas de inglês e visitas em cidades como Colchester, Norwich e Ipswich também fizeram parte do roteiro. Como resultado de um trabalho de nove meses e do empenho e esforço de todos, os alunos passaram no teste de nivelamento da Trinity College (Gese Test) e a escola trouxe para o Brasil o troféu de segundo lugar dentre 55 escolas da América Latina.
Nota máxima para o curso de Filosofia da FAE 24
O curso de Filosofia da FAE Centro Universitário acaba de obter nota máxima, 5, do Ministério da Educação (MEC), confirmando a qualidade da infraestrutura, da organização didático-pedagógico e do nível de qualificação do corpo docente da FAE. O processo de avaliação do curso é obtido por meio de visita in loco de especialistas do MEC à instituição. Após essa etapa, o curso recebe uma nota, o conceito de curso (CC).
Colégio Marista contra o Aedes Aegypti No dia 30 de abril, cerca de 100 alunos do Colégio Marista Paranaense visitaram a Ilha do Mel para participar de uma campanha de prevenção ao mosquito Aedes Aegypti e também de coleta de lixo e análise socioambiental da reserva. Os estudantes entregaram panfletos a turistas e moradores locais sobre o combate ao mosquito, transmissor da dengue, febre amarela, chikungunya e zika vírus. O Colégio realiza a atividade há cinco anos e neste ano foi liderada pelos professores de biologia Antônio Inácio Souza e Sérgio Caraiola.
Cidade Mirim Os políticos mirins do projeto Cidade Mirim do Colégio OPET, eleitos no final do ano passado, foram diplomados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), em cerimônia com a presença do presidente do Tribunal, Desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen. O prefeito mirim Matheus Andrey, o vice-prefeito mirim Felipe S. Vigo e outros 14 alunos foram diplomados pelo projeto, proporcionando experiência de cidadania aos estudantes do Colégio.
Incentivo à sustentabilidade “Abra seus olhos e veja coisas novas” é o novo projeto do Colégio Medianeira que tem o objetivo de repensar nas questões socioambientais, promovendo ações sustentáveis como a coleta do papel reciclável, a troca de copos plásticos por canecas, além de estudos para a redução do consumo de energia, o uso racional da água e a coletiva seletiva de resíduos. A campanha envolve a conscientização de alunos, professores e educadores.
Colégios Maristas lança programa de intercâmbio A rede de Colégios Maristas está lançando um programa de intercâmbio para o Columbia International College, no Canadá, voltado aos alunos dos 9º anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Chamado de Summer Camp, o intercâmbio vai acontecer durante as férias de julho, no verão canadense. Os alunos poderão estudar inglês, participar das oficinas práticas de Ciências, Informática, Artes e Esportes e conhecer as atrações turísticas, museus e parques localizados em nove cidades canadenses: Hamilton, Toronto, Niagara Falls, Niagara on the Lake, Quebec, Montreal, Ottawa, 1000 Islands e Ironsdale. Neste período os alunos estarão acompanhados em tempo integral por educadores dos Colégios e por uma equipe de monitores brasileiros da empresa Strive, parceira do Marista, e monitores da Columbia.
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Ações da
Diretoria
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Reunião com diretores do Grupo Marista
Em março, os membros da diretoria do Sinepe/PR foram recebidos por diretores do Grupo Marista, na sede da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba. Na oportunidade, o presidente do Sinepe/PR Jacir J. Venturi apresentou números do setor privado da educação no Paraná, falou sobre o cenário de matrículas nos últimos dez anos, do trabalho realizado pelo Sindicato em relação a temas importantes como o FIES, Prouni, Estatuto da Pessoa com Deficiência, além dos temas que frequentemente são debatidos junto a Secretaria Estadual de Educação e o Conselho Estadual de Educação. Por parte do Grupo Marista estiveram presentes o vice-reitor da PUCPR Paulo Mussi, o superintendente Paulo Serino, o diretor dos colégios Irmão Vanderlei Siqueira, o diretor de negócios do Grupo Gerson Luis Carassai e o diretor de relações institucionais Ednilson Guioti. Para aumentar ainda mais a representatividade do Sinepe/PR, o presidente Jacir reforçou dois convites ao Grupo Marista. O primeiro foi para a instituição indicar um membro para fazer parte da comissão de negociações coletivas visto que cabe ao Sindicato negociar com sete entidades laborais. O outro convite foi que a instituição faça a indicação de novo representante para o cargo de diretor de planejamento que até então foi ocupado pelo Irmão Frederico.
Sinepe/PR tem nova regional no Litoral No dia 14 de maio, o Sinepe/PR realizou uma palestra em Paranaguá com o Prof. Marcos Meier a fim de reunir a comunidade de gestores, professores e demais profissionais. Na ocasião, o Sindicato criou a Regional Litoral e compôs sua diretoria com o intuito de fortalecer a entidade no litoral paranaense.
7ª Mostra de Responsabilidade Social da Escola Particular No dia 1º de maio, o Sinepe/PR realizou a 7ª edição da Mostra de Responsabilidade Social da Escola Particular no Pequeno Cotolengo Paranaense. Além do tradicional churrasco, o evento promoveu uma programação cultural com a participação das instituições de ensino associadas. A programação contou com a animação do palhaço Alípio e uma apresentação do Grupo Coral de Angola, da Uninter e do Instituto IBGPEX, e a encenação da peça “Zeca, o Urubu Vegetariano” feita pelo Grupo de Teatro Grutun, da Unibrasil. Também teve contação de histórias feita pelo Instituto OPET, além de camarim de pintura, cama elástica, jogo de argola na barraca, venda de roupas e livros usados e aplicação de quick massagem. A Mostra ainda ofereceu ao público serviços de saúde, como o teste de diabetes e aferição de pressão. A programação cultural foi encerrada com o aulão de zumba ministrado pelo professor Victor Castelã. O ingresso no evento era um quilo de alimento não perecível. As doações foram destinadas ao Pequeno Cotolengo. O evento contou com o apoio do Instituto GRPCOM, Pastoral da Criança, Instituto Pró-Cidadania e Museu da Vida, além da participação de instituições de ensino associadas ao Sinepe/PR, como UNILEHU, INSTITUTO OPET, IPCC, Nilza Tartuce, CTC (Colégio Técnico de Curitiba), FATEC, UNICURITIBA, UNINTER/IBPEX, UNIBRASIL, Colégio Social Madre Clélia, CEI Espaço da Esperança e TUIUTI.
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Reciclagem do Isopor® nas escolas particulares Já começou a 7ª edição do Projeto Planeta Reciclável®, promovido pelo Sinepe/PR. A proposta do trabalho é disseminar o conceito de sustentabilidade, com ênfase na reciclagem do Poliestireno Expandido – EPS, mais conhecido como Isopor®, entre os alunos das instituições particulares de ensino. O Planeta Reciclável® é realizado em parceria com a Meiwa Indústria e Comércio Ltda, de São Paulo, e levou um ciclo de palestras sobre educação ambiental e noções de reciclagem de resíduos sólidos para escolas de Curitiba, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu. Participaram alunos do 5.º ao 9.º ano do Ensino Fundamental. Após as palestras, os estudantes foram convidados a participar de um concurso cultural para desenvolver trabalhos sobre a reciclagem do Isopor®. Os melhores trabalhos serão premiados e participarão da VII Mostra da Escola Particular sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos. O evento acontecerá nos dias 20 e 21 de maio no Palladium Shopping Center, em Ponta Grossa, e nos dias 24 e 25 de junho, no Shopping Palladium em Curitiba. As escolas que participam do evento em Ponta Grossa são Colégio Marista Pio XII, Colégio Neo Master, Colégio Sagrada Família, Colégio Sagrado Coração, Colégio Sepam, Escola Prisma Arco Íris, Escola Santo Ângelo e Escola São Jorge. Já as escolas da edição em Curitiba são Centro Educacional Evangélico, Colégio Acesso (unidade Hauer), Colégio Energia Ativa, Colégio OPET, Colégio Saint Germain, Escola Amplação, Escola Atuação (unidades: Santa Quitéria e Boqueirão), Escola Bambinata, Escola Interativa e Faculdade Unisociesc.
A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
ar.ti.go s.m
T / Jacir J. Venturi - Catarinense e cidadão honorário de Curitiba, presidente do Sinepe/PR
A Curitiba que muito amamos
e que tanto zoamos 1
28
O
curitibano de raiz ou por adoção é bem informado, culto. Em política e economia, é um liberalconservador. Orgulha-se de sua cidade. Sobre ela dispensa críticas e humor fino, tipo inglês. É jocoso com o seu clima: Curitiba só tem duas estações, o inverno e a estação rodoviária. Ou: o verão de Curitiba é tão bom que até o inverno vem passar muitos dias por aqui. Sabe em que aquela escritora inglesa teria se inspirado para definir o título do livro Cinquenta tons de cinza? Adivinhou: nas fotos do céu curitibano, enviadas por uma amiga. Características do fog londrino – a neblina e o ar gélido – são coisas de cidade de primeiro mundo. E, num misto de blague e didática, adverte ao turista: desembarcando na terra dos pinheirais, tenha na mala um suéter, camisa regata e capa de chuva, pois no último outono, num único dia, muita chuva, sol e uma amplitude térmica de 19º C. O frio de Curitiba era o mote para o poeta Paulo Leminski declamar em alto e bom som, junto às mesas do velho Bar Palácio: “Rio de Janeiro é o mar, Curitiba é o bar e onde beber é legítima defesa”. E emendava, parafraseando Maiakovski: “Prefiro morrer de vodca nessa cidade a morrer de tédio”.
2
Um amigo, que aqui passou uma festa momesca, convalescendo de um transplante de fígado, faz chiste: o melhor do carnaval foi a música Pour Elise tocada pelos caminhões da Liquigás. E, para sua surpresa, naquele ano, muito sol em Curitiba, como uma represália às tormentas que assolaram o Litoral catarinense, para onde se aninha o curitibano típico nos feriados. Nos anos 70, o curitibano – adjetivado de provinciano – vivia às turras com catarinenses que aqui desembarcavam, em busca da excelência das faculdades e das boas oportunidades de emprego. Namorar uma de suas belas polacas era a suprema ousadia. Vigiadíssimas pelos pais e até mais pelos irmãos, casadouras, seios fartos e naturais, fogo contido e, ante qualquer investida, fingiam brabeza. Os arranca-rabos entre “curitibocas” e “catarinas” – como pejorativamente se altercavam – foram recorrentes. Por que barriga-verde? Cada lado com sua versão, ambas nada republicanas e até bastante chulas. A etimologia tupi-guarani de curii-tyba (“muito pinhão”) sofria por parte dos catarinas uma prosaica corruptela: cu-ritiba, em que “ritiba” significava “do mundo”. Pândegas à parte, amavam-se mutuamente.
“Este coração jamais haverá de negar amor à terra que me deu grandes alegrias e oportunidades” Curitiba, Cidade Sorriso? Só se for sorriso amarelo! Um raro sorriso de curitibano cura até câncer! O revide não tardou, com a construção da passarela da Vila Hauer, na Marechal Floriano, na época a via preferida de entrada dos catarinenses. A passarela em arco recebe dos nativos daqui a espirituosa alcunha de “quebra-chifre de catarina”. E, se no meu peito bate um coração que ama, este coração jamais haverá de negar amor à terra que me deu grandes alegrias e oportunidades. Feliz e agradecido, brindo os 323 anos de uma metrópole transformada, terra de todas as gentes, referencial urbanístico. E se, lá nos anos 70, as mal-afamadas “repúblicas“ de estudantes das ruas Riachuelo e 13 de Maio abrigaram a mim e a uma horda de estudantes de outros estados, hoje a cidade se enleva como a “República de Curitiba”, cuja senha faz jus: “ventos frios sopram de Curitiba”.
ar.ti.go s.m
Artigo apresentado e publicado nos anais do International Symposium on Occupational Safety and Hygiene – SHO2013, em fevereiro de 2013 na cidade de Guimarães, Portugal.
BREVE ANÁLISE
DOS MOTIVOS DE ACIDENTES FATAIS COM ALUNOS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO
A
o deixar o filho na escola, a grande maioria dos pais acredita que o agora aluno (sob a responsabilidade legal da Instituição de Ensino) esteja em um ambiente seguro por mais carente que seja o local, longe dos diversos tipos de violência encontrados na atualidade. Infelizmente, muitas pessoas acreditam que os acidentes, principalmente os de trabalho, ocorrem devido à fatalidade, destino ou, até mesmo, por vontade divina. Essas ideias já são semeadas em nossa cultura há muito tempo, com o objetivo de evitar contestações e julgamentos em um acidente. “Era para acontecer!”, “Era o destino dele!” e tantas outras justificativas que acabam se firmando como o verdadeiro motivo do fato.
Não se deve imaginar que ninguém deve ser responsabilizado e que isto tenha sido uma “fatalidade”, pois em quase 18% dos acidentes analisados, entrevistados responsabilizaram o fatalismo pela ocorrência, ou seja, as pessoas se conformam com estes acidentes, pois acreditam que não podiam ser evitados! Mas o que normalmente é deixado de lado são os motivos que levaram a esse evento indesejado e, às vezes, previsível. Muitas vezes os riscos encontrados em uma instituição de ensino são subestimados por pais, alunos e pelos próprios responsáveis pela escola.
como pequenas quedas, pois é o resultado de sua incapacidade de generalizar experiências próprias mas, apesar disso, é o momento para ensinar sobre segurança;
É importante salientar que a própria criança é um risco. Tanto para os colegas como para ele mesmo. Waksman, et al (2005) analisa as faixas etárias e suas principais características envolvendo riscos:
Na tabela a seguir, é possível observar os tipos de acidentes no ambiente escolar envolvendo alunos. Devido à falta de dados oficiais sobre a quantidade de acidentes fatais em instituições de ensino, foram feitas consultas a diversos noticiários brasileiros de circulação aberta, entre os anos de 2000 e 2012.
- de 3 a 4 anos, muitas vezes ela não aprende com experiências perigosas,
- de 5 a 9 anos. A criança se torna destemida, realizando atividades sem considerar todas as possibilidades, inclusive a de machucar. (...); - de 10 a 14 anos, o mundo dos adultos torna-se tedioso e, portanto, a proximidade com os grupos de amigos e de novas descobertas.
Acidentes fatais com alunos em escolas brasileiras entre 2000 e 2012 – segundo a imprensa Eventos
Vítimas (óbitos)
Vítimas (óbitos) %
Idade média aproximada
Escola Pública
Escola Particular
Transporte Escolar
8
28
37,84
12,3
8
-
Incêndio
2
13
17,57
2,4
2
-
Impactos
11
11
14,86
9,5
9
2
Afogamento
7
8
10,81
7,6
3
4
Ingestão
4
4
5,41
5,8
4
-
Queda diferente nível
3
4
5,41
4,7
2
1
Choque elétrico
3
3
4,05
15
3
-
Queda de mesmo nível
2
2
2,70
10
2
-
Atropelamento
1
1
1,35
13
1
-
TOTAL
41
74
100
8,9
34
7
A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
29
Um dos noticiários trata do falecimento de um estudante de 13 anos asfixiado com uma bala em plena sala de aula. A professora percebendo que um de seus alunos passava mal chamou socorro. Segundo a direção da escola, a equipe de socorro orientou para deixá-lo deitado e não mexer nele, possivelmente, pensando de que se tratava de uma convulsão, enquanto o procedimento correto, analisando a matéria, possivelmente seria o de executar a manobra de Heimlich além de manobras abdominais. Houve um despreparo da escola quanto à atuação em situações graves. Outro fato foi a morte de uma criança de 8 anos, com vários traumatismos no tórax e parada cardiorrespiratória, ao ser atingida por uma trave de gol, enquanto a sua turma realizava atividades
esportivas. A trave de ferro não possuía nenhum tipo de trava que a prendesse ao piso. A simples utilização de algum sistema de fixação evitado a tragédia. A grande maioria dos acidentes fatais analisados poderia ter sido evitada, com a adoção de simples e baratas medidas em prevenção de acidentes, como treinamentos e o cumprimento das Legislações como a do Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária, além das Normas Regulamentadoras.
Autores Luiz Mauricio Wendel Prado
Os acidentes não devem ser atribuídos simplesmente a fatalidades, pois praticamente todos podem ser evitados, com o preparo dos funcionários e melhoria nas instalações escolares. Na maioria das vezes, essas intervenções possuem baixos custos.
Mestre em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente. Técnico em Segurança do Trabalho.
Rosmeire Paez Maia
Coordenadora de grupo de Enfermagem. Especialista em Administração Hospitalar e Bacharel em Enfermagem.
Gislaine Dias Siqueira Ulbrich Bacharel em Enfermagem.
Silvia Regina Benka
Especialista em Administração Hospitalar e Bacharel em Enfermagem.
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cur.sos s.m
AGENDA REGIONAIS
CURITIBA
Palestras: A educação e a mente interdisciplinar e Um olhar diferente sobre a indisciplina na Escola - Prof. Dr. Joe Garcia.
MAIO ILAPE – REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS NA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL Data: 24/05 | Horário: 09h Palestrante: Dr. Gustavo Monteiro Público-alvo: Gestores, coordenadores e secretários acadêmicos. Local: Plenário SINEPE/PR. Inscrições: R$ 250 para instituições associadas e R$ 500 para não-associadas.
30/05: Regional Sudoeste (Pato Branco) Rua Tamoio, 91 - Centro. 06/06: Regional Central (Guarapuava) Faculdade Campo Real – Rua Comendador Norberto, 1.299 – Santa Cruz. 07/06: Regional Campos Gerais (Ponta Grossa) - Rua Comendador Miró, 860 - térreo – Centro. Horário: 18h30. Público alvo: Gestores, coordenadores, professores e demais interessados. Inscrições: R$ 20 para instituições associadas e R$ 40 para não-associadas.
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Confira calendário de cursos e palestras do Sinepe/PR
JUNHO SEMINÁRIO – CONSTRUINDO UM MODELO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL PARA O ENSINO SUPERIOR Data: 16/06 | Horário: 09h Palestrante: Dr. Carlos Monteiro
Público-alvo: Gestores, coordenadores e secretários acadêmicos. Local: Plenário SINEPE/PR. Inscrições: R$ 250 para instituições associadas e R$ 500 para não-associadas. VII MOSTRA SOBRE RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA ESCOLA PARTICULAR Data: 24 e 25/06 | Horário: 10h Público-alvo: Associados e parceiros. Local: Shopping Palladium (Curitiba/PR) Av. Presidente Kennedy, 4121 – Portão. Inscrições: Gratuito.
SINEPE/PR R. Guararapes, 2028, Vila Izabel, Curitiba/PR.
Mais informações e inscrições: 41 3078-6933 - www.sinepepr.org.br
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UM MOSQUITO NÃO É MAIS FORTE QUE UM PAÍS INTEIRO. Fevereiro/2016
Combata o mosquito periodicamente:
Tampe os tonéis e caixas-d’água.
Mantenha as calhas sempre limpas.
Deixe garrafas sempre viradas.
Coloque areia nos vasos de plantas.
Retire sempre água dos pneus.
Mantenha a lixeira bem fechada.