Revista Escada - Ed. 18

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número 18 | ano 05

abr a mai de 2014

Publicação Sinepe/PR

Entrevista: Rosely Sayão aborda possíveis caminhos e soluções para uma parceria efetiva entre pais e instituições de ensino


Livro Digital - Ensino Médio • Orientações metodológicas dos autores em vídeo. • Slides das aulas para download e personalização. • Relatórios que permitem ao professor acompanhar o rendimento individual e da turma. • Atividades e avaliações que possibilitam ao aluno revisar os conceitos estudados.

Portal Positivo - Recursos Enem • Simuladores de provas. • Provas oficiais comentadas. • 128 videoaulas gravadas por uma experiente equipe de professores.



e.di.to.ri.al

ex.pe.di.en.te

adj m+f

adj m+f

Sinepe/PR

Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná

www.sinepepr.org.br facebook.com/sinepepr

Em evento promovido pelo Sinepe/PR, em fevereiro, a psicóloga e consultora educacional, Rosely Sayão encantou o público com uma palestra sobre a nova família e o papel da escola nesta realidade. Ela é nossa entrevistada nesta edição e

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Conselho Diretor gestão 2012/2014

aborda possíveis caminhos e soluções para uma parceria efetiva entre pais e instituições de ensino.

Diretoria Executiva Presidente 1.º Vice-Presidente 2.º Vice-Presidente Diretor Administrativo Diretor Econômico/Financeiro Diretor de Legislação e Normas Diretor de Planejamento

Jacir J. Venturi José Manoel de Macedo Caron Jr. Paulo Arns da Cunha Ailton R. Dörl Rosa Maria C. V. de Barros Maria Luiza Xavier Cordeiro Ademar Batista Pereira

Trazemos também uma reportagem sobre competências socioemocionais, conceito que vem ganhando força no âmbito educacional e tem como preocupação o desenvolvimento de habilidades que contribuam não só com o processo de aprendizagem formal, mas também com a experiência de vida e emocional de crianças e adolescentes.

Diretoria de Ensino Diretor de Ensino Superior Diretor de Ensino Médio/Técnico Diretor de Ensino Fundamental Diretor de Ensino da Educação Infantil Diretor de Ensino dos Cursos Livres Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Diretor de Ensino das Academias

José Antonio Karam Gilberto Vizini Vieira Esther Cristina Pereira Noely Luiza Deschermayer Santos José Luis Chong Jaime M. Marinero Vanegas Ana Dayse Cunha Agulham

Destaque ainda para o Programa Universidade para Todos (Prouni) que completa 10 anos em 2014. O Sinepe/ PR teve relevante participação desde o início desse projeto com contribuições e sugestões que foram levadas a Brasília, por meio do deputado federal Irineu Colombo.

Conselheiros 1.º Conselheiro 2.º Conselheiro 3.º Conselheiro 4.º Conselheiro 5.º Conselheiro 6.º Conselheiro 7.º Conselheiro 8.º Conselheiro 9.º Conselheiro 10.º Conselheiro 11.º Conselheiro

Jorge Apóstolos Siarcos Pedro Roberto Wiens Raquel Adriano M. M. de Camargo Ir. Frederico Unterberger Eduardo Vaz da Costa Júnior Durval Antunes Filho Roberto A. Pietrobelli Mongruel Juliana Toniolo Sandrini Renato Ribas Vaz Magdal J. Frigotto Volnei Jorge Sandri

Outros temas dessa edição abordam a educação do ensino infantil ao superior, com foco principalmente no Paraná. Homenageamos o Colégio Novo Ateneu que completa 89 anos de atividades em Curitiba e também trazemos um pouco do trabalho desenvolvido no Centro Educacional João Paulo II, em Piraquara, legado deixado pelo estimado professor Belmiro Valverde.

Conselho Fiscal Efetivos Suplentes Orlando Serbena Fabrizzio Ferreira Ribas Carolina Batista Pereira Frizon Edison Luiz Ribeiro Henrique Erich Wiens Ir. Anete Giordani Delegados Representantes - Fenep Jacir J. Venturi Ademar Batista Pereira

Boa leitura! Jacir José Venturi Presidente

Diretorias regionais

Revista Escada Publicação periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sinepe/PR. Editada pela Editora Inventa Ltda - CNPJ 11.870.080/0001-52 Rua Heitor Stockler de França, 356 - 1º andar - Centro Cívico - Curitiba - PR Conteúdo IEME Comunicação www.iemecomunicacao.com.br Jornalista Responsável

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Projeto gráfico e ilustrações

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Jacir J. Venturi

Impressão e acabamento Logística e Distribuição Versão Digital

Maxi Gráfica e Editora Ltda Correios www.revistaescada.com.br

SINEPE/PR - Regional Oeste (Cascavel) Diretor-Presidente Airton Bonet Diretor de Ensino Superior Maria Débora Venturin Diretor de Ensino da Educação Básica Lauro Daros Irmã Mareli A. Fernandes Diretor de Ensino da Educação Infantil Ione Plazza Hilgert Diretor dos Cursos livres/Idiomas Denise Veronesi Trivelatto SINEPE/PR - Regional Cataratas (Foz do Iguaçu) Diretor-Presidente Artur Gustavo Rial Diretor de Ensino Superior Fouad Mohamad Fakin Diretor de Ensino da Educação Básica Antonio Neves da Costa e Antonio Krefta Diretor de Ensino da Educação Infantil Rita C. R. Camargo e Edite Larssen Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Fabiano de Augustinho SINEPE/PR - Regional Sudoeste (Pato Branco/Francisco Beltrão) Diretor-Presidente Ivone Maria Pretto Guerra Diretor de Ensino Superior Hélio Jair dos Santos Diretor de Ensino da Educação Básica João Carlos Rossi Donadel Diretor de Ensino da Educação Infantil Amazilia Roseli de Abreu Pastorello Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Vanessa Pretto Guerra Stefani SINEPE/PR - Regional Campos Gerais (Ponta Grossa) Diretor-Presidente Osni Mongruel Junior Diretor de Ensino Superior Marco Antônio Razouk Diretor de Ensino da Educação Básica Irmã Edites Bet Diretor de Ensino da Educação Infantil Maria de Fátima Pacheco Rodrigues Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Paul Chaves Watkins Diretoria da Regional Central Diretor-Presidente Diretor de Ensino Superior Diretor de Ensino da Educação Básica Diretor de Ensino da Educação Infantil Diretor dos Cursos livres/Idiomas

Dilcemeri Padilha Liz Salette Silveira Azevedo Telma E. A. Leh Cristiane Siqueira de Macedo Marcos Aurélio Lemos de Mattos


ín.di.ce sm

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opinião

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ENSINO INFANTIL

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ENSINO SUPERIOR

Estamos em ano de eleição, como abordar o tema em sala de aula para promover a cidadania?

Quais cuidados os berçários devem ter para oferecer segurança, conforto e desenvolvimento para os bebês

Prouni completa 10 anos

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EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL Desenvolvimento de habilidades como determinação, responsabilidade e colaboração passam a integrar o currículo escolar

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Entrevista

Rosely Sayão fala sobre como estreitar a relação família e escola

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HOMENAGEM

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História

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Universo das associadas

Paraná se despede do professor Belmiro Valverde

89 anos do Colégio Novo Ateneu

Confira as atividades das instituições associadas ao Sinepe/PR

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AÇÕES DA DIRETORIA

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ARTIGO

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ARTIGO

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ARTIGO

Acompanhe a diretoria do Sinepe/PR

Sistemas construtivos inovadores: opção de vanguarda no espaço escolar, por Hélio Adão Greven

Desvalorização do professor, o maior limitador da nossa melhoria na educação, por Jacir J. Venturi

O resgate da arte de brincar, por Douglas Forte


o.pi.ni.ão subst.

Estamos em ano de eleição, como abordar o tema em sala de aula para promover a cidadania?

A abordagem em sala de aula de temas relacionados à política é fundamental para tornar os jovens indivíduos mais conscientes, neste sentido, as eleições são o momento propício para aproximá-los da esfera política. Por exemplo, pode-se debater em sala a importância do voto, de se escolher bem os candidatos e de verificar as propostas dos partidos. Permitindo que após serem definidos os eleitos, os jovens possam melhor acompanhar a ações dos parlamentares e as do chefe do Executivo, seja no âmbito estadual, como no federal”.

Hélio Rubens Godoy | Professor de Ciências Políticas, Relações Internacionais e Administração do Grupo UNINTER.

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Educar é uma função social. É dever do educador promover a cidadania em uma sociedade carente de alguns valores e princípios éticos. O caminho? Formando cidadãos capazes de repensar questões sociais e de reinventar maneiras de interferir positivamente, desenhando uma nova trajetória. Em ano eleitoral, torna-se imprescindível aproveitar o tema e o momento para conceituar a democracia. Atividades como “Júri Simulado”, no qual os alunos possam debater sobre determinado problema são eficientes porque oportunizam aos educandos colocaremse sob diferentes óticas e compreenderem diferentes pontos de vista. A “Eleição na Escola” consiste em definir cargos a serem ocupados por alunos, que contribuam, de alguma forma, para uma melhor organização escolar. Este é também um exercício para aqueles que aprendem a ouvir, observar, pensar, liderar e tomar decisões, pois deverão fazê-lo a partir de uma análise crítica”.

Sheila Waromby | Professora de Língua Portuguesa do International School of Curitiba.

A escola e a sala de aula são os espaços ideais para a construção do conceito de cidadania, afinal, é neste espaço que o indivíduo tem o primeiro contato com a sociedade propriamente dita. Assim, é preciso valorizar junto aos alunos a importância do processo eleitoral em uma democracia, recente, como a do Brasil. Levar nossos alunos a perceber que as eleições e do voto são canais de responsabilidade, expressão social e pleno exercício de cidadania”.

Edson Moises Alves dos Santos || Professor de História da Escola Atuação.


A cidadania é um tema que deve ser abordado regularmente. Porém, como estamos em ano eleitoral, sua reflexão se torna ainda mais urgente. Para tanto, uma das formas de compreender e vivenciar a cidadania é desenvolver atividades práticas, como por exemplo, escrever uma carta aos vereadores com o objetivo de propor resoluções de problemas que fazem parte do cotidiano dos alunos. Com isso, poderão aprender que ser cidadão é participar, é comprometer-se com a sociedade na qual eles vivem”.

Dayane Rúbila Lobo Hessmann | Professora de História do Colégio Medianeira.

O período eleitoral 2014 é uma grande oportunidade de debate nas salas de aula sobre as formas de democracia, demonstrando que existem saídas para os problemas políticos existentes. A democracia indireta ocorre quando escolhemos nossos representantes, sem a participação ativa do cidadão. Na democracia direta os cidadãos escolhem o que é melhor para a comunidade, sem a escolha de representantes eleitos. A democracia no Brasil é a semidireta ou mista, onde além de escolher nossos representantes votamos em alguns projetos, em plebiscitos e referendos, apesar destes não ocorrerem com tanta frequência em nosso país”.

Irenilson Lubacheski | Professor de História e Sociologia do Ensino Médio do Colégio Novo Ateneu.

No Colégio Sion, com a aproximação do período eleitoral, as atividades se intensificam com a elaboração de pequenos projetos, preferencialmente de caráter interdisciplinar, para trabalhar o assunto. Aumentam também as consultas a fontes de imprensa para que o aluno se mantenha bem informado e atualizado, sempre com a orientação e o acompanhamento do professor. O momento que o país atravessa demanda um compromisso da sociedade em discutir suas mazelas e cobrar a quem cabe a resolução desses problemas. Para auxiliar em casa, os alunos recebem o Guia de Estudos, um conjunto de atividades (inclusive de pesquisa), entregue ao final de cada semana de aula e que devem ser apresentadas ao longo da semana seguinte. A ideia é preparar o aluno para as próximas aulas e instigá-lo a querer saber mais sobre determinado assunto”.

Solange Demeterco | Professora de História e Sociologia do Colégio Sion.

A cidadania é um direito fundamental, que promove o agir do indivíduo na sociedade. A partir dessa premissa, buscamos desenvolver no aluno a consciência da importância do envolvimento político. Essa dinâmica é realizada em várias etapas no processo pedagógico, desde a definição do indivíduo como um ser político, até a estrutura de um partido político e sua importância dentro do processo democrático, que tem as eleições como uma das formas essenciais para exercer a cidadania. A máxima que ensinamos para nossos educandos é que só podemos exigir e construir uma sociedade melhor a partir do momento em que sabemos qual é o nosso papel como cidadão, quais são os nossos direitos e as nossas responsabilidades como um ser da polis. Eis aí o nosso desafio!”

Gilmar da Conceição José | Professor de Filosofia do Colégio Bom Jesus Água Verde. Quer sugerir um tema para a próxima edição ou opinar sobre o tema proposto? Envie email para contato@revistaescada.com.br e participe!

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en.si.no in.fan.til sm

adj

T / Flávia Ferreira

Se essa casa fosse minha 8

Quais cuidados os berçários devem ter para oferecer segurança, conforto e desenvolvimento para os bebês

Pais que trabalham em período integral, horas gastas no trânsito, filhos para criar.

Esta é a rotina que faz parte da realidade de grande parte das famílias urbanas brasileiras. Um dos momentos cruciais para estas famílias costuma ser a hora das mães voltarem ao trabalho após a licença maternidade. A dúvida: deixar o bebê em um berçário ou com uma babá? Na Educação Infantil Vovó Chiquinha, com sede em Curitiba desde 1975, 20 bebês são atendidos anualmente. A diretora Ana Maria Macedo Lopes conta que a relação do berçário não é apenas com os bebês, mas também com os familiares. “A adaptação é uma etapa de criação de elos, de muita novidade e transição, de conquista de confiança e segurança para o bebê, seus pais e professoras. É importante escutar as orientações dos pais e dar oportunidade a eles para participarem das primeiras experiências do bebê no novo espaço”, completa. Passada a etapa da adaptação, é importante manter o berçário em pleno funcionamento. Para isso, é importante que os profissionais envolvidos tenham as competências técnicas e cognitivas aliadas à formação acadêmica, além de boa conduta. “Afetividade, responsabilidade, organização e ética também são aspectos essenciais para quem se dedica ao cuidado dos

bebês”, confirma Ana Maria. No berçário, nada de os bebês ficarem só dormindo. Eles dever ser estimulados desde os primeiros dias de vida. A especialista em Fisioterapia Neuropediátrica, Camila Bressan, enfatiza que os profissionais envolvidos neste processo devem entender as fases de desenvolvimento do bebê, bem como as necessidades de cada um. “Na escola, por exemplo, um bebê de quatro meses que ainda não faz controle cervical - cabeça firminha – deve ser posicionado de barriga para baixo em frente ao espelho. Já uma criança que está andando precisa ser estimulada a melhorar o equilíbrio com atividades que exijam mobilidade fina, como saltar, dançar, escalar, permanecer em um pé só, andar de triciclo, subir e descer escadas”, completa. A especialista afirma também que se deve ter muito cuidado com o manuseios dos bebês, pois ainda estão em formação e seus ligamentos ainda estão um pouco frouxos. “A principal lesão ortopédica que ocorre com bebês chama-se pronação dolorosa, que leva à luxação no cotovelo, quando a criança é puxada pelo braço. A criança chora e posiciona o braço ao lado do corpo, geralmente com a palma da mão rodada para trás, evita movimentação com o braço lesionado. Para solucionar, deve ser encaminhada ao ortopediatra que irá avaliar a melhor conduta”, alerta.


Atenção especial! Dados do Censo Escolar do INEP/ MEC mostram que o número de crianças matriculadas na Educação Infantil em Curitiba saltou de 51.878 mil em 2009 para 64.498 em 2013, um aumento de 24% em quatro anos. No Paraná, esse aumento foi de 19%. Com tamanha procura, é importante que os profissionais envolvidos sigam algumas regras de higiene e boas práticas para manter os berçários. Confira as dicas da diretora da Educação Infantil do Sinepe/PR, Noely Luiza Santos:

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A estrutura deve oferecer sala de estimulação com proteção contra a friagem no piso, lactário para o preparo e administração dos alimentos, e local para o soninho. Todos os objetos pessoais das crianças devem ser identificados, inclusive o berço e roupas de cama. Os funcionários devem adquirir o costume de utilizar toucas descartáveis, luvas e aventais de proteção para a manipulação dos alimentos. Para a circulação no ambiente onde ficam os bebês, todos devem utilizar sapatilhas descartáveis por cima dos sapatos.

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A cada troca de fraldas, o funcionário responsável deve lavar as mãos com sabonete antibactericida, passar álcool nas mãos e no trocador. É importante que o brinquedos utilizados pelas crianças sejam de materiais plásticos ou de borracha, que facilitam a sua higienização. Para as atividades pedagógicas, é importante a estimulação motora, musicalização, reconhecimento de objetos, sons e atividades com materiais diversos como bolas, rolos, tecidos, texturas, entre outros. Pedido de Autorização de Funcionamento atendendo roteiro próprio da Secretaria de Estado da Educação ou das Secretarias Municipais de Educação, quando o Município tem Sistema de Ensino. O Roteiro traz uma relação de documentos que deverão ser providenciados pela Instituição como: Alvará, Laudo da Vigilância Sanitária, Vistoria do Corpo de Bombeiros, Projeto Político Pedagógico, Regimento e Regularidade Financeira, CNPJ, Contrato Social, entre outros.

Queremos saber: quais as ações diferenciadas que sua escola oferece para os bebês? Escreva para contato@revistaescada.com.br

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es.pe.ci.al adj

T / Priscilla Scurupa

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No início de 2014, ocorreu em São Paulo o Fórum Internacional de Políticas Públicas, que teve como tema “Educar para as competências do Século 21”. O evento, promo-

vido pelo Ministério da Educação (MEC), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pelo Instituto Ayrton Senna (IAS), reuniu líderes educacionais de todo o mundo para discutir como preparar as crianças e jovens para os desafios socioeconômicos do século 21. Em pauta, no entanto, não estavam itens como o aprimoramento da inteligência ou melhoras no desempenho racional e lógico dos alunos. O foco principal dos debates foram as competências socioemocionais, conceito que vem ganhando força no âmbito educacional e tem como preocupação o desenvolvimento de habilidades que contribuam não só com o processo de aprendizagem formal, mas também com a experiência de vida e emocional de crianças e adolescentes. Segundo os organizadores do evento, capacidades como autoconhecimento, empatia, tolerância, responsabilidade, gerenciamento de conf litos, cooperação, autoestima e organização devem ser cada vez melhor desenvolvidas no âmbito familiar e imediatamente inseridas no currículo formal instituições de ensino. Isso porque têm igual ou maior importância do que as chamadas habilidades cognitivas (capacidade mental para adquirir conhecimento, organizar, ref letir e interpretar) no aprendizado e no sucesso das pessoas. Os mais recentes resultados do PISA mostram, por exemplo, que a perseverança é um ingrediente-chave para o sucesso de alunos em matemática. Estudantes que acreditam que podem ter sucesso na disciplina, se fizerem o esforço necessário, têm notas maiores do que aqueles que não acreditam. Entre os países membros da OCDE, a diferença no desempenho de matemática entre aqueles que relatam altos níveis de perseverança e aqueles com baixos níveis dessa competência é de aproximadamente um ano de escolaridade. “Quando supervalorizamos o QI [quociente de inteligência] e relegamos o QE [quociente emocional], geramos indivíduos frustrados, egocêntricos, que têm notas e desempenho escolar ótimo, porém poucas habilidades humanas para lidar com os próprios sentimentos e interagir com os outros”, afirma a especialista em Psicologia Clínica e Educacional e professora da Universidade Positivo, Vera Regina Miranda. Para o diretor acadêmico do Colégio Medianeira, Adalberto Fávero, a grande problemática de algumas propostas pedagógicas está na tentativa de separar o conhecimento, fragmentando a educação e dividindo as pessoas em elementos ou dimensões isoladas. “Não basta formar monstros de conhecimento, mas insensíveis ao outro e à sua dignidade, porém também não basta formar sujeitos bonzinhos e sensíveis, porém incompetentes”, ressalta.

Competências multidimensionais Competências cognitivas incluem a capacidade de interpretar, refletir, raciocinar, pensar abstratamente, assimilar ideias complexas e resolver problemas. Competências socioemocionais, por sua vez, manifestam-se em situações diárias e desempenham um papel importante quando indivíduos trabalham em equipe, atingem metas e lidam com emoções. Conscienciosidade, sociabilidade e estabilidade emocional estão entre as mais importantes. Sendo assim, um conjunto equilibrado de competências cognitivas e socioemocionais se torna essencial para o sucesso individual de crianças e adolescentes, assim como para o progresso social.

COGNITIVAS Capacidade mental para adquirir conhecimento, pensamentos e experiência Interpretar, refletir e extrapolar com base em conhecimento adquirido

11 CAPACIDADE COGNITIVA BÁSICA • Reconhecimento de padrões • • Velocidade de processamento • Memória •

CONHECIMENTO ADQUIRIDO • Acessar • Extrair • Interpretar • CONHECIMENTO EXTRAPOLADO • Refletir • Racionalizar • Conceituar •

SOCIOEMOCIONAIS Padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos relativamente duradouros que refletem a tendência de reagir de determinadas maneiras em contextos diversos ATINGIR OBJETIVOS • Perseverança • Autocontrole • • Entusiasmo para atingir objetivos • TRABALHAR COM OS OUTROS • Cordialidade • Respeito • Cuidado • GERIR EMOÇÕES • Calma • Otimismo • Confiança •

Fonte: “Competências para o Progresso Social”, documento do Fórum Internacional de Políticas Públicas 2014


Aprendizado em diversos contextos Hoje, entende-se que os ambientes de aprendizagem são múltiplos e podem se complementar para desenvolver as competências cognitivas e socioemocionais dos indivíduos. Durante a infância, por exemplo, são os pais quem desempenham um papel crucial na vida da criança. Quando esta ingressa na educação formal, a escola e a comunidade assumem o protagonismo. Já na adolescência e na vida adulta, é no local de trabalho que a aprendizagem é mais estimulada. “Os aspectos socioemocionais começam a se desenvolver já na infância e se desenvolvem progressivamente, a partir das formadas anteriormente. Os anos iniciais são a base para o desenvolvimento de competências cada vez mais elevadas. Daí a importância das escolas trabalharem em harmonia com famílias e comunidade no desenvolvimento do caráter desses estudantes”, afirma Vera. Fávaro complementa que, para um mundo mais justo, solidário e de reciprocidade seja possível, faz-se necessária uma ação conjunta/coletiva e um modo de proceder tecido coletivamente.

“O Medianeira tem equipes para todas as fases de ensino, as quais trabalham com o cuidado e atendimento individual de pais e alunos, por um lado, e, por outro, propõe um projeto formativo com eixo de ação e reflexão para alunos, professores e pais, através dos quais busca um discurso coletivo como referência que sirva de contexto formativo para todos”, exemplifica. A necessidade de oferecer uma formação capaz de fomentar competências cognitivas e não cognitivas simultaneamente, exige também profissionais preparados para desenvolver ações educativas nesse sentido. De acordo com Vera, um educador de excelência é aquele que, além de dominar os conteúdos de sua disciplina, demonstra habilidades interacionais, como assertividade, paciência, respeito e boa comunicação. “Ele não é mais um detentor do saber, e sim um mediador do processo de ensino que abre espaço para o diálogo, incentiva o exercício de valores e da cidadania. Por isso é preciso investir tanto na formação dos alunos, como na sensibilização dos professores”, diz.

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Escola

Família

• Atividades curriculares • Atividades extracurriculares • Relações entre colegas

• Atividades em casa • Interação pais e filhos • Estilos de criação

Comunidade

Ambiente de trabalho

• Atividades cívicas e culturais • Participação em redes sociais • Recursos socioeconômicos

• Ocupação • Oportunidades de treinamentos • Estilos de trabalho


“Ele não é mais um detentor do saber, e sim um mediador do processo de ensino que abre espaço para o diálogo, incentiva o exercício de valores e da cidadania. Por isso é preciso investir tanto na formação dos alunos, como na sensibilização dos professores”

Fávero lembra ainda que todo educador é também um ser humano incompleto em sua dimensão racional e emocional. Sendo assim, vive igualmente situações complexas em seu contexto de trabalho e familiar e, possivelmente, terá dificuldades em ultrapassar alguns desafios impostos pela relação com o outro, na mediação de conflitos ou no reconhecimento das emoções que motivam os comportamentos dos membros de um grupo. “A instituição, além das universidades, precisa oferecer espaço, tempo e possibilidade para que ele faça a tessitura de sua ação profissional e formativa na totalidade: nem somente racional e nem apenas emocional. Não se trata de ou isso ou aquilo, pois essa é a lógica racional clássica que separa. Trata-se de isso com aquilo, mais aquilo... Trata-se de religar os saberes, as sensibilidades, as dimensões das pessoas e a inter-relação entre as pessoas”, explica.

Na sua opinião, como as competências socioemocionais podem ser trabalhadas em sala de aula em prol de uma educação integral? Escreva para contato@revistaescada.com.br

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en.si.no su.pe.ri.or s.m. T / Marília Bobato

Prouni completa 10 anos Programa Universidade para Todos abriu as portas para 1,9 milhão de jovens 14 dantes, a instituição deve complementar com bolsas parciais Em 2014, o Programa Universidade para cujo o valor total corresponda a 8,5% da receita anual dos Todos (Prouni) completa 10 anos. Criado períodos letivos que já têm bolsistas do programa. pelo governo federal em 2004, o principal objetivo do Prouni é ampliar o ingresso de Experiência estudantes brasileiros na educação supeO Paraná está entre os estados com maior número de benerior, contribuindo para um maior acesso de ficiários do Prouni entre 2006 e 2013, ficando atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Na Faculdade Opet, de Curitiba, estudantes de baixa renda às instituições cem bolsas do Prouni começaram a ser ofertadas em 2006 e, privadas. Por meio de parcerias de isenção de tributos

às instituições privadas que aderirem ao programa, o governo oferta bolsas de estudo integrais e parciais para os jovens egressos do ensino médio.

Desde 2005 até o segundo semestre do ano passado, já foram ofertadas mais de 1,9 milhões de bolsas. Dentre elas, pouco mais de 1 milhão foram de bolsas integrais, para as quais só podem concorrer estudantes que possuam renda familiar bruta por pessoa de, no máximo, um salário mínimo e meio. O restante foram bolsas parciais de 50%, para estudantes com renda de até 3 salários mínimos. No primeiro semestre de 2014, o programa ofereceu 191,6 mil bolsas. A oferta dos cursos pelas instituições é estabelecida pela Lei nº 11.096, que diz que a instituição que aderir ao programa, deve oferecer, no mínimo, uma bolsa integral para cada 10,7 estudantes regularmente pagantes e matriculados no período letivo anterior. Para oferecer uma bolsa integral a cada 22 estu-

hoje, são 1.200 bolsistas entre integrais e parciais. Os cursos de maior procura são Direito, Estética e Gastronomia. De acordo com a responsável pelas Bolsas e Financiamentos da Faculdade Opet, Viviany Silva, a experiência do Prouni tem sido bastante positiva. Dentre as vantagens do programa, ela destaca histórias que presenciou durante a formatura de muitos bolsistas. “Sempre ouço por parte dos familiares que seu filho ou neto é o primeiro a realizar o sonho de fazer uma faculdade, mudando assim a qualidade de vida e profissional de toda a família”, comenta. Já, apontando como as desvantagens do programa, Viviany cita a acirrada concorrência por uma vaga para a pré-seleção da bolsa e a dificuldade que alguns alunos enfrentam, mesmo com a bolsa, em bancar os demais custo com transporte, alimentação e material didático, o que acaba gerando a evasão de alguns bolsistas.


AVALIAÇÃO UM RELEVANTE PROGRAMA SOCIAL

Lembro bem da tarde na qual atendemos o deputado federal Irineu Colombo (PT/PR), em uma reunião no Sinepe/PR, quando – com o zelo de quem busca uma joia – retira da sua pasta duas folhas de papel. Ali estava o texto que seria o embrião do PROUNI. Forte era a pressão da sociedade por mais vagas no Ensino Superior. Ante a realidade de que as universidades públicas não poderiam atender o enorme contingente de concluintes do Ensino Médio, enquanto - de acordo com o INEP – havia mais de meio milhão de vagas ociosas nas IES Particulares. Um ecossistema propício e que, apresentado em maio de 2004, aos então ministros da Educação, Tarso Genso, e da Fazenda, Antônio Palocci, anuíram que fosse encaminhado ao Congresso Nacional, na forma de PL 3.582, da qual o Dep. Colombo foi o relator.

E a meritocracia foi contemplada, pois é requisito que o candidato alcance um mínimo de 450 pontos no ENEM. Essa parceria público-privada representa um ganha-ganha: corrobora para que as IES privadas preencham suas vagas ociosas e a renúncia fiscal do governo é pífia em relação aos benefícios. O reitor de uma universidade privada me afirma que a renúncia é de apenas R$ 350,00 por aluno, o que corresponde a 15% do custo de um aluno nas universidades públicas. Atualmente, os sindicatos e a federação das escolas particulares encampam uma nova frente de batalha: o PROBÁSICO, um programa similar ao exposto acima com o qual, e com o mesmo tipo de renúncia fiscal, poder-se-ia atender cerca de 700 mil alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio. Se é uma boa experiência para o Ensino Superior, por que não para a Educação Básica? Jacir J. Venturi - presidente do Sinepe/PR (que congrega 2.334 escolas particulares do Paraná), Coordenador da Universidade Positivo e Professor aposentado da UFPR e PUCPR.

Julgo que o Sinepe/PR deu uma importante contribuição, interpondo sugestões, assistência jurídica ao texto preliminar e presença em Brasília. Jamais poderíamos imaginar que o PROUNI se tornaria o programa social de estado mais bem sucedido na área educacional. Ademais, segundo pesquisa recente, a educação ocupa a segunda colocação nas prioridades das famílias só perdendo para a alimentação. Sim, o estudo é o melhor investimento para ascensão social, pois só se perde com a loucura ou com a morte.

Das reivindicações do Sinepe/PR, duas foram alijadas da lei aprovada pelo Congresso: a) que a renúncia fiscal contemplasse também o INSS da cota patronal e que foi vetada pelo ministro Palocci. A isenção ficou restrita ao IRPJ, CSLL, Confins e PIS; b) que o PROUNI abarcasse todos os alunos com renda familiar de até 1,5 salário mínimo, independente da origem ser escola pública ou privada. Entre 2005 e 2013, o PROUNI abriu as portas do Ensino Superior para 1,2 milhão de jovens. Hoje são 1.116 IES particulares que participam do programa. Na média, significa uma bolsa para cada 10,7 alunos pagantes. É um contingente significativo, pois 74% das matrículas do nosso Ensino Superior estão nas faculdades particulares, o que corresponde a 5,2 milhões de alunos.

Como tem sido a experiência do Prouni na sua instituição de ensino? Escreva para contato@revistaescada.com.br

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en.tre.vis.ta / Rosely Sayão sf T / Priscilla Scurupa F / Divulgação

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Família e escola:

como estreitar essa relação

Referência na formação de crianças e adolescentes, Rosely Sayão aborda possíveis caminhos e soluções para uma parceria efetiva entre pais e instituições de ensino


Se até a década de 1950 a configuração da família brasileira era um retrato fixo, com pai, mãe e filhos vivendo sob o mesmo teto, na década seguinte o termo se torna plural. Em razão das

mudanças culturais, sociais e políticas ocorridas no país, passamos a falar das novas famílias brasileiras, estas com múltiplas estruturas e novas maneiras de se relacionar. Tais transformações são o ponto de partida da palestra “A nova família e o papel da escola nesta realidade”, ministrada recentemente pela psicóloga e consultora em educação Rosely Sayão em Curitiba. Com mais de 30 anos de experiência, Rosely é colunista do jornal Folha de S. Paulo e da rádio Band News FM, além de autora dos livros Família: modo de usar, Em defesa da escola e Como educar meu filho?. De acordo com ela, a ausência de valores como respeito e responsabilidade, hoje substituídos pelo desejo de consumo que atinge a todas as classes sociais, gera uma dificuldade de amadurecimento e consequente transferência de responsabilidades entre pais e filhos. Assim, adultos se infantilizam e as crianças, cada vez mais cedo, recebem responsabilidades de adultos. Nesse contexto, o modo como as famílias se relacionam com a escola também é afetado. Segundo a especialista, existe uma falta de aproximação entre instituições escolares e pais. E para estabelecer os limites e nuances dessa relação, é necessário respeito, esforço mútuo, e que cada um assuma seu papel no processo educativo. Na entrevista a seguir, Rosely reflete sobre todas essas questões e sugere orientações a pais, educadores e toda a sociedade para a construção de uma educação que tenha como objetivo o desenvolvimento de autonomia e cidadania entre crianças e adolescentes.

“Cabe à família dar conta do filho, tornar essa criança um ser humano de bem, segundo os valores da família. E cabe à escola tornar essa pessoa um cidadão de bem”.

REVISTA ESCADA – Qual o perfil da nova família e como a escola deve lidar com essa nova configuração?

ROSELY SAYÃO - Antes de tudo, é preciso fazer

uma correção: não é a nova família, são as novas famílias. Não podemos mais falar de família no singular. Isso a gente conseguia fazer até o final dos anos 1950, depois surgiram diversos outros perfis. Mas uma questão acompanha essas novas famílias. Não falo da configuração, do desenho, da composição. Falo da dinâmica familiar. A família criou modelos diferentes e é preciso pensar também no tipo de relacionamento estabelecido entre todas essas pessoas. Antes a gente tinha um desenho que era bem clássico, que continha pai, mãe, filhos. E esses filhos conviviam com seus pais até que pudessem ter uma vida própria. Hoje nós temos pais que não necessariamente estão juntos dos filhos, seja por uma questão de relacionamento ou por excesso de trabalho. Essa relação, portanto, é assimétrica. E quem está no comando dessa relação hoje são os filhos. É em torno dos filhos que giram os adultos. Essa mudança radical é fundamental, porque muda também a maneira de pensar a escola, a relação com a escola e com a educação.

RE - Você acredita que há uma crise de valores ou de autoridade nessas novas famílias?

RS - Há, sim, uma crise de autoridade. Temos que aceitar e reconhecer isso para talvez mudar. Agora, veja que não é uma posição pessoal. É algo já estudado por muita gente. Porque esse conceito de autoridade não é da educação, é da política. E a partir do momento que a política entrou em crise, e não falo somente da política brasileira, mas da política como instituição, o conceito de autoridade também entrou em crise, e agora nós temos que reinventá-lo para educar. RE - Os valores também estão invertidos? RS - Não sei se estão invertidos, mas mudaram, porque o mundo também mudou. Eu vejo muitas escolas dizerem ‘os pais não tem valores’. Têm e são os valores que a sociedade impõe. E quais são esses valores? O valor da aparência, o valor da juventude, da felicidade,

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do consumo. E não foi a família que inventou esses valores, foi a sociedade, por questões econômicas e políticas. As famílias são vítimas desses valores, não algozes. E a escola está submetida aos mesmos valores. Mas a escola ainda não chegou ao século XXI, então acha que seus alunos devem seguir aquele modelo do passado. Nunca mais seguirão.

RE - Qual seria a configuração dessa

escola do século XXI que você menciona?

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RS - Em primeiro lugar, nós estamos na época da diversidade. É impossível a gente juntar 25 a 30 alunos e tentar ensinar a eles a mesma coisa ao mesmo tempo. Temos que reconhecer que esse ensino está falido. Absolutamente falido. Segunda coisa, colocar um professor na frente de 25 alunos, no mundo de hoje, é um ato de covardia. Porque o professor, para educar, tem que olhar para seus alunos e pensar... E isso não é fala minha, é de um pedagogo francês que eu adoro, e ele diz assim: ‘senhores, ou vocês ou eu’. Professor não tem vez na frente de 25 alunos. Ele não dá conta disso. Então também essa organização está falida. Temos inúmeros exemplos pelo mundo de outros tipos de organização. Mas não sei por que, no Brasil não faz sucesso. Excursões de pedagogos vão para outros países, como Finlândia, voltam e continua tudo igual. Não entendo por que. RE - E o que muda nessa relação das novas famílias com a escola, exatamente?

RS - Os pais sempre vão pensar nos seus

filhos. Na escola, não há filho de ninguém. Na escola há alunos. Quando as crianças fazem a passagem do papel de filho para o papel de aluno, eles mudam, nós mudamos. Qualquer um de nós, quando passa a frequentar o lugar de aluno, muda. Às vezes eu faço palestras para professores, eles mudam também de comportamento. Passam bilhetes, mexem nos celulares. Então é um papel que vem carregado, é um pacote. Portanto os pais esquecem que a escola é para alunos, não para filhos. E a escola acaba falhando nesse diálogo, porque ao invés de falar ‘o aluno’, falam ‘seu filho’. Filho é uma coisa, aluno é outra.

RE - Você diria que a escola brasileira está preparada para essas novas configurações familiares?

RS - Está preparada, só não ousa dizer ‘muito bem, entendi tudo isso e agora vamos lá, mãos à obra’. É preciso um pouco de coragem. Foi preciso muita coragem para a família mudar. Uso como exemplo aquele seriado Anos Dourados. Ele mostrava o inicio da transição das famílias. E veja que ali havia algumas famílias que decidem não mudar e outras que começam a pensar em separação, em divórcio, mas sofrem muito por causa disso. Muitas famílias foram isoladas, excluídas, porque ousaram mudar. Mas foram elas que trouxeram as mudanças para a realidade. Com a escola acontecerá a mesma coisa. As escolas que tiverem essa coragem de mudar, inicialmente serão estranhadas, negadas pela comunidade. Mas serão elas que trarão novos ares para a instituição escolar brasileira. Serão as pioneiras. RE - E essa nova relação com a escola também altera a concepção do que é ser professor? RS - O professor é uma figura, é uma pessoa que exerce uma função dentro de uma instituição. Mas quem precisa guiar essa nova concepção é a instituição. Porque, afinal, as pessoas trabalham em conjunto nessas instituições. Se hoje temos muitos professores chamados de autoritários, retrógrados, é porque a instituição escolar exige isso desses profissionais.

RE - No âmbito da educação, o que hoje é responsabilidade da família e o que é responsabilidade da escola? Em que medida esse trabalho conjunto deve acontecer?

RS - Há uma discussão em pauta na sociedade que foi muito bem abordada

pelo filósofo Fernando Savater, em um livro chamado “O Valor de Educar”, escrito no final dos anos 90. É a questão da diferença entre educar e instruir, que é inócua, não existe. Porque não é possível instruir sem educar, e não é possível educar sem instruir. Então essa é uma diferença que a gente não pode estabelecer. Mas eu falava a pouco que filho é uma categoria e aluno outra. Cabe à família dar conta do filho, tornar essa criança um ser humano de bem, segundo os valores da família. E cabe à escola tornar essa pessoa um cidadão de bem. Ou seja, o filho diz respeito a um ambiente privado, e o aluno a um ambiente público.

RE - Como a escola pode facilitar uma aproximação com a família? RS - É difícil, né? Toda nossa bibliografia, não só brasileira, mas da educação, trata como um tema muito delicado. A pergunta que devemos fazer é: é possível essa relação? Nós conseguimos afirmar é possível, e também sabemos que não é bom quando não há essa proximidade. A maneira que temos agido até hoje, não é boa para a escola, tampouco para as famílias. Porque o que existe é uma relação de poder com uma instituição. A escola é uma instituição que tem um corpo de regras que todo mundo conhece. E as famílias são uma multidão desgovernada, porque cada família é um pequeno núcleo. Então nós teríamos que inventar essa maneira de aproximação. Eu diria que o passo mais simples, é o mais difícil: respeito mútuo. Se cada um começar a respeitar o outro, no sentido de confiar, delegar... A escola tem que se ocupar do seu trabalho e delegar para os pais a educação que eles podem dar. Os pais têm que

“A criança está perdendo o presente. Essa mania que nós adultos temos de pensar no futuro, acaba por roubar o presente delas”.


cuidar dos filhos e delegar para a escola a educação que ela pode e deve dar. Mas hoje, está todo mundo querendo tomar conta um do outro. Por exemplo, não vou fazer isso com o pediatra do meu filho. Se eu vou ao consultório e ele receita um remédio amargo, uma injeção, falo ‘bom, se precisamos fazer isso para ele sarar’, eu dou. É o respeito por esse profissional. As famílias, no entanto, não respeitam a escola dessa forma. Mas também a escola não respeita os pais. Acho que o primeiro passo tem que ser esse. Vamos baixar a guarda e respeitar. Pai e mãe erram? Erram. Escola erra? Erra. Todo mundo erra. Então por que temos que ficar pondo o dedo na ferida um do outro?

sabemos exatamente como, mas temos algumas pistas. Atualmente, os universitários são absolutamente infantilizados. Os professores não sabem o que fazer com esses adolescentes, que não têm autonomia e só querem brincar. Isso é reflexo de uma relação que existe desde a infância. Quando a criança tem quatro ou cinco anos, passam a exigir que ela estude inglês, por exemplo, faça diversas atividades ao mesmo tempo. É importante que a criança tenha tempo para ser criança. Criança precisa brincar, essa é a linguagem da infância. E é brincando que ela se comunica consigo, com as questões internas dela, e com o ambiente externo. E aprende muito nesse processo.

RE - Hoje as crianças têm toda uma

RE - Em entrevista recente, você mencio-

agenda organizada pelos pais e também pelos professores na escola. Acabam, assim, tendo pouco tempo de sobra. Quais as consequências disso para uma criança?

RS - A criança está perdendo o presen-

te. Essa mania que nós adultos temos de pensar no futuro, acaba por roubar o presente delas. Toda vez que a gente rouba um pedaço de vida de uma pessoa, essa pedaço de vida vai voltar. Não

nou que falta também uma aproximação entre pais e filhos. Como criar essa aproximação e ainda assim manter a questão da autoridade e do respeito?

RS - Essa aproximação cria, naturalmente, autoridade. Não é contra ela. Essa aproximação é uma tentativa de conhecimento. Quem é meu filho? Ele não é apenas aquilo que ensinei a ele. Não é uma cópia minha. Ele aprendeu aquilo que ensinei e muitas outras

coisas. Com a combinação de tudo isso, quem ele é? Se eu me interesso verdadeiramente por meu filho, ouço o que ele diz, me interesso em saber, não faço inventário, questionários. Porque normalmente o que as mães sabem fazer é isso. ‘Como foi na escola hoje? Com quem você saiu?’ Isso não é conversa. Conversa é, por exemplo, assistir a um filme ou novela na companhia dos filhos e, em algumas cenas, questionar: ‘se fosse você, o que você faria nessa situação? Entraria em uma situação dessas? O que pensa sobre isso?’ Isso é diálogo. O cinema, inclusive, pode ser um excelente mediador nesse sentido. Porque aí não estarei falando do meu filho. Quando eu falo ‘você, meu filho’, pronto, ele já tapou os ouvidos. Agora, se eu falo desse ou daquele personagem, deixo o campo aberto para ele se mostrar e eu conhecê-lo. E no final do dia, é sempre bom pedir para os filhos contarem a história de seus dias. Sem questionários, e sim estimulando uma narrativa, a contação de uma história. Isso é troca. Se até os sete, oito anos são os pais que contam histórias a seus filhos, a partir dessa idade eles podem contar histórias a seus pais. A gente também aprende com os filhos.

Qual entrevistado você gostaria de ver aqui neste espaço na próxima edição? Envie sua sugestão para contato@revistaescada.com.br

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ho·me·na·gem s. f .

T / Thays Kloss

Paraná se despede

do prof. Belmiro Valverde Dentre os inúmeros legados está o Centro Educacional João Paulo II 20

Curitiba ficou mais triste no dia 29 de março de 2014. O professor, economista e ex-secretário de Planejamento e Educação do Paraná, Belmiro Valverde Jobim Castor, faleceu aos 71 anos, vítima de um mal súbito do coração.

Como professor, dava aulas na Universidade Positivo, na FAE Business School, no doutorado em Administração da PUCPR, entre outras instituições, e foi professor titular da Universidade Federal do Paraná de 1971 a 2004. Nascido em Juiz de Fora e curitibano por adoção, Belmiro recebeu diversas homenagens ao longo da cerimônia do velório. Entre elas, uma salva de palmas e um discurso feito pelo jurista René Dotti em nome da Academia Paranaense de Letras, da qual Belmiro era membro. Dotti ressaltou o caráter do amigo e a dedicação dele a pensar o estado. “Ele acreditou no Paraná e merece reconhecimento pelo trabalho que conduziu”, disse. Dentre os diversos legados deixados pelo professor Belmiro, um sonho que foi colocado em prática: o Centro Educacional João Paulo II (CEJP II), em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Inaugurada em 2007, a instituição se propõe a dar oportunidade de ensino de qualidade a alunos carentes da cidade. Construída com a ajuda de doadores e voluntários, a escola é uma organização privada, sem fins lucrativos. Atende mais de 282 crianças e adolescentes em período integral e em regime de contraturno (do Ensino Infantil ao 9º ano do Fundamental).
Oferece atividades como oficinas de música, teatro, dança, informática, karatê, artes, além de orientação nutricional, brinquedoteca, biblioteca, quadras esportivas e espaços pedagógicos especialmente projetados.

Dados preocupantes Apesar dos avanços consideráveis da última década, o acesso a uma educação de alta qualidade é um problema para as crianças das camadas mais baixas de renda no Brasil Estudos mostram que, em geral, o modelo de educação pública não tem sido capaz de levar essas crianças de menor condição econômica a ter competências e capacidades intelectuais que as sociedades modernas exigem. Como consequência, elas acabam excluídas das oportunidades oferecidas pelo Brasil, que já é a quarta maior economia mundial.

 A idade em que as crianças entram na escola no Brasil é de seis anos, quando deveriam iniciar aos três, e o tempo de permanência diária na escola é de quatro horas em média, enquanto a recomendação é de sete a oito. 
O baixo índice de educação no local em que a escola se encontra, em Piraquara, é visível, uma vez que a formação acadêmica universitária dos professores é de apenas 33%.


CEJP II em números:

Saiba como ajudar

FUNCIONÁRIOS

Para que o belo trabalho iniciado pelo professor Belmiro tenha continuidade, é possível contribuir com doações para o Centro Educacional João Paulo II de quatro diferentes formas, confira:

Trabalham cerca de 30 profissionais dedicados à educação, e no apoio de secretaria, manutenção e limpeza, alimentação e vigilância. No CEJP II, todos os professores possuem nível universitário e diferentes especializações na área educacional.

CUSTOS DE MANUTENÇÃO

A manutenção da escola custa em torno de R$ 70 mil mensais, ou seja, cada aluno custa cerca de R$ 350 por mês. Os custos já estão sendo cobertos por meio das doações.

ALIMENTAÇÃO

A escola oferece mais de 500 refeições por dia.

CONTRATURNO

O contraturno tem 4 horas diárias e acontece das 8h às 12h ou das 12h às 16h30. As crianças almoçam na escola. No contraturno as crianças têm aula de reforço de Português e Matemática. 

Em parceria com o SESI/PR, têm oficina de música, dança, teatro, educação física e artes plásticas.

4 Doação mensal com valores acima de R$ 100, por meio de boleto. Cadastre-se pelo telefone (41) 3079-7810 ou pelo email joaopaulosegundo.piraquara@gmail.com 4 Faça sua própria campanha, escolha um evento como Páscoa, Natal, Festa de fim de ano, aniversário e troque os presentes por doações para o CEJPII. 4 Doe o quanto quiser, quando puder. Dados bancários da escola: Banco HSBC (399) - Agência 0054 - Conta corrente 88998-00 - CNPJ 08.999.188/0001-35. 4 Doação com abatimento no Imposto de Renda, por meio de doação no Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Piraquara. Abatimento válido para doações feitas até 31 de dezembro do ano de exercício do imposto. O limite de abatimento é de 6% sobre o valor da doação e é valido para as pessoas que preenchem o formulário completo da declaração. Mais informações acesse no site da Prefeitura www.piraquara.pr.gov.br ou pelos telefones (41) 3590-3401 e 3590-3402.

Saiba mais: www.joaopaulosegundo.org.br 21


his.tó.ria sf T/ Marília Bobato

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Novo Ateneu: conhecimento renovado de geração em geração

Existem famílias inteiras cuja formação acadêmica básica foi realizada no Colégio Novo Ateneu (CNA). Em alguns casos, são quatro

gerações que estudaram e estudam por lá. Afinal, são 89 anos de história em Curitiba.

Nascido dos ideais pedagógicos da família Vianna – mesma mantenedora do UNICURITIBA – o Novo Ateneu já passou por três endereços distintos e, desde 1997, está instalado no bairro Seminário. Oferta turmas do ensino infantil ao médio e para se manter na ativa por tanto tempo aposta na capacidade de se reinventar. À frente da administração do colégio está a diretora Vera Pugsley Julião. Há nove anos no cargo, ela acumula uma experiência muito mais vasta, já que foi aluna e professora da instituição. Alguns de seus familiares também fazem parte dessa história. “Considero que o que gera essa continuidade é o clima familiar e a maneira como as famílias são tratadas e respeitadas nesse estabelecimento, já que prezamos pela educação que considera o indivíduo em sua totalidade”, diz a diretora. Para ela, não é possível educar sem a presença constante da família. “Somos parceiros com objetivos comuns. É com essa forma de pensar e traduzindo-a em ações diárias que compreendemos a família como parte do Colégio da mesma maneira como o Colégio onde estudamos faz grande parte em nossas vidas”, completa. Em total sintonia com os valores da instituição, a diretora garante que boa parte de sua formação é fruto dos valores que hoje busca manter e desenvolver nos alunos.


Próximos passos

Os desafios do CNA para os próximos anos estão centrados na capacidade de enfrentar a rapidez das transformações mundiais, de oferecer respostas efetivas às necessidades diferentes de conhecimento, sem esquecer dos valores humanos.

Comemoração

Para comemorar os 89 anos de história, nada melhor que realizar uma atividade envolvendo os alunos. Sendo assim, os alunos de 6º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio foram convidados a participar de um concurso de fotografias em modo ‘selfie’ ambientadas no colégio. O trabalho apresentado pelos alunos foi julgado com o auxílio dos universitários e professores curso de Publicidade e Propaganda do UNICURITIBA e o resultado foi uma grande festa para quem estava presente na premiação. A terceira colocada, Juliana Fogiatto, ganhou um vale-lanche do McDonald’s para duas pessoas; a aluna Ana Beatriz Armelin, que foi a segunda colocada, recebeu um vale-produtos (cinema e pipoca) UCI no valor de R$50,00; e o primeiro colocado, o aluno Anderson Ganz Onofre levou um aparelho celular MotoG Colors. Já os estudantes do ensino infantil até o quinto ano, comemoraram o aniversário no dia 25 de março, data exata do aniversário do colégio. A festa teve um simbólico ‘Parabéns pra você’, bexigas e bolo confeccionado pelos alunos na aula de Culinária.

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Projeto Educação Paulinas Educador, este projeto é seu, é nosso! Compartilhe com sua escola. Dividido em quatro eixos norteadores: Identidade, Convivência, Diversidade e Convivência Planetária, o projeto traz um conjunto de propostas pedagógicas e ações inovadoras que oferecem aos educandos aprendizagem e vivência de valores por meio da literatura infantojuvenil, CDs, DVDs e sugestões de atividades pedagógicas em sala.

Abrace conosco essa ideia!

Para conhecer e participar do projeto, acesse o blog reconstruir.paulinas.org.br ou entre em contato conosco. Paulinas Livraria : Rua Voluntários da Pátria, 225 – Curitiba-PR Tel. (41) 3224-8550 | (41)9865-2447 (TIM) promocuritiba@paulinas.com.br | www.paulinas.org.br


as.so.ci.a.das adj

Universo das Associadas Tecnologia a serviço da educação Pensando em encantar e evolver o aluno, tendo a tecnologia como aliada no processo de ensino aprendizagem, o Grupo Marista lançou o FTD Digital Arena. Espaço educativo, único na América Latina, que transforma o cinema em sala de aula e possibilita aos professores, de escolas públicas e particulares, trabalharem com seus alunos diversos conteúdos pedagógicos por meio de uma experiência sensorial, interativa e inovadora. O espaço, de 980m², localizado no Câmpus Curitiba da PUCPR, apresenta uma tela em formato de cúpula, com 14 metros de diâmetro, para exibição de filmes educativos em 360 graus imersivo, denominado Fulldome. Por meio dessa tecnologia, que une as características de um planetário digital com as de um cinema 4D de alta definição, os alunos têm a sensação de estar dentro do filme, como personagens espectadores.

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Para facilitar a fixação do conteúdo apresentado nos dos filmes, o FTD Digital Arena oferece aos educadores o Guia do Professor. Material com atividades pedagógicas, alinhadas a cada um dos níveis de ensino, contendo atividades correlatas que podem ser trabalhadas em sala de aula antes e depois de cada sessão.

A sala de exibição conta com 120 assentos interativos com lugares para portadores de necessidades especiais, além de um sistema de vibração interligado ao sistema de som. A exibição dos filmes educativos para as escolas acontece de terça a sexta-feira, das 9h às 21h, mediante agendamento. Os professores podem conferir a relação completa dos filmes educativos disponíveis em: www.ftddigitalarena.com. br/digital-arena/educacional

Trote solidário beneficia APACN e asilos Mais de 1.500 estudantes da FAE Centro Universitário, entre calouros e veteranos, escolheram trocar o trote tradicional pelo solidário. Por meio de uma gincana entre as unidades da instituição de ensino em Curitiba e São José dos Pinhais, nos meses de fevereiro e março, os universitários arrecadaram cerca de 7 mil fraldas geriátricas, que foram direcionadas para asilos, e mais de 500 unidades de leites especiais e de alto custo, para a APACN Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia.

Grandes descobertas em pequenas experiências As turmas do 6.º ano, do Colégio Bom Jesus Água Verde, em Curitiba, iniciaram 2014 com muitas descobertas na área de Ciências. Ao estudar o conteúdo de Ecologia puderam compreender um pouco mais sobre a importância de todos os elementos vivos e não vivos dos ecossistemas. Para comprovar esse fato, foram construídos minhocários, no laboratório, durante as aulas de Ciências, com a utilização de materiais simples e reutilizáveis. A partir dessa atividade, os alunos também perceberam a importância da valorização

da dinâmica da vida, com um olhar voltado ao Ano Internacional da Agricultura Familiar, proposto pela Unesco. Para o desenvolvimento da atividade, todos foram orientados sobre a importância dos seres vivos para o equilíbrio ambiental e receberam informações pertinentes sobre como cuidar do pequeno ecossistema que construíram em garrafas PET. Durante cinco dias, cada aluno fez uma observação criteriosa e anotou todas as alterações que estavam ocorrendo em seu minhocário.


Encontro da Juventude Sionense

Os alunos do Colégio Sion Curitiba, sedes Batel e Solitude, estiveram em São Paulo, de 30 de abril a 03 de maio, para o 6º Encontro da Juventude Sionense no Colégio Sion, no bairro Higienópolis. O encontro, que acontece anualmente desde 2008, reuniu quase 100 alunos de todo o país com idade entre 15 e 18 anos e teve como tema Ser Sion. De Curitiba partiu um grupo com 20 alunos, uma ex-aluna e cinco professores. Mais do que uma reunião de jovens, o Encontro foi uma oportunidade única para integração entre os alunos, aprofundamento no Carisma de Sion, fortalecimento das amizades, atividades esportivas e recreativas, passeios, espiritualidade e orientação profissional e para a vida. Os participantes também estão envolvidos em um grupo de Pastoral denominado Jovens Amigos Sionenses (JAS) e trabalham com o voluntariado nas sedes Batel e Solitude.

International Fair reúne famílias de diversas nacionalidades Aconteceu em abril um dos eventos mais esperados pelos estudantes do International School of Curitiba (ISC) – a International Fair (Feira Internacional). Trata-se de uma feira anual das nações organizada pelo PTA (Parents Teachers Association ou Associação de Pais e Mestres) na sede do colégio, em Santa Felicidade, em Curitiba. Durante a confraternização as famílias de diversas nacionalidades apresentam curiosidades sobre suas culturas por meio de danças, música, gastronomia e desfiles. Este ano o evento teve uma novidade: para dar oportunidade de todos os pais participarem, o colégio criou a “Barraca

Trote Sustentável

Cosmopolita”, onde puderam ser encontrados pratos de diversas nacionalidades. Entre os países representados na feira estiveram Brasil, EUA, Israel, Espanha, Itália, México, Alemanha, França e Japão. A feira é considerada uma grande oportunidade para trocar experiências e conhecimento sobre as tradições e costumes de cada país. “A comunidade do ISC é composta por 25 nacionalidades e é importante que todos conheçam as particularidades de cada cultura. Além de muito divertido, esse evento contribui para o respeito e a harmonia da instituição como um todo”, afirma a presidente do PTA, Debbie Keys.

A UNICURITIBA promoveu em 2014 o 1º Trote Sustentável. A iniciativa teve como objetivo a participação de alunos ingressantes nos cursos de graduação da instituição em uma ação solidária para que marque o início de sua carreira acadêmica, unindo a sua formação profissional, práticas capazes de sensibilizar e conscientizar para as transformações sociais e ambientais necessárias. A ação compreendeu uma gincana de sustentabilidade (Eco-Gincana), com a arrecadação de lixo eletrônico. Foram arrecadadas quase 14 toneladas de materiais que foram destinados à Associação dos Trabalhadores na Separação de Resíduos Recicláveis de Colombo (RESOL).

Atuação no trânsito O projeto “A tua ação positiva no trânsito” envolve as crianças do Jardim II da Escola Atuação. As famílias dos alunos foram comunicadas sobre a realização do projeto e cada uma confeccionou com seu filho um carro de caixa de papelão para participar. O resultado foi um desfile com modelos de carrinhos de papelão incríveis para as crianças - embora tão pequenas - já aprenderem a importância de respeitar o trânsito.

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di.re.to.ri.a sf

Ações da diretoria Evento nas regionais No período de 24 a 28 de março, o Sinepe/PR promoveu um ciclo de cursos
e palestras voltado para profissionais da comunidade escolar nas cinco regionais do Estado. A abertura dos eventos ficou por conta do representante da diretoria, Prof. Pedro Weins, que também atendeu as direções das instituições regionais. Foi realizado o curso de Documentação e Registro Escolares, ministrado pela assessora pedagógica do Sinepe/ PR, Fátima Chueire Hollanda, e apresentadas duas palestras: “Família: eu, tu e eles – vínculos”, pela doutora em Linguística aplicada e Estudos da Linguagem, Magda Branco, e “Disciplina: Quando o Professor se torna um mestre”, pelo mestre em Ciência Política, Alexandre Chueire Lopes.

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No total, 450 pessoas participaram das capacitações que aconteceram nas Regionais Campos Gerais (Ponta Grossa), Central (Guarapuava e União da Vitória), Sudoeste (Francisco Beltrão e Pato Branco), Oeste (Cascavel) e Cataratas (Foz do Iguaçu).

V Mostra de Responsabilidade Social da Escola Particular O tradicional churrasco do Pequeno Cotolengo, realizado no dia 4 de maio, contou com instituições de ensino particulares associadas ao Sinepe/PR, associações e ONGs que tiveram a oportunidade de mostrar seus trabalhos de responsabilidade social e ambiental aos presentes. A iniciativa fez parte da V Mostra de Responsabilidade Social da Escola Particular e contou com apresentação do coral infantil do Grupo Educacional Uninter; contação de histórias feita por alunos da Faculdade Facel; apresentação da The Disco Dance Show, entre outras atividades. A abertura foi feita pelo presidente do Sinepe/PR, Jacir J. Venturi, pelo diretor-presidente do Pequeno Cotolengo, Padre Rodinei Carlos Thomazella, e pelo diretor de planejamento do Sinepe/PR, Ademar Batista Pereira.

Palestra com Marcos Meier O Sinepe/PR promoveu no dia 17 de maio, uma palestra para educadores com o consultor educacional Marcos Meier. O evento ocorreu no auditório do Opet e teve lotação completa. Mais informações sobre os eventos promovidos pelo Sinepe/PR: www.sinepepr.org.br e 41 3078-6933.


Lançamento da IV edição do Planeta Reciclável

O Isopor® é uma matéria-prima nobre para ser jogada no lixo. E de olho nesse potencial, é que o material tem sido reciclado, apesar de muita gente desconhecer o fato de que ele pode voltar à cadeia produtiva. A fim de disseminar o conceito de sustentabilidade, com ênfase na reciclagem do Poliestireno Expandido (EPS), mais conhecido como Isopor®, o Sinepe/PR promove pelo quinto ano consecutivo o projeto Planeta Reciclável®. O projeto é realizado em parceria com a Meiwa Indústria e Comércio Ltda, de São Paulo e, desde 2010, já mobilizou a participação de quase 70 escolas e mais de 13.100 alunos e professores da rede particular de ensino. Em 2014, a previsão é que o projeto atenda 16 escolas e 2,2 mil estudantes e professores. A primeira parte do projeto teve início em 25 de março, com a realização de um ciclo de palestras nas escolas participantes, voltado para alunos do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Os estudantes foram convidados a participar de um concurso cultural para desenvolver trabalhos sobre a reciclagem do Isopor®. Os melhores trabalhos serão premiados e expostos na V Mostra da Escola Particular sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos, que acontecerá nos dias 5, 6 e 7 de junho, no Shopping Palladium. A proposta do evento é também comemorar o Dia Internacional e a Semana Nacional do Meio Ambiente. Em 2014, o Planeta Reciclável® conta com o apoio da Santa Luzia, RMB Pack, Shopping Palladium, Serra Verde Express e Parque Beto Carrero World.

o Curso para as instituições de ensino superior

No dia 14 de maio, o Sinepe/PR promoveu o curso Novo Instrumento de Avaliação Institucional Externa, voltado para as instituições de ensino superior. O objetivo foi capacitar e atualizar os profissionais que atuam em todos os setores da gestão acadêmica, especialmente os diretores e demais gestores acadêmicos. Recentemente aprovado e disponibilizado pelo INEP, o novo Instrumento de Avaliação Institucional Externa apresenta os eixos de avaliação e respectivos indicadores de qualidade, assim como os requisito legais e normativos necessários para credenciamento, recredenciamento e transformação de organização acadêmica na modalidade presencial. O curso foi ministrado pelo especialista Gustavo Monteiro Fagundes.

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ar.ti.go sm

T / Hélio Adão Greven - Professor titular aposentado da Universidade Federal do Rio Grande Do Sul (UFRGS) e consultor do sistema construtivo Fast-Flex para instituições de ensino.

Sistemas construtivos inovadores: opção de vanguarda no espaço escolar

A Norma Técnica Brasileira NBR-15575, fixa os parâmetros de desempenho das edificações, padronizando e equiparando o comportamento das edificações quando em uso, habilitando assim os usuários a avaliações consistentes e permanentes. Dentro dos parâmetros de evolução da construção civil foram desenvolvidos sistemas construtivos industrializados específicos, visando projetos e implantação de espaços físicos escolares de todos os níveis e portes, apresentando custos otimizados e prazos de construção reduzidos. Hoje, os sistemas industrializados de construção são soluções ideais para construir os espaços necessários em sintonia com as reais necessidades de cada caso, seja quanto a volumetria, a compatibilização e integração com o entorno e vizinhança, e de urbanizaPG 28 ção e meio ambiente. A mais expressiva afinidade de sistema construtivo com a realidade

nacional de implantação de edificações escolares é identificada pela utilização de monoblocos, produzidos atendendo a Norma Brasileira 15575 em sua plenitude e configurada por estrutura metálica portante e vedações externas em matérias de última geração, especificamente concreto de alto desempenho, armado com fibras de vidro especiais. A compartimentação interna e os materiais de acabamento são de livre escolha dentro das boas técnicas construtivas e das disponibilidades do comércio de materiais de construção visando entre outras determinantes a facilidade de manutenção durante a vida útil da edificação. A sistemática de integração dos monoblocos entre si, permite arranjos os mais diversos, garantindo grande flexibilidade dos projetos arquitetônicos, porquanto a adição em linha ou em altura de até três pavimentos proporciona total liberdade aos arquitetos e projetistas envolvidos com o tema. A partir de um pressuposto de necessidades, as partes envolvidas, ou seja instituições

públicas ou privadas em conjunto com os arquitetos e especialistas da empresa construtora detentora de tecnologia industrializada aplicada a unidades escolares, determinam o escopo da edificação, acertam detalhes e especificações e determinam prazos curtos e garantem custos fixos. A edificação é entregue dentro do contratado ‘pronta para uso’ e de forma ‘limpa’, ou seja, contribuindo para uma construção sustentável. No espaço de tempo em que o sistema construtivo é produzido na fábrica, são realizados os trabalhos referentes à implantação da obra (terraplenagens, redes de infraestrutura etc.), não havendo adição de prazos referentes às precedências. Uma vez concluída a infraestrutura local, são iniciados os trabalhos de montagem, ganhando-se assim em qualidade, tempo e preço. Os sistemas construtivos industrializados garantem a entrega da obra “pronta para uso”, dentro do prazo estipulado, na qualidade especificada e no preço fixo e final fixados em contrato.

_luiza abend

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A educação no Brasil ainda se ressente dos níveis e patamares em que se situa, os quais segundo parâmetros internacionais, é considerado baixo ou insatisfatório. Enquanto os governos federal, estadual e municipal se movimentam no sentido de alterar positivamente esse quadro quanto aos aspectos pedagógicos, a iniciativa privada participa com proposições inovadoras que visam atender, ampliar e melhorar os espaços físicos necessários para implementar e alcançar as metas almejadas.


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T / Jacir J. Venturi - presidente do Sinepe/PR.

Desvalorização do professor, o maior limitador da nossa melhoria na educação Nenhum país nutre tão profundo respeito aos mestres quanto o Japão. Senti-me privilegiado por conviver um fim de semana com 40 docentes nipônicos para uma troca de experiências. Eles dedicam dois turnos a uma única escola, onde lecionam, atendem os alunos, corrigem tarefas, preparam aulas e praticam esportes. Nesse nobilíssimo ambiente prevalece o respeito às normas, à hierarquia e, com a efetiva participação dos pais, tem-se uma boa rotina escolar. Professores e alunos têm em conjunto um almoço frugal na escola, feito por uma cozinheira e, pedagogicamente louvável: não há inspetores, nem zeladoras. A limpeza dos pratos, talheres, pátios, salas, corredores, é tarefa dos alunos e professores. Com autoestima elevada, dizem os mestres nipônicos que gozam da deferência da comunidade, recebem incentivos para viagens e são considerados “bons partidos” pelas moças casadouras pelos 40 dias de férias, emprego estável e por gostarem de crianças.

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a sublime missão de legar uma geração melhor que a nossa. O reconhecimento advém necessariamente de uma postura modelar e profissionalismo do docente. E para esse mister há um axioma básico: aula a ser dada, merece ser bem dada e, para tanto, bem preparada. Uma boa aula representa momentos de enlevo e de felicidade genuína – enfim, é uma excelente terapia para professores e alunos. Após 43 anos vivenciando intensamente o ecossistema educacional em todos os níveis, permita-me um depoimento: reverencio profundamente cerca de dois terços dos nossos professores, pedagogos e gestores. Esses merecem um maior reconhecimento da sociedade, inclusive salarial. O outro um terço, porém, compromete profundamente um bom trabalho pedagógico pelo desinteresse, corporativismo ou militância ideológica.

Reconhecidamente, parte das escolas padecem do despreparo ou da falta de autonomia dos gestores. Para o educador José Pacheco, a crise do nosso ensino é mais abrangente, pois “é uma crise moral”. Sim, a escola é um cadinho da sociedade onde ela está inserida. Notícia recente destaca que das 30 cidades mais violentas do mundo, 11 são brasileiras. E não há como o espaço escolar ficar imune. Tabulou-se o questionário aplicado durante a Prova Brasil de 2011, aos alunos do 5º ano ao 9º ano em instituições públicas, e obteve-se um resultado horrendo: 4195 professores foram agredidos fisicamente dentro dos colégios. A degradação de valores é sintomática quando se coteja o custo médio de um preso em uma penitenciária – 1.887,80 reais – com o salário de 1.044,94 reais de um professor com licenciatura plena, 20h, recém-ingresso (Gazeta do Povo, 27/01/13). Um gap de 80% entre esses dois custos, isso no Paraná, e na maioria dos estados é ainda pior. Retornando ao parágrafo inicial: no Japão, todos os súditos se inclinam ao saudar à Sua Majestade. Menos o professor, sob a irretorquível premissa de que “não há um bom imperador, sem bons professores.” Já no exílio em Paris, o nosso D. Pedro II foi além: “Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro”.

Embora discretos, verbalizam uma lamúria: o salário é aquém dos engenheiros, médicos e executivos. Quem depende de aluguel em Tóquio compromete metade do holerite de 4 mil dólares.

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Resgatar o prestígio e até o glamour da carreira do magistério no Brasil é o primeiro passo para uma significativa melhoria em nosso combalido sistema educacional. A desvalorização do professor é o principal limitador para que os nossos mais talentosos alunos abracem _luiza abend

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T / Douglas Forte – Representante comercial da Escolar Online.

O resgate da arte _luiza abend

O resgate da arte de brincar 30

Em tempos de grandes mudanças e avanços tecnológicos, faz-se necessário resgatar a arte de brincar. A simplicidade de pular amarelinha, andar de perna de pau, jogar pião, trazem a chance das crianças resgatarem formas de brincar e de se divertirem com criatividade.

quantidade, qualidade e variedade, o que significa exemplares variados, seguros, resistentes e com um bom aspecto estético.

Brincar é a linguagem que as crianças usam para se manifestar, descobrir o mundo e interagir com o outro. Quando ela é incentivada, adquire novas habilidades e desenvolve a imaginação e a autonomia.

Para que os brinquedos cumpram bem essa função, faz-se necessário aliar métodos e novas práticas de propagar o ensino de forma lúdica a fim de contribuir como crescimento das crianças e, consequentemente, da educação. Com o objetivo de encarar este desafio, nós, da Escolar Online, optamos por trabalhar com produtos feitos a partir de matéria-prima atóxica, recicláveis e produzidos com consciência ecológica.

Um estudo realizado no Instituto de Psicologia (IP) da USP demonstra que crianças que tem contato com brinquedos e jogos educativos se desenvolvem melhor. Constatando tais benefícios, é possível afirmar que os brinquedos têm papel fundamental no desenvolvimento infantil.

A proposta é atender de forma personalizada as instituições de ensino, por isso desenvolvemos junto a clientes, e com assessoria de um departamento de inteligência pedagógica, a oportunidade de customização de brinquedos para as necessidades regionais.

Mas não basta deixar o acervo da pré-escola ao alcance dos pequenos, imaginando que, por já brincarem sozinhos em casa, eles saberão o que fazer. É essencial oferecer objetos industrializados e artesanais, organizar momentos em que o grupo construa seus próprios brinquedos e ampliar as experiências das crianças. Tudo isso sempre equilibrando

É possível ainda prover a capacitação do uso da nossa linha de produtos com profissionais e doutores em Educação para um melhor aproveitamento de um item lúdico em sua totalidade. Dessa forma, fica mais fácil de incorporar esses recursos inteligentes à rotina dos pequenos e garantir diversão e aprendizagem.


me.m贸.ria s.f.


Escola particular. Educação de qualidade.

Mais de 2 mil instituições associadas no Paraná www.sinepepr.org.br


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