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Divulgação
Editorial
Expediente
Com a boca no trombone
O
gigante acordou. Ou parece ter acordado. Como tudo nos dias atuais é muito dinâmico, não podemos garantir que uma ação realizada em um período de 15 dias perdure pelos próximos 15. Mas já foi alguma coisa. Mostramos que ao menos dormindo não estamos mais. A sociedade civil foi para rua e deu um “basta” não somente ao aumento das passagens de ônibus. O povo disse “chega” à quantidade de impostos que pagamos e ao retorno precário que recebemos. E é exatamente sobre isso que tanto escrevemos neste editorial há anos. Isso porque os empresários da indústria estão cansados de pagar tantos tributos, recebendo em troca uma infraestrutura logística precária, com estradas esburacadas e perigosas, sem opções ferroviárias ou marítimas. Estão cansados de pagar um custo absurdo pela energia, encargos trabalhistas e juros. O empresário brasileiro movimenta a economia, gera empregos, fabrica produtos nacionais. Mesmo assim vê cada vez mais deficitária sua balança comercial no final do ano, com toda a demanda de consumo sendo absorvida pelo que vem de fora. Evidente que houve avanços, a indústria foi em parte ouvida pelo governo federal e parece que há luz no fim do túnel. Mas contentar-se com o comodismo não parece ser mais atitude nem da sociedade, nem da indústria. As pessoas nas ruas, as redes sociais agendando a massa e os empresários pressionando o Estado para que haja um melhor planejamento para a indústria são atitudes que mostram que o gigante acordou. Estamos de olho. Boa leitura!
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PLAST VIP Zeca Martins
Nordeste Gaúcho está em pauta A
indústria de transformação da Serra gaúcha estima investir mais de R$ 170 milhões em máquinas e equipamentos ainda em 2013. Conforme pesquisa inédita contratada pelo Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), na área de cobertura do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Rio Grande do Sul (Sinplast), as empresas calculam investimentos na faixa de R$ 200 milhões. Desta forma, as 1,3 mil empresas do segmento em todo o Estado devem investir na aquisição de máquinas e equipamentos cerca de R$ 370 milhões. Tais números reforçam a importância da região na cadeia produtiva do plástico nacional e dentro deste contexto a Plastech Brasil 2013 – Feira de Tecnologias para Termoplásticos e Termofixos, Moldes e Equipamentos, se apresenta como grande oportunidade de geração de negócios. Tradicionalmente conhecida como grande polo produtivo de diversas indústrias, entre elas, de transformação de plástico, o nordeste gaúcho está muito bem organizado pelos sindicatos que atuam na região. O Simplás, que representa os empresários do setor, está sempre atento às demandas de seus associados, buscando através de ações e parcerias melhorar a produtividade do segmento. Em 2013, José Antônio Severo Martins passou a desempenhar a função de Diretor Executivo da entidade e da Plas6 > >Plástico 06 PlásticoSul Sul> >Maio Maiode de2013 2013>>>>
tech Brasil. Zeca Martins, como é mais conhecido, atuava como Diretor Adjunto de Promoção Comercial e Atração de Investimentos, na Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), junto ao governo do estado do Rio Grande do Sul. Exerceu neste período a coordenação executiva do programa setorial da indústria petroquímica, de material plástico e produtos de borracha. Graduado em jornalismo, foi repórter de economia de importantes jornais do centro do país. Com MBAs nas áreas econômica, financeira e de gestão atuou na Marcopolo por muitos anos. Na AGDI, estava desde 2011 atuando na coordenação dos referidos setores dentro do governo. “Foi uma transição quase que natural”, explica Zeca Martins em entrevista exclusiva à Revista Plástico Sul. Revista Plástico Sul - Dentro da AGDI quais foram as ações realizadas? José Antônio Severo Martins - Para preparar o programa nós fizemos mais de 20 reuniões, envolvendo mais de 50 pessoas. Eu era a porta de entrada no governo das empresas que tinham interesse em expandir suas ações, suas operações.
Plástico Sul - Com a experiência que adquiriste como avalia o desempenho do setor no Rio Grande do Sul? Zeca Martins - O ano de 2012 foi difícil não só para o setor plástico, mas para todos. Na
nossa região temos um fator que acaba impactando o mercado. Nós tivemos uma grande empresa e toda a cadeia produtiva ligada a ela que teve uma queda muito grande no ano de 2012 em função do Euro 5. Apenas explicando: antes de 2012, o motor era o Euro 3, a partir de 2012 tinha que usar o Euro 5.Então em 2011 as empresas anteciparam as compras de caminhões, e isto afetou os negócios de 2012. Desta forma as empresas de implementos rodoviários da nossa região tiveram uma queda que impactou toda uma cadeia. Isso, associado às crises nacional e internacional, acabou refletindo no setor. Nós tivemos ainda um aumento de importações de plásticos transformados, redução das exportações e encarecimento de resinas. Tudo colaborou para um desempenho não muito bom. Plástico Sul - E como avalias 2013? Zeca Martins - Em 2013 o ano começou muito bom, mas fevereiro e março não foram como esperávamos, acreditamos ainda na retomada do mercado. Acredito que exista uma certa dúvida geral do mercado e as pessoas ficam meio encolhidas. Nós fizemos uma pesquisa com nossos associados, e a expectativa de investimentos para este ano está girando em torno de R$ 170 milhões. A partir disso nós fomos conversar com o Sinplast para ver quais eram as expectativas deles e nos disseram que há mais R$200 milhões em investimentos previstos para 2013. Desta forma,
o expositor da Plastech que fornece para os transformadores terá oportunidade de abocanhar uma parte de R$ 370 milhões, que é o valor que o nosso setor está com expectativa de investir este ano. Plástico Sul - Quais as medidas para auxiliar no fomento dos negócios? Zeca Martins - Nós continuamos com o PSI (Programa de Sustentabilidade da Indústria) que tem taxas de 3,5% ao ano, fixa. O plástico está também no Programa Revitaliza, do BNDES, que tem taxas de 8% ao ano para ampliações de prédios. Nós temos grandes oportunidades este ano, a economia deve retomar. A indústria é o setor que mais está contratando. Isso demonstra que esta indústria está encontrando o momento para investir, e este momento de investir tenho certeza que se dará dentro da Plastech Brasil. Plástico Sul - Quais são as perspectivas para a Plastech 2013? Zeca Martins - Esperamos um aumento considerável no número de expositores, trabalhamos com a estimativa de 400 empresas para este ano e uma visitação de 25 mil pessoas. Nossa meta é esta, mas objetivamos superá-la. Nós temos novos expositores, parcerias que estão se criando e estamos procurando dar uma visão diferenciada da feira. Estamos tentando mostrar que para o nosso visitante e expositor, participar da Plastech mais do que tudo é um ótimo negócio, porque ele terá oportunidade de ver o que há no mercado em termos de tecnologia, terá a possibilidade de aproveitar as taxas de juros do BNDES que estão muito baixas, negativas em relação a nossa inflação. É o momento certo para o empresário investir. No ano passado essa taxa era 2,5%, ou seja, já perdemos 1 ponto percentual, então vamos nos apressar para não perdermos a oportunidade. Plástico Sul - No tempo que ficaste na AGDI qual foi a "temperatura" que tiraste dos empresários do setor? Zeca Martins - Nós tivemos a oportunidade de fazer muitos atendimentos com as empresas e pelo fato de eu ser o coordenador, conversava muito com eles e houve bastante investimentos. Algumas empresas estão se ressentindo: criaram capacidade instalada, mas não estão conseguindo exercer esta capacidade, o que acho que é momentâneo.
Plástico Sul - O parque industrial gaúcho precisa de renovação. Dentro deste contexto qual o papel da Plastech? Zeca Martins - Nós teremos parceria de vários bancos presentes na feira, que acredito que facilitará a negociação. Haverá oportunidade de já fechar um negócio, buscando um PSI ou Finame para as máquinas nacionais. Em relação às importadas, este ano estamos trazendo expositores e visitantes tanto da China quanto da Índia. Teremos uma feira com um perfil um pouquinho diferente da edição anterior. Então, teremos mais essa pitada de diferencial com empresas de outros países que estarão no evento, dando novas oportunidades para o nosso visitante. Plástico Sul - Como funcionará o Recicla Plastech Brasil? Zeca Martins - Será um espaço muito interessante, ligado à questão da sustentabilidade. Os empresários já passaram pela época da produtividade, da qualidade e agora estamos na época da sustentabilidade. O governo está implantando uma Política Nacional de Resíduos Sólidos e é importante que estejamos atentos a estas questões. O espaço Recicla Plastech Brasil será uma Ilha de Reciclagem, onde mostraremos dentro da feira para o visitante e expositor, todo o processo de reciclagem. Nós vamos separar todos os resíduos da feira, utilizar o máximo que pudermos na fabricação de banquinhos, nossa meta é 5.700 banquinhos que serão distribuídos para as escolas municipais. O que não for possível reciclar na feira entregaremos para a CODECA (Companhia de
Desenvolvimento de Caxias do Sul), já selecionado. Será um grande exemplo que a Plastech procurará passar para todas as pessoas, apresentando a importância e o resultado. Plástico Sul - Essa ação é importante neste setor que é tão discriminado por alguns integrantes da sociedade? Zeca Martins - Na verdade queremos mostrar que o plástico não é o inimigo número 1 do meio ambiente. Na verdade é o amigo número 1 porque conseguimos reciclar nossos resíduos, o que não acontece com outros setores. Queremos mostrar aos ambientalistas que nós trabalhamos dentro do sindicato, tanto em nível regional, quanto nacional na questão da reciclagem. Hoje, em torno de 38% da matéria-prima transformada entre os nossos associados já é reciclada. Esse número mostra que está existindo uma consciência do nosso associado em buscar a sustentabilidade. Plástico Sul - Qual o faturamento do setor na região de abrangência do sindicato? Zeca Martins - Nosso faturamento em 2012 foi em torno de R$ 2,7 bilhões. Esse é um numero que não tínhamos. Estamos trabalhando a questão da informação do nosso setor. Essa diretoria efetivou essa primeira pesquisa que terá continuidade. Estamos trabalhando junto aos outros sindicatos do estado. Negociando um relatório setorial. O ano que vem estamos fazendo 25 anos e pensando o que iremos fazer, nos preparamos para dar continuidade ao que a diretoria está realizando e preparar para 2014. PS << Maio de 2013 < Plástico Sul < 7
Polo Plástico Gaúcho
Setor mobilizado Cadeia produtiva do plástico no RS se organiza para ampliar o desempenho do setor e transformadores gaúchos anunciam investimentos.
O
Rio Grande do Sul é um dos principais polos plásticos do país. O estado conta com a cadeia produtiva completa, congregando as três gerações petroquímicas. O polo petroquímico de Triunfo, que completou três décadas de atividades este ano, é um dos mais modernos complexos de base nafta do país. Na área de transformação, o RS fica somente atrás de São Paulo em número de convertedores, totalizando 1.316 empresas, correspondendo a 11,3% do total nacional. O setor também se destaca no segmento industrial gaúcho. Conforme o secretário de desenvolvimento e promoção do investimento do RS, Mauro Knijnik, “o setor tem importância fundamental, não apenas pelo impacto econômico, mas pelo aspecto social, já que a indústria de transformação plástica é predominantemente formada por pequenas empresas e é intensiva em mão de obra, com cerca de 40 mil trabalhadores empregados”. O secretário acrescenta que também é preciso considerar que o Rio Grande do Sul abriga um Polo Petroquímico, onde são produzidas as principais resinas utilizadas pela indústria de transformação. “Ou seja, é uma cadeia fortemente estruturada no estado, com bem mais de mil empresas em operação e que responde por quase 1% do PIB gaúcho, quando somado ao segmento de borracha”, salienta. Outro aspecto apontado por Knijnik é a descentralização do segmento, “com pelo menos dois polos produtivos, na região Metropolitana e na Serra”, observa. Mas a produção local de resinas não tem sido um trunfo para garantir uma boa performance na produção de transformados plásticos, ficando em terceiro lugar no 808> >Plástico PlásticoSul Sul> >Maio Maiodede2013 2013>>>>
ranking nacional. A analista de mercado da Maxiquim, Marta Loss Drummond, informa que o RS é responsável por aproximadamente 8% da transformação do Brasil, “número considerado baixo se levarmos em consideração que o estado abriga um polo petroquímico”, salienta. Segundo a analista, em 2012, os transformadores gaúchos tiveram dificuldade em repassar a seus clientes os aumentos de custos, observados não somente nas resinas, mas em energia elétrica e outros. “Em alguns casos, onde os custos foram repassados, os transformadores perderam market share para empresas de maior porte, com potencial para trabalhar com margens apertadas”, observa. Ainda de acordo com a especialista, na comparação com Santa Catarina, a indústria de produtos plásticos do RS perde competitividade por uma série de fatores, como os incentivos e a questão logística, sendo que o estado vizinho está mais próximo de São Paulo, o que tem favorecido SC. A configuração das empresas transformadoras gaúchas é outro agravante apontado pela analista. Ela explica que a indústria de transformação plástica no RS é formada, em sua maioria, por empresas de pequeno e médio e porte, de gestão familiar, onde a
Mauro Knijnik observa que a indústria do plástico gaúcha é grande geradora de empregos
possibilidade de fusões e aquisições não é avaliada, de maneira geral. “Muitas empresas acabam produzindo commodities; seria interessante um investimento em produtos e processos diferenciados, para que possam ganhar em competitividade. Mas para isso, é preciso uma boa política de incentivos”, acrescenta Marta Drummond. Frente a esta questão, o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Orlando Marin, avalia que os incentivos fiscais concedidos em outros estados, “podem explicar em parte o nosso terceiro lugar no ranking nacional de transformação de plásticos”. Ele comenta que o RS sempre foi mais conservador com os incentivos, o que levou um grande número de empresas a se instalar em outras regiões. Mas o dirigente salienta que o governo atual vem desenvolvendo um Programa Setorial para Indústria Petroquímica, de Produtos >>>>
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Polo Plástico Gaúcho Para Edilson Deitos o setor sofre com a falta de incentivos
de Borracha e de Material Plástico “que poderá melhorar um pouco nossa posição”. Conforme Marin, este trabalho está sendo desenvolvido em conjunto com as indústrias da cadeia produtiva. “Uma das ações que já está em curso é o diferimento do ICMS para 12% de quase todos os produtos transformados plásticos”, afirma. Para Edilson Deitos, presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Rio Grande do Sul (Sinplast), os outros estados, por não possuírem um polo petroquímico, incentivaram mais a terceira geração. “Estamos há mais de 15 anos sem um programa de incentivo para a cadeia de transformação do plástico”, desabafa. Ele acrescenta que “ao longo deste período o Sinplast sempre apresentou aos governantes nos projetos para o incentivo da indústria do plástico o poder de agregar valor sobre a matéria-prima produzida no estado e um paralelo dos incentivos dados por outros estados e países vizinhos como é o caso do Uruguai e do Paraguai”. Deitos salienta que os incentivos cobrados para o setor, não significam que o estado deva abrir mão de receitas atuais, mas sim sobre o incremento que o novo investimento irá gerar, até chegar a um percentual do investimento efetuado em um determinado período. “Os recursos dos investimentos são garantidos pelos empresários dentro das garantias normais de empréstimos financeiros, ou seja, 130% do valor investido, portanto não temos recursos de graça e os riscos são 100% assumidos pelo empreendedor”, complementa. Os transformadores gaúchos resolveram ir à luta e não apenas ficar esperando por ações governamentais para ampliar o seu desempenho na produção de plásticos. Orlando Marin destaca que o setor também está trabalhando para melhorar seus números. Diz que os três sindicatos das indústrias de material plástico no estado – Simplás, Simplavi (Sindicato das Indústria de Material Plástico do Vale dos Vinhedos) e Sinplast - trabalham com o intuito de aumentar o valor agregado dos transformados plásticos e de fortalecer elos fracos 10 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
e faltantes na cadeia produtiva. O dirigente frisa que as indústrias petroquímicas, Braskem, Innova e Lanxess também participam das atividades. “Esperamos que em alguns anos possamos reverter este quadro e assumir a segunda posição do ranking, não em volume de resina transformada, mas em valor agregado”, comenta. Mas o presidente explica que o segmento tem atualmente dois problemas graves. O primeiro é o custo com a logística, que depois da lei do caminhoneiro (entre outras obrigações, o motorista precisar parar a cada oito horas de viagem) ficou ainda mais dramático para o transformador que vende parte de sua produção para outros estados. E o segundo, o alto custo da energia elétrica na região da Serra Gaúcha, na área de atuação da RGE. “Nesta região o custo da energia da RGE chega a ser até 40% mais caro do que o praticado pela Copel do Paraná”, exemplifica o dirigente.
Programa Setorial
O governo, por sua vez, informa que está atuando no sentido de ampliar o desenvolvimento do setor no estado. Mauro Knijnik comenta que a primeira ação neste sentido foi a definição da cadeia petroquímica, plástica e da borracha como um setor estratégico especial dentro da política industrial do estado. “Outras medidas importantes também foram tomadas, como tornar definitivo o incentivo do RS Competitivo, que difere para 12% o ICMS até 2015”, acrescenta. De acordo com o secre-
tário, o governo também apoia a participação de empresas em feiras setoriais, o que é sempre uma vitrine importante para a colocação de produtos no mercado e estabelecimento de parcerias produtivas ou tecnológicas. Quanto aos resultados do Programa Setorial de Incentivo a Indústria Petroquímica, Material Plástico e Produtos de Borracha, que vem sendo desenvolvido pelo governo em parceria com as empresas da cadeira produtiva, o secretário explica que o retorno é a longo prazo. Conforme Knijnik, medidas pontuais, como a questão fiscal, têm resultados de curto prazo na competitividade e saúde financeiras das empresas, mas quando se trata política industrial, por serem medidas estruturais, são necessários prazos maiores para a mensuração do impacto. “Acho cedo para falarmos em resultados ou metas numéricas. A fase atual é de fortalecimento da cadeia produtiva e do relacionamento institucional. Aliás, este último ponto é, para mim, um dos principais avanços da política industrial lançada por nós: ter criado um espaço maior de interlocução dos diversos atores de cada setor com o governo estadual”, frisa. O trabalho e a cobrança por resultados concretos é uma ação constante das entidades. O presidente do Sinplast informa que os sindicatos estão trabalhando arduamente para materializar o que está no papel. “O objetivo é trazer as boas intenções apresentadas, para ações que efetivamente permitam a alavancagem e o crescimento do setor de forma firme e segura”, salienta Edilson Deitos. Conforme Orlando Marin, do Simplás, os três sindicatos do plástico, mais o Sindicato das Indústrias de Artefatos de Borracha no Estado do Rio Grande do Sul e as indústrias petroquímicas, estão trabalhando para tornar as ações estabelecidas pelos grupos de trabalho em realidade. Algumas delas, como é o caso do diferimento em 12% do ICMS, já foram implantadas pelo governo estadual. “E temos certeza, que o trabalho será bem sucedido elevando o nosso setor a patamares de maior competitividade”, afirma. O dirigente acrescenta que o governo tem feito revisões anuais no Programa Setorial. “Iremos propor na próxima revisão algumas ações para melhorarmos a produtividade do setor. O Brasil tem vários problemas, mas a baixa produtividade na
indústria é um que precisa ser resolvido o quanto antes para recuperarmos parte da nossa competitividade”, informa. Marin destaca outros pontos da política industrial desenvolvida pelo governo, como a simplificação e ampliação do Fundopem, que passou o enquadramento de 0% a 75% para 35% a 90%, “assim como o Integrar que vários municípios não tinham direito e hoje todos têm”, observa. Ele comenta que o benefício para as empresas fica entre 10% e 90% do ICMS incremental obtido a partir de um investimento fixo, dependendo do enquadramento. “Também podemos destacar o Pró Inovação, que recupera parte do investimento em inovação. Este benefício é retroativo em até três anos”, salienta.
Momento delicado
Mesmo com toda a movimentação em prol do fortalecimento da indústria do plástico do estado, a situação dos convertedores é delicada. Segundo a analista de mercado da Maxiquim, o ano de 2012 foi
difícil para a indústria de transformação plástica gaúcha, “assim como ocorreu com a indústria brasileira como um todo”. Marta Drummond informa que os transformadores do RS perderam participação na transformação de plástico brasileira e compraram uma quantidade menor de resinas, na comparação com outros estados. Conforme a analista, consumo de polímeros no estado no período anterior foi de 500 mil toneladas, o que representa uma queda de 2% em relação a 2011. Complementa que as resinas mais consumidas foram as poliolefinas (Polietilenos e Polipropileno). A gravidade do momento está preocupando as lideranças sindicais. Orlando Marin, do Simplás, e Edilson Deitos, do Sinplast, comentam que o setor de transformação do plástico enfrenta a maior crise dos últimos 30 anos, devido principalmente pela perda de competitividade das indústrias com o aumento dos preços das matérias-primas e de outros custos, como frete e mão de obra. Os dirigentes falam que de acordo com o Ministério de Desen-
volvimento, Indústria e Comércio Exterior, no primeiro trimestre do ano, o déficit da balança comercial do setor de transformados plásticos foi de U$ 598 milhões. O que representou uma queda de 8% nas exportações do setor. Ao mesmo tempo, as importações de produtos transformados tiveram um aumento de aproximadamente 12%, segundo dados da Abiplast. “Assim, infelizmente, parte do aumento do consumo per capita de plástico em nosso país, obtido com o crescimento da renda do povo brasileiro, está gerando recursos e empregos em outros países. É importante lembrar que o RS, mesmo tendo Polo petroquímico, sofre com essas distorções de mercado”, observa Marin. Ainda de acordo com Marin o Brasil em 2012 exportou US$ 1,29 bilhão, 15% menos que no ano anterior. Ao mesmo tempo, as importações de plásticos transformados aumentaram 4%, atingindo a cifra de US$ 3,51 bilhões. Acrescenta que somente no primeiro quadrimestre de 2013, a elevação bate em 12%. “Se o nosso déficit na >>>>
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Polo Plástico Gaúcho balança comercial do setor já era alto, este ano deverá crescer ainda mais do que os US$ 4,6 bilhões de 2012. É bom lembrar, que o déficit de 2012 foi 21% maior que o de 2011”, avalia. Mas a despeito deste cenário, o dirigente informa que no período anterior, o setor gerou cerca de 3,2 mil empregos diretos, com um total de 354,5 mil postos de trabalho. O faturamento do segmento no ano passado foi de US$ 52,5 bilhões, 4,5% maior que no ano anterior. Segundo dados da Maxiquim o crescimento da transformação de plástico no Rio Grande do Sul no ano passado, foi de 3%. E a importação de produtos plásticos atingiu o índice de 4% do total nacional. A extrusão é o principal processo de transformação no estado, com aproximadamente 60% do total. Na área de importação de resinas, o RS importou aproximadamente 2% do total do Brasil em 2012, se considerarmos as poliolefinas. Quanto ao consumo de resinas importadas no estado, a Maxiquim informa que cerca de 6% da resina consumida no RS é importada. “Porém, muita resina consumida no RS é importada via Santa Catarina. Grandes distribuidores que fornecem para empresas gaúchas realizam as importações através do estado vizinho”, observa Marta Drummond.
Crescimento em 2013
As expectativas para o fechamento de 2013 são mais contidas por parte dos empresários do setor, tendo em vista as dificuldades enfrentadas no primeiro quadrimestre do ano. Mas a previsão é de crescimento. A analista estima que o setor deva ter um crescimento na ordem de 3% este ano, semelhante ao registrado em 2012. A especialista comenta que a indústria do RS está sendo negativamente afetada pelo desempenho da petroquímica no Brasil. O Custo Brasil, o comportamento do câmbio, a falta de competitividade na cadeia são fatores que pressionam o CPV (custo do produto vendido) da Braskem e Petrobras, e isso influencia em seus resultados. O Simplás endossa o índice de crescimento previsto pela consultora. O presidente da instituição comenta que é possível que este número seja alcançado, entretanto, os lucros não devem acompanhar o aumento do volume de produtos 12 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
Marta Drummond afirma que é preciso desonerar a produção
transformados. Marin explica que atualmente, o setor encontra muita dificuldade de repassar os aumentos das matérias-primas, de mão de obra, do frete, entre outros. “Mesmo com as desonerações como a da folha de pagamento e energia elétrica, promovidas pelo governo Federal, os resultados dos lucros não deverão acompanhar o crescimento da produção”, prevê. O presidente do Sinplast é mais cético nas suas previsões para o fechamento do ano. “Dificilmente alcançaremos um crescimento de 3% em kg transformados”, salienta Edilson Deitos. De acordo com Marta Drummond, para verificar melhores resultados na indústria, é preciso aumentar a competitividade através da desoneração tributária e das matérias-primas. Neste sentido, informa que em maio de 2013, foi encaminhada ao Congresso Nacional uma discussão sobre a competitividade da indústria química no Brasil. Ela destaca que os diversos palestrantes cobraram uma política de incentivos para aumento de investimentos. “Espera-se que os deputados preparem um documento para nortear a elaboração de uma política industrial para o setor químico. É importante que toda a cadeia seja ativa nessa discussão e cobre por resultados”, comenta.
A força do setor
É nesse momento de adversidades que fica claro o preparo e competência dos transformadores do estado para enfrentar desafios. O sinal da força desta
indústria é a previsão de novos investimentos para tornar as empresas mais competitivas e ampliar as vendas. Um exemplo disso são os transformadores da Serra Gaúha que prevêem investimento acima de R$ 170 milhões em máquinas e equipamentos ainda em 2013. A estimativa parte de de uma pesquisa inédita contratada pelo Simplás, apresentada em uma reunião-janta da entidade. Conforme o estudo, das 100 empresas que responderam ao levantamento, 62 acenaram com investimentos da ordem de R$ 77,8 milhões. Considerando-se o total de 481 empresas da região, é possível projetar mais de R$ 170 milhões só na Serra. Também segundo pesquisa, na área de cobertura do Sinplast as empresas calculam investimentos na faixa de R$ 200 milhões. Assim, as 1,3 mil empresas do segmento em todo o estado devem investir na aquisição de máquinas e equipamentos cerca de R$ 370 milhões. A estimativa atual supera em mais de R$ 100 milhões a informação obtida pelos sindicatos junto aos associados no início do ano, que era de R$ 250 milhões. Conforme o presidente do Simplás, o mercado está emitindo vários sinais positivos, mesmo com algumas turbulências. Já na Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do IBGE divulgada em março, o setor de plástico e borracha era um dos únicos a apresentar avanço no índice de pessoal ocupado assalariado, com 2,7%, ficando na frente de alimentos e bebidas, que é o principal setor industrial do país, que registrou 1,6%. O dirigente acrescenta que neste ano o BNDES espera liberar até R$ 100 bilhões em crédito para compra de máquinas e equipamentos. Sendo que em 2012 não chegou a R$ 45 bilhões. “Só de janeiro a maio deste ano, as liberações para a linha Finame já cresceram mais de 50%. A Fiergs anunciou há poucos dias crescimento de 4,1% na indústria gaúcha entre fevereiro e março. Ou seja, mesmo com todos os obstáculos, os empresários estão se movimentando”, comenta Marin. Das empresas que responderam à pesquisa, 96% não acenam com qualquer pers-
pectiva de redução e 51% delas projetam crescimento de 4,74%. “Tem outro dado muito importante aí: 93% das empresas trabalham com maquinário nacional. Isso é investimento que alimenta a nossa própria indústria”, destaca o dirigente. Segundo Marin, a expectativa no Simplás é de que boa parte destes recursos esteja em circulação durante a Plastech Brasil 2013, de 27 a 30 de agosto. “A feira, única do Brasil organizada por um sindicato, é a terceira mais importante do cenário mundial na opinião de 25% dos entrevistados. Neste ano, a expectativa de crescimento é de 60%, chegando a 400 expositores e cerca de 25 mil visitantes”, informa o presidente. O diretor executivo do Simplás, Zeca Martins informa que de acordo com a pesquisa, a feira realizada em Caxias do Sul (RS), fica atrás apenas da Feiplastic, de São Paulo, e da Feira K, de Dusseldörf, a maior do planeta. “Significa que o mercado já enxerga a Plastech Brasil, que está recém na quarta edição, como uma exce-
lente oportunidade para crescer e fazer negócios”, comenta Martins. A pesquisa foi contratada pelo Simplás e executada pela empresa Competitive, entre 100 empresas da área de atuação do sindicato, correspondendo aos municípios de Caxias do Sul, Coronel Pilar, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Nova Pádua, São Marcos e Vale Real. O objetivo da entidade é tornar o levantamento periódico, constituindo, a partir daí, o Termômetro Econômico do Simplás.
Previsão otimista
Os produtores e distribuidores de resinas instalados no RS também reservam expectativas otimistas para o setor. Destacam as dificuldades enfrentadas pela indústria do plástico gaúcha, mas acreditam na recuperação do segmento, tanto que projetam novos investimentos. A distribuidora de resinas, CYA salienta que o fraco desempenho da economia e a inflação em alta afetam diretamente os setores do plástico e da borracha. “Obser-
vamos melhor desempenho nos meses de janeiro a abril, porém com uma desaceleração em maio. Acreditamos em recuperação ao longo do ano em especial no segmento de termoplásticos, pela versatilidade do produto, atendendo a diversas aplicações que estão em nosso dia-a-dia”, comenta o gestor da divisão de resinas termoplásticas, Paulo Martins. Conforme Martins, a indústria gaúcha apresentou em abril o melhor índice de atividade econômica desde a crise de 2008. “No segmento termoplástico acreditamos que o crescimento em 2013 será acima do PIB e estimamos algo em torno de 4 %”, prevê. O gestor informa que o mercado gaúcho representa 40% do faturamento da empresa. A CYA atualmente conta com um portfólio de resinas de PE, PP, POM, EVA, ABS, TPE, SAN. Martins destaca que a empresa iniciou no segmento plástico em 2013 e no segundo semestre deste ano vai começar a comercialização dos compostos de PVC para a área de cal- >>>>
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Polo Plástico Gaúcho Marin informa que transformadores da Serra devem investir R$ 170 milhões em 2013
çados e artefatos em geral. “Nosso objetivo é atender as aplicações de rígidos e flexíveis”, explica. Ele acrescenta que em 2013 os investimentos da companhia estão voltados para o setor das resinas termoplásticas, em expansão de portfólio e estrutura logística, “nos adequando às necessidade dos clientes”, salienta. A CYA está há 12 anos no mercado de distribuição. Atua nos mercados do Sul e Sudeste, representando marcas renomadas como Lanxess, Rhodia, Birla Carbon – Columbiam. “Nosso objetivo é crescer no segmento de termoplásticos com responsabilidade com nossos clientes e fornecedores”, frisa o gestor.
Avanço tímido
Para a Innova, o segmento no RS aos poucos vem ganhando força, com investimentos em tecnologia e qualificação da mão de obra, mas este avanço ainda é tímido em relação a outros setores. “O crescimento deste setor ainda está muito vinculado ao crescimento econômico do estado, como é a situação da maioria das indústrias no país”, comenta Marcos Pires, coordenador de Marketing & Inteligência de Mercado. A empresa está instalada no Polo Petroquímico de Triunfo e tem toda a sua produção centralizada no estado. O coordenador não informa o volume de resinas produzidas pela companhia, mas destaca que aproximadamente 20% da sua produção é destinada para o RS. Deste total 15% é de poliestireno e 5% de estireno. A mais recente novidade da Innova é o grade de HIPS R 770E, “que já alçou voo e está se convertendo rapidamente em um sucesso no segmento de embalagens para laticínios e descartáveis”, informa Pires. Ele conta que a fórmula deste sucesso é o pacote de valor entregue ao cliente por um produto muito competitivo. Sendo que o grade permite substituir as blendas de HIPS/GPPS utilizadas nos clientes para produzir itens transparentes, com ganhos na relação flexibilidade - rigidez, além da redução uma etapa operacional. “Na práti14 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
ca, isto significa a possibilidade de produzir itens mais leves, sem perdas de propriedades mecânicas, respeitados naturalmente os limites determinados pelas normas técnicas específicas”, acrescenta. O executivo fala que o grade confirmou junto aos clientes ganhos de produtividade em extrusão e termoformagem, detectados durante o seu desenvolvimento no Centro de Tecnologia em Estirênicos da Innova. “Os mesmos estudos apontaram redução no consumo de energia durante a extrusão, ganho este que pode ser aproveitado pelo processador. Ganham o cliente e meio ambiente”, comemora. Conforme o coordenador, a Innova está com investimento em análise junto a sua controladora, “mas de imediato podemos destacar o aumento da nossa produção de Poliestireno em 15 Kta, atualmente estamos operando com 155 Kta”, conta Pires.
Ampliação do portfólio
A Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, está presente no Polo de Triunfo com plantas das unidades de insumos básicos e de polímeros. A Unidade de Polímeros reúne parte das operações de segunda geração da cadeia petroquímica, com destaque para os negócios de polietileno (PE) e polipropileno (PP). Das dezesseis plantas de polímeros situadas no país, cinco estão instaladas em Triunfo: PE 4 RS, PE 5 RS, PE 6 RS, PP 1 RS, PP 2 RS. A capacidade anual de produção nestas plantas é 1,268
milhões de toneladas em polietileno e 730 mil toneladas em polipropileno. Desde 2010, com investimentos de US$ 250 milhões, o site da Unib2 em Triunfo contempla a unidade de eteno verde da Braskem, com produção baseada no etanol da cana-de-açúcar. A unidade possibilita a produção de 200 mil toneladas/ano de polietileno verde, de alta densidade (PEAD) e baixa densidade linear (PEBD). A partir do eteno verde da Unib2, o polietileno verde produzido na planta de PP2/PE5 foi o primeiro a ser feito 100% a partir de fonte renovável no mundo, assumindo a liderança mundial na produção de biopolímeros. Durante a feira Feiplastic, realizada em São Paulo (SP) a Braskem anunciou a expansão de seu portfólio de produtos renováveis, com o lançamento da nova linha de polietileno verde de baixa densidade (PEBD), uma família adicional para o plástico verde. A produção anual da nova resina será de aproximadamente 30 mil toneladas e o produto estará disponível para o mercado a partir de janeiro de 2014. A Braskem já produz o polietileno de origem renovável de alta densidade (PEAD) e baixa densidade linear (PEBDL) em escala industrial desde setembro de 2010 De acordo com a petroquímica, para viabilizar a produção da nova linha, foram realizados investimentos para a interligação das fábricas e alguns equipamentos, permitindo assim a produção do polietileno verde de baixa densidade (PEBD) a partir de matérias-primas renováveis. A produção terá duas opções de tecnologia para possibilitar a produção de um portfólio de resinas com diferentes características e que permita atender uma maior variedade de aplicações. O polietileno de baixa densidade é utilizado, principalmente, em embalagens e filmes plásticos. Em 2012 a Braskem inaugurou a expansão de 100 mil toneladas de butadieno no estado, cujo investimento totalizou R$ 300 milhões. Segundo a empresa, a região Sul representa aproximadamente 24% das suas vendas (entre PE, PP e PVC), sendo o RS responsável por aproximadamente 9% deste consumo. Especificamente na área de vinílicos (PVC e Cloro Soda), cerca de 5% da produção de PVC da companhia é destinada para o RS, principalmente os segmentos de perfis de PVC nos setores de construção civil e automotivo e para o segmento calçadista. PS
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& MercadosPlástico, Saúde e Bem Estar
Aplicações que melhoram a vida das pessoas ganham mais espaço
F
alar sobre os benefícios do plástico para a melhoria de vida da população pode parecer redundante. Desde que entrou para a vida em grande escala, o material tomou lugar em todas as áreas do desenvolvimento humano: saúde, educação, infraestrutura, saneamento e mesmo conforto e lazer. Nesta linha, fornecedores de matéria prima e empresas transformadoras estão sempre inovando para tornar estes benefícios cada vez maiores e mais ágeis. Escolas de qualidade erguidas rapidamente, roupas que protegem de vírus e bactérias e trazem mais conforto na prática de exercícios, embalagens e equipamentos médicos de mais fácil manuseio, tecnologia para fraldas mais 16 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
discretas e seguras são alguns exemplos. “Sem dúvida o plástico melhorou e continuará melhorando a vida das pessoas. O uso de resinas termoplásticas permitiu a redução de peso de diversos produtos, resultando desde um menor consumo de combustível no frete em nossas estradas, até na questão ergométrica da dona de casa com baldes e potes mais leves e com design mais amigável ao usuário, por exemplo”, lembra Marcus Vinícius Trisotto, da coordenação de Marketing PP da Braskem. “As embalagens também ficaram mais seguras, com melhor aproveitamento do conteúdo embalado e maior tempo de vida dos produtos protegidos. Outro aspecto ainda é o ganho de produtividade
através do empacotamento automático e redução de perdas no transporte (exemplos da quebra do vidro, amassados da lata ou sacos de juta para grãos), contribuindo para produtos finais com preços mais competitivos”, reafirma. Os segmentos eletrodomésticos e automotivo também são exemplos de aplicações em que os plásticos possibilitaram design mais elaborados, redução de peso e melhoria de desempenho e segurança perante outros tipos de materiais. Quando se fala de lazer, pode-se citar brinquedos em geral – lembrando que eles também têm uma importante função pedagógica - caiaques, solados de tênis, redes em geral, etc. >>>>
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Marcus Trisotto, da coordenação de Marketing PP da Braskem
Já na construção civil as aplicações vão desde a fase de construção em si até na estrutura hidráulica das edificações: formas para lajes nervuradas, telhas de polipropileno e PVC, tubos de água e esgoto em PVC, corrugados em polietileno, etc. Em infraestrutura, os poços de visita e cisternas, ambas em polietileno rotomoldado, focando o uso racional da água “desde as grandes cidades até o árido nordestino”. As famílias de produtos Flexus®, Prisma®, Utec®, Symbios®, Pluris® e Idealis® são os destaques da Braskem. Como novidade de mercado, o executivo aponta a busca por resinas que promovam menor impacto ao meio ambiente ao longo da cadeia. Nesta linha, a Braskem contribui através de resinas com selos I’m green® e Braskem Maxio®, sendo o primeiro identificando as resinas cuja matéria-prima provém de fonte renovável (cana-de-açúcar) e o segundo de resinas que possibilitem menor consumo energético, ganho de produtividade ou redução de peso, e consequentemente menor impacto ambiental do transformador. “Além das soluções mais sustentáveis, o lançamento de resinas mais avançadas, com ganhos de produtividade no cliente, possibilitam uma melhor otimização de seus ativos, resultando em custos menores ao longo da cadeia”, pontua. O mercado de beleza sempre foi vantajoso no Brasil devido à importância que o brasileiro dá a esta área. Com o crescimento de renda, isso aumenta, assim como as possibilidades no mercado de higiene. Estes mercados são atendidos indiretamente pela empresa através de clientes de diversas áreas. Sãos os casos do segmento de tampas em PP e de embalagens sopradas em PE, facilmente exemplificadas através de potes, xampus, condicionadores, etc. “Neste contexto, destacam-se resinas com o selo I’m green® vendidas para produção de embalagens de cremes para o corpo (L’Occitane), protetores solares (Johnson&Johnson), creme para mãos e condicionadores (Natura)”, exemplifica Trisotto. 18 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
Ele aponta utilizações que existem no exterior e com potencial para o mercado brasileiro. “Sem dúvida há diversas aplicações que podem ser nacionalizadas. O maior uso de geomembranas em construção civil e baldes plásticos no segmento de tintas são apenas dois exemplos onde há um gap grande comparativamente a países desenvolvidos, ou até nossos vizinhos na América Latina”, explica. “Há oportunidades de utilização de soluções de plástico na Construção Civil e em Logística que podem ser exploradas no Brasil. Tais soluções poderão contribuir para aumento da produtividade, menor desperdício e geração de resíduos e maior qualificação da mão de obra, reduzindo o chamado custo Brasil e deixando o produtor nacional mais competitivo perante importados, ou outros países no caso de plataformas exportadoras (grãos, por exemplo)”.
Opção para a cultura fitness
A cultura fitness-saúde vem ganhando força no Brasil, mesmo que, paradoxalmente, a população apresente índices de sobrepeso e mesmo obesidade. Ainda que algumas pessoas mantenham hábitos sedentários e nutrição inadequada, já se notam mais corredores em parques e praças, gente que adota a bicicleta como meio de transporte e etc. Alguns esportes ganharam espaço no gosto popular, como as lutas, e a Copa e Olimpíadas no Brasil, assunto diário, também estimulam essa filosofia.
Nesta linha pró-saúde, as roupas aparecem como importantes itens. Além da questão estética, a funcionalidade também interessa bastante àqueles que buscam um modelo mais saudável. A DSM, companhia global baseada na ciência que atua nas áreas de saúde, nutrição e materiais, oferece o elastômero termoplástico Arnitel VT, alterntaiva sem PFC para membranas respiráveis em vestuário para atividades ao ar livre. Através de membranas ultrafinas, a roupa fica impermeável e altamente respirável, o que naturalmente influencia no desempenho na atividade física. O Arnitel VT é um copolister elastomérico usado para fazer membranas para roupas tanto esportivas quanto para hospitalares. Como é 100% impermeável, a respiração de dentro para fora existe, mas a peça de roupa barra o que é de fora para dentro: água, vento, frio, sangue. No caso da roupa hospitalar, como aventais cirúrgicos, além do conforto, é um muro contra bactérias e vírus. Ou seja, protege mesmo. Isso também é interessante em academias de ginástica, onde se sabe que há troca de substâncias devido à atividade concentrada em um mesmo espaço, além do uso compartilhado de aparelhos de musculação. Nem todos seguem a etiqueta própria da atividade, portar sempre a tsua oalha. A busca pela saúde e estética, tanto por via médica quanto através de esportes, tende a crescer junto com a renda das populações. Isso acontece tanto com quem não acessava esses produtos quanto com aqueles que podem escolher itens melhores. O Arnitel VT, ao contrário de outros similares, não necessita de perfuração para ser respirável. Segundo a DSM, as membranas perfuradas podem ter sua impermeabilidade comprometida quando são lavadas ou entram em contato com líquidos, como por exemplo, álcool ou combustíveis. As perfurações também reduzem a resistência da membrana, reforça a empresa, fazendo com que rasgue mais facilmente, e podem mesmo ficar obstruídas, eliminando a capacidade de respirar.
Kraton: múltiplas aplicações
A Kraton Polymers oferece produtos para aplicações que trazem mais conforto para o dia a dia e outras fundamentais na
área médica. Compostos à base de polímeros Kraton possuem toque suave para maçanetas, selos, empunhaduras e botões; eles podem ser moldados por injeção em polímeros rígidos como PP, ABS, PC e PA. Para produtos de consumo, utilidades domésticas e cuidados pessoais, suas aplicações podem incluir rolhas sintéticas, canetas, utensílios para cozinha, bomba de bicicleta, forros de boné, espátulas, abridores de latas, aparelhos de barbear, escovas de dente, almofadas em gel e embalagens para cosméticos. Em artigos esportivos e de lazer, se aplicam a presilhas para bicicletas, almofadas, cabos de facas, bastões de esqui, peças para óculos, tubos de expansão toráxica utilizados em aparelhos de ginástica. Em fios e cabos, em alternativa ao PVC, os compostos podem ser desenvolvidos para cabos flexíveis, industriais, fiações automotivas primárias, cabos de controle, cabos de solda, cabos intensifiadores, plugs moldados e conectores. Na área médica, o polímero Kraton cria novas oportunidades para substituir o
PVC, como filmes para bolsas de soro e tubos cirúrgicos, draping cirúrgico, dispositivos compressão, equipamentos de diagnóstico (flexíveis e rígidos), luvas, filmes médicos e outras aplicações. Os materiais Kraton também são utilizados pelas indústrias de brinquedo e automobilística.
Embalagens e seringas mais suaves ao toque
Todos nós caminhamos para a velhice e quem convive com idosos sabe como as tarefas mais simples do dia a dia se tornam desafiadoras. Abrir uma garrafa de suco, por exemplo, requer ajuda, pois girar a tampa em alguns casos fica impossível ou machuca as mãos devido à vedação. Uma coisa simples, mas que pode causar desconforto e um sentimento de incapacidade; idosos não gostam de se sentir dependentes dos mais jovens, o que traz uma sensação de retrocesso na vida. Também se deve levar em conta que muitos vivem sozinhos ou passam longos períodos do dia sós quando os outros
membros da família seguem para suas atividades. Nessas horas, o desejo de tomar um copo d’água pode ser adiado se for impossível abrir a garrafa de água mineral. A PolyOne/GSL oferece soluções de elastômeros termoplásticos (TPE) que deixam as tampas mais leves ao toque, mais macias, devolvendo ao usuário sua independência. “Isso é importante. Recentemente ajudamos um cliente a resolver um problema com embalagem para remédios, pois os idosos tinham problemas para abrir os frascos. Ajudamos nosso cliente a desenvolver uma solução para isso”, diz Charles Page, diretor global de marketing da PolyOne/ GSM. Outros desafios surgem em função das doenças. Aplicar medicamentos com seringas também fica mais fácil se esses intrumentos levam materiais especiais. Algumas pessoas não conseguiam segurar as seringas tradicionais. O TPE também pode ser aplicado a objetos que quando empurrados sem razão poderiam cair e quebrar, como celulares sobre as mesas. O TPE é >>>>
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Fraldas descartáveis evitam o contato dos resíduos com a pele até a próxima troca
aplicado em capas para os aparelhos. Essas ações podem ser cometidas por pessoas distraídas, é verdade, mas também em função de males, como o de Parkinson. “Nós focamos em produtos ergonômicos para saúde, com soluções para bengalas, aplicações ortopédicas, etc. Essas aplicações também ajudam pessoas com limitações físicas”, diz Page. A GLS Thermoplastic Elastomers da PolyOne é um formulador inovador, global e personalizado de compostos e ligas especializadas. Seu único foco é oferecer soluções de TPE de valor agregado, utilizando grande variedade de tecnologias em polímeros e aditivos para formular soluções inovadoras para aplicações complexas.
Fraldas adultas e infantis: maior absorção, suavidade e sem ruído
A incontinência acompanha diferentes fases e situações da vida, a infância, a velhice e períodos de doenças. Em todas essas ocasiões, as fraldas descartáveis estão à disposição para trazer mais conforto e higiene às pessoas evitando o contato dos resíduos com a pele até a próxima troca. Essas peças levam grandes quantidades de não-tecido e quando cresce a demanda, cresce a necessidade do material, pois além de mais fralda, as de melhor qualidade levam mais deste produto. O crescimento de renda da população e o avanço da idade, duas características muito presentes no Brasil, impulsionam o mercado. Além disso, quando alguém se torna usuário a fralda passa a ser de primeira necessidade, não podendo ser dispensada ou facilmente substituída. É importante frisar que a fralda adulta traz um diferencial importante, além de mais material, devido ao seu tamanho naturalmente maior, o uso é muito mais extenso que a infantil, 10 anos contra 36 meses, na média. “Na América Latina, se associa a fralda geriátrica a asilos ou a acamados, o que já vem mudando. Já sentimos maior procura, o mercado está cres20 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
cendo. Aumenta entre a população que é ativa, mas procura a fralda porque tem incontinência leve, justamente para poder continuar com uma vida ativa.”, comenta Beatriz Goldaracena, gerente de Marketing de Higiene e Medicina da Dow para a América Latina, lembrando que em outros países é comum o usuário regular, adultos sadios que mantêm sua independência. A Dow levou à Feiplastic 2013 o Aspun, um polietileno para nãotecidos para fraldas e absorventes, tanto para a parte de fora (backsheet) quanto para a de dentro, a parte suave (top sheet). O produto também se aplica a lenços umidecidos. “Na América Latina, nós focamos em fibras monocomponentes, 100% polietileno, justamente porque trazem uma vantagem de suavidade, é uma ultra maciez, uma coisa sem precedentes. O Aspun tem também um caimento excepional, adapta bem melhor a fralda por ser mais flexível, mais semelhante ao tecido”, diz a executiva. O produto se adapta bem à fralda infantil e à adulta. No caso do bebê, a mãe já sente na troca e para o adulto a semelhança a uma roupa é uma vantagem e um objetivo. “Nos absorventes femininos, se usa para a sensação suave que a mulher procura”, comenta Beatriz. O Agility, produto para backsheet, permite filmes de menor espessura, que dão maior discrição no uso da fralda ou absorvente sem perder o papel de absorção, fundamental contra os vazamentos. A resina oferece alta resistência à tração
e à temperatura, importantes no processo de produção. O backsheet de polietileno, usando o Agility, inibe os ruídos em relação ao modelo de polipropileno, segundo Beatriz. “Isso é importante na discrição; discrição siginifica mais fino, mas que não seja perceptível para pessoas ao redor, para trazer conforto para pessoas de idade adulta que tem vida ativa”, diz a executiva. No caso dos idosos, a discrição sonora pode ser definitiva na vida social. Discrição é algo que se busca tanto no absorvente quanto na fralda, no entanto muitos idosos já se limitam à casa por questões da idade, como cansaço e indisposição. Uma fralda que não dê segurança pode ser um fator decisivo para esta reclusão, contribuindo para males como tristeza e depressão. Em ambientes sociais pequenos ou fechados, como festas de família ou mesmo na sala de espera do dentista, a discrição sonora é fundamental. No que diz respeito à fralda, pode ser interessante inclusive repensar a denominação e talvez até o design do produto. Afinal, essas características remetem a bebês e quem quer ser relacionado a um bebê? Nem mesmo as crianças. Há idosas que usam o absorvente feminino, pois não sentem mais tanta segurança em relação ao corpo, mas ao mesmo tempo não se identificam com a fralda. Mesmo porque assumir a fralda não é um processo simples, traz ideias como retrocesso, incapacidade, finitude da vida e etc. >>>>
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Escola de Alagoas, fabricada com compósitos: alto desempenho e velocidade de construção
Aparência e conforto
Beatriz diz que a Dow tem investido bastante atenção aos elásticos com filmes. “Em fraldas de adultos, existem países na América Latina que usam elásticos de poliamida; muitos fios dão a sensação de roupa franzida. Estamos promovendo o Infuse para filmes elásticos para que seja uma peça só, toda elástica, que dá mais conforto ao usuário, dá segurança no fechamento sem apertar”. Ela afirma que a Dow está se focando muito no Brasil em função do aumento de renda da população, avanço de classes. “Cada vez mais pessoas estão entrando no mercado de fralda descartável. Avança também a exigência de qualidade; antes era mais comum ver fraldas mais básicas. A diminuição de espessura é muito promovida pela América Latina, outras regiões estão olhando como estamos trabalhando nisso. Desenvolvimento que fizemos para a nossa região sendo levado a outros lugares”, avalia Beatriz. Na área médica, a Dow oferece produtos com soluções em polietilenos de baixa densidade para ampolas e frascos de soro. Um dos benefíccios para o produtor do medicamento é o fato de estar em rígida conformidade com as regulamentações. “O compromisso da Dow é que o produto será sempre feito do mesmo jeito, na mesma linha de produção
inclusive, com a mesma qualidade. Caso algum dia a gente tenha que fabricá-lo em outra planta por alguma razão temos o compromisso de avisar o cliente, que terá o tempo para testar e ver se o produto ainda está em conformidade”, diz Beatriz, destacando a importância da manutenção dos modelos para a segurança nos procedimentos médicos.
Escolas, creches e moradias populares : construção e recontrução rápidas
A educação e a moradia digna são questões que têm merecido atenção do Governo Federal, mas que ainda se mantêm como pontos que precisam ser muito trabalhados. São frequentes os casos de escolas em más condições, algumas que
Sistema Construtivo: qualidade e agilidade superiores
Em vez dos materiais tradicionais, as creches e escolas são construídas com sistema Wall System, composto por estrutura com perfis compósitos produzidos pelo processo de pultrusão e painéis do tipo sanduíche de lâminas em compósitos reforçados com fibra de vidro (similar ao que se usa em aviões, ônibus, barcos e trens) e núcleos especiais que garantem o desempenho térmico, acústico e resistência a fogo. Entre as vantagens em relação ao processo tradicional o sistema oferece maior velocidade de construção, durabilidade, resistência, flexibilidade, conforto térmico e acústico, obra limpa e desperdício zero. Por tratar-se de um sistema construtivo industrializado, a racionalidade dos processos garante maior velocidade na execução da obra. Porém, as exigências de desempenho estabelecidas nas 22 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
até parecem presídios, e favelas e suas subhabitações são comuns mesmo em cidades fora das regiões metropolitanas. Paisagens que nos lembram que apesar do papel econômico que o Brasil exerce atualmente, ainda falta para ser um país desenvolvido, como foi escancarado nas movimentações populares recentes que se juntaram à demanda por adequações no transporte coletivo. Os compósitos têm contrubuído para modificar essas realidades e levar às populações o acesso a esses direitos básicos. “Quando iniciamos o desenvolvimento do Projeto Casa Prática, o nosso foco era simplesmente residencial e para programas de baixa renda do Governo. Entretanto com o tempo e as aplicações, descobrimos que a utilização dos Plásticos de >>>>
diretrizes técnicas elaboradas pelo FNDE com o auxilio do Instituto Falcão Bauer, que respaldam a avaliação dos sistemas construtivos inovadores que concorriam nos pregões, foram tecnicamente superiores aos verificados nos sistemas construtivos convencionais, informa a MVC. Laudos e ensaios laboratoriais de desempenho foram rigorosamente avaliados durante a fase de qualificação técnica da empresa, etapa anterior à dos projetos de transposição. As vantagens do Wall System vêm sendo comprovadas nos últimos nove anos de existência do projeto. Um exemplo recente do desempenho e diferenciação do sistema construtivo ocorreu em 2011 e 2012, com a reconstrução das escolas destruídas pelas chuvas no Estado de Alagoas. Foram 35 escolas, em 12 municípios, reconstruídas em tempo recorde, para permitir o rápido retorno dos alunos às aulas, com elevado padrão de conforto, qualidade e segurança.
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Lima, da MVC: “Perfis em compósitos pelo processo de Pultrusão, substituindo parcialmente a estrutura metálica”
Engenharia (compósitos reforçados com Fibra de Vidro) proporcionou que criássemos não apenas uma casa, mas sim um Sistema Construtivo Modular Industrializado para todo tipos de edificações. O projeto tem aproximadamente oito anos e mais de 150 mil m2 de área construída”, explica o diretor da MVC Gilmar Lima. O foco atual do sistema Wall System da MVC é nas construções de Casas do Programa Minha Casa Minha Vida, escolas e creches para o MEC através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os painéis (paredes e forro) são feitos com uma resina poliéster especial reforçada com fibra de vidro e núcleo em EPS e Gesso. “A novidade que estamos introduzindo este ano são perfis em compósitos pelo processo de Pultru-
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são, substituindo parcialmente a estrutura metálica”, diz Lima. A vantagem dos Compósitos é a durabilidade, flexibilidade de design e composição, acabamento, desempenho e bai-
xíssima manutenção. O grande diferencial do Sistema, além do alto desempenho, é a velocidade de construção. A MVC tem casas nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, >>>>
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Sistema Wall System está nas obras do programa “Minha Casa Minha Vida”, em Japeri (RJ)
Amazonas e Pará e no Mercado Externo no Paraguai, Venezuela, Angola e Moçambique. Tem escolas em Alagoas e a partir de setembro terá creches em nove estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Piauí e Maranhão). Regiões tão distintas, que tem supridas suas necessidades. “A questão climática é um diferencial do sistema Wall System pelo seu excelente desempenho. Estamos com o produto homologado em todas as regiões do Brasil”, ressalta Lima. Serão 1.400 creches que consumirão 40 mil toneladas de Compósitos. As aplicações em casas do programa Minha Casa, Minha Vida e escolas construídas de acordo com os padrões do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação indicam que o governo pode ser um grande parceiro, como acontece em outras áreas da economia. “O Governo tem todas as condições para ser um dos melhores parceiros. Tem a necessidade, escala e recursos necessários para implantação. Entretanto o sistema não se limita a aplicações governamentais”, relembra. A NBR 15575, norma que regulamenta questões da construção tratando, por exemplo, do ruído entre andares de um prédio, é aplicada para o sistema da MVC. Lima avalia estas regras: “A norma irá melhorar a qualidade dos nossos sistemas construtivos, mas ela precisa ser aplicada para todos os sistemas, inclusive os tradicionais. O ponto questionável é que a norma é genérica e hoje com a variação de materiais e tecnologias, deveria ser mais específica para aproveitar o melhor de cada material e tecnologia focados no desempenho versus competitividade. O que altera no mercado de compósitos é que teremos que fazer um esforço ainda maior de divulgação e disseminação do conhecimento, principalmente em órgãos certificadores e governamentais”. Assim como na habitação e educação, os compósitos estão em todos os lugares e na vida das pessoas como infraestrutura, transporte, energia limpa, segurança 26 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
(proteção balística), aeroespacial, lazer e saúde. “Um exemplo deste auxílio são os ônibus, caminhões e carros, cuja a palavra de ordem hoje nas grandes montadoras é a redução de peso para diminuirmos o consumo de combustível e consequentemente emissões de gases poluentes e o compósito é uma das melhores alternativas”, comenta o executivo.
Modelos e prazos
Para atender a demanda das creches, um dos focos do Governo Dilma em Eduacação, ponto alto de sua campanha inclusive, a MVC utilizará as unidades fabris localizadas em São José dos Pinhais (PR) e Caxias do Sul (RS), além da nova unidade em Maceió (AL), importantes para a logística de produção e distribuição das creches e escolas para a região Nordeste. Os projetos das creches foram desenvolvidos em dois modelos, Tipo B e Tipo C, com área construída de 1.211 e 553,00 m², respectivamente. Após o início das obras, cada creche Tipo B tem 210 dias para conclusão e a do Tipo C, 150 dias, o que destaca a velocidade de construção e facilidade na moldagem do sistema construtivo da MVC. “No entanto, a conclusão das obras pode ocorrer muito antes do prazo previsto pelo FNDE se compararmos com o desempenho da construção das escolas em 12 municípios de Alagoas, entre 2011 e 2012. Entregamos as unidades em 60 dias, para as escolas de seis salas,
e 30 dias, para as escolas de duas salas, contra os 90 e 60 dias estabelecidos inicialmente para cada obra”, explica Gilmar Lima, diretor-geral da MVC. Contribuindo para o desenvolvimento educacional do país, as creches Tipo B terão capacidade para atender 120 crianças em período integral ou até 240 crianças distribuídas em turnos matutino e vespertino. Já as creches do Tipo C poderão atender 60 crianças em período integral ou até 120 crianças em dois turnos. As escolas em construção no estado de Alagoas contam com 12 salas de aula, possuirão área construída de 3.098 m² e atenderão 432 alunos por turno, após a conclusão prevista para dezembro de 2013. As creches fazem parte do Programa PROINFÂNCIA - Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil, criado pelo governo federal (MEC e FNDE) e que integra o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Já as escolas fazem parte do Plano de Ações Articuladas (PAR), elaborado pelo Estado de Alagoas para compor o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do MEC. Os programas colocam à disposição dos estados e municípios instrumentos eficazes de avaliação e de implementação de políticas de melhoria da qualidade da educação, além de prestar assistência financeira aos municípios, padronizando e qualificando as unidades escolares de educação infantil da rede pública de ensino.
Caixas eletrônicos: conforto e agilidade
Ainda há quem use a boca do caixa para operações simples, como saque. Mas para escapar de uma fila de banco mesmo os mais reticentes aprendem a pagar uma conta no caixa eletrônico. Alguns bancos, inclusive, restringem alguns tipos de pagamento ao aparelho através do código de barras. Praticidade, agilidade e conveniência são atributos do atendiento automatizado. Um caixa eletrônico sustentável fabricado no Brasil foi apresentado na Compocity, a cidade dos compósitos da Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO), no final do ano passado em São Paulo. Desenvolvido pela Edra Equipamentos, o caixa apresenta mais de vinte inovações em relação aos modelos convencionais, entre elas, paredes e teto de compósitos verdes – as resinas são derivadas de fontes renováveis e recicladas. “Uma cidade feita de materiais compósitos não poderia deixar de ter uma cabine de autoatendimento bancário, sobretudo um modelo como esse, que ratifica o perfil sustentável do material”, afirmou na época Jorge Braescher, presidente da Edra Equipamentos. Além das paredes e do teto, o caixa apresenta outras sacadas ambientalmente amigáveis, como o piso, que é de madeira plástica composta por mais de 90% de resíduos de embalagens descartadas. Destaque também para a ilu-
minação natural, captação de energia solar e sistema de reaproveitamento da água da chuva para o cultivo de jardim no teto, entre outros pontos. A Edra Equipamentos anunciou a criação de uma tecnologia sustentável para a moldagem de peças de compósitos. Denominado RTM-G (Resin Transfer Molding – Glass), o processo combina a injeção de resina no molde com o uso de resíduos pós-consumo de vidro temperado, que atuam como material de reforço no lugar das tradicionais fibras e mantas de vidro. Além de permitir o reaproveitamento do vidro que seria descartado, o RTM-G contempla apenas a utilização de resinas incolores derivadas de fontes renováveis e recicladas. E o catalisador usado na cura ou endurecimento dos polímeros é livre de ftalatos, substâncias consideradas prejudiciais ao meio ambiente.
Quiosques ou agências intinerantes
A empresa preparou para a edição deste ano do Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (CIAB FEBRABAN) um sistema sustentável de construção por módulos. Denominada e.modular, a novidade pode ser usada como quiosques de autoatendimento ou agências itinerantes, tão importantes para as populações de cidades pequenas e/ou localizadas nos extremos do país. Com 12,8 m² de área útil, o
e.modular tem estrutura de aço revestida com paredes e teto de compósitos. A resina usada para a moldagem das placas de compósitos é parcialmente derivada de fontes renováveis, como plantas oleaginosas, e recicláveis, caso de garrafas PET. O piso também é sustentável: trata-se de um revestimento cimentício fabricado com agregados naturais oriundos do reaproveitamento de pedras nobres descartadas, como mármore e quartzo. Durante o dia, a iluminação natural do e.modular é garantida por um sistema chamado Solatube, que capta e difunde a luz no ambiente. Para reduzir o consumo de energia elétrica do ar condicionado, a Edra Equipamentos aplicou películas especiais da 3M sobre todos os vidros, que impedem a passagem demais de 80% dos raios infravermelhos. "Também incluímos uma miniestação de geração de energia eólica. Diferente das gigantescas pás que estamos acostumados a ver, esse sistema é helicoidal, bem mais compacto, mas capaz de gerar até 1,32 KW/dia", explica Braescher. Em termos de acessibilidade, o e.modular conta com rampa para cadeirantes, porta automática e banheiro adaptado, além de locais para a instalação de painéis com instr uções em braile. Assinado pela arquiteta paulista Tatiane Rocha, o projeto privilegia linhas curvas e grandes áreas transparentes, aumentando a sensação de segurança e amplitude. "A concepção é modular tanto externa quanto internamente. Isso significa >>>>
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Tendências
& MercadosPlástico, Saúde e Bem Estar
Embalagens PET para cosméticos produzida pela Spiltag
que o usuário tem total liberdade para definir como deseja aproveitar os espaços. Sem contar que é possível sobrepor os módulos, criando dois ou mais andares", observa Braescher.
Transformador foca em embalagens para cosméticos
No mercado desde 1996, a Spiltag hoje é uma indústria totalmente voltada para a produção de embalagens PET para cosméticos. Com capacidade de produção de até 100 milhões de frascos por ano em diversas especificações, tem na carteira de clientes Jequity, Mahogany, Niely e O Boticário. “Em 1997, já começamos a direcionar a nossa produção para o segmento de cosméticos, vislumbrando a tendência que hoje se confirma, de ser um dos setores que mais cresce no Brasil. Esta decisão se deu quando percebemos que o valor agregado do mercado de embalagens PET, que na época estava no início, seria maior do que embalagens para bebidas”, explica Luiz Gustavo Spila, diretor da Spiltag. Em 2003, a empresa focou ainda mais no setor HPPC e o resultado é que hoje cerca de 90% da produção é voltada para este segmento. “Tem aumentado a cada ano a compra de embalagens plásticas por diversas marcas da área de cosméticos”, diz o executivo”. A Spiltag trabalha com resina PET, com variações no peso, que vão de 5,5g até 46 g, dependendo do tamanho do frasco e necessidade do cliente. Preocupada com as questões de sustentabilidade, também disponibiliza linhas desenvolvidas com resina PET pós consumo reciclada em toda a linha Standard e também em projetos exclusivos. Na Linha Standard tem um portfólio com cerca de 30 modelos diferentes de frascos com formas e tamanhos variados, com alto volume de produtividade, o que possibilita aos clientes redução de custos mantendo alto padrão de qualidade. 28 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
O destaque principal desta linha fica por conta de dois modelos diferenciados de saboneteira, carros chefes da empresa, que destacam e agregam valor ao produto. Já na Linha Exclusiva oferece projetos diferenciados visando originalidade, design e excelência, agregando o máximo de valor ao produto final. Ainda fazem parte do portfólio potes para linhas específicas de produtos e miniaturas para oportunidades especiais de promoção e amostra-grátis. Todos passam por sistema de controle da qualidade, além da certificação ISO 9001 da empresa. “Estamos trazendo uma grande novidade para o setor, o SPICE- Spiltag Inovation Center, um serviço totalmente diferenciado, onde o núcleo de P&D da Spiltag, juntamente com a área de marketing de nossos clientes, criará e elaborará embalagens que mais se adequam às necessidades do produto. Esse novo serviço envolve todo um estudo de mercado e da realidade onde será inserido aquele determinado produto. Com isso queremos agregar mais beleza e atratividade para cada projeto”, diz Spila. “Também lançamos recentemente mais modelos para linha Standard, onde procuramos oferecer frascos diferenciados e modernos, adicionando alto volume de produtividade, redução de custos, porém com um alto padrão de qualidade”. A empresa atua na região Nordeste e nos estados do Rio de Janeiro, Espíri-
to Santo, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Segundo Spila, a região Sul tem uma importância fundamental nos negócios da Spiltag e no mercado nacional de HPPC, pois é aqui que estão inseridas “grandes e fortes” empresas como O Boticário. “Neste ano de 2013, esta região já apresenta um crescimento de cerca de 20% em volume de negócios e as perspectivas para os próximos 12 meses são de manutenção deste patamar”, afirma, destacando boas perspectivas para o mercado geral. “Percebemos que o mercado continuará mais alguns anos em expansão e nossa intenção é nos projetarmos como um fabricante global de embalagens, gerando cada vez mais beleza e atratividade para nossos clientes por meio de nossos produtos, sem perder o foco do segmento de HPPC”. Spila destaca que o mercado é jovem, ainda muito sensível ao preço da embalagem, mas que a empresa percebe que esta tendência tem se modificado com a sofisticação dos players do segmento de cosméticos, que cada vez mais exigem embalagens de alto padrão e maior rigidez, como já é encontrado nos mercados externos. “Existem diferentes resinas que começam a chegar ao Brasil, que conferem a embalagens sopradas de cosméticos um maior apelo visual, devido ao fato de conferirem características visuais apenas encontradas em embalagens de vidro. A Spiltag já começou a desenvolver os pri-
"Quão mais poluído seria o meio ambiente sem o plástico?”
meiros testes com este material e logo apresentará ao mercado produtos ainda inéditos”, afirma.
Plastivida: “O plástico é a evolução da sociedade”
O Plastivida – Instituto Sócio-ambiental dos Plásticos trabalha incansavelmente na conscientização do papel e do valor do plástico na vida de todos, assim como para desmitificar vários pontos. “O plástico é a evolução da sociedade. É inerte, atóxico, versátil, maleável, leve, durável, apresenta excelente relação custo/benefício, além de ser 100% reciclável. São essas características e propriedades que permitem a diversidade de aplicações, sejam em substituição a outros tipos de matérias primas, sejam na concepção de novos produtos que jamais seriam fabricados se o plástico não existisse”, diz Miguel Bahiense, presidente da instituição. Segundo Bahiense, são aplicações que garantem qualidade de vida em um nível nunca antes visto. “O plástico é fundamental para dar segurança aos alimentos. 95% da água potável no Brasil é distribuída em tubos e conexões de PVC. A medicina só se desenvolve de forma acelerada porque o plástico está a serviço da ciência. Carros e outros meios de transporte estão cada vez mais leves, pois a presença do plástico em suas composições é crescente e, assim, consomem menos combustíveis. São essas as informações “verdes” que devem permear a postura do setor plásticos para mostrar que de fato é sustentável”, diz. Para Bahiense, é fundamental que as empresas atuem no sentido de mostrar que a associação plástico/poluição é simplória e equivocada. “Frequentemente, ouço o seguinte questionamento: ‘Como é possível descrever que o plástico não é prejudicial ao meio ambiente?’. Afirmo que essa pergunta é equivocada, ela deveria seguir na linha de algo como “o quão mais poluído seria o meio ambiente sem o plástico?”. Pelas críticas infundadas que recebemos, nossa atuação deve ser no sentido de provar os equívocos no nosso dia a dia”. PS << Maio de 2013 < Plástico Sul < 29
Tendências
& MercadosPlástico, Saúde e Bem Estar
Plástico e sustentabilidade Com Miguel Bahiense do Instituto Sócioambioental de Plásticos (INP) Revista Plástico Sul - Os empresários brasileiros estão dispostos a pagar mais por materiais sustentáveis? Miguel Bahiense - A questão não é pagar mais ou menos, creio que já passamos dessa fase superficial de avaliação de comportamento sustentável. Não podemos associar sustentabilidade apenas ao desejo/possibilidade de se pagar mais ou menos pelo que se mostra mais verde ou mais social. A sustentabilidade é um conjunto, um tripé com os pilares econômico, ambiental e social. É isso que deve imperar, então não se trata de o empresário pagar mais ou menos, do consumidor aceitar esses preços. Ser sustentável é muito mais do que isso, é ser verde, ser economicamente viável e ser socialmente justo. Adicionalmente os atores envolvidos devem entender tudo isso, se capacitando, assim, para avaliar estes pilares. Plástico Sul - Nas diferentes indústrias, quais são as mais viáveis financeiramente para o produto verde? Bahiense - Construção, embalagens, automotiva, calçadista, etc., cada uma dessas indústrias tem suas peculiaridades, mas o fundamental é observar o tripé para refletir em seus produtos a sustentabilidade. Veja o caso das embalagens plásticas e de tubulações. Uma das principais funções dos plásticos é de proteger. Esta proteção gera benefícios ambientais incríveis, pois auxilia na produção, estocagem e distribuição de milhares de toneladas de alimentos e litros de água, evitando desperdícios e perdas por transporte que se ocorressem gerariam claramente sérios impactos ambientais e sociais. O meio ambiente é beneficiado, pois as embalagens nos ajudam a não desperdiçamos alimentos e sabemos que produzi-los tem impactos ambientais. Melhoramos o acesso aos alimentos com custos muito mais acessíveis do que se não existissem esse tipo de embalagens. Plástico Sul - O custo das construções sustentáveis caiu nos últimos anos no Brasil, não? Quais as tendências? Bahiense - Isso é muito relativo. Muitas 30 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
tecnologias de ponta prometem desempenho ambiental ímpar, mas a um custo elevadíssimo. Isso não vai tornar a construção mais sustentável. Por outro lado, muitos produtos tradicionais oferecem vantagens ambientais importantes por sua essência e que às vezes passam despercebidas. Hoje fala-se muito em construções sustentáveis e existem diversos mecanismos de certificações que criaram rankings, rótulos e selos para definirem o que é mais ou menos sustentável. Entretanto, parte desses mecanismos peca por criticar um determinado produto se fabricado por uma matéria prima tradicional e reconhecida, deixando de enaltecer os benefícios que esse produto oferece. Isso leva à busca de novos produtos que não se mostram tecnicamente eficientes. Já vi empresas substituírem tubulações feitas com materiais tradicionais para conseguir “pontuação melhor” nesses tipos de certificações. Dada a ineficiência dos substitutos, antes mesmo da inauguração da edificação, foi necessário refazer parte da obra. A sustentabilidade está associada ao ciclo de vida, pois é ali que se avalia as questões da fabricação, do uso e do descarte, nos aspectos técnicos, ambientais, sociais e econômicos. Deve-se ter cuidado para a construção sustentável não virar um negócio inócuo, tipo paisagem, onde se usa o rótulo de sustentável e, no fundo, no fundo, só causam impactos sociais, ambientais e econômicos. Plástico Sul - Como o poder público, em suas diferentes esferas, tem contribuído para fomentar a indústria verde? Bahiense - Os incentivos fiscais são um caminho que pode ser desenvolvido com maior intensidade. Se entendermos que a reciclagem de produtos é uma das formas de termos mais produtos verdes, porque não incentivar a fabricação destes? O Brasil recicla mecanicamente praticamente o mesmo percentual do que se recicla na Europa, mas aqui o mercado é informal, não só pela até então inexistência de uma política nacional, mas pelos tímidos incentivos fiscais para o desenvolvimento do parque industrial reciclador, pela falta de envolvimento do cidadão que não tem acesso a educação ambiental, pela falta de coleta seletiva que é papel do poder público. A PNRS promete resolver boa parte dessas questões.
Plástico Sul - Fale sobre as ações sustentáveis mais recentes da Plastivida. Bahiense - Temos trabalhado muito forte na promoção da reciclagem, seja ela mecânica ou energética, na questão do lixo nos mares, que nos faz estarmos antenados para propor soluções que acreditamos passar pela PNRS. Por isso atuamos fortemente na PNRS, dando o nosso apoio e experiência para termos eficiência na proposta de acordo setorial do setor de embalagens apresentada ao Ministério do Meio Ambiente. Sem dúvida, as sacolas plásticas atualmente têm uma dedicação especial dentro da nossa atuação, pelo tamanho da discussão que o tema ganhou no Brasil. Em linhas gerais estamos falando e atuando para mostrar à sociedade que o plástico é sustentável e nos beneficia no nosso dia a dia. Plástico Sul - Quais os últimos números em reciclagem plástica? Bahiense - Pesquisa realizada em 2012, (ano base em 2011), aponta que, no período, foram reciclados no Brasil 21,7% dos plásticos pós-consumo. Ou seja, 736 mil toneladas de plástico que se destinariam ao lixo foram transformadas em novos produtos. Em 2011 a marca foi de 19,4%. A pesquisa é anualmente encomendada pela Plastivida- Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos e desenvolvida de acordo com metodologia do IBGE. A região Sudeste foi a que mais reciclou material plástico em 2011 (55,5%), seguida das regiões Sul (27,7%), Nordeste (9,9%), Centro-Oeste (5,4%) e Norte (1,5%). PS
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DESTAQUE Sopradoras
Mais tecnologia para atender ao mercado O mercado de embalagens sopradas está em constante mudança, não apenas para atender às exigências de um mercado em crescimento vegetativo, mas também pelo próprio sistema de aprimoramento técnico de máquinas, equipamentos e matérias-primas e aditivos. O aumento do poder aquisitivo das classes mais populares também influencia o segmento porque, ao natural, imprime um ritmo mais acentuado de consumo. Com isso, cresce a responsabilidade da indústria de transformação, que precisa acompanhar esse processo evolutivo. Para isso, contam com os avanços tecnológicos desenvolvidos pelos fabricantes de sopradoras que investem em pesquisas e testes de aprimoramento. 32 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
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urante a Feiplastic 2013, realizada no final de maio, no Parque Anhembi, a empresa lançou a sopradora ROMI C 5TS, que dispõe de projeto hidráulico de alta performance e novo conceito de cabeçotes, com múltiplas zonas de aquecimento e fluxo otimizado. “Ela é destinada à fabricação de frascos com até 5 litros para as indústrias de embalagem em geral. Neste novo modelo de máquina aplicamos hidráulica proporcional para todos os movimentos, abertura/fechamento, transferência e descida e subida dos pinos de sopro. Apresentamos a máquina em seu lançamento com o processo In Mould Labelling (IML) para 03 frascos de óleo lubrificante com visor de nível”, ressalta William dos Reis, Diretor de Máquinas para Plástico do grupo. O executivo acrescenta que este equipamento possui ainda painel colorido com tecnologia touch screen, com programador
de parison para até 512 pontos e ainda sistema de extrusão com acionamento direto da rosca. Novidades tecnológicas também são motivos de satisfação para a Pintarelli Industrial Ltda, de Blumenau (SC), como revela o Diretor Comercial Carlos André Pintarelli, ao comentar sobre as qualidades de um modelo lançado recentemente. “Estamos com uma sopradora modelo Starmaq 6000-S / 6000 - D e 1000 – S / 10000 – D, com capacidade de 6 e 10 litros, em mesas simples e duplas. A Starmaq 6000 tem capacidade de soprar duas bombonas de 5 litros por mesa com força de fechamento de 17T, compostas componentes de ultima geração – cito o motor W- Magnet da Weg, que tem permite uma sensível redução energética.” A evolução em tecnologia também na Krones do Brasil - a indústria alemã tem uma unidade em São Paulo. O mais novo lançamento da empresa é a Sopradora C3.
O modelo Starmaq da catarinense Pintarelli permite uma sensível redução energética
“A grande novidade dessa máquina é o sistema de estiramento eletromagnético. Esse sistema primeiramente é livre de manutenção e forças de atrito. O sistema de estiramento mecânico usado anteriormente, limitava a máquina, não permitindo que a sopradora trabalhasse uma cadência muito menor que a velocidade nominal a qual ela foi projetada, ou seja, uma sopradora que tinha uma velocidade nominal de 20.000 gph, a velocidade mínima que ela poderia trabalhar, seria por volta 12 – 14.000 gph. Menos que isso não era possível”, informa o Diretor Comercial Silvio Rotta. O executivo explica que a sopradora anterior tinha somente 2 fases de aproveitamento de ar (pré sopro e sopro final). “A atual tem mais um sistema de recuperação intermediário de ar. Isso implica em menor gasto de ar e energia”, revela. O sistema de acionamento agora também é com servomotor e tem muito mais espaço para acesso de manutenção, completa Rotta. A velocidade pode chegar 2.250 gph por estação de sopro. “O novo desenho da estação de sopro tem uma abertura e fechamento do molde mais veloz que a máquina anterior”, acrescenta. Segundo Rotta, as proteções da máquina agora são fornecidas em alumínio e o sistema de isolamento acústico é de fá-
cil limpeza, pois o revestimento é de chapa lisa, diferentemente de outros modelos onde ainda se utiliza materiais porosos que permite a impregnação de sujeira. “Num âmbito geral a nova Sopradora C3 é um equipamento com um design bem mais higiênico”, ressalta o executivo da Krones. Com sede em Gravataí (RS), a MaqSopro – Máquinas Sopradoras, também se posiciona positivamente no mercado e tem novidades, segundo o Consultor Técnico Gilvan Santos de Oliveira. “Lançamos a máquina Sopradora
MQS 20, que entre as novidades tecnológicas para o transformador, tem o Controle Digital de cabeçotes por acumulação”, revela o executivo. Ele acrescenta outras informações sobre a empresa e produtos. “Somos uma empresa fabricantes de máquinas sopradoras, totalmente voltada para o sopro de embalagens e periféricos. Através de estudos, aperfeiçoamentos e depoimentos de produtores de embalagens plásticas produzimos máquinas de acordo com a necessidade”, informa o executivo, que destaca >>>>
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DESTAQUE Sopradoras como melhores mercados para o sopro os segmentos de cosméticos e higiene. A empresa apresenta uma linha nova de cabeçotes para produção de embalagens com visor, muito utilizado na fabricação embalagens para óleo e produtos químicos. “Mas além de tudo isto, ainda temos o melhor preço, custo beneficio, fácil negociação e menor custo de energia elétrica.”, complementa. A MaqSopro também atua em outra área vital para as empresas que possuem máquinas usadas de todas as marcas e muitas vezes fora da garantia: conserto, reforma e automatização de qualquer modelo. “Vendemos e reformamos qualquer produto de sopradoras e periféricos, reformamos roscas, cilindros, cabeçotes e em geral”, informa Gilvan de Oliveira. Ainda dentro do contexto de novidades em tecnologia, a Meggplástico, empresa do Grupo MEGGA, possui uma completa linha de sopradoras para termoplástico de diversos modelos e tamanhos, que permite adequar às necessidades de seus clientes do setor de transformação de plásticos. A diretoria destaca um modelo de grande porte e de alto rendimento, da marca Invex, modelo TDB 25A, que é equipada com sistema de monitoramento Moog para operação e supervisão do processo, podendo produzir em uma ou mais cavidades, por extrusão continua ou com acumulação, permite também a utilização de cabeçotes de múltiplas camadas (CO-EX). O sistema de fechamento possui uma estrutura construtiva com duas colunas em ângulo de 45º permite uma fácil e rápida
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troca de moldes, fazendo com que a máquina seja utilizada para uma ampla gama de produtos. Com um generoso espaço livre debaixo do molde do sopro para a instalação de todos os acessórios e dispositivos de sopro necessários para o processo produtivo. A empresa informa que no conjunto da extrusora, a plataforma para colocação tem ajuste de altura automático, permitindo a combinação de um cabeçote com duas extrusoras. O valor teórico da capacidade de plastificação da rosca é calculado com a utilização de 70% de material virgem e 30% material reciclado. O cabeçote acumulador tem dois estágios no núcleo perfilado curvo, tipo “first in/first out” com controle axial de espessura de parede, no pré-sobro do parison pelo cabeçote ou pino de sopro, com controle de pressão, de 0-8 bar, e volume de ar por meio de válvulas. Na unidade hidráulica separada para controle axial da espessura da parede para o cabeçote acumulador disposta na plataforma da extrusora, permitindo um fácil acesso e economia de espaço. Entre as principais características técnicas destacam-se: O PCL da máquina marca Mitshubishi, o volume máximo do produto é 25 litros, e o diâmetro da rosca é de 80 mm, a relação cumprimento x diâmetro é 25:1 L/D. A capacidade de plastificação é 110 Kg/h com cabeçote acumulador FIFO, e volume de 4,0 litros, com o diâmetro do núcleo do cabeçote de 300 mm. O aquecimento da rosca possui 4 zonas. A pressão de sopro é de 0,8 mpa e o curso do esticador de parison é de 355-400 mm. O consumo de ar é de 0,8 m³/min, e a
pressão da água de refrigeração é 0,3 mpa, com consumo de água de 60 l/min. A distância entre as placas é 350x780mm com curso de abertura do molde de 430 mm, e dimensões de 550x650 mm (CxL) e a altura do molde é 260-335 mm com força de fechamento de 215 KN e velocidade de 600 mm/ sce por 42 m/min. E, por fim, a potência de aquecimento da extrusora é de 5,28 KW, e da rosca é 6,28,2 KW, e a potencia do motor é de 30 KW. A potencia do motor da bomba hidráulica é de 22 KW. A potencia instalada total é de 64 KW. A TD25A tem as dimensões (LxWxH): 4,1x2,2x3,5m com peso total de 11 ton.
Os benefícios da integração máquinas e resinas
As indústrias de transformação do setor plástico já sabem que uma máquina supermoderna pode não trazer os benefícios desejados ao produto se a matéria-prima e os aditivos utilizados também são passarem por etapas de aprimoramento de suas qualidades. Essa integração, segundo William dos Reis, da Romi, está acontecendo, com a apresentação de novidades ao mercado. “O desenvolvimento de novos materiais e aditivos sempre somam qualidade ao produto final. As máquinas estão acompanhando bem essa necessidade de gerar novos materiais, exemplo nos casos de melhor processabilidade, onde as máquinas são mais exigidas na capacidade de extrusão em Kg/h, refletindo assim, no aumento da produtividade”, explica. É evidente que a existência de um sis-
Silvio Rotta, da Krones, destaca a Sopradora C3 e também fala da relação setorial
tema interativo traz benefícios para o segmento e mereceu de Silvio Rotta, da Krones, um comentário oportuno de valorização, mas também sobre a necessidade de novos avanços. “Após o Black Toner não acredito que tenha tido nenhum grande lançamento nesse sentido, a menos das resinas Green”, diz. Sobre este mesmo tema, Pintarelli faz algumas observações, mas sem entrar em detalhamentos. “Os clientes têm nos procurado sobre alguns tipos de matérias-primas: PETG, Policarbonato, Santoprene, mas não temos como dar continuidade as estes questionamentos”, explica. Gilvan de Oliveira, da MaqSopro, destacou que essa integração existe sim, “principalmente na área de pigmentos”.
Mais vendas em 2013
Para quem “olha de fora”, mesmo com um crescimento pequeno, o Brasil teve desempenho econômico superior a muitos países europeus. No entanto, no ano passado, para o setor de máquinas de sopro o reflexo nas vendas não foi espetacular. Segundo William dos Reis, diretor da Romi, poderia ter sido melhor, mas ele confia na recuperação. “Em 2012, o número de vendas de sopradoras se manteve estável, mas abaixo de um ano normal. Já em 2013 tivemos um início mais animador e por isso, mantemos uma expectativa positiva para o ano”, avalia. Segundo William dos Reis, todos os segmentos estão contribuindo para o crescimento do setor de sopro. “Destacamos o setor automobilístico, com inovações nos processos mais técnicos, que exigem moldes mais complexos. Já a indústria de cosméticos precisa de frascos mais sofisticados e alta complexidade de acabamento. Por fim, a indústria de higiene e limpeza que necessita de alto volume de produção, buscando cada vez mais o aumento de produtividade”, informa o executivo. Apesar do crescimento do PIB brasileiro ter sido considerado um tanto “tímido”, em 2012, os consultores do setor enfatizam que a demanda por embalagens sopradas cresce em vários segmentos como alimentação, higiene e cosméticos em boa parte pelo
aumento do poder aquisitivo das classes E, D e aumento da Classe C. As diversidades geográficas também influenciam nas vendas de produtos e das máquinas utilizadas para fabricá-los. Newton Zanetti, empresário com grande experiência à frente de uma das principais fabricantes nacionais de máquinas para o segmento de sopro, concorda com o executivo da Romi sobre o comportamento do mercado. “Como em outros setores de máquinas para plásticos, o setor de sopro sofreu um decréscimo de vendas em 2012 em relação a 2010, que foi considerado o grande ano. Já vínhamos sofrendo decréscimo em 2011 e em 2012 o ano foi muito parecido com o anterior. Iniciamos 2013 com perspectivas positivas, que até agora vem se concretizando com boas vendas inclusive antes da Feiplastic”, avalia o empresário. A feira, realizada em maio, no Parque do Anhembi, em São Paulo, é uma das cinco maiores do mundo e terminou com resultados animadores para a maioria dos expositores. Zanetti explica os motivos do otimismo. “Com o bom resultado da feira nossos prazos e entrega se alongaram e continuamos com boas perspectivas para fechar também o segundo semestre. Acreditamos que 2013 será melhor entre 15 a 20% em relação a 2012, o que será um ótimo resultado”, complementa. Os comentários sobre o comportamento do mercado indicam quase uma unanimidade de avaliação positiva. Para a Pinta- >>>> << Maio de 2013 < Plástico Sul < 35
DESTAQUE Sopradoras relli este ano houve recuperação, segundo o Diretor Comercial Carlos André. “Em 2012 tivemos um mercado pouco aquecido, em contrapartida, 2013 começamos a todo vapor, e esperamos que permaneça assim até o final do ano. Inclusive já temos consulta e projetos para inicio do próximo ano”, admite o executivo. Para a MaqSopro esse é o ano da recuperação.” No ano passado foi muito difícil, o ano teve altos e baixos e este ano apresenta melhorias para o setor. As empresas já começam a procurar mais”, alerta o consultor Gilvan de Oliveira. No entanto, Silvio Rotta, da Krones, não tem o mesmo entusiasmo. “O mercado segue aquecido, porem mais retraído em 2013”.
Novos nichos no Brasil
No caso do Nordeste, onde o clima e o fator turismo também favorecem o consumo de muitos itens soprados, o crescimento é concreto. “Com o aumento do poder aquisitivo das classes citadas anteriormente, o consumo de cosméticos e produtos de limpeza estão em visível avanço. Segmentos da indústria de frascaria são muito significativos para o mercado de plásticos”, ressalta William dos Reis. “O aquisição destes itens vem crescendo no Nordeste e com isso, influenciando diretamente no consumo de frascos da região. A Romi está presente neste mercado e conta com projetos em andamento para aumentar a participação da empresa nesta região”, acrescenta. Também em relação aos mercados a análise da Pavan Zanetti tem pontos coin-
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cidentes. “Na verdade, diria que o Nordeste cresceu mais que as outras regiões seguramente. Nossas vendas no Nordeste foram maiores comparativamente à própria região Sudeste, que é a de maior densidade de vendas”, informa Newton Zanetti. Ele diz que esse fato vem acontecendo desde o segundo governo Lula, provavelmente devido aos investimentos na região, a melhoria do poder de compra da classe C e ao Bolsa Família. “Os empresários locais, entendendo o fenomeno, investiram maciçamente em máquinas sopradoras e injetoras aproveitando a redução de juros no programa do BNDES, o Finame PSI, com juros de 3% ao ano hoje e que subirá para 3,5% até o final desse ano”, revela. Parece existir um consenso sobre o desempenho dos fornecedores em relação à região citada. “O Nordeste há vários anos tem sido um mercado com alto valor para empresas fabricantes de sopradoras, pois está em plena ascensão, onde abrem-se novas empresas e as que já existem tem crescido gradativamente, à procura de máquinas de sopro cada vez mais produtivas”, informa Pintarelli. Esse otimismo é compartilhado pela MaqSopro, conforme depoimento do consultor Gilvan de Oliveira. “Posso afirmar por experiência própria que é o melhor ano MaqSopro em vendas para o Nordeste e em orçamentos”, destaca. Silvio Rotta, executivo da Krones concorda. “O Nordeste é uma das regiões que mais cresce no país em todos os sentido e não é diferente para máquinas e equipamentos”, afirma Silvio Rotta.
Câmbio faz Pavan expor na K
Qualquer empresário sabe que a instabilidade cambial é mais prejudicial do que um aumento ou queda constante, porém sem sobressaltos. William dos Reis explica porque as oscilações do câmbio têm afetado o setor. “O câmbio afeta diretamente a competitividade do setor de máquinas e bens de capital no Brasil. Os equipamentos importados ficam mais "caros", e, além disso, todo conteúdo importado das máquinas também sofre alterações”, ressalta. O comentário de Newton Zanetti, que até maio era vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos para a Indústria do Plástico, revela os reflexos desta questão na atual conjuntura. “Isso não tem refletido muito em nossas exportações ainda, a oscilação para cima do câmbio, pois os custos internos têm levado os preços das máquinas brasileiras às alturas, reduzindo em muito nossa capacidade de competir, principalmente com maquinas chinesas e mesmo as européias, que estão hoje com preços muito próximos aos nossos”, explica. “Não sentimos ainda reflexos positivos e tampouco, por sorte, reflexos negativos. Mas acreditamos que se o cambio permanecer nesse patamar teremos melhores condições de vender no exterior e isso nos motivou a tomar medidas mais corajosas, que comento no item subseqüente”, acrescenta. Justamente para acrescentar nova luz sobre esse assunto, Newton Zanetti completa sua avaliação de forma objetiva. “Para tentar aproveitar a alta momentânea do >>>>
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DESTAQUE Sopradoras A Meggaplástico apresenta a sopradora marca Invex, modelo TDB25A, com várias novidades
dólar e que esperamos se estabilize nesse patamar e também para afirmar nossa marca no exterior, pela primeira vez estaremos participando do maior feira do setor plástico do mundo, a feira K em Dusseldorf, onde levaremos para a exposição um de nossos produtos mais vendidos hoje, a sopradora de dupla estação. modelo BMT 5.6D/H, com comando de ultima geração alemão da Beckhoff, cabeçote de extrusão continua com 4 cavidades da conceituada marca alemã Mueller, onde esperamos marcar presença com uma boa exposição e firmar nossa marca a nível mundial. Com essa ação, seguramente aparecerão oportunidades em regiões onde ainda não temos atuação, com novos representantes . Estamos muito confiantes”, completa. Para a Pintarelli, a questão cambial e suas implicações nas vendas revelam outro cenário, como explica o Diretor Comercial Carlos André Pintarelli. “Há algum tempo não temos exportado, mas temos percebido que a oscilação da taxa cambial, tem afetado a continuidade nas vendas de outras empresas, abrindo o mercado para entrada de máquinas chinesas com preços muito atrativos. No Brasil temos visto que todas os segmentos têm crescido, onde damos destaque para área alimentícia e de produtos de limpeza. Nestes segmentos, todos estão
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a procura de equipamentos mais velozes e produtivos”, esclarece. Os efeitos do câmbio ao que tudo indica, ainda não se fizeram sentir por completo e variam de uma empresa para outra, conforme seu foco. No caso da Krones do Brasil, o diretor Silvio Rotta, explica como está sendo avaliado. “Na verdade ainda não sentimos essa variação cambial, acredito que vamos começar sentir este efeito daqui por dian-
te. Para venda de equipamentos importados, pior que ter um cambio alto, é não ter previsibilidade, ou seja o cambio ficar subindo e descendo rapidamente e com grandes variações”, ressalta. Para Gilvan de Oliveira, da MaqSopro, a análise é bem direta, com foco nas desvantagens para as empresas nacionais. “Isto é um problema, pois com as variações, os produtos importados cada vez ficam mais presente”, finaliza. PS
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Capacitação
Braskem e Sebrae lançam programa para pequenos negócios do setor
O
Sebrae e a Braskem lançaram recentemente um programa de encadeamento produtivo para a cadeia da indústria química brasileira. O programa, que terá duração de 36 meses, vai atender aos três elos da cadeia: empresas de pequeno porte fornecedoras de produtos e serviços de unidades industriais da Braskem, pequenos negócios transformadores e as sociedades cooperativas de materiais recicláveis. As metas são: ampliar em 10% o volume de vendas e em 5% número de funcionários de pequenos negócios da cadeia do setor de plásticos. Outro resultado esperado é a ampliação em 25% do desempenho das empresas de pequeno porte com relação aos critérios de qualidade estabelecidos pela Braskem. A garantia desses bons resultados está na grande performance obtida no projeto de encadeamento produtivo piloto desenvolvido em Alagoas. Desde 2009, o Sebrae e a Braskem vêm trabalhando na capacitação e inovação das micro e pequenas empresas de transformadores plásticos do estado, em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Senai e Sinplast. A experiência alagoana, realizada nas cidades de Maceió e Marechal Deodoro, apresentou em três anos resultados expressivos: a quantidade de pequenas empresas de produtos e serviços de química e plásticos instaladas no estado subiu 61% (de 33 para 53), o número de empregos cresceu 56% (de 1690 para 2630) e os salários dos funcionários da área de produção tiveram uma elevação de 33%. Além disso, a redução do índice de perdas nessas empresas atingiu a 71%. Os principais pilares do programa são o desenvolvimento de competências empresariais administrativas e financeiras de todos os participantes e fortalecimento competitivo das empresas de pequeno porte e sociedades cooperativas de materiais recicláveis atuantes na cadeia de valor do plástico. Para os pequenos negócios do se-
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tor, há muitas vantagens em ter como cliente – ou fornecedor – uma empresa de grande porte como a Braskem, ressalta Barretto. “Os pequenos negócios tendem a ganhar eficiência e competitividade, com aprimoramento dos seus processos internos, e se habilitam a fazer negócios com outras grandes empresas”, destaca o presidente do Sebrae. Ele lembra ainda que, ao estimular as micro e pequenas empresas, há um grande incentivo à geração de empregos – o setor é que mais emprega mão de obra no país – e incremento ao desenvolvimento das economias locais. Destaca-se também o incentivo às cooperativas de material reciclável e os benefícios ambientais para sociedade com o aumento da reciclagem. Já para a grande empresa, o processo de encadeamento produtivo também pode trazer uma série de benefícios, assinala Barretto. “Com maior competitividade do fornecedor, podem ser obtidos melhores preços, prazos de entrega mais confiáveis, ganho de flexibilidade, crescimento do potencial de inovação, redução dos custos de logística e transporte e otimização dos investimentos para desenvolver a base fornecedora”, enumera o presidente do Sebrae. A previsão de investimento na nova fase do acordo de cooperação é de até R$ 7 milhões. Inicialmente, o projeto de atendimento de empresas de pequeno porte fornecedoras de produtos e servi-
ços de unidades industriais da Braskem prevê potenciais beneficiados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Alagoas, mas, posteriormente, outras localidades poderão se agregadas. A expectativa é alcançar o número de 150 empresas fornecedoras. No caso dos transformadores plásticos, que são compradores das resinas termoplásticas produzidas pela Braskem, será possível atender 250 pequenos negócios. No que se refere aos projetos de reciclagem, a proposta da parceria é promover a inserção social e econômica de empreendedores de materiais recicláveis, com a implantação de pequenos processos industriais para a reciclagem. A meta é beneficiar 25 cooperativas de recicladores, atingindo um total de mil catadores. As soluções do Sebrae que poderão ser utilizadas para acatar os requisitos da cadeia de valor do plástico serão definidas caso a caso e em comum acordo com os envolvidos no projeto, após a aplicação do diagnóstico e análise dos resultados das empresas. O Sebrae desenvolve hoje projetos de encadeamento produtivo com empreendimentos como Petrobras, Vale, Odebrecht, Gerdau,GRU (administradora do Aeroporto Internacional de Guarulhos) , Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC), além da própria Braskem. PS
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EVENTO Feiplastic 2013
R$ 43 mihões negociados no Anhembi
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xpositores que venderam até 60 máquinas, ou com faturamento de R$ 15 milhões em cinco dias de feira. Este foi o balanço da FEIPLASTIC 2013 – Feira Internacional do Plástico poucos dias depois do seu encerramento. De lá para cá, esse número certamente mudou, pois movimentação nos corredores, estandes lotados e satisfação de visitantes e expositores marcaram aquela semana no Pavilhão de Exposições do Anhembi, entre 20 e 24 de maio. “Muitos já venderam o suficiente para reservar a produção até o final do ano”, relatou Wilson Carnevalli, diretor da Carnevalli e presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico (CSMAIP) da Abimaq. O número estimado de negócios concretizados na Feira é de, no mínimo, R$ 43 milhões, somando-se depoimentos de expositores e números da rodada de negócios internacional. Durante a FEIPLASTIC, os 69.150 mil visitantes percorreram 85 mil m² do Anhembi em busca de inovação, lançamentos e alta tecnologia aliados à sustentabilidade de 673 empresas e 1402 marcas. De acordo com Liliane Bortoluci, diretora do evento, “a feira superou as expectativas, tanto em número de expositores como em público visitante, cada vez mais qualificado e com poder de decisão. Só aqui engenheiros, diretores, técnicos, entre outros, podem comparar produtos e vê-los funcionando ao vivo, num mesmo lugar. Negócios se efetivam aqui dentro”. Dentro e fora, como nos casos de quem atua na distribuição de resinas, 42 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
que têm na Feiplastic um espaço para relacionamento. “A feira foi muito importante, tivemos muitas oportunidades de negócios, novos interessados e uma visitação bastante forte dos nossos clientes também”, diz o diretor da Cristal Master Luiz Carlos Reinert dos Santos. “Lançamos dois produtos, nosso agente interfacial, que é um compatibilizante de polímeros, e também o nosso antimicrobiano, duas novidades que tiveram excelente aceitação”. A Cristal Master levou à Feiplastic 2013 um estande temático, evidenciando a colonização alemã de Joinville, onde fica a sede da empresa, e região. “Os clientes, fornecedores e amigos que nos visitaram gostaram muito da ideia, trazendo um pouco da nossa região e saindo um pouco do modernismo, voltando ao colonial. Foi importante e chamou a atenção, o pessoal elogiou muito”. Além do estande, o casal de garçons usava roupas típicas dos primeiros anos da colonização alemã no sul do país. A Mais Polímeros foi a Feilplastic consolidar sua posição como distribuidora oficial da Braskem, Unigel e LyondellBasell, um parceiro recente. “Lançamos o PE verde da Braskem como mais um produto agregado ao nosso portfólio, incorporamos o polipropileno composto da LyondellBasell para aplicações não automotivas e estamos discutindo com vários parceiros de fora e locais a ampliação de nosso portfólio em especialidades e em produtos diferenciados”, afirma o diretor Aparecido Luis Camacho. “A feira foi muito rica em termos de contato, de refor-
çar a imagem institucional da empresa, o relacionamento com os clientes e com o mercado. Outras oportunidades que surgem, inclusive parcerias que ocorrem ao acaso, sem planejamento. A feira é muito rica, muito positiva”, comenta. Liliane destaca que a feira abrange toda a cadeia do plástico. “As empresas atenderam todos os segmentos, com destaque em tecnologia para máquinas e reciclagem, um grande pleito”, diz. “Vimos os empresários contentes nos estandes, fechando muitos negócios. Teve negócios de mais de seis meses fechados na feira. Foi um objetivo atingido: fechar negócios na Feiplastic” reafirma. Os desafios da organização foram a mudança de marca, de Brasilplast para Feiplastic, a variação do dólar e o PIB baixo. Liliane diz que a troca da marca foi bem assimilada, mesmo porque se mantiveram o mês de realização do evento e os apoiadores. “No começo, houve dúvida do público, mas aumentamos muito a exposição, especialmente no exterior”.Em função da crise, alguns expositores também ficaram receosos de não efetivar negócios, mas nos dois primeiros dias já foram vendidos equipamentos. “Um bom sinal para o segundo semestre”, comenta. “Os empresários acreditam que vá engrenar, mas a indústria precisa de apoio do governo, de financiamento”, ressalta. Outra questão foi o fato da Feiplastic 2013 coincidir com a realização da Chinaplas. “Ouvimos comentários do tipo ‘o pessoal vai para a Chinaplas’, mas são poucos os que vão. Aconteceu, é fato,
Durante a feira, os 69.150 mil visitantes percorreram 85 mil m² do Anhembi
mas dependemos do calendário do pavilhão. Para 2015, vamos tentar sair desta data”, diz.
144 novas empresas participantes
Neste ano, a FEIPLASTIC recebeu 144 novas empresas participantes interessadas em ampliar presença no mercado brasileiro e concretizar negócios. Entre elas, destacam-se grandes multinacionais como a holandesa DSM, cujas áreas de atuação envolvem os plásticos de engenharia; a alemã SIKORA, que agora tem filial no Brasil; e o grupo italiano TCM, que pretende instalar sua primeira fábrica no País, voltada à produção de embalagens PET. Segundo a Abiplast, os investimentos em máquinas realizados pelo setor apontam recuperação, confirmada pelo pelos expositores da FEIPLASTIC. Nos três primeiros meses de 2013, foram investidos R$ 623 milhões. Em nenhum mês do ano anterior foi verificado volume igual de investimentos. O presidente da entidade, José Ricardo Roriz Coelho, ressaltou também a importância da indústria plástica como fonte de emprego. “Na terceira geração do petróleo, que são os transformados plásticos, a cada R$ 1,3 milhão investido, um emprego é
criado. Na segunda geração, o valor já é de R$ 10 milhões para um emprego. A indústria de primeira geração precisa de R$ 22 milhões por emprego. Por isso, somos uma grande força empregadora no país”. A evolução de vagas de emprego no setor plástico no primeiro trimestre de 2013 foi de 6,4 mil.Também presente na feira, a Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista, instituição financeira do governo do Estado de São Paulo, que firmou acordos com fabricantes e revendedores. No total, foram realizados 35 acordos operacionais com expositores, que estimam novos negócios nos próximos meses. Outro foco de investimentos foi a
rodada internacional de negócios Think Plastic Brazil organizada pela Abiplast junto com a Apex Brasil, e que proporcionou aos participantes 107 reuniões, com compradores do Peru, Equador, EUA, Guatemala, México e Colômbia e 31 empresas brasileiras, além da expectativa de retorno na ordem dos US$ 6,850 milhões nos próximos 12 meses. Pelo menos uma parceria, de US$ 35 mil, foi concretizada no encontro.
PolyOne anuncia expansão na América do Sul
A PolyOne GLS Thermoplastic Elastomers, empresa global em soluções customizadas de alto desempenho >>>>
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EVENTO Feiplastic 2013 em elastômeros termoplásticos (TPE), anunciou na Feiplastic 2013 a instalação de uma nova fábrica de tecnologia de ponta para a produção de TPE na América do Sul.As instalações, que começarão a operar a partir de junho, na fábrica da PolyOne em Diadema, São Paulo, devem reduzir significativamente a quantidade de tempo gasta para atender os clientes sul-americanos e os brasileiros, cuja economia se encontra em franca expansão. A Colormatrix, divisão para colorantes e aditivos líquidos para termoplásticos, como a cor verde do Guaraná e aditivos que protegem tanto o polímero quanto o produto. A empresa destacou na feira uma tecnologia nova em relação aos
Operação Reciclar
masterbatches. “Um suco, dependendo do que tem de vitaminas, precisa de proteção, se não pode degradar. Nós temos algumas barreiras à luz visível ou ultravioleta que protegem o produto e evitam que ele se degrade”, comenta Cristina Sato, diretora geral para a América Latina. “É uma tecnologia nova em relação ao masterbatch sólido; fazemos a mesma coisa, mas utilizando veículos ao invés da resina. Isso permite que o pigmento se incorpore mais facilmente à resina, tem um processo mais estável, controle da dosagem mais preciso que o masterbatch sólido. Claro que dependendo da aplicação, tanto o sólido ou o líquido pode oferecer o melhor resultado, hoje a PolyOne oferece as duas tecnologias”, co-
A ação consistiu em doar o material reciclável produzido por 28 empresas expositoras da FEIPLASTIC para a ONG PIVI (Projeto de Incentivo à Vida). Durante os cinco dias de evento, a equipe de coleta retirou 25 toneladas de aparas, resíduos processados e produtos finais nos estandes. Os dois dias de Conferência Feiplastic levaram aos participantes especialistas e lideranças do setor, como o presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho que traçou um cenário de crescimento nas últimas décadas. “De 1981 a 1990, a indústria plástica nacional 44 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
menta. Na Feiplastic, foi lançado o Amosorb Plus, um sequestrante de oxigênio, para proteger produtos sensíveis a ele, como sucos, chás ou cereveja, dando uma transparência à a embalagem. “Assegura que o produto estará na condição que o produtor quer dentro da validade esperada”, diz Crisitina.
Lanxess: Inovar- auto estimula consultas no setor
O regime Inovar Auto, do Governo Federal, passou a valer em janeiro deste ano, mas já estimula consultas sobre aplicações na área plástica. “São poucos meses, desde janeiro, mas a indústria está bem interessada. Recebemos várias consultas sobre modelos ”, comenta
registrou crescimento de 2,3%, e entre 1991 e 2000, 2,7%. A partir da década seguinte, o ritmo aumentou, e de 2003 a 2010 a alta foi de 4,4%”. O BNDES, também palestrante, corroborou o otimismo do empresariado, apontando grande procura por financiamentos. “Há 15 anos, as atividades do BNDES voltadas para o setor plástico eram praticamente zero. No ano passado, os aportes somaram R$ 1,6 bilhão”, concluíram Gabriel Gomes e Martim Francisco de Oliveira e Silva, palestrantes do banco. O banco foi representado na abertura da Feiplastic pelo presidente Luciano Coutinho, que reafirmou a importância do setor para a economia brasileira.
Andreas M. Scheurell, diretor de materiais de alta performance para América Latina da Lanxess. Um dos pontos mais importantes do programa diz respeito à sustentabilidade, em que o plástico se mostra um importante aliado. “Temos aplicações bem diferentes, como maçanetas, retrovisores, coletores de ar, coberturas de máquinas, tubos, radiadores e muitas aplicações técnicas. O Brasil é muito importante porque tem a maior produção na América Latina. Outro país importante é Argentina, há um pouco de produção na Colombia, Venezuela, mas realmente o mercado importante é no Brasil”, diz o executivo. Ele ressalta que a mobilidade é muito necessária para o Brasil e a Lanxess está muito debruçada sobre esta megatendencia, mobilidade e urbanização. “É um país muito grande e a maioria das pessoas estão concentradas. Cidades grandes têm problemas de trânsito. Mobilidade, urbanização e viabilidade da circulação são coisas muito importantes
para o país”, reafirma. O mercado principal da Lanxess é o automotor, que exige produtos resistentes ao calor. Ao lado do setor automotivo, aparecem no portfólio da empresa o eletroeletronico, construção, equipamentos para jardinagem e construção, embalagens. “A planta nova para compostos a base de poliamida (Durethan) e de PBT (Pocan), que vamos inaugurar logo, nos primeiros dias de 2014, em Porto Feliz (SP), terá uma capacidade muito grande para o Brasil. Podemos produzir umas 20 mil toneladas de compostos em um mercado que tem compostos de poliamida de 50 mil toneladas”, explica. O executivo fala sobre a substituição de materiais. “Agora, fabricantes de peças e montadoras precisam pensar e avaliar oportunidade de reduzir pesos das peças, trocando metal por plástico. O que eu gosto tanto no Brasil é que esta é uma lei do começo do ano e o governo está muito animado com as oportunidades que trará à indústria
e ao país, para aumentar a competitividade, reduzir utilização de combustível e emissão de CO2”. Ele reforça que a indústria brasileira de automóveis está absorvendo isso bem rapidamente e que a Lanxess tem projetos significativos para design de peças para cumprir com essa nova lei, como caixas de airbag de compósitos, troca de embreagem de metal por tecnologia híbrida plástico metal, caixa de óleo. “Temos todo este conhecimento, juntando com a ideia de atender a indústria nacional, com produtos de mesma qualidade da Europa, Asia, mesmos produtos, mesmas qualidades, mesmo nome, mesmas formulações”, diz Schurell.Na Feiplastic, um dos destaques foi o front- end do Audi A8. Nesta grade frontal são empregadas diferentes tecnologias híbridas; na parte superior é utilizado um mix de metal com Durethan BKV30H2.0 EF (PA6 GF30%) e na inferior o Trpex (chapas de compósitos Poliamida 6), uma tecnologia já em- >>>>
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EVENTO Feiplastic 2013 Estande da Cristal Master na Feiplastic 2013 foi temático
pregada na Europa.
DSM: Produtos verdes para carros populares
A DSM destacou na Feiplastic 2013 a Ecopax, poliamida 4,10 em que 70% vêm do processo de sintetização do óleo de mamona e 30% vem do petróleo. É um produto para três segmentos principais, automotivo, eletroeletrônico e general industries, informa Andrea Serturini, vice-presidente para América Latina. No setor automotivo, o produto é consumido em nível global com três marcas importantes que são Mercedes, Bentley e BMW. “Hoje nosso objetivo no Brasil é levar esse produto a um segmento mais acessível, que é o de carros populares. Temos grandes montadoras presentes no Brasil, Fiat, Volkswagen, GM e Ford, onde estamos promovendo e tentando desenvolver, conforme a tendência que tem no Brasil, de começar a utilizar produtos mais verdes”, afirma.
Braskem expande portfólio e lança nova linha do plástico verde
A Braskem anunciou na Feiplastic 2013 a expansão de seu portfólio de produtos renováveis, com o lançamento da nova linha de polietileno verde de baixa densidade (PEBD), uma família adicional para o já conhecido Plástico Verde. A produção anual da nova resina será de aproximadamente 30 mil toneladas e o produto estará disponível para o mercado a partir de janeiro de 2014. Para viabilizar a produção da nova linha, foram realizados investimentos para a interligação das fábricas e alguns equipamentos, permitindo assim a produção do polietileno verde de baixa densidade (PEBD) a partir de matérias-primas renováveis. A produção terá duas opções de tecnologia para possibilitar a produção de um portfólio de resinas com diferentes características e que permita atender uma maior variedade de aplicações. O polietileno de baixa densidade é utili46 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
zado, principalmente, em embalagens e filmes plásticos. A Braskem aproveitou sua participação na Feiplastic 2013 para levar aos visitantes da feira soluções feitas a partir do plástico que estão criando novos paradigmas para os mais variados setores. Com uma década de operação, a presença da Braskem reflete sua forte atuação em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e possibilidades de aprimoramento de seu portfólio. Os visitantes puderam conhecer as diferentes aplicações das resinas de polietileno, polipropileno e PVC nos produtos em soluções para embalagens, lazer, construção civil, automobilístico, entre outros. Um destaque foi a linha Braskem Maxio®, criada para diferenciar as resinas do portfólio da companhia que oferecem maior eficiência à cadeia do plástico e minimizam o impacto ambiental no processo de transformação. Seus benefícios estão na redução do consumo de energia com o processamento a temperaturas mais baixas, diminuição do ciclo produtivo, eliminação de etapas e redução no uso de matéria-prima com a manutenção das propriedades do produto final. Atualmente, 12 resinas de polipropileno e EVA fazem parte desta família mais competitiva e sustentável e o objetivo é que a linha cresça e abranja novos produtos. Outro destaque foram os lacres plásticos para latas de bebidas. Lançamento da Cervejaria Colônia,
a solução inovadora, desenvolvida pela CBE Companhia Brasileira de Embalagens e a Braskem, garante a vedação completa da parte superior da lata da cerveja, mantendo a superfície limpa, além de ser totalmente reciclável. O desenvolvimento do produto também permite que ele seja termossensível, indicando quando o liquido está na temperatura ideal, possua cores diferentes e possa receber a impressão de imagens e escritos.
Kraton: reciclados devem voltar em aplicações nobres
A Kraton tem na America do Sul seus maiores mercados em adesivos e asfaltos atualmente, mas quer expandir sua presença em plásticos. Por isso, instala um centro de pesquisas na área em sua fábrica em Paulínia (SP) e aumentou seu estande na Feiplastic 2013. Para atingir seu objetivo, a Kraton oferece produtos que vão ao encontro das necessidades do setor nestes tempos de Política Nacional de Resíduos Sólidos e Logística Reversa. “Estamos na Feiplastic reforçando nossa presença na America do Sul, mostrando o benefício do produto Kraton. Existe falta de informação do mercado do uso do produto Kraton como aditivo para plásticos na melhoria de propriedades mecânicas tanto para material virgem ou reciclado, industrial ou pós-consumo”, diz Rafael Zangarini, gerente de contas. Segundo Zangarini, o produto Kraton é um dos únicos materiais que é mo-
Durante cinco dias, visitantes buscaram novidades nas 673 empresas expositoras
dificador de impacto e também aditivo de blenda polimérica, fazendo a compatibilização de plásticos similares ou incompatíveis, “resolvendo o problema, que é sério, de reciclar realmente o material plástico, retornando às aplicações técnicas e não apenas menos nobres”, afirma. A empresa lançou na feira algumas plataformas de inovação da Kraton na linha de substituição de PVC, látex natural, TPU, Policarbonato, silicone e outros materiais que de certa forma possuem algumas restrições técnicas e ambientais ou qualquer tipo de restrição mercadológica. Zangarini diz que Feiplastic 2013 foi muito boa, superando expectativas. “Tínhamos preocupação com a mudança do nome, como ia impactar no mercado porque alguns clientes não associavam à Brasilplast. Isso foi eliminado no segundo dia já, porque o público esperado veio e até cresceu a cada dia”, comenta. Zangarini diz que a PNRS e logística reversa já são preocupações dos clientes “será uma preocupação maior porque a disponibilidade de material reciclado vai ser maior e então o material reciclado não poderá se restringir a aplicações básicas. Terá que voltar em aplicações técnicas, como por exemplo, na linha automotiva”, projeta. Ele afirma que o material reciclado que há algum tempo era usado apenas com viés econômico, hoje é usado com viés ecológico também; o que era apelo econômico hoje é beneficio de imagem para as empresas. Com aditivos é possível fazer o produto voltar como o mesmo. “Nem todo o reciclado é ruim. O reciclado não é sinônimo de ruim. Foi antes pela falta de conhecimento ou de mau uso. Com a aditivação correta um produto reciclado pode ser até melhor que um produto virgem. Essa e a idéia”. Nesta linha, o trabalho da Kraton inicia com a informação. “É um trabalho contínuo de educação; as pessoas têm medo do novo, de inovar, mas isso está mudando com as novas gerações, as pessoas que lideram as empresas, isso tem sido bom para a gente. O uso só não é maior por falta de conhecimento”, comenta.
Sobre resinas verdes, ele aponta que “é uma tendência, vai continuar existindo”, mas “não restringe a reciclabilidade, ao contrário, quando reciclo estou capturando o carbono e mantendo na forma de plástico. É uma forma de manter carbono que participaria do aquecimento global em um plástico útil no dia a dia, posso reutilizar inúmeras vezes em inúmeras peças, sem limite”.
Battenfeld Cincinnati: escritório local para aprimorar serviços e atendimento
A Battenfeld-Cincinnati, fabricante de linhas completas de extrusão com altas performances e baixo consumo de energia, apresentou na Feiplastic 2013 sua nova unidade local, Battenfeld-Cincinnati do Brasil, formada por equipe de vendas e de assistência técnica. A empresa é organizada em três divisões: Infraestrutura (aplicações com máquinas mono-rosca), Construção (aplicações com máquinas dupla-rosca) e Packaging (filmes e chapas, peletizadoras, calandras e equipamentos de laminação. O escritório fica em Jundiái (SP); a equipe é formada pelo diretor Cássio Luis Saltori,o gerente de vendas Angelo Batsef Neto, e o gerente de assistência técnica Frederico Hinrichsen, que já atua nesta função há mais de 15 anos no Brasil. Participando da Feiplastic 2013, a diretora global de marketing Judith Lebic
falou da importância de mercados emergentes, como o brasileiro, especialmente nestas três áreas que a empresa atua, e viu na prática a importância de um escritório local para os negócios com os empresários brasileiros, já que mesmo em uma feira internacional como a Feiplastic não são muitos os que falam inglês.
Clariant: novidades em masterbatches, pigmentos e aditivos
Três unidades de negócios da Clariant estiveram presentes na Feiplastic 2013 apresentando novidades: Masterbatches, Pigments e Additives. Na área de masterbatches, a empresa aproveitou o evento para anunciar a ampliação do seu laboratório para o setor têxtil em Suzano (SP), que terá como foco o desenvolvimento de soluções para aplicações em poliéster. A empresa promoveu também sua linha de masterbatches líquidos; o CESA Laser, aditivo que produz efeito térmico e fotoquímico na freqüência de radiação de energia emitida por um laser de alta definição, permitindo a marcação individualizada e permanente de todos os polímeros; e o Hydrocerol, agente de expansão química e de nucleação utilizado em diversos processos de transformação de termoplásticos. A equipe também destacou o ColorForward 2014, guia de previsão global de tendências e cores publicado anualmente e que nesta edição teve o Brasil em destaque. Na área de pigmentos, a empresa >>>> << Maio de 2013 < Plástico Sul < 47
EVENTO Feiplastic 2013 Diego Leão, da Rosciltec, prestigiou o estande das Revistas Plástico Sul e Plástico Nordeste
destacou o LHC (Low Halogen Content), linha composta por 15 soluções que unem a redução de halogênio à alta performance. “A Clariant vem cada vez mais fortalecendo sua posição como fornecedora de pigmentos e corantes para aplicações críticas, apoiando seus clientes a cumprirem com os requisitos de sustentabilidade da indústria do plástico”, diz Geraldo Ventola, gerente de BU Pigments para a América Latina. O executivo, que atua há mais de 20 anos no setor, frisa que a sustentabilidade passou a ser uma demanda real dos empresários. Também foram apresentados dois corantes vermelhos com propriedades que visam o melhor resultado no produto final: o PV Fast Red HGR e o PV Fast Red E4G. Para um verde de alta performance, a opção indicada foi o PV Fast Green GNX. A unidade de negócios de aditivos apresentou um lançamento global na linha de estabilizantes à luz, o Hostavin NOW para aplicação em filmes para estufas agrícolas. Também foram destaques no estande o Hostavin N 845 PP (estabilizante de poliolefinas e outros plásticos) e o Hostanox QB 1202 (estabilizante térmico de processamento de alta eficiência), além da variada linha verde, feita com produtos oriundos de fontes renováveis.
Chiang expôs suas máquinas
Em seu estande (L60), a Chiang Máquinas apresentou as injetoras GEK 180/S e GEL 180/S,da Golden Eagle, e também uma extrusora de plástico, “mostrando a tecnologia e a qualidade que já possibilitaram a venda de mais de 1000 máquinas para o mercado nacional, para clientes como a Grendene, Alpargatas, Dakota, Aniger, Tecno Sport, Atlanta, Sandálias Ballina, Mould, Fame, Lillo, Brinquedos Bandeirante entre outras gigantes do ramo”, afirma a analista de Marketing da empresa Alexandra Cristina Fedrizzi.
TECK TRIL: conjunto de extrusão
A TECK TRIL Indústria e Comércio de
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Máquinas, empresa sediada no Estado de São Paulo fabrica e comercializa linhas de extrusão para laminados, perfis, granulação e tinta em pó. A empresa apresentou no evento um conjunto para extrusão de laminados de polipropileno: Extrusora EMT 130 mm; Flat Die 1.200 mm e Calandra hidráulica Ø 500 x 1.200 mm além da Conformadora de telhas de PVC.
SHINI mostrou linha de periféricos
Com um amplo estande, a Shini participou da Feiplastic expondo toda a sua linha de periféricos e equipamentos para o segmento do plástico. Os visitantes da feira puderam conferir o Alimentador SAL 3.5 UGP, específico para pó, auto-suficiência de 100% de sucção, independente da densidade de matéria-prima. Segundo o diretor comercial da empresa, Klauber Vogel, o equipamento já foi aprovado por vários customizadores mundiais. Entre as novidades que a companhia apresntou na feira, também está o dosador gravitmétrico com painel de comando e balanço Schneider. Permite o controle absoluto de compostos. “Entre as suas aplicações está a mistura de materiais virgens, com máster ou aditivos”, explica Vogel. Outro destaque é a central de desumidificação, com controle individual de umidade da matéria-prima.
ROSCILTEC: recuperação e fabricação de roscas e cilindros
A Rosciltec participou da Feiplastic
2013 apresentando os serviços da recuperação e fabricação de roscas, cilindros e acessórios para injetoras, extrusoras e sopradoras. O representante da empresa, Diego Leão, informa que na feira também foi destacado a importância do cuidado com os conjuntos que devem passar por avaliações periódicas. Leão aconselha que os transformadores realizem laudos com uma periodicidade de aproximadamente de seis meses, para avaliar o desgaste destas peças e ampliar a sua vida útil. Conforme executivo, normalmente é possível recuperar até 2,5 milímetros do diâmetro nominal da peça. Acima deste padrão “é aconselhável comprar conjunto novo, que nós temos para oferecer para os nossos clientes”, complementa.
Sepro: novos robôs
A Sepro Robotique levou ao seu estande na Feiplastic novos robôs 5 e 6-eixos controlados por comando inteligente, além de robôs para depósito simples (simple pick-and-place). Se destacaram os robôs 5-eixos e 6-eixos, a plataforma de controle universal e os novos robôs Success. Duas novas linhas de robôs multi-eixos – o 5X e 6X Visual –foram desenvolvidas pela Sepro Robotique em colaboração com Stäubli Robotics especificamente para aplicações de moldagem por injeção. Representando a 5X Line na Feiplastic, o modelo 5X-25, robô de médio porte para máquinas injetoras de 120 a 450 t.
Diretor da Sepro Oscar da Silva destaca as inúmeras tecnologias apresentadas pela empresa
Projetada para aplicações universais e complexas, a 5X Line de 5-eixos é baseada no robô Cartesiano Sepro 3-eixos para alta-precisão e alta-velocidade. Uma rotação 2-eixos Stäubli é adicionada para fornecer um cabeçote compacto com servo-rotações (R1 = 0 - 180° e R2 = 0 - 270°) tornando-o fácil a adaptação para aplicações difíceis como colocação de inserto,trajetórias complexas de extração no molde, acompanhamento de trajetórias para tratamento de chama ou rebarba, e semelhantes. Dois modelos adicionais estão disponíveis – o menor 5X-15 e o maior 5X-35, permitem que a gama atenda máquinas injetoras desde as menores de 30 toneladas até as maiores de 800 toneladas . “Isso permite dar uma grande versatilidade de posicionamento, de movimentação das peças. Tem várias
trajetórias possíveis, complexas. Isso é uma novidade no mercado”, diz o diretor da Sepro Oscar da Silva. Um robô 6X-90L esteve no stand da Sepro como um exemplo da linha de
robôs 6X Visual. Este modelo combina um robô poliarticulado de 6-eixos Stäubli com o controle Sepro Visual 3 para entregar uma solução de automação de uso geral com cinco tamanhos para >>>>
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EVENTO Feiplastic 2013 Paolo De Filippis, Mauro Drappo e Ângelo Milani anunciaram joint-venture
atender máquinas injetoras desde 20 a 4000 toneladas. O 6X-90L, uma versão com braço estendido de alcance máximo de 1200 mm e uma carga útil máxima de 15 kg foi desenvolvido para injetoras de 80 a 200 toneladas. “A Sepro é especializada em robô para máquina injetora, então a gente tem uma interface homem máquina muito potente e muito simples de utilizar”. “Your Free Choice inRobots” estende-se ao controle dos robôs. Desde os mais avançados robôs de 5 e 6-eixos aos robôs de 3-eixos e sprue-pickers, os robôs Sepro são controlados por uma família unificada de controles desenvolvidos por Sepro. O controle de robô Visual 3, o mais novo, rápido e poderoso controle da Sepro, é equipamento de série nos robôs 5X Line e 6X Visual, e é opcional nos robôs 3-eixos S5 Linede alto desempenho. Sua arquitetura com dupla-CPU dedica um processador para as funções de interface homem/máquina do monitor e outro processador para o controle em tempo-real do posicionamento e movimentos do robô, e do controledos equipamentos periféricos. Como os controles Visual 2, que é standard nos robôs S5, e Touch 2 na gama generalista Success, Visual 3 possui uma interface utilizador com tela larga LCD touch-screen de 10”fácil de ler e navegar tornando a operação simples e intuitiva. Um joystick permite que os operadores realizem ajustes finos. Não importa o modelo de robô escolhido, a plataforma de controle será muito familiar para o utilizador. A Feiplastic marcou a estreia sul-americana da nova gama Success de robôs generalistas servo-controlados Sepro. Ela apresenta cursos e carga útil maiores, especificamente projetados para trazer velocidades e precisão para os transformadores que possuem aplicações de depósito simples (simple pick-and-place) e automações periféricas simples. O foco da Sepro no design e fabricação permitiu a concepção de um robô acessível com recursos aprimorados com toda a qualidade e confiabilidade para quais 50 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
Sepro é reconhecida. Três dos quatro modelos standards foram expostos no estande das Indústrias Romi S.A. • Success 11 é destinado a atender máquinas com até 180 t de fechamento e esteve operando numa Romi 75 t. Ele tem um curso horizontal de 1500 a 3500 mm. O curso vertical é de 1000 mm ou 1200 mm com braço telescópico e o curso de extração é de 500 mm. Carga útil máxima de 5 kg. • Success 22 foi apresentado numa Romi 380 t e pode automatizar máquinas entre 150 e 400 t de fechamento. Seu curso horizontal pode variar entre 1500 e 6000 mm. O curso vertical é de 1400 mm ou 1600 mm com braço telescópico e o curso de extração é de 700 mm. Carga útil máxima de 10 kg. • Success 33 é grande o suficiente para atender às necessidades de aplicações em máquinas injetoras entre 300 e 700 t e foi apresentado numa Romi 450 t. O curso horizontal pode variar de 2000 a 6000 mm. O curso vertical é de 1600 mm ou 1800 mm com braço telescópico e o curso de extração é de 900 mm. Carga útil máxima de 15 kg. Todos os modelos oferecem velocidades máximas instantâneas de 3 m/sec no eixo vertical e 2 m/sec no eixo horizontal. O controle Touch 2 é de série, enquanto o mais avançado controle Visual 2 é disponível como opcional. “A Sepro é a empresa de robô que mais cresce no Brasil nesses últimos anos. Ano a ano ampliamos market share. O ano de 2012
foi atípico em relação ao crescimento dos anos anteriores, mesmo assim foi um ano muito bom para a Sepro do Brasil e 2013 estamos muito otimistas. Não porque o mercado está comprando imensamente,mas porque diversificamos os clientes, o que trouxe resultados positivos”. Para crescer é preciso conquistar clientes brasileiros, o que tem dado certo. “Hoje a Sepro não é tão vista como uma empresa multinacional e já uma empresa brasileira”, afirma Silva. A única planta está mesmo na França, mas a empresa é voltada para o mercado internacional. “É um fornecedor de robôs com uma gama completa”, diz Silva. Mesmo com as dificuldades da crise na Europa, os dois últimos anos foram os melhores da Sepro. “2012 foi o segundo melhor ano da história da Sepro, e a Sepro tem 40 anos de história. Investindo em tecnologia, você consegue se diferenciar no mercado”. Segundo Silva, apesar da crise a empresa investiu em tecnologia e desenvolvimento. “Essas novas gamas que estamos apresentando, três anos atrás não existiam”, afirma. Seus mercados são automotivo, embalagens, cosméticos e eletrodoméstico. Além do Brasil, são importantes mercados Colômbia, Chile, Argentina e, em crescimento, Peru.
Amut-Wortex inicia operações
A Feiplastic 2013 foi escolhida para o anúncio formal do início das operações da Amut-Wortex, joint-venture entre a Wortex,
em seu processo de internacionalização, e o grupo italiano Amut. As duas empresas produzem sistemas de extrusão de plásticos e esta junção trará para a indústria local mais inovação tecnológica e investimentos. Máquinas de extrusão para tubos, perfis e chapas para embalagens termoformadas serão produzidas em novas instalações em Campinas (SP). A empresa italiana também transfere técnicas de reciclagem, especialmente para material pet. No estande da Wortex no Anhembi, a Linha Challenger Recycler transforma garrafas em embalagens de ovos em apenas cinco minutos. As empresas se complementam em estratégia de mercado e na linha de produtos. A nova fábrica da Amut-Wortex passará de 2,5 mil metros quadrados para 3,5 mil metros quadrados até o final do ano e a meta é aumentaras instalações para até seis mil metros quadrados até o final de 2014. O diretor Paolo de Filippis, diz que a Wortex precisava internacionalizar. “Na Feira K, a máquina era bem vista, mas quando o alemão descobria que era brasileira, recusava. Já a máquina italiana tem tradição”, explicou. “Já o latino americano gosta da marca brasileira”. Mauro Drappo, CEO da Amut, diz que a empresa viu na Wortex o parceiro ideal para trabalhar o mercado brasileiro e latino americano, que considera o seu principal. “Com a crise europeia é preciso buscar novos mercados e já tínhamos programa de desenvolvimento. A estrutura verticalizada da Wortex dá a velocidade necessária”, afirmou, destacando que a sociedade tem todos os meios para se desenvolver e que a joint venture é o primeiro passo para uma parceria maior. Aumentar a competitividade diante dos alemães também é um dos seus objetivos. Angelo Milani, diretor comercial da Amut, diz que o projeto é muito valioso. “Era muito importante ter uma fábrica no Brasil, para dar assistência mais facilmente e passar confiança, e a Wortex é o parceiro perfeito. Tem experiência no campo do plástico, produção, assistência a clientes”,comentou. Os produtos da Amut-Wortex terão índice de nacionalização dentro dos parâmetros requeridos pelo BNDES para enquadramento ao FINAME. “Só não será produzido aqui o que não for possível, que não se faça aqui ou que exija alta
tecnologia”, comenta De Filippis. Inicialmente, a Amut-Wortex oferece os produtos com maior demanda, mas a idéia é que toda a linha Amut esteja no portifólio. Tecnologia sem sistemas de extrusão e reciclagem de plásticos são destaques da Amut-Wortexna Feiplastic. Uma das principais apostas é a linha de extrusoras para a fabricação de tubos com dupla rosca contra-rotante, tecnologia ideal para produzir tubos em PVC, PPR, entre outros. Outro opcional é fabricar com a mesma estrutura ferramental dois tubos de 25 ml até 110 ml de diâmetro, simultaneamente. A empresa também apresenta o cabeçote plano para a fabricação de chapas,utilizado para produzir diversos tipos de resinas plásticas como poliestireno,polipropileno e PVC. Em relação à reciclagem, De Filipps diz que “as sacolas podem ser recicladas eternamente, como é mostrado na feira”. Ele afirma também que “o lixo tem que ser reciclado,
pois não é lixo, e dinheiro”.
Brasfixo comemora bom desempenho
O diretor da Brasfixo, José Roberto Policastro, comemora a participação na Feiplastic 2013, diz que foi a edição da feira em que a empresa teve a maior venda de periféricos. Segundo ele a grande procura na mostra foram os lançamentos da companhia, as prateleiras para moldes e os tombadores de moldes. “Só nos três primeiros dias da feira vendemos quatro tombadores de moldes, um 25 toneladas, outro de 35 toneladas e mais dois de 10 toneladas”, salienta. De acordo com o empresário a grande procura por estes equipamentos ocorre devido ao crescimento do mercado de moldes e ao tamanho dos ferramentais. Policastro informa que as prateleiras têm gavetas automatizadas e podem acomodar materiais de 10 a 25 toneladas, economizam espaço e armazenam de forma organizada dos ferramentais. Já os tom- >>>>
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EVENTO Feiplastic 2013 badores facilitam manuseio dos moldes. Além dos lançamentos empresa também apresentou na feira todo o seu portifólio de produtos que segundo o diretor é composto por mais de 18 mil itens. Policastro comenta que a Brasfixo está em franco crescimento e anuncia investimentos. A empresa situada em Botucatu (SP), em um prédio com 7 mil metros quadrados, vai construir quatro pavilhões de 3 mil metros quadrados. “Isso vai possibilitar o aumento da nossa produção e o número de empregos”, salienta o empresário. A companhia completou 33 anos de atividades e conta com 130 colaboradores.
Multi-União também avalia positivamente
A Multi-União é outra empresa que destaca a boa participação na Feiplastic. De acordo com o diretor da companhia, Ailton Feliputi, a máquina que estava em exposição foi comercializada durante a mostra e vários clientes ficaram interessados no equipamento que é novidade no mercado de produção de tubos. O diretor informa que a empresa levou um conjunto de máquinas para fazer os tubos aspiralados. Feliputi explica que são duas extrusoras conformando um tubo aspiralado, para aspersão de piscinas, que pode ser feito em 1,5 ou 2 polegadas. Na Feiplastic foram produzidos tubos de 1,5 polegadas, utilizando polietileno da alta densidade e EVA. O grande diferencial do equipamento é a economia de espaço. Segundo o empresário uma linha de produção do gênero tem uma banheira de 50 metros. “A nossa linha permite a operação com uma banheira de 15 metros”, destaca. Ele acrescenta que a linha também pode produzir outros tubos, dependendo da bitola. A Multi-União ainda destacou na feira a sua linha de roscas e cilindros. A empresa produz conjuntos novos e também faz a recuperação destes equipamentos. “Somo fabricantes, trabalhamos com recondicionamento e também fazemos projetos de desenvolvimento de roscas. Fabricamos roscas com até 6 metros de comprimento e diâmetro de até 350 mm”, destaca Feliputi. 52 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
KraussMaffei atende o mercado de perfil na América do Sul
A KraussMaffei Berstorff apresentou na Feiplastic 2013 a extrusora de dupla rosca KMD 90 XS/P, demonstrando sua perícia de sistema para as crescentes exigências do setor de perfil na América do Sul. “A nossa extrusora com rosca dupla não convencional da série XS é perfeitamente adequada para o mercado brasileiro, no qual temos registrado uma grande procura por perfis de calhas”, diz Bruno Sommer, chefe da tecnologia de extrusão na subsidiária brasileira do Grupo KraussMaffei. “As nossas máquinas garantem uma excelente estabilidade de processo. Além disso, os perfis de paredes finas podem ser produzidos de modo muito mais acessível e econômico. A relação custo-benefício equilibrada assegura a margem de lucro ao consumidor”, explica. A série XS, uma das séries de maior sucesso no mundo, convence devido a uma proteção especial contra o desgaste. A unidade de processamento com os fusos soldados por molibdênio e os cilindros de nitruração profunda é especialmente apropriada para o processamento de borracha regenerada, materiais reciclados, assim como misturas com elevado teor de cal. Receitas que são utilizadas com muita frequência especialmente na produção de calhas, em que a proteção contra o desgaste desempenha um papel especial. Além disso, a extrusora com rosca dupla também pode ser utilizada na produção de perfis de janelas ou para produção de perfis de teto. Sommer diz que em relação à extrusão, o main businees é focado em construção. “O Brasil tem uma alta demanda em casas, sabemos que tem muita gente vivendo em más condições”, diz. Ele comenta que o país é muito focado em PVC. “É cultural e também da capacidade da América do Sul porque há um grande lobby, sabemos que nos próximos 20 ou 30 anos veremos muitas instalações em PVC”. O executivo diz que o serviço é um ponto importante para o grupo. “Temos investido muito em serviços nos últimos anos. Em extrusão, precisamos que as pessoas entendam os processos”.
Balanço Abiplast 2012: números ainda preocupam
O
setor plástico pode terminar o ano de 2013 sem crescimento em produção. Isso não significa que falte consumidor, ao contrário, a demanda por produtos plásticos é crescente. O Balanço 2012 da Abiplast, apresentado durante a Feiplastic, não traz novidades: o número crescente de importação de produtos plásticos transformados e poucas condições para produção local, continuam minando a competitividade. O presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho, lembrou que para cada item plástico no mercado há mais de 200 concorrentes, já no que se refere a matérias-primas são no máximo duas empresas que disputam o mercado. O dirigente comenta ainda que quando existe a intenção de importar, há uma proteção tarifaria. Segundo Roriz, o produto final se mostra muito caro para o bolso do consumidor. “O brasileiro aumentou a renda, mas o preço dos produtos aumentou em escala maior. Teve um período de aumento de crédito e de renda com crescimento interessante da economia brasileira, mas ela está se estabilizando em patamares muito baixos, muito menores que outros países justamente porque produzir é caro. Todos o produtos são mais caros que lá fora e isso começa muitas vezes nas matérias-primas, em produtos monopolizados, não tem concorrência”, reafirma. A 1ª geração petroquímica tem 67 empresas e emprega 5663 pessoas; a 2ª geração tem 183 empresas - sendo as resinas mais importantes produzidas com monopólio no Brasil - emprega 7864 e tem produção de 6,6 milhões de toneladas. A terceira geração tem 11 690 empresas, 350 mil empregos e produção de 54 bilhões de reais por ano. Assim, o grande setor empregador é o de transformação. A maioria das empresas está no Sudeste, depois Sul, Nordeste, Centro
Oeste e Norte. “O Centro Oeste está crescendo bastante especialmente pelo agronegócio com indústrias de alimentos se instalando na região”, comenta. A maioria das empresas tem até 100 empregados e há um número pequeno de grandes empresas. O plástico é o terceiro maior empregador industrial do Brasil e tem maior remuneração média entre os cinco principais empregadores. O setor tem também o maior número de empregados com Ensino Médio completo e Superior completo. O produto plástico é aplicado em diversos setores da economia como um todo, como médico (das roupas aos produtos, como próteses), automóveis, calçados, construção, agricultura, móveis, petróleo e gás e, por isso, é um termômetro da economia. “Ter uma indústria plástica no país é muito importante porque ela dá suporte às demais empresas com o que fabrica”, afirma Roriz. Os transformados plásticos têm produção anual de R$ 53,83 bilhões. No primeiro trimestre de 2013, alguns artefatos tiveram crescimento positivo, como as embalagens. “Iniciamos o ano com a visão positiva, estávamos otimistas para 2013, mas nesses últimos meses o otimismo diminuiu”, explica o dirigente. “A evolução do consumo aparente mostra que o mercado de plásticos cresce, é demandante, a demanda está aumentando, mas boa parcela, talvez a maior é absorvida pelas importações” Os investimentos em máquinas e equipamentos tiveram uma queda de quase 20% em 2012 em relação a 2011. “O Brasil precisa investir, precisa se modernizar, aumentar a produtividade. Mas o produtor de transformados tem um impasse; se compra máquinas, terá dificuldades de vender no mercado interno, porque o mercado interno importa muito produto já pronto e tem dificuldade de exportar”. As exportações de transforma-
dos plásticos estão caindo, o Brasil exporta 5% da produção. Já as importações vêm aumentando, com acréscimo de 6% em 2012 com relação a 2011. O coeficiente de importação no ano passado já era de 14%, o que fez com que o déficit comercial em 2011 para 2012 aumentasse 20%. A balança comercial no primeiro trimestre de 2013 mostra que as importações diminuíram 8% e exportações aumentaram 7%. “Nosso custo de produção é muito alto, e fica difícil concorrer com outros produtos”, diz o dirigente. Para 2013, a Abiplast espera um crescimento da demanda de 3 ou 4%, mas que deve ser absorvido pelas importações, pois o crescimento de produção pode ser próximo de zero. “Se nada for mudado, nosso crescimento será próximo de zero, mas o plástico segue sempre crescendo, tendo performance de demanda altas, são raros os anos em que a demanda é ruim”, afirma. Em relação a tecnologias verdes, ele lembra que a matéria- prima de origem convencional no Brasil é 30 a 40% mais cara e a verde tem custo ainda mais elevado que a tradicional. “São poucos os mercados e a disponibilidade de produtos é baixa”, comenta. Por outro lado, os números da reciclagem são positivos. “A indústria de reciclagem é importante; o Brasil tem cerca de 830 empresas recicladoras, com faturamento de 2, 4 bilhões, 22 mil pessoas empregadas. A produção é significativa, trabalha com nível operacional de 63 %”, afirma o dirigente. “A reciclagem mecânica no plástico é quase 22%, ou seja, de cada cinco toneladas uma é reciclada. Comparando com outros países, o Brasil está acima de Portugal, França, Finlândia e Grécia, lembrando a dimensão do nosso país, toda a infraestrutura logística para recolhimento num país com as dimensões do Brasil fica bem mais difícil ser feito”, diz. PS << Maio de 2013 < Plástico Sul < 53
Foco no Verde
Uso consciente da sacola plástica no RS
Recentemente o Ministério Público do RS, a Associação Gaúcha de Supermercados e a Fecomércio/RS renovaram o convênio "Sacola bem utilizada ajuda o meio ambiente". O ato aconteceu durante o 3º Fórum das Sacolas Plásticas - Uma Alternativa: A Redução, que reuniu especialistas, autoridades, consumidores, varejo e indústria para discutir os próximos passos do RS em busca de alternativas economicamente viáveis, aplicáveis na prática e que contribuam para a preservação ambiental. Em junho de 2012, as entidades se uniram para lançar esta campanha educativa, que desencadeou uma série de ações voltadas ao uso consciente e à redução do consumo das sacolas plásticas no estado. Em um ano, grande parte das redes de supermercados do RS aderiu ao projeto e passou a treinar empacotadores e a estampar em suas sacolas o selo "Sacola bem utilizada ajuda o meio ambiente", lembrando o consumidor de sua responsabilidade ambiental no ato da compra, informa a Agas. O balanço parcial da campanha atingiu as expectativas: em seis meses, entre julho e dezembro de 2012, os supermercados gaúchos distribuíram 153,6 milhões de sacolas a menos que no mesmo período do ano anterior, ou 19,59% de diminuição. A redução ocorreu mesmo com um aumento de 7,3% na presença de clientes nas lojas. Segundo o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, nos últimos 12 meses, os supermercados gaúchos entregaram cerca de 900 milhões de sacolas aos consumidores.
ABRE lança versão em português do Protocolo Global para Sustentabilidade de Embalagens
A ABRE - Associação Brasileira de Embalagem reuniu representantes da indústria, governo, associações e sociedade em São Paulo para o lançamento do 54 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
Protocolo Global para Sustentabilidade de Embalagens, desenvolvido pelo Consumer Goods Forum e traduzido para o português pela entidade. Para a ABRE, a tradução do Protocolo Global tem como proposta traçar um objetivo comum para o desenvolvimento sustentável de embalagens. O alinhamento de métricas e conceitos fortalece a união da cadeia para o desenvolvimento de materiais, maior eficiência no processo produtivo e do produto final.
Censo da reciclagem do PET e PNRS abrem nova edição do PETtalk
A Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) realiza nos dias 26 e 27 de junho o PETtalk 2013 - Conferência Internacional da Indústria do PET. Logo no início do evento, os destaques serão os resultados do 9º Censo da Reciclagem do PET no Brasil e a apresentação dos impactos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) sobre o setor. Ainda na área do meio ambiente e sustentabilidade, a programação conta com as palestras sobre os desafios para o crescimento da reciclagem, as novas possibilidades de aplicação de garrafas pós-consumo na fabricação de novas embalagens e artigos têxteis, entre outros. As apresentações serão feitas por players como Coca-Cola, Amcor, Unnabr e Gneuss. Os novos caminhos para as embalagens de PET, em palestra de representante da M&G, e as oportunidades abertas pelo design, apresentadas pelo designer Fabio Mestriner, são outros destaques. As abordagens sobre as novas tecnologias disponíveis para otimização dos resultados no setor estarão a cargo da S+S, Piovan e Brueckner. A programação continua no dia 27/6 e inclui, especialmente, o crescimento da embalagem de PET em mercados como o do leite e bebidas lácteas, tendência que vem ganhando força no mercado brasileiro. PetroquímicaSuape, Bühler, Krones,
Husky e ColorMatrix completam as palestras com conteúdo relevante para o setor, ao lado da participaçao exclusiva do Wal-Mart, para debater a percepção do Varejo sobre as embalagens. Mais informações do PETtalk pode ser conferida em www.pettalk.org.br.
Abiplast participa de seminário sobre gestão ambiental em Porto Alegre
O assessor técnico da Abiplast, Gilmar do Amaral, esteve em Porto Alegre para participar do Seminário de Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos: Cidade Bem Tratada na Câmara Municipal no dia 7 de junho. Na oportunidade, Amaral ministrou a palestra “A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS e o Acordo Setorial de Embalagens”, voltada diretamente ao interesse das indústrias da terceira geração do setor plástico, em especial, de embalagens. Amaral falou dos dados do setor, do seu papel para a indústria e para o mercado de trabalho brasileiros, e em seguida, apresentou a proposta de um acordo setorial, em âmbito nacional, para logística reversa de embalagens de acordo com os princípios da PNRS. A Abiplast, ao lado de outras associações, está propondo às empresas a adesão ao acordo setorial que inclui a realização de um plano de logística reversa nas 12 cidades sede da Copa do Mundo. No seminário, que contou com participantes de outros setores, Amaral foi um dos mais questionados pelo público e desmitificou alguns pontos. Diante da acusação do plástico de grande poluidor dos rios, apontou que os produtos não chegam a esses lugares se não pelas mãos do homem. Também lembrou que está na mão do homem reciclar. Sobre o argumento de que o poder público (em especial prefeituras) é mais penalizado/cobrado que as empresas, disse que a proposta de acordo setorial foi entregue ao Ministério do Meio Ambiente antes do prazo estabelecido. PS
Plast Mix
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Bloco de Notas Tendências, inovação e tecnologia em embalagens são destaques do fórum Flex em 26 de junho Joinville tem pós-graduação em materiais compósitos
Começaram as aulas de pós-graduação em materiais compósitos poliméricos na cidade de Joinville (SC). Fruto da parceria entre a Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO) e a Universidade Positivo, o curso terá carga horária de 460 horas e contará com o mesmo corpo docente das turmas de Curitiba (PR), formada em março, e de Caxias do Sul (RS). "A educação é uma das nossas principais bandeiras, tanto que pretendemos ter cem profissionais pós-graduados até 2015", afirma Gilmar Lima, presidente da ALMACO. Ao longo dos últimos quatro anos, a associação promoveu mais de 200 cursos e workshops em toda a América Latina, que contaram com a participação de aproximadamente 5.000 pessoas. Nesse período, a ALMACO também editou seis livros técnicos. A partir de julho, terão início as aulas da segunda turma de pós em Curitiba. E, em breve, o curso também deve ser ministrado em São Paulo.
A Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF) pretende abordar os cases de sucesso, além de trazer o que há de mais novo em tendências do mercado e tecnologia para as indústrias brasileiras de embalagens flexíveis durante a quarta edição do Flex – Fórum Latino-Americano de Embalagens Plásticas Flexíveis. O evento será realizado no dia 26 de junho, no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, em São Paulo, paralelamente à Fispal – Feira Internacional de embalagens, processos e logística para as indústrias de alimentos e bebidas. Sob o tema “Como fazer – e pensar – diferente na indústria de transformação: Novos negócios, estratégias e cenários”, o Flex 2013 conta com a participação de parceiros como a Braskem, Pepsico, 3M, UBE América Latina, entre outras. Entre os temas tratados no evento, a atual radiografia do setor e as perspectivas. A importância da inovação, assim como a economia, as formas de se participar do atual cenário e as tendências para o segmento de alimentos e as embalagens flexíveis como parte da estratégia empresarial de vendas também serão discutidos.
Anvisa discute uso de embalagens plásticas para palmito em 28 de junho
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) receberá, no dia 28 de junho, o setor produtivo e representantes de órgãos de vigilância sanitária estaduais e de institutos de pesquisa para uma reunião a fim de discutir a possibilidade de permitir o uso de embalagens plásticas para acondicionamento de palmito em conserva. Os regulamentos atuais (RDC n° 17/99 e RDC nº 300/04) preveem apenas a preservação deste alimento em embalagens de vidro e metal. A demanda surgiu a partir da manifestação de algumas associações de produtores de palmito em conserva que alegam que a mudança traria benefícios em relação ao custo de produção e não oferece riscos adicionais ao produto em questão.
Americano fabrica arma de plástico que dispara balas de verdade
Nos Estados Unidos, a discussão sobre posse de armas ganhou mais uma polêmica porque saiu a primeira arma totalmente fabricada em uma impressora 3D. O revólver de plástico dispara balas de verdade. O criador é um americano de 25 anos que defende o direito de qualquer cidadão andar armado. A novidade provocou revolta em alguns políticos e especialistas de segurança. O senador Chuck Schummer disse que a invenção permite que qualquer terrorista ou psicopata fabrique seu próprio arsenal na garagem de casa, e com um detalhe ainda mais preocupante: as armas de plástico não são identificadas pelos detectores de metal. 56 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
Cromex é nomeada distribuidora oficial do Ingeo para o Brasil
A NatureWorks, fornecedora mundial de biopolímeros com Ingeo™ (fibras e plásticos feitos a partir de plantas), nomeou a Cromex S.A. como seu distribuidor Ingeo no Brasil. A Cromex, que atua no mercado brasileiro de masterbatches de cores e aditivos para plásticos e distribuição de resinas termoplásticas, passa a disponibilizar o Ingeo para sua base de clientes de termoformados de plásticos, extrusores de filmes e moldadores pelo processo de injeção em todo o Brasil. "Acreditamos que a equipe comercial, assim como a ampla base de clientes da Cromex, são fatores que irão contribuir para a expansão do mercado da NatureWorks e Ingeo", afirma Salvador Ortega, gerente de desenvolvimento de mercado da América Latina para a NatureWorks. E completa: "avaliamos vários distribuidores e consideramos a Cromex como a mais forte, bem-posicionada e melhor alinhada com nossa estratégia." Segundo Celso Ferraz, diretor de distribuição da Cromex, é interessante a expansão do portifólio de distribuição da empresa. “A adição de Ingeo, o líder mundial dos plásticos feitos com materiais renováveis, oferece aos convertedores e proprietários de marcas no Brasil uma oportunidade de desenvolver uma completa gama de produtos inovadores com redução na emissão de carbono", afirma Ferraz.
Projeto vencedor do Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2012 será aplicado em todas as plantas da GM até setembro
Almaco terá base na Argentina
A Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO) contará em breve com uma base na Argentina, similar à que existe no Chile. Com gestão central no Brasil, a ALMACO é a principal representante regional da cadeia produtiva dos compósitos – um tipo de plástico de alta performance presente nos setores de construção civil, automotivo, saneamento e geração de energia, entre outros. A organização desta nova entidade está a cargo de Eric Engstfeld, diretor da fabricante de resinas e gelcoats Plaquimet. Segundo Engstfeld, a ALMACO Argentina terá como primeira atividade o mapeamento do mercado local. “A seguir, investiremos em ações para capacitar os transformadores de compósitos, principalmente no que se refere às tecnologias fechadas de moldagem, que melhoram os índices de qualidade e produtividade”, ele afirma. Outras ações na mira da ALMACO Argentina são a aproximação com os órgãos públicos, para ressaltar as vantagens dos compósitos frente aos materiais concorrentes, e o incentivo à reciclagem dos resíduos gerados na produção das peças.
O projeto vencedor do Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2012 está em fase de testes na fábrica da General Motors (GM) de São Caetano do Sul e deve ser expandido para as demais plantas da empresa em até três meses, garantiu o supervisor de Controle de Processo de Pintura da GM em São Caetano do Sul, Rinaldo de Souza Garcia. Para merecer o Prêmio, Oxiteno e GM desenvolveram em parceria uma fórmula de solvente sem aromáticos, com emissão reduzida de gases potencialmente geradores de ozônio. Segundo o coordenador-executivo da comissão de Meio Ambiente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Obdulio Fanti, o gás ozônio, quando em altas concentrações nas camadas mais baixas da atmosfera, pode danificar o aparelho respiratório e prejudicar o desenvolvimento de plantas. Além da vantagem ecológica, a formulação do novo solvente contém produtos derivados da cana-de-açúcar, que é uma fonte renovável, como lembrou o especialista no Segmento de Tintas da Oxiteno, Fábio Rosa. Após ser regulamentado nas normas de segurança sem precisar sofrer nenhuma alteração, o produto começou a ser usado experimentalmente há cerca de um mês no departamento de pintura da unidade da GM em São Caetano do Sul. Conforme Garcia, após a validação pela equipe de Controle de Processo de Pintura, que deve ocorrer até o final deste mês, o uso do solvente será expandido às demais plantas da empresa.
Empresa de embalagens tem nova marca
Costapacking é a nova identidade de um importante player brasileiro para a produção de embalagens plásticas injetadas, a Costaplastic que atua há mais de 15 anos no mercado e fica em Pirassununga, interior de São Paulo. A Costapacking tem capacidade de transformação de 900 toneladas de termoplásticos por mês, com foco em tampas (corta gotas, flip top caps, disk top caps, screw caps, tube caps, tamper evident, safety seals, snap caps, push pull caps) e embalagens em geral como copos e potes de parede fina. “A Costapacking é a evolução natural da Costaplastic. Sentimos a necessidade de oferecer ao mercado uma empresa mais moderna e totalmente alinhada com as necessidades das indústrias de bebidas, alimentos, cuidados pessoal e beleza, higiene e limpeza doméstica, nossos principais clientes”, explica Rodrigo Gomes da Costa, Sócio Diretor da empresa. Segundo ele, todos estes atributos estão refletidos na nova marca e na nova comunicação da Costapacking. << Maio de 2013 < Plástico Sul < 57
Apema / Página 60 AX Plásticos / Página 51
Agenda DIVULGAÇÃO
Anunciantes
Olinda (PE)
Brasfixo / Página 35 CEB / Página 36 Chiang / Página 24 Cristal Master / Página 23 Cya Rubber / Página 13 Detectores Brasil / Página 34 Digitrol / Página 55 Embala Nordeste / Página 39 Gabiplast / Página 21 Granoplast / Página 43 Kraton / Página 17 Krisoll / Página 49 Lubrizol / Página 37 Matripeças / Página 51 Messe / K 2013 / Página 29 Metalúrgica Expoente / Página 57 Multinova / Página 11 Multi-União / Página 45 Nazkom / Página 55 New Ímãs / Página 49 NZ Cooperpol / Página 45 Olifieri / Página 55 Oyster / Página 31 Plastech Brasil / Página 15 Plastimaster / Página 09 R. Pieroni / Página 33 Recicla Plastech / Página 41 Recilux / Página 52 Refrisat / Página 27 Rhodia - Solvay / Página 05 Rosciltec / Página 55 Sagec / Página 49 Sepro / Página 02 Shini / Página 25 Sociesc / Página 19 Teck Tril / Página 38
58 > Plástico Sul > Maio de 2013 >>
Agende-se para 2013 Chinaplas Asia’s No. 1 plastics & rubber trade fair 20 a 23 de maio China import and export fair complex, Pazhou, Guangzhou, PR China www.chinaplasonline.com Feiplastic 2013 Feira Internacional do plástico 20 a 24 de maio Anhembi – SP www.feiplastic.com.br Plastech Feira de tecnologias para termoplásticos e termofixos, moldes e equipamentos 27 a 30 de agosto Pavilhões da Festa da Uva – Caxias do Sul/RS www.plastechbrasil.com.br
Mercopar Feira de subcontratação e inovação industrial 1 a 4 de outubro Centro de feiras e eventos Festa da Uva – Caxias do Sul/RS www.mercopar.com.br Embala Nordeste 27 a 30 de agosto Centro de convenções de Pernambuco – Olinda/RE www.embalanordeste.com.br K 2013 International trade fair No. 1 for plastic and rubber worldwide 16 a 23 de outubro Düsseldorf/Alemanha www.k-online.de
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