<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 1
2 > Plรกstico Sul > Junho de 2013 >>
<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 3
Editorial Divulgação
Expediente Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Av. Ijuí, 280 CEP 90.460-200 - Bairro Petrópolis Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Brigida Sofia e Gilmar Bitencourt Consultor de Redação: Júlio Sortica Departamento de Marketing: Izabel Vissotto Departamento Financeiro: Letícia Dias e Claudemar Cunha Departamento Comercial: Débora Moreira e Magda Fernandes Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: foto divulgação Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual - Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.
Sinal de alerta na economia
O
Brasil continua passando por uma fase de mudanças, não apenas na economia, mas em vários setores da sociedade. No caso da economia, o período não apresenta os resultados tão positivos quanto o governo esperava e no âmbito social as manifestações dão a medida do descontentamento. A visita do Papa Francisco deu apenas uma trégua a esse movimento cíclico que volta e meia surge como ameaça para alguns, mas como esperança para outros. Na realidade, acendeu a luz vermelha indicando um sinal de alerta para o país que está às vésperas de uma Copa do Mundo e de eleições. Quando nem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que o Brasil vá crescer sequer 3%. – quando ao final do ano passado o índice projetado era de 4%; quando a TAM, maior empresa aérea nacional decide demitir funcionários; quando o dólar bate na casa dos R$ 2,30; quando a União aumenta gastos; quando a inflação dá indícios de ultrapassar a meta estabelecida, é que a situação não está boa. É preciso refletir e replanejar 2013/2014. Porém, a solução não é fugir dos problemas, mas enfrentá-los. E os setores produtivos, salvo algumas exceções, têm procurado dar respostas positivas, mas esbarram na inércia do governo. Especificamente no setor petroquímico-plástico, a situação mostra alguns sinais positivos. Foi assim com as vendas na Feiplastic, e este sentimento é o mesmo para a Plastech Brasil, que se realiza em Caxias do Sul no final de agosto. Da nossa parte, cumprimos a missão de intermediários entre os setores e os temas abordados nesta edição refletem a intenção de colaborar. Revelamos o perfil do Polo Plástico do Paraná, cansado da guerra fiscal, as implicações da norma NBR 15.575, para a construção, o mercado de PET na entrevista de Auri Marçon e como os setores de automação e controle térmico aumentam a competitividade. Ah! E uma visão sobre a K 2013. Boa leitura!
Filiada à
ANATEC - Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas Marca Registrada:
Melina Gonçalves / Editora melina.goncalves@conceitualpress.com.br 4 >04Plástico Sul Sul > Junho de 2013 >> >> > Plástico > Junho de 2013
<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 50
PET... muito além do refrigerante
FOTOS: DIVULGAÇÃO
PLAST VIP Auri Marçon
Aplicações da resina PET avançam no país, expandindo-se para diversos tipos de bebidas e para outros setores, como o de higiene & limpeza e também o de alimentação.
E
nquanto no mundo o PET existe há 40 anos, o material está presente no cotidiano do brasileiro há duas décadas. Como uma indústria que pesquisa sem cessar e investe alto em tecnologia, o material avança constantemente nas prateleiras dos supermercados, passando pelo setor de refrigerantes e expandindo-se para a área de bebidas em geral, higiene & limpeza. A maturidade do mercado de refrigerantes e a ascensão da participação da resina nas embalagens de água mineral e
606> >Plástico PlásticoSul Sul> >Junho Junhodede2013 2013>>>>
óleo de cozinha, não tiram o desafio do material em crescer também em aplicações como sucos de frutas, produtos de limpeza, cosméticos e farmacêuticos. Outros segmentos promissores são as bebidas energéticas, as cervejas e o leite. Tendo em vista o tamanho deste mercado bem como seu alto potencial de reciclagem, a Associação Brasileira do PET promove anualmente o PETtalk, considerado o maior e mais importante evento do setor na América do Sul. Para falar sobre a importante dessa indústria, a Revista Plástico Sul
entrevistou com exclusividade o presidente da ABIPET, Auri Marçon. O dirigente aponta que cerca de 93% do consumo da resina, de um total de 605 mil toneladas, foram transformados em frascos e garrafas, ou seja, cerca de 562 mil toneladas. Marçon revela ainda que, conforme dados de 2012, a indústria do PET apresentou um faturamento de R$ 4,47 bilhões, sendo R$ 1,65 bilhões oriundos da reciclagem. “Ainda temos um consumo relativamente baixo de PET no Brasil, com espaço para crescimento”, aler>>>> ta o presidente da entidade.
<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 7
Cosméticos: PET avança graças às suas características de transparência e leveza
Revista Plástico Sul - Fale sobre a recente edição do PETtalk 2013. Como foi o evento? Auri Marçon - O PETtalk 2013 – Conferência Internacional da Indústria do PET, que aconteceu nos dias 26 a 27 de junho, no Hotel Holiday Inn, em São Paulo, consolidou-se como o maior e mais importante do setor em toda a América do Sul, ao receber aproximadamente 250 participantes de 11 países, incluindo México, Estados Unidos e diversos países europeus, além dos representantes das entidades argentinas Asociación Civil Argentina Pro Reciclado del PET (Arpet) e Câmara de la Industria Del PET Argentina (Cipetar). O evento teve entre os destaques de sua programação a divulgação dos resultados do 9.º Censo da Reciclagem do PET - que demonstrou forte crescimento, superior a 12% no ano - e a apresentação sobre os impactos da Política Nacional de Resíduos Sólidos sobre o setor. Com o tema Leite e Lácteos, a Conferência trouxe para o público presente as diversas soluções e as mais atuais tecnologias disponíveis para o envase desses produtos nas embalagens de PET, que demonstram poder para longa vida na gôndola. Também é possível destacar as apresentações sobre design e números do mercado. No total, foram 20 palestras de conteúdo altamente relevante do ponto de vista técnico e informativo, com o diferencial de oferecer intervalos, como coffee break e almoço, muito movimentados, que possibilitaram aos participantes um forte networking. Plástico Sul - O PET é muito ligado à garrafa de refrigerantes, sendo que esse nome é de uso popular. Quais são as principais aplicações no mercado brasileiro atualmente? Como se dá essa divisão? Marçon - Realmente, o refrigerante ainda é o principal produto a utilizar o PET (58,3%). No mundo todo, as bebidas carbonatadas são preponderantes no uso das garrafas de PET, uma vez que o ma08 8 >>Plástico PlásticoSul Sul>>Junho Junhode de2013 2013>> >>
DIVULGAÇÃO
PLAST VIP Auri Marçon
terial foi criado, em princípio, para esse tipo de produto. Por outro lado, ainda que no exterior os refrigerantes tenham uma fatia menor no gráfico, outros produtos vêm utilizando cada vez mais as embalagens de PET graças às suas características de transparência, leveza e capacidade para ser usada em qualquer circunstância de consumo. Elas atendem o consumidor em geral, mas também a indústria e as exigências ambientais, oferecendo uma reciclagem garantida por meio da indústria estabelecida. Assim, no Brasil, a água mineral também ocupa uma boa posição nesse ranking (16,5%), seguida pelo óleo de cozinha (10,7%). Essas são as principais aplicações, mas notamos crescimento constante em sucos de frutas, produtos de limpeza, cosméticos e farmacêuticos. Bebidas energéticas têm adotado o PET para atender às mudanças no perfil do consumo (que passou a ser feito em grupo) e, como demonstrado no PETtalk, o leite já adotou garrafas de PET em marcas importantes e de alto consumo. É um segmento promissor. Por outro lado, as embalagens de PET são extremamente importantes para diversos produtos. Elas envasam 80% dos refrigerantes e óleos de cozinha. Mas os três primeiros colocados nesse ranking são isotônicos (100%), vinagre (95%) e água (87%). Plástico Sul - Quais são as tendências
para novas aplicações do material? Há estudos que apontam perspectivas de novas demandas futuramente? Marçon - Quando comparamos com mercados mais maduros, vemos que a participação dos tradicionais mercados de refrigerante, água e óleo comestível, não são tão marcantes como no Brasil, e outros segmentos se mostram mais maduros e com ritmo de crescimento mais atrativo. Com o avanço tecnológico superando questões importantes como shelf life, proteção ao oxigênio (crítico para alguns produtos), envase asséptico, HotFill e com o avanço no uso de material reciclado nas novas embalagens (como foi demonstrado pelo Censo da Reciclagem), há tendência de substituição de outros materiais em segmentos como o de leite, produtos de limpeza (onde alguns nichos ainda não aderiram em massa ao PET) e até cerveja, tema da edição anterior do PETtalk. Fora do Brasil esta é uma aplicação bastante comum. As substituições nesses segmentos visam usufruir das citadas características da embalagem de PET, que atende perfeitamente às necessidades atuais de consumo, o que inclui conveniência e segurança para o consumidor, alta produtividade e agilidade para a indústria e o pleno atendimento às atuais exigências ambientais trazidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Plástico Sul - Fale especificamente sobre o mercado de higiene e beleza,
sempre crescente e em concordância com as características do povo brasileiro, que é vaidoso. Marçon - Este é um setor que usa muitos materiais diferentes para suas embalagens, em apresentações esteticamente perfeitas. Nem poderia ser diferente: ninguém compraria um produto para beleza numa embalagem feia, certo? Nesse caso o PET atende perfeitamente, já que sua moldabilidade permite aos designers trabalharem com a imaginação livre, criando frascos e potes em qualquer formato, cor ou tamanho, gerando embalagens belas, leves e perfeitamente seguras - para o produto e para o consumidor. Também convém ressaltar que as embalagens de PET sempre estiveram presentes nas linhas profissionais de cosméticos, que exigem maior volume na entrega ao consumidor, mas é fácil observar o crescimento do uso do material em produtos de maior valor agregado. Por outro lado, a linha que frequenta ambientes úmidos (shampoos e condicionadores, por exemplo) fazem uso
do material - também - graças à sua resistência a quedas, comuns nesses locais. Como um todo, o setor está atento às exigências ambientais, que obriga à destinação correta das suas embalagens. Assim, fica cada vez mais comum encontrar o PET embalando produtos de higiene e beleza. Plástico Sul - Que vantagens a resina PET apresenta na comparação com outras resinas? Marçon - Atualmente, a taxa de reciclagem está em 59% e a crescente demanda pelo material reciclado - garantida por inúmeras aplicações desenvolvidas pela indústria - vem sendo um importante diferencial. Entretanto, além de ser 100% reciclável, a resina confere uma série de propriedades às embalagens, que as diferenciam das demais alternativas existentes no mercado: Barreira a gases e produtos químicos, perfeitamente adequada ao envase dos mais diferentes produtos, dos líquidos carbona-
tados aos cosméticos; total transparência e brilho, permite ao consumidor ter clara visão do produto que vai consumir; inquebrável e segura: principalmente para crianças, por não gerar cacos cortantes (esse foi o principal motivo para a migração das maioneses para potes de PET); Democrática: o acondicionamento de maiores volumes de produto barateia o custo final do produto (o valor pago pelo consumidor por uma lata de alumínio contendo 350 ml de refrigerante é, proporcionalmente, seis vezes maior do que o custo de uma garrafa de PET de 2 litros); a garrafa de PET entrega algo que outros materiais não conseguem na mesma proporção: volumetria. Assim, para produtos de consumo em grupos - que demandam volumes maiores, como as garrafas de 1,5 litros e superiores - as embalagens de PET são a principal opção, especialmente para produtos carbonatados; sistema de fechamento com tampas de tipos e funções variadas: favorece a manutenção da qualidade do produto envasado para consumo posterior, assegura >>>>
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 9
Embalagem em PET ganha espaço do vidro e das latas para óleos comestíveis
DIVULGAÇÃO
PLAST VIP Auri Marçon
total higiene, conforto e facilidade no uso on the go, uma tendência aparentemente irreversível do atual consumidor urbano; inerte: não interage nem altera o produto envasado; versátil: tanto pode oferecer aspecto Premium a um produto como popularizar - e democratizar - o consumo. Plástico Sul - A Coca-Cola relançou garrafas de vidro no mercado, mas a garrafa PET parece manter seu reinado. Comente esta ação da empresa. Marçon - A Coca-Cola tem uma inteligente estratégia para suas embalagens e oferece ao seu cliente todas as opções disponíveis em todas as situações possíveis. Assim, as garrafas de vidro, bem como latas e garrafas de PET em tamanhos variados fazem parte do seu portfólio. Trata-se de uma convivência saudável e desejada, pois mantém o consumidor atento - e consumindo. Plástico Sul - Na questão da manutenção do sabor dos alimentos, há argumentos de que o vidro é mais eficaz que o plástico. Qual sua avaliação? Marçon - Já foram realizados muitos testes cegos com diversos produtos e nunca houve qualquer apontamento para uma alteração de sabor. Tecnicamente falando, uma das principais características do PET é justamente não alterar as características organolépticas dos produtos que envasa. Como um exemplo na prática: águas minerais, produtos extremamente sensíveis sob este aspecto, usam garrafas de PET sem qualquer tipo de problema. Isso inclui marcas importantes (como francesas e italianas, por exemplo), consideradas Gourmet. Resumindo, se uma embalagem preserva todas as características do seu produto, protege melhor por ser inquebrável, oferece conveniência ao consumidor, eficiência à indústria e resposta ambiental adequada, esta é a mais eficaz. Plástico Sul - Qual foi o crescimento médio no consumo de resina PET nos últi10 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
mos anos? Marçon - Os dados apontam um crescimento médio de 10% nos últimos dez anos, e de 5% nos últimos cinco anos. Plástico Sul - O mercado de PET é mesmo recente, cerca de 20 anos, quais os avanços na qualidade do material neste período? Marçon - O PET está presente no Brasil há 20 anos e cerca de 40 no mundo. De fato, é o material para embalagens mais novo do mercado. Entretanto, essa é uma indústria que pesquisa sem cessar e investe alto em tecnologia. Ganhos podem ser observados no formato das garrafas, que passou de uma "cápsula de gás" para algo de formas variadas - até radicais - e muito mais funcionais. Mais que o design, isso revela um intenso trabalho de engenharia, que passou a aproveitar melhor as características do material para distribuí-lo pelo corpo da garrafa de acordo com as exigências de cada produto, ou de cada cliente, que exige um formato customizado da garrafa para criar sua identidade própria. As garrafas estão cada vez mais leves. O desenvolvimento dos sistemas de injeção e sopro permitem pré-formas de alto desempenho - que é perfeitamente acompanhado pela performance das sopradoras. Essa leveza, por outro lado, foi acompanhada por uma resistência mecânica maior das embalagens. Avanços em Hotfill, envase asséptico e ca-
pacidade de barreira ampliaram o uso para produtos alimentícios de forma que praticamente qualquer produto, hoje, pode beneficiar-se das características do material. Naturalmente, esses avanços são possíveis pelo desenvolvimento, também, das resinas. Se antigamente havia apenas um tipo de PET Grau Garrafa, hoje há resinas para usos específicos. Não podemos esquecer ainda das resinas que têm parte de sua composição feita com matérias-primas de origem renovável - alvo do desenvolvimento das principais fabricantes. Tudo isso foi amplamente demonstrado no PETtalk. Plástico Sul - Fale especificamente sobre o mercado da região Sul e da sua participação/posição no mercado nacional, por favor. Marçon - Por serem usadas para embalar produtos de consumo doméstico, as embalagens de PET seguem a densidade populacional e nesse aspecto as regiões Sul e Sudeste têm uma população mais concentrada e têm forte consumo percapita desse material. Existem outros aspectos que orientam as previsões de demanda de uma embalagem e no caso do PET seguimos a renda percapta da população e os aspectos climáticos, que podem interferir no consumo de líquidos pelas pessoas. Essas regiões do Brasil têm alta renda percapita, e as regiões Nordeste, Centro-oeste e Norte têm clima mais favorável e temperaturas mais altas, propiciando o
maior consumo de líquidos. Também existem outros fatores culturais e sociais que podem influenciar esse consumo, e esses estão relacionados com os hábitos de consumo da vida urbana e de grandes concentrações nas metrópoles, como consumo de produtos industrializados, entre outros. O Brasil ainda tem muito a evoluir nas questões de consumo de produtos industrializados e podemos citar o exemplo do perfil de consumo de sucos in natura e sucos engarrafados. Cerca de 54% dos sucos consumidos no País ainda são feitos in natura e, na medida que o perfil da população muda, essa tendência também pode se alterar. Plástico Sul - Como o Brasil se posiciona no mercado mundial de PET? Marçon - O consumo de PET no Brasil está em aproximadamente 3,14 kg per capita/ ano. Não temos o número exato de nossa classificação, mas como referência os EUA consomem 8,35kg, Portugal e Espanha
7,26, Japão, 7,14, México 6,14, Argentina 5,94 e Venezuela 3,57. Em outras palavras, ainda temos um consumo relativamente baixo de PET no Brasil, com espaço para crescimento. Segundo o 9º Censo da Reciclagem do PET, que aponta índice de 59%, o Brasil está posicionado entre os maiores recicladores do mundo, superando os Estados Unidos e até mesmo a média registrada na Europa. Plástico Sul - Qual o volume transformado em 2012 no Brasil? Marçon - Cerca de 93% do consumo de resina, de um total de 605 mil toneladas, foram transformados em frascos e garrafas, ou seja, cerca de 562 mil toneladas. O crescimento do volume transformado em 2012 em comparação com 2011 foi de 6%. Plástico Sul - Qual o faturamento desta indústria? Marçon - Conforme dados de 2012, a indústria do PET apresentou um faturamento de R$ 4,47 bilhões, sendo R$ 1,65
bilhões oriundos da reciclagem. Plástico Sul - Entre os associados da ABIPET, como se dá a divisão de participação entre fabricantes da resina PET, fabricantes das embalagens de PET e seus recicladores? Marçon- Entre o associados da entidade, temos uma representatividade significativa em todos os elos da cadeia produtiva. Cerca de 70% a 75% das pré-formas produzidas no Brasil são fabricadas por transformadores associados da ABIPET e no caso da resina, temos representatividade de 100%. Os principais (e maiores) recicladores do Brasil também fazem parte da ABIPET e recentemente criamos um grupo de Tecnologia com as principais empresas de cada segmento de mercado. Isso mostra um setor integrado e preparado para oferecer aos clientes, usuários finais das embalagens PET, soluções adequadas às suas demandas. Plástico Sul - Quais os últimos números >>>>
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 11
PLAST VIP Auri Marçon da reciclagem? Sempre se fala nos altos índices de reciclagem de lata de alumínio e que, na comparação, a garrafa de refrigerante não é tão atrativa porque ocupa mais espaço no carrinho do catador e não vale tanto. Como avalia isso? Marçon - De acordo com o 9º Censo da Reciclagem do PET, divulgado no PETtalk 2013 pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), a reciclagem de embalagens de PET no Brasil deu um salto em 2012 e cresceu 12,6% em volume, ao passar das 294 mil toneladas que tiveram destinação adequada em 2011, para 331 mil toneladas no ano passado. Com esse resultado, o País atingiu um índice de reciclagem de 59%, mantendo seu excelente posicionamento como um dos maiores recicladores de PET do mundo – superando os Estados Unidos e até mesmo a média registrada na Europa. Essa época já passou e a realidade é outra, atualmente. Assim, dizer que as garrafas de PET não são atrativas para o catador não é uma verdade. Na prática, latinhas de alumínio raramente chegam às mãos do catador, que vê na garrafa de PET seu sustento - já há algum tempo. As ações de educação ambiental da ABIPET, desde sua fundação há 18 anos, demonstram ao consumidor que ele deve compactar as garrafas, exatamente como se faz com latas e outras embalagens. Esse é um trabalho cultural de longo prazo, que vem apresentando resultado. Por outro lado, o próprio catador já descobriu que é muito fácil compactar a garrafa - basta retirar sua tampa e amassá-la. Comparativamente, nos últimos anos a reciclagem de PET foi a que mais evoluiu, colocando o Brasil em destaque no cenário mundial, com números que vêm atraindo multinacionais para esse mercado. Certamente esse é um resultado construído pela indústria. Além disso, é muito importante que se saiba: para avançar ainda mais em reciclagem, o Brasil precisa desenvolver sistemas de coleta seletiva robustos - não meras operações- piloto, mas sistemas funcionais. O catador estará inserido nessa evolução graças à sua expertise (ele conhece bem os materiais e sabe 12 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
separá-los). Isso está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, para a qual a ABIPET vem trabalhando com afinco há anos. Plástico Sul - Quais as principais características e aplicações de material reciclado? O mercado têxtil ainda lidera? Marçon - Interessante observar que a diversificação no uso do material e o crescimento de outros segmentos, especialmente de embalagens diversas, está diminuindo a proporção da participação do setor têxtil, que continua, apesar disso, sendo o principal consumidor do PET reciclado, com 38,2% de participação, seguido das resinas insaturadas e alquídicas, com 23,9%. Outras embalagens (alimentos e não-alimentos) consomem 18,3% do volume reciclado. Laminados e chapas (6,4%), fitas de arquear (5,5%) e tubos (1,5%) são os outros principais mercados. Os 6,1% restantes ainda abastecem uma lista ampla de pequenas aplicações. Plástico Sul - Por estar no mercado de embalagens, tão farto e com participação tão grande na indústria plástica brasileira, os transformadores do PET serão bem afetados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Como a ABIPET tem orientado esses empresários? Marçon - A ABIPET faz parte da Coalizão da Indústria de Embalagem já que, segundo a Lei, as embalagens como um todo formam um "pacote" de resíduos, que terão tratamento e destinação especificamente descritos na PNRS. Assim, o Acordo Setorial para o setor de Embalagens já está em andamento, com a participação intensa e ativa da Associação. Em outras palavras, os associados da ABIPET estarão perfeitamente cobertos e dentro da Lei. Nossa principal orientação é no sentido de consolidarmos na entidade as ações em prol da reciclagem para que o setor seja beneficiado. Naturalmente, e isso vale para todos os materiais, a empresa que estiver associada a uma entidade como a ABIPET será beneficiada por um trabalho coletivo, focado e específico. Isso vai evitar sanções e a obrigatoriedade
de desenvolver um programa próprio - já que, nesse caso, terá que responder sozinha pelo não cumprimento da Lei. Resumindo, os transformadores de PET estão bastante protegidos, pois além de estarmos engajados e apresentando as soluções para a PNRS, o PET é o plástico mais reciclado no Brasil e no mundo, portanto as nossas embalagens já têm uma logística reversa muito bem desenvolvida e, na prática, as embalagens PET já estão tendo uma destinação que atende em alto nível as exigências de sustentabilidade, técnica, econômica e ambientalmente correta, incluindo nesses argumentos a forte contribuição social, pois movimentam cooperativas e trazem renda adicional para os catadores. É importante observarmos também que, por estar muito presente na mesa do consumidor - embalagens de refrigerante, água e óleo comestível (quase todas de PET) -, temos a impressão que o PET é a embalagem mais utilizada. Quando, na verdade, toda a produção de PET no Brasil, não representa 15% da produção nacional de plásticos. Plástico Sul - Quais as atuais demandas da ABIPET em relação ao governo? Marçon - Nosso foco hoje está concentrado em melhorar o sistema de coleta seletiva para podermos atender à necessidade de garrafas, de forma a manter um bom nível de ocupação do parque industrial reciclador. Hoje, no Brasil, principalmente durante o inverno, temos altas taxas de ociosidade nos recicladores, pois não há coleta suficiente para abastecer as demandas de produção. Trata-se, na verdade, de um contrassenso, pois a indústria transformadora e química (no caso de plásticos) está sendo cobrada para apresentar soluções e o PET, que já criou uma forte indústria de reciclagem, sofre por falta de coleta. Em outras palavras, a indústria de reciclagem já investiu em capacidade de processamento, e o governo ainda não implantou sistemas de coleta robustos e abrangentes, capazes de resgatar materiais descartados pela população e que podem novamente ser úteis para a sociedade. Vamos trabalhar junto ao governo para que esse cenário mude para melhor! PS
<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 13
Polo Plástico Paranaense
Na ponta de cima da região Sul, o Paraná apresenta bons números dentro do setor plástico brasileiro. Na mesma linha, as demandas dos transformadores também são grandes, especialmente no que diz respeito às resinas. Com um combativo sindicato, a terceira geração busca melhor atenção dos governos, ao mesmo tempo que investe em tecnologia e educação.
O
setor de transformação do plástico conta com 967 empresas no Paraná. Dados da Abiplast (2012) colocam o estado como terceiro em participação no Brasil (8,3%) e segundo na região Sul, atrás do Rio Grande do Sul (1.316 empresas e 11,3%) e à frente de Santa Catarina (952 empresas e 8,1%). O primeiro colocado, naturalmente, é São Paulo. Em relação a empregos, o Paraná aparece em quarto lugar no ranking nacional e terceiro na região Sul, com 25.092 postos. A ordem é São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os empresários do setor plástico contam com o SIMPEP – Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná desde 1976. Dirceu Galléas, diretor da entidade, diz que o Paraná tem uma 14 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
DIVULGAÇÃO
Bons números e grandes demandas
indústria horizontalizada, as empresas se destacam pela qualidade e diversidade, desde reciclagem até produtos de alta tecnologia. Os itens fabricados são agrupados em extrusão, injeção, sopro, reciclagem, tecelagem de ráfia, etc. Como em todo o Brasil, o perfil em sua grande maioria é de pequenas e médias empresas. Em relação ao posicionamento do estado no ranking nacional e regional, ele diz que os números indicam que “mesmo com adversidades, o Paraná tem em seu DNA a indústria de transformação do plástico, que deveria ser refletido na estatística de faturamento setorial e arrecadação, o que não acontece. Estamos com crescimento prejudicado devido à guerra fiscal existente em estados que tomaram ciência que a indústria de transformação é um bom negócio, que gera empregos imediatos e contribui para o equilíbrio e desenvolvimento das regiões, por outro lado, retiram daqueles
Denise Dias: presidente do SIMPEP enviou carta à Braskem e orientou associados
que não adotam esta política a possibilidade de manutenção de empresas regionais, empregos e crescimento”, avalia. Para Galléas, é evidente a necessidade da retomada de um crescimento sólido e contínuo, mas a alta carga tributária imposta à cadeia não valoriza nem reconhece o trabalho de empresários e trabalhadores. Importante a nível de mercado é o preço final dos produtos e, neste ponto, o Paraná tem uma grande desvantagem com empresas de estados que dão isenção fiscal com uma concorrência desleal, predatória além de injusta, na opinião do dirigente. No âmbito estadual, a demanda do SIMPEP é o equilíbrio fiscal para concorrer >>>>
<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 15
a nível nacional com empresas de estados que oferecem benefícios fiscais. “Muito tempo se passou com a esperança de que poderia ser obtido junto ao Confaz uma ação neste sentido, mas nada foi feito por ser de cunho político e partidário e quanto mais o tempo passar maior será o prejuízo para as indústrias paranaenses”. A nível federal, é necessário que se faça, em regime de urgência, a isonomia fiscal de tributos federais, desde a primeira geração até a terceira. “O Governo Federal beneficiou vários setores neste sentido menos o do plástico. A Abiplast está trabalhando levando estudos e dados oficiais que comprovam esta urgência”, afirma Galléas.
DIVULGAÇÃO
Polo Plástico Paranaense
Exportar: uma dificuldade histórica
O executivo diz que a terceira geração da cadeia plástica encontra uma dificuldade histórica de estar voltada para o mercado interno devido à falta de política comercial para exportação e esta dificuldade somente será facilitada a partir de ações que possam dar condições em nível de competitividade de preços no mercado internacional. “Há falta de opção de fornecimento de resinas, temos somente um produtor e uma trava grande no Imposto de Importação; Carga Tributária elevada
em um setor de vital importância dentro da economia nacional”, comenta. Mesmo com imposto de importação, entram no País produtos acabados com preços abaixo dos custos das indústrias brasileiras, o que demonstra a necessidade emergencial de uma análise da política instalada no Brasil. “Para reverter esta situação, temos competência, indústrias
FIEP aponta reciclagem como desafio
A indústria de plásticos tem pouca representatividade em relação ao total da indústria de transformação paranaense, aponta o economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) Roberto Zurcher. “Possui 967 estabelecimentos, ao redor de 25.000 trabalhadores e uma participação de 1,71% das receitas líquidas de vendas. Parte dos produtos são destinados a embalagens da produção agropecuária do estado”, afirma. Em número de estabelecimentos, a fabricação de produtos de material plástico aparece depois de atividades econômicas como fabricação de produtos Alimentícios; Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios; Fabricação de Produtos de Madeira; Edição, Impressão e Reprodução de Gravações; Fabricação de Produtos de Borracha e Plásticos; Fabricação de Produtos de Minerais Não-Metálicos; Fabricação de Produtos de Metal; Fabricação de Máquinas e Equipamentos; Fabricação de Móveis; e Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos. Vale lembrar, no entanto, que o plástico tem espaço garantido nessas áreas todas. Zurcher aponta como desafio local do setor a reciclagem. “Pequena parte desta indústria é destinada à reciclagem, ativi16 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
e empresários focados e com plenas condições de produção de produtos ora importados com um diferencial enorme na qualidade, podemos auxiliar em muito a balança comercial”, garante. Algumas medidas recentes ainda não tiveram o efeito esperado na cadeia, como o anúncio do fim da guerra dos portos em 2012. “A princípio houve um impacto devido à forma que veio, mas na sequência houve uma reversão e acomodação. A maior questão não é a guerra e sim o Custo Brasil, com impacto direto ao custo marítimo pela precariedade, falta de berços e demora para carregamento de exportações e desembarque das importações”. Galleás também cita - mas sem grande entusiasmo - a entrada do setor na lista de desonerações do Governo Federal, permitindo a troca da tributação sobre a folha de pagamento por percentual no faturamento. “ Muito pouco foi o impacto positivo desta desoneração, principalmente pelo fato de o nosso setor ser de pequenas empresas, mas toda e qualquer iniciativa que desonere as indústrias deve ser recebida de forma positiva a mostrar ao Governo Federal que impostos não devem ser carregados no setor produtivo e sim na outra ponta. Isto traria crescimento para chegarmos a ser um País desenvolvido e não em desenvolvimento”. PS
dade que precisa de incentivos para poder reduzir o impacto ambiental do uso de embalagens plásticas”. Para intensificar a troca de experiências e o fortalecimento da reciclagem, o SIMPEP apoiou a 8ª RECICLAÇÃO, que aconteceu em junho no Expo Unimed Curitiba. A feira é vista pelo sindicato como uma excelente oportunidade de trocar experiência e promover a conscientização sobre este segmento que realiza um trabalho sustentável que transforma um passivo ambiental em ativo socioeconômico. A entidade também apoia a Câmara Nacional dos Recicladores de Material Plástico, criada pela ABIPLAST, que tem como objetivo, fomentar e mostrar a importância do setor para a economia nacional, além de buscar mais incentivos fiscais e linhas de créditos subsidiados para inovação e renovação do parque fabril. Segundo a presidente do SIMPEP, Denise Dybas Dias, a reciclagem caminha junto com a preservação ambiental, trazendo uma expectativa de vida mais saudável para as futuras gerações. Hoje, o Paraná conta com cerca de 200 empresas de reciclagem de resinas termoplásticas, que juntas reciclam 100 mil toneladas de plástico e geram em média 3 mil empregos diretos e mais de 10 mil indiretos.
DIVULGAÇÃO
Preço das resinas, uma questão constante
P
ara os transformadores, um ponto-chave no sucesso, e mesmo manutenção dos negócios, é a variação dos preços das resinas. Em julho, o SIMPEP enviou a Braskem um ofício sobre os reajustes. No documento, a presidente Denise Dybas Dias diz que “Preocupados com o atual momento econômico do setor, recebemos através dos GC’s da Braskem, a comunicação de reajuste das resinas plásticas. Momento delicado; várias empresas com dificuldades financeiras, competindo com regiões incentivadas, concorrendo com produtos acabados importados e cenário econômico nada propício”. A dirigente também informou à pe-
troquímica que “Na contramão deste momento de alta de preços, percebemos que alguns transformadores reduzem valores e até mesmo os garantem fixos até o final do ano. Sem razões lógicas e matemáticas que expliquem tal prática. Diversos questionamentos estão sendo encaminhados ao SIMPEP e a principal queixa é a dificuldade de repasse destes aumentos para o mercado”. O Sindicato solicitou à Braskem o envio de um comunicado formal dos reajustes praticados e critérios de política comercial para enviá-lo aos associados como auxílio e ferramenta em suas negociações. O comunicado também servirá como um alerta às indústrias que não es- >>>>
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 17
Galléas diz que o crescimento é prejudicado pela guerra fiscal existente entre estados
tão acompanhando este momento de alta de preços. “Da mesma forma, caso se confirme o reajuste para a segunda quinzena de julho, novo comunicado com a informação”, pediu a dirigente no documento. A presidente também passou orientações como rever custos; refazer tabelas de preços; analisar estoques de matéria-prima e pedidos em carteira, buscando equalizar e minimizar o prejuízo; renegociar todos os pedidos programados para entregas futuras; não acatar pedidos com programações superiores a 30 dias, somente com cláusula de reajuste proporcional ao aumento de resina; reavaliar prazos de pagamento dados para os clientes, devido o aumento do custo financeiro para compras a prazo; e buscar contato direto com as empresas que praticam preços abaixo do mercado, alertando que estão efetuando prática contra o setor e vendendo abaixo de custo. Para Denise, “certamente este contato irá fazer uma aproximação maior de empresas do setor em busca de uma convivência harmoniosa e saudável”. Dirceu Galléas, diretor do SIMPEP, diz que este é um ponto que não há contraponto. “O maior problema não é o impacto de aumento de preços de resina e sim a forma, temos que separar para entender e buscar soluções”. Ele reafirma que a Primeira e Segunda Geração basicamente é formada por um grupo, a Terceira geração, por milhares de empresas e com milhões de clientes com produtos específicos e identificados. “A venda de matéria-prima para indústrias é formada por algumas dezenas de grades, se as vendas desaquecerem tem opções de estocar ou exportar, enquanto a indústria trabalha com carteira de pedidos para entregas no mês, mas na grande maioria programadas com preços fechados em
Educação profissional
DIVULGAÇÃO
Polo Plástico Paranaense
licitações, concorrências ou tomadas de preços, não há como de forma simples que recebemos aumentos fazer o repasse imediato na ponta e o prejuízo imediato ocorre”, avalia. A recente valorização do dólar deixou todos em alerta. “O dólar valoriza, petróleo e derivados são baseados nesta moeda, aumento de resinas são baseados nesta valorização e repassados ao mercado de forma imediata, resolvido o problema da Segunda Geração". As vendas da Terceira Geração são feitas em reais já que é proibido dentro da legislação brasileira vendas em outra moeda que não seja a nossa. Assim é instalado o problema na indústria de transformação e instituído o prejuízo”, contextualiza, destacando que isto deixa claro a necessidade de uma política única entre as cadeias do setor, pois de nada adianta a Primeira e Segunda Geração fortes se a terceira está com dificuldades, “sendo que deveria estar tão ou mais forte por ser o elo final”. Maurício Jaroski, da Maxiquim, aponta que o preço das resinas tende a subir nos próximos meses e estabilizar, à medida que câmbio também siga esta
Com a finalidade de preparar profissionais para a indústria do plástico, o SENAI, em parceria com o SIMPEP - Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná - inaugurou no dia 13 de agosto de 2012 a Escola do Plástico, em São José dos Pinhais. Além 18 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
tendência. Ele diz que o Paraná se destaca como o 3º maior estado em termos de consumo de plásticos, com aproximadamente 600 mil toneladas por ano, ficando atrás de São Paulo, que consome em torno de 2,7 milhões de toneladas e Santa Catarina, que consome pouco mais de 1 milhão de toneladas. Na região Sul, fica como o 2º maior consumidor, atrás de Santa Catarina e a frente do Rio Grande do Sul, que consome em torno de 550 mil toneladas por ano. Para o consultor, o desafio em 2012 e neste primeiro semestre de 2013 foi o mesmo do Brasil, crescer num ambiente industrial não competitivo que o país está passando. “Assim como em todo o Brasil, o ambiente industrial tem que ser fortalecido com uma infraestrutura melhor, o que levará a uma logística eficiente e, consequentemente, aumento de produtividade”. Nesta linha, a localização geográfica, mais próxima das demais regiões, traria benefícios em relação a RS e SC, o que ainda não acontece. “(O estado) faz o elo entre a região Sudeste e Sul, mas não é o que se verifica na prática, principalmente pela baixa infraestrutura do país e dificuldade logística”, comenta. PS
de atender à demanda do setor, que sofre pela falta de mão de obra especializada, a escola é uma oportunidade aos jovens que desejam ingressar no mercado de trabalho ou aos que buscam uma nova área de atuação. A primeira turma participou do curso “Operador em Processos de Transformação de Plástico e Polímeros”.
<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 19
Polo Plástico Paranaense
AWS Brasil oferece tecnologia de ponta em máquinas e periféricos para o setor plástico
DIVULGAÇÃO
Sapage: atuação em várias áreas
O
Grupo Sapage tem sede em Curitiba e conta com quatro empresas: AWS Brasil, RecyPack, Matriz Industrial e AWF Brasil. “Cada uma tem sua produção independente, no entanto todas direcionadas ao grande mercado de termoplásticos. Nosso estado representa aproximadamente 30% de toda a nossa produção. Nossas empresas conseguem com seus produtos atender em todos os segmentos como, extrusão de filmes, extrusão de perfis, chapas, tubos e outros processos de extrusão”, revela Camila Mascola Sapage, da área de marketing. “Hoje nosso maior mercado é de PVC, muito embora o de PET seja muito interessante”, comenta. A AWS Brasil oferece ao mercado tecnologia de ponta em máquinas e periféricos; acessórios auxiliares aos processos de fabricação indicados para indústrias de sopro, extrusão e injeção, além de máquinas e equipamentos; a RecyPack atua na área de reciclagem de resíduos de origem industrial PEDB e PEAD; a Matriz Industrial na fabricação e restauração profissional de roscas, cabeçotes e matrizes de extrusão; e a AWF do Brasil oferece tecnologia de pigmentos em forma de microesfera, masterbatch, microbatch, pó e líquido, além de fabricar aditivos auxiliares. Para o Grupo, o Paraná é um estado animador, que impulsiona o avanço dos negócios. “As montadoras de automóveis instaladas nos dão a certeza de um crescimento”, comenta. “Nossa linha de pigmentação está muito bem, crescendo gradativamente, mas não poderia deixar de relacionar os periféricos que são nosso carro chefe”, afirma Camila A executiva caracteriza o transformador paranaense como ousado, agressivo e muito interessado em tecnologia. Em relação a Brasil, o grupo se concentra mais nos cinco estados próximos.
20 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
Parceria italiana
A AWS Brasil atua há 15 anos no mercado e passou a integrar o Grupo Sapage em junho de 2012. “Até então era a AWS Brasil que gerenciava todos os produtos, desde pigmentos até máquinas. Com a criação do grupo, podemos direcionar os diferentes produtos para cada empresa dando mais importância e tornando mais técnica sua organização. Cada empresa trabalha com estrutura operacional independente e desta forma podemos desenvolver mais tecnologia com pessoas dedicadas em cada produto”, comenta a executiva Camila Sapage Após parceria firmada com uma equipe de engenheiros na Itália, a AWS Brasil desenvolveu e entregou sua primeira Linha de Coextrusão no Paraná no primeiro semestre de 2013, trazendo o que há de mais moderno em desenvolvimento tecnológico para o Brasil, com a grande vantagem de sua produção ser local, podendo então ser adquirida com linhas de crédito locais. Esta primeira linha entregue está em funcionamento no município de Almirante Tamandaré, região metropolitana da Grande Curitiba, e o feedback foi positivo. “Sem duvida 150 toneladas/mês de pura tecnologia. Foi uma experiência extraordinária que estamos repassando para outros clientes. Máquina padrão Europeu com acessibilidade nacional. Nosso cliente
reconquistou clientes que havia perdido para a concorrência e abriu novos em razão da qualidade, em resistência do filme, planicidade e performance”, afirma Camila, entusiamada. A linha possui três extrusoras, todas controladas por um único painel touch screen, com funções de ajustes rápidos, gráficos, relatórios e permissão de interface de computadores local ou in out. Com motores vetoriais caixa quadrada, redutores de marca Mundial, o que além de tecnológico, permitem um consumo inteligente de energia. Equipadas com dosadores gravimétricos acoplados para quatro componentes cada, alimentadores, cabeçote “mult slip” fixo, gaiola automática para ajuste do balão, arraste reversível de última geração e IBC automático com controle de largura. A bobinadeira contem “balancim” e células de carga, dando maior planicidade ao filme produzido. Além de ser dupla, tem troca automática de bobinas e painel de controle touch screen independente. Neste ano de 2013, outra parceria importante foi feita na Feiplastic, em São Paulo, com a Flexocom. “Atuamos no mesmo mercado e clientes e conseguimos dividir a fabricação dos equipamentos. Desta forma alcançar um maior mercado; nós na região Sul e ela nas regiões onde nós não tínhamos tanta penetração”, diz Camila. PS
Colorfix: qualidade em cores Para Fardo, da Colorfix, o Paraná tem localização privilegiada e facilita muitos negócios
DIVULGAÇÃO
C
om sede em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, a Colorfix Masterbatches é uma fornecedora de Pigmentos e Aditivos Termoplásticos para diversas áreas, como cosméticos, construção civil, farmácia, utilidades domésticas, automobilística, segurança, brinquedos. Atende os principais processos de transformação plástica como injeção, sopro, extrusão, termoformagem, rotomoldagem, entre outros. Possui Certificação ISO 9001:2008, além de atender as normas: FDA, RoHS e Resolução 105 da ANVISA. A empresa tem 23 anos de atuação no mercado e emprega cerca de 190 pessoas nas unidades de Colombo-PR, São Paulo (São Caetano) e Pernambuco (Distrito Industrial de Recife). Sua atuação é nacional através de representantes comerciais e da Equipe Interna de Vendas atuantes em São Caetano do Sul/ SP e Colombo/PR. “A nossa participação no estado ultrapassa os 40% do total faturado na Região Sul”, diz o superintendente da Colorfix, Francielo Fardo. Ele acredita que a indústria do plástico vem se consolidando no estado a cada ano. “O crescimento do setor é considerável e as empresas que estão no mercado apresentam experiência maior do que anos atrás. Hoje, o investimento é em tecnologia, produtos diferenciados, desenvolvimento de novos mercados e rentabilidade. A preocupação mudou, não é mais apenas em oferecer o melhor preço e curto prazo. O que não é ruim, apenas um novo posicionamento que proporcionar a pulverização de clientes e empresas mais sólidas”. Para Fardo, o transformador paranaense é muito exigente na qualidade de seus produtos, pois atende a grandes mercados consumidores como, por exemplo, São Paulo, tendo também seus produtos exportados para regiões como a do Mercosul, EUA e União Europeia. “Além disso, atendemos ainda às indústrias de ponta nacional e local, que exigem muita qualidade, repetibilidade e pontualida-
de, que é o caso da indústria automobilística, informática e hardware, linha branca, Floor Care, cosméticos e medicamentos, entre tantos outros.”, afirma. Sobre os demais mercados da Colorfix, ele diz que o Paraná tem uma localização privilegiada o que facilita muitas negociações. “É um estado central muito próximo a São Paulo (norte), com acesso pela Rodovia Régis Bittencourt/BR-116; Santa Catarina (sul), pelo BR-376; Porto de Paranaguá (leste), pela BR-277; Mato Grosso do Sul (noroeste), Argentina (sudoeste) e Paraguai (oeste). Essa geografia privilegiada também ajuda a estar perto de um forte polo econômico brasileiro que é a região Sudeste e, além disso, ponte fácil para os negócios do Mercosul". A Colorfix apresenta ao mercado inovações constantes. Geralmente, o cliente apresenta a demanda e a empresa cria a cor ou efeito conforme esta necessidade. Também tem disponível um catálogo com mais de 40 mil cores que dão vida ao plástico transformado. “Esse é um grande diferencial neste setor, além da flexibilidade comercial, priorizar a qualidade no atendimento e a entrega no prazo, e prezar pelo limite mínimo de compra”, diz o executivo. “Nossa inovação e foco na tendência também é um diferencial, como o recente lançamento do aditivo Processfix HP (High performance), que ao ser adicionado ao
Pato Branco: expectativa pelos polímeros que vêm do milho
O Paraná está atento ao início das atividades da fábrica de polímeros derivados do milho da Limagrain Guerra do Brasil em Pato Branco. No ano passado, foi anunciado que o estado teria a primeira fábrica de plástico biodegradável de milho da América do Sul, empreendimen-
polipropileno traz benefícios em seu comportamento, resultando em grande melhoria de propriedades ótica, equilíbrio entre rigidez e impacto, tempo de ciclo, otimizando assim todo o processo de produção”. Traduzindo, isso significa que, dependendo do maquinário utilizado, o ganho em produtividade em um único mês pode chegar a 30%. Entretanto, 10% de ganho no ciclo é certo, devido ao tempo de resfriamento ser menor. Logo, essa é uma gestão voltada para o crescimento da empresa, mas principalmente voltada à necessidade do mercado e do cliente.
Balanço 2012
No ano passado, entre os produtos foram destaque Clearfix Colorants, Bactfix FDA e Processfix HP. O Clearfix Colorants foi desenvolvido com corantes específicos para aplicações que necessitam de alta transparência em polipropileno clarificado. Os benefícios dessa tecnologia desenvolvida pela Colorfix estão pautados na alta transparência em polipropileno clarificado, cores vivas e limpas, alta resistência a migração e nucleação. Também possui uma alta processabilidade, dispersão é regulamentado nas normas para contato com alimentos além de ter rápido setup entre cores. Já a linha Bactfix FDA tem aplicação para os casos em que é necessário a proteção antimicrobiana com aprovação para contato com alimentos segundo regulamentação FDA, impedindo o ataque e a proliferação de fungos e bactérias as resinas poliméricas. Essa linha evita a formação de bolores, mau cheiro em peças plásticas e a perda de resistência mecânica por ataque de microorganismos. PS
to fruto de uma parceria entre o grupo francês Limagrain e a Sementes Guerra. Ricardo Guerra, da Sementes Guerra, é sucinto e revela apenas que “A fábrica está em construção. Devemos inaugurar no primeiro semestre de 2014”. A resina feita do cereal é matéria-prima para a produção de materiais plásticos biodegradáveis, como os usados para fabricação de sacolas que se decompõem mais rapidamente na natureza. << Junho de 2013 < Plástico Sul < 21
Tendências
& MercadosRobótica & CT
Concorrência acirrada torna premente a atualização das indústrias nacionais, que passaram a investir em robótica e controle térmico para ganhar competitividade e ampliar a produção e a qualidade dos transformados.
DIVULGAÇÃO
Valorização da robótica e controle térmico
D
e acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, o Brasil precisa investir, se modernizar e aumentar a produtividade para se tornar mais competitivo. Mas a modernização do parque industrial de uma empresa do setor de transformação de plásticos vai além da compra de injetoras, extrusoras, sopradoras e outras máquinas utilizadas para a moldagem do plástico com novas tecnologias. Na atualidade é crucial o investimento em periféricos, que já deixaram de ser meros coadjuvantes no processo produtivo para assumir o papel principal junto com as máquinas. Neste contexto a robótica vem ganhando terreno, como explica o diretor da Sepro do Brasil, Oscar Silva. Ele destaca que o uso de robôs pode auxiliar na melhoria dos tempos de ciclo de produção e na garantia de estabilidade desse ciclo aumentando a qualidade do produto injetado e consequentemente diminuindo os refugos. “Uma economia em termos de energia e matéria-prima consumidas”, salienta. O diretor observa ainda que os robôs podem auxiliar nos processos pós-injeção, no caso onde as peças não podem cair para evitar danos. “Eles também são utilizados para processos de sobre-injeção de material (como tecido, metais, IML,etc..) agre-
22 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
gando assim um máximo de operações. Além disso, o robô ajuda na melhoria das condições de segurança e de trabalho do operador. Todos esses pontos favorecem a produtividade e ajudam o transformador a se tornar mais competitivo”, enfatiza. O diretor geral da Wittmann, Reinaldo Carmo Milito, comenta que não dá mais para imaginar que uma empresa tenha custos operacionais competitivos considerando que o operador da injetora retire as peças manualmente da máquinas. “Para se ter competitividade necessária, a utilização de robôs e uma condição sine qua non”, acrescenta. A coordenadora de vendas e desenvolvimento de negócios da Staubli, Ana Claudia Aghazarian, é taxativa ao afirmar que não há outro caminho senão robotizar as células de manufatura para que a indústria como um todo se torne mais competitiva. A executiva salienta que a automação em robótica é com certeza a solução para este momento do Brasil. “Com ela as empresas poderão valer-se de diminuição de custos e aumento de produtividade já
Mecalor destacou as vantagens do Dry Cooler Modular 600 kW na Feiplastic, em SP
que a flexibilidade dos robôs permite naturalmente que diversas atividades possam ser executadas em uma única estação, minimizando estoques intermediários e retrabalhos bem como garantindo total qualidade aos seus produtos”, comenta. Segundo a executiva, para aplicar um robô em seus processos o empresário deve ampliar seus horizontes para além de uma simples carga e descarga de injetoras. “Há que se pensar em tarefas que agreguem valor aos seus produtos como rebarbação, inspeção por sistema de visão, embalagem entre outras atividades”, exemplifica.
Objeto de luxo
O aumento da concorrência e da disputa pelo mercado de transformação de plásticos tem influenciado diretamente
no crescimento na comercialização de robôs. Estes equipamentos se tornaram mais acessíveis, pois até um tempo atrás os robôs eram visto como objetos de luxo, e agora já estão cada vez mais presentes nas empresas do setor. Oscar Silva, da Sepro, comenta que o crescimento na venda de robôs ocorre principalmente pela necessidade do transformador ser mais competitivo frente ao seu próprio mercado, além de ser uma necessidade para atender às normas de segurança. Porém o diretor fala que ainda existe um certo medo sobre a utilização de um robô, “mas hoje existem softwares como o TOUCH 2 ou VISUAL 2 da Sepro que permitem que qualquer pessoa sem nenhum conhecimento de programação possa utilizar um robô, abrindo ainda mais o leque de utilizadores”, salienta. O executivo acrescenta que também existe um estigma e um entendimento errado entre os transformadores brasileiros de que se houver muita troca de molde não se justifica a utilização do robô. “Pelo contrário
você precisa otimizar o pouco tempo de produção de cada molde e nesse caso o robô cartesiano é muito versátil e perfeitamente adaptado”, afirma. Apesar de não existir uma estatística oficial, Silva acredita que no total de mais de 11 mil transformadores em operação no Brasil, poucos utilizam robôs. Mas destaca que este perfil está mudando e que já um crescimento na utilização da robótica pelas empresas nacionais, nos últimos anos. O diretor diz que o robô era visto de forma errada como o periférico mais caro e opcional. “Hoje esta imagem está sendo corrigida, porque é uma necessidade para o transformador brasileiro para se tornar competitivo, em todos os sentidos (qualidade, produtividade, segurança, etc.), não só no mercado interno, mas também no mercado internacional, competindo com empresas americanas, europeias, chinesas, entre outros países”, observa. O diretor geral da Wittmann comenta que o mercado tem crescido em torno de 40% a 50% nos últimos três anos. Ele
explica que o robô por si próprio não gera produtividade. “Isso só se dá na produção de peças que não podem cair por gravidade, como peças de aparência que não podem sofrer riscos com o atrito com outra peça, na necessidade de se empilhar as peças na esteira ou dentro de uma caixa, etc. Nesses casos a utilização de robôs vai gerar produtividade”, detalha Reinaldo Milito. Diante desta ampla gama de aplicações o executivo observa que existe um grande mercado para o segmento da robótica entre os transformadores do país. Ana Claudia Aghazarian, da Staubli, pondera que há 15 ou 20 anos atrás, havia a ideia de que robôs eram artigos extremamente caros. Hoje em dia, são tratados praticamente como commodities. A coordenadora explica que o número de transformadores que já se utilizam desta tecnologia com certeza ainda não chega a ter a expressividade que se necessita o mercado atualmente. Ela acrescenta que a necessidade de utilização frente à quantidade de robôs instalados na indústria do >>>>
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 23
& MercadosRobótica & CT
Para Ana Cláudia Aghazarian, da Staubli, hoje os robôs são tratados como commodities
DIVULGAÇÃO
Tendências
plástico ainda não chega a ter notoriedade como tem em outros mercados, porém, encontra-se em amplo crescimento ano após ano.
Investimento
Segundo os fabricantes é difícil estimar qual o investimento necessário para aquisição de um robô, pois é necessário fazer um estudo detalhado para avaliar a relação custo benefício e qual o equipamento mais indicado para cada caso. Mas tomando como base uma injetora de 300 toneladas, Milito, diretor da Wittmann, estima que o investimento seria pouco mais de R$ 50 mil. Conforme o diretor da Sepro, o custo de um robô depende do tamanho, do modelo e das funções necessárias para a operação desejada. “Porém o principal empecilho na compra de um robô não é propriamente o preço informado pelo fabricante e sim os impostos decorrentes para nacionalização”. Neste quesito, Oscar Silva salienta que o Brasil está muito atrasado em relação a maioria dos países, inclusive dentro do mercado sulamericano onde o transformador pode automatizar sua fábrica com os melhores equipamentos do mercado com um custo muito mais competitivo em relação ao empresário brasileiro. Ele complementa que é um investimento acessível para empresas de todos os portes e acrescenta que automatização é uma tendência que deve ser acompanhada pelos empresários brasileiros, “porque além de trazer maior competitividade, este processo começa a ser exigido pelos próprios clientes”, destaca. Para a executiva da Staubli, estimar o investimento necessário para a compra de um robô é preciso fazer um estudo de viabilidade caso a caso. Ana Aghazarian comenta que o robô industrial é um acessório importante em uma célula de manufatura, mas para funcionar precisa de outros periféricos que dependem do processo e do produto a serem contemplados. “Desta forma, não existe uma fórmula para calcular a média de investimento. Porém, 24 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
com as novas normas de segurança, aumento do custo de mão de obra no Brasil e crescentes problemas com afastamentos por LER, os sistemas robotizados têm ganhado cada vez mais força dentro das fábricas de pequeno a grande porte”, comenta.
Novidades no mercado
Para atender a este mercado os fornecedores estão em constante desenvolvimento de novas tecnologias. Reinaldo Milito destaca que as últimas novidades do segmento se situam no campo da eletrônica e do sistema operacional. Neste sentido o diretor destaca o mais recente lançamento da Wittmann, o robô cartesiano modelo W832, que teve sua capacidade de carga majorada em 20%, de 20kg para 25kg. Além de contar com uma configuração opcional do braço vertical que pode suportar até 35 kg de carga útil. “Esse modelo foi projetado para aplicações que exijam máscaras mais robustas e pesadas, como a colocação de insertos pré-injeção, com precisão e repetibilidade na operação”, explica. Conforme Milito o robô está disponível com um alcance máximo do eixo longitudinal de 1.190 mm, curso vertical até 1.600 mm e eixo horizontal entre 2.000 mm e 5.000 mm. “Possui várias opções como eixos adicionais pneumáticos ou servo acionados, módulos de extensão I / O, circuitos de vácuo e garras adicionais, permitindo a personalização para qualquer
tipo de aplicativo de automação complexa”, complementa. Ele acrescenta que o modelo W832 é compatível com as máquinas de força de fechamento de 250 a 800 toneladas. A Sepro, por sua vez, também apresenta novidades no mercado da robótica. Na Feiplastic, realizada no mês de maio, em São Paulo (SP), apresentou a gama 5X Line. “São robôs cartesianos de 5 eixos CNC constituído por um robô Sepro S5Line 3 eixos CNC e de uma dupla rotação numérica compacta 2 eixos CNC da Staübli ,controlado pelo novo software Visual 3 com função que permitem o acompanhamento de trajetória para flambagem, rebarba ou trajetórias complexas de extração”, destaca o diretor. Oscar Silva acrescenta que na feira também foi apresentado a gama 6X Visual, robôs de poliarticulados de 6 eixos CNC com braço mecânicoda Stäubli e software Visual 3 que permite a programação através de um vídeo 3D, “tão simples quanto um jogo”, salienta. O executivo acrescenta que todas estas novidades e mais inovações serão apresentadas na feira K deste ano, Alemanha, “onde estaremos presente em diversos estandes parceiros além do nosso com mais de 22 robôs expostos”, concluí. Entre os seus lançamentos a Staubli aponta o robô TP80, que segundo Ana Aghazarian, é extremamente rápido, próprio para movimentação de peças pequenas (com menos de 1 kg). É apropriado para aplicações em embalagens, nas
diversas áreas como alimentos, produtos farmacêuticos, cosméticos, entre outras. A coordenadora destaca que o robô tem velocidade de 200 ppm e montagem simples, em comparação com outros equipamentos do mercado. Ela comenta que o Picker TP80 tem integração fácil com a célula, reduzindo os custos de montagem. Além disso, tem alta precisão e um design industrial resistente. O novo modelo também conta com um braço fino que permite que o robô possa acessar áreas estreitas.
Controle térmico
Na busca por competitividade os investimentos em periféricos vão além da robótica. Equipamentos como os de controle térmico também merecem grande atenção, devido a sua importância no processo produtivo. De acordo com o gerente de vendas da Mecalor, Marcelo Zimmaro, eles são fundamentais na etapa de resfriamento em qualquer processo de transformação plástica. Ele conta que no Brasil, a maioria das empresas de injeção e sopro já convive com esta realidade de redução de tempo de ciclo em moldes com a ajuda dos chillers. Mesmo as empresas menores já entenderam isso. “Vejo grande oportunidade ainda nos mercados de extrusão, em especial na extrusão de balão, onde muitas empresas ainda trabalham com ar a temperatura ambiente e poderiam ter ganhos de até 30% somente com a implementação de um sistema de ar frio para anel de ar”, exemplifica. O vice-presidente da América do
Sul da Piovan do Brasil, Ricardo Prado, também destaca que os equipamentos de refrigeração e de circulação de água estão entre os elementos responsáveis para garantir produtividade em moldes de plásticos, através da entrega das vazões e temperaturas corretas para a máxima eficiência do processo e por outro lado para a redução , uma parte importante do consumo energético de uma empresa. “Por isto, normalmente existe uma grande oportunidade de melhoria no processo e de redução de consumo energético, através da revisão do projeto da instalação e da utilização de chillers mais modernos com baixo consumo energético”, salienta. O gerente de vendas da Qualiterme faz coro ao destacar a importância dos equipamentos de refrigeração para ampliar a produção das empresas. Neimar Rogério Holz observa que o controle correto da temperatura influencia diretamente no aumento da produção.
Mudança de perfil
Quando se trata de investir e agregar tecnologia para que as empresas nacionais possam enfrentar a concorrência, principalmente externa, fica claro que não adianta procurar só preço na hora de adquirir equipamentos. Certamente que deve ser avaliada a questão custo benefício, mas o fator preço, que de maneira geral sempre norteou as compras dos transformadores brasileiros, não pode ser o preponderante. Essa mudança de perfil já está sendo notada pelos fabricantes. De
acordo com Neimar Holz, da Qualiterme, o mercado ainda segue com a busca por melhor valor, “porém vejo mudança, hoje se busca qualidade”, salienta. O gerente destaca que o equipamento de refrigeração e essencial para processo, “nesse caso comprar pelo melhor preço pode ser complicado por que hoje existem muitas empresas montadoras destes equipamentos, então também existem custos semelhantes, consequentemente para se ter um custo mais baixo tem se deixar o equipamento com algo a menos”, alerta. Marcelo Zimmaro, da Mecalor, é outro fabricante que comenta sobre esta mudança de comportamento dos transformadores. O executivo afirma que em alguns tipos de aplicações, como por exemplo, nas pré-formas de PET, o custo de energia elétrica de um chiller é muito significativo no custo de produção das peças, por isto nota-se uma preocupação maior dos transformadores pela qualidade dos equipamentos. Ele salienta que a empresa procura conscientizar o mercado de que vale a pena desembolsar um pouco mais na hora de investir para economizar custos no futuro. Com esta filosofia de trabalho, o executivo conta que a empresa tem investido no desenvolvimento de uma linha de chillers com a maior eficiência energética do mercado mundial. “Para se ter uma ideia, a eficiência aumentou em média 20% na linha 2013, levando em conta que é muito difícil melhorar aquilo que já está bom, foi um feito incrível. Claro que tudo isto gera um preço final maior, porém, o payback é >>>>
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 25
& MercadosRobótica & CT
Novidade: a gama 5X Lin, robôs cartesianos de 5 eixos CNC com robô Sepro S5Line
GILMAR BITENCOURT/
Tendências
muito atraente”, frisa Zimmaro. A Piovan procura oferecer soluções técnicas para os seus clientes que proporcionem um retorno maior. Dentro desta ótica, Ricardo Prado explica que a indicação de um equipamento pode ser para uma aplicação de baixo custo ou uma linha mais completa, “com o investimento inicial maior e ganhos importantes em seguida. O importante é informar claramente o cliente dos ganhos possíveis com uma ou outra solução”, explica o vice-presidente.
Evolução tecnológica
Com esta evolução do mercado, onde a questão preço deixou de ser o principal balizador na hora da compra de novos equipamentos, os produtores destes periféricos estão cada mais obrigados a investir em novos desenvolvimentos. Seguindo esta tendência a Mecalor informa que está sempre inovando e trazendo novidades. O grande destaque da empresa na atualidade é a linha DryCooler, que substitui as torres de tesfriamento abertas com vantagem de menor consumo de água e tratamento químico, “o que será um apelo crescente nos próximos anos, já que o recurso água estará cada vez mais caro e escasso”, informa Marcelo Zimmaro. Ele destaca que o projeto da companhia é exclusivo e desenvolvido pela engenharia da Mecalor, “tendo como grande destaque o sistema de umidificação mais eficiente já visto, com baixo consumo de água e recuperação automática”, salienta o gerente. As principais aplicações no setor plástico são para o resfriamento do óleo hidráulico de injetoras e sopradoras e condensadores de chillers. Para atender a esta demanda cada vez mais exigente a Piovan do Brasil também apresenta novidades. Como a nova linha de termocontroladores de alta vazão com troca direta. Que segundo Ricardo Prado, permitem aplicações em todos os tipos de processo com opções de bombas de altíssima vazão epressão. “Tem pecisão de +/- 0,4C e baixo con26 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
sumo energético”, observa o executivo. Outro destaque da empresa é a linha de chillers medio-grandes com dois e três compressores, com de até 360.000kCal/h. “São chillers de alta eficiência energética, que podem ter condensação a ar ou a água e que opcionalmente podem ter toda a sua estrutura construída em aço inox polido”, explica Prado. O vice-presidente destaca tamfbém a linha de maior volume da empresa, composta pelo mini chiller, “um equipamento extremamente compacto, feito para trabalhar ao lado da máquina tansformadora e que pode ser condensada a ar ou à água. No caso da condensação à água, a empresa oferece projeto completo, “inclusive com os Dry Coolers adiabáticos Piovan”, acrescenta o executivo. A Qualiterme revela que prioriza a qualidade de seus equipamentos, o atendimento ao cliente e na sequência, o preço. Neste sentido o gerente de vendas da empresa salienta que os investimentos em aperfeiçoamento de seus produtos são constantes. A mais recente novidade da companhia é a linha de unidade de água gelada, “que além da nova carnagem na parte visual, utiliza o circuito de refrigeração de trocador a placas, tornando o equipamento Qualiterme com maior rendimento e com uma resposta mais rápida e eficiente no processo de troca de calor”, informa Neimar Holz. PS
<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 27
DESTAQUE Plástico na Construção
Nova norma, novos desafios A construção civil é um dos maiores mercados para o setor plástico brasileiro; na mesma proporção que alimentos e bebidas, consome 16% da produção. A posição indica que assim como comer e beber, ter acesso a uma moradia digna ou melhorar as condições da que possui é mais que
um direito, mas uma realidade, que ainda precisa chegar a mais pessoas, é verdade. Atualmente, a questão no mercado da Construção é a norma da ABNT que trata das condições do produto final, como, por exemplo, o controle de ruídos entre andares de um prédio, e entra em vigor em julho.
O que diz a NBR 15.575
Trata-se de um documento de alto nível técnico, que vai orientar fabricantes de materiais, projetistas e construtores. A ABNT 15.575 traz alguns conceitos inéditos nas normativas brasileiras, como o conceito de vida útil para os sistemas. Quando adquirir um imóvel, o comprador passa a saber exatamente o período mínimo de tempo pelo qual cada sistema deve manter seu desempenho, desde que operados e mantidos de forma correta. Isso deve propiciar um aumento do nível de exigência de qualidade por parte dos usuários, além de sugestões de prazos de garantia que podem ser usados como referências pelos fabricantes. A partir de agora, caso o morador verifique algum problema em sua casa ou apartamento, ele terá um critério objetivo para responsabilizar ou não – no caso de uso inapropriado ou por falta de manutenção - a construtora ou incorporadora que lhe vendeu o imóvel. Sendo responsabilidade da construtora, esta por sua vez poderá avaliar a relação de corresponsabilidade com seus fornecedores, ou seja, verificar se a falha foi motivada por erro de projeto ou baixo desempenho de materiais e/ou componentes; e por último, se foi devido a não conformidade nos processos de obra. Os moradores também terão à sua disposição um Manual de Uso, Operação e Manutenção, onde estarão indicados os cuidados e as atividades de manutenção que os usuários devem efetuar para que a vida útil projetada dos sistemas seja atingida plenamente. Isso também é algo revolucionário na relação entre compradores e construtoras: o conceito de desempenho passa a valer também para o consumidor, que tem a obrigação de fazer a manutenção de acordo com que o foi projetado. (Fonte: CBIC)
A Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais é dividida em seis partes: uma de requisitos gerais do projeto/obra e outras cinco referentes aos sistemas que compõem o edifício (estrutural, de pisos, de cobertura, de vedação e sistemas hidrossanitários). Para cada um deles a Norma estabelece critérios objetivos de qualidade e os procedimentos para medir se os sistemas atendem aos requisitos. Por exemplo, a estrutura de uma parede deve aguentar, sem apresentar falhas ou rachaduras para impactos de até 180 em joules. Sistemas de coberturas acima de cozinhas, ou outro cômodo que abrigue equipamento de gás, têm que apresentar resistência ao fogo durante 30min. Tubulações hidrossanitárias que não estiverem escondidas devem suportar até cinco vezes seu próprio peso, para que não se rompam com facilidade gerando grandes transtornos. Os valores máximos diários da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada (salas e dormitórios, sem a presença de fontes internas de calor como ocupantes, lâmpadas e outros equipamentos), devem ser sempre menores ou iguais ao valor máximo diário da temperatura do ar exterior para o dia típico de verão para atender o nível mínimo de desempenho.Também têm que oferecer proteção acústica, ou seja, devem abafar sons externos dentro de uma medida pré-determinada, por exemplo a fachada de uma casa localizada numa via secundária de um bairro (distante de estádios ou aeroportos) deverá reduzir o ruído externo em 25 decibéis, no mínimo. A norma prevê uma série de situações de risco para o imóvel e fornece não só a medida, como também instruções de como medir se os sistemas são seguros. 28 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
DIVULGAÇÃO
Um dos objetivos da norma é aumentar o conforto e bem estar de moradores e ocupantes
Q
uem reside em prédios mais novos sabe do que se trata. A situação também aparece para quem os frequenta, como em hotéis que não têm muitos anos. Um morador faz algum ruído em outro apartamento e o vizinho acompanha tudo. Para quem sempre residiu em casa, passar para um apartamento pode acarretar uma dessas inconveniências, como ouvir ruídos e sentir o odor da cozinha dos vizinhos pela janela dos banheiros, enquanto as novas gerações talvez considerem um fato normal. Para estabelecer regras para essa situação, em 19 de julho entra em vigor a NBR 15.575 – Desempenho de Edificações Habitacionais, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que determina níveis de desempenho que as construtoras passarão a adotar em seus projetos e obras, de forma a aumentar o conforto e bem estar dos moradores e ocupantes das construções, além de reduzir os níveis de consumo de energia. “A norma terá força de lei, ou seja, projetos apresentados aos órgãos municipais competentes após 19/07/2013, data de entrada em vigor dessa norma, que não atendam aos seus requisitos mínimos poderão ser questionados judicialmente pelos consumidores
que se sentirem lesados. Além disso, essa norma cria padrões mínimos de exigência para que a Caixa Econômica Federal possa aprovar financiamento das obras desde que cumpram os diversos requisitos da NBR 15.575”, lembram Mônica Evangelista, Jorge Alexandre Oliveira e Pier Paolo Pesce, da Braskem. Para os executivos, a mudança abre espaço para o setor, pois mais uma vez as características dos plásticos favorecem o seu uso especialmente em sistemas de isolamento térmico e acústico, de forma que se espera um incremento significativo no seu emprego nas novas construções. São exemplos, mantas de polietileno expandido para isolamento acústico
de pisos, paredes e tubulações; mantas de polietileno expandido aluminizadas para isolamento térmico de dutos de ar condicionado e tubulações; janelas e esquadrias de PVC com elevado isolamento acústico; tubos de PVC com baixo turbilhonamento. A propósito, acreditando nos critérios da norma a Braskem e a Multinova anunciaram ao mercado brasileiro ainda no ano passado as mantas expandidas de polietileno produzidas com tecnologia italiana como solução para reduzir a transmissão de ruídos entre os andares dos edifícios e conferir ainda mais qualidade em obras. O produto se apresenta como uma alternativa para atendimento à >>>>
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 29
Os funcionários deverão ser orientados para que possam se adaptar às novas regras
norma ABNT NBR 15.575 e seus critérios e métodos de avaliação de desempenho para os principais sistemas que compõem um edifício: estrutura, pisos internos, vedações externas e internas, coberturas e instalações hidrossanitárias. As mantas de polietileno enquadram-se às novas regras estabelecidas, pois seguem um rigoroso controle de qualidade e têm sua eficiência comprovada através de ensaios técnicos realizado no IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas e também em institutos independentes italianos. Com cinco ou dez milímetros de espessura, as mantas de polietileno são aplicadas entre a laje e o contra piso, o que proporciona redução de ruídos entre os andares, já que ela pode ser aplicada com qualquer tipo de piso e contempla também os rodapés. O produto é feito em polietileno expandido, o que o torna mais leve, com maior durabilidade e menor custo. Com estas características, serão evitados barulhos que causam incômodo aos moradores como crianças brincando, passos e animais. Para a Tigre, para uma empresa que presa pela qualidade, além da inovação e sustentabilidade, o fato de NBR 15.575 entrar em vigor é algo a ser comemorado. “A NBR 15.575 não é uma norma de desempenho de produto, mas da construção como um todo. No entanto, produtos de qualidade e que atendam às normas de fabricação e instalação específicas para a finalidade à qual se destinam são um dos pilares mais importantes para que a norma de desempenho da construção possa ser plenamente atendida”, diz Carlos Teruel, gerente de produto e assistência técnica da Tigre. A Tigre possui as mais variadas certificações, em todos os segmentos no qual atua, além de ser um grande incentivador e fomentador dos Programas Setoriais da Qualidade (PSQ), especialmente o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). Gilmar Lima, da MVC, diz que a empresa é favorável a toda norma que tem 30 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
DIVULGAÇÃO
DESTAQUE Plástico na Construção
como objetivo melhorar a segurança e qualidade de vida das pessoas. “A questão é que muitas vezes estas normas não levam em consideração a variedade e evolução dos materiais”, alerta. “As matérias primas atualmente se desenvolvem em uma velocidade fantástica, inclusive maior que os processos. Temos a tendência de criar especificações e parâmetros muito focados a materiais convencionais e conhecidos e evitamos inovações e materiais de alto desempenho pelo desconhecimento”. Ele afirma que se a nova norma for aplicada nos sistemas tradicionais trará grandes surpresas, principalmente em relação acústico, térmico e resistência ao fogo. “A tecnologia e inovação não pode estar somente focada nas obras, mas também na gestão como um todo. O desafio de todo segmento será de atender as nova norma e manter a competitividade”, diz. Para Lima, em relação ao mercado de plástico, a NBR 15.575 afetará investimentos em pesquisa, novos materiais, processos e gestão. O grande desafio será manter a competitividade. “No caso especifico da MVC, nós já tivemos que nos adequar a esta norma mesmo antes dela entrar em vigor. Entregaremos a partir de setembro deste ano um número significativo de creches do Programa ProInfância (MEC/FNDE), certificadas seguindo as exigências na NBR 15.575”, diz.
Revolução Conceitual
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) acredita que a nova norma representa uma revolução conceitual sobre os requisitos mínimos de qualidade para casas e edifícios residenciais. Pela primeira vez, uma norma brasileira associa a qualidade de produtos ao resultado que eles conferem ao consumidor, com instruções claras e transparentes de como fazer essa avaliação. As regras privilegiam benefícios ao consumidor e dividem responsabilidades entre fabricantes, projetistas, construtores e usuários. Até então, as chamadas normas prescritivas determinavam padrões para certos produtos, como eles deveriam ser feitos, em que tamanhos, etc. Agora, a norma NBR 15.575 diz que níveis de segurança, conforto e resistência devem proporcionar cada um dos sistemas que compõem um imóvel: estrutura, pisos, vedações, coberturas e instalações. A implantação do conceito de desempenho de edificações no Brasil, através de um texto normativo, foi um processo longo, com vários debates e rodadas extras de discussão entre universidades, institutos de pesquisa, fabricantes, agentes financiadores, governo, consultores, peritos, empresas, sindicatos e associações do da cadeia produtiva da construção civil, informa a CBIC. O primeiro estudo sobre o tema foi publicado em 1975, pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, se-
guido por outros nas décadas de 1980 e 1990. No ano 2000, foi feito um convênio entre a ABNT, o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Caixa Econômica Federal para transformar esses estudos em uma norma técnica. Uma primeira versão da Norma foi publicada em 2008, com previsão para entrar em vigor em 2010. Porém, as empresas requisitaram novas discussões e tempo para se adequar às exigências. Nesse período, foram realizadas 16 audiências públicas com seis grupos de trabalho. O grupo revisor da ABNT recebeu quase 5.000 sugestões de modificações. Em 19 de julho de 2013, a norma entrará em vigor, o que implica que todos os projetos protocolados para aprovação após essa data devem observar as exigências de desempenho. A CBIC participou ativamente de todo o processo de elaboração e revisão da Norma e compreende que ela será uma importante indutora para desenvolver novos produtos e melhorar a construção em geral. As mudanças vão afetar vários pontos da cadeia produtiva, inclusive os agentes financeiros que poderão usar a norma para fixar seus critérios de financiamento, criando melhores garantias. A CBIC lançou em abril um Guia Orientativo para Atendimento da Norma ABNT NBR 15.575/2013 que tem como objetivo contribuir para ampliar a difusão do novo normativo por toda a cadeia produtiva da construção e o mercado imobiliário. O material pode ser baixado no site da entidade.
Produtos e mercado
Para além da nova regra, as empresas já têm experiência no mercado da construção. O setor específico sabe que a Braskem não produz diretamente produtos finais, mas sim através de seus clientes, transformadores de plásticos. Os principais são itens são caixas d’água, tanques de grande volume, cisternas e reservatórios em geral; fossas sépticas e biodigestores; poços de visita e caixas
DIVULGAÇÃO
Gilmar Lima diz que a MVC já aplicava conceitos e se antecipou à publicação da norma
de inspeção/passagem; tubos e conexões para água, esgoto e drenagem; forros para tetos; fios, cabos e conduítes para energia e telecomunicações; geossíntéticos para obras de infraestrutura (geomembranas, geogrelhas, geonet, tecidos técnicos, etc); formas e cubetas para paredes e lajes; estruturas modulares para canteiros; fibras plásticas para evitar fissuramento em concreto; pisos alveolares autoportantes para drenagem; mantas expandidas para isolamento térmico e acústico de construções; mantas de proteção para pisos acabados; sistemas para lajes nervuradas Bubbledeck®; pisos vinílicos; revestimentos não aderentes para caminhões basculantes e silos de cimento/ areia; telha de PVC. A construção civil representa um segmento de importância crescente para a Braskem tanto pelas características favoráveis que as suas resinas apresentam para estas diversas aplicações, bem como por conta da sinergia com outras empresas do Grupo Odebrecht nos setores de construção imobiliária, construção pesada e infraestrutura, saneamento (água e esgoto), tratamento de resíduos e etc. “O mercado da construção, como também o de infraestrutura, tem buscado soluções mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e que requeiram menos mão de obra, cujo custo tem subido de forma intensa. No caso do saneamento, a redução das perdas por vazamento também tem sido um driver importante”, afir- >>>> << Junho de 2013 < Plástico Sul < 31
mam Monica Evangelista, Jorge Alexandre Oliveira e Pier Paolo Pesce, da Braskem. Nesse contexto, os materiais plásticos se destacam por serem: leves e duráveis; 100% recicláveis em sua grande maioria; apresentarem o melhor custo-benefício frente aos seus sucedâneos; originados, em alguns casos, de fontes renováveis (como a linha de polietilenos I’m GreenTM da Braskem), contribuindo decisivamente para a redução de emissões e captura de carbono da atmosfera; e no caso de tubos, conexões, caixas e poços de visita para saneamento, apresentam excelente estanqueidade, contribuindo decisivamente para as metas de redução de perdas e aumento da eficiência das concessionárias. Os executivos dizem que depois do excelente crescimento verificado em 2010 de quase 12%, os dois últimos anos apresentaram crescimento mais modesto (3,5% e 4,4%, respectivamente), principalmente em função da redução do número de lançamentos das construtoras (diminuição do crédito e financiamento), parcialmente compensado pelos investimentos do setor publico e pelas vendas no varejo. “Espera-se para 2013 uma melhora desse quadro, porém sem atingir os patamares de 2010. A participação dos materiais plásticos vem avançando no setor, principalmente por suas características de durabilidade, leveza, baixo custo e reciclabilidade”, afirmam.
Tigre: participação tende a crescer
Carlos Teruel, gerente de produto e assistência técnica da Tigre, diz que a empresa avalia com naturalidade o fato da construção civil ser um dos principais setores consumidores de plástico, absorvendo 16% do material produzido no país. “Acreditamos que haja uma tendência de aumento deste percentual, principalmente pela relevância cada vez maior que a sustentabilidade tem tido nas decisões de compra. A utilização dos nossos produtos remete à sustentabilidade pela alta durabilidade e por ser reciclável”, afirma. 32 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
DIVULGAÇÃO
Mônica Evangelista, afirma que a Braskem vem oferecendo soluções sustentáveis
Para Teruel, hoje a demanda por produtos de PVC no mercado da construção continua crescendo, mas já há algumas décadas que se pode considerar que este é o padrão do mercado, principalmente quando se trata de condução de água e esgoto em instalações prediais. “Tanto a indústria da construção quanto seus consumidores buscam rapidez e praticidade, e estas necessidades vêm ao encontro dos benefícios oferecidos pelos materiais de construção que utilizam plástico na sua composição. Estes fatores, aliados a custos cada vez mais competitivos e a frequente busca da sustentabilidade, tornam os materiais plásticos uma opção excelente, já que são altamente duráveis e recicláveis”, avalia. Todo o portfólio predial e de infraestrutura e saneamento são produzidos para o mercado. O volume produzido anualmente pela Tigre é de 370 mil toneladas.
MVC: Segmento com altos e baixos
Para Gilmar Lima, da MVC, o setor da construção civil ainda tem altos e baixos, principalmente por estar atrelado o seu crescimento a programas e investimentos governamentais. “Entretanto, como Educação, Saúde, Transporte e Segurança, a construção civil é uma necessidade básica para o desenvolvimento do Brasil, por isto estamos muitos otimistas que este segmento continuará crescendo, mas com um perfil de construção mais rápida e de alto desempenho”.
Nesta linha, a MVC oferece ao mercado o Sistema Construtivo Modular e industrializado que consiste em painéis (paredes e forro) e estrutura (perfis) produzidos em Compósitos reforçado com fibra de vidro e núcleos especiais para desempenho térmico, acústico, resistência mecânica e fogo. A construção civil em 2012 representou 20% da receita total da MVC e a projeção para 2013 é fechar em 45%. Este segmento é que mais crescerá na MVC nos próximos cinco anos. Lima acredita que a principal demanda do mercado continua sendo casas para baixa renda e escolas e creches e os principais desafios para o material plástico são normas técnicas para aplicações especificas; desconhecimento da material plástico pelos órgãos certificadores, especificadores de produtos e pelo próprio consumidor final; manutenção da competitividade com a nova norma NBR 15.575.
Construção Verde, alerta!
Nos últimos anos, ser verde virou uma certificação de qualidade e atração no mercado. Na área da construção civil, especialistas apontam que ficou mais barato erguer prédios e casas sustentáveis, pois, devido ao interesse do público, os fornecedores aumentaram suas linhas ecologicamente corretas, o que baixou os preços. Miguel Bahiense, do Instituto Sócioambiental de Plásticos (Plastivida), já vem alertando sobre o tema há algum tempo. “Isso é muito relativo. Muitas tecnologias de ponta prometem desempenho ambiental ímpar, mas a um custo elevadíssimo. Isso não vai tornar a construção mais sustentável. Por outro lado, muitos produtos tradicionais oferecem vantagens ambientais por sua essência que às vezes passam despercebidas”. Ele lembra que sustentabilidade está associada ao ciclo de vida e que deve-se ter cuidado para não dar mais importância a selos e certificações que à eficiência técnica. “Já vi empresas substituírem tubulações feitas com materiais tradicionais para conseguir pontuação melhor nesses tipos de certificações e, dada a ineficiência dos substitutos, antes mesmo da inauguração da edificação foi necessário refazer parte da obra”, completa o dirigente. PS
Setorial
Indústria de transformação gaúcha abre foro inédito de articulação
D
etentor do segundo lugar no ranking nacional da indústria da transformação, com 1.316 empresas, o equivalente a 11,3% da capacidade instalada em todo o Brasil, e do terceiro lugar na geração de empregos, com 30.595 trabalhadores, correspondendo a 8,8% dos contratados do país, o Rio Grande do Sul ganha um foro inédito de articulação setorial. Em evento realizado no Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), em Caxias do Sul, os três sindicatos que representam as empresas do segmento plástico gaúcho definiram um nova estratégia de gestão. As entidades passam a cumprir um cronograma de reuniões mensais para definir e encaminhar pleitos conjuntos. Haverá alternância de sede a cada encontro.
O Simplás representa cerca de 500 empresas instaladas nos municípios de Caxias do Sul, Coronel Pilar, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Nova Pádua, São Marcos e Vale Real. O bloco de entidades de classe se completa com o Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Vale dos Vinhedos (Simplavi), compreendendo a área de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Pinto Bandeira, e o Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Rio Grande do Sul (Sinplast), de abrangência estadual. “A ideia foi lançada e aceita na última reunião-janta do Simplás (dia 10 de junho, em Caxias do Sul). A partir de agora vamos nos reunir mensalmente para buscar alinhamento nas ações, elaborar estratégias de médio e longo prazo, discutir sa-
ídas para problemas comuns a todo setor e a melhor forma de encaminhar nossos pleitos”, explica o presidente do Simplás, Orlando Marin. De acordo com o dirigente, dois exemplos de temas que devem merecer exame mais apurado por parte do grupo são os altos custos de energia elétrica e matéria-prima, que comprometem substancialmente a competitividade da indústria de transformação gaúcha. Para o primeiro encontro são esperados, além de Marin, mais dois dirigentes do Simplás, o o 1º vice-presidente, Jaime Lorandi, e o diretor executivo Zeca Martins, e também o presidente do Simplavi, Ivanio Arioli, o 2º vice-presidente da entidade, Emílio Ristow, e o presidente do Sinplast, Edilson Deitos. PS
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 33
EVENTO K 2013
De 16 a 23 de outubro, 3100 expositores vão apresentar as principais novidades tecnologias para o setor.
DIVULGAÇÃO
O mundo plástico se encontra em Düsseldorf
A
indústria plástica é um key player na Alemanha e a número 1 na Europa, segundo a German Plastics Industry Federation ou Wirtschaftsvereinigung Kunststoff. O volume de negócios é de aproximadamente 95 bilhões de euros, empregando 415,000 pessoas em 7,100 empresas. Quando o assunto é feiras do setor, é a Alemanha que aparece como número 1. É lá, em Düsseldorf, que acontece a maior feira de plásticos e borracha do mundo, a K Fair, que tem edição neste ano entre os dias 16 e 23 de outubro. Cerca de 3100 expositores vão apresentar ao mundo seus produtos e novidades na K2013. São importantes players globais e também start-ups; commodities e produtos especializados; maquinário, sistemas e soluções complexas para indústrias diversas. Devido à essa diversidade, os mais debatidos temas do setor – energia, recursos e eficiência material – serão cobertos, assim como segmentos especiais. Aproximadamente 200.000 especialistas do mundo todo são esperados como visitantes. A organização da K 2013 admite que a situação econômica na preparação para a feira não pode ser considerada cor-de-rosa, especialmente na Europa, onde muitos países são confrontados com a crise do euro e seus resultados na indústria automotiva e de construção, por exemplo, assim como impactos na energia e preço de matérias-primas. Mesmo que análises tenham mostrado uma ligeira melhora, a dinâmica do mercado parece ser devagar e interrompida. Apesar das incertezas, o presidente da K2013 Ulrich Reifenhäuser, está otimista. “Nós antevemos um ano estável, na pior das hipóteses um pequeno declínio, mas estamos mais para crescimento. Estamos convencidos que a K 2013 vai revitalizar a indústria. Graças à abundância de inovações em outubro em Düsseldorf, esta34 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
mos confiantes que a indústria vai experimentar um novo ímpeto”. Entre empresas de 60 países, fornecedores da Europa, especialmente Alemanha, Itália, Áustria, Suíça e França, estarão presentes. Mesmo países fortemente afetados pela crise, como Itália, Espanha e até a Grécia terão uma participação estável ou mesmo mais forte em relação à K 2010. A participação na K reflete as mudanças no mercado global, percebe-se já nesses meses que a antecedem. Desde a edição 2010, o número de exibidores da Ásia e também a área reservada para empresas asiáticas cresceu bastante; a área dos cinco maiores países, China, Taiwan, India, Japão e Coréia do Sul cresceu 1/3, passando para 25 mil metros quadrados.
A força de cada país
Os americanos estão de volta com força, com uma área de mais de 5.300 metros quadrados (2010: 4.402 metros quadrados). A crescente indústria plástica da Turquia vai expor em quase 4.000 metros quadrados, 1000 a mais que na última K. A forte indústria de plástico e borracha alemã reservou 43% da área de 170.000 metros
A feira vai “revitalizar a indústria”, diz o presidente da K2013, Ulrich Reifenhäuser
quadrados. Depois da Alemanha, a Itália tradicionalmente se estabelece como o maior país expositor, reservando neste ano mais de 26 mil metros quadrados. Outros destaques são China (9.600 m), Austria (8.100 m), Suíça (6.400 m), Taiwan (6.100 m), India (5.300 m), Holanda (4.700 m), França (4.500 m) e Reino Unido (3.100 m). “Como sempre, o expressivo número e a proveniência internacional de nossos expositores garantem que todos os segmentos da indústria estarão representados em nível mundial de mercado. Eles representam uma ampla gama de produtos e densidade máxima inovação. Muitos bons negócios serão feitos em Düsseldorf”, diz o presidente da Messe Düsseldorf, Werner Dornscheidt. Tradicionalmente, fornecedores de máquinas e equipamentos representam o maior
Plásticos movem o mundo
Durante a K 2013, entre 16 e 23 de outubro em Düsseldorf/Alemanha, exposições selecionadas serão apresentadas em uma mostra especial chamada “Plastics move the world”. Para a organização da K, os plásticos movem nossas vidas mais que nunca, tanto deforma figurativa quanto real. “Plásticos nos levam de A para B, eles garantem que bens possam ser transportados de forma segura. Plásticos trazem soluções – ontem, hoje e amanhã”, lembra de Josef Ertl, da German Plastics Industry Federation. A mostra acontece no salão 6, trazendo uma aproximação ao significado do movimento.
Werner Dornscheidt, presidente da Messe Düsseldorf, aposta em muitos bons negócios
DIVULGAÇÃO
grupo expositor da K. Neste ano, eles reservaram119.000 metros quadrados, mais de 2/3 da área de exibição e cerca de 4 mil metros quadrados a mais que em 2010. Os produtores de matérias-primas ficarão com 37.500 metros quadrados (quase 3,500 a mais que em 2010), onde os visitantes terão acesso a assuntos importantes, como otimização de plásticos standard, biopolímeros, espacialidades e plásticos reforçados, assim como os recentes desenvolvimentos para aplicações pioneiras. O segmento de bens semi-acabados, componentes industriais e produtos plásticos reforçados estará numa área de 11.000 metros quadrados, a mesma de 2010. Eficiência energética e ambientalmente correto estarão no centro dos debates. Diante de tanta variedade, um localizador – uma bússola inovadora – será disponibilizada seis semanas antes da K 2013, para que o público possa planejar sua visita conforme suas necessidades.
Isso inclui, além da mobilidade, aspectos emocionais e seus efeitos na arte e no design, e seu potencial para resolver problemas futuros, como crescimento demográfico, crescimento de consumo de energia e mudanças climáticas. A exposição será em um espaço que combina informação, interação à exposição de elementos. Serão cinco áreas, como por exemplo “Plásticos movem o mundo – pessoas”, que foca na mobilidade com a ajuda de carros, trens, transporte público e aviões, assim como a mobilidade de pessoas com deficiência, que se beneficiam com o avanço de novos produtos. No aspecto emocional, os polímeros incentivam as pessoas aos esportes e à arte, onde os polímeros estão presentes em roupas e equipamentos, assim como na arquitetura dos espaços.
Inovações e desenvolvimentos visionários aparecem na seção “Plásticos movem o mundo – o futuro”, que inclui eficiência energética e aplicações médicas, tratamento de água e fornecimento de alimentos para uma população em crescimento. Complementando as apresentações, a K 2013 apresenta importantes palestras com renomados especialistas e painéis de discussão quase diariamente com especialistas da ciência e da indústria. A tradicional mostra especial “Dia da Juventude” acontece no domingo, 20 de outubro, com debates entre jovens adultos e cientistas de alto nível e representantes da indústria plástica. Além da mostra “Plastics move the world”, outro ponto alto da programação é a estréia do Science Campus, que envolve apresentações de universidades institutos de pesquisa em assuntos pioneiros no salão 7.
Empresas se preparam
A lista preliminar de expositores é atualizada diariamente e, assim como todas as informações do evento, pode ser acessada em www.k-online.de. Também on line, é possível comprar ingressos mais baratos que no balcão da K. Veja algumas importantes empresas que já confirmaram presença e estão prontas para a K 2013: Wacker Chemie, Lanxess, Huntsman, Celanese, Kreyenborg, BKG, Reifenhäuser Group, Davis-Standard, Battenfeld-Cincinnati, Comexi >>>>
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 35
Josef Ertl, da German Plastics Industry Federation, destaca a “virada energética”
DIVULGAÇÃO
EVENTO K 2013
Group, Sepro Robotique, LPKF Laser & Eletronics, Kistler Instruments, Haitian International.
Nota
Executivos dessas empresas se reuniram com jornalistas de mais de 30 países em Düsseldorf no início de julho para tratar da K 2013 in loco. Na ocasião, durante suas avaliações de mercado, destacaram o posicionamento da América Latina, em especial o Brasil, para seus negócios. Diante da pergunta de uma jornalista colombiana sobre o papel do seu país, um deles reafirmou sua importância, mas marcou que Brasil é o ponto por aqui, “claro”. Mais de um executivo falou do Brasil, apontando como importante mercado e base para a região. É necessário analisar: falar bem do Brasil aqui, durante a Feiplastic, por exemplo, é verdadeiro, claro, mas também pode ser encarado como cortesia, educação do visitante. Dar esta posição em Düsseldorf, diante de 80 profissionais dos quatro cantos do mundo, certamente soa mais interessante.
Demandas brasileiras, demandas globais
Os empresários brasileiros estão acostumados a listar as dificuldades de empreender no Brasil, seja no setor plástico ou qualquer outro. Imagina-se, então, que em países desenvolvidos, como a Alemanha, simplesmente a maior economia da Europa, seja bem diferente. Ao ouvir as
36 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
palavras de Josef Ertl, da German Plastics Industry Federation (Wirtschaftsvereinigung Kunststoff), percebe-se, no entanto, que o discurso – ou pelo menos parte dele – é familiar. Ao falar para jornalistas de mais de 30 países em julho, em Düsseldorf, Ertl explicou que a Alemanha experimenta aquilo que chama de virada energética, pois vem se dirigindo a energias renováveis já há alguns anos. “Tem sido um percurso irregular de parar e avançar, mas ainda assim com progressos”, comenta. Ele lembra que na exploração de fontes alternativas de energia - que na Alemanha são mapeadas para se tornarem as convencionais -, os plásticos estão bem posicionados: sem eles, não existiriam painéis solares e aerogeradores, por exemplo. No entanto, abandonar a energia nuclear e fóssil é um processo caro. Ou seja, ser verde não é tão
simples assim. “Para muitas indústrias na Alemanha, os encargos financeiros – impostos com a expansão das energias renováveis – já alcançaram dimensões insustentáveis no longo prazo”, diz Ertl. “Uma cobertura confiável sobre tais custos para a indústria é uma necessidade urgente, a fim de manter o nível de aceitação do retorno da energia pelas indústrias, para garantir que as empresas que produzem na Alemanha possam manter a competitividade, e para garantir empregos. Devemos manter e fortalecer as cadeias industriais na Alemanha”. Já ouviu isso? Na União Européia, atualmente se discute como moldar o futuro. Isso é muito importante para a indústria plástica, especialmente quando os tópicos debatidos incluem fatos como “dupla regulação, segurança e até quando a indústria
terá que buscar a inovação na incerteza”, fala o dirigente. Apenas recentemente, a União Européia quer lançar um debate público sobre como produtos plásticos podem ser feitos de modo mais sustentável ao longo de todo o seu ciclo de vida. “Ouvimos a mensagem, mas continuamos céticos, pois os reguladores da UE estão focando apenas na parte dos resíduos e obscurecendo os efeitos positivos que o uso de plásticos traz. Gostaria que os legisladores tivessem visão holística a apresentassem políticas correspondentes”. No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, apesar de lei, ainda se apresenta como desafio e sua principal preocupação é a destinação final dos materiais. O dirigente lembra que é preciso olhar o ciclo de vida dos produtos - o que necessitam de insumos e energia para a fabricação e o que exigem de gasto energético no uso em comparação a materiais predecessores - e não apenas o descarte, dando como exemplo as telas planas, algo que no Brasil seria semelhante à discussão das sacolas plásticas. Ertl, assim como muitos dirigentes brasileiros, lembra que o plástico ocupa inadequadamente um papel de inimigo do meio-ambiente. “Em relação a mudanças climáticas, a indústria plástica é uma grande provedora de soluções, como sistemas de iluminação solar para prédios; embalagens mais leves e de alta performance; carros que gastam menos combustível; aviões modernos; possibilitando poupar mais energia do que é preciso para a própria produção desses plásticos”. Painéis solares, turbinas, carros elétricos dificilmente seriam feitos sem a indústria plástica. “Só poderemos alcançar nossas metas mundiais ambiciosas em relação à proteção cli-
mática com a ajuda de uma indústria plástica forte”, reforça. Em relação à inovação, ele diz que é sempre interessante olhar a indústria automotiva. “Especialistas são quase unânimes em acreditar que a porcentagem de plásticos usados aqui vai aumentar ainda mais no futuro”. Além do fator peso, o fato das propriedades dos plásticos poderem ser adaptadas para a aplicação será, os especialistas acreditam, um fator importante em relação ao volume no segmento. “A tendência é avançar para componentes ainda mais complexos e de alta-performance para alcançar necessidades específicas”. Até 15% de um carro moderno é feito de plástico.
Mercados
Josef Ertl diz que os mercados para o plástico estão mudando. Na Europa Ocidental, o consumo per capita é cerca de 100 quilos por ano, o que é cinco vezes mais que regiões com altas taxas de crescimento. “O mercado asiático continua a crescer de forma dinâmica. Isso também é verdade até certo ponto para o mercado latino-americano”. A capacidade de produção logicamente segue tendências de mercado. Nos últimos anos, a Europa – incluindo Turquia e Rússia – tornou-se um grande importador de plásticos. A Ásia, especialmente, se beneficiou desta tendência. Não surpreende, não é mesmo? Ertl diz que os EUA emergiram recentemente como um sério competidor, já que suas operações industriais podem usar agora o “excepcionalmente barato shale gás” como fonte de energia. “Assim, os EUA estão se tornando um novo centro global para petroquímica. Muitas pessoas estão inclusive falando na reindustrialização dos Esta-
dos Unidos”. Isso poderia ter um efeito duradouro no panorama do plástico, alerta o executivo. “Se o gás barato, baixo custo energético e baixo custo de matérias-primas petroquímicas melhorarem substancialmente as condições locais nos EUA, elas tendem a piorar as condições em todas as outras áreas econômicas”, diz. Visto de modo global, a produção e consumo de plásticos ainda estão em trajetória de crescimento. Quando a K abriu suas portas pela primeira vez em Düsseldorf em 1952 a produção global era de cerca de 2 milhões de toneladas. Em 1976, a produção já tinha crescido para 50 milhões de toneladas; em 1989, o valor era de 100 milhões; e em 2002, tinha alcançado 200 milhões. “Esperamos que produção no ano passado tenha sido 288 milhões de toneladas”, estima Ertl. Essas taxas de crescimento tendem a ofuscar outra tendência mais nova, mas não menos insignificante: plásticos estão alcançando mais e mais com menos insumos. Isso é evidente em embalagens, por exemplo. O mesmo volume de plástico pode ser usado para fazer mais embalagens hoje na comparação com dez anos atrás, ou seja, mais produtos podem ser embalados com menos material. O mesmo vale para sistemas de isolamento, menos material é necessário o isolamento de casas, mas com melhores resultados. “Quem quiser produzir de forma verde e econômica de maneira responsável hoje simplesmente não pode fazê-lo sem plástico”, afirma Ertl. Neste contexto, é também papel da indústria plástica difundir este conhecimento, deste papel como parceiro no ambientalmente correto, atividade que a German Plastics Industry Federation assume. Assim como fazem a Abiplast e a Plastivida no Brasil. PS
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 37
Artigo
O Mito da degradação de embalagens Publicado no Informativo CETEA Vol. 25 – nº 1 – janeiro/março/2013 Embora seja legítima a preocupação da sociedade e do poder público em relação à gestão de resíduo sólido no Brasil, é muito preocupante a disseminação do conceito errôneo de que materiais de embalagem devem se degradar rapidamente no meio ambiente. Esse mito deve ser combatido em prol de discussões de propostas que realmente tragam soluções para o meio ambiente e para o País. Não existe solução “única, fácil e milagrosa” para a gestão do resíduo sólido! O problema do resíduo sólido urbano só pode ser combatido com educação ambiental (jogar o “lixo” no “lixo”, separar para reciclar), consumo sustentável (usar o necessário, evitar excessos), eficácia na especificação (usar o mínimo necessário para obtenção do efeito desejado, porém sem comprometer a função da embalagem) e Gerenciamento Integrado do Resíduo Sólido Urbano, aproveitando os materiais por meio de reciclagem mecânica, seu valor calorífico por revalorização energética, materiais biodegradáveis por compostagem (como a revalorização dos restos de alimentos gerando composto orgânico para a agricultura) e destinando o mínimo possível a aterros sanitários. Salienta-se que as alternativas de revalorização energética e compostagem ainda são muito pouco incentivadas no Brasil. Deve-se quebrar o paradigma de que, na gestão de resíduo sólido, “ser biodegradável ou degradável é bom para o meio ambiente”. É um equívoco muito comum pensar que a decomposição de materiais no meio ambiente seria uma solução para a gestão de resíduo sólido urbano (RSU). Não é possível considerar normal que resíduos sejam jogados diretamente no meio ambiente, supondo que este teria condições para processar/decompor tais materiais. A responsabilidade da sociedade sobre a gestão de seus resíduos deve ser assumida. Produtos como detergentes, amaciantes, shampoos, condicionadores etc. 38 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
devem ser biodegradáveis, pois são necessariamente descartados no esgoto e a característica de biodegradabilidade é muito útil no tratamento de esgoto, que normalmente utiliza processos biológicos. Porém, se o esgoto doméstico, mesmo altamente biodegradável, for enviado diretamente para os rios ou para o mar, o impacto sobre o meio ambiente é grande (poluição de rios e praias e aumento na demanda de oxigênio, que compromete a disponibilidade de oxigênio para o ecossistema aquático). Por outro lado, não é uma proposta viável enviar para o esgoto o resíduo sólido domiciliar (embalagens, sacolas plásticas, resíduos de alimentos, óleo de cozinha...). Ou seja, propostas para tratamento de efluentes são diferentes daquelas adequadas à gestão e valorização de resíduo sólido! No caso do RSU, as opções são conhecidas: redução, reutilização, reciclagem mecânica, revalorização energética e compostagem do resíduo orgânico. A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, tem entre seus princípios e objetivos: a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; a não geração; a redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; o estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; a adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; o incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; a gestão integrada de resíduos sólidos etc. Assim, a degradação de resíduos no meio ambiente não está alinhada com os objetivos da PNRS. Ao invés do mito ambiental que afirma ser um problema materiais de embalagem (plásticos, alumínio, aço, vidro) durarem centenas de anos, deve-se ensinar crianças, jovens e adultos que ao invés de um “mundo descartável e degradável” onde os materiais seriam jogados na na-
tureza para se degradar (sacos plásticos “degradáveis” na praia, embalagens celulósicas nos jardins, casca de banana nas praças etc.), deve-se consumir sustentavelmente, sejam os produtos/embalagens de fonte renovável ou não, reciclar materiais inertes e reaproveitar o poder calorífico dos materiais com potencial energético e evitar o desperdício de alimentos. Existe um custo ambiental para produção dos materiais de embalagem, desde a extração dos recursos naturais até seu processamento, custo este que não deve ser desperdiçado. Ou seja, materiais que não se degradam permitem sua revalorização no pós-consumo com maior facilidade, permitindo que o material seja usado mais de uma vez. Com isso, poupam-se recursos naturais, água e energia, ou seja, os recursos do meio ambiente são utilizados de maneira sustentável. Materiais degradáveis não constituem solução para o problema de resíduo sólido urbano, pois mesmo degradáveis (bio ou não) requerem coleta e continuam a ocupar lugar em aterros, uma vez que a taxa de biodegradação não é tão rápida nesses ambientes. Além disso, se a biodegradação ocorre em aterros, há produção de gases de efeito estufa, como Dióxido de Carbono (CO2) e Metano (CH4), sendo este último um dos maiores problemas na gestão de aterros tanto ao longo de sua vida útil como após o fechamento e revitalização das áreas ocupadas (com riscos de explosões e incêndios). Degradar no meio ambiente não é alternativa de gestão, pois além de “promover” a idéia de que seria uma opção permitida jogar o resíduo em ruas, estradas, rios, terrenos baldios etc. (totalmente contrário aos princípios básicos da educação ambiental), não se deve esquecer a lei básica - “na natureza nada se perde, tudo se transforma” - ou seja, ao se degradar no ambiente, o resíduo não desaparece, mas ele se transforma em pequenas partículas que se dispersam no Meio Ambiente ou que são metabolizadas por microorganismos produzindo CO2 (gás de efeito estufa, impacto ambiental bastante discutido atualmente e que pre-
judica principalmente as populações mais carentes do mundo). Estas partículas residuais incluem aditivos, resíduos de tintas e de pigmentos (alguns podendo conter metais pesados), cargas, oligômeros (polímeros de baixo peso molecular) etc., cujo impacto sobre o Meio Ambiente (dispersas no solo, lixiviadas pela água da chuva, absorvidas pelas raízes das plantas...) requer avaliação. Resíduos degradáveis, não inertes, jogados no meio ambiente, têm muitos impactos ambientais, que muitas vezes não são percebidos/compreendidos pela sociedade, ou seja, soluções para o problema do resíduo sólido não devem acarretar outras conseqüências ambientais talvez mais prejudiciais. Após a utilização do conteúdo, os materiais devem ser aproveitados via reciclagem mecânica ou química, de forma a utilizar melhor os recursos extraídos da natureza para sua fabricação. Mesmo quando não for possível reciclar, há ainda a possibilidade de apro-
veitar o valor calorífico do resíduo, em substituição a outras fontes energéticas. Se atualmente não for viável economicamente seu aproveitamento energético, então o resíduo deve ser guardado, inerte, para que as gerações futuras decidam o momento e a forma de aproveitamento, como hoje se aproveitam as reservas de petróleo derivadas de materiais orgânicos depositados pela natureza há milhares de anos atrás. É importante lembrar que o consumidor tem direito à informação correta e, portanto, não pode ser confundido com termos não sinônimos como “biodegradável” e “biopolímero”. Biopolímeros são plásticos fabricados a partir de fontes renováveis (milho, cana-de-açúcar etc.) e têm importância estratégica para o futuro, principalmente quando utilizam energia renovável em todo seu ciclo de vida (produção agrícola, processos industriais, transporte etc.). Inclusive, biopolímeros não precisam ser biodegradáveis/biodegradados, podem ser revalorizados por
reciclagem mecânica ou energética. O poder público, além incentivar o setor industrial a reciclar cada vez mais e possibilitar o destino adequado dos resíduos, deve continuar a propor à sociedade políticas públicas alinhadas à Política Nacional de Resíduos Sólidos, planejando e integrando os desenvolvimentos econômico, social, ambiental do País. Em resumo, é necessário um esforço concentrado no sentido de orientar os consumidores para um consumo sustentável e promover o reuso e a coleta para reaproveitamento dos materiais pós-consumo via reciclagem mecânica. É necessário também desenvolver estudos relacionados aos processos de revalorização de materiais com poder calorífico, como os plásticos derivados do petróleo ou de fontes renováveis como a cana-de-açúcar, através da recuperação energética (com controle de emissões para o ar, água e solo), assim como estudos voltados à minimização do desperdício de resíduos de alimentos. PS
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 39
Foco no Verde
Biorrefinaria é um conceito já aplicado em algumas indústrias, mas que ainda encerra muitos desafios para instituições de pesquisa, governo e setor produtivo. De 24 a 26 de setembro, Brasília/DF receberá profissionais envolvidos com o tema no II Simpósio Nacional de Biorrefinarias. O evento é promovido pela Embrapa Agroenergia em parceria com a Abiquim e a Sociedade de Engenharia Química e Biotecnologia da Alemanha (Dechema). Instituições alemãs estão entre as que vão apresentar cenários e expectativas em relação às biorrefinarias. O assessor da Dechema, Dieter Miers, que integra a comissão organizadora do Simpósio, diz que a Alemanha iniciou uma corrida por fontes de energia limpas e renováveis, passando também a investir em biorrefinarias. “A comunidade científica já estava preocupada com a questão do efeito estufa, da produção racional de energia e do preço alto dos combustíveis fósseis, e, paralelamente, as questões econômicas que tumultuam a Europa fortalecem a bioeconomia”, conta o assessor. Segundo Miers, já há biorrefinarias alemãs operando com beterraba, cereais, girassol, canola e resíduos lignocelulósicos de madeira e cereais. Biocombustíveis, rações e CO2 para a indústria alimentícia estão entre os produtos já obtidos. “Pretende-se avançar e evoluir até as chamadas biorrefinarias de syngas e biogás, mas a disponibilidade de matérias-primas ainda é um entrave”, pondera. Para o brasileiro que vive na Alemanha, a colaboração entre os dois países deve contribuir para acelerar o desenvolvimento do setor, pois o Brasil é muito bem visto no país europeu pela experiência acumulada em energias renováveis, especialmente etanol. “Estou convicto de que, em termos energéticos, os biocombustíveis são excelentes alternativas, seja para utilização em aeronaves e automóveis, seja para geração de energia elétrica”, enfatiza Miers, que trabalhou no pioneiro programa brasilei40 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
O evento vai discutir os avanços e as questões ambientalmente corretas
DIVULGAÇÃO
Biorrefinarias ganham espaço na Alemanha
Spiltag recebe certificação ISO 14001
ro de etanol, o Proálcool. As inscrições para o evento estão abertas no sitewww.snbr2013.com.br. Até 31 de julho, a taxa é de R$ 500,00, com desconto de 50% para estudantes. Também no site está disponível a programação, que contará com apresentações de especialistas de instituições do Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Inglaterra e Noruega, além da Alemanha. Está prevista a realização de uma mostra de tecnologias verdes, além de rodada de negócios. Durante o evento, haverá o lançamento de um livro sobre o potencial de matérias-primas brasileiras para Química Verde. O Simpósio tem o apoio institucional da Internacional Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), da Sociedade Ibero-americana para o Desenvolvimento das Biorrefinarias (Siadeb), da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), da Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e do Conselho Regional de Química do Estado de São Paulo (CRQ IV Região). A Braskem e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) patrocinam o evento.
A Spiltag, empresa que oferece produtos e soluções em embalagens PET para o segmento de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC), acaba de receber a certificação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), atendendo os requisitos da norma ISO 14001. Com a certificação, a empresa sediada em Marília, passa a operar dentro dos padrões internacionais controlando seus impactos sobre o meio ambiente, além de aperfeiçoar suas operações, desempenho e reduzir custos. Para conquistar a certificação, a Spiltag realizou uma série de melhorias internas incluindo inserção de coleta seletiva, projetos de adequação ambientais, destinação correta de resíduos, entre outros. Além disso, a empresa vem, desde 2012, mobilizando continuamente toda sua equipe para uma mudança cultural voltada ao meio ambiente. “Realizamos diversas campanhas internas com intuito de mostrar aos nossos colaboradores o valor da conscientização ambiental para o crescimento sustentável da empresa”, diz a supervisora do sistema integrado de gestão, Marcela Germano Colombo. Em plena fase de expansão de seus negócios, a Spiltag já possui o ISO 9001 e com anova certificação faz planos para prospecção de novos clientes, cuja norma era requisito necessário para relacionamento.
Vanderlei Siraque, presidente da Frente Parlamentar, conhece os programas da Plastivida
A Plastivida recebeu a visita do deputado federal Vanderlei Siraque, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Petroquímico e Plástico do Brasil, que foi conhecer as ações e os programas de educação ambiental da entidade.
O deputado reconhece a importância da atuação da Plastivida no que diz respeito à promoção das boas práticas de consumo e descarte dos plásticos e fez questão de conhecer pessoalmente as ações da entidade para dar sequência ao seu trabalho de divulgação da sustentabilidade ambiental dos produtos plásticos. Para Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, todo apoio é importante para que cada vez mais a convivência com os plásticos, produtos indispensáveis à vida moderna, seja harmoniosa. "É com o apoio de todos – sociedade, indústria, varejo e poder público que conseguiremos ampliar a educação ambiental e caminhar para o desenvolvimento sustentável", afirma Bahiense.
Dow usa biomassa como fonte energética
A Dow está desenvolvendo um projeto pioneiro na indústria petroquímica de uso de biomassa como fonte energética. O projeto, em parceria com a empre-
Deputado Vanderlei Siraque destaca a importância das ações do setor
sa ERB — Energias Renováveis do Brasil, tem investimento de aproximadamente R$ 265 milhões e visa reduzir tanto as emissões de gases do efeito estufa como os custos envolvidos na produção do vapor para a fábrica de Aratu. A iniciativa está alinhada às práticas sustentáveis e de respeito às pessoas e proteção ao planeta da Dow. O projeto substituirá parte do consumo de gás natural de sua fábrica instalada em Aratu (Ba)
por energia produzida por meio da queima de biomassa de eucalipto de plantio próprio. Com este novo processo, a companhia irá reduzir em até 33% a emissão de dióxido de carbono. As obras estão em estágio avançado e o início das operações está previsto para o segundo semestre de 2013. Além do envolvimento dos trabalhadores e da comunidade que plantará os eucaliptos, com a geração de cerca de 700 empregos diretos e 1.750 indiretos, a parceria beneficiará diretamente a população baiana ao fornecer a energia elétrica e ao promover diversas ações socioambientais, como preservação da Mata Atlântica e apoio às comunidades locais. A Dow estima que até 2014 sua fábrica em Aratu esteja operando com 75% de energia renovável. PS
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 41
Braskem e o IAB/AL lançam o concurso Casa PVC
A Braskem e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Departamento Alagoas, lançaram em Maceió, o Concurso Público Nacional de Arquitetura para a elaboração do projeto de uma casa cujos elementos construtivos sejam prioritariamente os plásticos, em especial o PVC. As inscrições estão abertas até o dia 9 de agosto. Os projetos devem ser enviados ao IAB do dia 28 de agosto até o dia 06 de setembro. O concurso faz parte das comemorações da inauguração da primeira unidade de PVC em Alagoas, em 1988. Um dos seus objetivos é dar visibilidade para novas tecnologias aplicadas na construção civil, incorporando os conceitos de habitação sustentável global. A utilização do Concreto de PVC como matéria prima para o projeto se configura como o grande diferencial no atendimento de requisitos como durabilidade e conforto térmico, sendo ainda o PVC um material reciclável. As informações sobre o concurso estão disponíveis no site: casapvcbraskem.iabal.com.br.
42 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
DIVULGAÇÃO
Bloco de Notas
Chem-Trend e Zyvax juntas no mercado de compósitos
A Chem-Trend, empresa global em soluções de agentes desmoldantes e especialidades químicas para diversas indústrias e aplicações, adquiriu o negócio da Zyvax, permitindo que a empresa ofereça aos clientes e distribuidores um portfólio mais amplo de tecnologias de produtos para utilização em FRP (fibra de vidro) e para os crescentes mercados de compósitos avançados. “O movimento de hoje resultará em sinergias derivadas da capacidade de inovação em tecnologias de agentes desmoldantes e experiência na indústria de compósitos de ambas as empresas, que nos auxiliará a aprimorar a oferta de produtos e serviços aos nossos clientes”, diz o Presidente e CEO da Chem-Trend, Devanir Moraes. “Com a aquisição do negócio da Zyvax, a Chem-Trend oferecerá aos usuários finais e distribuidores sistemas desmoldantes e auxiliares complementares de processos de moldagem, que adicionam ainda mais valor, eficiência e produtividade no desenvolvimento e fabricação de peças em FRP e compósitos avançados”. A Zyvax, fabricante de sistemas para processos de moldagem fundada em 1985, foi a primeira empresa a comercializar uma linha de sistemas desmoldantes livres de solventes, à base de água, desenvolvida para atender aos rigorosos requisitos dos processos de compósitos. Atualmente, dentre os clientes da Zyvax, incluem-se grandes OEMs e fabricantes de peças moldadas para a indústria aeroespacial, de energia eólica, automotiva, de artigos esportivos e petróleo e gás.
Plast Mix
<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 43
Demanda por resinas cresce 9,2% no 1º trimestre
Conforme levantamento da Abiquim, a demanda interna por resinas termoplásticas cresceu 9,2% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual intervalo de 2012. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, a alta foi de 11%. As informações são da equipe de Economia e Estatística da entidade e são baseados nos dados de Consumo Aparente Nacional (CAN), calculados a partir da soma entre produção e importações, descontado o total de exportações no período. Os dados apurados pela entidade mostram que a forte recuperação da demanda não foi acompanhada pela indústria nacional. A produção de termoplásticos no período cresceu apenas 2,4% - o que evidencia a maior participação dos importados no mercado doméstico. O principal destaque do trimestre foi o mercado de policloreto de vinila (PVC), com acréscimo de 19,3% na produção. A alta é explicada pelo início das operações de uma nova fábrica da Braskem em Alagoas, em meados de 2012. Além da Braskem, o mercado é atendido localmente pela Solvay Indupa, empresa que teve seu controle colocado à venda pela controladora Solvay. Números discretos - A produção de polietilenos (PE) e polipropileno (PP), ambas as resinas fabricadas exclusivamente pela Braskem, apresentaram números mais discretos. A produção de polietilenos encolheu 3,9%, frente a um aumento de 7,8% na demanda. No caso do polipropileno, o consumo cresceu 8,9% e a produção, apenas 1,1%. "Como a ociosidade é generalizada nos diferentes grupos acompanhados, no curto prazo, nós teríamos espaço para ampliar a produção, caso ela tivesse uma condição mais competitiva, podendo reduzir parte considerável do volume atual de importações", destaca em nota a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira. A participação dos produtos importados no mercado de resinas termoplásticas alcançou 25% no início deste ano, número cinco vezes superior ao patamar registrado no início da década de 1990, destaca a Abiquim. Já a taxa de utilização da indústria brasileira tem oscilado ao redor de 80%. 44 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Bloco de Notas
Curso de injeção no SENAI Joinville
A Associação Brasileira de Polímeros realiza no SENAI Joinville o curso Injeção de Termoplásticos - Produtividade com Qualidade entre os dias 9 e 12 de setembro no turno da noite. O curso analisa os problemas mais frequentes das peças injetadas, fazendo uma correlação entre a experiência prática com injetoras e o conhecimento teórico do processo de injeção e as características dos principais termoplásticos. O público alvo é formado por profissionais de produção, qualidade e técnicos. Mais informações: (47) 3441-7700 / (47) 3441-7778.
Belsul chega à Nova York
A Belsul - empresa de importação e distribuição de matérias-primas - inaugura seu primeiro escritório representativo fora do país. A Belsul America Corp já está instalada e atuando na 125, Park Avenue, em Nova York, nos Estados Unidos. Segundo o diretor presidente da Belsul, Sérgio Corrêa, algumas mudanças recentes no cenário econômico mundial e, principalmente nos Estados Unidos, impulsionaram esta decisão da empresa. “A revolução do gás de xisto (shale gas) está trazendo a petroquímica americana de volta ao centro do palco e tornando a energia dos EUA uma das mais baratas do mundo. Além disso, o país está se recuperando da crise, tem uma logística e mercado interno excelentes. Temos que estar lá’’, diz o empresário e engenheiro químico. A expansão da Belsul vai facilitar o comércio entre os Estados Unidos e o Brasil e será um canal de distribuição para os produtos brasileiros, asiáticos e americanos. “A Belsul estabeleceu uma presença física para abrir novos canais de comércio entre o Brasil, Estados Unidos e América Latina’’, diz Corrêa. A empresa foi criada em 1989 e tem matriz em Porto Alegre, onde ficam a diretoria e equipes de marketing, financeiro e estratégia de mercado, e filial em Quatro Barras (PR), onde concentra as atividades comerciais, importação e logística.
DIVULGAÇÃO
Inscrições abertas para o Energiplast 2013
SENAI do Plástico realiza seminário
A Agência de Educação Profissional SENAI do Plástico – Caxias do Sul realiza paralelamente à PLASTECH BRASIL o 4º Seminário de Tecnologia de Transformação de Plásticos entre os dias 28 e 30 de agosto em Caxias do Sul/RS. A programação acontece sempre pela manhã, com executivos de importantes empresas do setor. Os temas são: Periféricos e Automação para transporte e preparação de matéria-prima; Polímeros de alta performance e para altas temperaturas; Eficiência energética e custos; Novo processo para fabricar peças mais leves e estruturadas através de injeção direta de gases; Adequação de máquinas conforme a NR 12; e Treinamento masterbatches – Aplicação e processamento.
Estão abertas as inscrições para a edição 2013 do Fórum Brasileiro de Reciclagem Energética de Resíduos Sólidos com Ênfase em Plásticos – Energiplast. O evento, promovido pelo Comitê Sinplast de Reciclagem, acontecerá no dia 27 de agosto, das 9h às 17h, no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre. Esse ano, o tema que norteará os debates será “Resíduo Sólido Urbano como geração de energia”. O público alvo são estudantes, empresários e profissionais interessados no tema da reciclagem energética de resíduos sólidos. O Fórum concederá certificado de horas complementares aos estudantes. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas antecipadamente pelo site www.sinplast.org.br. As vagas são limitadas. Mais informações pelo e-mail energiplast@sinplast.org.br.
<< Junho de 2013 < Plástico Sul < 45
Apema / Página 09 Automata / Página 42
Agenda DIVULGAÇÃO
Anunciantes
Düsseldorf (Alemanha)
AX Plásticos / Página 41 Brasfixo / Página 41 CEB / Página 36 Chiang / Página 17 Cilros / Página 39 Colorfix / Página 47 Detectores Brasil / Página 35 Digitrol / Página 43 Embala Nordeste / Página 27 Gabiplast / Página 15 Granoplast / Página 42 Inbra / Página 31 Krisoll / Página 41 Matripeças / Página 45 Metalúrgica Expoente / Página 39 Multi União / Página 33 Nazkom / Página 43 New Ímãs / Página 45 NZ Cooperpolymer / Página 33 Olifieri / Página 43 Oyster / Página 19 Plastech / Página 07 Plastech Recicla / Página 13 R. Pieroni / Página 25 Recilux / Página 26 Rosciltec / Página 43 Sagec / Página 45 Seibt / Página 23 Shini / Páginas 02 e 03 Simpep / Página 48 Sociesc / Página 11 Teck Trill / Página 37 Wittmann / Página 29
46 > Plástico Sul > Junho de 2013 >>
Agende-se para 2013 1º Congresso Brasiltec & Viniltec 2013 14 e 15 de agosto de 2013 IPEN-CNEN/SP - Cidade Universitária São Paulo – SP http://www.spebrasil.org.br Plastech Brasil 2013 Feira de Tecnologias para Termoplásticos e Termofixos, Moldes e Suprimentos 27 a 30 de agosto de 2013 Pavilhões da Festa da Uva – Caxias do Sul/RS www.plastechbrasil.com.br Embala Nordeste 2013 Embala 4 Business 8ª Alimentécnica, 8ª Embalaplast e 7ª EmbalaPrint e 8ª Embala Nordeste 27 a 30 de agosto de 2013 Centro de Convenções de Pernambuco –
Olinda/PE http://www.embalanordeste.com.br Mercopar Feira de Subcontratação e Inovação Industrial 1º a 4 de outubro de 2013 Centro de Eventos Festa da Uva – Caxias do Sul www.mercopar.com.br K 2013 International Trade Fair Nº 1 For Plastic and Rubber Worldwide 16 a 23 de outubro de 2013 Düsseldorf – Alemanha http://www.k-online.de Andina-Pack 2013 Feira Internacional de Embalagem 5 a 8 de novembro de 2013 Bogotá – Colômbia www.andinapack.com
<< Junho de 2013 < Plรกstico Sul < 47
48 > Plรกstico Sul > Junho de 2013 >>