Plástico Sul 160

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Editorial

Expediente Ano XV - # 160 - Dezembro de 2014

O porquinho definhou

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o escolher a imagem de capa para esta edição muitas foram as opções. Entretanto, escolhemos a de um porco com as costelas à mostra, bem magrinho. Era inevitável. Verdadeiro reflexo da indústria brasileira, a imagem traduz com exatidão o baixo (ou nenhum) crescimento da economia, a queda da produção industrial e a míngua na margem de lucro das empresas. Os cofres estão vazios. Os bolsos também. E o que sobra? Criatividade para superar a crise e otimismo para acreditar que ela será superada. Previsões apontam que o PIB cresceu apenas 0,2% em 2014 e a produção industrial brasileira caiu 2,3%. Tal cenário se refletiu na produção brasileira de transformados plásticos que, conforme o presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho, caiu 2,7% frente a 2013 e ficou nos mesmos níveis observados em 2010. Estes e outros números o leitor poderá acompanhar na matéria da página 10 sobre a influência da economia no setor plástico brasileiro. Infelizmente não é somente nesta reportagem que apresentamos análises negativas. Na página 24, abordamos o universo de plásticos de engenharia, que acompanhou em 2014 os mesmos resultados da indústria. O consumo de plásticos de engenharia em 2014 totalizou em 196 mil toneladas, o que representou uma redução de 15,5% em relação a 2013, revela Tais Marcon Bett, da Maxiquim. Tal queda é resultado da retração da produção de bens duráveis e semiduráveis, principais aplicações destas matérias-primas. Resultado também preocupante mostramos na matéria da página 28, sobre o mercado de poliestirenos. O consumo de poliestireno apresentou queda em 2014, próximo a 2,5% na comparação com 2013. Um dos responsáveis pela baixa é o setor de eletrodomésticos que, assim como o mercado em geral, não teve bom desempenho no ano. Além disso, a Copa do Mundo no Brasil não trouxe os resultados esperados no consumo de descartáveis. Mas para não falarmos apenas de más notícias, há uma reportagem (página 18) que levantou literalmente o ego. O segmento de cosméticos está de vento em popa, e o plástico está de carona neste embalo com inúmeras inovações em suas embalagens. Na parte da estética então, o desenvolvimento de novas tecnologias está acelerado. Mas nem só de vaidade vive o setor plástico. Vamos ficar atentos. Boa leitura!

Conceitual - Publicações Segmentadas www.revistaplasticosul.com.br Rua João Abbott, 257 - Sala 404 CEP: 90460-150 - Bairro Petrópolis Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Brigida Sofia Departamento Comercial: Débora Moreira Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: divulgação Plástico Sul é uma publicação da Conceitual - Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.

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NPE no horizonte

NPE 2015 será entre 23 e 27 de março em Orlando, Estados Unidos.

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rotagonista da maior crise mundial dos últimos tempos, os Estados Unidos também se destaca globalmente pela sua recuperação diante de outros importantes países no cenário econômico. O que até não surpreende devido às internacionalmente conhecidas características desta nação que, apesar dos problemas internos e da tentativa avassaladora da China, nunca perdeu o posto de maior economia do mundo. É este anfitrião recebe gente de 120 países na próxima - e uma das mais importantes feira do setor plástico, a NPE2015, em Orlando entre 23 e 27 de março. Um evento que já está confirmado como a maior edição já realizada desta exposição, como explica nesta entrevista especial para a Revista Plástico Sul o diretor senior de Relações Internacionais e Comércio da SPI: The Plastics Industry Trade Association, Michael Taylor. A NPE2015 será composta de uma feira de negócios de escala mundial, com 2.000 empresas expositoras e vários programas paralelos. A feira vai ocupar 107.000 m² de espaço de exposição e mais de 600 empresas vão ter equipamentos em seus estandes. São esperados mais de 60.000 participantes de mais de 20.000 empresas e mais de 25% dos profissionais chegarão de fora dos EUA. Inclusive é esperado o maior contingente da América Latina na história NPE.

Taylor explica porque está confiante nestas previsões, fala mais sobre a os espaços e a programação paralela da feira, além do panorama da indústria do plástico americana e das relações Eua e Brasil no setor, detalhando segmentos e apontando quais os mercados promissores para o Brasil. Revista Plástico Sul - Fale sobre NPE2015, a estrutura da feira, de espaço, expositores, setores, eventos, etc, por favor. Michael Taylor - A NPE: The International Plastics Showcase é uma exposição trienal de propriedade exclusiva e produzida pela SPI: The Trade Association Plastics Industry. A NPE2015 será composta de uma feira de negócios de escala mundial, com 2.000 empresas expositoras, e vários programas paralelos. Quatro destes programas serão conferências: 1) Conferência dos negócios do plástico da SPI; 2) SPE ANTEC® 2015 (a maior conferência técnica de plásticos do mundo); 3) conferência em espanhol patrocinada pela CarvajalMedios B2B; e 4) a Conferência Southern District Design, patrocinada pela Industrial Designer Society of America. A feira será a maior da história do NPE, ocupando 107.000 m² de espaço de exposição. Mais de 600 empresas vão ter equipamentos em seus estandes e mais de 400 terão equipamentos operando. A gama completa de empresas de matérias-primas também vai expor. Muitos desses fornecedores terão centros de atendimento. Um dos programas especiais na NPE2015 será NPE3D ™. O programa estará aberto a todos os participantes, proporcionando-lhes a oportunidade de aprender sobre a impressão 3D através de exposições e demonstrações reais. Uma conferência relacionada está na prgramação. Um setor especial da feira chamado de "Zona Zero Waste" incidirá sobre a exigência da indústria para reduzir, reutilizar e reciclar, com demonstrações de reciclagem, produtos feitos com material pós-consumo, uma experiência de educação e eventos especiais. Em torno da Zona será o Pavilhão de Reciclagem com exposições por empresas de reciclagem e fornecedores destas tecnologias, e no Pavilhão da Sustentabilidade, com tecnologias que beneficiam o meio ambiente. Um desfile de moda na abertura da NPE2015 contará com roupas desenhadas por alunos da Faculdade Savannah de Arte e Design feita a partir de plásticos reciclados ou reutilizados. Ainda outra parte especial da NPE2015 será o "Star-


Plástico Sul - Quais são as expectativas sobre os visitantes? O que há de novo em relação à última edição? Michael Taylor - A NPE2015 deverá atrair mais de 60.000 participantes de mais de 20.000 empresas. Mais de 25% desses profissionais virão de fora dos EUA, inclusive é esperado o maior contingente da América Latina na história NPE. No geral, os visitantes são esperados de cerca de 120 países. Atualmente, o número de inscrições de visitantes e reservas de hotel estão bem à frente do que estavam na mesma época anterior a NPE2012, um sinal de que o número de participantes na NPE2015 vai superar tranquilamente o número que visitou há três anos. Além de ser maior em termos de número de expositores, a quantidade de espaço para exposições e número de visitantes, a NPE2015 terá ainda um maior programa educacional, com mais sessões de conferências do que já ocorreu em qualquer outra NPE. Também novo este ano são os eventos e programas especiais já mencionados: NPE3D, Zona Zero Waste, e a Startup Garage. A NPE2012 foi a primeira NPE realizada em Orlando, Florida, depois de muitos anos sendo feita em Chicago. Essa feira foi muito bem sucedida e seu sucesso, junto com a força renovada da economia dos EUA e da indústria de plásticos, têm sido uma das razões pela qual a NPE2015 atraiu tanto interesse tanto entre expositores e participantes. Plástico Sul - A indústria de plásticos brasileira é composta por cerca de 11.000 empresas, em sua maioria micro e pequena, e é um dos maiores empregadores da indústria brasileira. Como se caracteriza a indústria de plásticos nos Estados Unidos? Michael Taylor - A indústria de plásticos nos EUA emprega mais de 900 mil trabalhadores individuais e é responsável por mais de $373 bilhões nos embarques a cada ano. De acordo com o relatório SPI’s 2013 Size and Impact of the Plastics Industry, existem cerca de 16 mil empresas no setor de plásticos dos EUA. Plástico Sul - Quais são os principais produtos plásticos transformados (ou setores) nos EUA e qual é o índice de exportação? Michael Taylor - A categoria top de exportação da

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tup Garage", que SPI está organizando em parceria com a empresa Startup.Directory. A SPI irá fornecer às startups estações de exposição proeminentes na feira. Doze empresas selecionadas, até agora, vão destacar inovações em graphenes, bioplásticos, reciclagem, impressão em 3D, polimerização, processamento de resina e polímeros antimicrobianos.

indústria de plásticos é uma categoria abrangente chamada de "artigos de plástico", que inclui uma vasta gama de produtos feitos a partir de resinas. Resinas em geral compreendem uma grande parte das exportações da indústria de plásticos norte-americana, o que é indicativo de papel dos EUA como uma grande petroquímica e produtor de resinas. Esta atividade é sucetível a aumentar nos próximos anos com a continuidade do desenvolvimento com sucesso dos recursos de gás de xisto nos EUA.

São esperados 60.000 participantes de mais de 120 países nesta que será a maior edição de todas

Plástico Sul - Quais regiões ou estados se destacam na indústria de plásticos norte-americana? Michael Taylor - A Califórnia tem o maior número de trabalhadores do plásticos, mas também tem a maior população de todos os estados, então faz sentido. A concentração de empregos no plástico traz uma melhor medida de quanto um estado é especializado no setor e nesses termos Michigan é o líder, seguido de Indiana, Ohio, Wisconsin e Kentucky. Os estados com as maiores concentrações de funcionários da indústria de plásticos tendem a ter as maiores concentrações de atividade industrial, o que faz sentido, dado que a maioria dos produtos de plástico vão para bens manufaturados. Plástico Sul - Fale sobre a relação entre o Brasil e os Estados Unidos na indústria de plásticos, por favor. Quais são os números sobre a importação e exportação? Quais são os principais produtos? Michael Taylor - O Brasil é o quinto maior mercado de exportação para a indústria de plásticos dos EUA. Em 2013, as empresas de plásticos americanas exportaram $2.2 billion em valor de mercadorias para <<< Plástico Sul < 7


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Maior em número de expositores, de espaço e de visitantes, a NPE2015 terá ainda um maior programa educacional.

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o Brasil. De 2012 para 2013, as exportações totais de plásticos a partir dos EUA para o Brasil aumentaram 11,4%, mas 2000-2013 elas cresceram 191,6%. Para resinas durante o mesmo período, o aumento foi ainda maior. As exportações de resinas dos EUA para o Brasil entre 2000 e 2013 aumentaram em 250,2%. Entre 2012 e 2013, as exportações de resinas dos EUA para o Brasil aumentaram 13,4%, para um total de US $ 1,7 bilhão. As exportações de produtos plásticos valiam $ 461.100.000 em 2013, com aumento de 5,6% sobre o total de 2012, e mais de 99,8% sobre o total de 2000. Maquinário viu ganhos similares; as exportações dos EUA para o Brasil de máquinas para plástico totalizaram $64,3 milhões em 2013, um aumento de 7,9% a partir de 2012 e até 82,9% de 2000. Moldes foi o único grande segmento de plásticos que viu um declínio nas exportações dos EUA para o Brasil durante este tempo. O total de 2013 era $6,8 milhões, que foi uma queda de 20,4% de 2012, e uma queda de 54,3% a partir de 2000. Esse é o único segmento do núcleo que caiu, mas ainda é elevado no volume das exportações de moldes dos EUA como um todo. No entanto, o mercado de molde tem tido sucesso ao longo do tempo. Em termos de importações, o Brasil é o 20º maior mercado para a indústria de plásticos dos EUA. Os EUA importaram $233.400 milhões em valor de mercadorias da indústria de plásticos do Brasil em 2013. A maior categoria foi em resinas. $151,2 milhões em

valor de resina foi importado para os EUA pelo Brasil em 2013, tornando-se o 17 maior mercado de importação para os EUA na categoria de resina. Plástico Sul - Que mercados são interessantes e pouco explorados - ou poderiam ser melhor explorados - entre Brasil e EUA na indústria de plásticos? Onde estão as oportunidades? Michael Taylor - Na maioria dos casos, eu acredito que as empresas de plásticos brasileiras são mais competitivas nos EUA quando se trata de custo. Se você está vindo do Brasil para os EUA em comparação com a Ásia, os custos de transporte são menores, dependendo de quão perto você está pode ser razoável. Outra coisa pode ser aviação. A Embraer tem sido muito bem sucedida aqui vendendo aviões e na medida em que eles usam peças de plástico se as empresas brasileiras fornecem componentes de plástico para aeronave então o mercado norte-americano é definitivamente dirigido a alguns de seus negócios. Sei também que o Brasil tem feito a inovação em torno de biocombustíveis e eu diria que isso pode se estender para os bioplásticos. O problema com esse segmento ainda é a questão do preço. Vai ser mais caro, mas o que poderia conduzir esse mercado é o compromisso das empresas com o futuro que está com estes materiais, mesmo que eles sejam um pouco mais caros. Houve um aumento significativo em consumidores que são mais orientados pelo verde e isso significa que eles querem empresas dando-lhes opções verdes. Para eles está ok pagar mais por isso e constroem fidelidade à marca para as empresas que oferecem. Plástico Sul - Todo o mundo vê a expansão do gás de xisto. Qual é a sua opinião sobre o assunto? Como o gás de xisto já impactou na indústria de plásticos americana e o que mais pode mudar? Michael Taylor - A partir de outubro 2014 já tinha havido mais de US $ 124 bilhões de investimentos relacionados com o xisto anunciados publicamente, e esses investimentos são obrigados a ter um impacto sobre a indústria de plásticos global. Especificamente para os EUA, as exportações de resinas e tendências de crescimento do emprego devem tornar-se mais claras e intensas com novas linhas de produção. Além disso, a maior parte desses investimentos no aumento da produção de resina relacionada ao xisto são orientados para a exportação, ou seja, outros países vão ver um maior acesso à resina produzida nos Estados Unidos. O outro item é o reshoring, que é quando as empresas trazem operações de volta para os EUA. Mais empresas estão pensando em trazer suas operações de volta para os EUA, mas é importante notar que


o gás de xisto é apenas uma parte desta história, mas não é toda a história. É apenas uma parte da narrativa. Um monte de empresas foi produzir fora estritamente por causa dos custos de trabalho, mas elas realmente não pensaram sobre todos os custos de se fazer isso: os custos de tradução, problemas de inventário, diferenças culturais, gestão da qualidade. Elas não previram isso e agora que os custos salariais estão subindo em todo o mundo, estão voltando para os Eua. O gás de xisto é parte deste cenário, é fato de que o trabalho barato não é tão barato quanto todos pensavam que era. Plástico Sul - Quais serão os impactos do gás de xisto na indústria plástica mundial a curto e médio prazo? Michael Taylor - Preços de resinas têm estado em queda livre nos últimos tempos e com o xisto continuando a ser desenvolvido vai se ver mais disso. Apesar do crescimento da capacidade e habilidade dos produtores norte-americanos para aumentar a sua produção a partir deste fenômeno, vai levar algum tempo para entrar em linha. Investir em uma planta que pode trazer resinas de xisto não é algo que as empresas tomam de ânimo leve e isso não é algo que acontece da noite para o dia, por isso vai levar algum tempo, mas já a transformação na economia industrial nos EUA é visível, o que mais cresce no país também. Há um monte de armadilhas legais e regulamentares que poderiam atrasar ou afetar negativamente a algumas dessas mudanças, mas realmente os efeitos serão enormes. Plástico Sul - A crise de 2008 não é algo totalmente superado, mas os EUA vem apresentando melhor recuperação em comparação com outras importantes economias globais. Na sua opinião, o que diferencia o país? Michael Taylor - À parte do fato de que a situação energética mudou, a principal coisa que diferencia os EUA é o crescimento da produtividade, o que tem sido fenomenal desde a crise. Na sequência, diria que os EUA continuam sendo uma economia inovadora. A indústria de plásticos é um exemplo perfeito. Se você olhar para a indústria de plásticos dos EUA em comparação com outras ao redor do mundo, a nossa vantagem comparativa não é mão de obra barata. O que é, de fato, é a nossa capacidade de inovação e que nós realmente abraçamos a fabricação avançada. Nosso nicho não é necessariamente luvas de plástico. São peças compostas que não só vão para carros, mas, por vezes, podem substituir o metal no motor. Essas aplicações avançadas, inovadoras e exigentes são o nosso nicho e isso tem sido útil no pós crise.

cificamente a indústria de plásticos norte-americana? Como esta indústria responde? Qual é o cenário de hoje? Michael Taylor - Durante a recessão nossa indústria se contraiu. Algumas empresas desapareceram, outras se consolidaram e se fundiram. Nossa capacidade encolheu e desde então não tem acompanhado de um para um o crescimento da demanda. O foco estava em crescimento interno, e lidar com as exportações mais tarde, mas, desde então tivemos que importar mais porque não estávamos conseguindo lidar com a lacuna. Novamente, porém, a indústria de plásticos dos EUA está crescendo hoje, porque o seu nicho é formado por essas aplicações avançadas, inovadoras e exigentes que as empresas americanas buscam para os seus materiais. Essa é a nossa vantagem como indústria a nível global e isso é o que fazemos melhor. Mesmo quando se trata de sacos de plástico, a nossa indústria é inovadora mesmo quando se trata de um saco de plástico. Plástico Sul - Como a China impacta a indústria de plástico americana hoje? Michael Taylor - O déficit do setor de plásticos dos EUA com a China encolheu em números mais recentes da SPI e estou esperançoso de que esse déficit continuará a ir para baixo por causa da nossa posição competitiva global melhorada frente à frente com a China. Agora os EUA estão indo muito bem, mas nossos principais parceiros comerciais não estão tão bem como gostaríamos, e a China é um deles. Então, se a situação econômica doméstica da China se deteriorar significativamente, nos impactará negativamente, não há nenhuma dúvida sobre isso. Quando o Japão era o nosso principal parceiro comercial a expressão era de que "quando o Japão espirrava os EUA pegava um resfriado", e vice-versa. O mesmo é verdade para a China em alguns aspectos. É sobre essa interdependência entre os principais parceiros comerciais. As importações provenientes da China para os EUA foram subindo mais do que as nossas exportações foram subindo. Ano após ano, isso é muito claramente o problema, mas eu gosto de pensar que ao longo do tempo a indústria de plásticos, agora que o crescimento do emprego está de volta e é particularmente elevado na indústria de plásticos em comparação com o resto da produção, a nossa capacidade global vai aumentar e que o déficit continuará a encolher.

Plástico Sul - Como crise de 2008 afetou espe<<< Plástico Sul < 9


Especial A Economia e o Plástico

Ninguém precisa esperar o fechamento do Produto Interno Bruto de 2014 para se decepcionar com o ano que passou. Com previsões de crescimento próximo de zero e indicações de dureza no mercado, a esperança é confiar na nova equipe econômica da presidente Dilma. Os primeiros passos, no entanto, não pareceram muito favoráveis aos empresários.

Quase zero P

resente em todas as indústrias, o setor plástico não conseguiria se descolar do cenário negativo. Em um balanço realizado no final do ano em São Paulo, o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico, José Ricardo Roriz Coelho, já havia indicado que 2014 se caracterizou como de estagnação. O economista da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul e professor da PUCRS Alfredo Meneghetti diz que o mercado brasileiro em 2014 foi muito dificultado no que diz respeito ao crescimento da economia, que foi próximo a zero. “Tivemos problemas na arrecadação, problemas na produção industrial e problemas muito fortes em relação ao contribuinte, ao cidadão, aumentou o nível de inadimplência”. Ele lembra que o Brasil teve muitos eventos e todos influenciaram negativamente. “A Copa fragilizou segmentos, como as concessionárias de automóveis, porque os eventos praticamente envolveram toda a população e isso dificultou a comercialização de mercadorias. E que veio de turistas não foi relevante para balança, e o volume de turistas não compensou”. As Eleições também fragilizaram a economia, com as discussões em relação aos partidos. Mesmo sem o número oficial de crescimento medido pelo PIB, ainda não fechado, todos os analistas mostram crescimento próximo a azero. O que também se percebe diante de outros dados

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de mercado. “Nas aplicações financeiras, o Ibovespa, que é termômetro do desempenho das ações, teve crescimento negativo, queda de 2.91 %. O que mostra que o crescimento das empresas brasileiras foi muito aquém do que o investidor espera quando aplica seu dinheiro nas principais empresas brasileiras. A inflação ficou em 6,41% na medição do IPCA (Índice de preços ao consumidor amplo), que é a inflação oficial do governo”. Foi então um período de dólar alto, crescimento muito baixo, arrecadação muito baixa e Ibovespa quase 3% negativo. “Os principais ativos que valorizaram em 2014 foram o dólar e o ouro, isso acontece quando há inquietação social, como mostraram os protestos. Quando há desconfiança do desempenho da economia, os cidadãos e investidores se refugiam no dólar e no ouro”, analisa. Para as empresas e empresários, a própria comercialização foi difícil e a produção industrial ficou muito aquém do que deveria, uma produção industrial menor que em 2013. “Isso se reflete em aumento do desemprego, diminuição de investimentos dos empresários e dificuldade que a indústria brasileira, os empresários, tiveram para comercializar, manter pagamentos em dia e trazer rentabilidade para seus negócios. Foi certamente um ano muito difícil para a empresa brasileira”. Mesmo ainda sem os números do setor fechados, a Abiplast reafirma neste início de ano que


Sindicatos atentos

O presidente do Sinplast – Sindicato da Indústrias de Material Plástico no RS, Edilson Deitos, diz que a variação acelerada do dólar de setembro até dezembro de 2014 e os aumentos do custo de energia em média no estado de 25% impactaram

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em 2014 a economia ficou estagnada. “O PIB cresceu apenas 0,2% e a produção industrial brasileira caiu 2,3%. Tal cenário se refletiu na produção brasileira de transformados plásticos, que caiu 2,7% frente a 2013 e ficou nos mesmos níveis observados em 2010”, diz o presidente da entidade. A queda no setor plástico deve-se a dois motivos principais: menos dias úteis no ano (devido à Copa do Mundo) e o fato dos principais setores consumidores de transformados plásticos também estarem estagnados ou com baixo crescimento. Ainda vale ressaltar que a indústria de transformados plásticos acompanhou o movimento de queda da indústria de transformação e de setores demandantes — por exemplo, automóveis. “Como o produto plástico está presente em praticamente todos os setores da economia, aqueles setores que apresentaram bom desempenho — por exemplo a indústria de higiene pessoal e cosméticos — colaboraram com um resultado positivo, mesmo considerando o cenário de estagnação da economia. O setor de alimentos também influenciou positivamente, considerando sua maior estabilidade (desconsiderando a sazonalidade típica da atividade), pois esse setor não é fortemente puxado em momentos de alta, porém em momentos de grandes quedas também não sofre fortes oscilações”, explica Roriz. Ele lembra que em momentos de fraca atividade econômica, a indústria deve se preparar para reverter esse cenário, traçando as melhores estratégias para atingir e ampliar mercados (buscar novas oportunidades, explorar nichos de mercados, etc), aperfeiçoar e atualizar sua forma de gestão e otimizar sua produtividade. Oportunidades para isso podem vir da maior feira nacional do setor, que acontece nos próximos meses. “O ano de 2014 foi de estagnação, o ano de 2015 é de desafios, porém o setor compreende que, em fase de recuperação, é preciso estar atualizado em termos de tecnologia para buscar cada vez maior produtividade e qualidade para atender seus clientes. E a FEIPLASTIC é um evento que tem como intuito promover essa aproximação entre a tecnologia capaz de aumentar a produtividade e seus clientes. Em momentos de estagnação, as oportunidades de fazer novos negócios, estabelecer parcerias e aumentar sua produtividade podem ser mais importantes e valiosas do que em momentos de crescimento”, afirma Roriz.

diretamente os preços das matérias primas e os repasses para o mercado não acompanharam, impactando diretamente os resultados do último trimestre da terceira geração. “A produção da indústria da transformação no ano de 2014 deve apresentar um desempenho de -2,7% próximo a 6,24 milhões de ton, produção inferior a 2010. E o consumo aparente, que mede a produção menos as exportações mais as importações, também apresenta uma tendência de queda de -1,7%, onde o coeficiente de importados já representa 11% de todos os materiais plásticos consumidos no Brasil. São 745 mil toneladas de materiais plásticos transformados procedentes de outros países”. Apesar do apoio do PIC, plano de incentivo a cadeia do plástico promovido pela Abiplast e Braskem, onde até agosto foram disponibilizados 28 mil ton de matéria prima a preços especiais para a exportação de transformados, a previsão, diz Deitos, é de -3,4%, com previsão de exportação de 238 mil ton, o que demonstra o impacto do custo Brasil na indústria de transformação. “No Rio Grande do Sul, a tendência é de que apresente uma queda próximo de -3,5%, com a desaceleração do PIB industrial gaúcho que nos últimos doze meses base out/14 apresenta -4,5%, a perda da competitividade do RS devido aos custos de logística, piso regional e incentivos de outros estados aceleraram a perda da participação da indústria gaúcha no cenário Nacional”, afirma. Assim, a queda nos volumes transformados, somado aos aumentos de custos em função da variação do dólar, energia elétrica acima dos repasses e aumentos de mão de obra

Meneghetti: ''Brasil teve muitos eventos em 2014 e todos influenciaram negativamente"

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Deitos, do Sinplast: "o cenário é de descapitalização e resultados próximos de zero ou negativos"

superiores ao crescimento do faturamento do setor, define um cenário de descapitalização e resultados próximo de zero ou negativos O Simplás-Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho diz que considera preliminar tecer qualquer avaliação, uma vez que grande parte das empresas está fechando seus números e quitando as obrigações fiscais de começo de ano. “Afora o fato de se tratar de um mercado bastante diversificado: os desempenhos podem ser bastante diferentes entre aqueles que atuam nos segmentos de embalagens flexíveis, componentes automotivos e materiais recicláveis, por exemplo. Há realidades bastante distintas no setor”, diz o presidente Jaime Lorandi. O presidente do Simplavi - Sindicato das Industrias de Material Plástico do Vale do Vinhedos, Ivânio Angelo Arioli, diz que por se tratar de um ano atípico, 2014 foi um dos piores anos enfrentados, pois não houve crescimento. “Muitas foram as dificuldades que tivemos com eventos como a Copa e Eleições, além aumentos de matéria prima, dificuldade na contratação de mão de obra ocasionada pela alta rotatividade”, explica, destacando que os números não estão fechados, mas antecipadamente já se sabe que os associados tiveram um ano sem crescimento. Eles tiveram que adotar diversas medidas como aumento da produtividade, redução de custos em toda cadeia para equilibrar os custos de acordo com seus preços de venda.“Fomos afetados com grande dificuldade para repassar os reajustes, pois nossos clientes não aceitam reajustes em épocas de baixa nas vendas”, comenta. 12 > Plástico Sul >>>

Interplast foi ponto positivo

O presidente do SIMPESC - Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado de Santa Catarina, Albano Schmdt, diz que em nível nacional, 2014 foi infelizmente um ano perdido para a indústria. “Na melhor das hipóteses teremos um empate com 2013, o que é frustrante. Em nível estadual, tivemos uma boa recuperação, pois o ano de 2013 também havia sido duro. Também estamos com perspectiva negativa para 2015”. Ele diz que houve um esgotamento do modelo baseado no consumo, sem que houvesse contrapartida pelo lado do investimento. A inflação recrudesceu afetando a renda e o consumo de bens não-duráveis, combinada com o aperto no crédito ao nível do consumidor, que afeta os produtos ligados a bens duráveis e construção civil. “Se houve algo positivo foi a relativa tranquilidade em que se desenvolveram os jogos da Copa do Mundo, embora o nosso resultado em campo tenha sido uma lástima. Também tivemos eleições, que transcorreram dentro da normalidade, o que mostra que temos instituições sólidas. Mas terminamos o ano novamente com investigações de atos de corrupção, desmandos, má gestão e enriquecimento ilícito de executivos de nossa maior empresa, gerando insegurança do ponto de vista econômico, o que afeta o país inteiro”. Especificamente sobre o Simpesc, os dados dos primeiros nove meses do ano mostram recuperação frente a 2013, embora a base de comparação seja muito fraca, pois aquele ano havia sido um ano de ajustes da indústria local. “Em termos de consumo de matérias-primas estimo que voltamos a crescer, dessa vez ao redor de 5%. Portanto deveremos bater o ano de 2012, ano em que consumimos 988 mil toneladas de resinas termoplásticas e que foi nossa melhor marca. Esperamos romper a barreira de 1 milhão de toneladas consumidas em 2014. Também esperamos que valor da produção ultrapasse os R$ 14 bilhões, com crescimento de cerca de 15% sobre 2013, muito em função dos repasses de aumentos de custos que tivemos ao longo do ano”. O ano foi de economia em baixa, desconfiança/endividamento dos consumidores e eventos como eleições, protestos e Copa do Mundo no Brasil. Mas também foi um ano de Interplast, cujos resultados foram positivos. “A Interplast está se firmando como um dos eventos mais importantes de nosso calendário de feiras do setor. É um momento de as empresas mostrarem para o mercado o excelente trabalho que realizam. A despeito de todas as dificulda-


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EspecialA Economia e o Plástico DIVULGAÇÃO

Arioli, do Simplavi: "nossos clientes não aceitam reajustes em épocas de baixa nas vendas”

des, voltamos a crescer e a Interplast teve papel fundamental nessa retomada. Sim, conseguimos nos descolar do resto do Brasil, mas crescemos sobre uma base fraca. Mas voltamos a crescer e isso é o mais importante”, diz Schmidt. Ao mesmo tempo, o cenário geral negativo impactou não apenas o cotidiano das empresas transformadoras, como também o desempenho, os planos de investimento, as contratações. “Mas creio que não teve qualquer efeito sobre a motivação de nossos empresários para continuar a crescer, fortalecer suas empresas, desenvolver produtos e soluções para os clientes, o que é a marca de nossa indústria. O final do ano foi ainda mais desafiador, pois incluiu uma profunda mudança estrutural no negócio de petroquímica, ao vivermos uma nova tendência mundial no mercado de petróleo”, analisa. Para o Simpep- Sindicato das indústrias de material plástico no Paraná, o “desempenho desastroso” da economia no ano de 2014 refletiu principalmente na retração das indústrias de plástico, pois além da baixa demanda por produtos, houve vários reajustes nas matérias primas por conta dos preços internacionais e desvalorização do real perante o dólar. A dificuldade de repasse destes custos foi imensa, já que o mercado não estava aquecido. Muitas empresas perderam suas margens e não conseguiram recuperar. Aliado a estas dificuldades, o aumento da taxa de juros inviabilizou a tomada de crédito para novos investimentos e até mes14 > Plástico Sul >>>

mo para o giro das empresas. “O setor apresentou crescimento negativo em torno de 1,5% . O número de vagas ofertadas nas indústrias diminuiu e o número de empresas que deram férias coletivas foi histórico. A preocupação para 2015 é grande, a economia não se mostra em curso firme e coerente e as previsões não são otimistas”, diz a presidente Denise Dybas Dias. Ela comenta que a receita para enfrentar esses momentos de turbulências é ter muita cautela, não correr riscos desnecessários com investimentos que não apresentem retorno a curto prazo, ajustar os gastos e não vender com prejuízo. “Porém na situação de competitividade em que estamos inseridos esta receita nem sempre é seguida. Não temos condições de competir no mercado internacional enquanto tivermos custos baseados apenas no mercado nacional, a começar pela nossa carga tributária”, afirma, e complementa “Infelizmente vimos muitas indústrias saindo do mercado e outras aumentando seu grau de endividamento ou até mesmo encolhendo para conseguir superar o momento”.

Ano razoável para as máquinas

O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para Indústria do Plástico (CSMAIP) da ABIMAQ, Gino Paulucci, diz que 2014 foi razoável para o setor de máquinas e acessórios para a Indústria do Plástico. “Devemos destacar que positivamente pesaram as linhas de crédito para compra de máquinas do BNDES, em especial o FINAME PSI, ferramenta fundamental e indispensável para o mercado interno. Também destacamos que houve um ajuste do dólar para patamares mais civilizados, o que fez com que voltássemos a, pelo menos, participar de tomadas de preços no mercado externo. A desoneração da folha de pagamentos foi outra medida que teve impacto positivo tanto no mercado interno quanto nas exportações. Ficamos mais competitivos nos dois mercados”. Para ele, negativo, “como sempre” foram os juros altíssimos e crédito de difícil acesso; carga tributária alta e com uma legislação tributária extremamente complexa; o dólar ainda defasado; e, no segundo semestre de 2014, já pairava a incerteza sobre os recursos hídricos e energéticos, de enorme importância para a Indústria, em geral. Não se pode esquecer que 2014 foi um ano atípico. “A Copa do Mundo prejudicou muito o setor industrial. Tivemos muitas paradas, com quebra do ritmo de produção, além da desatenção dos nossos colaboradores. Nossos clientes também sofreram dos mesmos problemas. Não foi bom para “ninguém”. 7X1”, lembra. A eleição, ao ir para segundo turno,


paralisou o mercado novamente, pois todos queriam saber quem venceria e, naturalmente, quais seriam os rumos da economia no novo mandato. Ainda assim, ele diz, muitos transformadores investiram, principalmente os que fazem projetos de médio e longo prazo. “Não dá para administrar uma Indústria levando-se em conta apenas o que ocorre no momento. A Indústria do Plástico é complexa e sofisticada, de muita tecnologia. Nossos maiores transformadores mantiveram seus projetos de ampliação e/ou substituição de máquinas menos produtivas por novas; portanto, as vendas foram razoáveis”. Estrelas em todas as feiras do setor, as máquinas certamente ocuparão um bom espaço no Anhembi em maio. “A FEIPLASTIC é a maior feira do setor de plásticos do Hemisfério Sul. Depositamos neste evento a expectativa de geração de negócios significativa para os fabricantes de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico. Para que isso se viabilize, ainda é necessário melhor definição sobre o FINAME PSI e maior estabilidade do dólar, em patamares razoáveis. Se existirem estes dois fatores, tenho a certeza de uma boa feira, pois tecnologia e capacidade produtiva nós temos”.

O ano 2014 também marcou a criação de um comitê interministerial para a NR-12. “Foi de muito bom senso e necessária. A Lei está valendo, o que não impede que seja aperfeiçoada. Nunca tivemos o desejo de combater a NR-12, pelo contrario. Entendemos que a saúde e integridade física dos nossos colaboradores vêm em primeiro lugar. Precisamos lapidar a NR-12 como ela está porque houve, em alguns pontos, um exagero desnecessário e que nada acrescenta à segurança. Concordamos que as máquinas novas devam sair das fábricas dentro da Norma; o maior descuido dela (NR-12) foi não ter feito um corte temporal ao exigir que todo o parque industrial instalado no Brasil seja adequado à Lei”. Ele diz que isso é praticamente impossível, pois alguns modelos de máquinas, principalmente as mais antigas ou mais simples (mecânicas) não são passíveis de adaptação. “Sugerimos, à época, que as máquinas de setores que, estatisticamente, ocasionaram acidentes fossem adaptadas, reformadas ou até sucateadas. Mas com critério técnico. Estamos trocando pneu com o carro em movimento, mas, ainda assim, é melhor reestudar a Norma e aperfeiçoá-la e, assim, trazer estabilidade jurídica a todas as indústrias do Brasil”, diz.

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Especial A Economia e o Plástico

Novo ministro, nova equipe T

odos acompanham atentamente os passos do novo ministro da Fazenda da presidente Dilma, Joaquim Levy, que assumiu com o objetivo de implementar uma política econômica que dê novos rumos ao país. As primeiras medidas, no entanto, não pareceram tão favoráveis. “A gente viu pelos primeiros movimentos do Levy que houve um endereçamento de mais tributos para financiamentos, sobre a gasolina e combustíveis e também mudança de legislação que acabam aumentando tributos e dificultando os cidadãos de cumprir seus compromissos”, diz o economista da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul e professor da PUCRS Alfredo Meneghetti. “Além da dificuldade em comercializar, empresários também tiveram que lidar com importações em alta, fechamos pela primeira vez em 20 anos em déficit comercial”, comenta. Para Meneghetti, a nova equipe econômica pode endereçar mudanças mais quantitativas aos gastos, pois inicialmente a política fiscal foi somente no lado das receitas. “Num raciocínio positivo, esse seria o primeiro passo do Levy, aumentar receitas, e depois cortar gastos, com CCs e ministérios”. Mas em um raciocínio pessimista, há forte influência da presidente sobre o ministro e ele tem dificuldades em medidas de corte de gastos. “Esse é 16 > Plástico Sul >>>

o grande conflito do ministro Levy. Até que ponto a presidente pode concordar com medidas que ferem questões do aparelhamento do estado. Essa é a principal questão que vamos ver, só temos perspectivas de aumento da taxa de juros, pois o comitê de política monetária para enfrentar esta inquietação deve aumentar as taxas de juros”. Roriz lembra que a nova equipe econômica assumiu com um compromisso de zelar pelo rigor pelas contas públicas, combater a inflação e ao mesmo tempo promover crescimento econômico e aumentar a competitividade da indústria brasileira. “Ajustes já estão sendo anunciados e o enfoque no aumento das receitas públicas é evidente, porém o próprio ministro da Fazenda em seu discurso de posse reforçou que apesar da necessidade de fazer caixa para o Governo, assimetrias de impostos que reduzem a competitividade da indústria brasileira deverão ser corrigidas”, diz. É com base nesse conceito, de que assimetrias devem ser corrigidas para aumentar a competitividade da indústria, que a Abiplast vai continuar apresentando e discutindo, junto aos diversos atores do governo, os pleitos que visam à isonomia tributária para o IPI de resinas e transformados plásticos, o equilíbrio de ICMS entre os estados, o incentivo à reciclagem brasileira para


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atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como os pleitos de revisão de políticas de defesa comercial que impactam diretamente o custo da matéria-prima plástica. Edilson Deitos, do Sinplast, diz que o ministro da Fazenda tem conhecimento de que a indústria de transformação é a galinha de ovos de ouro da arrecadação, pois apesar de representar menos de 13% de participação do PIB, representa mais de 30% da arrecadação, e este setor agoniza. Não há espaço para aumento de impostos para o setor. “Com a coordenação da Abiplast, iremos reforçar a busca de um programa específico para a renovação do parque de máquinas adequados a NR-12, compensando o valor das máquinas antigas que seriam sucateadas, incentivos para a inovação e exportação, capacitação de mão de obra e classificação diferenciada para produtos reciclados” Para Albano Schimdt, do Simpesc, mais do que um novo mandato, a nova equipe da presidente Dilma e os discursos da vitória nas eleições e na posse indicam enormes desafios à frente, mas que a indústria estará no centro do plano de recuperação econômica. “A indústria química como um todo, e a de plásticos em particular, está inserida nesse contexto, pois fornece insumos para praticamente todos os segmentos industriais. Temos assim uma expectativa que as novas políticas venham a resolver problemas históricos, sobretudo com relação à reforma tributária e dos gargalos de infraestrutura, além de energia e mão-de-obra. Todas essas questões são de longo-prazo e para termos alguma perspectiva de melhora teremos que começar a implementar mudanças o quanto antes”. Para o dirigente, o fato de termos um novo patamar para a taxa de câmbio leva a acreditar que é possível voltar a ser competitivo contra as importações e nas exportações, o que trará novos desafios para as empresas, seja na logística, nos sistemas, na capacidade de adaptar produtos e inovar, mas sobretudo no apoio dos bancos no crédito à exportação e do governo na promoção comercial. Ivânio Arioli, do Simplavi, diz “Esperamos que 2015 seja um ano com um leve crescimento porém o governo tem que fazer sua parte, se isso acontecer teremos uma retomada embora lenta mas contínua”. Jaime Lorandi, do Simplás, diz que dentro da ideia apregoada pela presidente com um novo slogan na cerimônia de posse, realmente espera-se que o Brasil se torne uma pátria educadora. “Uma pátria que ensina e estimula a prática da ética entre seus cidadãos, para que sejam honestos, amem seu país, não roubem, não corrompam, e

não soneguem. Pátria educadora é aquela que tem as empresas mais livres e onde o Estado interfere menos. Pátria educadora combate males com mais educação, ao invés de excessivas leis e controles e um estado gigante e pesado. Que nesta pátria educadora proposta pela presidente seus cidadãos, trabalhadores, empresários, servidores públicos, profissionais autonômos sejam educados a amarem a pátria como pessoas honestas. Principalmente através do exemplo dos seus lideres políticos”. Denise Dybas Dias, do Simpep, lembra que o setor de plástico tem algumas demandas antigas, como a readequação das alíquotas do IPI na compra de resinas que atualmente é de 5% e na venda dos transformados (15% em sua maioria); isenção dos impostos de importação de resinas, manutenção do imposto de importação de produtos acabados; programas que incentivem os investimentos nas indústrias, que deem acesso a tecnologias melhores. Gino Paulluci, da CSMAIP, diz que a equipe econômica anterior sempre ouviu e atendeu a comissão na medida do possível através de medidas pontuais, necessárias, porém insuficientes. “Esperamos que, com a nova equipe econômica, possamos manter um relacionamento pontuado pelo respeito e pela convicção de que temos todos o mesmo desejo: de termos um Brasil de empregos com qualidade, gerando tecnologia, trazendo divisas e somente a Indústria é capaz disto”.

Ministro Levy: primeiras medidas não apontaram para corte de gastos.

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Destaque Foco na Vaidade

Uma indústria

No Brasil, o setor de estética e cosméticos é tido como aquele que não se abala nem diante dos mais frágeis momentos da economia. Ao contrário, registra números que se descolam dos dados gerais. Mesmo enfrentando um desafio real, o aumento da carga tributária já anunciado pelo ministro da fazenda Joaquim Levy, quem atua nos mercados registra bons resultados ano após ano, o que abre ainda mais caminho para o plástico

A

que não reclama 18 > Plástico Sul >>>

vaidade do brasileiro já é conhecida há tempos. Mesmo aqueles que vivem nas condições mais extremas de limitação financeira encontram um jeito de cuidar da aparência. Também o mercado de cirurgias estéticas cresce ano a ano no país, tanto que não faz muito foi anunciado que o Brasil passou os Estados Unidos e assumiu a liderança. Não se pode, no entanto, desconsiderar que muitos estrangeiros vêm ao país atrás do chamado turismo médico. Os dados mais recentes da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) são referentes ao ano 2013. Este balanço aponta que a Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos apresentou um crescimento médio deflacionado composto próximos a 10% aa nos últimos 18 anos, tendo passado de um faturamento "Ex-Factory", líquido de imposto sobre vendas, de R$ 4,9 bilhões em 1996 para R$ 38 bilhões em 2013. Mas tudo isso não pode ser explicado apenas por uma palavra, no caso vaidade. Diferentes fatores se unem naturalmente em favor da indústria da beleza (veja quadro). Após anos de boas notícias, 2015 começa com um desafio. O ministro da fazenda Joaquim Levy anunciou aumento da carga tributária para os


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cosméticos. A ABIHPEC já se mobiliza para tentar barrar a mudança, alegando que este é o 3º setor mais tributado do país. A indústria do plástico também fica atenta à questão, afinal o material tem grande presença em embalagens. Ainda na área de beleza e saúde, o plástico se faz presente em procedimentos cirúrgicos e estéticos através de materiais e também de roupas. A Eastman se insere nas duas frentes. A empresa atua através de especificações e suporte técnico de matérias-primas para a produção de embalagens para cosméticos, produz a linha de copoliésteres chamada de The Glass Polymer, que são matérias-primas plásticas que possuem alta transparência, resistência química e alta resistência ao impacto para os processos de injeção e sopro. Na linha de cosméticos, as aplicações são para tampas de perfumes, frascos para sabonetes líquidos, potes para cremes, maquiagem, entre outros. O gerente de vendas de Plásticos Especiais para o Brasil da Eastman, Jefferson Garbelotti, explica o que o mercado vem demandando em termos de qualidade. “Para nossos produtos foi solicitada a transparência e a resistência ao impacto, assim como a questão da sustentabilidade, isto é, a baixa emissão de CO2/Kg na produção dos copoliésteres”, afirma. Em relação às tendências, a Eastman acredita que a sustentabilidade é e sempre será um tema a ser discutido quando surgem novos projetos na área de embalagens para cosméticos. “As empresas estão preocupadas na redução da pegada de carbono e nossos produtos atendem esse tema”. Apesar dos bons resultados constantes, ele afirma que o mercado brasileiro está amadurecendo e buscando novas matérias-primas para a produção de embalagens para cosméticos. “Nos últimos quatro anos, temos visto um crescimento de dois dígitos nas vendas para esse segmento”, pontua Garbelotti. Americana, a Eastman anunciou recentemente o reforço na área médica para o Brasil através do mercado de seringas, que demanda investimentos em produtos que garantam a segurança dos pacientes e também das clínicas e hospitais, como os transparentes, que permitem melhor visualização do conteúdo e transmitem segurança ao profissional de saúde. Nesse nicho, a busca por resinas livres de bisfenol A (BPA) também é uma tendência, pois são itens que têm contato direto com sangue e fluidos. A europeia DMC Medical é uma das empresas que escolheu o copoliéster Tritan™, da Eastman, para desenvolver sua linha de seringas de alto desempenho e livre de BPA: a NuGen™. O produto oferece maior resistência a substâncias químicas e lipídeos, além de uma transparência como a do vidro. "Ao desenvolver a linha NuGen™, procuramos por um material que oferecesse a gama de benefícios necessários a esses dispositivos e exigidos pela indústria. Encontramos a resposta no Tritan™",

afirmou o CEO da DMC Medical Ltd., Bryan Wixted. "As vantagens trazidas pelo Tritan – especialmente por ser livre de BPA – colocam a DMC Medical na vanguarda do desenvolvimento e distribuição de seringas de qualidade superior". A gerente de Desenvolvimento de Mercado da área de Plásticos Especiais da Eastman, Alessandra Lancelotti, explica que apesar de haver produção local com estas características, grande parte ainda é importada dos Estados Unidos e da Europa. “Por isso, a Eastman vem intensificando seu contato com o setor médico no Brasil. Há uma equipe dedicada para a área de plásticos especiais tanto na área comercial quanto técnica. Alguns desenvolvimentos incluem devices nas áreas de hemoterapia, embalagens médicas e produtos descartáveis, que necessitam de alta resistência a impactos e segurança”, explica. O Tritan™ oferece resistência a produtos químicos e lipídeos aos dispositivos que ficam constantemente em contato com essas substâncias – incluindo desinfetantes agressivos, medicamentos específicos e portadores de drogas terapêuticas. O material também proporciona total transparência, permitindo que os profissionais de saúde enxerguem com facilidade o conteúdo das seringas. Apropriado para a esterilização por óxido de etileno e radia-

Transparência consiste em uma característica muito valorizada neste setor

Por que o setor de cosméticos cresce tanto

*Acesso das classes D e E aos produtos do setor, devido ao aumento de renda. *Os novos integrantes da classe C passaram a consumir produtos com maior valor agregado; * Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho; *A utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento da produtividade, favorecendo os preços praticados pelo setor, que tem aumentos menores do que os índices de preços da economia em geral; *Lançamentos constantes de produtos atendendo cada vez mais às necessidades do mercado; * Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar uma impressão de juventude. Fonte: Abihpec <<< Plástico Sul < 19


Yassuda, da C-Pack, diz que dedicação exclusiva é valorizada no mercado de bisnagas

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DestaqueFoco na Vaidade

ção (raios gama e feixe de elétrons), o copoliéster Tritan™ também traz benefícios para as seringas – já que dispositivos feitos com o material mantêm sua transparência e funcionalidade após a esterilização. O Tritan vem sendo usado para um amplo espectro de dispositivos médicos desde 2009. Como parte de sua oferta, a Eastman empresta seu conhecimento da indústria a fabricantes de equipamentos médicos em cada etapa do processo de desenvolvimento. "Como um colaborador comprometido em polímeros médicos, a companhia utiliza seus conhecimentos da indústria e ampla experiência em design, engenharia e manufatura para ajudar clientes a desenvolver produtos, levá-los rapidamente ao mercado e prosseguir com um forte suporte técnico", declarou Theo Wubbels, gerente de desenvolvimento do mercado médico para Europa, Oriente Médio e África da Eastman Chemical Advanced Materials B.V. Para as seringas NuGen™, a empresa forneceu conhecimentos técnicos para ajudar a DMC Medical em todo o processo de fabricação, e a levar o produto ao mercado com facilidade. "Desde o início desta colaboração, a comunicação, o acompanhamento e o suporte técnico da Eastman foram excelentes. A atenção da empresa com detalhes e a compreensão das necessidades da DMC durante a fase de testes foram muito apreciadas", disse Wixter. A linha NuGen™ está disponível para o mercado global, principalmente para empresas de dispositivos médicos e farmacêuticas que possam incluir as seringas em kits padronizados ou enchê-las previamente com medicamentos específicos.

Foco em bisnagas

A C-Pack, de Santa Catarina, é fabricante de bisnagas plásticas - e suas respectivas tampas principalmente para o segmento cosmético e atua também no segmento farmacêutico (cerca de 25%). Todos os principais players do mercado Brasileiro são clientes da empresa, sendo que alguns deles em 20 > Plástico Sul >>>

caráter de exclusividade, informa Fábio Yassuda, Chief Commercial Officer da empresa. “Até talvez porque a C-Pack dedica-se exclusivamente a esta atividade, distintamente de seus concorrentes onde este tipo de embalagem é mais uma das várias que eles produzem, o mercado vê um diferencial na forma de condução dos negócios, dos projetos, das inovações. Uma empresa com foco específico e especializada no tipo de embalagem que se propõe a fornecer”, comenta. Sobre os produtos, ele diz que na embalagem bisnaga plástica a matéria prima básica não se altera, sendo historicamente o polietileno (PE) a resina dominante neste tipo de indústria. “Pela primeira vez na história da C-Pack (e talvez no mercado brasileiro), será lançada este ano uma bisnaga produzida com Surlyn, uma resina especial com características específicas fornecida pela Du Pont”, ressalva. Em textura, as bisnagas podem ser diferenciadas pelo tipo de verniz aplicado, que pode ser brilhante ou fosco. Observa-se no decorrer dos últimos anos uma pequena tendência de mais utilização do fosco, mas o brilhante ainda segue como preferência geral nos desenvolvimentos. “Interessante observar uma diferenciação nas artes finais enviadas pelos clientes, ou seja, o "design" que será aplicado na ilustração da embalagem, posto que a C-Pack detem todos os processos possíveis para bisnagas, quais sejam, "dry off set", "silk screen" e "hot stamping". Nos últimos anos havia uma tendência de busca por impressões mais coloridas, com imagens, sob certo aspecto ‘pesadas’. Nos últimos meses, observamos uma maior presença de artes simples, mais ‘clean’, com menos cores. Este detalhe não deixa o resultado mais caro ou barato, mas mostra tendências que eventualmente sejam também acompanhadas pela indústria da moda”, afirma. Na decoração Dry off set, as cores da imagem original são divididas e cada cor gera um clichê. O clichê possui o desenho desejado em alto relevo e, após passar pelo tinteiro, transfere a tinta na parte com alto relevo para uma superfície emborrachada. Esta borracha passa por todos os clichés e, após todas as cores terem sido transferidas para a borracha, esta toca a superfície da bisnaga e transfere a arte para a bisnaga. A decoração Silk Screen é um processo de impressão no qual a tinta é vazada – pela pressão de um rodo ou puxador – através de uma tela preparada. E a decoração Hot Stamping é um sistema de impressão utilizado comercialmente para pequenos detalhes ou frases, afim de produzir um efeito metalizado na impressão. A impressão de Hot Stamping não recebe tinta para realizar a gravura, sendo necessário apenas aquecimento para gravar o conteúdo desejado em uma tira de material sintético revestida de uma fina camada metálica. Como uma forte tendência, o executivo da C-Pack destaca o uso de Hot Stamping, antes reservado para produtos de maior valor agregado.


“Com certeza a impressão de um logo, ou uma parte da decoração, com uma fita metálica prata ou ouro, mesmo em substratos que tenham já uma impressão prévia, "clean", estão sendo enriquecidas pelo efeito metálico. Este efeito efetivamente faz o produto se destacar, além de ‘enobrecê-lo’”.

Transparência e flexibilidade

A C-Pack prepara o lançamento neste início de ano do primeiro tubo em Surlyn das Américas, talvez do mundo em escala comercial. É um tubo de altíssima transparência e extremamente flexível que dá características de toque ao usuário distinta de outros tipos de resina. “Lançaremos também o ‘airless tube’ agora em diam 30 (antes disponível somente no diam 35), bem como a versão de tubo oval diam 35, com uma tampa Flip top bi-injeção (já lançado pela C-Pack em cliente no exterior no ano passado). Na versão de tubo oval 40, iremos disponibilizar também a opção de tampa Flip top (antes só disponível na versão rosca), bem como passamos a oferecer no portfólio de diametros a versão diam 25, tanto em monocamada como em multicamada (coextrusada com resina barreira a gases)”. Há ainda outros desenvolvimentos que serão lançados este ano, mas que não podem ser expostos por critérios de confidencialidade com os clientes. No balanço do ano, ele diz que houve um incremento razoável de 2013 para 2014, fruto principalmente do reflexo de capacidade ainda ociosa de investimentos feito nas últimas linhas de produção. “Iniciamos em 2014 um trabalho de revisão de processos que nos permitirá ainda em 2015 ter um ganho de capacidade produtiva que nos permita cumprir todas as expansões de demanda projetada pelos nossos clientes. Felizmente a C-Pack tem identificado corretamente a necessidade dos clientes em termos de inovação, seja em produto, processo, forma de trabalho, atendendo e até mesmo superando a expectativa de seus mercados”, afirma. Ele diz que o crescimento da C-Pack também tem relação direta com o crescimento histórico e constante do segmento cosmético. “Em 2013 pela primeira vez em mais de uma década o crescimento deste mercado ficou aquém dos dois digitos, mas já em 2014 recuperou sua velocidade e mesmo com a crise global e brasileira que abre o ano novo com prenúncios catastróficos, é nossa leitura que o mercado não será afetado diretamente. Algum reflexo poderá haver num clima de extrema recessão, mas aprendemos já de vários planos econômicos, que nos momentos difíceis existe uma busca pela auto estima que permite ao consumidor final socorrer-se na satisfação da melhora da imagem, principalmente no sexo feminino”. A empresa também atende clientes do segmento varejo, bem como de venda direta (porta a porta) e observa compensações entre estes mercados nos

momentos de crise. Num momento de desemprego, a venda no porta a porta tende a aumentar, pois membros da família que não trabalham ou que estejam desempregados buscam reforçar o orçamento da família com uma atividade paralela, ‘nobre’ e, principalmente, legal. “Este balanceamento é muito interessante de ser observado e por mais que a geração da Internet seja hoje parte de um público consumidor expressivo, o ‘face to face’ ainda alavanca muitos negócios no Brasil’, afirma Yassuda.

Plástico Verde avança no setor

Um dos principais produtos da Braskem, que é parte do ideal da empresa, o plástico verde se faz cada vez mais presente no setor de higiene e beleza. A empresa vem anunciando constantemente nos últimos anos a adesão de grandes marcas. O plástico verde é feito a partir do eteno obtido do etanol de cana-de-açúcar. Seu grande diferencial é contribuir para a redução da emissão dos gases do efeito estufa na atmosfera, já que captura gás carbônico durante o seu processo produtivo. Ele também apresenta as mesmas características do polietileno tradicional, ou seja, não necessita de adaptações de maquinário e pode ser reciclado. Para ajudar o consumidor a reconhecer o plástico verde, a Braskem criou o selo ‘I´m green TM’, que garante a origem renovável da embalagem. A Sundown® foi a primeira marca de cosméticos no país no desenvolvimento de embalagens do chamado PE verde. Para a Johnson & Johnson, foi uma grande iniciativa que pode dar origem a outras tantas. “A empresa possui diversas outras atividades ligadas à responsabilidade ambiental como tratamento de efluentes, controle de resíduos sólidos, etc. No que diz respeito a embalagens, possuímos diversos projetos de utilização de material reciclado pré e pós-consumo, mas realmente a utilização da Resina Verde é uma ação inédita da companhia em todo o mundo”, disse Marcelo Scatolini, gerente de grupo de Suncare da Johnson & Johnson. As primeiras embalagens com o novo material chegaram para o verão 2011/2012. A Linha Regular de Protetores e Bloqueadores e a linha de bronzeadores Sundown® Gold foram escolhidas como as primeiras a serem produzidas com a embalagem de matéria-prima renovável A L’Occitane en Provence, marca francesa presente em mais de 85 países, já adotou o produto para uma linha de cuidados corporais. A ideia da multinacional é aumentar ainda mais o uso de matérias-primas renováveis. Na França, a embalagem sustentável recebeu o prêmio Les Oscars de L’Emballage na categoria Novos Materiais, da Emballage Maganize. O plástico verde da Braskem está presente também nas embalagens da linha Panvel Vert. O uso da matéria-prima proveniente do etanol está alinhado com a proposta de oferecer produtos mais sustentáveis, que também contam com diversos ativos com <<< Plástico Sul < 21


DestaqueFoco na Vaidade certificação orgânica ECOCERT. Com a iniciativa, a Panvel tornou-se a primeira rede de farmácias no Brasil com uma linha exclusiva de cosméticos a utilizar o PE Verde. Os itens estão à venda nas filais da rede no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Curitiba e para todo o Brasil através da loja virtual. Esta relação do modelo de embalagem e seu conteúdo também acontece com a Surya Brasil, marca de cosméticos naturais, veganos e orgânicos. Quatro produtos da linha Sapien Women foram lançados com o conceito “Desintoxique sua Beleza” e utilizam embalagens feitas com o plástico verde. Para a Braskem, os novos produtos estão alinhados aos valores da empresa de inovar e melhor servir às pessoas. “O uso do plástico verde proporciona ao consumidor uma solução sustentável para embalagens. A expansão da parceria com a Surya reforça o cuidado da empresa em oferecer soluções para seus clientes”, afirmou Alexandre Elias, diretor de Químicos Renováveis da Braskem.

Precisão e segurança

O Helix Medical Group, da Freudenberg, fabrica exclusivamenteprodutos para as indústrias de dispositivos médicos, farmacêuticas e de biotecnologia.Competências consideradas fundamentais nesses

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mercados são o desenvolvimento eprodução de componentes de alta precisão feitos de silicone e termoplásticos. "A empresa processa termoplásticos técnicos como são os silicones de platina-curada. O silicone de platina-curada é um material muito puro, que é melhor utilizado para aplicações médicas e farmacêuticas", aponta o gerente de marketing René Heilmann. “Helix Medical é reconhecida como uma qualidade e tecnologialíder na indústria. Produtos e aplicações típicos são tubos de silicone e peçasmoldadas para implantes de ouvido, sistemas para tratamento de câncer, dispositivosde cirurgia oftálmica, marca-passos, etc. Em todas essas aplicações, materiais certos e comtodos os certificados médicos e farmacêuticos são necessários, bem como a maisalta precisão e qualidade são obrigatórias”, afirma o gerente. Em 2015, o desenvolvimento de superfícies teráum papel muito importante no Helix Medical, possibilitando modificar a superfície de um produtoa fim de dar uma funcionalidade mais ampla.


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Tendências

Plásticos de Engenharia

& Mercados

Expectativa pela recuperação O setor de plásticos de engenharia refletiu em 2014 o que se viu na economia brasileira como um todo, um momento de baixa. O consumo totalizou 196 mil toneladas, o que representou uma redução de 15,5% em relação a 2013. As primeiras estimativas para 2015 são de crescimento dos produtos demandantes, mas ao mesmo tempo algumas medidas governamentais indicam que o caminho pode ser outro.

O

baixo crescimento econômico e a retração na produção de diversos segmentos em 2014 afetaram a economia como um todo, e no mercado de plásticos de engenharia não foi diferente. Na realização da Copa Do Mundo, a indústria desacelerou em função de um menor número de dias úteis. Após o evento, a economia estagnou, consequência da expectativa em torno das eleições e dos possíveis impactos econômicos a depender do candidato vitorioso. A avaliação é da analista de mercado da consultoria MaxiQuim Tais Marcon Bett. “O consumo de plásticos de engenharia foi bastante afetado por estar relacionado à produção de bens duráveis e semiduráveis, como automóveis e eletrodomésticos, que tiveram importante retração no ano, de 15% e 5% respectivamente. A maior dificuldade de acesso ao crédito bem como o alto custo de produção, refletiram na fraca demanda de tais produtos em 2014”, aponta Tais. O consumo de plásticos de engenharia no Brasil está mesmo fortemente relacionado a setores como automotivo, duas rodas e de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e informática. A oferta no Brasil é majoritariamente realizada através de importação sendo o único canal de fornecimento para a maioria das resinas em questão. Tais características são algumas das quais tornam esse mercado peculiar em termos de preços praticados e demanda no Brasil. Com foco nessas particularidades, a MaxiQuim está lançando O MaxiQuim Market Report–

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Plásticos de Engenharia, uma publicação mensal que tem como objetivo principal prover uma análise do mercado brasileiro de plásticos de engenharia selecionados: ABS, PC, PA6 e PA66, POM, PBT e PMMA, no âmbito do comportamento dos preços e da demanda no Brasil, sendo uma ferramenta para os players no negócio de plásticos de engenharia. São fornecidas análises dos dados como faixa de preços praticados, evolução e tendência de preços domésticos, bem como monitoramento dos volumes e preços FOB de importação. Além disso, são analisados indicadores conjunturais e setoriais que são fortemente relacionados com o negócio. Considerando o consumo total de plásticos de engenharia e de poliolefinas em 2014 (4.209 mil toneladas), os plásticos de engenharia correspondem a aproximadamente 5% do total, incluindo o ABS, PA, PMMA, POM, PC, PBT. “O consumo de plásticos de engenharia em 2014 totalizou em 196 mil toneladas, o que representou uma redução de 15,5% em relação a 2013. Não houve destaque positivo, todos os materiais tiveram retração no consumo superior a dois dígitos”, diz Tais. A maior redução foi verificada para o policarbonato, em torno de 30% em relação a 2013. Nesse produto, além da redução no principal segmento demandante (automotivo), outro importante segmento demandante está deixando de existir, o de mídias eletrônicas, como CDs e DVDs, que estão sendo substituídas por outras tecnologias como USB, etc. Ela diz que para 2015, as perspectivas são de recuperação do mercado, de forma geral, para todas as resinas, à exceção do PC, que tem seu mercado diminuído, conforme detalhado. “As primeiras estimativas para 2015 são de crescimento na produção dos demandantes, como da ANFAVEA (automóveis), de 4,1% para 2015, e de 2% da ABICICLO (duas rodas). Porém, ao longo do ano é que se terá uma melhor visibilidade do desempenho, uma vez que medidas de estímulo, como a redução do IPI, estão sendo retiradas, além de aumentos de impostos e energia elétrica, de forma que ainda não se conhece o real impacto desse novo cenário ao longo da cadeia”, explica. O presidente da Almaco- Associação Latino Americana de Materiais Compósitos, Gilmar Lima, diz que 2014 foi um ano de mudança de regras constantes e um aumento significativo do custo Brasil. “Esses custos são afetados por vários motivos, do baixo investimento em infraestrutura a leis trabalhistas e ambientais confusas e que penalizam as empresas que trabalham com boas práticas. O que


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foi positivo é que tivemos que criar novos nichos de mercado e investir pesadamente em capacitação, inovação e gestão”. O balanço para a Almaco indica crescimento bem menor que os anos anteriores, mas, em relação aos demais segmentos e ao PIB do Brasil, um desempenho melhor. Esse pequeno crescimento, que deverá ficar entre 2.5 e 3%, foi sustentado pela Energia Eólica e Construção Civil. Em 2014, fatos relevantes marcaram a instituição, como a consolidação da ALMACO Argentina e a criação da ALMACO Colômbia ; formatura de mais uma turma de pós-graduados em Compósitos em Joinville, Santa Catarina; seminários e cursos focados em capacitação técnica e de gestão; inicio da criação do Projeto Nacional de Logística Reversa para Compósitos; e a aliança estratégica com a *JEC (Jornada Europeia de Compósitos) para a organização da COMPOCITY 2015. Lima avalia os diferentes setores que o segmento atende. “Tivemos um bom desempenho na Construção Civil, em função da criação de soluções para novos nichos de mercado. Segmento Eólico, em função dos contratos fechados no Brasil, teve um desempenho também muito bom. Os tubos de compósitos, em função dos problemas de abastecimento de água, tiveram uma evolução significativa. Os postes elétricos também estão ganhando espaço, mesmo com custo superior de produto, mas começa a ser competitivo quando se analisa o custo total incluindo implantação”. Lima acredita os dois próximos anos serão de muitas dificuldades e crédito limitado, por isto a gestão financeira das empresas será prioridade. Será preciso focar ainda mais em capacitação, inovação, novos nichos de mercado, investimento em sustentabilidade, gestão eficiente e reorganização da forma

de pensar. “A nossa demanda é simples, ter um Brasil mais justo que não favoreça apenas alguns setores e que tenha uma política tributária que nos permita continuar competindo. Precisamos também de um aumento sério em infraestrutura, pois o nosso custo logístico é um absurdo, energia, saúde e educação”.

Lima, da ALmaco, acredita os dois próximos anos serão de muitas dificuldades e crédito limitado

Fornecedores atentos aos desafios

O ano de 2014 foi muito complicado para todo o setor industrial brasileiro, incluindo a cadeia automotiva e seus fornecedores diretos e indiretos, o que afetou os negócios principalmente no primeiro semestre, informa o diretor da Solvay Plásticos de Engenharia para as Américas, Marcos Curti. “Tivemos um ano atípico com realização de evento internacional seguido de um período de eleições, que acaba-

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Tendências

Plásticos de Engenharia

& Mercados

ram provocando a redução da atividade econômica no País, além do fato de a economia internacional também passar por um período de ajuste. O segundo semestre foi um pouco melhor. Esperamos que em 2015 o ambiente de negócios ganhe mais confiança a partir da aplicação das medidas de ajustes que estão sendo divulgadas pelo governo federal”. A Rhodia, empresa do grupo Solvay, é líder sul americana na produção e comercialização de plásticos de engenharia de poliamida. Oferece ao mercado um amplo portfólio de tecnologias e produtos para peças para a indústria automotiva, de eletroeletrônicos e produtos industriais de consumo (consumer industrial goods). A unidade global de negócios plásticos de engenharia representa em torno de 7% do faturamento mundial do grupo Solvay, que é em torno de 10 bilhões de euros por ano. E o principal segmento de atuação dos plásticos de engenharia da empresa é da indústria automotiva, que responde por cerca de 60% do faturamento dessa unidade de negócios. A atenção às más notícias no setor brasileiro de automóveis, que vem apresentando vendas baixas e demissões e a retirada de estímulos ao consumo (IPI), é, naturalmente, essencial. “Temos de ficar mais atentos à conjuntura do mercado, em especial do segmento automotivo, que é o mais significativo para os plásticos de engenharia. Esse é o nosso desafio para 2015: trabalhar mais para encontrar oportunidades de crescimento mesmo diante de um cenário macroeconômico complexo”, afirma. As principais marcas da empresa são Technyl e Technylstar, que oferecem uma ampla gama de produtos e ganharam novas aplicações em 2014. Para Curti, não houve um composto que se destacou neste ano, mas é visível a evolução de produtos com alto teor de reforços, o que confirma uma nova onda de substituição de metais. Ele faz algumas previsões. “No caso dos plásticos de engenharia, trabalhamos com perspectivas de ligeiro crescimento no consumo de termoplásticos em 2015, tendo em vista o lançamento de novos modelos de veículos com maior conteúdo de plásticos de engenharia. Na área de eletroeletrônicos não se visualiza grandes melhoras no cenário atual. O excesso de capacidade mundial e a competitividade de custos continuam a afetar a produção regional”.

Ano de alternâncias

Para a Químicos e Plásticos, o ano de 2014 foi de muitas alternâncias. “A Copa do Mundo acabou sendo um ponto negativo, pois tivemos menos dias produtivos, o que impactou muito nas vendas de julho”, diz a gerente de vendas Rita Rodrigues. A desvalorização do Real foi um impacto 26 > Plástico Sul >>>

difícil de ser absorvido, porém ela acredita que acabou dando um fôlego para os clientes da empresa que estavam sendo muito pressionados por preços de componentes muito abaixo dos custos locais, a moeda acabou ajudando na retomada de alguns negócios. “Não fechamos nosso balanço ainda, mas podemos comemorar um crescimento de vendas e uma melhora no portfolio de produtos o que ajuda na distribuição das vendas”. A Químicos e Plásticos é uma empresa focada na distribuição e produção de Plásticos de engenharia e Alto desempenho e seus materiais tem abrangência em todos os segmentos de mercados, tais como automotivo , eletrodomésticos , construção civil, médico-hospitalar , Agricola , embalagens etc. O plástico de engenharia é responsável por 85% do negócio. Com um vasto catálogo, em 2014 a Químicos e Plásticos trouxe para a linha uma série de produtos de alto desempenho que tiveram forte impacto no faturamento, entre eles Alcom LB, Alcom LD, Altech PP-NXT , T – Condutivo, E – Condutivo, Shelfplus, PA6.10, TPV, PARA, PPA, PSU, PVDF, TPE. Neste ano, ABS, PA66 , PC , POM , PBT se destacaram. Sobre o setor automotivo e suas fragilidades, ela diz que “Com certeza, o ano de 2015 será muito delicado, não acreditamos em uma recuperação dos patamares de vendas do mercado automotivo, porém acreditamos que alguns componentes importados passarão para produção local e também o mercado de peça de reposição deve ganhar um fôlego”. Em um balanço de 2014, o gerente geral da distribuidora Entec-Ravago, Osvaldo Cruz, diz que sempre há algo positivo, mas infelizmente o negativo foi muito mais significativo. “As dificuldades da economia brasileira com o PIB próximo de Zero, a indústria no geral crescendo negativamente -3,5%, a indústria automotiva com – 14% na sua produção , eletrodomésticos , linha branca - 4%, afetaram demais o negócio da distribuição de plásticos de engenharia em 2014”. Os plásticos de engenharia têm participação de 10% dos negócios. O setor automobilístico é importante para a Entec- Ravago e o panorama complicado afeta em perda de volumes de vendas e vendas com baixa qualidade de margem financeira. Mas a empresa atende diferentes segmentos, com o PA6 e PA66, PC, PBT, POM, PETG, ABS, SAN, PMMA atua em Automotivo, Linha Branca, Eletroeletrônico, calçadista, óculos, ventiladores, entre outros. Os produtos que se destacaram no período foram PA66, POM, PBT, graças ao interesse dos fornecedores em crescerem em alguns tipos dessas famílias, então direcionaram esforços técnicos e comerciais que deram resultados positivos, levando ao aumento das vendas.


Corrêa, da Belsul, "O shale gás tem a mesma idade do Pré-Sal e nos Eua já são 4 mil empresas operando”

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Belsul: mercado global

E

m uma estimativa de balanço anual, em novembro de 2014, o presidente da Belsul Sérgio Sanches Corrêa, estimou a movimentação de 50 mil toneladas de produtos químicos e petroquímicos contra 45 mil em 2013. A empresa, que teve origem em Porto Alegre nos anos 1990 para prestar serviços ao Polo gaúcho, oferece mais de 50 tipos de produtos entre resinas e químicos, além de serviços como importação, exportação, trading e logística. A sede se mantém em Porto Alegre, onde estão os departamentos financeiro, marketing e corporativo, mas a Belsul conta com um centro de distribuição no Paraná e atuação nos Estados Unidos e na Ásia, tendo iniciado a internacionalização em fins de 2013. Nesse processo, não há como não sentir os entraves presentes na rotina de negócios no Brasil. “Nos Estados Unidos, liberam um contêiner em 24h e os impostos são pagos 30 dias depois que o produto está no armazém. No Brasil, pagamos o imposto quando chega o produto e levamos de 5 a 35 dias para liberar um contêiner. O Eua facilitam o suprimento industrial, no Brasil há uma preocupação do governo em fiscalizar tudo, como se a empresa buscasse brecha para burlar”. O mesmo se dá com os desenvolvimentos. “O shale gás tem a mesma idade do Pré-Sal e nos Eua já são 4 mil empresas operando”, comenta. A possibilidade de aproximação desta realidade motivou a expansão. “É

sempre importante ter a visão do que acontece fora das fronteiras. Como operamos com grandes grupos internacionais, víamos as revoluções em química e petroquímica”. Fazer parte do shale gas foi um motivador, assim como acordos de comércio com países da Ásia apontavam que a região era dinâmica e seria interessante participar. Para o novo mandato do governo federal, Corrêa disse que a sensação na ocasião (novembro) era de apreensão com otimismo, “mas a apreensão paralisa e o cliente sabe que o horizonte é difícil”. Ele torce para que o governo não tome medidas protecionistas, pois estas em matérias primas e insumos tornam a indústria decrescente. “Nunca foi muito sofisticada, mas se via um avanço”, diz.

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Feedback

Poliestireno: DIVULGAÇÃO

atenção aos números

Schmidt "Existe potencial em todas as áreas em 2015, mas o ano será desafiador"

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O

consumo de poliestireno apresentou queda em 2014, próximo a 2,5% na comparação com o realizado em 2013, segundo estimativas da consultoria Maxiquim. Em 2014, o consumo foi próximo a 366 mil toneladas. A produção apresentou queda de cerca de 5%, as importações caíram na faixa de 3% e as exportações verificadas foram significativamente menores que em 2013, cerca de 30%. “O mercado de uma forma geral apresentou queda, e isso ocorreu também nos principais setores demandantes de poliestireno, como o de eletrodomésticos. A previsão inicial era que o setor de descartáveis, importante consumidor de poliestireno, apresentasse uma forte demanda em 2014, em razão da Copa, porém isso não foi observado e, consequentemente, o consumo no ano foi menor do que o previsto anteriormente”, afirma a analista de mercado da Maxiquim Marta Loss Drummond. A previsão para 2015 é de um ano difícil, onde o governo fará ajustes nas contas, influenciando toda a cadeia. A estimativa para o consumo de poliestireno é que esse permaneça praticamente estável, com crescimento inferior a 1%. No ano que passou, o mercado vivenciou a finalização da aquisição da Innova pela Videolar com a aprovação da transação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica. A compra da Innova pela Videolar ainda não trouxe grandes consequências para o mercado, segundo Marta. “As empresas ainda operam com CNPJ’s diferentes, sendo a Videolar a controladora. Produzem alguns grades semelhantes, a tendência é que a produção se segmente. As empresas estão localizadas em extremos opostos do Brasil, a produção deve ser organizada a fim de melhorar a eficiência logística”, analisa. Sobre o volume de resina disponível, esse não deve apresentar variação, pois não há expectativa de aumento de capacidade da Videolar ou Innova. “Já a Unigel, outro player de PS no Brasil, pretende voltar a operar uma de suas unidades de São José dos Campos, disponibilizando maior volume de poliestire-

no aos consumidores”, diz. A aquisição da Innova pela Videolar é importante, pois a Innova é produtora da matéria-prima estireno, que é atualmente importado pela Videolar. “Essa importação deve seguir ocorrendo no curto prazo, em razão também da distância para transportar o estireno no Brasil, porém os volumes importados poderão diminuir”, explica Marta.

Termotécnica busca diversificar

A Termotécnica, maior indústria transformadora de EPS da América Latina e líder no mercado brasileiro deste segmento, começou o ano de 2014 como a maioria das empresas, na dúvida diante de um cenário de incertezas. No balanço final, houve uma redução de 2% em volume em relação a 2013, principalmente devido aos impactos e incertezas advindos da Copa do Mundo e das Eleições. “Em uma economia aquecida, empresas de qualquer segmento têm condições de se desenvolver mais e de crescer. Não é o que temos vivido no Brasil nos últimos anos. Segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), a Linha Branca teve queda de 4% na venda ao varejo em 2014 em relação ao mesmo período de 2013. Dados da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), no comparativo de novembro de 2013 à novembro de 2014, informam que a Linha Marrom teve uma queda de 15% nas vendas, embora tenha aumentado a produção em relação ao ano anterior”, aponta o presidente da Termotécnica, Albano Schmidt. Ele diz que para as empresas se posicionarem e crescerem neste cenário adverso é preciso buscar diferenciais e alternativas, com agregação de valor, com novos produtos. “A Termotécnica fez a lição de casa e procurou entrar em outros segmentos buscando novos clientes, com novas aplicações para o EPS, o que minimizou a queda sofrida em setores compradores importantes como as linhas Branca e Marrom”. A empresa já tem como característica a


Ações e frutos

Em 2014, a Termotécnica recebeu o reconhecimento de um importante grupo avaliador para qualquer empresa. A partir de uma pesquisa realizada pelo Guia Você S/A, da Editora Abril, que ouviu os colaboradores, conquistou visibilidade nacional

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diversificação. Produz soluções para Construção Civil, Embalagens e Peças Técnicas, Conservação, Agronegócios e Movimentação de Cargas. Aos 53 anos, sua trajetória é marcada pelo empreendedorismo e desenvolvimento tecnológico. Para o presidente, existe potencial em todas as áreas em 2015, mas o ano será desafiador. “Eu acho que o ano de 2015, especificamente, deve ser um ano muito difícil. Para nós, uma concorrência muito acirrada. Nós vamos ter que procurar novos caminhos, novas aplicações. Um segmento muito forte é essa área de frutas, de produtos que necessitem de acomodação, acondicionamento e refrigeração. A área de construção civil deve crescer muito. Nós já estamos com toda a documentação necessária para aprovação junto aos órgãos de financiamento, Caixa Econômica, Banco do Brasil. Isso foi consolidado este ano e a gente espera colher os frutos disso agora nos próximos anos”.

figurando entre as 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar no Brasil. “Iniciamos 2014 repleto de dúvidas e incertezas. Sabíamos que seria um período difícil para o mercado e para a economia brasileira, também por causa das eleições e da Copa do Mundo. Mas

Termotécnica figura em ranking das melhores empresas para se trabalhar no Brasil

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Feedback chegamos ao fim deste ciclo verdadeiramente orgulhosos diante dos vários exemplos de superação da Termotécnica. Conquistamos vitórias importantes e inéditas em 2014”, comenta Schmidt. Em maio, os colaboradores participaram de um sorteio que levou oito deles, nos meses de junho e julho, com acompanhante, para assistir os jogos da Copa do Mundo, o que evidencia a atenção ao público interno em ações de todos os tipos. O constante fortalecimento da cultura da qualidade, segurança e melhoria contínua garantiu a Recertificação ISO 9001 e foi pauta dos eventos que conscientizaram os colaboradores para a importância destes itens. Foi inaugurada a nova fábrica, sede própria, em Petrolina (PE) e - com o objetivo de prospectar negócios e se aproximar dos clientes do Vale de São Francisco – realizado o Workshop DaColheita. “Apresentamos os novos produtos e fortalecemos a proposta de valor da empresa. Logo depois, superando nossas expectativas, a linha DaColheita foi cadastrada ao Save Food, uma iniciativa da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO)”, explica o presidente Schimidt. A reciclagem teve destaque nacional

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em 2014 com a formalização da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal que entrou em vigor no mês de agosto. Schmidt lembra que desde 2007, com o Projeto Reciclar EPS, a Termotécnica já atende todas as normas desta Política e, em 2014, o projeto ainda foi ampliado com o a criação do Portal Reciclar EPS. O lançamento da segunda edição do Relatório de Sustentabilidade foi outro momento importante, onde a empresa documentou suas ações e destacou 2013 como um ano de grandes avanços. O Monoforte foi destaque na construção de escolas, em Manaus (AM), casas em São Paulo (SP) e um hotel, em Palmas (TO). “Nossa meta agora é olhar para frente. Teremos dificuldades, é claro. Nossa preocupação chega inclusive aos problemas iminentes - como as alterações do clima, a falta de água e o racionamento de energia elétrica que podem afetar o processo produtivo brasileiro”, diz Schmidt.


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Artigo

Por Antonio Dottori*

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Você ainda vai ter uma...

Início da década de 80, alguém disse: câmera fotográfica digital, VOCE AINDA VAI TER UMA... atualmente digo, MÁQUINA PARA TRANSFORMAÇÃO DE PLÁSTICOS COM ACIONAMENTO ELÉTRICO, você ainda vai ter uma.

Q

ue economizar energia é preciso todos sabemos, vivemos em um mundo cada vez mais competitivo, mas, como fazer? Vamos abordar as MÁQUINAS, sejam injetoras, sopradoras, extrusoras, etc. Historicamente as injetoras nasceram de movimentos feitos a partir da força do homem através de alavancas, que quando mal posicionadas davam um “contra golpe” similar a um “coice de mula” e as vezes “acertavam” o operador, que saindo mancando com o “coice da mula” deu origem a “mula manca”. A hidráulica evoluiu e as máquinas cederam das alavancas para os cilindros

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movidos a óleo hidráulico, sempre com altas pressões geradas e nem sempre totalmente utilizadas, desperdiçando energia elétrica. Mas o que interessava era o movimento, não o consumo. Media-se o desempenho de uma injetora pela força de fechamento em toneladas métricas e potência instalada. As preocupações em redução de consumo vieram na década de 1980 com máquinas movidas com bombas hidráulicas variáveis em função da necessidade do movimento e foram aperfeiçoadas na década de 1990, com máquinas híbridas, plastificação elétrica e acionamento elétrico direto na rosca. Hoje, anos 2000 temos o motor variável em uma bomba fixa (servo motor) e a redução de preço das máquinas totalmente elétricas, (All Electric Machine, IMM). Desta evolução nascia a economia de energia na casa de 60 a 70% em relação a um mesmo trabalho de injeção. Mas os custos do servo motor aliados a um desconhecimento de operação e manutenção levaram a uma evolução mais lenta no assunto. Desta forma, as máquinas elétricas não decolaram, principalmente no Brasil e América Latina. A nossa “escola de injeção” é mais EUROPÉIA, menos EUA/Asiática, onde a evolução destas máquinas foi mais rápida. Os europeus buscavam na hidráulica o desempenho do servo motor nos acionamento diretos, colocando o servo nas bombas, máquinas híbridas, etc. Hoje no Japão, Coréia do Sul e EUA, as máquinas comercializadas por ano para transformar por injeção são o inverso em termos de acionamento das máquinas comercializadas no Brasil, ou seja, lá são 80 a 90% ALL ELECTRIC MACHINE contra 10 a 20% de máquinas hidráulicas, inverso daqui onde ainda temos perto de 10 a 20% de máquinas elétricas e o restante de hidráulicas. Mas aqui no Brasil e América Latina estes números já foram menores, as elétricas faziam parte de uma elite de empresas com aplicações específicas, perto de 2% do mercado apenas.

Porque resistimos tanto?

Paralelo a evolução da máquina elétrica, a hidráulica também evoluiu, porém longe de ser tão eficiente quanto a elétrica. A hidráulica chega hoje em seus limites, ficando apenas em aplicações especiais com acumulação em que altíssimas velocidades lineares são desejadas. Tais aplicações deram “mais uma sobrevida” a hidráulica, associada a uma cultura de operação e facilidade de


manutenção, a um custo menor, à maior opção de marcas e modelos, etc. Estes fatores fazem com que ainda no Brasil a máquina hidráulica seja a mais comercializada. Mas este conceito esta mudando e migrando.

Mudando para que?

Cada vez mais temos transformadores utilizando máquinas elétricas. Migração para onde? Para outros tipos de máquinas com,o por exemplo, sopradoras (com acionamento dos carros dos moldes hoje hidráulicos para elétricos) e extrusoras, com motores elétricos acionando diretamente a rosca. Então temos uma tendência forte no decorrer desta década para o final dela. Vamos no ano de 2015, de 4 a 8 de maio, no Anhembi, em São Paulo, visitar a FEIPLASTIC, maior evento de fabricantes de máquinas para plásticos na América do Sul. Guardem esta informação: Os Senhores Verão um grande número de fabricantes expondo máquinas elétricas, inclusive da “escola européia” cedendo às tecnologias usadas nas máquinas asiáticas e americanas. Ou seja, nesta FEIPLASTIC ou nas edições de 2017

e 2019, você ainda vai ter uma ALL ELECTRIC MACHINE, seja injetora ou sopradora. * Antonio Dottori, Especialista em injeção de termoplásticos, atua na área fazem 40 anos, ex Técnico de Processos na ARNO SA, ex Professor Centro Nacional de Tecnologia Mario Amato, ex Gerente Técnico em Indústrias ROMI S A, Conselheiro da ABPol eleito, Vice Presidente CSMAIP, ABIMAQ, São Paulo, Câmara Setorial da Indústria de Máquinas para Plásticos, atualmente Engenharia de Aplicação Pavan Zanetti Industria Metalúrgica Ltda. em Americana SP, fabricante de sopradoras e comercialização de injetoras, injectionblow, sopro PET. Dois trabalhos expostos no Congresso Brasileiro de Polímeros, Palestras diversas sobre máquinas injetoras, Green BeltLeanSix Sigma Projects, estágios e trabalhos em vários países da América Latina (Argentina, Chile, Venezuela), USA, Alemanha, Portugal, França, Itália.

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no Verde

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Foco

Ônibus abastecido com biometano é apresentado no RS

Um ônibus (foto acima) abastecido com biometano (GNVerde) foi apresentado no Rio Grande do Sul em um programa em que a Braskem está. A ação, que busca comprovar a viabilidade do uso deste gás ecológico, não fóssil e renovável, como alternativa de abastecimento para o transporte coletivo nas grandes cidades, é resultado de uma parceria entre a Companhia de Gás do Estado (Sulgás), Scania, Braskem e Consórcio Verde Brasil (Ecocitrus e Naturovos). Os resultados técnicos preliminares e detalhes do projeto foram apresentados na Braskem, em Triunfo (RS). O ônibus Scania Euro 6, que possui tecnologia e motor especial movido a gás e que já é referência na Europa e América Latina, está sendo abastecido com o GNVerde produzido pelo Consórcio Verde Brasil (Ecocitrus e Naturovos) em Montenegro. Diariamente, o veículo realiza uma rota demonstrativa no Polo Petroquímico de Triunfo, com apoio da Braskem. A iniciativa conta ainda com a parceria da Univates, que monitora a performance do veículo com o combustível. Marca exclusiva da 34 > Plástico Sul >>>

Sulgás para o gás biometano que terá distribuição no estado do Rio Grande do Sul, o GNVerde é um combustível alternativo e 100%renovável, que já está sendo testado em veículos leves desde 2013. Produzido a partir da transformação de resíduos orgânicos em um gás equivalente ao gás natural, o GNVerde possui alto teor de metano (acima de 96,5%). A Sulgás aguarda regulação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para iniciar sua comercialização.

Tecnologia Scania - O ônibus Scania tem 15 metros decomprimento, com dois eixos direcionais e capacidade para até 120 passageiros.As características do motor Scania Euro 6 a gás permitem que o veículo rode não só com biometano, mas também com Gás Natural ou a combinação de ambos. Antes de chegar ao Brasil, o ônibus Scania passou pelo México e pela Colômbia, sempre abastecido com GNV. Em Bogotá, foi testado em condições extremas: altitude elevada, baixa pressão atmosférica, tráfego pesado e ladeiras. A próxima cidadea receber a demonstração do ônibus será São Paulo.


ALMACO lidera programa de logística reversa

A Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO) lidera um programa cujo objetivo é viabilizar a logística reversa de peças de compósitos. A iniciativa acontece no Paraná, estado pioneiro na implantação desse tipo de acordo entre o governo e a iniciativa privada.“Após a reunião que tivemos com o secretário do meio ambiente, ficou acertado que a ALMACO tem até 120 dias para apresentar um plano que possibilite a logística reversa de peças de compósitos”, afirmou Paulo Camatta, gerente executivo da associação. Para apoiá-la nesse projeto, a ALMACO conta inicialmente com a participação da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (FABUS) e de diversas empresas que integram a cadeia produtiva dos materiais compósitos, a exemplo de Caio, CPIC, Comil, Devolva, Embrasat, Fiberbus, Jushi, LORD, Marcopolo, Mascarelo, Morquímica, MVC, Neobus, Owens Corning, Petrofisa, Reichhold e Tecnofibras. “Estamos buscando o apoio de mais empresas e associações, caso da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM). Em linhas gerais, a ausência de uma estratégia consistente de logística reversa resultará em punições aos responsáveis e corresponsáveis pelo descarte, daí porque é fundamental que tenhamos o auxílio do maior número possível de players que, de alguma forma, atuam num setor tão versátil como o de compósitos”, ressalta Camatta.

Equipamento reduz consumo energético de planta da Braskem

Em abril de 2014, a Braskem realizou uma parada geral de manutenção em três de suas unidades industriais no polo petroquímico de Triunfo (RS) – Aromáticos, Olefinas 1 e Butadieno. Neste período, a área de engenharia da empresa aproveitou para efetivar a instalação de um novo equipamento na planta de Olefinas, chamado de Vapor Flute, com oobjetivo de reduzir o consumo energético e elevar

o aproveitamento de matéria-prima da planta (nafta). Os resultados já alcançados são expressivos: foi possível reduzir 4,4 megawatts/hora no consumo de energia elétrica, o equivalente ao gasto médio de aproximadamente 10 mil famílias. A demanda de vapor também foi reduzida em 22 toneladas/hora, economizando 1,6 t/h de óleo combustível, tornando o processo mais sustentável. “Em valores anualizados, jáforam apurados ganhos financeiros na ordem de US$ 18,5 milhões com a instalação do equipamento”, afirma Aloísio Azevedo, gerente de Engenharia de Processo da Braskem. Outro benefício registrado pelo uso do Vapor Flute é a redução de emissão de 1,44 t/h de gás carbônico para a atmosfera. Tecnologia desenvolvida pela empresa franco-americana TechnipStone & Webster, o Vapor Flute é instalado internamente nas torres de destilação da planta, e tem como principal função aumentar a capacidade e a eficiência dos processos de separação, preservando o casco dos equipamentos originais. Olefinas 1 foi a primeira unidade do país a instalar este equipamento, segundo a Braskem, que diz ainda que no mundo, apenas outras três plantas petroquímicas utilizam essa mesma tecnologia. “Em função dos bons resultados alcançados, estamos avaliando a possibilidade de instalarmos o mesmo equipamento na plantade Olefinas 2, em Triunfo, durante a parada de manutenção em 2018”, revela Azevedo.

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de Notas FOTOS: DIVULGAÇÃO

Bloco

K2016 recebe inscrições

A próxima edição da maior feira do setor fica mais perto com a virada do ano. Os documentos de inscrição da K2016 estão disponíveis a partir deste mês de janeiro. O formulário digital pode ser usado em www. k-online.com. Para todas as empresas que desejam participar na K 2016, a data-limite de inscrição é 31 de maio de 2015. Werner Matthias Dornscheidt, Presidente e CEO da Messe Dusseldorf, e sua equipe estão ansiosos para a resposta do expositor:"Depois de meses cheios de preparação, nós estamos agora mudando para a fase ativa. Estamos novamente esperando uma presença abundante", comentou no final de 2014. As exposições de empresas na K 2016 serão complementadas por uma mostra especial que ilustra as possíveis utilizações de plásticos esuas propriedades diversificadas bem além dos dias de hoje. Outros destaques do programa de acompanhamento da K 2016 serão o Campus Ciência, o campo da fabricação aditiva e o pavilhãoPEPSO. Empresas que expuseram em 2013 podem logar-se com os seus dados de acesso existentes. Expositores pela primeira vez são convidados a escolher o tipo e tamanho do stand e informar o que estarão expondo com base em categorias de produtos.

Cromex vai gerenciar a distribuição de Ultra Purge no Brasil

A Cromex, líder no mercado brasileiro de masterbatches e atuando também na distribuição de termoplásticos, assina parceria com a Moulds Plus International, fabricante do composto de purga Ultra Purge, para gerenciar a distribuição do produto no Brasil. Segundo Graziano Pestarino, presidente da Moulds Plus International USA, a parceria com a Cromex se deu uma vez que a empresa é a maior produtora de masterbatches de cores no Brasil, bem como uma forte distribuidora de resinas plásticas, com uma extensa rede de vendas. O executivo acredita que a parceria com a Cromex vai dar ao Ultra Purge uma exposição adequada no mercado brasileiro. “Esse mercado será, em breve, uma parte muito importante do nosso negócio e o segmento local de plásticos vai se beneficiar do uso da nossa tecnologia inovadora de purga, tornando-se mais competitivo tanto internamente, quanto internacionalmente” afirma Pestarino. A Moulds Plus International irá produzir o Ultra Purge na sua sede em Villalvernia, Itália, e exportar as variedades do composto para a Cromex no Brasil. Para Marcos Pinhel, diretor comercial da Cromex, essa nova parceria vem referendar a atividade de distribuição da empresa, que vem ganhando mais espaço no mercado. “Em dois anos que assumimos essa atividade, a Cromex tem dado importantes passos no sentido de aumentar sua capilaridade e melhorar a sua competitividade no mercado de distribuição, o que tem se firmado com parcerias como essa”, diz o executivo.. 36 > Plástico Sul >>>


Braskem faz uso de robô de demolição

A Braskem/RS inovou ao utilizar um robô de demolição em serviços ligados à construção civil. A solução foi adotada na obra de uma nova subestação na área de Utilidades da unidade. O robô derrubou a estrutura da antiga subestação instalada no mesmo local e, além de ter realizado o trabalho em menos tempo do que o previsto na forma tradicional, trouxe uma série de ganhos em segurança. O robô traz como vantagens a diminuição da exposição ao risco, eliminação da necessidade do uso de andaimes e maior produtividade, incluindo a possibilidade de trabalho em dias de chuva. O serviço com este robô foi uma iniciativa da parceira HP Engenharia,que assim como as demais fornecedoras de serviços no RS, está ciente de que investir em soluções eficientes, criativas, que contribuam com a segurança das pessoas e que aumentem a produtividade faz parte da cultura Braskem.

Segurança para matérias-primas

O Centro de Tecnologia eInovação (CTI) da Braskem, localizado no polo petroquímico de Triunfo, investiu R$ 1 milhão em um novo cromatógrafo de fase líquida com detecção de massa, conhecidocomo LC-MS. O aparelho permitirá a identificação de substâncias existentes nas matérias-primas ou polímeros cuja presença pode ter restrições legais, regulamentares ou que interfira no desempenho do processamento. “A aquisição deste equipamento é um importante passo na consolidação do CTI como um centro de investigações tecnológicas. Estamos aptos a identificar substâncias em teores muito baixos, da ordem de partes por bilhão”, afirma Paulo Cezar Santos,coordenador do Laboratório de Cromatografia do CTI. <<< Plástico Sul < 37


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Anunciantes

Agenda

Brasfixo / Página 27 Cromex / Página 13 Cromocil / Página 22 Digitrol / Página 37 Eletronacional / Página 35 Feiplastic / Página 31 Help Injetoras / Página 29 Innova / Página 40 Kie / Página 29 Matripeças / Página 28 Multi-União / Página 28 Replas / Página 23 Shini / Starmach / Páginas 2 e 3 Tec Engineering / Página 22 Teck Tril / Página 25

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Orlando (EUA)

Agende-se para 2015 39 Fimec- Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes 17 a 20 de março – 13 às 20h Fenac, Novo Hamburgo, RS www.fimec.com.br NPE 23 a 27 de março Orlando, Flórida, Usa www.npe.org Feiplastic – Feira Internacional do Plástico 4 a 8 de maio de 2015 - 11h00 às 20h00 Anhembi – São Paulo - SP (Brasil) www.feiplastic.com.br Chinaplas -The 29th International Exhibition on Plastics and Rubber Industries 20 a 23 de maio -09h30 às 17h00 Guangzhou, China www.chinaplasonline.com Plastech Brasil – A feira do Plástico, da Borracha, dos Compósitos e da Reciclagem 25 a 28 de agosto – 14h às 21h Caxias do Sul – RS www.plastechbrasil.com.br Mercopar 6 a 8 de outubro – 14h às 21h Caxias do Sul – RS www.mercopar.com.br


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