<<< Plรกstico Sul < 1
2 > Plรกstico Sul >>>
<<< Plรกstico Sul < 3
Editorial DIVULGAÇÃO
Expediente JuLho / Agosto de 2017 - Ed. Especial
Conceitual Brasil - Jornalismo Total www.revistaplasticosul.com.br Fone: 51 3407.0179 editora@conceitualpress.com.br
Por ações concretas e conscientização
Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves DRT/RS nº 12.844 Departamento Comercial: Débora Moreira Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 99941.5777) Capa: divulgação Plástico Sul é uma publicação da Conceitual Brasil - Jornalismo Total, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.
É
sonho de todas as pessoas viverem em um mundo ideal, sem guerras, pleno emprego, educação universal, atendimento à saúde etc, etc e etc... ah! e é claro, ter a natureza em sua plenitude, esbanjando índices de sustentabilidade, com respeito ao meio ambiente e tal. Todos sabem que esse cenário é uma utopia, mas também sabem que é preciso tomar iniciativas, implantar ações concretas e, principalmente, conscientizar-se de que o mundo é finito e que se não forem tomadas providências, sejam preventivas ou corretivas, logo será difícil viver neste planeta. Com esse foco a revista Plástico Sul foi um pouco mais a fundo sobre o que está sendo feito em termos de sustentabilidade e reciclagem na cadeia do plástico, produto extremamente útil, mas ainda considerado por muitos um dos vilões da poluição. Descobrimos que muitas ações positivas estão acontecendo e, mesmo que alguns índices de agentes poluidores ainda sejam preocupantes, está em desenvolvimento um processo de conscientização que vai ajudar no controle de situações adversas. Cada integrante da cadeia descobriu que só por meio da união de todos será possível encontrar o equilíbrio entre necessário desenvolvimento econômico e a indispensável preservação do meio ambiente. Profissionais, empresas, entidades e o poder público têm a responsabilidade e o compromisso de levar adiante projetos fundamentais para que essa equação seja resolvida. O panorama setorial, no entanto, também precisa dedicar-se à atualização de produtos e processos, como ocorre com os fabricantes de masterbatches, outro tema que ganha espaço na edição. Nosso atento leitor, no entanto, também sabe que o mundo gira e a cada segundo uma novidade tecnológica ou produtiva está sendo apresentada ao seu setor. Confira nossa edição, que traz temas atuais e interessantes para leitura e conhecimento em suas diversificadas seções. Obrigado.
Filiada à
ANATEC - Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas Marca Registrada:
Melina Gonçalves / Editora melina.goncalves@conceitualpress.com.br 44 > Plástico > Plástico Sul Sul >>> >>>
<<< Plรกstico Sul < 5
EspecialMeio Ambiente & Reciclagem
Entidades e empresas unidas buscam soluções
Em maio, toneladas de lixo acumuladas na barragem do rio Tietê em Santana do Parnaíba desceram quando as comportas foram abertas. Parte ficou na cidade de Salto, chegou até às ruas e parte seguiu poluindo o rio abaixo. “Já existem estudos que indicam inclusive que em 2050 nós teremos mais plástico no oceano do que peixes”, afirma Carlos Silva Filho, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública – Abrelpe. Em junho, o jornal inglês The Guardian divulgou uma notícia assustadora: uma década atrás, 300 bilhões de garrafas plásticas eram vendidas por ano em todo o planeta, e em 2016 esse número saltou para 480 bilhões. A estimativa é que 1 milhão de garrafas plásticas 6 > Plástico Sul >>>
são compradas por minuto no mundo – a China responde pela maior demanda. E menos da metade das embalagens plásticas compradas no ano passado foram recicladas. A maioria foi parar em aterros sanitários e oceanos. Os dados são da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International. Essa é abertura de uma reportagem especial do canal Globonews que retrata bem a preocupação com esse tema, que se agrava ao considerar todos os produtos plásticos descartáveis. Conscientes dos problemas empresas e entidades do setor plástico no Brasil se unem a órgãos públicos em busca de soluções sustentáveis e mais eficiência na reciclagem, mas dizem que é preciso conscientizar a sociedade.
Q
uando a sociedade entender que as mudanças em qualquer setor produtivo não ocorrem apenas como fruto das críticas, mas da colaboração recíproca entre todos os envolvidos, certamente as soluções estarão mais perto da realidade. Esse é o pensamento da Associação Brasileira da Indústria do Plástico sobre o tema meio ambiente e reciclagem. “A consciência ambiental não é mais um tema exclusivo aos ambientalistas. Atualmente o tema Sustentabilidade e seus desdobramentos é tão importante que deixou de ser uma prática somente dos engajados no assunto. As indústrias de transformação e reciclagem de material plástico ainda avançam gradativamente no sentido das melhores práticas ambientais, mas já estão no caminho. Essas indústrias já verificam e comprovam que negócios com impactos sócio ambientais positivos refletem no valor adicionado de seus produtos e no crescimento das empresas. Por isso, a Abiplast em conjunto com a Câmara Nacional dos Recicladores de Material Plástico da entidade tem, permanentemente, este assunto em pauta com o objetivo de sempre estarem alinhados com este conceito”, diz o presidente Ricardo Roriz Coelho. O dirigente ressalta que em relação à legislação, a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei 12.305) está vigente desde 2010 e, apesar de sua importância, algumas ações ainda devem ser realizadas. “Os incentivos fiscais e tributários previstos na lei, por exemplo, até hoje não foram regulamentados para incentivar e viabilizar o processo de reciclagem. Dessa forma, em termos econômicos, ainda é deficiente o incentivo do uso de materiais plásticos reciclados em novos produtos, dificultando o processo de reciclagem. Entretanto, acreditamos também que pequenas ações que caminham além da legislação também são fundamentais para seguirmos na direção correta e, por isso, estamos avançando pouco a pouco nesse assunto, haja vista as discussões permanentes entre a entidade e empresas do setor”, comenta. A Abiplast está engajada nesse processo e Roriz Coelho ressalta que a Associação tem se dedicado nestes últimos anos fortemente à questões de sustentabilidade, trabalhando em conjunto, formando e conscientizando os elos deste encadeamento produtivo sobre a importância de desenvolver produtos pensando sempre no seu ciclo de vida, bem como nos conceitos da economia circular. “Dentro do conceito dos 4Rs - repensar, reduzir, reutilizar e reciclar, a Abiplast promove o debate e a divulgação da importância do consumo consciente, da reutilização de embalagens e produtos e também do descarte correto dos produtos plásticos, para que esses sejam sempre destinados à reciclagem retornando dessa forma à cadeia produtiva e otimizando a utilização de recursos naturais e eficiência energética”, ressalta.
Projetos internacionais e prevenção
E acrescenta que, nessa linha, a Abiplast se reuniu com Michiel De Smet, da Fundação Ellen MacArthur, para tratarem da produção e uso contínuo do plástico no país. A Abiplast representa as 12 mil empresas transformadoras e recicladoras de material plástico no Brasil, e Smet, o programa sobre a Nova Economia do Plástico da organização de renome mundial que atua na transição para a Economia Circular. “O encontro, que poderia ser de opostos, foi uma oportunidade para discutirem iniciativas para a promoção da economia circular – tais como fortalecimento do Acordo Setorial, treinamento de cooperativas e iniciativas de incentivo à reciclagem já conduzidas pela Abiplast”, explica. Outra iniciativa que merece atenção especial, segundo Roriz Coelho, é a parceria da Associação com a Exchange 4 Change Brasil, consultoria especializada em economia circular, na elaboração de um compromisso voluntário encaminhado durante a Ocean Conference, evento ligado à Agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). “Pelo documento apresentado no encontro internacional, as duas organizações se comprometem a trabalhar em conjunto no Programa de Economia Circular, que visa promover redes de negócios, identificar oportunidades ao longo da cadeia, fomentar parcerias e o uso do design no desenvolvimento de novos produtos”, revela o dirigente. Mas segundo o dirigente há também outras ações, como o programa Operation Clean Sweep, do qual a Abiplast é signatária – que atua junto à indústria do plástico para evitar que a resina e outros resíduos plásticos oriundos do processo produtivo sejam mal administrados no chão de fábrica e acabem nos esgotos e, consequentemente, no ambiente marinho. “Especialmente no que se refere à preservação da vida marinha, a Abiplast também atuará em conjunto com a Universidade de São Paulo no desenvolvimento de um amplo diagnóstico da situação do <<< Plástico Sul < 7
ABIPLAST
EspecialMeio Ambiente & Reciclagem
“Separe. Não Pare” da Coalizão Empresarial e a ONU Meio Ambiente
8 > Plástico Sul >>>
lixo marinho em torno da costa brasileira e programas educacionais”, conta Roriz Coelho.
Reciclagem em alta
Uma das ações concretas é estimular a reciclagem, sistema que ganha importância e adesões no Brasil, segundo dados da Abiplast: “De acordo com o último levantamento da entidade, o país tem cerca de mil empresas de reciclagem, que empregam 10 mil pessoas e produziu 615 mil toneladas de materiais plásticos reciclados em 2014. A reciclagem do plástico traz uma série de benefícios socioambientais. Para se ter uma ideia, uma tonelada de material reciclado gera empregos para 3,16 catadores recolherem esse volume de material por mês, economiza em média 75% de energia e 450 litros de água em seu processo de produção, além de reduzir a emissão de 1,53 toneladas de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera”, informa Roriz Coelho. Conforme o presidente da Abiplast, atualmente os materiais plásticos pós-consumo mais comumente reciclados são os polietilenos (PE’s), o polipropileno (PP) e o poli(tereftalato de etileno) (PET). “O PET possui hoje os maiores índices de reciclagem pois é o material mais conhecido por toda população e toda cadeia da reciclagem e também porque possui regulamentação Anvisa a qual permite a reinserção do material reciclado para contato com alimento, cujo processo de reciclagem mecânica é diferenciado da reciclagem comum. Enquanto que o PE e PP ainda não possuem essa permissão em nenhum país do mundo, porém com projeto em andamento para sua certificação nos EUA e na Europa. Hoje, uma das principais dificuldades na reciclagem é relativa ao design do produto que, muitas vezes, dificulta sua capacidade de reciclabilidade”, explica. Pensando nisso, Roriz Coelho diz que a Abiplast, em conjunto com a Câmara Nacional dos Recicladores de Material Plástico, publicou em abril de 2016 a cartilha
de reciclabilidade de materiais plásticos pós-consumo que tem como objetivo explicitar algumas dificuldades da reciclabilidade de produtos quando há excesso de pigmentações, aditivos ou combinação de materiais incompatíveis. “A logística reversa de embalagens pós-consumo é também muito complexa, pois necessita do engajamento do consumidor em separar o lixo e entregar para a coleta seletiva, caso haja na sua região, ou entregar em Pontos de Entrega Voluntária (PEV), ou em cooperativas de catadores que recebem o produto diretamente da população”, informa. Na tentativa de contribuir com este tema, em 28/08/17, a Coalizão Empresarial, formada por 23 associações setoriais signatárias do Acordo Setorial de Embalagens em Geral e a ONU Meio Ambiente lançaram o movimento “Separe. Não Pare.” com o objetivo de informar, inspirar e mobilizar a população brasileira a separar e descartar corretamente os resíduos domésticos, acrescenta o dirigente. A integração junto com outras entidades e o poder público é essencial e Roriz Coelho ressalta que a Abiplast é signatária do Acordo Setorial de Logística Reversa de Embalagens em geral, juntamente com outras 22 entidades de classe que representam toda a cadeia de embalagens, contemplando desde o fabricante das matérias-primas das embalagens, o fabricante da embalagem, a indústria de bens de consumo, o comércio atacadista e varejista e as cooperativas. O Acordo Setorial foi assinado em novembro/2015 com anuência do Ministério do Meio Ambiente após a primeira versão do acordo ter sido entregue em dezembro/2012 atendendo ao Edital de Chamamento.
Campanha “Separe. Não Pare”
As ações se sucedem à medida que o interesse aumento. O Brasil conta atualmente com quase 13 mil empresas dos setores de transformação e reciclagem de materiais plásticos, que empregam mais de 320 mil pessoas. Desse total, cerca de mil delas são especificamente de recicladores, com quase 10 mil empregados diretos, segundo dados da Abiplast. Atenta ao papel da indústria do plástico nesse contexto, a Associação apoia e promove a campanha “Separe. Não Pare”, criada pela Coalizão Embalagens, grupo do qual a entidade faz parte. A ação visa sensibilizar a sociedade sobre a separação e o descarte correto do lixo doméstico, destinando-o à coleta seletiva e pontos de entrega, ou ainda aos catadores do bairro. A iniciativa, que conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), também ressalta a importância da ação dos catadores na cadeia da reciclagem, responsáveis por mais de 50% do material recolhido e encaminhado às cooperativas, em São Paulo. Para Denise Hamú, representante da ONU Meio Ambiente, o “Separe. Não Pare” vai contribuir na mudança do olhar do brasileiro para seu lixo: “Estamos muito entusiasmados com esse movimento. Acreditamos ser um importante passo para um Brasil mais susten-
Plastivida estimula ações positivas
A Plastivida é uma das signatárias do Acordo Setorial da Logística Reversa de Embalagens, previsto na PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos, junto com outras 22 associações de classe que compões a Coalizão e, assim, representam 3 segmentos: o varejo, os usuários de embalagens e os fabricantes de embalagens. “Assim representamos pouco mais de 60 empresas ligadas, de alguma forma, à cadeia produtiva dos plásticos. Inclusive faz parte de todo o processo de atuação pela educação ambiental que a Plastivida realiza a divulgação e esclarecimentos sobre os diversos aspectos do Acordo e da PNRS, não só aos seis representados, mas como a outras empresas e atores da sociedade. A PNRS e o Acordo Setorial prevê a responsabilidade compartilhada para a ampliação da reciclagem no Brasil”, destaca o presidente Miguel Bahiense. O dirigente comenta de forma positiva sobre a conscientização quanto à sustentabilidade e reciclagem no setor plástico no atual momento e a legislação vigente. “Sem dúvidas e já temos legislação sobre o tema, mas tudo isso precisa continuar se desenvolvendo. A indústria do plástico no Brasil tem se mostrado ativa (e proativa) em promover a reciclagem de plásticos e disseminar as boas práticas de
FOTOS: DIVULGAÇÃO
tável. Quando as pessoas reparam no lixo que geram, passam a adotar outros valores e hábitos de consumo consciente, e isso é o que muda nossos padrões de produção e consumo para outros mais sustentáveis”. E na visão do presidente Roriz Coelho, da Abiplast, a iniciativa vai ao encontro dos objetivos da entidade e ressalta que a sustentabilidade deixou de ser apenas tendência, tornando-se estratégica para as empresas, em especial do setor plástico. Por isso, a entidade tem trabalhado na formação e conscientização dos elos da cadeia sobre a importância de desenvolver produtos pensando sempre no seu ciclo de vida, alinhada à economia circular. “Além de promover o consumo consciente, temos constantemente divulgado a importância do descarte correto dos produtos plásticos, para que esses sejam sempre destinados à reciclagem - retornando à cadeia produtiva e otimizando a utilização de recursos naturais e eficiência energética”, enfatiza o presidente. Recentemente a Associação participou da Ocean Conference, evento ligado à Agenda 20130 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com a Exchange 4 Change Brasil, consultoria especializada em economia circular. Pelo documento apresentado no encontro internacional, as duas organizações se comprometem a trabalhar em conjunto no Programa de Economia Circular, que visa promover redes de negócios, identificar oportunidades ao longo da cadeia, fomentar parcerias e o uso do design no desenvolvimento de novos produtos.
uso, descarte e reciclagem do material. É importante termos clareza de que este tripé é fundamental para que a reciclagem se desenvolva de forma eficiente e produtiva, gerando bons resultados a todos os atores envolvidos nesta atividade industrial, desde a conscientização até os bons resultados com a colocação de um produto reciclado no mercado. Mas sem dúvidas temos muito a fazer ainda”, alerta. Conforme Bahiense, o Brasil é um país em que a Política Nacional de Resíduos Sólidos teve o início da discussão em 1992. “Passaram-se 25 anos, até que ao final de 2015 o Acordo Setorial de Logística reversa de Embalagens foi assinado entre o Ministério do Meio Ambiente e a Coalizão, junto com Catadores também. A Coalizão é um grupo de associações de Classes que representam o varejo, os usuários de embalagens e os fabricantes destas. Ou seja, faremos apenas os dois primeiros anos de atuação pelo cumprimento das metas estabelecidas na PNRS’, alerta o dirigente. E acrescenta: “A se destacar para consolidar a nossa avaliação positiva e que requer contínuo desenvolvimento é o fato que a reciclagem dos plásticos já existia e se desenvolveria ao longo destes quase 30 anos de discussão das PNRS. Entretanto, ressalta Bahiense, “sabemos que, embora não fosse uma regra, muito das atividades da Indústria de reciclagem estava na "informalidade" (por exemplo, catadores, cooperativas, coleta seletiva pouco estruturada etc.) e uma das evoluções já observadas com a assinatura do Acordo Setorial e da própria PNRS é a formalização deste setor a uma bóia velocidade, e isso engloba todos os atores envolvidos, a própria indústria recicladora, mas também o poder público, através das prefeituras, por exemplo, além do próprio cidadão, que tem parcela fundamental neste processo, pois deve se conscientizar o seu papel. E este é um papel que a Plastivida tem desenvolvido nas suas atividades,
Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, destaca o aumento da conscientização
<<< Plástico Sul < 9
DIVULGAÇÃO
EspecialMeio Ambiente & Reciclagem
A reciclagem é um processo gradual e está ocorrendo de forma satisfatória no Brasil
mostrando à sociedade as respectivas responsabilidade, mas principalmente a forma que deve lhe dar com elas, de forma que, juntos, possamos continuar evoluindo a reciclagem no nosso país. É um processo gradual mas que está ocorrendo de forma satisfatória”,
Formas de atuação da entidade
Como foi ressaltado, está é uma das frentes das ações da Plastivida. E Bahiense explica como funciona: “Coloquemo-nos na situação de consumidor final, aliás, como somos. Ao chegarmos a uma loja ou a um supermercado e retiramos um produto das gôndolas, certamente o fazemos porque gostamos ou precisamos daquele artigo que pode ser uma bebida, embalada em plástico exatamente para preservar a bebida, aumentando seu tempo de prateleira, além de deixar o produto mais fresco, com qualidade, mantendo-o protegido, em fim, oferecendo importantes benefícios à sociedade. Compramos, levamos para casa, tratamos essa embalagem da melhor forma possível e, neste processo, estabelecemos uma ótima relação com aquela embalagem e seu conteúdo. Isso vale para qualquer tipo de produto. Esse sentimento de "gostar" daquela embalagem e seu produto, entretanto, parece se perder por completo logo que a bebida ou alimento é consumido ou assim que a embalagem perde suas utilidades, por exemplo, de proteger um produto”, comenta. Há, então, a fase do questionamento. E porque a relação entre "gostar" e "não gostar" muda completamente, às vezes em segundos, logo após o consumo? Pergunta Bahiense. “Por falta de consciência ambiental, por falta de entendermos ou percebermos que aquela embalagem nos foi extremamente útil e importante, mas infelizmente, neste momento, de uma maneira geral, 10 > Plástico Sul >>>
não sabemos nos relacionar com ela, o que fazer com ela e, quase que invariavelmente, só pensamos em nos livra dela, de qualquer jeito. Aí nossos problemas ambientais começam, porque não importa se é plástico ou não. O fato em si é que se não soubermos nos relacionar com este produto em fim de vida útil e realizarmos o descarte adequado teremos problemas”, adverte. As comparações ajudam a entender o processo. “Não podemos consumir água mineral e jogar a garrafa pela janela do carro e, à noite, ao assistir uma reportagem sobre poluição ambiental, não perceber que fomos os agentes que geraram aquela situação. O plástico pode ser tornar um problema ambiental, mas não por ele mesmo, e sim por uma ação equivocada de diversos atores envolvidos em sua cadeia de valor. A começar por reportagens que fazem crítica pela critica, simplesmente atacando o produto, sem contextualizar a situação que todos os atores da sociedade tem seu papel, da imprensa que deve formar opinião corretamente, por exemplo, verificando os deveres da sociedade de descartar os resíduos adequadamente, consumidor conscientemente e não em excesso, das prefeituras que devem oferecer sistemas de coleta seletiva para sua sociedade, do varejo e indústria que devem ser participes de processos de educação ambiental, da própria indústria de reciclagem que deve evoluir continuamente para oferecer produtos de qualidade que volte a ciclo do consumo. Mas parece ser mais pratico e simples observarmos um produto e o culparmos por ações que deveríamos fazer e não o fizemos. Assim são impostas pesadas críticas cada vez mais alarmistas e infundadas sobre produtos plásticos, que têm a missão de melhorar a qualidade de vidas destes mesmo atores”, aponta Bahiense.
Ações mudam o comportamento
Desta forma, segundo o presidente, a Plastivida atua como agente para promover estas mudanças de comportamento e percepção, pois a cooperação é o melhor caminho para solucionar as questões socioambientais. “Assim, trabalhamos de maneira colaborativa, por meio da educação ambiental, para disseminar informações sobre os plásticos, consumo consciente, coleta seletiva e reciclabilidade, Todos os atores da sociedade devem agir em conjunto, em torno dos conceitos de boas práticas de uso e consumo e da preservação ambiental. Entre as principais ações de educação ambiental, citamos”: ● Parceria com os Centros Educacionais Unificados (CEU’S) – Prefeitura SP – São Paulo – O projeto, nascido em 2016, visa promover ações de educação ambiental voltadas ao uso responsável e descarte dos plásticos. O objetivo é melhorar a relação da comunidade com os plásticos, por meio da promoção de suas aplicações e de ações voltadas ao consumo responsável, descarte correto e reciclagem. Os públicos são educa-
● Parceria com a INNOVA BH (primeira PPP na área de Educação do Brasil - em Belo Horizonte) – Desenvolvida em 2015, a parceria resultou no Projeto de Educação Ambiental "Plástico, Ciência e Sociedade", que teve como objetivo mostrar os benefícios dos plásticos, estimulando o uso correto dos produtos fabricados com plásticos e orientando sobre o descarte correto dos resíduos gerados. Foram envolvidos mais de 60 educadores e mais de 700 crianças em capacitação dos educadores que atuaram como multiplicadores pela promoção da imagem do plástico através de oficinas temáticas sobre plástico e meio ambiente transversalmente nas disciplinas dos ensinos médio e fundamental. ● Parceria com SESC-DF (11 unidades) – O termo de compromisso assinado prevê ações entre 2016 a 2018, e o projeto prevê ações de educação ambiental para educadores e alunos de Ensino Fundamental II, do Ensino Médio e da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Na lógica do projeto com a INOVA BH, o desenvolvimento tem como foco a Educação Ambiental através da temática "Plástico, Ciência e Sociedade". ● Eventos - Atuamos forte dentro do próprio setor produtivo, participando intensamente de feiras e eventos do setor, (Feiplastic, Interplast, Plástico Brasil), além de feiras e eventos da nossa cadeia de valor, a exemplo da Fispal Tecnologia, entre outros. Precisamos fazer o dever de casa e mostrar a estes setores as ações que a Plastivida realiza para promover a correta percepção sobre os plásticos. ● Criação do Comitê do EPS - para discutirmos as temáticas ambientais e técnicas do EPS, um tipo de plástico que tem recebido uma séria de críticas infundadas. Assim, buscamos, em parceria com as empresas associadas à Plastivida que compõe o comitê, diversas ações para desmistificar críticas infundadas, mostrando, assim os benefícios deste produto, sua reciclabilidade, bem como segurança, por exemplo, no contato com alimentos, quando utilizado como embalagens. Desatacamos duas ações de forte importância para este trabalho. Uma relacionada à informações técnicas e cientificas sobre a segurança, aplicações e mesmo reciclabilidade do EPS, que estão no Relatório Técnico desenvolvido
DIVULGAÇÃO
dores e multiplicadores, alunos e familiares dos alunos em suas comunidades. A parceria também prevê cursos de formação de educadores, homologado pela Diretoria Regional de Educação (DRE), da Secretaria de Educação do Município de São Paulo, que dá pontos curriculares para formação dos participantes. Em 2016 o projeto ocorreu no CEU Vila Atlântica e, até 2018, estará em mais 5 unidades CEU's, através de termo de cooperação assinada com a DRE Pirituba/Jaraguá. Neste ano estamos realizando o projeto em 3 unidades.
pelo CETEA/ITAL, que usamos para contra argumentar as criticas infundadas feitas ao EPS, mostrando que é um produto eficiente e seguro, além de reciclável. Também mantemos um PEV (Ponto de Entrega Voluntária) de resíduos de EPS na Camara de Vereadores de São Paulo, em parceria com esgota casa legislativa, aonde buscamos mostrar aos legisladores que o EPS é 100% reciclável e tem viabilidade da sua Logística reversa. Embora ocorra em apenas uma casa legislativa no país, é uma ação que em contra capilaridade na medida que vereadores e deputados que tratam em seus Projetos de Lei da mesma temática se conversam e disseminam, assim, informações corretas sobre a reciclabilidade do EPS.
Tampinha Legal, lançado no 2º CBP, é um dos programas que tem apoio da Plastivida
● Programa Reciclagem de Cartões (Papa Cartão®) - A Plastivida é uma apoiadora do "Programa RC – Reciclagem de Cartão", que promove a reciclagem de cartões de plástico (crédito, débito, seguro-saúde, fidelidade, cartões-presentes, entre outros). O programa tem por objetivo estimular o descarte seguro e correto de cartões pós-uso que, quando perdem sua validade ou se danificam vão para o lixo comum, apesar de serem 100% recicláveis. A coleta dos cartões se dá por meio das máquinas coletoras de cartões de plástico, Papa Cartão®, desenvolvida pela fabricante de cartão e recicladora RS de Paula. Cada máquina comporta cerca de 2.000 unidades de cartões. Atualmente, o Papa Cartão® pode ser encontrado em empresas, shoppings, estações do metrô, aeroportos, condomínios, etc. Mas sem dúvida é a Parceria com o Ministério do Meio Ambiente, através do Programa A3P deste Ministério que conseguimos divulgar a reciclagem, nesta parceria e juntos com o Instituto Brasileiro do PVC, mantemos 12 máquinas Papa Cartão® em 11 autarquias do Governo Federal, coletando cartões que são destinados ao reciclador para posterior reciclagem. Em São Paulo, toda a sinalização usada nas Unidades CEUs, em que a Plastivida mantém parceria, são ou serão feitas com placas de cartões <<< Plástico Sul < 11
DIVULGAÇÃO
EspecialMeio Ambiente & Reciclagem O "Fórum Setorial dos Plásticos – Por um Mar Limpo" reúne até o momento 16 instituições e conta com uma plataforma online que aglutina informações Técnico científicas, reunidas desde 2012, além das propostas de educação ambiental, prevenção, coleta e reciclagem, e passa a ser uma ferramenta dessa mobilização setorial (www.porummarlimpo.org.br). O Convênio com a USP foi renovado por mais 5 anos.
Coleta seletiva é entrave
A coleta seletiva ainda é um entrave na melhoria do processo e precisa ser ampliada
reciclados, oriundos da coleta de cartões nos papa cartões,m inclusive os instalados nas escolas. ● Projeto Tampinha Legal® - Apoio a um programa de coleta de tampas plásticas, lançado no 2° Congresso Brasileiro do Plástico, no Rio Grande do Sul, em uma ação entre o Sinplast, Simplás e Simplavi da qual a Plastivida se tornou signatária. É um programa em difusão pelo país, que prevê a interação entre entidades assistenciais, escolas, ONGs e etc, que, após cadastradas, são orientadas sobre a separação por cor das tampas plásticas, posteriormente comercializadas com recicladores indicados pelo Programa e cuja renda é integralmente revertida para a entidade que realizou a coleta das tampas, e que normalmente lidam com causas sociais. ● "Fórum Setorial dos Plásticos - Por um Mar Limpo O "Fórum Setorial dos Plásticos - Por Um Mar Limpo" é um marco na atuação do setor industrial brasileiro para compreender a origem da poluição dos mares, articular entre diversos setores e propor ações para mitigar esse problema de grandeza mundial. Com ações que envolvem públicos diversos – a população, as indústrias e o poder público – o fórum tem atuado em níveis nacional e internacional, com o objetivo de contribuir com a mudança desse cenário. Em 2012, após a Plastivida se tornar signatária da "Declaração Global da Indústria dos Plásticos", movimento mundial pela preservação do ambiente marinho, a entidade firmou um convênio com o Instituto Oceanográfico da USP (IOUSP) para a realização de um projeto técnico-científico sobre o tema por 5 anos. Ao longo dos anos, diversos estudos científicos e atividades foram e continuam sendo realizados pelo IOUSP em parceria com a Plastivida, com o objetivo de mapear e obter informações técnicas sobre este assunto no Brasil.
12 > Plástico Sul >>>
Dentre as atribuições da Plastivida e de outras associações signatárias perante o Acordo Setorial está exatamente informar a situação da reciclagem dos diversos materiais recicláveis. Assinada no final de 2015, a primeira fase do Acordo está se encerando ao final de 2017 e os números da reciclagem estão sendo consolidados para compor o relatório final que a Coalizão entregará ao Ministério do Meio Ambiente no início de 2018, como previsto. Bahiense informa que todos os plásticos são 100% recicláveis. “São muitos produtos fabricados e reciclados e não só embalagens. Dentro da Coalizão estão 3 segmentos (Plástico, Papel/Papelão e alumínio) que juntos deverão cumprir as duas metas da PNRS que são a aplicação da reciclagem de resíduos em geral (fração seca) em 20% e a redução em 22% da destinação de embalagens a aterros sanitários no Brasil”, informa. Segundo o dirigente, estas metas se conversam e se uma for atingida, a outra será consequentemente. “Desta forma a Coalizão busca a contabilização de todo tipo de reciclagem, por exemplo, no caso da indústria do Papel/papelão, será contabilizado para se atingir as metas a reciclagem de jornais, revistas, papel de escritório e não são embalagens feitas com estas matérias primas. O mesmo conceito se aplica à indústria do plástico, pois produtos como tubos e conexões, fios e cabos, peças de veículos, etc são continuamente reciclados também, além da reciclagem de embalagens”, diz Bahiense. Há, no entanto, um grande desafio a ser vencido, segundo o dirigente. “Sem dúvidas, o grande entrave, dentre outros, é a coleta seletiva. Diga-se que dentro do Acordo Setorial está claro que o cumprimento das metas de reciclagem da PNRS está vinculado à ampliação da coleta seletiva dos municípios, que tem as suas responsabilidades neste sentido. Como forma complementar à obrigação das prefeituras, a Coalizão também precisa ampliar o número de PEV's (Postos de Entrega Voluntária) bem como sua capacidade de processamento e capacitação aos cooperados. E está meta deverá aparecer além do que foi acordado no Acordo Setorial quando o relatório final da primeira fase for entregue ao MMA”, aponta. Conforme o dirigente, a reciclagem deve ser olhada como uma questão de responsabilidade compartilhada, que envolve educação ambiental para a
<<< Plรกstico Sul < 13
EspecialMeio Ambiente & Reciclagem NELI ALVANOZ/SIMPLÁS
Jaime Lorandi, do Simplás, destaca as ações Plástico do Bem e Diálogos com Vaticano
população, atuação do poder público na gestão dos resíduos e da indústria, investido em produtos e tecnologias, além da informação sobre esses materiais. “Neste sentido a Coalizão também tem a obrigação de ser um polo de divulgação e educação ambiental e o faz através da campanha "Separe. Não Pare”, lançada em agosto de 2017 e que pretende mobilizar a população e outros atores da sociedade sobre a necessidade da ampliação da reciclagem no Brasil e de suas responsabilidade para isso, oferecendo conteúdo orientativo sobre produtos recicláveis. A campanha foi criada dentro do Comitê de Comunicação da Coalizão, Comitê que conta com um grupo tático com 6 entidades signatárias da Coalizão e do qual a Plastivida é uma delas.
Atuação abrangente do Simplás
Além das entidades nacionais e internacionais, o processo de conscientização ganha força com a atuação dos sindicados regionais. O presidente Jaime Lorandi destaca duas iniciativas que despontam entre as desenvolvidas pelo Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) nas esferas ambiental e de sustentabilidade: “Em nível local, há o projeto Plástico do Bem, atualmente em fase de captação de recursos, que, ao atingir a fase de plena implementação, deve engajar aproximadamente 50 mil alunos de mais de 100 escolas públicas de ensino fundamental nos municípios de Caxias do Sul e Farroupilha, na Serra Gaúcha. Ao fim do processo, as instituições de ensino 14 > Plástico Sul >>>
estarão diante da possibilidade de obter recursos extras – para empregar como considerarem mais adequado, seja em melhorias infraestruturais, na merenda ou em algum passeio pedagógico, por exemplo – a partir da coleta, separação e destinação de material plástico para reciclagem”, diz Lorandi. O projeto Plástico do Bem prevê a capacitação de aproximadamente 7 mil professores por profissionais preparados e designados pelo Simplás, a fim de disseminar entre os estudantes – que, consequentemente, levarão este conhecimento para casa e o distribuirão na família – a ideia de descarte correto e reaproveitamento de materiais plásticos. “Até uma lixeira com design específico já tem molde pronto e protótipo confeccionado, para ser distribuída entre os alunos, como forma de facilitar a separação, em três compartimentos distintos”, conta o dirigente. “A coleta de material plástico reciclável feita pelos estudantes será direcionada para as respectivas escolas, onde será acondicionada em recipientes conhecidos como big bags. Posteriormente, recicladores previamente identificados percorrerão as escolas, realizando a pesagem do material coletado e remunerando cada uma de acordo com o volume e a qualidade do produto adquirido”, acrescenta. Lorandi destaca outra ação desenvolvida pelo Simplás, em nível global, com a chancela da Abiplast, que comanda o processo. Trata-se de uma articulação junto a governos e até entidades ligadas à sustentabilidade e preservação ambiental, com o objetivo de elaborar uma linguagem única mundial em torno do descarte correto e reaproveitamento de materiais. “A ideia teve início ainda em 2015, a partir da emissão da encíclica Laudato Si, pelo papa Francisco, em que havia a recomendação de se evitar o consumo do plástico, entre outros materiais. Desde então, estabeleceu-se uma série de canais de contato, até por meio de cartas, que deram origem aos chamados Diálogos com o Vaticano, com a intenção de levar à Santa Sé informações corretas e atualizadas a respeito dos benefícios e da importância dos plásticos para a humanidade – em especial, para a população de menor poder aquisitivo”, enfatiza. No estágio atual, uma pesquisa vem sendo conduzida pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), no intuito de apurar dados confiáveis a respeito desta relação vantajosa entre a sociedade – em particular, aquelas mais desenvolvidas do planeta – e o uso de materiais plásticos, com o devido descarte correto e reaproveitamento. Além do Projeto Plástico do Bem e dos Diálogos com o Vaticano, o Simplás também já desenvolve a campanha Descarte Certo – Tampas de Plástico, que na Semana Municipal do Meio Ambiente de 2016, em Caxias do Sul, permitiu que em apenas uma semana de mobilização junto às escolas públicas, o programa Engenharia Solidária, que destina recursos obtidos com reciclagem de tampas plásticas para a proteção animal,
DIVULGAÇÃO
arrecadasse o equivalente a quase dois meses de trabalho. “Desde antes, também, o Simplás já desenvolve o projeto Recicla Plastech Brasil, que destinou milhares de banquinhos e posteriormente, lixeiras para separação de resíduos, confeccionados com matéria-prima reciclada para estudantes e escolas municipais de ensino fundamental de três municípios: Caxias do Sul, Farroupilha e Flores da Cunha’, lembra Lorandi.
Entraves para reciclagem
Atualmente, na área de abrangência do Simplás, estima-se que mais de 100 empresas trabalhem com processos internos de reciclagem e aproximadamente 15 atuem especificamente neste segmento. Quanto à participação da sociedade e do poder público no processo, Lorandi foi enfático: “Entendemos que há um problema de distribuição de responsabilidades quando se fala da gestão ou reaproveitamento de materiais pós-consumo no Brasil. A atual redação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) procura orientar e punir fabricantes e comerciantes que produzem embalagens que geram resíduos. Porém, não se introduziu nesta política o primeiro e maior responsável para haver destinação e reciclagem dos resíduos sólidos. Esta pessoa é o consumidor final dos produtos que geram os resíduos sólidos”, comenta. O dirigente cita um exemplo: uma garrafa PET que embala água foi feita para saciar a sede de um ser humano. O principal produto é seu interior – a água. Se a pessoa que satisfez sua sede não está incluída na PNRS, não está orientada e não será punida caso não destine corretamente, de nada adianta introduzir os outros elos da cadeia da reciclagem, que são os fabricantes e comerciantes dos produtos. Neste caso, a água. “Para haver maior amadurecimento desta política, podemos tomar como referência os países do norte da Europa, onde as pessoas que não destinarem corretamente seus
resíduos sólidos individuais e domésticos são punidas socialmente e legalmente”. Lorandi diz que isso é o que está faltando na atual PNRS. “Orientar, educar o principal personagem da geração de resíduos sólidos. O consumidor final. E se este agir errado impunemente, de nada adiantam as demais leis”, lembra. Isto, num primeiro momento. Pois diz que há outra questão que se desdobra, tão grave quanto, depois da destinação correta dos resíduos: “A inviabilidade de reciclagem, que começa pela dificuldade de obtenção de matéria-prima limpa. Hoje a maior dificuldade para reciclagem de materiais sólidos no Brasil é a inviabilidade econômica. Não podemos reciclar produtos altamente contaminados. Torna-se inviável”, alerta. Ele exemplifica ressaltando que materiais plásticos que estão nos lixões são ótima matéria-prima para outros produtos plásticos, porém, não é possível sua reciclagem porque estão contaminados, cheio de impurezas, misturados com outros
Descarte em lixões: ótima matéria-prima para reciclar, mas a contaminação inviabiliza
<<< Plástico Sul < 15
EspecialMeio Ambiente & Reciclagem MERLO FOTOGRAFIAS
Para Arioli, do Simplavi, a sociedade precisa de informações e criar o hábito de reciclar
materiais, tornando sua separação e limpeza inviáveis em relação à compra de matérias-primas virgens. “Portanto, a infraestrutura de reciclagem, hoje, é um castelo construído sobre a areia. Não vai dar certo. É inviável economicamente porque falta o hábito popular de destinar corretamente os materiais e falta uma PNRS com a ideia de economia circular. O maior empecilho para a economia circular é o hábito errado de misturar os resíduos sólidos e destiná-los aos lixões”, afirma. Outro problema citado por Lorandi são os tributos sobre os materiais reciclados: desde sua origem nas matérias-primas até os produtos finais são os mesmos das matérias-primas virgens. “Só nos plásticos, as matérias-primas contêm 15% de IPI, 18% de ICMS e 9.25% de PIS e Cofins. Tornando estes produtos com difícil venda e custo elevado. Isto, sabendo que a matéria-prima reciclada, quando virgem, já havia gerado um grande volume de impostos”, avisa. Logo, a matéria-prima reciclada é uma das maiores cascatas de impostos que existe no nosso país, tornando o produto final reciclado sem nenhuma competitividade com o produto virgem. “Concluindo, temos, sim, capacidade tecnológica de fazer excelentes produtos com materiais plásticos reciclados. Porém, não fizemos grandes investimentos porque não temos confiabilidade nas fontes de matérias-primas, que estão completamente contaminadas, e também não temos uma PNRS coerente, há excesso de tributos, tornando a reciclagem inviável”, diz. 16 > Plástico Sul >>>
As parcerias do Simplavi
O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico da Região dos Vinhedos – Simplavi, Ivânio Arioli, destaca que o Sindicato, em parceria com o Sinplast e com o Simplás, no Rio Grande do Sul, desenvolveu o Congresso Brasileiro do Plástico, que em 2016 teve sua 2° Edição e tem a 3° edição programada para 2018. “Na 2° edição, o tema central dos debates foram as inúmeras possibilidades do plástico, sendo um dos materiais mais versáteis e passíveis a inúmeras reutilizações. Proporcionar a comunidade um maior entendimento sobre as possibilidades de reciclagem do plástico e da sua importância é imprescindível para que possamos utilizá-lo da melhor forma. Assim, temos uma melhor utilização dos recursos naturais e mais aproveitamento dos recursos já utilizados com a conscientização para reutilização”, explica. No que se refere à reciclagem, Arioli lembra que no Congresso do Plástico surgiu o Projeto Tampinha Legal. “O projeto faz a coleta de tampas de plástico e proporciona a venda desses materiais a empresas que utilizam esse material em seus processos, sendo a renda arrecada revertida para Instituições Assistenciais. Esse projeto, além de possibilitar uma conscientização das pessoas sobre o descarte correto, angaria receita para essas instituições”, conta. Quanto à efetividade do processo, Arioli revela que mais de 70% das empresas associadas tem a reciclagem como parte dos seus processos produtivos. “No ano de 2016 foram mais de 2 mil toneladas de materiais transformados. Este número é uma crescente em comparação com anos anteriores, o que comprova que o setor do plástico é empenhado nesta causa”, afirma. Sobre a participação de outros setores, Arioli fiz que a sociedade por muitas vezes não tem as informações e costumes necessários para que a reciclagem seja um hábito. “Assim o meio ambiente perde, o poder público também não dá o incentivo necessário para que mais ações sejam desenvolvidas, e para que o processo seja ainda mais efetivo nas indústrias”, lamenta. E ressalta que os programas de qualidade e normas colaboram para que esses hábitos façam mais parte do dia a dia produtivo das organizações. “Contudo, ainda há um grande caminho a ser percorrido, conscientização, entendimento e efetiva ação. Só assim teremos uma utilização 100% eficiente dos recursos naturais”, finaliza.
A estratégia do Simpesc
Como segundo estado no ranking de transformação de plástico do Brasil, Santa Catarina tem relevante importância para o setor. No que se refere ao meio ambiente e reciclagem, segundo Albano Schmidt, presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Santa Catarina – Simpesc, a participação se evidencia mais como apoiador. “Diretamente o Simpesc não faz ações em relação ao
<<< Plรกstico Sul < 17
DIVULGAÇÃO
EspecialMeio Ambiente & Reciclagem Lixo Zero, distribuímos cartilhas, vamos às escolas para divulgar o projeto e ampliar seus benefícios”, completa o presidente do Simpesc.
Atuação forte da Braskem
Simpesc apóia vários projetos em Santa Catarina, mas diz que faltam recursos e consciência
18 > Plástico Sul >>>
meio ambiente, mas participa da Câmara Brasileira de Reciclagem e do Plastivida, colaborando com as propostas, difundindo informações, trabalhando para a realização de todas as iniciativas nacionais por meio da minha pessoa como representante do Sindicato”, ressalta Schmidt. O dirigente informa também que cerca de 10% dos associados do Simpesc dedicam-se à atividade de reciclagem pós-consumo. Quanto à participação da sociedade e do poder público, Albano Schmidt entende que o engajamento ainda está distante do que seria necessário estarem envolvidos com a reciclagem. “Todos falam, apoiam, consideram importante, mas ainda são poucos que fazem a separação do lixo, e o poder público também não consegue desenvolver ações conscientes voltadas para preservar o meio ambiente”, aponta. O dirigente lembra que o Governo Federal lançou o Programa Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que deveria normatizar todo o processo de tratamento do lixo, mas poucas cidades adotaram o projeto na prática. Uma das justificativas para este engajamento aquém do desejado, segundo Albano Schmidt, está na falta de recursos. “O poder público não consegue nem atender às necessidades de saneamento básico e de água e o que pode fazer é pouco, é incipiente. Estamos muito longe de ser uma sociedade engajada nesse processo”, diz. Mas, em contrapartida, informa que há boas iniciativas de empresas atuando com ações e recursos próprios. E cita o caso da Termotécnica, da qual é diretor-presidente e tem um programa forte. “Desenvolvemos um projeto de reciclagem de isopor em todo o Brasil. São 500 cooperativas envolvidas, 1.500 pontos de coleta, beneficiando 5.000 famílias participantes. Já foram recicladas 35.000 toneladas de isopor. Fazemos visitas, participamos do Programa
A Braskem busca o desenvolvimento da estratégia de sustentabilidade alinhada ao dia a dia dos negócios empresariais. É a primeira indústria do Brasil a ingressar, em 2016, na Lista "A" do CDP Investor, selo internacional que reconhece as empresas com padrões de excelência em gestão de carbono. Segundo a empresa, desde 2002, já investiu em torno de R$ 280 milhões em melhorias de eficiência hídrica e mais de R$ 100 milhões para aperfeiçoar a eficiência operacional e energética de todas as suas unidades industriais no Brasil e no exterior, com a adoção de processos e tecnologias inovadoras. Para fortalecer o conceito, em 2016 a Braskem e seus Integrantes investiram, no Brasil, R$ 27,5 milhões em projetos socioambientais, culturais e esportivos. Além do investimento direto, os projetos captaram R$ 8,7 milhões em 2016 com a participação de diversos parceiros. Em 2016 foram realizadas ações envolvendo 390 Comunidades, beneficiando diretamente mais de 20 mil pessoas e, indiretamente, outras 285 mil. São inúmeras ações dedicadas à preservação do meio ambiente e conscientização sobre mudanças climáticas. Entre elas, é possível destacar a presença dos cinturões verdes em 30 das 40 unidades da Braskem – uma área verde ao redor das plantas que oferece mais um nível de proteção e reduz a exposição a riscos. O cinturão verde também protege espécies de fauna e flora locais e ajuda a melhorar a qualidade do ar no ambiente. No Rio Grande do Sul, a Estação Ambiental Braskem, que circunda o Polo Petroquímico de Triunfo (Rio Grande do Sul), conta, desde 1989, com monitoramento contínuo da fauna e flora realizado pela Fundação Zoobotânica e recebe estudantes para visitas guiadas que promovem educação ambiental com a realização de jogos e oficinas em meio à mata nativa. Outro cinturão verde da Braskem é uma área de preservação localizada no bairro do Pontal da Barra, ao lado da unidade de Cloro Soda da Braskem em Maceió (Alagoas). A área é destaque pela preservação da fauna e da flora locais e foi reconhecida pela Unesco como Posto Avançado da Biosfera da Mata Atlântica.
Wecycle e ser +realizador
No que se refere à reciclagem e ações sociais a Braskem também apresenta saldo positivo. Em 2015, a empresa lançou a plataforma Wecycle, uma iniciativa que busca a valorização de resíduos plásticos ao longo de toda a cadeia produtiva, contribuindo com a reciclagem, o pós-consumo e o meio ambiente. A plataforma envolve a parceria com diferentes públicos de relaciona-
DIVULGAÇÃO
A Braskem tem atuação forte e abrangente, investindo em sustentabilidade e reciclagem
mento do setor, como brand owners, transformadores e recicladores de plástico. Outra iniciativa de destaque é o ser+realizador. Criado em 2012, incentiva o desenvolvimento social e econômico de 46 cooperativas e milhares de catadores envolvidos na reciclagem do plástico em 11 estados brasileiros. Apenas em 2016, mais de 3.400 catadores foram beneficiados pelo programa. O ser+realizador apoia as cooperativas na estruturação dos seus espaços de trabalho, com obras, manutenções e aquisição de equipamentos para reciclagem e também oferece desenvolvimento nas áreas de gestão e conformidade por meio de consultorias técnicas, orientação financeira e regularização fiscal. A Braskem apoiou o projeto Todos Somos Porto Alegre, realizado até 2016. O programa de gestão municipal de resíduos de Porto Alegre foi criado para atender às exigências da Lei Municipal nº 10.531, que prevê a proibição do tráfego de veículos de tração humana e animal na cidade. As cooperativas do programa recebem apoio para reformas e melhorias em equipamentos e infraestrutura e assessorias técnicas especializadas. Criado em 2013 pela Braskem e pelo Instituto Akatu, o Edukatu é a primeira rede online de aprendizagem brasileira sobre consumo consciente e sustentabilidade, que envolve mais de 28 mil professores e alunos do ensino fundamental do Brasil. O Edukatu lançou em 2016 o "Turma que Recicla" com o objetivo de refletir sobre o tema de resíduos. Com o auxílio de jogos, vídeos e infográficos em plataforma online, os estudantes criam ações para reduzir a quantidade de rejeitos gerados na escola e na Comunidade. Quanto ao relacionamento com enti-
dades do setor, a Braskem informa que tem uma atuação efetiva, atuando em parceria com entidades públicas, ONGs e, empresas privadas em muitos dos projetos que desenvolve e apoia. Além disso, a empresa se faz presente em diversos fóruns de discussão sobre meio ambiente. Em 2016, a Braskem apoiou uma coalizão de organizações chamada IEC (Iniciativas Empresariais em Clima) para que adotasse uma série de recomendações a serem repassadas ao Governo sobre o melhor modelo para o Brasil, no que diz respeito à precificação e à constituição de um mercado de carbono.
Máquinas: o papel da Wortex
Uma das mais conceituadas fabricantes de máquinas e equipamentos para reciclagem de plásticos, a Wortex vem desempenhando um papel importante nesse processo. O diretor Paolo de Filipis comenta sobre a filosofia da empresa quanto à preservação do meio ambiente. “Trata-se de um viés educativo e ao mesmo tempo econômico, quanto mais informações a população tiver a respeito da reciclagem dos materiais, mais valorizará o descarte correto o que seguramente gerará mais riquezas para o país, como empregos, investimentos e etc. Pensar em preservar o meio ambiente é, ao mesmo tempo, uma maneira de potencializar a marca, agregar valor ao produto e possibilitar um futuro menos sombrio ao planeta”, ressalta o executivo. A forma da Wortex participar do processo é oferecer condições para que as indústrias de transformação possam usufruir de máquinas adequadas ao sistema. “A Wortex investe pesadamente no desenvolvimento de novas tecnologias em linhas de reciclagem de <<< Plástico Sul < 19
DIVULGAÇÃO
EspecialMeio Ambiente & Reciclagem
Carpete em automóveis, obra da Trisoft, maior recicladora de lã de PET das Américas
plástico. Participamos da Operação Reciclar e do Projeto Recicla Plástico Brasil, nos maiores eventos de plástico da América Latina a Feira Feiplastic e a Feira Plástico Brasil. Estimulamos e apoiamos ativamente palestras com agentes do setor de reciclagem como Plastivida, Abiplast, Senai, entre outros”, ressalta Paolo de Filipis E como a reciclagem é o foco, o diretor explica como empresa se insere no processo. “A Wortex possui a tecnologia que começa na separação de resíduos passando pela lavagem, granulação até a composição final dos materiais, que tem uma infinidade de aplicações. Temos conhecimento e experiência para desenvolver soluções de alta complexidade nesse segmento”, garante o executivo. E finaliza com um comentário sobre a relação com as entidades do setor. “Estimulamos e apoiamos ativamente palestras com as entidades envolvidas no setor de reciclagem como Plastivida, Abiplast, Abimaq e etc”.
Trisoft: lixo vira riqueza
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a economia brasileira perde cerca de R$ 120 bilhões por ano em produtos que poderiam ser reciclados, mas ficam no lixo. A Trisoft, a maior empresa da América Latina em produção de itens com lã de PET, pensa e age diferente: aproveitar as matérias-primas desperdiçadas nos lixões é causa urgente e pode reverter uma situação de escassez e produzir riqueza e ganhos para o meio ambiente. Atuando há mais de 55 anos no mercado com responsabilidade sócio ambiental, a Trisoft investe em tecnologia para o desenvolver produtos, transformando a despoluição do planeta em matérias primas para fazer itens que melhoram a vida das pessoas. Seu objetivo é revolucionar o mercado, promovendo sustentabilidade e a possibilidade cada vez maior das empresas aderirem à logística reversa. Maurício Cohab, diretor da Trisoft, que há mais 20 > Plástico Sul >>>
de 10 anos aboliu completamente a água do processo produtivo, repercute: “a palavra lixo não deveria nem existir. Tudo que é jogado nos lixões pode ser reaproveitado, seja matéria orgânica, seja descarte seco que pode ser reutilizado em novos produtos, como fazemos com as garrafas PET”, explica ele. O que acontece no Brasil, segundo Maurício, é um grande descaso: “primeiro, do poder público, que não dá subsídios e não educa para a reutilização. Depois, da população, que consome de modo desenfreado e descarta sem nenhum tipo de consciência ecológica”. Segundo o executivo, em outros países, como a Alemanha, que desde 2010 já recicla mais de 50% do seu lixo, ou o Japão, que criou inclusive usinas que são verdadeiras fábrica de energia e novos produtos a partir do reaproveitamento, existem subsídios para as empresas que utilizam material reciclado. Aqui, ao contrário, a tributação encarece o processo de reciclagem e o produto feito a partir do reaproveitamento acaba sendo mais caro. “Em Londres, as principais vias têm lixeiras próprias para todos os tipos de resíduos, um incentivo enorme para que a população mude seus hábitos”, reforça Maurício. Os números falam. De acordo com a Abrelpe, Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública, o Brasil tem hoje quase 3 mil lixões ou aterros irregulares que impactam a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros. “É uma realidade triste, mas que poderia facilmente ser modificada se o poder público, aliado à iniciativa privada, optassem por transformar o que chamamos de lixo em novos produtos”, reforça Maurício. Ele lembra ainda que, conforme dado da Abimaq, o Brasil gera quase 80 milhões de toneladas de rejeitos por ano e apenas 3% são reciclados: “quando começamos a usar a lã de PET para fabricar nossos produtos, tivemos que literalmente brigar contra um mercado inteiro”. Na época, a Trisoft foi uma das pioneiras, e foi preciso convencer clientes e, inclusive, criar maquinário compatível. “O interessante é que não é impossível, mas requer esforço e uma determinação grande, como tivemos, para mudar o rumo do mercado”, refirma o diretor. A Trisoft, hoje, atende mais de 97 segmentos da indústria e conquistou dois objetivos iniciais: retirar totalmente a água do processo produtivo e usar como matéria prima principal a fibra de garrafas PET. Já são mais de 1,5 bilhão de garrafas retiradas do meio ambiente e esse número crescer a cada dia: “costumamos medir o impacto positivo que nossas ações têm no meio ambiente pela quantidade de garrafas utilizadas em cada projeto”, explica Maurício.
<<< Plรกstico Sul < 21
DestaqueMasterbatch
Tendências e novidades para dinamizar o setor A eficiência nos processos de fabricação de produtos plásticos segue a lógica mecânica do círculo virtuoso, onde a evolução de um dos integrantes da cadeia necessariamente provoca, estimula e até mesmo exige que outro integrante também se atualize. Assim, se um fabricante de matérias-primas oferece um produto melhor de tempos em tempos, a máquina também precisa se adaptar, da mesma forma outros itens, entre eles, os masterbatches, esses concentrados de pigmentos, que podem ter origem orgânica ou inorgânica, que são acrescidos a um veículo aglomerante de termoplástico compatível com o polímero que será aplicado, sendo ainda possível acrescentar aditivos com o intuito de criar ou aprimorar propriedades além de contribuir para uma melhor dispersão e distribuição. Em eventos ou simplesmente por estratégia das empresas, a cada ano são apresentadas novas tendências em master que dinamizam o setor e ajudam a aprimorar o produto final, como comprovam as novidades de vários fabricantes. 22 > Plástico Sul >>>
DIVULGAÇÃO
E
m sintonia com esse conceito está a Cromex, líder brasileira na produção de masterbatches de cores e aditivos para plásticos, tem mais de 40 anos no mercado e capacidade produtiva de 132 mil toneladas anuais em suas duas fábricas, uma em São Paulo e outra em Simões Filho (BA). A empresa conta com laboratórios de pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos, em parceria com a indústria nacional e internacional e tem atuação global, comercializando sua produção para mais de 60 países da América da Latina, América do Norte, Europa Ocidental, Leste Europeu, entre outros. Seu portfólio apresenta mais de 13 mil cores e aditivos isentos de metais pesados para atender 18 segmentos diferentes no setor de transformados plásticos, como brinquedos, embalagens e tampas para diversos segmentos (alimentos, bebidas, cosméticos, higiene pessoal, limpeza, construção civil, automotivo e agrobusiness).
As qualidades e propriedades dos masterbatches acompanham a evolução do setor
A Cromex é certificada pela ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001 e seus produtos obedecem as mais rigorosas normativas internacionais como REACH, FDA entre outras.
Recentemente a empresa participou de eventos para o setor plástico apresentando lançamentos e soluções em concentrados de cores e aditivos para os mais variados
<<< Plástico Sul < 23
DIVULGAÇÃO
DestaqueMasterbatch
Cromex SuperBlack, novidade da empresa com o mais alto grau de negro de fumo
segmentos do mercado. Um destes produtos foi o aditivo antimicrobiano – mais detalhes nesta matéria -, que, segundo a empresa, confere ação bactericida e pode ser usado em vários polímeros como PE, PP, PS, ABS e PET, em todos os processos de transformação
Novidades da Cromex
Em um segmento tão diversificado, no mercado de cosméticos as cores em PET com efeito perolado vem ganhando destaque. O diretor comercial Cromex Glauco Moraes salienta uma linha de produtos que no último ano vem se tornando um dos carros chefes que são os masterbatches em PET, principalmente para os mercados alimentício e cosmético. “No geral nossas cores de efeitos perolados, metalizados, glitter, fluorescentes, fosforescentes e interferência são destaques na linha dos coloridos, toda linha de produtos Cromex é isenta de metais pesados. Na linha de brancos, temos brancos com alta dispersão e poder tintorial para o mercado de filmes técnicos para embalagens alimentícias e agrícolas”, explica. O executivo acrescenta que o mercado de descartáveis tem grande importância também com diversos itens brancos tonalizados competitivos e com alto poder de cobertura. Ainda sobre embalagens, destaca a linha de masterbatches para ráfias. “Já em aditivos, atuamos com diferentes soluções, como antibloqueios, antiestáticos e deslizantes para filmes em geral além do auxiliar de fluxo que confere aumento de produtividade e reduz 24 > Plástico Sul >>>
o torque no equipamento, impactando em reduções de custo. Na linha agro, o difusor de luz, térmico e o antivírus são destaques de desempenho e vendas”, ressalta o diretor. Glauco Moraes comenta sobre lançamentos recentes da Cromex e descreve produtos como o masterbatch preto Superblack®, o masterbatchtermosensível e os aditivos antimicrobianos. “Superblack®, com o mais alto teor de negro de fumo do mercado, o nosso preto possui excelente poder de cobertura e dispersão. Perfeito para ser aplicado em diferentes formulações plásticas sem perder as características e beleza do produto final, principalmente nos mercados de filmes e compostos”, diz. E acrescenta: “Masterbatchtermosensível é um produto que muda de cor de forma reversível quando submetido ao aquecido ou refrigerado, este produto se torna muito atrativo para campanhas promocionais por chamar muito a atenção do cliente. E os Aditivos Antimicrobianos conferem aos plásticos ação bactericida (elimina as bactérias e impede sua proliferação) e podem ser usados em vários polímeros, como PE, PP, PS, ABS e PET, em todos os processos de transformação”, informa.
Investimentos e mercado
Mesmo em períodos de crise é preciso aprimorar a tecnologia e a Cromex destaca o investimento no aperfeiçoamento do uso do MRP da SAP para melhorar o fluxo de atendimento ao pedido, além de investimento em mobilidade da força de vendas, com ferramen-
tas para facilitar as atividades operacionais, otimizando o tempo para aumentar a presença no cliente. “E recentemente, investimos em nosso laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento com a aquisição de equipamentos para caracterização das propriedades mecânicas dos produtos”, conta Glauco Moraes. Apesar da instabilidade da economia brasileira, o executivo ressalta que o segmento se manteve estável. “O masterbatch é a matéria-prima do plástico, utilizado em praticamente todos os mercados. A indústria de embalagens, por atender em maior volume o setor de bens de consumo e não-duráveis, sofre menos oscilações que as demais, o que acaba gerando uma determinada estabilidade, porém depende muito do consumo para que haja um crescimento relevante”, explica. Quanto ao risco de perda de demanda, o diretor comercial faz uma avaliação pontual. “A crise evidenciou a necessidade de redução de custos com estoque, por exemplo e com isso a pressão nos fornecedores para prazos de entregas mais curtos e isso impactou toda a cadeia que passou a gerenciar o estoque de seus clientes. No caso da Cromex a implementação efetiva do S&OP (Planejamento de Vendas e Operações) vem colaborando para atender à necessidade na fase de pré-venda. Disponibilizamos lotes menores de entrega embarcando diretamente da nossa planta na Bahia, para atendermos a demanda dos nossos clientes. Percebemos que o serviço pró-ativo na indicação por nossa área técnica e comercial para produtos de melhor performance e rendimento, vem sendo muito valorizado, bem como o acompanhamento na planta pelo suporte técnico’, comenta. Segundo o executivo, as solicitações de desenvolvimento seguem um fluxo mais enxuto “e passamos a disponibilizar cada vez mais nosso banco de dados a casos em que o prazo é um fator decisivo, além do pioneirismo de desenvolvimento digital com nosso simulador de cores disponibilizado em nosso site e utilizado como ferramenta a força de vendas in loco no cliente, desde 2015”, revela. Toda empresa vive fase de desafios e tenta aproveitar as oportunidades para este último trimestre, segundo Glauco Moraes, a Cromex acredita que as perspectivas são de um mercado ainda recessivo e passando por altos e baixos e eventuais crescimento de demanda em alguns segmentos como PET, Agro e Automotivo. “Nos demais segmen-
<<< Plรกstico Sul < 25
DIVULGAÇÃO
DestaqueMasterbatch
A Colorfix tem várias opções de masterbatches com propriedades para cada segmento
tos, continuaremos atuando cada vez mais, de forma a agregar valor aos produtos e aos diversos processos de transformados plásticos, de acordo com a necessidade do cliente”, confirma. Com relação a volume, o diretor afirma que a empresa teve maiores oportunidades no mercado de embalagens, para aplicações em sacos e sacolas, embalagens alimentícias, fraldas / absorventes, químico e bombonas. Sobre a valorização de produtos sustentáveis, um tema em destaque, a Cromex também oferece opções especiais ao mercado. “Sim, temos masterbatches nesse padrão, pois há alguns anos banimos totalmente o uso de pigmentos a base de metais pesados e migramos para as respectivas versões orgânicas, mantendo as mesmas propriedades”, completa o executivo.
Marble e Color ID da Colorfix
Tradicional empresa paranaense produtora de concentrado de cores para termoplásticos, a Colorfix está há mais de 25 anos no mercado para oferecer uma grande diferencial em seus produtos e serviços específicos, conforme a necessidade de cada cliente. “Nossas linhas são conhecidas por abranger desde concentrados de cor a aditivos, que garantem a melhoria o processo produtivo. Investimos constantemente em tecnologia e inovações nesta área da transformação desde a nossa fundação em 1990”, destaca o diretor superintendente, Francielo Fardo. “Neste sentido, aliamos o melhor da 26 > Plástico Sul >>>
capacidade humana com modernas tecnologias. O resultado é sentido pelo cliente, ao ter produtos de extrema precisão, especiais e com a melhor relação custo-benefício”. Com a matriz localizada em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (PR) a companhia conta ainda com unidades em São Paulo (São Caetano) e Pernambuco (Jaboatão dos Guararapes) e atualmente conta com 120 funcionários. Francielo Fardo comenta sobre os produtos considerados “carros-chefes” da empresa, os lançamentos e as características técnicas e aplicações. “O foco da Colorfix é masterbatch de especialidade, ou seja, resinas de engenharia como PET, PC, PA entre outras”, alerta, contando detalhes das novidades. “Em época de crise, inovar acaba se tornando um grande diferencial para as empresas. Diante disso lançamos recentemente: as Linhas Marble e Color ID”, informa o executivo, que faz questão de descrever cada um dos produtos: Linha Marble e a Linha Efeito Madeira. “A Marble é um concentrado capaz de reproduzir efeitos visuais de uma rocha mármore natural em peças, nas quais o uso do mármore se torna inviável ou até impossível, como nos casos de injeção de peças. Um dos diferenciais é a exclusividade em cada peça, ou seja, cada uma é única e simula o efeito natural que a formação da rocha ou da madeira possuí. Essa linha é muito interessante pois não se tem necessidade de o transformador investir em nova tecnologia, tornando essa inovação 100% econômica”, conta. Já o Color ID, é uma novidade
incomum, segundo Fardo. Trata-se de um aplicativo com a função de identificar a cor solicitada pelo cliente, de formar mais rápida e assertiva. “Diferente do processo tradicional, em que os clientes nos enviavam um padrão de cor, desenvolvíamos e retornávamos com o envio da amostra, com o Color ID, o cliente irá apresentar a cor e o representante comercial, de forma online, faz a leitura, identificando a tonalidade e ainda indicando as possíveis variáveis e a sua ficha técnica”, explica o diretor. Empolgado, diz que essa é uma inovação no segmento da transformação do plástico brasileiro. “A tecnologia é bastante difundida no segmento de tecidos dos EUA. Em um primeiro momento, o Color ID conta com um armazenamento de 800 cores, nas versões com e sem textura, em PE (polietileno), PP (polipropileno) e PS (poliestireno)”, informa.
Crises e sustentabilidade
Em 2017, com um pouco mais de fôlego, segundo Fardo, a empresa investiu no desenvolvimento da tecnologia Color ID e Marble. Mesmo considerando um período complicado, a avaliação do ano mostra diferentes cenários. “O primeiro semestre foi muito retraído devido à incerteza da economia e da política, já o segundo semestre está mais ativo e demonstrando uma reação positiva”, diz. O desempenho foi afetado pelo comportamento do mercado e a estratégia foi inovar. “Observamos que os clientes reduziram as quantidades em volume de seus pedidos. Para suprir essa queda de fornecimento, foi muito importante o desenvolvimento de novos projetos e novos clientes, o qual complementou o faturamento”, avalia Fardo. O executivo reforça que o desafio é manter a busca constante em tecnologias e inovações sem grande impacto em investimento. Em tempos de valorização de produtos sustentáveis muitas empresas do setor dedicam-se a produzir algum master voltado para este segmento. A Colorfix está atenta a estas tendências, segundo o diretor superintendente. “Atender às necessidades que se apresentam no mercado é um dos nossos objetivos. Além de estar pensando sempre à frente em soluções, que vão gerar resultados palpáveis ao cliente, também estamos atentos as oscilações que obrigam empresários a buscar formas eficazes de melhorar suas produções. Para isso, temos ofertado produtos que agregam valor, o que tem sido bem aceito em
diferentes áreas. Neste contexto, criamos uma linha de produtos voltada à alta performance e sustentabilidade, que proporcionam aos clientes a redução de custos nos processos, ou seja, maior rendimento e lucratividade para quem adquire os produtos”, comenta. Ele cita como exemplos os aditivos Selofix (selante) e o Purgfix (agente de purga). Utilizado durante a parada de máquina, o Selofix age na proteção térmica da resina termoplástica impedindo a sua degradação após algumas horas de exposição ao calor. O selante reduz o consumo de matéria-prima para limpeza da máquina no início do processo e diminui perdas por contaminação de carbonização (pintas pretas) e amarelecimento de resina. “A utilização do aditivo garante uma economia, que varia de acordo com cada processo. Já o agente de purga é utilizado na limpeza de máquina. A combinação dos produtos específicos na fórmula deste aditivo garante uma limpeza rápida, eficiente e econômica, além de reduzir o consumo de matéria-prima para limpeza, set up de máquina e o consumo de energia
elétrica”, explica Fardo. E informa que os outros produtos da linha são o Processfix HP (Aditivo nucleante) e o Processfix (Auxiliar de processo): “Ambos aumentam a produtividade do cliente”, finaliza.
Rom Master: ousadia e inovação Com sede na próspera Valinhos (SP), fundada em 1999 a Rom Master Polímeros e Pigmentos participa da cadeia de transformação de plásticos com o objetivo de oferecer soluções no mercado de masterbatchs especiais e recuperação de polímeros de engenharia. Segundo a diretoria, desde sua origem, a Rom master acredita que ousadia, investimento em inovações tecnológicas, criatividade, competência e espirito empreendedor são critérios fundamentais para o desenvolvimento e atendimento do mercado de plásticos. E para isso conta em sua equipe com profissionais experientes, que trabalham há 38 anos no mercado de masterbatchs e integram um parque fabril para 400 toneladas/ mês, oferecendo atendimento especializado na busca de alternativas que visam atender
as necessidades especificas do mercado de plásticos e de cada cliente. A Rom Master não destaca carros-chefes específicos no seu portfólio, mas informa que o diferencial está nas características técnicas e aplicações, com masters especiais, voltados para os plásticos de engenharia e efeitos, em todas as aplicações. Em termos de lançamentos a empresa destaca o Master Encapsulado: “um pigmento revestido quimicamente, livre de polímeros, aplicável em qualquer termoplástico”. E preocupada com a atualização tecnológica a empresa revela que os últimos investimentos foram na nova linha de produção e em equipamentos de laboratório. Como nenhuma indústria passou incólume pelo período de instabilidade econômica, a diretoria da Rom Master comenta sobre o impacto da crise nos negócios da empresa. Informa que o desempenho em 2017 até o momento foi “ligeiramente acima do projetado, mas a situação do Brasil reduziu em 25% os negócios da empresa, principalmente no que se refere a volume”, ressalta. A empresa confirma que houve perda de demanda
<<< Plástico Sul < 27
DIVULGAÇÃO
DestaqueMasterbatch
Polybatch NC44, mais recente lançamento da A. Schulman para barreira em filmes de PE
e conta que para manter-se ativa recorreu à flexibilização de segmentos atendidos, adequação mais maleável às exigências do mercado. Sobre os desafios e oportunidades, a estratégia é “ajudar os clientes a conquistarem novos mercados”. Quanto à valorização de produtos sustentáveis a Rom Master informa que por trabalhar voltada à especialidades, “com certeza praticamente todos os produtos atendem este mercado de sustentabilidade”. E completa a avaliação do segmento com um discurso positivo. “Estamos otimistas, pois na situação atual do nosso país, realmente irão permanecer no mercado quem tem know how e conhecimento para atender as evoluções de tecnologias e exigências dos clientes.
A. Schulman é referência mundial Schulman Plásticos do Brasil é uma unidade da A. Schulman, empresa global de origem nos EUA, fundada há 89 anos, com
28 > Plástico Sul >>>
53 plantas no globo, 4.800 funcionários e 1.000.000 ton/ano de capacidade. São quatro centros de P&D no mundo e o interesse pelo Brasil pode ser avaliado pelo investimentos em laboratório: US$ 2 milhões, informa Roberto Castilho, Commercial Manager. “A empresa é uma referência mundial com 88 anos de know-how, oferece soluções inovadoras e novas tecnologias para atender as necessidades do mercado de Engineered Plastics, Specialty Powders e Masterbatch. Comprometida com o seu sucesso, utilizamos ferramentas eficazes para aumentar sua competitividade”, adverte. Como toda empresa de vanguarda, a A.Schulman destaca os masters considerados "carros-chefes", com suas respectivas características técnicas e aplicações. “São o Polybatch APS N02816 master auxiliar de fluxo e antioxidante para extrusão de PE. Proporciona melhoria do filme, redução de scrap, economia de energia ou aumento de produtividade. O PWI 8004 W masterbatch branco que propor-
ciona alta opacidade, redução de consumo, redução da frequência de troca de filtros e parada para limpeza’, informa Castilho, que também cita como mais recente lançamento o Polybatch NC44, um master que proporciona barreira transparente a filmes de PE. A crise brasileira dos últimos anos não chegou a afetar o desempenho da A. Schulman, segundo Castilho, pelo menos nesse segmento. “Para masterbatches, apesar da recessão, nós triplicamos nosso volume nos últimos três anos”, contrapõe. Então, se não houver perda mercado, ao contrário, foi registrado superávit, qual foi segredo do sucesso? O executivo foi sucinto na sua argumentação: “Consistência em qualidade, serviço logístico, serviço técnico e atendimento comercial diferenciado permitiram esta tomada de marke share”, afirma. E para quem teve competência para superar a recessão, nada mais natural acreditar que será possível vencer os desafios e aproveitar as oportunidades para crescer. E com metas ousadas nos próximos anos: “Queremos dobrar nosso volume até 2010”, avisa. E talvez para atingir este objetivo também conta com produtos sustentáveis que estão sendo muito valorizados. Castilho revela quais os produtos da A.Schulman se enquadram no conceito de sustentabilidade. “O Papermatch é um master que dá ao plástico aspecto e impressão do papel, mas a durabilidade e a performance do plástico, o Polybatch ABACT PNOVA é um antimicrobiano que ajuda a aumentar o shelf Life dos alimentos e o Polyfresh EA capta o Etileno liberado pela frutas e aumenta seu shelf life, evitando desperdício de alimentos”, conclui o executivo.
<<< Plรกstico Sul < 29
Mercado
Astra inova ao lançar conversor
A
Inovação: O conjunto da Astra usa PP, silicone e plásticos de engenharia (POM e ABS)
DIVULGAÇÃO
Novos itens no mercado auxiliam consumidores a contribuírem com o meio ambiente, evitando desperdício de água
s indústrias de transformação estão procurando cada vez mais facilitar a vida dos consumidores e também preservar a natureza. Com esse foco a Astra lançou no mercado o conversor para caixa de descarga, pensando nos consumidores que desejam fazer a substituição da válvula de descarga. A conversão para a caixa baixa da Astra permite fazer a mudança sem a necessidade de reformas no ambiente; para a substituição pelo sistema de caixa acoplada é possível também, porém requer a troca da bacia sanitária. Nos dois casos, há maior economia de água, principalmente se o acionamento do mecanismo de descarga for duplo (3L e 6L), como é o caso da caixa baixa da Astra. Quando o assunto é desperdício de água, a descarga é uma das vilãs e pode ser responsável por até 25% do que se gasta em uma residência. Sistemas mais antigos, como a válvula de descarga – o botão de descarga de parede – gastam ainda mais: até 20 litros de água a cada acionamento. Já a caixa baixa ou caixa acoplada, que é o reservatório que fica acima do vaso, reduz esse gasto para até seis litros. O conversor para caixa de descarga transforma o acionamento de válvula de parede em um sistema de descarga mais econômico, proporcionando uma redução significativa no consumo de água e, consequentemente, de dinheiro. Além de se adaptar à caixa baixa Astra, o sistema também conta com versão que se adapta a diversas louças com caixa acoplada. Sua instalação é simples, pois não é necessário furar a parede para troca. São dois tipos de kits do conversor: o primeiro, para caixa acoplada, é composto por conversor, vedante, porca e acabamento; o outro vem com o acréscimo do tubo extensor específico para instalação da caixa baixa. O acabamento está disponível nas cores branco e cromado e é compatível com a maioria das válvulas do mercado.
Detalhes técnicos
Joaquim Coelho, diretor comercial da Astra, informa que a caixa é fabrica30 > Plástico Sul >>>
da em polipropileno (PP) e o conversor e composto por itens em PP, silicone e plásticos de engenharia (POM e ABS). O executivo explica os diferenciais técnicos que elevam o tempo de vida útil das peças. “Internamente, realizamos testes cíclicos em pressão máxima de funcionamento (40 m.c.a.), de pelo menos 15 mil ciclos e também teste de torque, para verificar a resistência do conjunto durante a instalação, além de diversos testes de estanqueidade. O sistema de vedação onde sua matéria-prima é o silicone que é quimicamente inerte, resistente à decomposição pelo calor, água ou agentes oxidantes assim tendo uma longa vida útil com a aplicação do conversor”, revela. Conforme o diretor da Astra, cada vez mais os consumidores se preocupam com o meio ambiente e por isso comenta sobre as características economizadoras. “Com a conversão de uma válvula de descarga (parede) para uma caixa de descarga com acionamento duplo podemos ter uma redução de 50% no consumo de água na descarga. Nossa informação de redução foi baseada em consumo médio, pelas considerações a seguir: Descarga completa de 10 litros/ descarga (válvula) para 6,8 litros/ des¬carga, ou seja, redução de 32% no consumo; descarga parcial de 10 litros/ descarga (válvula) para 4,2 litros/ descarga, ou seja, redução de 58% no consumo. Utilizando a proporção de 70% de uso para líquidos e 30% para sólidos, temos redução total média de 50% no consumo de água”. Observações: Informação do site da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) de que uma válvula “bem regulada” consome em média 10 litros por acionamento. Joaquim Coelho acrescenta que, contribuir no cuidado com o meio ambiente evitando o desperdício é possível com pequenas mudanças, como esta. O conversor para caixa descarga da Astra acaba de ser lançado e, em breve, estará disponível nas maiores lojas do país.
<<< Plรกstico Sul < 31
Artigo
Por Norman de Paula Arruda Filho*
O papel da Inovação na busca pelo desenvolvimento sustentável
N
DIVULGAÇÃO
os últimos tempos, falar em inovação tornou-se quase obrigatório para o mundo corporativo. Inovar passou a ser fundamental em praticamente todos os segmentos do mercado. Com isso, assistimos o emergir da cultura da inovação e atribuímos ao substantivo uma visão extremamente positivista. Inovar virou sinônimo de "mudança para o sucesso". Mas seria assim tão simples e definitivo? Um olhar mais atento logo percebe algumas controvérsias. O conceito de inovação está baseado no desenvolvimento de novos bens, na implantação de diferentes métodos de produção e em novas formas de organização, fatos que refletem o comportamento atual da sociedade. A edição especial de cinquenta anos da revista Exame, publicada em agosto de 2017, apresentou uma série de reportagens sobre as recentes mudanças no comportamento da sociedade. Seja em questões econômicas e políticas ou acerca dos padrões de produção e sobre as diferentes formas de se fazer negócios no Brasil e no mundo, as reportagens evidenciam que estamos em uma importante fase de mudança e de profundas transformações. Para os mais céticos, a redução de empregos frente à outras soluções tecnológicas, o consequente aumento da desigualdade social e a mudança o ritmo de crescimento das grandes economias são pontos preocupantes desse processo. Há ainda o ressurgimento de movimentos radicais e o nacionalismo exacerbado que vão de encontro à ideia de um mundo integrado, resultando no fechamento de fronteiras e na indiferença para as dificuldades de nações subdesenvolvidas. Para os que enxergam a partir dessa perspectiva, a inovação pode ser uma grande vilã. No entanto, o outro lado desse cenário pode ser muito mais promissor. Em destaque estão a aplicação da inovação em pesquisas científicas para a cura de doenças crônicas, no desenvolvimento de novos materiais e no investimento em energias limpas e renováveis. 32 > Plástico Sul >>>
Assistimos também grandes transformações no campo educacional com o incentivo à adoção de novas tecnologias da educação; a capacitação das pessoas para um novo cenário econômico; e, até mesmo, o surgimento de novas profissões como alternativa para o mercado. Cabe a nós encontrarmos o equilíbrio entre esses extremos e clarificarmos nossos objetivos. Assim como afirma Ricardo Voltolini em seu livro Sustentabilidade Como Fonte de Inovação, para obter bons resultados, é preciso saber porque inovar, em que inovar, como inovar, com quem inovar, que tempo dedicar à inovação e até onde devem ir. Com foco nesses resultados, a ONU estabeleceu uma Agenda Global para o Desenvolvimento Sustentável que determina 17 Objetivos desdobrados em 165 metas interdependentes e interconectadas que orientam a sociedade na construção de um mundo economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente mais justo até 2030. Enquanto a inovação avança em criações de alta complexidade, a chamada Agenda 2030 busca soluções para questões que afetam a vida das pessoas e do planeta. Assim, para encontrar o equilíbrio entre esses interesses, é fundamental que os líderes globalmente responsáveis atuem de forma integrada para incentivar e estabelecer iniciativas que possam aproximar a inovação e a sustentabilidade. Nesse contexto, cabe às instituições de ensino e escolas de negócios a responsabilidade de promover a educação executiva responsável no intuito de desenvolver habilidades técnicas e de estratégias de gestão associadas a valores como a ética e o desenvolvimento sustentável. É preciso formar profissionais dotados de uma visão mais global de suas ações, que assumam papeis de protagonistas e responsáveis pela transformação que o mundo tanto precisa para se tornar um lugar mais justo e sustentável. Somente dessa forma será possível concentrar toda a capacidade de pesquisa e desenvolvimento da humanidade em seu próprio benefício. *Presidente do ISAE — Escola de Negócios e do Capítulo Brasileiro do PRME (Princípios para Educação Executiva Responsável), da ONU.
Foco
no Verde
Hydrelio®, solução inovadora para geração solar flutuante, proporciona benefícios ao consumidor e ao meio ambiente
H
á boas notícias no mercado de energia solar, pois a Braskem firmou parceria com a Ciel et Terre Brasil para o desenvolvimento de resina para flutuadores de painéis solares. A solução, que permite instalar painéis fotovoltaicos sobre a água, apresenta diversas vantagens como a liberação de terra firme para a agricultura, melhor eficiência energética e conservação do ecossistema. O Hydrelio®, tecnologia desenvolvida pela Ciel & Terre, é pioneiro no mercado mundial para usinas flutuantes de geração solar e é composto por painéis fotovoltaicos dispostos sobre flutuadores de polietileno de alta densidade fabricados com resinas da Braskem. Com o objetivo de apoiar o parceiro a desenvolver o mercado nacional, a petroquímica trabalhou não só na adequação da resina de polietileno, mas também na identificação de transformadores para a produção local dos flutuadores, além de suporte na modelagem do negócio no mercado brasileiro. A tecnologia desenvolvida pela Ciel & Terre, o Hydrelio®, é pioneiro no mercado mundial para usinas flutuantes de geração solar e é composta por painéis fotovoltaicos dispostos sobre flutuadores de polietileno de alta densidade fabricados com resinas da Braskem. Com o objetivo de apoiar o parceiro a desenvolver o mercado nacional, a petroquímica trabalhou não só na adequação da resina de polietileno, mas também na identificação de transformadores para a produção local dos flutuadores, além de suporte na modelagem do negócio no mercado brasileiro. O processo é incrível: as placas solares sobre flutuadores podem ser aplicadas em uma gama variada de superfícies de água, tais como lagos industriais e de retenção, reservatórios de irrigação e de água potável, estações de dessalinização e de tratamento de águas, açudes e canais. Entre os benefícios mais expressivos na utilização desta tecnologia estão a liberação de terrenos em terra firme, que seriam ocupados pelo sistema tradicional de geração solar, para usos voltados à produção rural (criação, agricultura, etc.), redução de custos de ligação à rede pela utilização de infraestruturas elétricas existentes, aumento da produtividade fotovoltaica devido à refrigeração natural do sistema pela superfície da água, manutenção mais simples e barata, entre outros.
DIVULGAÇÃO
Energia Solar com Braskem e Ciel & Terre Brasil
PE, a resina adequada
‘O papel da Braskem no desenvolvimento desta solução tem sido fundamental. A demanda inicial que era definir uma resina que atendesse os requisitos técnicos para os flutuadores, tornou-se uma oportunidade de negócio de elevado potencial, frente à gama de mercados em que o Hydrelio® poderá ser viabilizado e empregado”, comenta Jorge Alexandre, responsável por Desenvolvimento de Mercado de PE para construção civil e infraestrutura da Braskem. A Ciel & Terre aposta no Hydrelio® como solução sustentável não somente para geração distribuída, mas também para a geração híbrida de energia e espera um volume de negócios expressivo até o final do ano. “A Ciel & Terre tem vasto conhecimento de centrais fotovoltaicas e, ao desenvolvermos o Hydrelio®, temos como expectativa elevar a potência de geração de energia solar fazendo duas fontes operar ao mesmo tempo em uma única infraestrutura. O nosso produto Hydrelio® é a solução de menor investimento para incrementar a geração de energia nas hidrelétricas e usinas eólicas existentes e acreditamos que o Brasil tem um potencial enorme para este mercado”, comenta Orestes Gonçalves Junior Sócio Diretor da Ciel & Terre Brasil. O primeiro projeto implementado no Brasil com o Hydrelio® acaba de ser concluído na Fazenda Figueiredo, em Cristalina (GO), que apostou nessa nova tecnologia para resolver sua necessidade de consumo de energia. A construção da usina fotovoltaica sobre um lago de acúmulo de água da chuva permitiu a geração de energia em uma área que estava em desuso, com maior eficiência em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados no espelho d'água, além de diminuir a evaporação da água do lago. Estudos realizados pela empresa Ciel & Terre International apontam que este tipo de tecnologia gera aproximadamente 14% mais eletricidade do que a geração solar em terra ou no telhado.
Braskem usou PEAD para a fabricação de flutuadores de painéis solares fotovoltaicos
<<< Plástico Sul < 33
Anunciantes
Bloco
de Notas
Rótulos de alimentos com cores
Proposta do senador Cristovam Buarque quer permitir ao usuário saber a composição nutricional
Braskem / Páginas 2 e 25 Brastex / Página 30 Cromex / Página 21 Geremia / Página 7 Imerys / Página 13 Inbra / Página 19 Mercopar / Página 35 Mercure / Página 31 MH / Página 23 Moretto / Página 17 Plástico Brasil / Página 29 Replas / Página 5 Vasco Arquitetura / Página 28 Wortex / Página 15 Xalingo / Página 27
34 > Plástico Sul >>>
Mesmo diante de tanta turbulência política em Brasília, alguns parlamentares conseguem realizar ações importantes em benefício dos consumidores. Por isso, é possível que em breve os rótulos das embalagens de alimentos deverão trazer identificação em cores distintas, para permitir ao usuário saber sua composição nutricional. A obrigação está prevista no Projeto de Lei do Senado (PLS) 489/2008, aprovado pela Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC). O texto segue para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A proposta, do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), tem o objetivo de levar o consumidor brasileiro a procurar uma alimentação mais saudável, criando um modo simplificado de informá-lo, de modo claro e ostensivo, sobre a qualidade nutricional do alimento que vai comprar. Cristovam justifica a medida com base no aumento dos índices de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares na população. Segundo ele, a falta de tempo e a carência de informação adequada levam as pessoas a consumirem salgadinhos, sanduíches e refrigerantes em vez de pratos saudáveis. O projeto, acredita o senador, ajudará na adoção de hábitos de alimentação saudável, o que pode contribuir para a diminuição da ingestão de substâncias nocivas causadoras de resistência à insulina e ao diabetes. O relator, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), fez uma modificação no texto, para determinar que os rótulos apresentem informações nutricionais em cores diferenciadas, de acordo com padrões de alimentação saudável, e não em vermelho, amarelo e verde, como previa o texto inicial, baseado na classificação adotada pelo Reino Unido. Os detalhes sobre a definição das cores mais apropriadas serão definidos em regulamento específico após pesquisa.
Missão carioca conhece projetos do Simplás
Comitiva da Firjan e do Simperj também visitou empresas Marcopolo, Martiplast e Pisani As boas iniciativas do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) atraíram as atenções da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro (Simperj). Recentemente uma comitiva de executivos e gestores empresariais que representam o segundo maior PIB entre os estados do Brasil circulou por Caxias do Sul, a fim de conhecer o segundo polo plástico do país em número de empresas – conforme dados do perfil econômico 2016 da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). A programação incluiu visitas nas empresas Marcopolo, Martiplast e Pisani e depois a comitiva da Firjan e do Simperj visitou o Simplás. Trata-se da primeira missão técnica da Federação das Indústrias do Rio organizada neste formato, especificamente voltada para o mercado do plástico. O objetivo é realizar benchmarking, identificar ambientes de gestão, inovação, tecnologias, tendências e negócios que inspirem e conduzam ações que possam ser replicadas para a realidade da indústria do Rio de Janeiro e para o Sistema Firjan. “Já houve missões concentradas em outros setores, mas identificamos um forte interesse nos temas trabalhados pelo Simplás, principalmente com foco nos indicadores econômicos, novos projetos, boas práticas de gestão. A ideia é conhecer e levar experiências do Simplás e das empresas da região que possam ser úteis para as indústrias do Rio”, explica a analista da Gerência Geral de Desenvolvimento Setorial da Firjan, Elaine Silva. Para o presidente do Simplás, Jaime Lorandi, todo intercâmbio é valioso e imprescindível a qualquer atividade humana, por natureza. “Ainda mais em um momento econômico difícil e cheio de incertezas como o que vivemos, é extremamente importante compartilhar conhecimento, informações e experiências. Diante de tantas dificuldades, a indústria brasileira precisar trabalhar unida para superar desafios e retomar o crescimento”, avalia o dirigente.
<<< Plรกstico Sul < 35
36 > Plรกstico Sul >>>