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CARINHO, IMAGINAÇÃO E OUTRAS DELÍCIAS
#53
jan/fev
2017
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SONHAR AR JUNTOS JU
CONSTRUIR ALGO EM CONJUNTO COM ALGUÉM É A CHAVE PARA DAR SENTIDO ÀS RELAÇÕES E TORNAR OS PROJETOS DE VIDA REAIS
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© Foto: Eva Carollo Photography / GuettyImages
PRAZERES SIMPLES
12 REVISTA SORRIA
IMAGINA SÓ! texto CLAUDIA INOUE E ARLI SEMOÁ
da revista mostrava uma foto com pontinhos A página luminosos fugindo de um pote de vidro. Pode parecer loucura, mas as luzinhas escaparam do papel e passaram a flutuar por todo o ambiente. Eram reais. Dançaram alegremente e, então, pararam formando uma palavra no ar. Era a mais perfeita mensagem para aquele momento. Como se sorrissem, se despediram, subindo tal qual fogos de artifício. Explodiram lá no alto, perdendo-se para sempre entre as constelações. A cena acima aconteceu. Não no mundo das coisas, é verdade, mas em outra dimensão tão ou mais incrível. Enquanto você lia, a narrativa ia se realizando dentro da sua mente, no universo da imaginação. Essa é, provavelmente, a mais genial e democrática característica humana. Todos nós viemos equipados com uma fábrica invisível e ilimitada, capaz de produzir tudo o que a gente quiser. Pode ser algo bem palpável: o que vou cozinhar hoje à noite? Que ingredientes vou misturar, de que forma?... Dá também para viajar um pouco mais além: como seria a casa dos meus sonhos? De que tamanho? Onde? Que móveis eu teria? Como iria posicionar cada um deles?... E nada nos impede de desabar todos os pilares do mundo real: e se eu pudesse viajar no tempo? E se conseguisse voar? E se voltasse a ser criança?... É curioso pensar que muitas das coisas que hoje consideramos normais um dia foram pirações dentro da cabeça de alguém. Considere uma inovação tecnológica qualquer: o metrô, por exemplo. “Vamos cavar túneis embaixo dos prédios e fazer passar um trem, carregando milhares de passageiros por dia.” As pessoas ainda andavam de carroça quando alguém teve essa ideia – e a pôs em prática. E as grandes reviravoltas históricas, como a viagem de Colombo? E todos os enredos, cores, formas e sons de todas as obras de arte? E a infinidade de objetos que usamos todos os dias? Isso tudo, em sua origem, era um pensamento abstrato pipocando na cuca de um doido. Mesmo quem se julga nada criativo percebe seu potencial à noite, quando o inconsciente vira autor das alucinantes aventuras que vivemos em nossos sonhos. Esse é um lembrete diário de que a imaginação faz parte da nossa natureza. Deixar de explorá-la é perder uma das mais maravilhosas dádivas da experiência humana.
JAN/FEV 2017 13
PRAZERES SIMPLES
TÁ NA MESA
COR DE SOL,
Para fazer o pirão, cozinhe um caldo com cabeças de peixe e seus temperos favoritos. Coe, ferva e vá adicionando farinha de mandioca aos poucos, até ficar bem grosso
CHEIRO DE MAR O VERÃO CHEGOU À SUA MESA! MERGULHE NAS SENSAÇÕES DESTE PARAÍSO TROPICAL CHAMADO MOQUECA texto DILSON BRANCO
caldo denso explode em bolhas preguiçosas. Lufadas de vapor tomam conta da cozinha. Os olhos nem precisam ver a panela de barro saindo do fogo para que a boca perca o controle da saliva, inundando o paladar. O amarelo líquido colore o prato, uma emulsão brilhante refletindo o sorriso de quem sabe: o paraíso está logo ali. Na primeira garfada, o tempo para. O dendê abraça, o leite de coco embala, o coentro dá aquela pinicadinha refrescante, e então a pimenta eleva tudo ao máximo grau. E ainda estamos só no molho. A brisa do mar já tomou conta da nossa respiração, e logo os dentes vão explorar todas as texturas desse mosaico praiano: as lâminas de peixe se desprendendo delicadamente umas das outras, o polvo e a lula fingindo que resistem à nossa mordida, o marisco esfarelando, o camarão explodindo seu suco. Se não bastasse tanto aconchego, lá vêm o pirão e a farofinha, ninando essa experiência dos sonhos. Para quem ama frutos do mar, a moqueca é boa demais para ser verdade. Todo país adoraria ter o prazer de orgulhar-se da sua autoria. E só culturas culinárias tão ricas quanto a brasileira podem se dar ao luxo de não tê-la como prato nacional mais icônico. Na verdade, esbanjamos tanto que não possuímos apenas uma moqueca, mas várias: a baiana, a capixaba, a paraense, a amazonense... Dizem que a origem do prato é um preparo indígena bem diferente da receita atual: pokeka, que significa fazer embrulho, era como os nativos chamavam o peixe assado envolto em folhas. Manteve-se a sonoridade do nome, mas a iguaria evoluiu de acordo com as influências de cada região do país. A receita baiana, que você confere ao lado, é marcada pela cultura africana, representada pelo leite de coco e pelo azeite de dendê. É nossa sugestão para você celebrar o verão, levando o cheiro do mar e a cor do sol para a sua mesa, esteja onde estiver. Mas não somos loucos de dizer que ela é a melhor versão. Bom mesmo é existirem várias, para a gente repetir esse prazer de diversas maneiras, sempre que puder.
© Foto: Sheila Oliveira / Empório Fotografico; produção culinária: Paula Belleza; prdução de objetos: Márcia Asnis
O
22 REVISTA SORRIA
MOQUECA BAIANA DE PEIXE E FRUTOS DO MAR INGREDIENTES • 3 dentes de alho • 3 cebolas e mais uma metade • 1 pimenta-de-cheiro • 1,5 kg de tomate italiano • 3 pimentões (vermelho, amarelo e verde) • 1/2 xícara (de chá) de salsa • 1/2 xícara (de chá) de coentro • 500 g de tentáculos de polvo • 500 g de camarão grande • 1 kg de postas de peixe branco de carne firme, como namorado • 500 g de marisco descascado • 500 g de lula em anéis • 100 ml de azeite de oliva • 3 colheres (de sopa) de azeite de dendê • 2 xícaras (de chá) de leite de coco • sal a gosto
Não deixe de fazer também uma farofinha: refogue cebola ralada no azeite de dendê e adicione farinha de mandioca torrada aos poucos, até ficar dourada e crocante
MODO DE PREPARO
1
Prepare os vegetais, reservando cada um para a hora de cozinhar. Descasque e pique o alho. Descasque a cebola, corte-a ao meio pelo comprimento e depois em fatias de 1 cm. Pique a pimenta em cubinhos – se for muito ardida, descarte as sementes, para amenizar a picância. Lave e corte os tomates em rodelas de 1 cm. Lave e corte os pimentões em rodelas, descartando as sementes e as nervuras brancas. Lave e pique a salsa e o coentro.
2
Prepare os frutos do mar. Pique o polvo em pedaços e coloque na
panela de pressão junto com meia cebola, sem água. Deixe cozinhar por 5 minutos depois que pegar pressão. Abra a panela quando esfriar, descarte a cebola e reserve o polvo. Descasque e limpe os camarões.
3
Em uma panela de barro grande, faça uma camada com peixe, polvo, mariscos e lula. Tempere com sal. Por cima, espalhe a cebola, o alho, a pimenta e o pimentão. Caso sua panela seja pequena, repita as camadas. Regue tudo com os azeites de oliva e de dendê. Tampe a panela e leve ao fogo baixo até ferver.
4
Deixe ferver por cerca de 40 minutos sem mexer, com a panela tampada, até os vegetais e os frutos do mar estarem bem macios. De vez em quando, abra a panela e regue com o próprio caldo que se formar.
5
Quando a moqueca estiver cozida, destampe e acrescente os camarões. Regue com o leite de coco. Deixe cozinhar por cerca de 5 minutos – apenas até o camarão ficar rosado. Retire do fogo, acerte o sal, acrescente a salsa e o coentro e sirva na própria panela de barro, acompanhado de farofa e pirão. JAN/FEV 2017 23
VALORES ESSENCIAIS
reportagem HELAINE MARTINS ilustração BERNARDO FRANÇA
CONSTRUIR ALGO EM CONJUNTO COM ALGUÉM É O SEGREDO PARA DAR SENTIDO ÀS RELAÇÕES E PARA REALIZAR OS MAIORES SONHOS. CONCILIAR NOSSAS INDIVIDUALIDADES É DIFÍCIL, MAS VALE O ESFORÇO. AFINAL, DIGA AÍ: NOS MELHORES MOMENTOS DA SUA VIDA, VOCÊ ESTAVA SOZINHO OU ACOMPANHADO?
N
a escola, você era do tipo que preferia fazer trabalhos individuais ou em grupo? Sozinho era mais prático: não precisava marcar local de encontro nem debater até chegar a um consenso sobre os detalhes do projeto. Mas quais lembranças você guarda com mais carinho: as horas que passou estudando por si só ou os momentos de turma reunida? Apesar de esses encontros muitas vezes serem uma bagunça aparentemente improdutiva, provavelmente foi neles que experimentamos os momentos mais construtivos – e divertidos – da nossa vida escolar. 26 REVISTA SORRIA
Os desafios e as vantagens das ações coletivas acompanham a humanidade desde sempre. Nossos ancestrais já sabiam que, em grupo, era mais fácil conseguir comida e se proteger. Os tempos mudaram, e nos tornamos mais individualistas. Mas a união continua fazendo a força. “Quando percebemos que não estamos sós, ganhamos coragem para dar passos em direção à realização de um sonho”, explica a professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) Tatiane Neves. Para que um plano coletivo seja realizado, porém, não basta vontade. Um
pré-requisito fundamental é confiança. Quem afirma é o educador Fábio Brotto, cofundador do Projeto Cooperação, entidade que difunde a pedagogia da cooperação – disciplina que aposta no poder colaborativo. “Confiar é estabelecer um pacto de cumplicidade e, de certa maneira, entregar o destino da própria vida nas mãos dos outros”, diz. Isso, claro, não é simples. Exige transparência, sinceridade – e uma boa dose de desconstrução. Segundo Fábio, crescemos sendo ensinados que o outro é uma ameaça. Que não podemos nos expor, que devemos esconder
nossas fraquezas, a fim de não dar margem a ataques. Nossa desconfiança é um mecanismo de sobrevivência que age principalmente quando lidamos com o que é diferente. Como mudar essa lógica? O caminho é a afetividade: “Em grupos nos quais nos sentimos acolhidos, pertencentes, ficamos mais à vontade para confiar”. Outro desafio é equilibrar o individual com o coletivo. Em nome do grupo, devemos sufocar nossas singularidades? Os especialistas indicam exatamente o oposto. A riqueza do todo vem justamente da diversidade das partes. “Para que haja o
coletivo é necessário o fortalecimento do indivíduo”, afirma Fábio. Mas o educador ressalta a diferença entre individualismo e individualidade: “O primeiro é a exacerbação daquilo que é individual sobre os outros. Já a individualidade, que é fundamental, é a expressão da verdade de cada um de nós”. A melhor metáfora para representar esse raciocínio é um quebra-cabeça: as peças são todas diferentes e, ao mesmo tempo, essenciais para compor a imagem completa. Ou seja, toda experiência coletiva precisa permitir que cada pessoa tenha a liberdade de ser quem é.
Nada disso é fácil. Mas a força para avançar vem do próprio grupo. Sonhar junto reforça os laços, criando relações mais intensas e recompensadoras. “O engajamento na conquista de metas comuns promove a autoestima, a segurança e a autoconfiança, contribuindo para o bem-estar de todos”, diz a professora Tatiane. Além disso, os benefícios podem extrapolar o grupo, inspirando outras pessoas a se unir. É isso que esperamos que você sinta ao virar esta página: conheça histórias de quem ficou mais forte e feliz após unir esforços para a realização de sonhos em comum. JAN/FEV 2017 27
MANUAL PRÁTICO VIDA FELIZ PASSO A PASSO
Como adotar um animal de forma CONSCIENTE?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, há hoje no Brasil cerca de 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos abandonados. É o equivalente a toda a população da Venezuela. Veja como oferecer casa e carinho a um desses bichinhos reportagem DANILO VALENTINI ilustração BRUNNA MANCUSO
2
FAÇA AS CONTAS É preciso ter certeza de que os gastos com um animal cabem em seu orçamento. Em média, um cachorro pequeno ou um gato adulto consomem entre R$ 50 e R$ 100 por mês em ração. Mas a alimentação é apenas um item da planilha. Ainda é necessário considerar as vacinas (custo médio anual de R$ 400), a infraestrutura (areia, casinha, potes de comida e água, caixa para transporte), a higiene (um pacote mensal de banho e tosa custa a partir R$ 60) e, claro, os imprevistos. “É uma vida. Uma doença pode mudar tudo”, diz Lito Fernandes, biológo da Associação Natureza em Forma, de São Paulo.
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AVALIE SE VOCÊ SERÁ UM BOM DONO Uma coisa é gostar de animais e se sentir mexido cada vez que pega um bichinho no colo. Outra é estar disposto a adaptar a sua vida para acolher um animal de estimação. A partir do momento em que você opta pela adoção, vira o responsável por todos os aspectos da vida do bichinho. Isso inclui dar amor e carinho, mas também garantir sua alimentação, educação, passeios, cuidados com higiene e saúde. Além disso, é fundamental que todas as pessoas da casa estejam dispostas a dividir o espaço com um novo integrante. E não se esqueça de checar se há casos de alergia a pêlos de cão ou gato na família.
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ESCOLHA UM ANIMAL ADEQUADO Cão ou gato? Tudo depende do seu estilo de vida e do ambiente que você tem a oferecer. Se você mora em uma casa com muito espaço, e gente sempre por perto, um cachorrinho pode ser uma ótima escolha. Já quem vive em apartamento pequeno e trabalha fora o dia inteiro pode ter no gato um companheiro mais adequado. “O cão é mais sociável, gosta de companhia, precisa de presença quase permanente para ficar feliz e tranquilo”, explica o veterinário Fernando Yutaka, do Centro de Controle de Zoonoses da prefeitura de São Paulo. “Gatos são mais independentes e sabem explorar melhor pequenos espaços”, completa.
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EU FIZ “É BOM ACOLHER UM BICHINHO TÃO SOFRIDO” Achei que não havia mais espaço para cachorro em minha vida (já tinha a Nalu, uma golden retriever). Mas um dia vi a foto de um cãozinho que já havia tomado um tiro, era manco e estava cheio de carrapato antes de ser resgatado. Quando cheguei, ele já tinha
ESPANTE O PRECONCEITO Um filhote é uma explosão de fofura, mas dura muito pouco. Para ser mais exato, em menos de um ano um cachorrinho já é considerado adulto. Depois disso, ainda vive por mais 11, 12, 13 anos. “Portanto, não faz muito sentido querer adotar apenas animais filhotes”, argumenta Lito Fernandes. ONGs e centros de controle de zoonoses defendem a adoção como forma de dar abrigo a animais desamparados. Nesse caso, os que mais precisam de ajuda são os adultos, os que têm algum problema físico e, acredite, os pretos. “Os primeiros a ser procurados são cães ou gatos branquinhos e de olhos claros”, explica o biólogo.
sido adotado. Porém, na mesma noite, me ligaram: ele havia sido devolvido! Assim, fiquei com o Elvis, hoje com 3 anos. É muito gratificante acolher um bicho que já sofreu tanto. Érica Suzumua, 41 anos, empresária, São Paulo
“AGI POR IMPULSO, MAS FOI UMA BOA OPÇÃO” Cresci com cachorro em casa. Recentemente havia
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adotado uma cadela
PESQUISE E ENCONTRE O SEU Decidiu que vai mesmo adotar um bichinho? Agora vem a parte mais legal. A internet e as redes sociais facilitaram a busca pelo seu companheiro, antes restrita a feiras de adoção. O site procure1amigo.com.br tem um grande cadastro com cães e gatos para a adoção em todo o país. Centros de zoonoses, órgãos de vigilância sanitária e ONGs são o caminho mais adequado porque disponibilizam animais já castrados, vacinados, vermifugados e, muitas vezes, identificados. Adotar por vias menos formais (um animal abandonado na sua rua, por exemplo) também é possível. Mas, nesse caso, procure um veterinário de confiança para garantir a saúde do animal e também a da sua família.
que acabou falecendo no começo do ano. Já estava pensando em um novo cachorro – não consigo ficar sem bicho. Até que um gato de rua apareceu na casa da minha namorada. Agi por impulso e decidi adotá-lo. Nunca havia tido um gato e descobri que o Gordo é perfeito para a minha rotina, já que fico quase o dia todo fora. Foi uma ótima decisão. Felipe Moura, 24 anos, estagiário de engenharia,
Fontes: Fernando Yutaka, veterinário da prefeitura de São Paulo no Centro de Controle de Zoonoses; Lito Fernandes, biólogo e comportamentalista da Associação Natureza em Forma; e Organização Mundial da Saúde
Rio de Janeiro
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