COMPRE E AJUDE! APRESENTA:
TODO O LUCRO DO PROJETO É DOADO ;)
P A R A
S E R
F E L I Z
10 PROJETOS SOCIAIS QUE TRABALHAM
PELA SAÚDE
A G O R A
R$ 4,20
20
MAIS DE
R$
MILHÕES DOADOS!
10MEXER O CORPO RAZÕES PARA
COMO SER UM AMIGO MELHOR
DICAS PARA ENCONTRAR
O PRESENTE
PERFEITO! APRENDA A FAZER
PÃO DE MEL
Perdoar faz
sarar
PODE SER DIFÍCIL, MAS VALE A PENA: ROMPER O CICLO DE RAIVA E RESSENTIMENTO TRAZ ALÍVIO A TODOS OS ENVOLVIDOS
#64
nov/dez
2018
VENDA EXCLUSIVA
DROGA RAIA
ASSINE JÁ:
BANCADOBEM.COM.BR
© Foto: Alexandra Paton / EyeEm / Guetty Images
PRAZERES SIMPLES
14 REVISTA SORRIA
O que você vê aqui? texto DILSON BRANCO
U
ma foto. Ela mostra crianças na praia. E é muito bonita. Dá pra ficar um bom tempo olhando pra ela sem se cansar. É em preto e branco. Será que ficaria melhor colorida? Bom, a ausência das cores ajuda a destacar outras coisas. Os meninos são silhuetas – tão uniformemente negras e bem delineadas que parece que eles foram removidos a estilete. Só vemos seus contornos, e são formas muito vivas. O da esquerda parece um zigue-zague: praticamente todas as linhas são retas. E, olha só, formam triângulos: um entre o canto da imagem e o traçado da bermuda, outro com o vértice no calcanhar, mais um entre a canela, o lado da foto e a linha do mar... Por falar nisso, o horizonte está inclinado. (Isso causa agonia ou satisfação?) Os meninos se conectam entre si por meio dessa reta, que transpassa os quatro. Agora percebi que há três faixas horizontais: o céu, o mar e o chão. E, olha só, também tem três colunas: duas escuras, nas laterais, e uma iluminada, no centro. Esse feixe de luz revela toda a complexidade dos grãos de areia – ela parece fofa, boa de pisar. E, de fato, as crianças estão pisando com vontade: tem bocadinhos de terra e água flutuando pela imagem, levantados pela correria. Aposto que estão todos sorrindo. Talvez aquele ali, na direita, mais introspectivo, não. Pode ter encontrado uma concha diferente, sei lá. Qual dos quatro você seria? Um deles está carregando um... o que é aquilo? Uma madeira para desenhar na areia, montar uma trave de futebol, arremessar pra bem longe, só pra aproveitar o vazio imenso da praia? Já morei perto do mar, mas não ia lá todo dia, que desperdício! E você, o que vê aqui? Fotos são portais capazes de nos absorver num prazeroso exercício de contemplação. É uma experiência totalmente pessoal, sem certo nem errado. Talvez você não consiga expressar o que a imagem está fazendo você sentir. Talvez surjam perguntas para as quais não há respostas. E, bem, talvez você ache a foto nada interessante e não gaste nem um segundo olhando para ela. Seja como for, tem partes de nós que só acessamos por meio da arte. Então, o que você vê aqui, sem exagero, são estímulos preciosos para ser tudo o que você pode ser.
CONFIRA DICAS DE SITES PARA VER LINDAS FOTOGRAFIAS! Fotojornalismo: vasculhe os arquivos da revista Life, dos Estados Unidos (bit.ly/arquivolife), contemple as lindas imagens naturais da National Geographic (bit.ly/NGfotos) e veja os cliques vencedores, desde 1955, do mais importante prêmio mundial de fotojornalismo: www.worldpressphoto.org. Fotos artísticas: sites que vendem esse tipo de imagem são ótimos mesmo se você não comprar nada, pois dá para conhecer artistas e pesquisar por diferentes temas. Confira dois: yellowkorner.com e bit.ly/artsyphoto. Esta rede social de fotógrafos também é uma boa: www.flickr.com. Fotos históricas: contemple milhares de imagens antigas do Brasil (brasilianafotografica.bn.br) e da Europa (bit.ly/europeanaphoto).
NOV/DEZ 2018 15
PRAZERES SIMPLES
TÁ NA MESA
Com mel e
com afeto Deseje um ano novo cheio de doçura oferecendo pães de mel às pessoas que você ama texto MARINA BESSA
© Foto: Sheila Oliveira / Empório Fotográfico. Produção culinária: Paula Belleza. Produção de objetos: Marcia Asnis
O
que estamos prestes a fazer aqui é uma feitiçaria. Prepare no fogo baixo um leite cheio de perfumes, acrescentando canela e noz-moscada. No líquido ainda quente, derreta uma generosa quantidade de mel e deixe-o descansar enquanto ele absorve os aromas da erva-doce. Esse néctar, ainda morno, vai, então, receber os mais triviais dos ingredientes – leite, ovos, óleo. E ganhar corpo com chocolate em pó e farinha de trigo. Poderia ser um bolo. Mas é um pão. Pão de mel. Essa iguaria irresistível, dizem, veio da Rússia, onde o pão de mel se chama pryanik e é uma instituição da cidade de Tula, localizada ao sul de Moscou. Mas o pão de Tula é bem rústico, quase um biscoito, tem a cor dourada e não leva cobertura. Mais parecido com os pães de mel que comprávamos antigamente – redondos, pequenos e sem o chocolate. Mas a receita viajou o mundo e ganhou novas versões. Por aqui, foi incrementada, afofada, adocicada. Por cima do bolinho, uma consistente cobertura de chocolate garante que a massa fique saborosa e úmida por mais tempo. Ainda não satisfeitos, juntamos recheio, aumentamos o tamanho, inovamos no formato. E o pão de mel virou o feitiço que você vê aí ao lado. Difícil dissociar esse doce de um presente. É um bombom agigantado e feito em casa – o que traz uma dose extra de significado. É um bolo apequenado, perfeito para embalar, pensado para comer de uma vez só. É chocolate, é mel, é doce de leite. Ou seja, um mimo universal, impossível de ser rejeitado. Está quase pronto. Ao tirar a massa fininha do forno, corte-a em quadradinhos regulares. Recheie cada pão de mel com esmero. Escolha um bom chocolate para banhar os bolinhos. Embale um a um, pensando em quem vai saborear a iguaria. Amarre um bilhete e, na dedicatória, escreva assim: “Feito com mel, com tempo e com amor. Para um ano novo doce e recheado de prazeres simples. Feliz 2019!” 22 REVISTA SORRIA
PÃO DE MEL
rende 30 unidades
Ingredientes: • 1 e ½ xícara de leite • 1 colher (de café) de canela em pó • 1/4 de colher (de café) de noz-moscada em pó • 1 xícara de mel • 1 sachê de chá de erva-doce • 5 ovos • 1 e 1/2 xícara de açúcar mascavo • 1 colher (de sopa) de extrato de baunilha • 1 xícara de óleo de milho
• 1/3 de xícara de chocolate em pó • 1 colher (de chá) de bicarbonato de sódio • 1 colher (de chá) de fermento químico • 3 xícaras de farinha de trigo • 1 pitada de sal • 2 xícaras de doce de leite bem consistente (para rechear) • 2 kg de chocolate meio amargo (para a cobertura)
COBERTURA SEM ERRO Se você tiver uma grelha como esta, vai ficar ainda mais fácil escorrer o chocolate antes de levar à geladeira.
FEITO POR VOCÊ Quem não gosta de ganhar comidinhas gostosas? Embale os pães de mel com capricho e faça um agrado aos amigos no fim do ano.
INVENTE, TENTE! O recheio clássico é com doce de leite. Mas no seu pão de mel é você quem manda! Dá pra usar brigadeiro, beijinho ou sua geleia favorita.
Modo de preparo: Preaqueça o forno a 180 oC. Enquanto isso, em uma panelinha, junte o leite, a canela e a noz-moscada e leve ao fogo. Assim que ferver, adicione o mel e o sachê de chá e tampe para deixar a mistura em infusão. Espere amornar, coe o leite e bata no liquidificador com os ovos, o açúcar mascavo, o extrato de baunilha
1
e o óleo. Transfira essa mistura para uma tigela.
2
Com uma peneira, adicione os secos. Primeiro, o chocolate em pó. Depois, o bicarbonato de sódio e o fermento. Por último, a farinha de trigo e o sal. Misture tudo com um fouet, até incorporar.
3
Transfira a massa para uma fôrma retangular
untada com manteiga e polvilhada com farinha. Asse por aproximadamente 20 minutos, ou até que você espete um palito e ele saia seco.
4
Espere esfriar. Corte a massa em quadrados e depois cada quadrado ao meio. Recheie um quadradinho com doce de leite e cubra com outro, fazendo um sanduíche.
5
Derreta o chocolate em banho-maria. Banhe os pães de mel recheados no chocolate, com a ajuda de um garfo ou uma espátula. Deixe o excesso de chocolate escorrer e, então, repouse os pães de mel sobre uma superfície forrada com papel-manteiga. Leve-os à geladeira para endurecer. NOV/DEZ 2018 23
VALORES ESSENCIAIS
PERDOAR É ROMPER UM CICLO DE RAIVA E MÁGOAS. NESSE DIFÍCIL PROCESSO, TODOS SAEM GANHANDO, ESPECIALMENTE QUEM PERDOA reportagem HELAINE MARTINS ilustração PRISCILA BARBOSA
E
rros acontecem. Não tem jeito: nessa nossa jornada diária de viver e conviver, em algum momento já dissemos palavras que feriram o outro, ou fomos feridos por alguém que nos desapontou. Somos, ao mesmo tempo, vítimas e culpados de injustiças que podem mudar o curso de uma vida. E qualquer um que tenha sofrido com uma grande mágoa sabe que é difícil concentrar-se em algo que não seja a nossa dor. Quando nos damos conta, entramos em um ciclo sufocante de sofrimento e ressentimento. Mas, acredite, é possível interromper esse fluxo seguindo um caminho difícil, mas também absolutamente libertador: o do perdão. A palavra perdoar deriva do latim perdonare e significa capacidade de doar sem reservas. Ou seja, traduz o desafio de decidir conscientemente que o outro não lhe deve mais nada e está livre para seguir o seu caminho. “É uma proposta de romper com os traumas e conflitos que nos prendem ao passado. É deixar de ouvir a voz da raiva ou da culpa para construir um circuito virtuoso de empatia, liberdade e alívio”, explica o professor Júlio Rique Neto, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento Sócio-Moral, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O exercício do perdão se reflete em nosso bem-estar e em nossa saúde. Pelo menos cinco benefícios já foram comprovados pela ciência: melhora da pressão arterial, reforço do sistema imunológico, aumento da qualidade do sono e redução dos efeitos do estresse e da incidência de problemas psicológicos, como depressão. “Perdoar é ter qualidade de vida”, diz Júlio. Mas como renunciar ao rancor ou à culpa? O professor conta que existem quatro fases essenciais para alcançar o perdão: identificar a raiva, considerando a sua influência na nossa forma de viver e sentir; decidir perdoar, a partir de dentro e no tempo de cada um; trabalhar o perdão desenvolvendo empatia e compaixão; descobrir e libertar-se da prisão emocional. Um processo totalmente consciente e difícil de ser encarado, seja na condição de quem pede, seja na de quem oferece. Mas que, posto em prática, gera o bem para todos os envolvidos. “O perdão é uma escolha que fazemos para seguir adiante com nossa vida. Ele funciona dentro do equilíbrio entre nos libertar da raiva, eliminar da mente os pensamentos negativos e aumentar nela os elementos positivos.” Isso, no entanto, não significa esquecer ou necessariamente reconciliar-se com o outro. As cicatrizes ficam. Não há como mudar o que aconteceu. Mas é possível superar a culpa, o ressentimento e o rancor e fazer a pazes consigo mesmo. Ao virar a página, você vai conhecer a experiência de quatro pessoas que reescreveram sua história e mostraram que, mais do que possível, o perdão é um caminho necessário para ter uma vida plena. NOV/DEZ 2018 27
DÁ PRA MUDAR?
É IMPOSSÍVEL SER FELIZ SOZINHO OS COMPROMISSOS DO DIA A DIA PODEM NOS AFASTAR DOS NOSSOS AMIGOS – E ISSO FAZ MAL ATÉ PARA A SAÚDE. MAS SEMPRE É TEMPO DE TRAZÊ-LOS DE VOLTA. NOSSA REPÓRTER TOPOU O DESAFIO E TENTOU, POR UM MÊS, SE RECONECTAR A SEU BANDO. TERMINOU MUITO MAIS CONTENTE reportagem ROMY AIKAWA ilustração ELISA CARARETO
36 REVISTA SORRIA
S
e eu for contar a quantidade de amigos que tenho hoje, creio que não chegue a duas dezenas. E, desses, só uns quatro são próximos mesmo. Não que eu tenha grande dificuldade para interagir com as pessoas, embora a minha timidez muitas vezes atrapalhe. Mas sou forçada a admitir que já fui melhor em cultivar relacionamentos. Faz um tempo que tenho deixado a desejar como amiga e, como consequência, venho sentindo falta da presença de pessoas queridas na minha vida. Por isso topei a proposta da revista Sorria de tentar ser uma amiga melhor. Achei que um bom começo seria refletir sobre o meu comportamento: se eu andava chateada com o distanciamento dos amigos, o que vinha me impedindo de procurá-los? É fato que a minha vida de profissional, dona de casa, esposa e mãe mal cabe nas 24 horas do dia. Mas culpar o tempo pareceu mais uma desculpa do que uma resposta. Consultei a psicóloga Thaiana Brotto, especialista em terapia comportamental e cognitiva, que avaliou: “Os amigos são a nossa rede de apoio, as pessoas que escolhemos para fazer parte da nossa vida. Se não os estamos priorizando, é por algum motivo. Pode ser só uma fase introspectiva, pode ser a adaptação a uma mudança, a travessia de um período delicado... Antes de julgar, é preciso entender o que está se passando”. Nos últimos anos, uma sequência de acontecimentos difíceis realmente virou minha vida de ponta-cabeça. Mesmo assim, pensar que os meus amigos pudessem achar que eu não dou o devido valor à amizade me deixou preocupada. Então, fiz a primeira tentativa de melhorar: liguei para um amigo do coração que vi apenas uma vez durante o último semestre e combinei uma reuniãozinha em casa. A intenção inicial era sair só com ele, como os tantos programas que fazíamos na época de solteiros. Mas acabamos marcando um encontro de casais, e ainda veio outro amigo em comum. É sempre uma delícia ver esse trio, só que eu queria mostrar ao meu velho amigo quanto lamentava ter descuidado do nosso relacionamento. Aproveitei um momento em que os outros dois engataram uma conversa com meu marido, sentei ao lado dele, dei um abraço apertado e disse-lhe que tê-lo como amigo é muito importante para mim. Ele me olhou com olhos de quem entendeu a mensagem, abriu um sorrisão e falou “idem!”, me aconchegando com
A CIÊNCIA COMPROVA > QUANDO SE TRATA DE SAÚDE, TER AMIGOS É MAIS IMPORTANTE QUE TER CONTATO COM A FAMÍLIA: LAÇOS FORTES DE AMIZADE AUMENTAM A EXPECTATIVA DE VIDA EM ATÉ DEZ ANOS > PESSOAS QUE TRABALHAM AO LADO DE, PELO MENOS, UM BOM AMIGO COSTUMAM SER SETE VEZES MAIS PRODUTIVAS, CRIATIVAS E ENGAJADAS > O TEMPO ESTIMADO PARA FORMAR UMA AMIZADE CASUAL É DE 40 A 60 HORAS. PARA TORNAR-SE AMIGO, SÃO NECESSÁRIAS DE 80 A 100 HORAS. E PARA VIRAR AMIGO DO PEITO DEVEM-SE EMPREGAR MAIS DE 200 HORAS > AS CARACTERÍSTICAS E OS HÁBITOS DOS AMIGOS EXERCEM INFLUÊNCIA SOBRE AS PESSOAS. SE UM ESTÁ FELIZ, A PROBABILIDADE DE QUE O OUTRO SE SINTA IGUAL AUMENTA EM 15,3% Fontes: Correio Brasiliense, Exame, PLOS Medicine, Superinteressante, ResearchGate
NOV/DEZ 2018 37