Todos #21

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ALGUÉM ACREDITOU EM MIM REPORTAGEM K A R I N A S É R G I O G O M E S ILUSTRAÇÃO B R U N N A M A N C U S O

ÀS VEZES, PRECISAMOS QUE O OUTRO NOS MOSTRE O QUE A GENTE CISMA EM ESQUECER: QUE PODEMOS SUPERAR QUALQUER DIFICULDADE E REALIZAR NOSSOS MAIORES SONHOS


ANTÔNIA NEVES,

57 anos, de Belo Horizonte, voltou a estudar depois dos 50 com o apoio dos filhos. Ao seu lado, sua caçula, Waleska, 23 anos

© Foto: Jean Assis

ENTENDI QUE NUNCA É TARDE PARA APRENDER

gramática. Waleska conseguiu uma vaga em Farmácia e eu, em Filosofia. Logo nas primeiras aulas, senti olhares de reprovação da minha turma, pois era a mais velha em uma sala cheia de jovens. Eu mal podia fazer um comentário Pouco tempo depois que eu terminei o ensino médio, no fim que já ouvia o buxixo entre meus colegas: ‘Lá vem ela falar da família de novo...’. Aquilo me desmotivava. Voltava para dos anos 1970, me casei. Os afazeres não permitiram que casa pensando em desistir quando Waleska me surpreendeu eu desse continuidade aos estudos. Em 2007, me separei ao me dar conselhos que um dia eu tinha dado: ‘Mãe, foca e fiquei bem chateada. Quando minha filha mais nova, Waleska, foi se preparar para o vestibular, em 2012 – e vendo no que é importante, naquilo que você quer. Deixa essas que eu andava pra baixo –, me convidou para acompanhá-la pessoas para lá’. Com a injeção diária de ânimo da Waleska e dos meus outros dois filhos, cheguei ao final do quarto ano. nos estudos e prestar com ela o Enem. Titubeei, achando E agora só preciso terminar a minha monografia. Também que, aos 52 anos, estava muito velha. Mas ela insistiu e comecei a estudar francês e já penso em fazer mestrado.” passei a dedicar meu tempo livre a fórmulas e regras de

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NO MEU TEMPO

BAÚ DO TESOURO Já imaginou guardar o salário dentro da mesa e pagar o mercado somente uma vez por ano? Conheça histórias que mostram como era lidar com o dinheiro em uma época em que não havia cartão de crédito, caixa eletrônico nem banco online REPORTAGEM M E L I S S A D I N I Z FOTOS I L A N A B A R ILUSTRAÇÕES B R U N A A S S I S B R A S I L

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ERA FÁCIL SER MILIONÁRIO Já passei por várias trocas de moedas e me lembro bem que, antes da implantação do Real, eu recebia 2 milhões e 300 mil cruzeiros. Depois da mudança, passei a ganhar 585 reais, que era o valor equivalente. Mas houve um período intermediário, em que era preciso fazer uma conversão usando a URV (Unidade Real de Valor). Então, a gente ia ao mercado e, na hora de pagar, o caixa calculava o valor da compra em URV. A tabela flutuava muito por causa da inflação.”

ALESSANDRA GONÇALVES DA SILVA, 43 anos, São Paulo

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MEU DICIONÁRIO

GOIÁS É MAIS A terra de belezas naturais e da música que conquista multidões pelo país também é abundante em expressões características, como "quando é fé" e "pular o corguim". Conheça o significado desses e de outros termos REPORTAGEM D A N I E L A A R C A N J O ILUSTRAÇÃO F I D O N E S T I

Quando é fé, já era tarde. Se algo ocorre de repente ou sem ninguém perceber, lá em Goiás acontece "quando é fé".

Depois do queijim.

Aquele pit-dog é dos bons.

"Queijim" não tem a ver com o alimento à base de leite. Em Goiás, quer dizer rotatória: "Vire à direita depois do queijim".

É um quiosque ou trailer que fica montado na praça e serve sanduíches feitos na hora.

Eu achei paia.

Você é um veaco. Parece uma forma pejorativa de se referir a quem tem mais idade, mas a expressão é usada para designar alguém desonesto.

Essa é a forma goiana de falar que algo é ruim, esquisito, malfeito.

Ele pulou o corguim. Significa passar dos limites. Se você ouvir alguém falando que "pulou o corguim de ré", então essa pessoa passou muito dos limites!

Ela deu rata!

Quem dá rata paga mico, faz algo descabido, passa por alguma situação constrangedora. 36 > T O D O S > A G O S T O / S E T E M B R O

Aném, perdi o ônibus! A palavra, derivada de "ah, não", que virou "ah, nem", é escrita e falada assim para expressar desagrado.

A um grito de distância. Para os goianos, quem está logo ali, pertinho, fica a apenas um grito de distância.


Olha lá o bicho de goiaba.

PALAVRAS TÍPICAS

Intrometido, oferecido, conquistador barato. São esses os significados relacionados ao pobre bichinho em Goiás.

Personalidades de Goiás revelam as expressões que mais usam

Levei um abraço de tamanduá.

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CAMILLA CAMARGO,

Quando o tamanduá está bravo, ele abre os braços, mostrando as garras mortais. Quem dá um abraço assim é falso – fuja dele!

32 ANOS, ATRIZ

“‘Trem’ é a expressão usada em Goiás de que mais gosto: ‘Sei que trem é esse não’, ‘que trem difícil’. Ficou enraizado no meu vocabulário, ao ponto de ter amigos que me chamam de ‘trenzinho’, por eu usar a palavra em São Paulo!”

Rensga, você é bom nisso! Esse termo difícil de pronunciar para quem não tem o costume é indicativo de surpresa. Seria o equivalente ao "uau!" ou "nossa!"

Já sabe onde vai posar?

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LEO JAIME,

Não tem a ver com fazer pose para fotos. Posar é passar a noite em um hotel ou na casa de amigos durante uma viagem.

58 ANOS, ATOR E CANTOR

“Olha, eu era um menino custoso. Tinha horas que eu deixava o pessoal assim, por um beicinho de pulga [por um triz], irritado. Não que eu fosse entojado [malcriado], mas era muito encapetado. Parecia que eu tinha comido perna de cachorro, não parava quieto.”

Eles fizeram uma gambira. Ele encontrou o ninho da égua!

A palavra é sinônimo de troca, permuta que não envolve dinheiro, só objetos, imóveis.

© Fotos: 1) Patricia Canola, 2) Tielle Mello, 3) divulgação, 4) arquivo pessoal

Como éguas não nascem em ninhos, achar um deles é rir demais, sem motivo.

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LEONARDO, 54 ANOS, CANTOR

“Uso todas estas expressões que os goianos costumam usar: excomungado [esquisito], custoso [difícil], bão demais da conta [algo muito bom], peia [surra]. Eu falo tudo isso [risos]! E, às vezes, as pessoas riem desse jeito de falar!”

Isso é água de batata.

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Sabe aquele café fraco, quase transparente, e ainda por cima sem açúcar? Em Goiás é água de batata.

KARINY BIANCA, 24 ANOS, JORNALISTA E YOUTUBER

Mas que cara comprida! A expressão de um rosto comprido não nega: é um semblante de tristeza.

“Falo muito ‘tem base?’. Goiano que é goiano diz isso a cada 20 palavras. A tradução é: ‘pode uma coisa dessas?’. A gente divide algumas expressões com os mineiros. Afinal de contas, eles têm um pezinho aqui e a gente, um lá.”

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RECEITAS DE FAMÍLIA

Do pé

à mesa

Frutas ficam sensacionais como protagonistas de pratos doces e salgados ou como coadjuvantes, levantando o sabor do ingrediente principal. Veja cinco receitas para inovar no menu REPORTAGEM ROMY AIKAWA FOTOS SHEILA OLIVEIRA / EMPÓRIO FOTOGRÁFICO PRODUÇÃO CULINÁRIA PAULA BELLEZA PRODUÇÃO DE OBJETOS MÁRCIA ASNIS


MOQUECA DE

BANANA-DA-TERRA COLORIDO Usar três tipos de pimentão – amarelo, vermelho e verde – não é capricho, não. Esse mix deixa o prato lindo e cheio de sabor.

UM PRATO DIFERENTE, QUE VAI BEM EM DIA DE FESTA OU SÓ MESMO PARA QUEBRAR A ROTINA para 4 pessoas

Ingredientes » 4 bananas-da-terra maduras » 2 colheres (de sopa) de azeite de oliva extra virgem » 1 cebola » 1 pimentão amarelo » 1 pimentão vermelho » 1 pimentão verde » 1 pimenta dedo de moça » 2 tomates » 200 ml de leite de coco » 1 colher (de sopa) de azeite de dendê » salsinha picada a gosto » coentro picado a gosto » sal a gosto Modo de preparo

1 Corte as bananas em rodelas. Numa panela grande e bem quente, adicione uma colher de azeite de oliva e grelhe as rodelas de banana dos dois lados. Retire e reserve. 2 Na mesma panela, adicione mais uma colher de azeite de oliva, junte a cebola e a pimenta dedo de moça cortadas em rodelas bem finas e deixe refogar bem. Disponha os pimentões cortados em tiras e refogue. Quando começar a soltar água, arrume o refogado no fundo da panela e coloque os tomates em rodelas por cima com uma pitada de sal. Tampe e deixe cozinhar por uns 5 minutos ou até que os legumes comecem a murchar. Acrescente o leite de coco e o azeite de dendê. Banana era o que não faltava no sítio da minha avó. Ela aproveitava a fruta em uma moqueca sem leite de coco, porque não havia tanta facilidade para encontrá-lo. Ainda lembro da primeira vez que provei: o adocicado da banana em um prato salgado foi uma explosão de sabor. Eu adorei! Minhas filhas tiveram a mesma reação quando fiz para elas. Essa moqueca vai muito bem no inverno, bem quentinha. O ideal é usar ingredientes frescos e orgânicos, que deixam o prato ainda mais saboroso e saudável.”

GELÚSIA VANI, 49 anos, Petrópolis (RJ)

3 Disponha as rodelas de banana e misture com os outros ingredientes. Quando começar a ferver, abaixe o fogo e deixe cozinhar por aproximadamente 15 minutos com a panela entreaberta. 4 Acerte o sal, polvilhe as ervas frescas por cima e sirva acompanhada de farofa e arroz branco.

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