Todos #24

Page 1

COMPRE R$ 4,20 E AJUDE

CRIANÇAS, JOVENS E IDOSOS DAS ONGS

A VIDA É FEITA DE HISTÓRIAS. QUAL É A SUA?

MAIS DE

R$

4 MILHÕES!

DOADOS

...E MAIS 13 INSTITUIÇÕES

QUE APOIAM A TERCEIRA IDADE Prestação de contas na pág. 8

RUDI

FAZ PARQUES

PARA CRIANÇAS COM

DEFICIÊNCIA pág. 28

JOÃO

ESTEVE NO FUNERAL

DE VARGAS,

HÁ 65 ANOS pág. 32

NELI

REÚNE AMIGOS

PARA VIVER UM ANTIGO SONHO pág. 24

RECEITAS Regina Salles, 64 anos pág. 12

PARA COMER COM

AS MÃOS pág. 42 #24

fev/mar 19

DESCOBRI QUE TENHO O DIREITO DE ME DIVERTIR!

VENDA EXCLUSIVA

ASSINE JÁ:

BANCADOBEM.COM.BR


E

EU VENCI

DIVERSÃO É COISA SÉRIA

DEDICAR-SE AO LAZER É UMA FORMA DE SE CONECTAR AOS OUTROS, CUIDAR DA SAÚDE E DESCOBRIR UMA VIDA CHEIA DE SIGNIFICADO E ALEGRIA REPORTAGEM R A F A E L A C A R V A L H O ILUSTRAÇÃO R O D R I G O I C O


REGINA SALLES (ao centro), 64 anos, aposentada, de São Paulo, organiza passeios para um grupo de 50 pessoas, como ELIZABETE RODRIGUES SOARES (à esq.), 62, e CATARINA CUNHA, 64

© Foto: Julia Rodrigues

MEU LAZER É VER TODO MUNDO SE DIVERTIR Quando tinha 34 anos, tornei-me mãe solteira. Dali em diante, todas as prioridades se voltaram para o meu filho: até os passeios e as viagens eu escolhia pensando sempre no que seria mais importante durante o crescimento dele. Hoje, mais velha e com mais tempo para mim, decidi que quero me manter ativa. Por isso, em 2015, formei um grupo de pessoas da terceira idade voltado para o lazer. Nosso objetivo era criar uma turma para passear e aproveitar o tempo livre. Já estamos em 50 participantes. Viajamos de

Fortaleza a Curitiba, de Portugal à Itália. Sou a responsável por organizar tudo – e adoro! Além disso, atuo como voluntária em dois grupos de acolhimento a crianças que aguardam adoção. Nesse trabalho, existe também um papel especial a cumprir: ser a família dessas crianças enquanto elas ainda não possuem um lar definitivo. Juntos, comemoramos Páscoa, Natal, Dia das Crianças; vamos a jogos em estádios de futebol, brincamos no parque. Quero garantir que elas sintam que têm o direito de aproveitar a vida, apesar das circunstâncias adversas. Reunir um grupo de amigos e realizar trabalho voluntário são duas atividades que exigem bastante de mim, mas também são grandes fontes de satisfação pessoal.”

F E V E R E I R O / M A R Ç O < T O D O S < 13


N

NO MEU TEMPO

PARA ENTRAR NO CLIMA

Como nos virávamos sem chuveiro elétrico nem ar-condicionado? E como temos percebido as mudanças climáticas? Confira relatos que relembram a evolução da nossa relação com o frio e o calor nas últimas décadas REPORTAGEM D É B O R A L U B L I N S K I FOTOS I L A N A B A R ILUSTRAÇÕES G I O V A N A M E D E I R O S

20 > T O D O S > F E V E R E I R O / M A R Ç O


SOMBRA E ÁGUA FRESCA Tenho a sensação de que o verão não era tão insuportável quando eu era criança. Talvez porque onde eu morava, em Catanduva, no noroeste do estado de São Paulo, as ruas eram de terra, havia mais árvores, e nós, os pequenos, aproveitávamos para brincar nas sombras do jardim. Hoje, com o asfalto e os muros de concreto, só dá para encarar o verão com ar-condicionado.”

VANIA MAZININI, 59 anos, São Paulo

F E V E R E I R O / M A R Ç O < T O D O S < 21


M

MEU DICIONÁRIO

FLUENTE EM SERGIPÊS O estado com a menor extensão territorial do país tem uma cultura vasta, com expressões e gírias que passam de uma geração à outra. Confira algumas REPORTAGEM D A N I E L A A R C A N J O ILUSTRAÇÃO L E A N D R O L A S S M A R

Pare de ximar! Você já viu alguém ximando: é aquela pessoa que fica olhando sem parar para a comida do outro.

Isso aqui é paia. Hoje eu vim a pulso.

Significa que não tem valor, é malfeito ou não tem importância.

O gato caçou a briba. Também chamada de catenga, briba é sinônimo de lagartixa.

Vir a pulso é chegar sem vontade, fazer algo na marra, à força.

Caí e bati o pau da venta no chão.

Apois que você vai lá. “Apois” pode ser uma ironia, no sentido de “duvido”, ou uma concordância, como “está bem”.

Se ouvir um sergipano falando em “pau da venta”, saiba que ele se refere ao nariz.

Comprou o pão jacó? Em Sergipe, pão francês tem outro nome: é pão jacó ou pão-de-sal.

Tome este lambedor, aqui.

Tô de coloio com ele.

Tô indo pra malhada.

Lambedor é um xarope caseiro à base de plantas usado para aliviar males respiratórios.

A palavra vem de “conluio”: quer dizer que está fazendo amizade com alguém ou tramando algo.

Nada a ver com academia. Ir para a malhada é ir para a roça, para o pasto.

36 > T O D O S > F E V E R E I R O / M A R Ç O


MEU JEITO DE FALAR

Não altea a voz pra mim! É possível altear um som, a voz, um muro. É a mesma coisa que subir, aumentar, elevar.

Quatro sergipanos contam as curiosidades sobre os termos regionais que costumam usar 1

JOÃO VENTURA, 33 ANOS, PIANISTA, CANTOR E COMPOSITOR

Tá tendo pisadinha, é?

“Gosto da expressão ‘arear a fivela’, que remete ao forró dançado coladinho, de um jeito que deixaria a fivela do cinto areada. Por isso acho tão estranho quando vejo o povo dançando separado e fazendo um bocado de passos. Forró para mim é como em Sergipe, ou seja, agarradinho.”

Passeatas e manifestações eleitorais são chamadas de pisadinhas na região.

Agora vou ter que aviar. Quem se atrasa tem que aviar para chegar a tempo ao compromisso. É o mesmo que apressar-se.

2

Quem gaba o sapo é a jia!

CIBELLE CRISTINA SANTOS, 22 ANOS, BLOGUEIRA

Jia é o mesmo que rã. A expressão quer dizer elogiar a si mesmo ou alguém da família.

“Dizem que a expressão ‘oxente’ surgiu quando os potiguares viram os americanos dizerem ‘oh shit’ durante a II Guerra Mundial. Como a população não conseguia pronunciar corretamente, falava ‘oxente’. Eu, como uma boa sergipana raiz, adoro essa expressão de surpresa.”

Pega a maturi ali para mim.

3

LEANDRO MATOS, 23 ANOS, PROFESSOR E BAILARINO

“Aprendi o dicionário da sergipanidade com minha mãe. Gosto de ‘tá com a gota serena’, que falamos quando alguém está agitado ou irritado. ‘Eita pêntia’ (lê-se “eitcha pentcha”) e ‘eita pêga’ também. Elas servem para expressar espanto, admiração, surpresa, susto.”

Eles estão brincando com a galinhota. O carrinho de mão, utilizado por pedreiros, chama-se galinhota.

Não adianta fazer no trupelo!

Meu tio fez cabeludo!

Você já deve ter resolvido algo às pressas, no atropelo, ou, para os sergipanos, no trupelo.

Em vez de definir uma pessoa com o cabelo comprido, esta palavra dá nome a um pão feito com coco.

Fonte: Museu da Gente Sergipana Governador Marcelo Déda

© Fotos: 1) Helena Gonçalves, 2) arquivo pessoal, 3) Júlio Cesar, 4) Tito Garcez

Maturi é a castanha de caju verde. Com ela, os sergipanos costumam fazer moqueca.

4

BRENO LOESER, 24 ANOS, DESIGNER

“‘Marminino’ é a minha gíria preferida aqui em Sergipe. Faz parte do meu vocabulário desde que eu era novinho. É um misto de descrença e surpresa, podendo ser usada tanto para debochar quanto externar uma revolta. Lembro claramente de mainha dizendo: ‘Marminino, olha isso!’.”

F E V E R E I R O / M A R Ç O < T O D O S < 37


R

RECEITAS DE FAMÍLIA

PARA COMER com as mãos Hoje não precisa lavar os talheres! Este menu prático e informal vai dar sabor às reuniões de família e fazer todo mundo lamber os dedos REPORTAGEM ROMY AIKAWA FOTOS SHEILA OLIVEIRA / EMPÓRIO FOTOGRÁFICO PRODUÇÃO CULINÁRIA PAULA BELLEZA PRODUÇÃO DE OBJETOS MÁRCIA ASNIS

ARDIDINHO As três receitas vão bem com molho de pimenta, com grau de picância ao gosto do freguês

À MILANESA

RODÍZIO DE

camarão

Ingredientes » 600 g de camarão limpo, com a cauda » Sal a gosto » 2 ovos » 2 xícaras de farinha panko » Óleo para fritar

VERSÁTIL, ESSE FRUTO DO MAR VIRA UM PETISCO IRRESISTÍVEL, AINDA MAIS SE FOR SERVIDO EM DIFERENTES VERSÕES para 4 pessoas (cada versão)

42 > T O D O S > F E V E R E I R O / M A R Ç O

Modo de preparo

1 Tempere o camarão com sal e empane, passando primeiro no ovo batido e, depois, na farinha panko.

2 Numa frigideira, coloque o óleo para aquecer e, quando estiver bem quente, frite os camarões até que fiquem dourados. Sirva com molho de pimenta. AO BAFO Ingredientes » 1 colher (de sopa) de azeite extravirgem » 1 cebola em tiras » 2 tomates em cubos, com sementes » 600 g de camarão limpo, com a cauda


Quando eu era menina, a minha família pescava camarão. Mas quem preparava era a antiga cozinheira da casa. Ela costumava fazer o camarão frito ou como moqueca para os almoços especiais, o que me traz lembranças deliciosas. Quando passei a cozinhar, experimentei fazer as versões dela e também testei novos preparos, como um feito com azeite de oliva e alho, e temperado com sal, pimenta fresca, salsa e coentro. Apesar de alguns funcionarem como petisco, gosto de fazer camarão para as reuniões de final de semana, então sirvo como prato principal. Para não errar o ponto, minha dica é prestar atenção na cor: quando ele mudar para um tom rosado, está ótimo!”

MOLHO ROSÉ Misture maionese com catchup e um pouquinho de molho inglês. Fica uma delícia!

EMÍLIA SIMÕES, 58 anos, São Paulo

» Sal a gosto » Salsa fresca picada

no vapor por 2 minutos. Decore com salsa picada e sirva com molho rosé.

Modo de preparo

AO ALHO E ÓLEO

1 Aqueça uma frigideira, acrescente o azeite e, em seguida, a cebola. Refogue até ficar transparente e adicione o tomate. Coloque uma pitada de sal e deixe cozinhar até o tomate começar a se desmanchar.

Ingredientes

2 Tempere o camarão com sal, despeje-o na mistura e tampe. Deixe cozinhar

» Sal a gosto

» Salsa fresca picada Modo de preparo

» 4 colheres (de sopa) de óleo » 4 dentes de alho cortados em lâminas » 600 g de camarão com casca e cauda, sem a cabeça » ½ limão siciliano em pedacinhos

1 Aqueça uma frigideira, acrescente o óleo e, em seguida, o alho. Deixe fritar até dourar, retire com uma escumadeira e reserve. 2 Tempere o camarão com sal e frite no mesmo óleo usado para o alho por 2 minutos ou até dourar. Desligue o fogo e junte o alho, o limão e a salsa.

F E V E R E I R O / M A R Ç O < T O D O S < 43


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.