Revista Sorria # 48

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8 ANOS!

EDIÇÃO DE

ANIVERSÁRIO

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LEVANTAR O

obesidade ♥ treine sua simpatia ♥ gatinhos, violão e festa de criança!

♥ combata a

ASTRAL

DE UM AMIGO FAZER UM DELICIOSO

BOLO DE CHOCOLATE

#48

mar/abr

2016

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COMO RETRIBUIR UMA BOA AÇÃO? FAZENDO BEM AO MUNDO. A GENEROSIDADE É A MELHOR GRATIDÃO!


© Foto: Getty Images / Westend61

PRAZERES SIMPLES

12 REVISTA SORRIA


Fe sta

de criança texto ROBERTA FARIA

N

ossos preparativos começavam dias antes, em noites de força-tarefa com a

mãe e as tias enrolando docinhos. Como a gente não era confiável para esse serviço (porque só fazia bolinhas tortas e ainda lambia as mãos), ganhava outras tarefas, como cortar as salsichas em rodelas para o cachorrinho (assim rendia mais), fazer gelatina nos copinhos de café (o cupcake de 1985), encher balões (que ou estouravam antes da hora de tão cheios ou ficavam murchos, porque ninguém sabia amarrar a ponta) e embrulhar em papel de seda franjado balas de coco que pareciam naftalina (e ninguém comia). Naquele tempo, o salão de festas era a garagem vazia. Tirava-se a Brasília, afastavam-se os móveis, traziam-se todas as cadeiras para os adultos sentarem ao redor. A mesa da sala – ou duas juntadas – ia para o centro, decorada com uma toalha de papel crepom emprestada da prima. Festas temáticas ainda não estavam na moda, então o máximo que acontecia eram uns enfeites de isopor grudados na parede, ou um bolo em formato de guarda-chuva (a coisa mais linda!). A lista de convidados era na base do "quanto mais, melhor". Chamava-se toda a família, os vizinhos, as crianças da sala mais os irmãos e os pais – e se passasse alguma criança à toa na rua, a gente botava pra dentro também. De atrações, só o quintal, a rua, uma bola e a vitrola, e isso era suficiente para horas de correria sem sentido, concursos ligeiramente violentos de dança da cadeira, jogos de queimada em que alguém sempre dava "sem querer" uma bolada na cara do outro – e talvez um pouco de dançando-lambadaô-dançando-lambada-ah no final. Você sabia que a festa tinha sido boa se na hora de ir embora estava imundo, tinha perdido seus sapatos e havia uma ligeira dor de barriga de tanto comer aquelas balas catadas no chão depois que estouraram o balão gigante. Para quem ficava – o aniversariante e sua família exausta – ainda havia outra festa, só que ao contrário, de limpar todos os balões estourados, forminhas de doces jogadas na grama, papéis de presente rasgados e brigadeiros esmagados nos pelos do cachorro. Mas tudo valia a pena se na madrugada você levantasse para tomar água e no fundo da

geladeira tivesse um ou dois potes de sorvete cheios de sobras: docinhos açucarados, rissoles frios, molho de cachorro-quente. A promessa de "nunca mais faço festa em casa" passava na hora. MAR/ABR 2016 13


PRAZERES SIMPLES

TÁ NA MESA

O MELHOR

do mundo BOLO DE CHOCOLATE DEVERIA SER PATRIMÔNIO UNIVERSAL, PRESENTE EM TODAS AS COMEMORAÇÕES! texto ARLI SEMOÁ

© Produção culinária e objetos: Tatiana Damberg; Foto: Elisa Correa

E

m 1977, a Nasa lançou ao espaço as sondas Voyager, que, hoje em dia, já ultrapassaram os limites do sistema solar. Elas carregam discos dourados com uma série de informações sobre a Terra. A ideia é que, caso sejam encontradas por E.T.s, eles possam saber quem somos e como vivemos. A gravação inclui “Olá” em diversas línguas, músicas, sons de bichos, esquemas químicos, fotos de mil cenas terrenas. Pois eu acho que faltou uma coisa muito importante: bolo de chocolate. Se um alienígena chegasse à minha casa, eu adoraria oferecer a ele uma bela fatia fofa e úmida, esbanjando recheio, monocromaticamente deliciosa, feita inteiramente do mesmo ingrediente, da base queimadinha à farta cobertura. E ia contar que isso é o ápice da engenhosidade humana: aprendemos a cultivar o cacau, secar e torrar as sementes, triturá-las, descascá-las, moê-las e pren­­­­­sálas, transformando-as então nos mais variados tipos de chocolate, que podem ser experimentados de outras inúmeras maneiras. Eu contaria a ele que não tem jeito mais maravilhoso de celebrar grandes momentos – sejam eles aniversários, folguinhas no meio da tarde ou encontros siderais. Aí sim, posso garantir, o E.T. teria uma ideia realmente significativa da delícia que é a vida nestas bandas da Via Láctea! 22 REVISTA SORRIA


RECEITA Para fazer raspas profissionais, derreta chocolate, espalhe sobre uma fôrma, deixe esfriar e raspe com uma espátula

BOLO DE CHOCOLATE TRUFADO INGREDIENTES: • manteiga e cacau em pó sem açúcar para untar • ½ xícara mais 1 colher (de sopa) de cacau em pó sem açúcar • ¼ de xícara mais 2 colheres (de sopa) de água fervente • ¾ de xícara de leite • 2 + ¼ xícaras de farinha de trigo peneirada • ¾ de colher (de chá) de bicarbonato de sódio • ½ colher (de chá) de sal • 1 xícara mais 2 colheres (de sopa) de manteiga sem sal em temperatura ambiente • 1 + ¾ xícara de açúcar • 2 colheres (de chá) de essência de baunilha • 3 ovos, batidos levemente • raspas de chocolate para decorar PARA O GANACHE (RECHEIO):

Você pode turbinar o recheio com morangos picados, geleia de damasco ou castanhas-do-pará

• ½ kg de chocolate amargo picado • 2 + ½ xícaras de creme de leite fresco em temperatura ambiente PARA A COBERTURA: • ½ xícara mais 1 colher (de sopa) de cacau em pó sem açúcar

Para o recheio e a cobertura ficarem mais escuros e não tão doces, use chocolate com alto teor de cacau

• ½ xícara mais 1 colher (de sopa) de água morna • 1 + ½ xícara de manteiga sem sal em temperatura ambiente • ¾ de xícara de açúcar de confeiteiro • 2 + ¼ colheres (de chá) de sal • 700 g de chocolate meio amargo ralado, derretido e esfriado

MODO DE FAZER:

1

Preaqueça o forno a 180 °C. Unte duas fôrmas redondas de 22 cm. Forre com papel manteiga e unte. Polvilhe cacau, descartando o excesso.

2

Peneire o cacau em uma tigela. Misture a água fervente. Gradualmente, adicione o leite. Deixe esfriar. Em outra tigela, misture a farinha, o bicarbonato e o sal.

3

Com a batedeira na velocidade mínima, em outro recipiente, bata a manteiga até ficar macia e mais clara, por cerca de 4 minutos. Adicione o açúcar aos poucos, raspando as laterais. Misture a essência de baunilha. Adicione os ovos, um de cada vez. Sempre batendo, acrescente a mistura de farinha e o cacau que estava esfriando, aos poucos, alternando entre um e outro. Bata até ficar uniforme.

4

Divida a massa igualmente entre as fôrmas. Com uma espátula, alise as superfícies. Asse por 20 a 25 minutos. Espete com um palito: se ele sair limpo, está pronto. Leve as fôrmas para grades de esfriar. Após 15 minutos, desenforme os bolos nas grades para que esfriem totalmente.

5

Enquanto isso, faça o recheio. Derreta o chocolate em banho-maria. Adicione o creme de leite. Misture bem e transfira para a geladeira. Quando estiver firme, leve à batedeira até ficar claro e denso. Reserve na geladeira.

6

Para fazer a cobertura, dissolva o cacau na água. Em outra tigela, com a batedeira em velocidade média, bata a manteiga, o açúcar e o sal por cerca de 4 minutos, até ficar claro e cremoso. Adicione aos poucos o chocolate derretido e a mistura de água e cacau, até ficar homogêneo. Reserve na geladeira.

7

Com uma faca serrilhada, nivele a superfície dos bolos. Coloque o pedaço de baixo no prato em que vai servir e espalhe uniformemente o ganache. Empilhe a outra parte da massa e deixe na geladeira por meia hora. Espalhe a cobertura na superfície e nas laterais do bolo, usando uma espátula para criar redemoinhos. Decore com as raspas. Mantenha refrigerado até a hora de servir. MAR/ABR 2016 23


VALORES ESSENCIAIS

reportagem CAROLINA MUNIZ ilustração WILLIAN SANTIAGO fotos JULIA RODRIGUES

UMA DAS CARACTERÍSTICAS MAIS BONITAS DA HUMANIDADE É O IMPULSO DE RETRIBUIR: SE ALGUÉM NOS AJUDA, NOS SENTIMOS IMPELIDOS A DEVOLVER AO MUNDO ESSA BOA AÇÃO. ASSIM, SURGEM HISTÓRIAS INCRÍVEIS, E O PLANETA VAI VIRANDO UM LUGAR MELHOR


V

ocê vai a uma cafeteria e, quando está indo embora, chega ao caixa e descobre que seu café foi pago por um desconhecido. O benfeitor já partiu, não pediu para ser identificado nem tinha a menor ideia de quem seria o beneficiado por sua ação. Provavelmente, pagou o café extra porque também se surpreendeu ao saber que sua bebida já estava quitada. Essa é a ideia do “café pendente”, hábito que tem feito sucesso em vários países, inclusive no Brasil. A inspiração veio do livro The Hanging Coffee, do tcheco Jan Burian, cujo protagonista, em determinado momento, faz exatamente isso: paga por dois cafés, o seu e o do próximo cliente. O gesto é simples, mas representa um admirável impulso humano: o de demonstrar gratidão passando a gentileza adiante.

Como já dizia o filósofo romano Cícero, há mais de 2 mil anos, “a gratidão não é apenas a maior das virtudes, mas a mãe de todas as outras.” Ela é fundamental para o convívio harmonioso, já que consiste no reconhecimento do valor de uma boa ação. “A gratidão favorece as trocas sociais e estreita o vínculo entre as pessoas”, afirma Fernanda Palhares, psicóloga e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “A partir dela, saímos da lógica do individualismo e conseguimos nos colocar mais no lugar do outro”, explica. O mecanismo de funcionamento da gratidão é formado por um ciclo. Começa quando uma pessoa, espontaneamente, resolve fazer o bem a outra. Essa, por sua vez, valoriza a benesse e quem a praticou. E disso nasce uma dívida psicológica, que impele o receptor a retribuir a gentileza. Nesse momento, o ciclo se encerra e um novo se inicia, no qual o benfeitor passa a ser o beneficiário, o que acaba gerando uma corrente de ações e retribuições. Mas, se o propósito é retribuir a quem nos beneficiou, por que pagar um café a um desconhecido? Qual o sentido de demonstrar gratidão passando a gentileza adiante? Nesse ato, há uma consciência

social mais ampla, isto é, uma noção de que fazemos parte de um todo e, assim, estamos devolvendo à humanidade o que a vida nos proporcionou. “É como se a dívida psicológica que advém da gratidão fosse social. Então, receber algo bom nos compele a agir de forma boa, não necessariamente só com a pessoa que nos ajudou”, diz Fernanda. Em outras palavras, a gratidão com consciência social nos estimula a pôr em prática aquela velha máxima: fazer o bem sem olhar a quem. Outra explicação para esse estímulo de passar a gentileza adiante é o fato de enxergarmos os outros como espelho. Ver alguém fazendo algo bacana para outra pessoa desperta na gente a sensação de que também podemos agir assim. Quer dizer: bons exemplos podem ser contagiosos, criando uma poderosa reação em cadeia que é positiva para todos. A psicóloga Fernanda resume: “Fomentar a gratidão entre os seres humanos é uma boa maneira de viver em um mundo melhor”. A seguir, você vai conhecer histórias de quem transformou a gratidão em lema de vida. São pessoas que passaram por momentos difíceis, receberam ajuda para superar as adversidades e, inspiradas por esse apoio, tiveram seu coração mudado para sempre. Hoje, elas “pagam o cafezinho” a outros com a certeza de que estão fazendo um ótimo negócio: multiplicando o amor com a mesma dedicação de quem um dia as surpreendeu com uma colaboração gratuita e providencial. Confira: você vai se sentir grato por viver em um mundo onde coisas tão bonitas acontecem! MAR/ABR 2016 27


VALORES ESSENCIAIS Fugindo de um tiroteio, Crispim percebeu a chegada de um avião. Correu até o aeroporto, decidido a fugir da guerra civil que aterrorizava Angola em 1990. Então com 16 anos, falando inglês, que aprendera com padres irlandeses, passou-se por estrangeiro e conseguiu entrar na aeronave. Sem saber o destino, aterrissou em Malta, o primeiro de muitos países para os quais rumaria. Viveu na Rússia e em outras nações do Leste Europeu, mas o preconceito e o frio o levaram a buscar um novo destino. Assim, em 1995, desembarcou em São Paulo. Em dez dias, acabaram os 150 reais que trazia no bolso, e Crispim foi morar embaixo de uma ponte, onde ficou por oito meses. Decidido a cursar letras na Universidade de São Paulo (USP), contou com a ajuda do dono de um bar – onde comia e tomava banho – para pagar a inscrição no vestibular. Entrou na faculdade e, a partir da indicação de uma colega, começou a dar aulas em um curso de idiomas. Em 1997, com o incentivo de um aluno, abriu a própria escola de línguas. Outro amigo lhe comprou três ternos. Em 15 dias, já estava com a agenda lotada de aulas. “Apesar do racismo que sofri e ainda sofro, encontrei muitas pessoas legais”, diz. Hoje, empresário bem-sucedido, Crispim deixa claro que não conseguiu nada sozinho: “Fui ajudado de muitas formas. Retribuir é uma obrigação moral”. Durante 10 anos, o professor foi voluntário em um cursinho prévestibular para jovens de baixa renda. Hoje, duas vezes por semana, dá aulas gratuitas de português em um centro de acolhida de refugiados. “A sensação de ajudar a melhorar a vida de alguém por meio do conhecimento é indescritível.”

“Sem as ajudas que recebi, eu não estaria vivo. Para mim, auxiliar o próximo não é um favor, é uma obrigação moral.” CRISPIM CALONGE, 41 ANOS, PROFESSOR E EMPRESÁRIO, VIVE EM SÃO PAULO 28 REVISTA SORRIA


© Maquiagem: Cassiano Assmann

Dançando, Fernanda sentiu um estalo na perna direita. Professora de ginástica, ela dava aula de zumba quando um músculo da panturrilha se rompeu. Imediatamente, foi socorrida pelas alunas e levada ao hospital. O diagnóstico, em setembro de 2014, indicou trombose, doença caracterizada pela formação de coágulos nas veias. Para poder se tratar, ela teria de ficar afastada do trabalho por algum tempo, o que era um grande problema. Desde que seu pai faleceu, há oito anos, a professora ajuda a sustentar a mãe e dois irmãos. Seria impossível arcar com as contas da casa e os gastos médicos. O alívio veio da solidariedade. Seus alunos se uniram em uma campanha para coletar doações, e o dono da academia forneceu os medicamentos. Assim, Fernanda conseguiu se reestabelecer com tranquilidade e voltar ao trabalho em dois meses. “O que fizeram por mim foi tremendo. Jamais esperei por isso”, conta. Tanta generosidade fez com que ela refletisse: “Percebi que não queria passar pela vida sem ter ajudado ninguém”. Foi quando uma amiga a convidou para conhecer o Espaço Ozem, projeto social que atende moradores da comunidade de Heliópolis. Em maio de 2015, ela deu a primeira aula de ginástica como voluntária. “Senti uma energia que não dá para explicar.” Hoje, todas as quintas-feiras, Fernanda ensina dança a uma turma de crianças e, duas vezes ao mês, zumba a um grupo de adultos. Além disso, promove aulas especiais para arrecadar doações para o projeto. “Melhorei muito como pessoa. Antes, me chamavam de sargento, porque era durona. Hoje, consigo demonstrar melhor meus sentimentos.”

“A ajuda que recebi mudou a minha forma de ver o mundo. Hoje, enxergo muito mais o próximo e consigo demonstrar melhor meus sentimentos.” FERNANDA PAPANDRE, 38 ANOS, PROFESSORA, VIVE EM SÃO PAULO MAR/ABR 2016 29


MANUAL PRÁTICO VIDA FELIZ PASSO A PASSO

Como conversar com

DESCONHECIDOS Ao ficar próximo de um estranho, você se incomoda com o silêncio, mas não sabe como puxar papo? E se um desconhecido inicia uma conversa, você não sabe como deixar o assunto rolar? Confira dicas para transformar essas situações nervosas em momentos proveitosos! reportagem RAFAELA CARVALHO ilustração EDUARDO ARRUDA

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ATENTE-SE À LINGUAGEM CORPORAL

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Olhe-se no espelho e note como você se comporta quando seu corpo está relaxado. Ao começar uma conversa, tente reproduzir essa pose. No começo, os instintos defensivos podem falar mais alto, mas evite cruzar braços e pernas, mantenha a cabeça erguida e olhe nos olhos. Se essa última opção for desconfortável, mire o ponto entre os olhos do interlocutor. Mais uma dica: gestos afirmativos com a cabeça mostram que você está prestando atenção no que está sendo dito. SS PA O

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EXPLORE AS IMPRESSÕES

DÊ CORDA

Para iniciar uma conversa sem ser invasivo, é preciso perceber se a pessoa com quem você está tentando falar dá abertura. Houve uma troca de olhares amigável? Seu sorriso foi correspondido? Se sim, aproxime-se com tranquilidade. Para começar o assunto, dê chance às primeiras impressões: se o penteado é criativo, pode merecer um elogio. Se a pessoa está usando um acessório interessante, você pode perguntar do que é feito ou algo assim... Se a conversa render, apresente-se, de forma simpática.

Em vez de perguntas que possam ser respondidas apenas com "sim" ou "não", prefira as que estimulam retornos mais ricos. E, com base nas respostas, tente fazer associações com seus conhecimentos. Por exemplo, se a pessoa diz que é carioca, você pode falar: "Ouvi que o Ano-Novo em Copacabana é incrível!", ou "Acredita que não temos biscoitos Globo no meu estado?". E vá em frente. Caso contrário, a conversa vira um pingue-pongue, com uma pergunta atrás da outra, com cara de interrogatório.

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DEMONSTRE EMPATIA Tente achar situações em que “eu também” seja uma resposta apropriada: "Eu também passei por essa situação", "Eu também acredito nisso", "Eu também me sinto assim". Ao encontrar pontos de intersecção, fica mais fácil criar uma conexão verdadeira, que dá a sensação de que a conversa está valendo a pena. Se essas coincidências não ficarem evidentes, procure pontos interessantes da conversa que são novidades para você e os use como gancho para levar o papo adiante.

EU FIZ "PROCUREI QUEM ME ACEITAVA COMO EU SOU" Sempre estive presa em um ciclo: a insegurança me isolava, e o isolamento me deixava insegura. Até que passei a procurar gente que me aceita como eu sou. Hoje, frequento coletivos e grupos que me acolhem sem me julgar e

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que também me entendem

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quando eu não estou muito a fim de papo.

LIDE COM AS DIFERENÇAS

Conversar deixou de ser intimidante e, aos poucos,

Não é por ser corriqueiro que o bate-papo precisa ser superficial. Mas atenção: quando a conversa se aprofunda, é possível que você escute opiniões diferentes da sua. Se discordar do que o interlocutor disser, mantenha o tom amigável e fique à vontade para questionar: “Por que você acha isso?”. Em seguida, apresente seu ponto de vista. O prazer em conversar não está apenas em encontrar opiniões iguais, mas em aprender a tirar aprendizados de pareceres diferentes dos seus.

virou algo interessante e enriquecedor. Karla Corrêa, 18 anos, Rio de Janeiro.

"TENTO PÔR MEU ASSUNTO PREFERIDO EM TODA CONVERSA" Como eu sofria bullying na adolescência, tinha dificuldade de me SS PA O

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relacionar. Mas, quando comecei a trabalhar em um supermercado,

SAIBA A HORA DE PARAR

percebi que seria mais

Se o assunto acabou – ou se a conversa perdeu a graça ou ficou desagradável –, não é preciso se obrigar a mantê-la. Se for uma ocasião com mais pessoas à sua volta, você pode dizer que vai tentar falar com mais gente; se não, dê adeus agradecendo pelo papo. Um “até a próxima” é suficiente para demonstrar simpatia e sair de cena deixando uma boa impressão. Se a conversa não foi tão boa quanto você esperava, não se desanime e siga praticando: cada pessoa é um universo!

tentasse interagir com

Fontes: How To Talk to Anyone: 92 Little Tricks for Big Success in Relationships, livro de Leil Lowndes; The Fine Art of Small Talk: How To Start a Conversation, Keep It Going, Build Networking Skills – And Leave a Positive Impression, livro de Debra Fine; vídeo Talk to Strangers: Danny Harris at TEDxFoggyBottom.

interessante se eu os clientes. Para puxar papo, usava meu assunto preferido: rock. Eu não agradava a todos, mas tive conversas animadas que tornaram meus dias melhores. Até hoje uso esse truque! Orlando Oliveira, 49 anos, São Paulo.

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