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RAIA
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#57
set/out
2017
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© Foto: CaiaImage Agnieszka Wozniak/GuettyImages
PRAZERES SIMPLES
12 REVISTA SORRIA
Eram muitas vezes texto ROBERTA FARIA
Q
ualquer coisa, você conta uma história. Eu tinha uns 12 anos e a tia Lucinha deixou minha prima, a Tayana, de 4 anos, para eu cuidar por um par de horas. Eu já tinha no currículo uma década de experiência sendo irmã mais velha, mas, oficialmente, era a minha primeira vez como babá. Estava me sentindo muito adulta e pouquinho insegura: e se acontecer alguma coisa? Minha tia poderia ter dito: qualquer coisa, você liga para o 190, chama a vizinha ou pede socorro na rua. Qualquer coisa, você faz um curativo, dá o que ela estiver pedindo ou liga a TV. Qualquer coisa, você faz um lanche, leva no banheiro ou põe pra dormir. Minha tia poderia ter dito qualquer coisa que o bom senso recomenda. Mas ela falou: “Qualquer coisa, você conta uma história”. Pois a Tayana enjoou de brincar comigo em meia hora e ficou com saudade da mãe. Abriu um berreiro, daqueles que só as crianças de 4 anos sabem fazer: se jogou no chão se debatendo, prendeu a respiração até ficar roxa. Então, eu me lembrei daquela dica. E comecei a contar uma história – de um dos meus livros preferidos, Os Bichos que Tive, da Sylvia Orthoff. No começo, a Tayana não ouviu, porque chorava alto demais. Aos poucos, foi parando. Escutando. Chegando perto. Rindo dos causos. E, enfim, pediu: “Conta outra?”. Naquela hora, aprendi uma das lições mais valiosas da minha vida – e que, no futuro, eu aplicaria todos os dias, depois que tive as minhas filhas. Contar histórias para crianças é mesmo tremendamente útil para distraí-las em momentos de pirraça ou tédio. Mandar um belo “Era uma vez...” equivale a cortar o fio certo daquela bomba prestes a explodir – você se sente heroico. É também uma ferramenta poderosa para tratar dos temas mais espinhosos com delicadeza, bom humor e empatia: a hora de largar a chupeta, o medo do escuro ou a falta de apetite para verduras viram aventuras interessantíssimas e bons exemplos para seguir na vida real. Além de ser, é claro, uma fonte infinita de estímulo à curiosidade e de troca de conhecimento. Sobretudo, contar histórias – sejam dos livros, sejam inventadas – é um enorme prazer. Ver as mil emoções que se passam na carinha da sua miniplateia enquanto você faz vozes de personagens, surpreende com reviravoltas de enredo, apresenta novos fatos sobre o mundo, se indigna ou dá risada junto é apenas maravilhoso. E, antes que você me diga que não sabe ler direito nem leva jeito para o teatro, vou te contar um segredo: crianças são um público até bem fácil de agradar. O que mais as interessa é a sua dedicação, não seu talento artístico. Dê atenção a elas, e você receberá aplausos. (E, provavelmente, terá que fazer um bis. Quer dizer... uns dez. Ou cem. Da mesmíssima história. É, eu sei. Mas te prometo: o carinho dos fãs compensa.) SET/OUT 2017 13
PRAZERES SIMPLES DE PIZZA Misture mussarela ralada, tirinhas de presunto e tomate picadinho. Também vale usar peito de peru, calabresa moída... Polvilhe orégano por cima
TÁ NA MESA
Hora do lanche Versátil, o pastel de forno pode ganhar mil recheios e formatos – e fazê-lo pode ser uma experiência inesquecível em família texto ROBERTA FARIA
© Foto: Sheila Oliveira. Produção culinária: Paula Belleza. Produção de objetos: Márcis Asnis
T
alvez fosse assim na sua casa também. Depois de passar a tarde correndo na rua, a gente chegava faminto na cozinha. Mas, veja bem, era uma fome seletiva. Porque fuçávamos todas as portas dos armários, abríamos e fechávamos a geladeira dez vezes e, então, declarávamos, indignados com os adultos: “Não tem NADA para comer nesta casa!”. É claro que tinha (fruta e pão), só não era o que queríamos (chocolate e salgadinho). Daí a genialidade do pastel assado da minha mãe. Ele era mais gostoso do que qualquer porcaria que viesse em pacote. Só que era feito em casa – logo, não feria os princípios de comida saudável da família, pois se sabia tudo o que ia dentro da receita. E ela era entupida de coisas nutritivas, como ricota, legumes, verduras e frutas: com a mesma massa, inventávamos mil recheios. Mesmo as combinações para as quais a gente torcia o nariz no prato, quando assadas dentro de um pacotinho de massa crocante e macia, ficavam maravilhosas (sim, espinafre, é de você que estou falando). A questão é que não bastava só abrir uma embalagem: era preciso fazer a massa, preparar os recheios, montar os pastéis, assá-los (e limpar a cozinha depois). E eis a maior beleza desse lanche: o que começava com uma pirraça virava uma brincadeira na cozinha, com muitas mãos sujas de farinha e trabalho em equipe. Minha mãe abria a massa com o rolo; eu cortava meticulosamente os círculos usando uma grande xícara de chá como molde; o irmão do meio recheava cada massa sem muito padrão; e o caçula fechava as bordas com o garfo, furando alguns no caminho. Com as sobras de massa, bolávamos a decoração. Os pastéis saíam meio tortos, meio vazando, uns gordos e outros murchos, mas nos enchiam de orgulho. Depois, assistíamos enquanto eles douravam no forno. Ainda posso sentir a boca enchendo de água conforme o aroma tomava a cozinha. É claro que esperar esfriar estava fora de cogitação, então comíamos os pastéis pelando, queimando eventualmente os dedos ou a língua. E tudo valia a pena a cada mordida. 22 REVISTA SORRIA
PASTEL DE FORNO MASSA
IDEIAS DE RECHEIO
• 250 g de farinha de trigo
• frango com milho e requeijão
• 125 g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
• carne moída refogada
• 1 ovo
• ricota com espinafre
• 1 pitada de sal
• mussarela, presunto e tomate
• 50 ml de água (aproximadamente) • 1 gema para pincelar
• goiabada com catupiry • banana ou maçã com canela e chocolate
DE ROMEU E JULIETA Para pastéis doces, como este de goiabada e catupiry, adicione uma colher (sopa) de açúcar à massa. A cobertura é açúcar de confeiteiro misturado com suco de limão – passe nos pastéis já frios
DE ESPINAFRE Refogue espinafre com alho e misture com ricota, ovo cozido picado e uva-passa. Tempere com noz-moscada, hortelã e casca de limão. Salpique parmesão por cima
DE FRANGO Cozinhe peito de frango, desfie e faça um refogado caprichado com alho, cebola, tomate, milho, o frango desfiado, requeijão, ervas frescas e pimenta-de-cheiro
DE FRUTA E CHOCOLATE Acrescente duas colheres (sopa) de cacau em pó à massa doce. Recheie com banana, morango, maçã, pasta de avelã ou pedaços de chocolate
MODO DE PREPARO
1
Preaqueça o forno a 200 C. Enquanto o forno esquenta, junte a farinha e a manteiga em uma tigela e misture com a ponta dos dedos até virar uma farofa. Ponha o ovo, o sal e misture. Acrescente a água aos poucos, até obter uma massa lisa e homogênea que desgrude das mãos (dependendo da farinha, não será necessário usar toda a 0
quantidade de água da receita, por isso é importante ir devagar, para não ficar mole demais).
2
Com um rolo, abra a massa em uma bancada polvilhada com farinha até que ela fique com a espessura aproximada de 2 mm. Corte com formas variadas.
3
Sobre um pedaço de massa, coloque uma colher de
recheio. Cubra-o com outro pedaço de massa do mesmo formato. Então, feche o pastelzinho, pressionando as beiradas com o garfo para ele não abrir ao assar.
4
Arrume os pastéis em uma assadeira. Sobre eles, pincele a gema diluída em um pouco de água. Leve para assar por aproximadamente 20 minutos, ou até dourar. SET/OUT 2017 23
VALORES ESSENCIAIS
PRECISAMOS DAR
UM TEMPO POUCAS COISAS SÃO TÃO VALORIZADAS NA NOSSA SOCIEDADE QUANTO O TRABALHO, VISTO COMO FONTE DE DIGNIDADE E IDENTIDADE. JÁ OS MOMENTOS NÃO PRODUTIVOS SÃO FREQUENTEMENTE TACHADOS DE INÚTEIS. SERÁ QUE ESSA É A RECEITA PARA UMA VIDA FELIZ E EQUILIBRADA? reportagem RAFAELA CARVALHO ilustração DANIEL CARVALHO 26 REVISTA SORRIA
S
e você tivesse nascido alguns séculos atrás, o mundo que encontraria teria valores surpreendentes: trabalho era castigo, e “vagabundo” era elogio. Ambas as palavras vêm do latim, tripalium e vagabundus. A primeira tem origem em um instrumento de tortura usado no Império Romano. A segunda remete a pessoas que vagueiam sem rumo e se deixam levar pelo ócio, uma postura tida como digna e admirável na Antiguidade, pois permitia contemplar a vida e refletir sobre formas de desfrutá-la. Foi depois de eventos históricos como a Revolução Industrial, as Reformas Protestantes e o surgimento do capitalismo que o trabalho passou a ser visto como uma parte fundamental do dia a dia. Afinal, era preciso que os cidadãos gerassem cada vez mais riqueza para o funcionamento pleno das grandes instituições, que passavam a estabelecer hierarquias e a buscar cada vez mais lucro e poder. “A partir daí, trabalhar se tornou o caminho para ter acesso a bens e serviços e uma exigência para ser útil na sociedade”, conta Luciana Baruki, auditora
do Ministério do Trabalho e autora do livro Riscos Psicossociais no Trabalho e Saúde Mental do Trabalhador. “Até hoje, esse pensamento pauta o nosso mundo e as nossas relações”, completa. Isso é fácil de perceber: muitas vezes, ao nos apresentarmos a um desconhecido, o primeiro dado que usamos para nos qualificar é nossa profissão. Fazemos isso porque, além de ocupar uma parte significativa do nosso tempo, o trabalho é um fator comum à maioria das pessoas com quem interagimos. Trata-se de uma forma simples de se fazer entender e buscar validação. Mas, ao mesmo tempo, essa atitude revela algo perigoso: numa sociedade em que a labuta é tão valorizada a ponto de definir as pessoas, fica fácil esquecer a importância de outras nuances da vida, principalmente as que se opõem diretamente à produtividade, como o ócio. “Desde a escola, os processos educativos tendem a preparar o ser humano para uma profissão e para a execução de tarefas e funções”, explica José Clerton Martins, professor da Universidade de Fortaleza e especialista em estudos sobre ócio. “Mas,
durante esse trajeto que nos molda para a vida adulta, não há nenhum tipo de orientação para o uso adequado do tempo livre”, acrescenta. O professor afirma que a sociedade moderna redefiniu o conceito de ócio: “Hoje, nós o associamos a horas vagas, mas na Grécia antiga ele era um compromisso. Uma escolha livre, uma maneira suave e prazerosa de descobrir formas de se expressar e de buscar desenvolvimento pessoal”, explica. Falta isso no nosso dia a dia: espaço reservado na agenda para nós mesmos, voltado ao prazer, às reflexões, ao amadurecimento. Embora a modernidade tenha transformado o ócio em uma sofisticação um tanto inacessível para quem necessita trabalhar cada vez mais para pagar contas, Clerton ressalta que ele precisa ser resgatado como necessidade básica: “Não pode ser um privilégio. É um direito humano vital e fundamental para o bem-estar e a cidadania do indivíduo”. Você gostaria de repensar a relação com o trabalho, dispondo de momentos de mais leveza? A seguir, confira histórias e dicas que vão inspirá-lo a construir uma vida mais balanceada. SET/OUT 2017 27
MANUAL PRÁTICO VIDA FELIZ PASSO A PASSO
Quais são as principais
VACINAS PARA ADULTOS? Na infância, a vacinação costuma ser seguida com atenção pelos pais. Mas, na vida adulta, muitas vezes nos descuidamos. Veja as principais doses indicadas para quem já passou dos 20 anos – e confira se sua carteirinha está em dia reportagem FÁBIO DE OLIVEIRA ilustração BRUNA MANCUSO
Fontes: Alessandra Souza, pediatra do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Universidade Federal de São Paulo (Crie/Unifesp), e Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim)
DUPLA TIPO ADULTO (DT) Previne a difteria e o tétano. Quem foi devidamente vacinado quando criança, com a dupla infantil, ou com a tríplice bacteriana (que também abrange a coqueluche), deve receber reforço a cada 10 anos. Quem não foi vacinado (ou não se lembra) deve receber três doses da dupla tipo adulto, com intervalos de dois meses entre a primeira e a segunda aplicação e de quatro a seis meses entre a segunda e a terceira, além do reforço a cada 10 anos. Está disponível nos postos de saúde do SUS.
38 REVISTA SORRIA
FEBRE AMARELA
GRIPE
HEPATITE B
É recomendada para moradores ou visitantes de quase todos os estados do país, exceto apenas Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Veja o mapa em bit.ly/febremapa. Também é necessária para algumas viagens internacionais, devendo ser tomada ao menos 10 dias antes do embarque. Desde abril de 2017, o Brasil adota o padrão de dose única (antes, a validade era de 10 anos). É encontrada na rede pública, mas, antes de tomar, cheque as contraindicações.
Está disponível no SUS para pessoas com 60 anos ou mais, crianças de 6 meses a 4 anos, trabalhadores da saúde, professores, indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade, funcionários do sistema prisional e portadores de doenças crônicas. Todo ano há uma versão nova, já que o vírus sofre mutações. A campanha tem início pouco antes do inverno. Começa a valer após um período de duas a três semanas. A dose é única. Saiba mais: bit.ly/vacigripe.
Seu vírus, o VHB, pode ser transmitido por sangue, esperma, secreção vaginal, durante o parto e também pelo compartilhamento de objetos de higiene pessoal, como escova de dentes. Cerca de 10% dos infectados desenvolvem hepatite crônica, que pode evoluir para cirrose e câncer no fígado. A vacina é recomendada para todas as idades e está disponível no SUS. São três doses, com intervalo de um a dois meses entre a primeira e segunda e de quatro a seis meses entre a primeira e a terceira.
EU FIZ “UMA VIAGEM ME MOTIVOU A DEIXAR A VACINAÇÃO EM DIA” Confira o calendário nacional de vacinação, para todas as idades, em bit.ly/calenvac. E você pode baixar um app para organizar as vacinas de toda a família: bit.ly/appvaci.
Há 15 anos, ao viajar para a África do Sul, precisei me vacinar contra a febre amarela. Aproveitei e tomei todas as doses disponíveis no SUS para adultos. Depois, escolhi um plano de saúde que cobrisse todas as vacinas para adultos e tomei mais algumas, ofertadas apenas em clínicas privadas, como a da hepatite A e a VPC13, que previne pneumonia.
HERPES-ZÓSTER
HPV QUADRIVALENTE
TRÍPLICE-VIRAL
Conhecida também como cobreiro, essa doença é caracterizada por lesões na pele, dolorosas, que acompanham o trajeto de um nervo. O herpes-zóster ocorre pela reativação do vírus da catapora no sistema nervoso, geralmente em pessoas com mais de 60 anos, devido à queda da imunidade. A vacina, aplicada em dose única, está disponível apenas em clínicas privadas. É recomendada a partir dos 60 anos ou depois dos 50 anos, dependendo da avaliação médica.
Age contra quatro tipos do vírus HPV, sexualmente transmissível, associado ao câncer no colo do útero, nos genitais, na boca e à verruga genital. Pode ser aplicada a partir dos 9 anos (até os 45 anos para mulheres e até 26 anos para homens). São três doses, com intervalo de um a dois meses entre a primeira e a segunda e de seis meses entre a primeira e terceira. É oferecida nos postos de saúde do SUS. Há também a vacina bivalente, disponível apenas em clínicas particulares.
Previne três males: sarampo, rubéola e caxumba. Foi introduzida no calendário de vacinação infantil em 1992, para crianças de até 10 anos. Portanto, brasileiros com mais de 35 anos, em geral, não foram imunizados. Para quem tem de 30 a 59 anos, basta uma dose. Na faixa etária de 20 a 29 anos, são duas. A vacina é contraindicada para gestantes e para pacientes com doenças que afetam a imunidade, como o câncer. Está disponível no SUS.
André Luís DeGasperi, 42 anos, relaçõespúblicas, São Paulo
“SE AS VACINAS SÃO GRATUITAS, POR QUE NÃO TOMAR?” Por orientação médica, entre 2010 e 2017 recebi todas as vacinas do calendário oficial para adultos, como a dupla, a da hepatite B, a tríplice, a da gripe e a da febre amarela. Tomei no SUS – nesse quesito, acho até melhor do que as clínicas privadas. Vacinas são muito importantes. Fico assustada ao saber de casos de doenças que poderiam ser facilmente prevenidas. Ivania Amaral, 39 anos, engenheira de alimentos, São Paulo
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