Revista Sorria #07

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este valor, descontados os impostos, ĂŠ 100% revertido para o

* 7 mar/abr 2009


cuidar

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nosso mundo, nossa vida

Viva um

dia sem...

...e-mail, celular nem supermercado. Eles mal existiam há poucas décadas, hoje são vícios. Que tal tentar ficar sem eles por 24 horas? Você corre o risco de se descobrir diferente texto C y n t h i a C o s t a e J u l i a n a B e r n a r d i n o ilustração F i d o N e s t i

Pare e pense sobre os hábitos de 25 anos atrás. Você escrevia cartas? Pegava ônibus até a escola? Provavelmente também assistia à contagem de notas no caixa do banco, pesquisava na enciclopédia e achava muito caro qualquer coisa que não fosse vendida na mercearia. Hoje, o que seria de você sem celular, e-mail, caixa eletrônico, internet, carro e supermercado? Ainda que tragam estranhamento, as novidades em tecnologia, consumo e comportamento tendem a se tornar hábitos. Com o tempo, ficam tão automáticos que nem imaginamos mais como era viver de outro jeito. Questionar essa dependência é o que está por trás de movimentos que têm pipocado pelo mundo: as campanhas “um dia sem”. Pode ser um dia sem carro, sem compras, sem Google... E por que dispensar essas facilidades? Os movimentos podem ter razões comportamentais, políticas ou de defesa do meio ambiente. Em comum, todos propõem que olhemos bem para o que fazemos sem pensar, por apenas 24 horas. A experiência pode ser divertida ou penosa. Mas é sempre reveladora.

Pé ante pé O próximo dia 22 de setembro, por exemplo. É o Dia Mundial Sem Carro. O movimento nasceu em 1997, na França, para protestar contra o impacto do excesso de automóveis na natureza e na nossa qualidade de vida. O goiano Nikolas Charalabopoulos, 47 anos, aderiu em 2005. “Participar é uma forma de despertar e começar a agir: usando menos carro, cobramos um transporte público melhor e ciclovias na cidade”, diz. No primeiro ano, foi o único entre seus amigos a participar. No 22 de setembro seguinte, ele liderou uma bicicletada em Goiânia que mobilizou mais gente. De quebra, inspirado pela experiência, Nikolas passou a dar mais caronas e a pedalar no dia-a-dia. Talvez o carro não seja essencial em sua vida. Mas e o consumo? Se você acha que nem compra tanto assim, faça o teste


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na última sexta-feira de novembro, integrando o Um Dia Sem Compras. A data surgiu no Canadá, em 1992, para questionar se precisamos mesmo de tantas coisas – desde a blusa de pechincha que você nunca usou até a troca anual de celular e as besteirinhas do dia-a-dia, que consumimos sem pensar. Claro que comprar é bom e muitas vezes indispensável – o problema é que, quanto maior o consumo, maior o estrago no planeta, já que a produção de bens usa recursos naturais, polui, gera lixo... Então, a idéia é passar um dia sem tirar um vintém do bolso. “É difícil, sobretudo ficar sem comida fora de casa nem condução. Mas sobreviver é gratificante”, conta Romulo Silva, 21 anos, de Belo Horizonte, adepto desde 2005. Seus companheiros de movimento juram que, no fim, não precisavam mesmo de tanta coisa.

Ando meio desligada E quando, mais do que confortos materiais, a privação mexe com sua vida social? A jornalista paulista Paula Sato, 27 anos, aceitou passar um mês alheia às tecnologias modernas para fazer uma reportagem. Era proibido usar celular (inclusive ligar no alheio), internet ou cartão de crédito. Computador? Só como máquina de escrever. Logo ela se deu conta de que tecnologia era também meio de socialização. “Normalmente, eu passo o dia conectada ao Messenger para falar com meu namorado. Naquele mês, só falamos à noite, pelo telefone”, diz. Com algumas pessoas, que já nem têm telefone fixo, ela perdeu o contato de vez. E se deu conta de que, muito do que comunicamos via e-mail e recados, seria bem mais agradável se voltássemos a dizer por telefone, como chamar alguém para uma festa.“O convidado fica muito mais feliz com um telefonema”, conta. E o Dia Sem Google? Calebe Aires Camargo, 27 anos, de Uberlândia (MG), aderiu. A proposta aqui é mais política, de questionar o monopólio da marca em nossa vida virtual. “Conforme nossas buscas, o Google ‘sabe’ de nossos interesses pessoais. É poder demais nas mãos de uma única empresa, não?”, pergunta. E agora ele se pega controlando a vontade de acessar a gigante da internet, mesmo que seja difícil substituí-la.

Faça seu próprio desafio Convencido a tentar? Anote na agenda os “dias sem” de 2009 (veja abaixo). Ou crie seus próprios movimentos, baseados nos hábitos que tem como óbvios. Pode desafiar-se a ficar sem salto alto, televisão, chocolate nem horóscopo por um dia. É o primeiro passo para repensar suas prioridades.

Ativista em causa própria Programe seu ano e desafie-se em 2009

31/5 - Dia Mundial Sem Tabaco 22/9 - Um Dia Sem Carros 6/10 - Dia Sem Google 21/11 - Dia Sem Música 27/11 - Dia Sem Compras

Como seria se...

Junte a bolinha “B” com a “A”, na página oposta. Dobre nas linhas pontilhadas e veja como a vida poderia ser.


crescer

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valores que mudam a vida

TEMPO é... GANHAR DISTância para ver sua história de outra perspectiva. COMO NEUZA RAMOS, 78 ANOS DE JUVENTUDE ACUMULADA


texto D i l s o n B r a n c o c o m r e p o r t a g e m d e N i n a W e i n g r i l l e S i m o n e C u n h a fotos R o d r i g o B r a g a

direção criativa C l a u d i a I n o u e e A n d r é R o d r i g u e s

produção executiva J é s s i c a K i b r i t e L a u r a S o b e n e s

beleza C a c i a n o A s s m a n n ( F i r s t )

produção de moda A n d e r s o n V e s c a h

assistentes R a f a e l C h a c o n e B r u n o C A S

agradecimento C i r c o V o x

Tic-tac. O tempo é implacável. Tic-tac. A cada segundo que passa, nos tornamos alguém diferente. Presente vira passado, futuro vira presente. Tic-tac. Surgem problemas, surpresas, emoções, realidades, desejos, e seguimos em frente, tomando decisões, trilhando caminhos, transformando e sendo transformados, muitas vezes sem nem perceber. Tic-tac. Alguns amadurecem jovialmente, outros envelhecem imaturos. Tic-tac. Fazemos planos, lutamos para colocá-los em prática, comemoramos êxitos, desistimos de tudo, sofremos derrotas, juntamos os cacos, reconstruímos a partir do zero. Tic-tac. E cada experiência deixa sua marca. Cicatrizes incuráveis para alguns, lições engrandecedoras para outros. Tic-tac. Envelhecer é inevitável. Para os pessimistas, é o mesmo que morrer aos poucos. Para quem sabe ver a beleza das coisas, é sinônimo de viver. Tic-tac. Neuza de Carvalho tem 78 anos. Embora sua vida seja agitada, ela faz questão de reservar alguns momentos do dia para reviver as experiências pelas quais passou. Mantém dezenas de diários e pastas de fotografias que atravessam décadas, além de um blog (www.vovoneuza.blogspot.com), no qual transforma memórias em belos relatos. Ao resgatar as lembranças, ela enxerga como o tempo agiu sobre sua vida. Ainda jovem, Neuza aprendeu a primeira lição básica sobre o tempo: tudo está em transformação. Aos 8 anos, filha de um guarda-livros e de uma bordadeira, viu sua única irmã, quatro anos mais nova, morrer. “Lembro do velório, da ida para o cemitério, das flores que levamos para ela”, diz Neuza. E recorda também como esse fato foi determinante em sua vida. “Mudou meu status em casa, a relação com meu pai e minha mãe. Sendo filha única novamente, eles me colocaram na linha de frente, dedicando a mim todos os cuidados.” Mesmo sem muitos recursos, os pais de Neuza fizeram questão de mantê-la em escola particular. Dedicada, ela atendeu às expectativas. Aos 11 anos, ao contrário da maioria das vizinhas, que trocava o colégio pelo trabalho logo após o primário, Neuza seguiu com os estudos. Aos 20 e poucos anos, es-

tava formada na faculdade de história natural e dava aulas. “Na época, esse raciocínio não era consciente, mas hoje percebo que muitos dos acontecimentos da minha juventude tiveram um ponto de partida na morte da minha irmã”, afirma. Essas transformações que ocorrem ao nosso redor (e dentro de nós mesmos) são o que nos permite perceber a inevitável passagem do tempo. “A vida é o movimento de dois corpos que se relacionam: o corpo não pára de mudar o mundo, e o mundo não pára de mudar o corpo”, diz o professor de ética da Universidade de São Paulo (USP) Clóvis de Barros Filho. “Nós estamos sempre mudando. Essa mudança pode ser para melhor ou não, mas estamos submetidos a processos. Mesmo aquelas pessoas que não querem passar por essas transformações”, completa o filósofo Mário Sérgio Cortella. Muitas outras mudanças se seguiram na vida de Neuza. Ainda na faculdade conheceu o primeiro namorado, Ayrton, com quem se casou aos 23. Aos 25, tornou-se mãe. Três anos depois, deu à luz seu segundo filho. Criou-os e os viu sair de casa para construir a própria vida. Aposentou-se. Por volta dos 60 anos, viu o marido, diabético, ir se despedindo aos poucos da vida. “Ayrton adorava mexer na casa, mas teve de ir


amar

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as relações que importam

(Isso)

eu aprendi Repare. Não há um só dia em que a gente não aprenda alguma coisa nova. O.k., às vezes é só uma coisa antiga de que ainda não tínhamos nos dado conta. Sentimos orgulho de várias dessas lições, passando-as adiante em forma de conselhos. De outras, morremos de vergonha: como é que não tinha entendido isso antes? E quanta coisa ainda existe que a gente tenta, tenta, mas não consegue, de nenhuma maneira, aprender. Agora pense. O que foi que você aprendeu de mais valioso na sua vida até hoje? Fizemos essa pergunta a 300 pessoas de todas as idades e de todo o Brasil. E olha que elas aprenderam... texto

© Daniela Toviansky

Bruno Moreschi, Camila Gonçalves, Claudia Carmello e Roberta Faria

décio di giorgio dispersa a tensão do trabalho dançando pela casa inteira. todo santo dia


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“Aprendi que as coisas são sempre piores na nossa cabeça do que na realidade. Sofria demais por antecedência, imaginando ‘e se... isso, e se... aquilo’. Quando acontecia, não era nada demais. O pior já havia passado, e foi dentro de mim.” Lucinha de Lima, 50 anos, Canoas (RS) “Aprendi que o sorriso é contagiante. Não espero ninguém me cumprimentar, faço questão de saudar todo mundo, com um sorriso, todos os dias. É incrível, mas até as pessoas tímidas ou sisudas sorriem de volta e falam bom-dia.” Angela Araújo, 42 anos, Norwalk, EUA “Aprendi que, não importa quanto eu queira, nem quanto tente: eu não consigo mudar ninguém. As pessoas são o que são. E preciso amálas por sua verdade, não pelo que eu gostaria que fossem. Entendi isso aos 70 anos, na missa de minhas bodas de ouro. Fosse antes...” Elma de Lima, 83 anos, Rio de Janeiro (RJ) “Demorei 25 anos pra aprender que desembaraçar o cabelo antes de lavar deixa ele menos embaraçado depois da lavagem. É tão lógico... Assim arranco menos fios das minhas longas madeixas. ” Gersiane Hosang, 25 anos, São Paulo (SP) “Sempre tive uma convivência familiar conturbada. Isso me atingia tanto que eu me retraía, não olhava nos olhos de ninguém, só andava de cara amarrada, cabeça baixa e cabelo preso. Eu nem me enxergava. Durante as brigas dos meus pais, me trancava no banheiro. Um dia me encarei no espelho e me vi. Vi que aqueles problemas não eram meus. Não podiam brecar minha vida. Então, devagar, comecei a me abrir às coisas boas, correr atrás do que eu queria, me expressar. Resolvi sorrir com os olhos, e sentir o vento fresco levando meus cabelos soltos junto com os fantasmas da minha vida.” Zaira Coimbra, 15 anos, São Paulo (SP)

“No fim do dia, mesmo morto de cansaço, tenso do trabalho, aprendi a ligar o iPod nas caixas de som da sala e dançar pelos quatro cantos da casa. Pelos meus poros, entra a música e saem os problemas .” Décio Di Giorgi, 33 anos, São Paulo (SP) “Um truque excelente para quando estou muito irritada, com um problema insolúvel: dou uma dormidinha. Quando acordo, tudo parece mais fácil.” Luísa Guedes de Oliveira, 27 anos, Florianópolis (SC) “O melhor jeito de se livrar de pensamentos ruins insistentes antes de dormir é viajar: fechar os olhos e pensar no que faria se ganhasse na Mega-Sena, se fosse invisível, virasse mulher por um dia, construísse tijolo por tijolo a casa dos sonhos, tivesse três braços. Adormeço sem distinguir o que é imaginação e o que é um sonho bom.” Luciano Felipe, 34 anos, São José (SC) “Aprendi a nunca me despedir de uma pessoa querida antes de fazer as pazes. Um dia, em visita aos meus pais, em Niterói, discuti com a minha mãe justo na hora de pegar o carro e voltar a São Paulo. Zangado, não telefonei para dizer que cheguei bem, como sempre fazia. No dia seguinte, meu cunhado ligou: ela tinha falecido. Não tive tempo de me desculpar.” Jorge Moreira, 59 anos, São Paulo (SP) “Meu avô ficou um tempão me ensinando a assoviar. Eu tentava, assoprava o dia inteiro, e nada. Um dia assoprei forte e... fez barulho! Agora assovio o tempo todo. Quer ver?”, Lucas Freitas, 4 anos, Chapecó (SC) “Sempre adorei ficar sozinha, desde criança. Não precisava de ninguém pra nada. Por isso, nem chorei na despedida da família e dos amigos quando fui morar no exterior. Bastou um mês longe de casa para eu ver que a certeza de estar rodeada pelos que me amavam


proteger

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corpo, mente, alma

Inspiração Não é irritante quando a gente está pê da vida e alguém aconselha: “Respire fundo”? A verdade é que inspirar e expirar bem é, sim, viver melhor. Mas não vale lembrar disso só quando está à beira de um ataque de nervos texto S i m o n e C u n h a ilustração A d r i a n a K o m u r a

É tão básico quanto estar vivo. A gente acorda respirando, dorme respirando, dança, pára, sente medo, raciocina, faz besteira, tudo enquanto inspira e expira. É talvez a ação mais automática do nosso cotidiano. Ao mesmo tempo, é das menos banais. Ela garante a sobrevivência de todas as células do corpo, mas faz bem mais que isso. A gente também muda de humor, se aquieta, se estressa e até exprime traços de personalidade enquanto o ar entra e sai, entra e sai. Do ponto de vista da ciência, tudo se resume a uma troca. O ar que inspiramos chega aos pulmões cheio de oxigênio. O sangue distribui esse oxigênio por todas as células do corpo, que o usa para transformar os nutrientes da alimentação em energia para o organismo. O que sobra desse processo de transformação é o gás carbônico, muito tóxico. Então, esse ar “envenenado” é levado pela corrente sanguínea de volta aos pulmões, que o expulsa quando soltamos o ar. Os pulmões se enchem de novo de ar carregado de oxigênio... e o ciclo recomeça.

Sem perceber, fazemos essa troca de 15 a 25 vezes por minuto. Uma interrupção de poucos minutos é suficiente para causar danos ao cérebro. Mas manter o ar entrando e saindo não basta para garantir saúde plena. Observe nesse exato momento como você respira. Quando o ar entra, que parte do seu corpo se move mais: o peito ou o abdômen? Provavelmente o peito – sinal de uma respiração curta, que enche apenas a parte de cima dos pulmões e não os esvazia totalmente. Como entra menos ar, são necessárias mais inspirações por minuto, o que pode fazer com que você se sinta cansado e até ansioso.

O raciocínio respira O que a ciência tem apontado nas últimas décadas – e que as técnicas milenares como meditação e ioga já dominavam – é que inspirar e expirar não tem implicações meramente físicas, mas também psicológicas. “A respiração tem ligação direta com a parte do cérebro que controla as emoções e o pensa-

mento”, diz o psiquiatra Antonio Nardi, que coordena o laboratório de Pânico & Respiração do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo ele, respirar de maneira curta, rápida e freqüente pode provocar dor de cabeça, cansaço fácil, formigamento e até desmaio. Já respirando de forma lenta demais, como quando estamos sonolentos, ficamos mais vagarosos. A relação é tão evidente que nem é preciso ter consciência desses processos. A garota Ana Luiza Carvalho Sartorelli, por exemplo, tem 11anos e há quatro pratica ioga. Quando pega o tapetinho feito por seu avô e foge da bagunça dos irmãos para fazer os exercícios de respiração que aprendeu na aula, ela sabe bem o que procura. “Eu sou agitada, meio irritada, e me concentro na respiração para ficar mais calma. Eu analiso o que faço e nem percebo”, conta.

Expire suas tensões Como explica Nardi, transtornos de ansiedade e depressão também podem es-


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Entra e saaai, entra e saaai Quatro passos para lidar melhor com o ar que atravessa suas narinas Observação

Concentre-se e analise como você

respira: sinta a entrada e a saída do ar em situações banais e sua reação em

momentos estressantes. Isso vai ajudálo a perceber as diferenças depois que

A respiração tem ligação direta com a parte do cérebro que controla as emoções e o pensamento. Inspirando e expirando, podemos mudar o modo como nos sentimos

começar a praticar os exercícios de respiração com freqüência. Expiração longa

Expirar é a parte calmante do processo.

Alongar o período da saída do ar – em até o dobro do tempo da entrada – é o tipo

de respiração que nos leva a mudanças

tar relacionados à forma como se respira. “Concentrar-se para respirar em outro compasso, aumentando a profundidade de cada ciclo, pode nos ajudar a ficar mais calmos”, explica o anestesiologista Fábio Regatieri. Pela prática, a pequena Ana já entendeu isso também. “Gosto de fazer as respirações antes de dormir. Ajuda a descansar mais tranqüila, sem ficar ansiosa para o outro dia.” Para a hatha ioga, a modalidade que Ana pratica, a respiração é o único sistema do nosso corpo que pode controlar nossos sentimentos. “Ela é uma válvula de acesso à modificação do nosso estado emocional”, diz o professor de educação física, especialista em ioga, Marcos Rojo. Então, quando você estiver prestes a partir para as vias de fato com

aquele colega encrenqueiro, basta parar e respirar fundo que passa? Talvez funcione, mas também é irreal pensar que a gente pode controlar conscientemente cada respirada que der no dia pra que seja assim, devagar e com calma. “O melhor é criar um padrão rítmico de respiração adequado que seja constante, o que se consegue treinando um novo jeito de inspirar e expirar”, diz Rojo (veja no quadro ao lado as dicas dele para mudar seu jeito de tomar o ar). Para a medicina, a lógica é a mesma. “Deveríamos dar mais atenção à respiração, mas nunca damos. Olhando para nosso jeito de respirar podemos melhorá-lo, e daí melhorar diversas condições na nossa vida”, diz o psiquiatra Antonio Nardi. Parece elementar. Mas nada banal.

mais duradouras e profundas no dia-a-dia. Pratique inspirando em quatro segundos e expirando em oito. Quem é muito

agitado pode não conseguir, mas basta contar tempos iguais e aumentar o tempo da saída gradualmente. Disciplina

Pratique esse exercício todos os dias, ao menos dez vezes pela manhã e dez à

noite. “São dois ou três minutos, não dá

para alegar falta de tempo”, defende Rojo. A mudança pode começar a ser percebida após uma semana. Cautela

Não se esqueça: a prática tem de ser fácil.

Fique atento à sua capacidade respiratória para não sentir falta de ar.


este valor, descontados os impostos, ĂŠ 100% revertido para o

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