Revista Sorria #10

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este valor, descontados os impostos, ĂŠ 100% revertido para o

* 10 out/nov 2009


Š Tamara Reynolds/Corbis/Corbis (DC)/Latinstock

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o melhor do dia a dia


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Vejo

flores texto R o b e r t a F a r i a

Desde que me entendo por gente, em todos os aniversários meu presente foi um buquê de flores, que meu pai trazia na hora do almoço, com um cartãozinho de parabéns. Quando pequena, grandes margaridas eram minhas preferidas; depois me apaixonei pelas rosas de toda cor. Os botões eram mergulhados no vaso branco de porcelana, tirado do armário só nessas ocasiões, e enfeitavam a mesa de jantar até o último fôlego. Só de olhar para elas, já me sentia mais feliz. Por causa desse ritual familiar, as flores são ainda hoje meu símbolo de cuidado e comemoração. Já crescida, os buquês fizeram saudade nos aniversários longe de casa. E passei a me autopresentear com eles: o abraço e o cartão faziam falta, claro, mas reparar na beleza colorida me abria sorrisos como os da infância. Descobri outras preferidas, como os lírios tão perfumados que me tonteiam, as orquídeas cuja perfeição merece horas de contemplação, as angélicas com cheiro de beira de rio, as astromélias em cores que nem sabia existir na natureza. E aprendi uma lição: as sensações que as flores nos despertam não dependem da ocasião nem do remetente. Reservá-las aos momentos especiais é perder a chance de se encantar todos os dias um pouquinho. Pode ser um vaso barato de crisântemos amarelos na cozinha, um galho de jasmim cheiroso catado na rua e posto na cabeceira, um arranjo pomposo para a sala feito de flores de cebola achadas na feira, semprevivas compradas no farol para enfeitar o escritório. Ter flores por perto – elas que foram planejadas propositalmente para atrair os sentidos – nos faz sentir, de alguma forma, mais especiais.


trabalhar

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para viver melhor

Toque de amigo Ser criticado não parece a coisa mais divertida que pode acontecer no trabalho. Mas, se o objetivo é o crescimento pessoal, a experiência pode ser incrivelmente transformadora texto N i n a W e i n g r i l l

ilustração F i d o N e s t i

“VOCÊ É UMA PESSOA MUITO EXPLOSIVA.” Essa foi uma das frases que o gerente de logística Maurício Nascimento, de 35 anos, ouviu durante uma reunião na companhia em que trabalha, a empresa de tecnologia Siemens, em São Paulo. Em seguida, veio uma sugestão: que tal relaxar praticando uma atividade lúdica nas horas livres? Foi assim que ele descobriu o que hoje em dia é uma de suas maiores paixões – a fotografia. Sempre que pode, viaja para uma cidade vizinha ou leva os filhos para um passeio no parque e, entre um clique e outro, aproveita as paisagens para esvaziar a mente. Com o hobby, tornou-se mais tranquilo, o que se refletiu no seu dia a dia profissional. Essa transformação só aconteceu porque a empresa de Maurício valorizou um processo fundamental para o aprimoramento dos funcionários: a avaliação. “Trata-se de uma ferramenta imprescindível para melhorar nosso desempenho, tanto no âmbito profissional como no pessoal”, diz a psicanalista Cora Ferreira. E não é difícil entender por quê. Não basta motivação para nos tornarmos pessoas melhores. Precisamos também de orientação. Assim como na época das provas da escola, é necessário saber o que estamos fazendo de errado, para não repetir, e em que pontos estamos acertando, para nos aperfeiçoar ainda mais. Claro que não é fácil. Chamar um colega para conversar e apontar seus defeitos implica vencer uma pesada inércia. Muito mais confortável é evitar esse momento, sujeito a constrangimentos e discussões. Mas empurrar os incômodos para debaixo do tapete – ou, pior, fazer as críticas só pelas costas – é que traz grandes problemas, que no fim afetam toda a equipe.


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Do caos à integração

E SE A CIGARRA E A FORMIGA DA FÁBULA TIVESSEM COMPARTILHADO SUAS VIRTUDES? CRÍTICAS CONSTRUTIVAS MULTIPLICAM QUALIDADES

Foi o que aconteceu no fórum de São Paulo em que trabalha a advogada Luciana Zanatta, de 39 anos.“Cada um fazia sua parte sem conversar com o colega. Cumpríamos tarefas mecanicamente. As pessoas se tratavam mal, os processos atrasavam, a papelada era toda desorganizada, até o lugar era sujo”, lembra. Assim que um processo era encaminhado para lá, os advogados envolvidos já entravam com um pedido para que o caso fosse transferido para outro fórum. Diante da situação caótica, a saída foi chamar uma empresa de consultoria para ajudar a pôr ordem na casa. “Ouvimos as queixas de cada um individualmente. Eles listaram os problemas que tinham com os colegas. A partir das reclamações, procuramos os envolvidos para chegar a acordos”, explica o consultor Mathias Wolff, que trabalhou no caso. Mathias mediava a conversa entre as partes e ajudava a propor uma solução. Quando ambos concordavam, as definições eram colocadas num papel. Até hoje o documento é usado para checar se os colegas estão cumprindo aquilo com que se comprometeram. A mediação durou um ano. Quando o processo começou, em 2007, o fórum tinha cerca de 12 mil processos na fila de espera. Hoje, estão na casa dos 6,5 mil – e a cada mês chegam mais 500. “Advogados que ficavam até uma hora na fila para ser atendidos hoje não esperam mais do que 10 minutos”, diz Luciana. “Os colegas começaram a se enxergar e a saber do que o outro precisava. Formamos, pela primeira vez, uma equipe”, completa. A avaliação institucionalizada, como a da empresa de Maurício, ou a guiada por mediadores profissionais, como na história de Luciana, são procedimentos indicados por sua grande eficácia. Mas pequenos costumes diários, a fim de valorizar um diálogo mais franco, trazem resultados significativos. Para começar já, veja as dicas do quadro ao lado. E comprove como é saudável um ambiente de trabalho em que todos se ajudam a ser pessoas melhores.

TATO CRÍTICO

Não importa se você trabalha

numa pequena empresa ou numa

multinacional. Críticas francas e bemintencionadas – bem como elogios

merecidos – são sempre necessárias

para aprimorar o trabalho em equipe

• O melhor momento para fazer

uma crítica é logo depois da ocorrência do fato que a motivou. Como o

acontecimento está vivo na memória, a avaliação se torna mais específica e pode ser mais bem compreendida.

• Uma crítica construtiva é aquela que

deixa claro qual é o comportamento

esperado, como o trabalho está sendo

avaliado até o momento, o que deve ser mudado, qual o tempo necessário para que essa transformação ocorra e que tipo de apoio o avaliado dispõe para

conseguir melhorar seu desempenho.

• Para ser mais claro, dê exemplos.

Em vez de: “Você precisa ser mais

gentil com os clientes”, é melhor falar: “Não se esqueça de dizer ‘obrigado’ quando entregar o troco”.

• Procure entender qual é a dificuldade

que impede o funcionário de ter

o rendimento esperado. Pergunte-lhe o que está acontecendo. Ajude-o

a identificar o problema e a buscar saídas por si próprio. É muito mais

efetivo do que impor uma solução.

• Mostre evidências de como o

problema em questão afeta o ambiente de trabalho e os resultados da empresa. Assim, fica mais fácil para o avaliado entender por que precisa mudar.

É fundamental que todas as pessoas envolvidas numa avaliação tenham

em mente que estão do mesmo lado,

trabalhando por um objetivo comum.


crescer

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valores que mudam a vida

Fé vida na

texto D i l s o n B r a n c o e N i n a We i n g r i l l

fotos D a n i e l M a l v a bonecos O S i l v a

ACREDITAR É... INVESTIR COM ESFORÇO E PERSISTÊNCIA NO PRÓPRIO TALENTO, PARA ROMPER AS BARREIRAS DO MUNDO, COMO VANDERLEI


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Há uma força ilimitada sustentando a nossa existência. É ela que nos faz levantar da cama e lutar para concretizar tudo aquilo que planejamos. Muito se especula sobre sua origem, que por vezes parece mágica. A única resposta certeira é que ela vive dentro de nós HÁ DIAS EM QUE O SOL parece brilhar de uma maneira especial para a gente. Em 29 de agosto de 2004, pico do verão no hemisfério norte, os fortes raios matinais que invadiram a Vila Olímpica de Atenas, na Grécia, lembraram Vanderlei Cordeiro de Lima que era dia de fazer história. Mais uma vez, ele mentalizou a sequência de imagens que há anos se forçava a vislumbrar, que sempre soube que aconteceriam, e que estavam mais próximas do que nunca de se tornar realidade. A linha de chegada, os braços levantados, a medalha no peito. A concretização de um sonho que nenhum compatriota jamais havia atingido. Enfim chega a hora. A elite do atletismo mundial aglomerada ante a linha de largada. As ruas da capital grega em festa, milhares de pessoas nas calçadas, outros milhões assistindo de suas casas ao redor do globo, aguardando a última e mais emblemática prova do mais importante evento esportivo do mundo. É dado o tiro. Vanderlei logo desponta na frente. O percurso está memorizado, ele segue instintivamente. A cana espetando os dedos, a reprovação da família ao decidir ser atleta, os dias que teve de passar com uma marmita de pão e leite, tudo fica para trás. Faltam apenas 6 dos 42 quilômetros, e a prova segue à perfeição. Então o mundo desaba. Um homem invade a pista, agarra Vanderlei e o empurra contra o público. Ninguém entende o que está acontecendo. A TV

mostra a fisionomia de horror do brasileiro. A respiração se descompassa, a concentração evapora, os músculos se enrijecem. O imenso absurdo da situação, o estresse físico e mental do obstáculo inimaginável são motivos mais que suficientes para interromper tudo, lamentar-se, render-se ao desejo do corpo de não mais levantar do chão. Mas Vanderlei tinha certeza de que o final da história não seria assim. Ergueu-se e seguiu. O inacreditável incidente favoreceu a ultrapassagem de dois adversários. O esforço sobre-humano de Vanderlei lhe garantiu o terceiro lugar no pódio, braços levantados, medalha de bronze no peito, um estádio inteiro o aplaudindo de pé, o melhor resultado brasileiro em maratonas olímpicas da história e o reconhecimento mundial do seu exemplar espírito esportivo ao seguir adiante. No momento em que forçou a musculatura paralisada e se levantou para conquistar seu objetivo, Vanderlei foi movido por um dos mais poderosos valores humanos. Pela força responsável pelos maiores feitos da civilização, sejam eles esportivos, científicos, artísticos, políticos, religiosos. Um impulso que nos testa o tempo todo, que nos faz continuar respirando, que nos impele a seguir nossa convicção mesmo quando tudo parece aconselhar o contrário. Um estímulo que transcende a razão, potencializa nossas capacidades e nos aproxima da plenitude. Vanderlei levantou porque acreditou.

Em si Seja uma grande realização, seja um acontecimento rotineiro, todo o momento da vida de cada um de nós pode ser explicado pela fé. Não especificamente a fé religiosa, como a palavra pode sugerir, mas um sentimento de crença bem mais abrangente. “A fé é a própria energia vital”, afirma o estudioso Etienne Higuet, autor do livro Teologia e Modernidade. “É uma atitude que todos têm perante a vida e os outros. Precisamos confiar, por exemplo, no governo, no professor, nos companheiros de trabalho. É tão vital que aquele que não acredita se vê sem motivos para continuar a viver”, completa. É o tipo de sentimento que faz uma família mudar de cidade em busca de melhores condições para viver. Como fizeram os Cordeiro de Lima, em 1969, quando trocaram Cruzeiro do Oeste (PR) pela vizinha Tapira, em busca da casa própria. Foi no novo lar que Vanderlei passou a maior parte da infância. Na sala onde dormia com os seis irmãos mais velhos havia apenas um colchão, feito de palha de milho. No quintal, galinhas e alguns porcos. Em torno do terreno, fazendas e riachos que davam ao menino a ideia de infinito. Vanderlei corria por todo lado. Na 4ª série, na aula de educação física, descobriu que nem todo mundo era tão rápido nem tão resistente. O professor disse que ele tinha dom para o atletismo. Varderlei duvidou – fã de Zico, queria mesmo era ser jogador de futebol –, mas aceitou o tênis emprestado pelo diretor e começou a competir. Bastou a primeira medalha para ele próprio passar a acreditar na carreira, e em tudo o que ela poderia lhe proporcionar. Pela TV do bar da pequena cidade, Vanderlei via campeões desfilando seus troféus, batendo recordes, viajando o mundo – e ele viajava junto.


comer

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sabores que confortam

Azeitar a vida Logo que são colhidas, as azeitonas são selecionadas, lavadas e prensadas para liberar o sumo adorado desde o início da civilização. Delicie-se com essa maravilha saudável – e dê a ela seu toque pessoal texto F i l p o N a z á r i o

foto L u i z H e n r i q u e M e n d e s produção de culinária e objetos Beth Freidenson


Assistente de produção: Claudia Maykot

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DIZEM QUE ESTÁ ACONTECENDO com o azeite de oliva o mesmo que recentemente ocorreu com o vinho no Brasil. Há alguns anos, muita gente não se preocupava com o tipo de uva, a procedência, a combinação ideal: era branco ou tinto, seco ou suave, no máximo. E azeite era azeite, e ponto. Hoje, porém, as grandes cidades chegam a ter lojas especializadas na essência da azeitona. E em quase todos os supermercados se encontra uma variedade de tipos e marcas de encher a prateleira. Com a ampliação da gama disponível, vem o aumento do consumo: nunca os brasileiros compraram tantos litros de azeite como agora. A popularização do óleo das azeitonas no país teve início com a colonização europeia. “Consumido desde a Antiguidade na região mediterrânea, o azeite conquistou o mundo nos últimos 500 anos, principalmente por meio da expansão portuguesa e espanhola”, explica o estudioso Isaac Azar, proprietário da loja Azaït, em São Paulo. A partir dos anos 1950, pesquisas começaram a provar o valor de tal herança para a nossa saúde: hoje, sabe-se que o azeite de oliva é rico em gorduras monoinsaturadas e antioxidantes, que, entre outras vantagens, fazem bem ao coração. Quer desculpa melhor para não hesitar em despejar o fio dourado sobre o prato – seja salada, carne, massa ou até sobremesa? Pois a melhor razão de todas é que, se já é bom puro, sozinho, melhor ainda acompanhado. Uma das coisas mais fascinantes sobre o azeite é que qualquer um pode aromatizá-lo com ervas e temperos, de acordo com o gosto pessoal. Além de delicioso e saudável, fica bonito que só vendo. E é mais fácil do que você imagina! Arranje umas garrafas bacanas, separe os temperos de que você mais gosta e já para a cozinha. Que seja para comer regando um simples pão – e quem precisa de mais?

AZEITES AROMATIZADOS*

A lógica é a mesma para todas as receitas. O que varia é o condimento usado. Basta aquecer o azeite com o tempero e misturar com a mesma quantidade de azeite frio. Experimente também com pimentas variadas, tomilho, orégano, louro, alho, e o que mais lhe apetecer MODO DE PREPARO Em uma panela pequena, misture 250 ml de azeite extravirgem com o outro ingrediente (veja as sugestões abaixo). Aqueça em fogo baixo por três minutos. Numa tigela, misture com 250 ml de azeite extravirgem frio e mexa bem. Espere esfriar, coloque em um vidro esterilizado e mantenha-o fechado. A validade é de cerca de dois meses. • Com canela Ingrediente: 3 paus de canela. Fica muito bem com carnes, como a do javali, pato e coelho. • Com alecrim Ingrediente: 1 galho de alecrim. É ótimo com carne bovina ou cordeiro. • Com limão-siciliano Ingrediente: casca de 1 limão-siciliano. Indicado para peixes e saladas. • Com manjericão Ingrediente: 1 galho de manjericão. Harmoniza com peixes, como linguado e robalo, e massas em geral. • Com pequi Ingrediente: lascas da polpa de 1 pequi. Combina muito bem com codorna, peito de frango e galeto. • Com baunilha Ingrediente: uma fava de baunilha aberta. Use em sobremesas com chocolate. *Receitas do Restaurante Paris 6

ENTENDA A PRATELEIRA

Para não se perder entre tantas variedades de azeite no mercado, confira as diferentes características de cada tipo

Os azeites se dividem em dois grandes grupos: os virgens e os demais. No primeiro estão aqueles obtidos apenas pelos processos físicos – basicamente, a prensagem das azeitonas. Há o extravirgem e o virgem. Os não virgens passam por transformações químicas de refino, como o uso de solventes. Além de menos saborosos, não fazem tão bem à saúde, pois perdem antioxidantes durante a industrialização. São vendidos ao consumidor final misturados a azeites virgens ou a outros óleos vegetais. Conheça cada variedade. EXTRAVIRGEM É o mais puro e saboroso. Sua acidez (leia mais abaixo) é de no máximo 0,8%. Costuma ser usado para a finalização de pratos. A dica é procurar no rótulo não só a data de validade, mas também a safra mais recente, que garante maior frescor. VIRGEM Comparado ao extravirgem, pode apresentar pequenos defeitos de cheiro e sabor, mas ainda assim é um bom azeite. Sua acidez máxima é de 2%. AZEITE DE OLIVA (No rótulo não aparecem as palavras “extravirgem” nem “virgem”). É uma mistura de azeite virgem e refinado. Tem acidez máxima de 1%. Normalmente é usado para frituras e marinados. AZEITE COMPOSTO Mistura de azeite refinado com outros óleos, como o de soja. Não é considerado um azeite de oliva verdadeiro. Se estiver interessado em sabor, não caia nessa armadilha! Quanto menor a acidez, melhor o azeite? Não necessariamente. Outras características, como o índice de peróxido, ligado à oxidação, são fundamentais para a qualidade.


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