Revista Sorria #36

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R$ 3,50 Apresenta:

este valor, descontados os custos do projeto, é revertido para o facebook.com/revistasorria

p a r a

s e r

f e l i z

a g o r a

6

anos de

Sorria!

obrigada por estar presente!

Comprando Sorria, você ajuda crianças e jovens de todo o Brasil a ter uma boa educação pública e a vencer o câncer infantil. Meninos como o Irlan e o Isaque!

Conheça a história deles na página 54!

*36 fev/mar 2014 venda exclusiva

droga raia

amigos a alegria

de cultivar

Eles estão ao nosso lado para o que der e vier. As amizades são o segredo para uma vida leve FESTA DE aniversário do bem • o homem que cura o câncer • aprender a comer madrinha dos animais • bolo delícia de panquecas • acabe com os remorsos


prazeres simples

alegrias do dia a dia

Chove,

chuva era uma tarde chuvosa. Uma semana chuvosa, ou melhor, uma vida toda de chuvarada para as crianças que estavam presas em casa, há dias, na praia. Até que meu tio pegou umas revistas velhas e nos ensinou a fazer barquinhos de papel. E depois saiu de casa conosco, sem guarda-chuva – que ousadia! –, e nos ensinou a colocá-los no rio em que havia se transformado nossa rua. De repente, tudo mudou. Éramos uma esquadra poderosa e precisávamos vencer o Triângulo das Bermudas! Se fôssemos engolidos, tudo bem, havia mais barcos sobre a mesa para nos resgatar. Ah, como pode ser divertido um dia de tempestade! Desde pequena, sempre gostei de sair na chuva para me molhar. Com sombrinhas coloridas ou sem elas, adoro andar devagarinho na rua enquanto todos fogem da água. Perceber que, contra a natureza, não há horário de trabalho, aulas, compromissos, roupa cara ou sapatinho delicado. A luz acabou, e agora? Agora brincamos com as sombras, acendemos uma vela e apertamos cascas de laranja para fazer faíscas. Tocamos instrumentos – vale panela, caixinha de fósforo ou a gaitinha esquecida – porque eles não precisam de energia elétrica para funcionar. Desafiamos quem quer que seja a uma partida de buraco. Conversamos, olha que coisa mais rara, e, protegidos pela penumbra, olhamos nos olhos do outro. Ou dormimos, embalados pelas gotas no telhado. E pode vir a enxurrada, para nos dar tempo de inventar mais jeitos de viver a vida com a calma e a tranquilidade da água. 16 revista Sorria

© Steve Cole/Corbis

texto Rita loiola


deixa molhar! fev/mar 2014 17


como eu faço?

manual de boas ideias

6Sorrdaia! anos de

Festa do bem

obporriga estar

presente!

texto aline MONTEIRO

ilustração giovana medeiros

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planeje com antecedência. Comece os

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dinheiro ou cartão?

preparativos pelo menos dois meses antes. Além de escolher local e cardápio, é preciso decidir qual instituição receberá as doações. Peça indicações a amigos ou faça visitas. É importante acreditar no trabalho da instituição para contagiar os convidados!

Às vezes, a melhor maneira de ajudar é com dinheiro mesmo. Nesse caso, fica mais fácil recolher as doações levando uma urna à festa. Sugira um valor para os convidados, mas distribua envelopes para que eles dêem a contribuição – assim, ninguém ficar constrangido se for doar mais ou menos. Outra opção é fazer um bingo e vender as cartelas ou divulgar o número de uma conta bancária para receber as colaborações.

20 revista Sorria

Sabe como os presentes que você recebe de aniversário podem multiplicar felicidades? Basta doá-los a uma instituição: você fica alegre por fazer um gesto altruísta, e quem recebe fica radiante com sua atitude. Veja como fazer o bem a muitas pessoas em um aniversário. Depois, é aguardar os parabéns!

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como ajudar? Converse com a instituição e

descubra o melhor jeito de colaborar: doando roupas, brinquedos, alimentos, livros... Se você não tiver onde guardar ou como transportar grandes doações, a melhor opção é pedir seus presentes em dinheiro e comprar o que a instituição precisa.


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vem, vai ter bolo! Ao chamar os convidados, explique que sua festa será diferente. Conte qual é o trabalho da instituição, dê detalhes de como os presentes serão dados (valores ou quantidades), como e quando serão entregues na instituição. E ofereça-se para tirar dúvidas!

TODO MUNDO PODE!

Parentes distantes, amigos de fora? Crie uma forma para quem não comparecer na festa também poder ajudar, como receber as doações por correio ou em uma conta bancária e até transmitir a balada pela internet. Também é importante prestar contas: no dia seguinte, contabilize os números alcançados, divida com todos e conte o que isso significa para você e para a instituição.

ajudar é tudo de bom! Depois da festa, é o momento de entregar as doações. Faça uma visita com seus amigos, tire fotos e aproveite para compartilhar com os convidados. Mostre a eles como uma festa pode ajudar muita gente e fazer um mundo melhor!

como eu fiz!

“Quis retribuir um pouco do que recebi” Em 2012, transformei meu aniversário em uma forma de ajudar as crianças do Lar Batista de São Paulo. Tenho tudo de que preciso, então pensei em dar presentes às crianças. Comecei a me organizar em julho para meu aniversário, que seria em setembro, com a ajuda de seis amigos e familiares. Convidei 500 pessoas pelo Facebook e e-mail. Uma igreja cedeu espaço para a festa e fiz parceria com um restaurante. Arrecadamos dinheiro suficiente! Já fiz duas dessas festas, e é muito bom ver a alegria das crianças. Esse foi o jeito que encontrei para retribuir aos outros um pouco do que recebi. Flávio Cecere, 29 anos, Indaiatuba (SP)

“é diversão por uma boa causa” Faço aniversário em março e, em 2011, não quis deixar a data passar em branco. Por isso, organizei uma festa beneficente. Um amigo, que faz aniversário no mesmo mês, topou juntar as festas e convidamos 100 pessoas por telefone, e-mail e Facebook. As doações vieram em dinheiro, roupas e computadores. Os presentes foram para a Creche Irmão Otto, que atende 90 crianças. Passei a comemorar meu aniversário dessa forma e aprendi que festas assim incentivam os convidados a fazer o mesmo. Fico feliz por oferecer algo divertido que melhora outras vidas. É diversão por uma boa causa! André Rubens, 32 anos, Belo Horizonte (MG)

fev/mar 2014 21


valores essenciais

para refletir e inspirar

Do lado esquerdo do peito Todos os lugares-comuns sobre amigos estão certos.

Eles influenciam nosso jeito de ser, nos fazem viver mais,

melhor, com mais leveza, ajudam na tristeza, dividem alegrias. Afinal, amizade é amor, em sua melhor forma

e

ra tardezinha de novembro de 1979, em Porto Alegre, quando uma furiosa madre superiora capturou Fabrício. O garoto de 7 anos foi o único do seu grupo a ser pego após uma travessura que envolvia um quintal, árvores carregadas de frutas e uma grade fácil de pular. Ele se preparava para pagar sozinho pelo pecado, mas, inesperadamente, outro menino voltou para dividir a penitência. Começava assim, no crime e no castigo, uma amizade de décadas. “Mário é meu único amigo de infância”, conta o escritor gaúcho Fabrício Carpinejar, de 41 anos. Como no roubo das frutas, continuam a dividir alegrias e dificuldades, em uma relação de opostos complementares. “Ele é psicanalista e eu sou louco”, brinca. Até hoje, os amigos se encontram uma vez por semana. Mas poderiam ficar meses, anos até, sem se ver. Afinal, tempo e distância não abalam sua ligação. “A amizade não se dissolve, é feita de uma intimidade imediata. Meus amigos são aqueles em quem sei que posso confiar em qualquer momento”, afirma o escritor.

28 revista Sorria

Além de Mário, entre os escudeiros de Fabrício estão o publicitário Everton e o professor de musculação Zé. O trio se reúne semanalmente só para bater papo. Na pauta entra qualquer assunto, mas o que mais toma o tempo são os relacionamentos. “Se houver alguma crise, é com eles que falo”, conta. Não importa que tenham profissões e idades diferentes – Everton tem 30 anos e Zé, 46. “Amigo é fora do tempo e fora da idade”, diz Fabrício. Por saber que amizade é algo que exige cuidado, ele sempre encontra tempo para as suas. Viajando ou trabalhando, fala diariamente ao telefone com seus três amigos. Conhece a rotina de cada um, suas preferências e até a hora em que acordam. É como família – tanto que os amigos se dão bem com a mulher e os dois filhos de Fabrício, e se reúnem com frequência nas festas que ele faz em casa. A sala fica cheia e pode não parecer, mas ele é seletivo ao escolher quem a frequenta. Para entrar em seu círculo, só os que carregam o título de amigo. “Há uma espécie de RH de amigo. Irrito-o, vejo se ele suporta, para só então adotá-lo.”

texto isabela noronha

O maior de todos os bens De fato, experiências intensas, como ser pego em uma travessura infantil ou dividir um embaraço na vida adulta, podem promover conhecidos a amigos. “Isso faz com que as pessoas criem mais intimidade. Em um período curto, há uma troca grande de experiência e informação, e isso as une”, diz o psicólogo Claudio Hutz, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, coautor do livro Amizade em Contexto, de 2012. Mas não bastam situações-limite para forjar amigos. “O que define um amigo é o compartilhamento de valores, de saberes, de ideias, de experiências”, diz Mauro Koury, coordenador do Grupo de Pesquisa em Antropologia e Sociologia das Emoções (Grem), da Universidade Federal da Paraíba. São pessoas com quem podemos dividir opiniões, mesmo as diferentes. “Com os amigos temos uma convivência profunda, movida por afinidades que despertam o desejo de estar junto”, afirma Koury. Por isso, mais que dividir preferências, nossos melhores amigos são aqueles que concordam conosco nas questões


© Foto: Marcelo Curia

“meus amigos são aqueles em quem posso confiar a qualquer momento.” Fabrício Carpinejar, escritor fev/mar 2014 29


tá na mesa

receitas para comemorar

BOM-DIA, aniversário! 6Sorria! anos de

obrigada

por es r presenta te!

A primeira refeição

do dia mais importante do ano – o seu – pode começar com um bolo muito especial. Feito de panquecas! texto cynthia almeida rosa foto sheila oliveira/empório fotográfico

As panquecas devem ser espessas e do tamanho de um prato de sobremesa. Cuidado para não deixar queimar: elas ficam prontas em poucos minutos! Se quiser incrementar, a massa, misture banana amassada, nozes ou gotas de chocolate


Aniversário tem de ter bolo, inclusive no café da manhã. Para começar o dia mais importante do ano, que tal trocar as camadas de pão de ló entremeadas de recheios por um bolo de... panquecas? A boa ideia pegou nos Estados Unidos e, na casa de Felipe Galesi, de 14 anos, virou tradição. O bolo de panquecas é uma das especialidades do estudante paulistano, que aprendeu a comer o doce aos 7 anos, nas férias com seus tios de Chicago, nos Estados Unidos. Foram eles que apresentaram ao menino a panqueca americana e lhe ensinaram como prepará-la. Nessa versão, a massa é macia e fofinha, de espessura média, arrematada por caldas. Quando as férias acabaram, ele trouxe o gosto pelas “pancakes” na mala. Há dois anos, era a mãe dele, a confeiteira Carolina Galesi, de 41 anos, quem operava a frigideira. Hoje, Felipe tenta virar as panquecas no ar e faz a receita para toda a família. A exceção é a manhã do seu aniversário, quando ganha o bolo de presente da mãe: “Virou uma receita tradicional de manhãs especiais. Todo aniversário tem”, conta Carolina. É o primeiro “parabéns” do dia, com a família reunida em torno da pilha de panquecas com cobertura e a velinha para assoprar. Para preparar o bolo, a família tem método. Empilha não mais que cinco discos e intercala a massa com geleia de morango ou de frutas vermelhas. Mas também vale Nutella, cream cheese, manteiga e mel. Tudo é saboreado na companhia de leite com achocolatado. Para Felipe, esse é o melhor jeito de comer panqueca. Apenas cobrir os discos com calda não fazia sentido para o garoto. Bom mesmo é empilhar e rechear. Mas por que, Felipe? “Para não demorar muito para comer. E comer várias!”, entrega, aos risos. E a saborosa refeição em família ainda recorda bons momentos. “Fazer as panquecas me traz lembranças das viagens de férias”, diz. Quer presente de aniversário mais gostoso?

Para dar ao bolo a cara de festa use velas e decore a mesa com serpentinas. Não se esqueça da mensagem ou cartão de felicidades!

A massa é neutra, já que a fórmula leva pouco açúcar. Invente seu recheio: vale creme de baunilha, ganache, brigadeiro, doce de leite, geleia, mel ou pedaços de frutas, como uva, morango ou kiwi

Assistente de fotografia: Thais Marques/Produção culinária: Iliane Marconi/Produção de objetos: Márcia Asnis

bolo de panqueca Ingredientes para a panqueca 3 xícaras de farinha com fermento • 3 xícaras de leite • 3 ovos grandes • sal • óleo Ingredientes para o recheio 300 g de chocolate meio amargo picado • 150 ml de creme de leite fresco • 70 g de manteiga sem sal derretida

Modo de preparo Panquecas: Em uma tigela, misture a farinha, o leite, os ovos e uma pitada de sal até obter uma massa lisa. Unte uma frigideira com óleo, aqueça-a em fogo médio e, assim que estiver quente, adicione uma concha de massa. Cozinhe por 2 a 3 minutos, até dourar, e vire para cozinhar o outro lado. Deixe esfriar. Recheio: Leve o chocolate ao micro-ondas por 1 minuto para amolecer e reserve. Em uma panela de fundo grosso, despeje o creme de leite e leve ao fogo médio. Quando ferver, despeje-o sobre o chocolate e misture até obter um creme liso. Acrescente a manteiga. Bolo: Sobre um prato ou tábua, coloque uma panqueca fria. Cubra com 2 a 3 colheres (sopa) de recheio e coloque outra panqueca por cima, pressionando levemente. Alterne as camadas até terminar as panquecas. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 1 hora. Retire da geladeira e jogue o restante do recheio por cima do bolo, deixando escorrer pelos lados.

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Sorria!

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amigos a alegria

de cultivar

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