R$ 3,50 Apresenta:
este valor, descontados os custos do projeto, é revertido para o facebook.com/revistasorria
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Você já ajudou a doar
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R$
12
milhões!
Comprando Sorria, você ajuda crianças e jovens de todo o Brasil a terem uma boa educação pública e a vencerem o câncer infantil. Gente como o Thiago e a Giulia!
Conheça a história deles na página 54!
envelhecer bom mesmo é
*37 abr/mai 2014 venda exclusiva
droga raia
Com o fim das obrigações, vem a diversão. E a chance de viver a vida que você sempre quis
missão: fazer algo novo a cada dia • O que a vida te ensinou? • pavê e para comer como deixar a rua mais segura • onde vivem os livros • nossos pequenos prazeres
prazeres simples
alegrias do dia a dia
O que a
mãe é texto Roberta faria
16 revista Sorria
mãe é cheiro!
© Fotos: Jupiterimages/ Getty Images
Mãe é cheiro. De creme hidratante, alho descascado, roupa lavada que secou no sol, café recém-passado, fumaça do fogão a lenha, terra revirada no jardim, sabonete de erva-doce do banheiro de visitas, perfume guardado no fundo do armário para dias de festa. Mãe são mãos. Que cortam o bife, fazem carinho nas costas pra dormir, desembaraçam o cabelo terrível, espremem a farpa na sola do pé, ameaçam “vocês-vãover-só” com o chinelo, estapeiam a roupa pra limpar a sujeira que ficamos depois de brincar no chão. Mãe é engraçada. Muda o jeito como chama a gente dependendo se está feliz ou brava, conversa com pessoas estranhas no mercado como se as conhecesse a vida toda, tem uma parte molinha no braço que gostamos de balançar (mas ela fica brava), inventa dramas só pra pôr medo na gente (por exemplo: não pode chupar bala redonda porque morre engasgado). Mãe é ocupada. Acorda antes de todo mundo, carrega uma bolsa que é mistura de cartola de mágico com buraco negro e, enquanto o pai só trabalha e lê jornal, ela trabalha, lê jornal, faz a comida, leva na aula, costura a calça rasgada, pinta a unha, leva no médico, fala no telefone com as tias, vai na reunião da escola, desentope a pia, conversa, reclama, arruma, ouve, briga, ensina, beija e ainda conta histórias. Mãe tem sempre razão. Até finge que concordou, mas dá um jeito de fazer a coisa do jeito que ela quer. Bate boca com quem fala mal dos filhos dela (porque só ela pode brigar com eles). Sabe como tudo deveria ser feito, e, por isso, ela é quem manda. Mãe é uma força da natureza, que nem gravidade, vento, placas tectônicas. É muito maior que nós. Mesmo se a gente se esquece disso, mesmo se acha que não precisa mais, mesmo se ela já partiu... de algum jeito, a mãe continua aqui. Na melhor parte do que somos. Nas verdades que aprendemos. E no amor que temos para passar adiante.
abr/mai 2014 17
como eu faço?
manual de boas ideias
Vizinhança segura e unida texto Luísa Cabeceiro e Roberta Barbieri
ilustração Guilherme Aranega
Informações preciosas
Mantenha os vizinhos sempre informados. Troque e-mails, números de telefone e placas de carro, fale sobre seus horários de rotina e avise se for viajar. Assim eles ficam atentos e, se necessário, chamam a polícia. Caso haja uma ocorrência na rua, espalhe a notícia para que todo mundo fique alerta.
Todo mundo gostaria de morar num lugar mais seguro. Só que segurança não precisa ter a ver com muros altos e cercas elétricas. Uma vizinhança unida e atenta pode ser mais eficiente que câmeras e guardas. Além disso, a cooperação entre os moradores ajuda a resolver outras questões do bairro e gera mais confiança e amizade. Afinal, na hora da emergência, quem está mais próximo do que um vizinho? Veja como!
Estamos de olho!
Espie a vida alheia, se for para o bem da segurança. No esquema de vigilância comunitária, todo vizinho fica atento à rua e, quando vê algo suspeito, liga para outros dois. Em pouco tempo, as casas estão alertas para acender as luzes, disparar o alarme ou chamar a polícia. Espalhe placas com avisos como “meu vizinho está de olho”.
Vizinhos próximos
Tente conhecer quem mora na sua rua. Vá de porta em porta ou procure a associação do bairro. Converse sobre os problemas, como a segurança — e também sobre outras questões, como eventos e ações sociais ou ambientais conjuntas. Com mais conversa, os vizinhos ganham em proteção, convivência e cidadania.
Policiamento comunitário
Participe do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da sua região. Os Consegs promovem reuniões abertas nas quais a polícia ouve as demandas da comunidade e troca informações sobre a segurança nos bairros. Além de tornar o patrulhamento mais eficaz, a iniciativa aproxima policiais e cidadãos.
como eu fiz!
“Começamos a conhecer quem mora no bairro”
Reclame (e solucione) aqui!
Mobilize os vizinhos para cuidar do bairro. Ruas iluminadas e terrenos baldios limpos aumentam a segurança e o bem-estar. Juntos, os moradores podem promover mutirões para melhorias ou fazer um abaixo-assinado para cobrar ações junto à prefeitura. A cooperação entre comunidade e poder público é essencial.
Força para o social
Em vez de tentar enxotar os moradores de rua para outra vizinhança, apoie ONGs e cooperativas que promovam a reinserção social dessas pessoas. Com mobilização, doações ou até trabalho voluntário, os vizinhos podem fazer parcerias com instituições que dão emprego e tratamento a quem precisa. E, assim, evitam uma guerra.
Há três anos percebi um aumento da violência no bairro dos Coqueiros. Como o poder público não dava conta, decidimos fazer nossa parte: adotamos o programa Vizinho Solidário. Em cada rua, um morador ia de casa em casa para explicar o projeto e cadastrar os vizinhos, com contatos e rotinas. As casas que aderiram não sofreram mais nenhuma ocorrência. Por causa das reuniões sobre segurança, começamos a conhecer as pessoas, e a convivência melhorou. Marcos Leandro Gonçalves da Silva, 45, economista, Florianópolis (SC)
“Quis ajudar da minha forma” Criei o movimento Butantã Urgente! após minha mãe sofrer um sequestro-relâmpago. Quis ajudar da minha forma. Fizemos um dossiê com as áreas mais perigosas, participamos do Conseg, juntamos 3 mil assinaturas e as entregamos à subprefeitura e à PM. Em três meses, houve melhorias na iluminação, poda de árvores, capinação e rondas. Hoje, aproveitamos o contato para trocar outras informações, como dicas de jardineiros, e estamos instalando um sistema de rádio para que os porteiros possam se comunicar sempre. André Wilian Araujo de Lima, 41 anos, contador, São Paulo (SP)
abr/mai 2014 23
valores essenciais
para refletir e inspirar
No palco da vida
o momento mais empolgante de nossa história não precisa ser a juventude. nas próximas páginas, três estrelas que brilham na vida real mostram como abraçaram o tempo e chegaram à maturidade com muita alegria e sabedoria
O
roteiro é previsível e inevitável. Os músculos se enfraquecem. A audição e a visão falham. A pele enruga e os cabelos ficam cada vez mais brancos. Já não se tem o mesmo fôlego de antes. Sentimos dores em partes do corpo que jamais havíamos notado. Nós envelhecemos. Afinal, nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos: esta é nossa narrativa, o ciclo natural da existência. Mas, como em toda boa história, há sempre espaço para o improviso — e o que muitos veem como a preparação para o fim, para outros é só o começo do lado bom da vida. Líria Turra começou a reescrever a própria história aos 57 anos. Tinha vivido os últimos dezoito dedicada ao filho mais novo, que entrara em coma ao se afogar na piscina de casa, aos 3 anos de idade. Foram quase duas décadas em estado vegetativo, abrindo apenas os olhos. Em 2001, ele faleceu. E, contrariando as leis da natureza, a mãe ficou órfã do filho. “Por mais que
32 revista Sorria
texto Helaine Martins fotos Ilana Bar
fosse algo que eu sabia que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, a dor de perder um filho é uma ferida que nunca vai cicatrizar.” Entre a tristeza e a saudade, Líria se viu prestes a entrar na terceira idade, com outros dois filhos e cinco netos criados, menos responsabilidades e sem obrigações com trabalho. O que fazer agora que sua maior prioridade era ela mesma? A resposta veio com coreografia e trilha sonora: ela encontrou na dança, seu passatempo preferido desde pequena, um novo ânimo para viver. Passou a frequentar bailes da terceira idade em São Paulo e redescobriu com o marido o sabor de dançar de rostinho colado. “Num primeiro momento, a dança me ajudou a superar a perda do meu filho. Hoje é muito mais que uma terapia. Dia de baile é dia de cinderela. Ponho vestido de festa, faço meu penteado, uso maquiagem. É a razão da minha felicidade”, conta Líria, sorrindo como sempre.
Aos 70 anos, ela rodopia pelos salões, provando que idade não é barreira para a saúde — física ou mental. Não importa se o baile é sábado, sexta, quinta ou segunda-feira: ela é a primeira a entrar e a última a sair, em uma maratona de seis horas de dança para a qual se prepara diariamente com caminhadas e academia. “Eu me sinto com 15 anos! Boto no chinelo tudo quanto é broto”, ela fala e se diverte. Nem mesmo a mudança do marido para Santa Catarina, em 2006, por causa do trabalho, afastou Líria dos bailes. Ela já viajou sozinha pela costa brasileira em um cruzeiro de dança e participa até de festas a fantasia, às quais foi de havaiana, princesa árabe, She-Ra e Jeannie É um Gênio. E é com a leveza dos contos de fadas (mas com os pés fincados no chão) que encara essa nova vida. “Aprendi que é preciso agradecer por tudo o que nos acontece. Por isso, nunca levantei sem um sorriso no rosto e, hoje, tenho plena certeza de ser uma mulher muito mais feliz”.
“aprendi que é preciso agradecer por tudo o que nos acontece.” Líria Turra, 70 anos abr/mai 2014 33
tá na mesa
receitas para comemorar
Pavê? É pra comer! No almoço de Dia das Mães, o doce traz boas lembranças e provoca gargalhadas desde a primeira colherada texto Cynthia Almeida Rosa
foto sheila oliveira/empório fotográfico
Uma ideia para incrementar a apresentação é montar cada porção em um copo de vidro, como uma verrine, deixando as camadas aparentes.
Além do biscoito champanhe, dá para montar a receita com pão de ló, bolo de chocolate, biscoito folhado ou tipo maisena. Essa massinha seca deve ser umedecida em alguma calda ou bebida, que dá o sabor.
Difícil encontrar quem nunca riu (mesmo que secretamente) do trocadilho do pavê. E, mesmo que censurem aquele tio brincalhão que insiste na piadinha, o gracejo é tão bem-vindo quanto a sobremesa. O trocadilho com “pra ver” vem do francês pavé, cuja tradução é paralelepípedo, referência à forma de montar o doce: com camadas de massa e creme que se alternam formando um bloco. Mas não é pela piada que a dona de casa paulistana Maria Antonieta dos Santos, de 79 anos, costuma fazer o pavê. É pela lembrança da mãe, a espanhola Julia. “Não tinha caderno de receita. Eu via minha mãe fazer e aprendia”, lembra. Com dez filhos e uma vida simples, dona Julia se esmerava em fazer guloseimas para agradar à criançada. O pavê era o ponto alto dos aniversários e, claro, do Dia das Mães. “Se não tinha leite condensado, fazia com um leite bem gordo e dava certo”, conta. “Era uma época difícil, mas com carinho tudo ficava bom. A gente era feliz e não sabia!” De uns tempos para cá, o legado chegou à terceira geração: Rosana Porto, filha de Antonieta. Ela aprendeu os segredos da avó e agora dá seu toque particular ao clássico da família. Trocou os biscoitos maisena e champanhe por folhados, testou recheio de banana e incluiu merengue e nozes na fórmula. “Minha mãe costumava fazer uma versão com abacaxi em calda. Adaptei a receita e molhei os biscoitos no doce. Ficou uma delícia.” De tanto assistir à mãe e às tias no fogão, Rosana, que era advogada, virou confeiteira. A família dela agradeceu. Para a sua também agradecer, siga as dicas do pâtissier Caio Corrêa na foto para montar um pavê lindo!
pavê de bombom
Produção culinária: Iliane Marconi/ Produção de objetos: Márcia Asnis
Nozes, frutas secas, musses, compotas de frutas e pedaços de chocolate também podem compor o recheio. Experimente a combinação de musse de maracujá, amêndoas caramelizadas e um creme de chocolate mais amargo.
Ingredientes 3 gemas • 1 lata de leite condensado • 1 lata (a mesma medida) de leite integral • 1 colher de sopa de essência de baunilha • 1 colher de sopa de amido de milho • 1 lata de creme de leite sem soro • 200 gramas de chocolate amargo • 10 dos seus bombons preferidos • 1 pacote de biscoito tipo champagne • 2 cálices de vinho do Porto branco ou licor para umedecer os biscoitos
Modo de preparo 1 Faça o creme branco: em uma panela de fundo grosso, junte o leite condensado, o leite integral, as gemas peneiradas e o amido de milho. Misture bem e leve ao fogo baixo, mexendo sem parar, até que o creme engrosse. Desligue o fogo, adicione a essência de baunilha e deixe esfriar. 2 Pique o chocolate meio amargo e coloque-o em um refratário à prova de calor. Aqueça o creme de leite, sem deixar ferver, e despeje-o sobre o chocolate picado. Aguarde alguns minutos e misture bem, até que o chocolate esteja derretido e o creme, homogêneo. Deixe esfriar. 3 Pique os bombons grosseiramente. Quebre os biscoitos em pedaços menores e umedeça-os com a bebida escolhida. Arrume o pavê em camadas: biscoitos, creme branco, bombons picados, creme de chocolate, biscoitos, creme branco, bombons, creme de chocolate, e assim por diante, terminando com bombons picados. Leve para gelar por no mínimo 2 horas antes de servir. Nham!
abr/mai 2014 53
R$ 3,50 Apresenta:
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s e r
f e l i z
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R$
12
milhões!
Comprando Sorria, você ajuda crianças e jovens de todo o Brasil a terem uma boa educação pública e a vencerem o câncer infantil. Gente como o Thiago e a Giulia!
Conheça a história deles na página 54!
envelhecer bom mesmo é
*37 abr/mai 2014 venda exclusiva
droga raia
Com o fim das obrigações, vem a diversão. E a chance de viver a vida que você sempre quis
missão: fazer algo novo a cada dia • O que a vida te ensinou? • pavê e para comer como deixar a rua mais segura • onde vivem os livros • nossos pequenos prazeres