Revista Sorria #39

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Conheça a história delas na página 54!

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Todo mundo pode fazer a diferença. E nem precisa mudar o mundo. As maiores lutas estão no dia a dia como ser mais feliz em um mês • dono educado, cão educado • prazeres simples pelo que você luta? • manual para escolher um candidato do bem • quer aumento?


prazeres simples

alegrias do dia a dia

Sinto

flores Era um pé de jasmim trepado no muro, de florezinhas brancas e pontudas como estrelas, que abriam quando o tempo esquentava. Eu escolhia a maior e, com todo o cuidado, a desprendia do galho, fechava os olhos e respirava fundo. Trinta anos depois, ainda posso sentir aquele perfume. Era tão bom cheirar os jasmins que, vou confessar, não foram poucas as vezes em que eles foram parar, sem querer, dentro do meu nariz. Tem gente que gosta das flores pela exuberância: o colorido da gérbera, a extravagância do girassol, a raridade de uma orquídea, a alegria de um buquê de flores do campo. Amo todas – como viver sem uma por perto, vasinho de violeta que seja? Mas as cheirosas... Ah, essas me apaixonam. Farejo os rastros de longe, feito abelha, e fico louca: você sentiu isso? De onde vem esse cheiro de flor? É camélia? Gardênia? Vamos lá ver? Ando pelas ruas do bairro perseguindo roseiras – rosas de floricultura não têm o perfume das cultivadas em casa, de preferência em jardins com estátuas da Branca de Neve. Na feira, passo mais cedo atrás dos lírios que ainda não abriram para me intoxicar com o cheiro doce deles. Melhor do que perfume importado é o da dama-da-noite, que toma a rua no verão. Já as laranjeiras e os limoeiros, quando florescem, são pura delicadeza: mal abrem, as flores já caem pelo chão. Juntava cestos delas no pomar de casa, e tinham cheiro não só das frutas, mas de grama cortada, sol, orvalho, dias frescos – falando agora parece tão bobo, só sentindo para saber. Quando criança, fiz de tudo para capturar esses aromas e guardá-los comigo. Tentei eternizar as flores entre as páginas de livros; sequei-as ao sol; esmaguei as pétalas em mil experimentos de perfumes e sabonetes. Nada funcionou. Até que entendi que o cheiro é como a alma da flor: só existe enquanto ela está viva. Depois, só resta a memória de quem fica. E é por isso que, a cada nova primavera, meu coração saudoso e meu nariz farejador se alegram. É hora de matar a saudade. 14 revista Sorria

© Foto: Kondoros Ava Katalin/Getty Images

texto Roberta faria


o perfume ĂŠ a alma da flor

ago/set 2014 15


valores essenciais

para refletir e inspirar

a

de cada dia o que é preciso para mudar o mundo? sem nenhum poder

especial, com pequenos gestos na rotina, pessoas comuns estão semeando revoluções – e você pode se juntar a elas

Q

uando Mathias Fingermann começou, ainda adolescente, a andar de bicicleta pelo bairro de Pinheiros, em São Paulo, pedalar era apenas um meio de transporte. Hoje, aos 28 anos, ele faz da bike uma escolha consciente em sua luta por uma cidade mais humana, com menos poluição e congestionamentos. Nunca teve carro e nem pretende comprar. “De bicicleta, você não fica fechado dentro do veículo, tem um contato mais próximo com a cidade.” A nova visão sobre a mobilidade urbana veio a partir do encontro com ativistas do pedal. “Em 2003, uma amiga me levou a uma bicicletada, um evento que reúne ciclistas para festejar a bicicleta, mostrar que ela também tem direitos”, conta. Nessas manifestações, que acontecem em vários lugares do Brasil e do mundo, tradicionalmente na última sexta-feira de cada mês, dezenas, às vezes centenas de ciclistas se juntam para pedalar em bloco nas ruas, ocupando seu lugar e tomando

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texto Luciana Alvarez fotos Guilherme Gomes

o dos carros. Querem mostrar que bicicleta também é um meio de transporte, exigir mais estrutura para pedalar na cidade e respeito por parte dos motoristas. A cada encontro, Mathias voltava para casa mais inspirado. “A bike é um jeito de deixar o espaço público mais humano.” Uma hora, só pedalar já não bastava: a turma viu que precisava se organizar para propor ações e cobrar atitudes do governo. Mathias ajudou então a fundar uma associação sem fins lucrativos, a Ciclocidade, que desde 2009 atazana a prefeitura para deixar São Paulo mais “pedalável” e ajuda a espalhar a cultura da bike. E ainda ganhou um novo projeto voluntário: nos fins de semana e à noite, Mathias é mecânico na oficina Mão na Roda, que ensina as pessoas a fazer a manutenção da bicicleta. Fazer das escolhas de vida uma filosofia, como foi com seu meio de transporte, tornou-se natural para Mathias. Ele tem para si, por exemplo,

que é melhor para o meio ambiente se a gente comprar o mínimo possível e reduzir ao máximo o que joga fora. “Na nossa sociedade de consumo, é difícil zerar o lixo. Mas reduzi em dois terços o que produzia”, conta. Na hora das refeições, não come carne nem produtos industrializados; colhe o que cultiva em sua horta e quer saber a origem de tudo o que leva à boca. “Prefiro o que vem da agricultura familiar e do pequeno produtor, porque acredito no desenvolvimento local.” Sua opção de trabalho também é parte desse pacote: Mathias é professor de educação infantil. “Os alunos sabem das minhas escolhas. Espero que eu sirva de exemplo para eles.” Dá pra dizer que uma vida mais sustentável é a causa de Mathias. Tem gente que prefere cuidar de animais abandonados, contribuir com o hospital do câncer ou ser voluntário na igreja. Há tantas lutas que valem a pena quanto há problemas no mundo. Ajudar faz parte do instinto


“espero servir de exemplo para meus alunos.� Mathias Fingermann, 28 anos ago/set 2014 31


como vai você?

saúde para estar bem

Olhos nos olhos Todo mundo sabe que eles são a janela da alma e a porta para o mundo. O que muita gente ainda não vê é que a visão precisa de cuidados especiais Texto Fernanda Cury Ilustração Serrrgio

E

les têm apenas 24 milímetros de diâmetro e pesam cerca de 7,5 gramas. Mas funcionam com uma precisão incrível e num ritmo frenético. Neste exato momento, enquanto você relaxa lendo esta matéria, seus olhos estão trabalhando a todo o vapor! “O globo ocular é o responsável pela captação da luz refletida pelos objetos”, explica o oftalmologista Rodrigo Pegado, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. “Essa luz entra pelas córneas e chega à retina, onde células fotossensíveis a transformam em impulsos eletroquímicos que são enviados ao cérebro. É aí que ocorre o processamento das imagens recebidas.” Esse mecanismo fundamental e extremamente delicado merece toda a atenção, mas, muitas vezes, só procuramos um médico quando não conseguimos ler uma placa de trânsito ou ver TV. A dificuldade de enxergar, porém, não é o único sintoma preocupante. Segundo a oftalmologista Keila de Carvalho, dor, ardência ou lacrimejamento podem indicar doenças sérias, como o glaucoma e a catarata. “Agende uma consulta assim que notar algo errado, pois o diagnóstico precoce ajuda no tratamento”, alerta Pedro Nogueira Filho, do Hospital de Olhos. Conheça as principais doenças oculares e fique de olho!

Olho vivo

Escolha as alternativas que mais combinam com você e descubra se vai tudo bem com sua saúde ocular! Com que frequência você costuma lavar as mãos? a) Depois de ir ao banheiro. b) Antes das refeições, após usar o banheiro e quando chego da rua. c) Sabe como é, às vezes eu esqueço... Quando cai um cisco no seu olho, você normalmente... a) pinga um colírio para aliviar o incômodo e a dor. b) lava com água e tenta remover o cisco com um cotonete. c) esfrega os olhos ou tenta retirá-lo com a ponta dos dedos. 50 revista Sorria

Você usa óculos de sol... a) mesmo nos dias nublados. E as lentes sempre têm proteção UV. b) quando a luminosidade incomoda. c) quase nunca, só para fazer um charme mesmo. Você se lembra de marcar consulta com o oftalmologista... a) quando não consegue enxergar bem. b) nunca, pois sua vista é perfeita. c) anualmente, para exames de rotina, ou quando sente alguma alteração. Como você se preocupa com sua saúde de forma geral? a) Vou ao médico e faço exames regularmente. b) Não me preocupo. Quando preciso,

enção! At

O teste não vale por uma consulta médica. Para qualquer problema de saúde, o melhor é sempre procurar um médico

tomo os remédios que já tenho em casa. c) Só vou ao médico quando estou mal. Como é sua alimentação? a) Gosto de tudo com bastante sal. b) Evito frituras, mas não consigo resistir aos doces. c) Como muitas verduras, frutas e legumes e tento evitar o excesso de sal.

CONFIRA O RESULTADO

Você está cuidando bem dos olhos se marcou as respostas 1-b, 2-b, 3-a, 4-c, 5-a, 6-c. Mas, se você optou por outras alternativas, tome mais cuidado: capriche na higiene, evite coçar os olhos e procure um oftalmologista uma vez ao ano ou sempre que notar qualquer alteração. Veja alguns dos problemas oculares mais comuns na página ao lado.


Conjuntivite É a inflamação da conjuntiva, a membrana que reveste o interior das pálpebras e parte do globo ocular.

Glaucoma Ocorre quando o aumento da pressão intraocular lesiona o nervo ótico, o qual envia os impulsos do olho ao cérebro.

Catarata Com a idade, o cristalino, a lente natural do olho, começa a ficar opaco, o que prejudica a visão.

O que fazer? Como a conjuntivite é altamente contagiosa, não compartilhe toalhas, rímel ou outros objetos com pessoas contaminadas. E nada de coçar os olhos com as mãos.

O que fazer? Evite o excesso de sal e açúcar. Faça exames regularmente. E, se você tem casos de glaucoma na família ou sofre de diabetes ou pressão alta, redobre a atenção.

O que fazer? Use óculos escuros com proteção UV. Evite o uso prolongado de corticoides e a exposição ao raio X. A cirurgia é a única solução.

Vencendo a conjuntivite: “Certo dia, acordei com a vista embaçada e os olhos vermelhos e inchados. Eles pareciam cheios de areia, coçavam muito e soltavam uma secreção. Fui ao oftalmologista, que indicou dois colírios. O problema durou uma semana. Faltei à escola para não transmitir a doença e fiquei limpando as pálpebras com soro fisiológico. Hoje, lavo as mãos com maior frequência, tento não coçar os olhos e, quando fico sabendo de um surto de conjuntivite, evito locais com aglomerações.”

Vencendo o glaucoma “Há quinze anos, meu irmão descobriu que sofria da doença. Fiquei preocupado, pois tenho diabetes e sei que o glaucoma pode ser hereditário. Eu não sentia nada – o glaucoma é uma doença silenciosa. Apenas percebia uma discreta redução no campo visual. Mas o oftalmologista confirmou o diagnóstico. De lá para cá, uso três colírios diariamente e checo a pressão ocular a cada seis meses. A doença não tem cura, mas o acompanhamento médico vem preservando minha visão.”

Vencendo a catarata “Há dois anos, em uma consulta de rotina no oftalmologista, recebi um diagnóstico de catarata. Nem imaginava que estivesse com o problema, porque sentia apenas uma leve dificuldade para enxergar. Meu médico sugeriu que eu operasse logo, pois a catarata não regride. Operei um olho e, depois de cinco dias, o outro. Nesse período, pingava três colírios e usava uma proteção de acrílico para dormir. Depois de uma semana, já percebia a diferença. Minha visão melhorou muito, e hoje não preciso usar óculos para ver de longe.”

Isabella Gaspar, 18 anos, São Paulo (SP)

Francisco Cozimatti, 58 anos, Jundiaí (SP)

Eloíza Bifulco, 55 anos, São Paulo (SP) ago/set 2014 51


tá na mesa

receitas para comemorar

Manteiga delícia

Em vez de usar a manteiga tradicional, que tal reinventar as castanhas e transformá-las em uma pasta cremosa e saudável? texto Rafaela Carvalho

foto sheila oliveira/empório fotográfico

As castanhas formam uma manteiga que, além de deliciosa, é linda. Então, capriche na apresentação e a dê de presente aos amigos!

A mesma receita da castanhade-caju também vale para outras oleaginosas, como amêndoas, avelãs, nozes e castanhas-do-pará

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Larissa Lins é conhecida entre os amigos por presenteá-los com uma guloseima inusitada: potes cheinhos de manteiga de castanha-de-caju caseira. A pernambucana de 21 anos descobriu a manteiga feita com oleaginosas na adolescência, enquanto passava por um processo de reeducação alimentar. De lá para cá, aprendeu que comer bem fica muito mais divertido quando se dribla a monotonia: “É delicioso reinventar um alimento”, conta a estudante. “E transformar castanha-de-caju em manteiga é a coisa mais fácil e saborosa do mundo.” A receita é, de fato, bastante simples: sem nenhum ingrediente além da castanha-de-caju, já é possível obter uma pasta com a consistência semelhante à da manteiga, só que rica em proteínas e muito mais saudável. “Quando são trituradas no processador, as castanhas soltam um óleo rico em gorduras boas, que reduzem o colesterol ruim e têm ação antioxidante e anti-inflamatória”, explica a nutricionista Natália Colombo. O resultado ainda é um creme gostoso e versátil. Dá até para escolher: doce ou salgado? “Para destacar o sabor mais adocicado da manteiga, acrescente mel à receita durante o preparo”, sugere a chef Anna Forcelini. “Agora, se você quiser realçar um tom mais salgado na refeição, use molho de soja, pimenta-do-reino e cheiro-verde.” Mas comer essa delícia sem nenhum tempero, como faz Larissa, também é uma ótima ideia. “Nem a minha nutricionista resistiu. Quando lhe dei a manteiga de presente, ela abriu o pote e se apaixonou na hora!” Também quer provar castanhas de um jeito diferente? Siga os passos da receita abaixo e faça sua própria manteiga de castanha-de-caju.

A manteiga de castanha é muito versátil. Vai bem com tudo: desde pães, torradas e frutas até bolos ou tortas

Manteiga de castanha-de-caju

Acrescente uma pitada de canela ou cacau em pó à manteiga pronta, para ressaltar o adocicado

Produção culinária: Claudia Yoshida / Produção de objetos: Márcia Asnis

Antes de começar, torre castanhas cruas por 15 minutos em forno pré-aquecido a 180 ºC. Deixe-as descansar por 10 minutos.

1 Comece a triturá-las no processador. E vá pausando o motor para limpar o excesso que gruda nas paredes.

2 Depois de uns 20 minutos, as castanhas passam a soltar um óleo, formando uma pasta cremosa.

3 Continue a processar as castanhas até que elas ganhem a consistência de uma manteiga.

4 Guarde-a em potes esterilizados. A manteiga de castanhas dura até 15 dias na geladeira.

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